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2. Fundamentação Teórica

2.4 Empreendedorismo

As mudanças que estão ocorrendo na sociedade devido a globalização, o avanço tecnológico e a revolução das comunicações, tem incentivado empreendedores a criarem seus próprios negócios. Este movimento que vem ocorrendo está impulsionado

tanto pelas necessidades devido ao desemprego tecnológico, provocado pela automação e robotização de processos empresarias, quanto pelas oportunidades que este novo ambiente vem sinalizando. Como afirma Dornelas (2001), com a sofisticação da tecnologia e dos meios de produção e também com a competição entre as empresas, a nível global, surgiu a necessidade de se formalizar conhecimentos através do empreendedorismo.

Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor dedicando o tempo e os esforços necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal. (Hisrich; Peters, 2004, p. 29).

Toda empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, surge da idéia e esforço de alguém que toma a iniciativa e a responsabilidade pessoal pelos riscos inerentes ao novo negócio; denomina-se estas pessoas de “empreendedores”. Na explicação de Dolabela (1999), empreendedores são indivíduos que inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas combinações de recursos, para extrair os melhores benefícios de suas inovações num meio incerto.

Portanto, tais indivíduos devem possuir, além de características gerenciais e empresariais, uma capacidade de perceber as oportunidades que o mercado oferece, criando novos produtos ou serviços para o bem estar comum.

Os empreendedores são os indivíduos que dão início a um novo negócio, mediante a criação de uma micro, pequena ou média empresa, além de enfrentarem os desafios inerentes à atividade fim das mesmas. A chave para a capacidade empreendedora é a capacidade de identificar, explorar e capturar o valor das oportunidades de negócio. Em termos práticos, a oportunidade pode ser definida como um conceito negocial que, se transformado em produto ou serviço oferecido por uma empresa e resulta em lucro.

2.4.1 O empreendedorismo no Brasil

Na definição de Dornelas (2001), o movimento do empreendedorismo no Brasil, de uma maneira mais profissionalizada, começou a tomar forma a partir de 1990, quando entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -

SEBRAE e a Sociedade Brasileira para exportação de Software - SOFTEX foram criadas. Essas entidades surgiram como suporte e consultoria para empreendedores de micro e pequenos negócios.

O SEBRAE tem como objetivo oferecer suporte e apoio desde o início do negócio até quando o empreendedor necessitar de algum tipo de consultoria no sentido de buscar melhorias. Também oferecem soluções em educação empreendedora, por meio de treinamentos, atendimentos individualizados e programas para melhoria dos processos gerenciais e desenvolvimento de habilidades de liderança e do comportamento empreendedor (ROSA, 2004).

As micro e pequenas empresas estão presentes em todas as partes do país, concorrendo com as médias e grandes, disputando a preferência do mercado consumidor pelos seus produtos. Ao alcance certas organizações estão os preceitos da administração de empresas que se revestem de grande importância na atualidade, devido ao alto grau de mutação dos ambientes em que os empreendimentos estão inseridos.

A evolução da sociedade, dos clientes, fornecedores e público relacionado, põe em cheque, a capacidade dos novos empreendedores manterem ativas as suas empresas na tênue linha da estabilidade. Por isso, o conhecimento dos conceitos de administração, os instrumentos e técnicas de gestão são de fundamental importância para quem pretende se iniciar no mundo dos negócios. Estes conceitos e técnicas podem e devem ser aplicados pelas micro e pequenas empresas, principalmente as que estão iniciando suas atividades, proporcionando com isso uma melhor gestão para o crescimento sustentável em um ambiente de alta competitividade.

Para o empreendedor que está ingressando na atividade empresarial, a elaboração de plano de negócio é uma ferramenta imprescindível que pode esclarecer as principais dúvidas que surgem na implantação de um novo negócio.

De acordo com o manual do participante (EMPRETEC), o empreendedor possui características de comportamento que podem identificar o seu perfil. Essas características de comportamento são classificadas em três conjuntos, sendo eles:

Conjunto de Realização, Conjunto de Planejamento e Conjunto de Poder, totalizando dez características.

O primeiro conjunto de características que é o Conjunto de Realização que enfatiza as seguintes características:

 Busca de oportunidades e iniciativa: quando o individuo faz as coisas antes do

novas áreas, produtos ou serviços: aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamento, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.

 Correr riscos calculados: sabe avaliar alternativas e calcula riscos deliberadamente; age para reduzir ricos ou controlar os resultados; coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.

 Exigência de qualidade e eficiência: o individuo encontra maneiras de fazer s coisas melhor, mais rápido, ou mais barato, para ele, qualquer coisa pode ser melhorada;

age de maneira a fazer coisas que satisfaçam ou excedam padrões de excelência;

desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que atenda a padrões de qualidade previamente combinados.

 Persistência: ele age diante de um obstáculo significativo; age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo; faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa.

 Comprometimento: atribui a si mesmo e a seu comportamento as causas de seus sucessos e fracassos e assume a responsabilidade pessoal pelos resultados obtidos;

colabora com os empregados ou coloca-se no lugar deles, se necessário, para terminar uma tarefa; esforça-se para manter os clientes satisfeitos e coloca a boa vontade a longo prazo acima do lucro a curto prazo.

O segundo conjunto de características de um empreendedor é chamado de Conjunto de Planejamento onde aborda as seguintes características:

 Busca de informações: quando dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes; investiga pessoalmente como fabricar um produto ou proporcionar um serviço; consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.

 Estabelecimento de metas: estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal; tem visão de longo prazo, clara e especifica;

estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis.

 Planejamento e monitoramento sistemático: planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos; constantemente revisa seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais; mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.

O terceiro conjunto para totalizar dez características chama-se Conjunto de Poder, onde refere-se as seguintes características:

 Persuassão e rede de contatos: utiliza estratégias deliberadas para influenciar e persuadir os outros; utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos; age para desenvolver e manter relações comerciais.

 Independência e autoconfiança: busca autonomia em relação a normas e controle de outros; mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou resultados inicialmente desanimadores; expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio.

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