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Instrumentos de Coleta de Dados

No documento ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE (páginas 71-74)

CAPÍTULO 2.......................................................................................................... 69

2.2 Instrumentos de Coleta de Dados

A segunda fase, conforme explica André (2013, p. 98), é denominada

“delimitação do estudo”. Nessa fase realizamos a coleta sistemática de dados, constituída pelas entrevistas e sessões de grupo focal.

2.2.1 Grupo Focal

Segundo Gatti, grupo focal pode ser caracterizado como

[...] técnica como derivadas das diferentes formas de trabalho com grupos, amplamente desenvolvidas na psicologia social. Privilegia-se a seleção dos participantes segundo alguns critérios - conforme o problema em estudo -, desde que eles possuam algumas características em comum que os qualificam para a discussão da questão que será o foco do trabalho interativo

e da coleta do material discursivo/expressivo. Os participantes devem ter alguma vivência com o tema a ser discutido, de tal modo que sua participação possa trazer elementos ancorados em suas experiências cotidianas (2005, p.

7).

O grupo focal subsidiou na construção dos conhecimentos nesta pesquisa, dando-nos as condições para responder a questão de pesquisa. Durante este processo nos deparamos com várias situações as quais não tínhamos como prever, até situações que explicitem conceitos matemáticos que ainda não foram consolidados durante a formação, no curso de Pedagogia, já que esses alunos possuíam “algumas características em comum que os qualificam para a discussão”

(GATTI, 2005, p. 7). Assim, essa foi uma condição para organizar um trabalho de forma coerente, atendendo as exigências do objeto de estudo da pesquisa, não fugindo dos seus objetivos e questionamentos. Dessa forma,

[...] a utilização do grupo focal, como meio de pesquisa, tem de estar integrado ao corpo geral da pesquisa e a seus objetivos, com atenção às teorizações já existentes e às pretendidas. Ele é um bom instrumento de levantamento de dados para investigações em ciências sociais e humanas, mas a escolha de seu uso tem de ser criteriosa e coerente com os propósitos da pesquisa (GATTI, 2005, p. 8).

Para a realização do grupo focal deveremos ter um grupo com até 12 pessoas.

Nesse caso o grupo foi formado com oito alunos.

Além disso, durante a realização das sessões do grupo focal utilizamos sempre a estrutura de semicírculo. Cada aluno recebia um crachá com seu nome e um número para facilitar os nossos registros no diário de campo. A medida que falavam, íamos anotando o número de identificação, técnica que ajudou na transcrição do áudio para saber quem estava com a ‘voz’ naquele momento e quando mudava a ‘voz’ (Quadro 2). Os encontros foram gravados em áudio e vídeo garantindo a fidedignidade das ideias acerca das discussões, o que contribuiu para leitura, releitura e organização do material empírico e “com isso poderá proceder à análise de sentidos ou elaborar categorias a partir das falas, ou classificar as falas em categorias previamente escolhidas” (GATTI, 2005, p. 48), durante a discussão com os alunos.

Na primeira sessão, realizamos a apresentação da pesquisadora, orientadora e alunos do curso de Pedagogia; apresentação do projeto de pesquisa; organização do grupo para realização das demais sessões do grupo focal; planejamento das datas, horário e local para realização; e assinatura do TCLE. Nesse momento tiramos

dúvidas e demos informações para melhor esclarecer como seria a participação de cada um.

Foi distribuída uma ficha (APÊNDICE 3) para que preenchessem informando o nome, ano que estagiou e o e-mail (APÊNDICE 3). Este endereço ajudou a manter os contatos para informar e tirar dúvidas, principalmente em relação as datas de realização do grupo focal.

Foram organizadas quatro sessões do grupo focal, com duração de uma hora e trinta minutos cada uma, na instituição que estudam e na própria sala de aula que frequentam diariamente (Quadro 3 – APÊNDICE 4). Aconteceram sempre em dias de quarta-feira, no horário das 10h30 às 12h00, momento em que não tinham atividades normais do curso. Esse horário foi acordado na primeira sessão do grupo focal. As datas também foram negociadas. O objetivo era que eles participassem das sessões e não se ausentassem das suas aulas normais.

Nas demais sessões, conversamos com os alunos sobre: formação do professor para ensinar matemática nos anos iniciais, conhecimento matemático que aprenderam no curso de Pedagogia, para desenvolver o planejamento e as aulas no momento do estágio; a organização das aulas; as dificuldades e tomadas de decisão.

Quadro 3 – Organização das sessões do grupo focal Sessão Data Objeto de discussão

1 25/10/2017 Apresentação (pesquisadora, orientadora e alunos do curso de Pedagogia)

Apresentação do projeto de pesquisa

Organização do grupo para realização das demais sessões do grupo focal

Planejamento das datas, horário e local para realização das demais sessões do grupo focal.

Assinatura do TCLE

2 1/11/2017 A formação do professor para ensinar matemática nos anos iniciais, Conhecimento matemático que aprenderam no curso (Pedagogia)

3 22/11/2017

Quarta-feira

O planejamento e as aulas no momento do estágio; como organizavam as aulas;

As dificuldades e as tomadas de decisão.

4 13/12/2017

Quarta-feira

O planejamento e as aulas no momento do estágio; como organizavam as aulas.

As dificuldades e as tomadas de decisão.

Fonte: Material elaborado na pesquisa (2017.2)

A organização das sessões do grupo focal dependia sempre das discussões com o grupo na finalização de cada sessão, para encaminhar os próximos temas das discussões (APÊNDICE 5) que emergiram da própria iniciativa e necessidade formativa dos alunos.

Após a realização das sessões do grupo focal e, conforme o diálogo com os participantes, foi sinalizado que o tema Probabilidade e Estatística não foi estudado durante o curso e consideravam importante no processo formativo. Sendo assim, foi elaborada uma oficina de quatro horas e realizada com a turma (APÊNDICE 6). Uma forma de devolutiva aos participantes, ampliando o seu repertório de conhecimentos sobre um conteúdo de Matemática que deve ser trabalhado nos anos iniciais, contribuindo, assim, com a formação do pedagogo que irá ensinar matemática.

2.2.2 A Entrevista

Na entrevista realizada com a professora, conhecemos a ementa da disciplina que é ofertada no curso de Pedagogia, para compreender a perspectiva do ensino de Matemática na formação do professor (Pedagogo) dos anos iniciais. A professora assinou o TCLE e foi informada que a entrevista seria gravada em áudio e transcrita a seguir.

Com base nesses procedimentos metodológicos, objetivamos coletar dados que nos ajudou a refletir sobre como os conhecimentos necessários para ensinar Matemática estavam sendo construídos por esses alunos no curso de Pedagogia.

Conceitos esses responsáveis pelo desempenho profissional desses professores nas aulas de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

No documento ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE (páginas 71-74)