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Análise comparativa do perfil de dissolução de medicamentos contendo valsartana.

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Academic year: 2023

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Pode-se assim concluir que embora os genéricos e similares em relação à referência contenham o mesmo medicamento, na mesma dosagem e com a mesma forma farmacêutica, os diferentes excipientes presentes nas formulações interferiram diretamente nas diferenças existentes quanto à dissolução perfis e, consequentemente, podem interferir na biodisponibilidade e no efeito terapêutico da valsartana no tratamento da hipertensão arterial. Atualmente, existem diversos medicamentos no mercado brasileiro (referência, genéricos e similares) que contêm valsartana, um anti-hipertensivo da classe dos antagonistas da angiotensina II (ARA II). Dessa forma, pode-se concluir que embora os genéricos e similares apresentem o mesmo medicamento na mesma dosagem e na mesma forma farmacêutica, os diferentes excipientes presentes nas formulações interferiram diretamente nas diferenças nos perfis de dissolução e consequentemente podem interferir com biodisponibilidade de valsartan e efeito terapêutico no tratamento da hipertensão.

RPD: Desvio Padrão Relativo ED: Eficiência de Dissolução EMA: Agência Europeia de Medicamentos F2: Fator de Similaridade.

INTRODUÇÃO

Um dos critérios para a exclusão biológica de um fármaco é o Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), que agrupa os fármacos em quatro classes de acordo com suas características de solubilidade e permeabilidade, que são fatores importantes para a biodisponibilidade dos fármacos (AMIDON, 1995). Este trabalho identificou a valsartana como uma droga com baixa solubilidade e permeabilidade, o que pode inibir o processo de absorção.

OBJETIVOS

Geral

Específicos

REVISÃO DA LITERATURA

  • Controle de qualidade físico-químico de formas farmacêuticas sólidas
  • Equivalência Farmacêutica
  • Bioequivalência/ Biodisponibilidade relativa
  • Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) e bioisenção
  • Dissolução
  • Excipientes
  • Valsartana no Tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica
    • Classificação Biofarmacêutica da Valsartana
  • Intercambiabilidade de Medicamentos

Equivalentes farmacêuticos são medicamentos que possuem o mesmo princípio ativo, na mesma quantidade, na forma farmacêutica, podendo diferir dependendo dos excipientes utilizados (BRASIL, 2010a; STORPIRTIS et al., 2004). Além disso, houve benefícios para o mercado, o número de empregos na indústria farmacêutica aumentou e a demanda por especialistas especializados na área de equivalência e bioequivalência farmacêutica também aumentou (ARAÚJO et al., 2010). Isso mostra que, além das técnicas de produção utilizadas, a dissolução pode ser influenciada por propriedades inerentes ao fármaco, como higroscopicidade, solubilidade, polimorfismo, tamanho de partícula, bem como pela presença de excipientes que podem favorecer ou dificultar o processo de dissolução (PEREIRA et al., 2005).

Assim, formas farmacêuticas sólidas para uso oral podem apresentar problemas quanto à biodisponibilidade e bioequivalência do fármaco (STORPITIS et al., 2004). Normalmente, são adicionados às formulações farmacêuticas para proteger, auxiliar ou melhorar a estabilidade da formulação, garantindo exatidão e precisão na dosagem; facilitar a administração do medicamento, melhorar as características organolépticas, permitindo assim melhor aceitação pelo usuário e adesão adequada à terapia (ANSEL et al., 2007). Dessa forma, os excipientes devem ser adicionados na quantidade certa para evitar que prejudique a liberação do fármaco e, além disso, evite a interação entre o ativo e o adjuvante e, menos ainda, cause um efeito adverso . reações em indivíduos (BANAKAR, 1992; PIFFERI et al., 1991; AMIDON; BERMEJO, 2003; ANSEL et al., 2007).

Tem sido relatado como um fármaco de baixa solubilidade e alta permeabilidade, ou seja, um fármaco de classe II e/ou de alta solubilidade e baixa permeabilidade, classe III (SAYDAM; TAKKA, 2007; KUMAR et al., 2012; KAZA et al. al., 2013; GOVINDASWAMY; UMASANKAR, 2014; CHOWDARY et al., 2014). Dessa forma, é de extrema importância a realização de estudos in vitro que reflitam o que ocorre in vivo, principalmente quando se deseja comparar a dissolução entre medicamentos genéricos e similares em relação ao de referência (AMIDON et al., 1995; SOUZA et al. al. ., 2007). A intercambialidade entre genérico-genérico, similar-similar ou mesmo genérico-similar não é possível, pois, além de não ter sido comprovada a bioequivalência/biodisponibilidade relativa entre eles, apenas o produto de referência é registrado na ANVISA para todos os in vivo e in vitro. testes que garantem a segurança e eficácia do medicamento em questão (MIDHA et al., 2005; KARALIS et al., 2013).

MATERIAIS E MÉTODOS

Material

  • Substância química de referência (SQR) e medicamentos
  • Reagentes e Solventes
  • Equipamentos e materiais

Unidade de filtro de seringa Millex – poro de 0,45 µm, diâmetro de 13 mm – frasco de vidro âmbar Waters de 2,00 mL Millipore com tampa de Teflon e septos.

Métodos

  • Avaliação de medicamentos contendo valsartana
    • Avaliação dos excipientes utilizados nas FFSOLI contendo valsartana
    • Caracterização dos medicamentos contendo valsartana
    • Determinação de peso
    • Desintegração
    • Teor
    • Perfil de dissolução dos medicamentos

Os testes de caracterização de medicamentos foram realizados de acordo com a monografia individual do produto e os capítulos gerais da Farmacopéia Brasileira (USP, 2017; BRASIL, 2010b). Foram realizados testes para determinar o peso, conteúdo e desintegração de cada uma das drogas selecionadas. Seis comprimidos de cada um dos medicamentos genéricos, comparáveis ​​e de referência analisados ​​foram usados ​​neste teste.

Cada comprimido foi colocado individualmente em um dos tubos do cesto de dissolução, em seguida o disco de acrílico foi colocado e o aparelho acionado. O teste de determinação do conteúdo de valsartan foi realizado em triplicata para cada um dos cinco produtos analisados. O perfil de dissolução da valsartana do FFSOLI foi avaliado conforme RDC nº 31 de 2010 da ANVISA, com 12 comprimidos de cada produto, em meio SESSE (pH=6,8).

Para determinação dos perfis de dissolução foram utilizadas as condições recomendadas pela legislação e a monografia individual do produto (BRASIL, 2010a; BRASIL; 2011a; USP, 2017). A partir disso, foram definidos os perfis de dissolução levando em consideração as alíquotas retiradas para análise e o cálculo do rendimento percentual do fármaco. Por fim, os perfis dos cinco fármacos analisados ​​foram comparados pelo método da eficiência de dissolução (DE).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise dos excipientes presentes nas formulações dos medicamentos contendo

Crospovidona, povidona e croscarmelose sódica aceleram a desintegração da forma farmacêutica, bem como a dissolução do fármaco, fazendo com que o comprimido inche e se desintegre (PRISTA et al., 1995; SOARES; PETROVICK, 1999; AMIDON; BERMEJO, 2003; AULTON, 2005 ; ANSEL et al., 2007). Além disso, as formulações analisadas também contêm dióxido de silício, lubrificante, adsorvente, dessecante, agente de suspensão e agente de viscosidade, cuja principal utilização é reduzir o atrito interpartículas, impedir a adesão entre elas e facilitar a fluidez, além de aumentar a compatibilidade de misturas eutéticas e substâncias higroscópicas (PRISTA et al., 1995; USP, 2017). Entretanto, os lubrificantes lipofílicos podem interferir na dissolução do fármaco, pois são lipofílicos e demoram mais para se dissolver e afetam diretamente a biodisponibilidade do fármaco (STORPIRTIS et al., 1999; PRISTA et al., 1995; AMIDON BERMEJO, 2003).

O estearato de magnésio é um lubrificante, que possui propriedade hidrofóbica e pode retardar a dissolução de fármacos em formas farmacêuticas sólidas, sendo por isso utilizado em formulações com a menor concentração possível (ALLEN et al., 2003). Deve-se atentar para a quantidade adicionada, pois o excesso pode dificultar a desintegração do FFSOLI (AMIDON; BERMEJO, 2003; ROWE et al., 2006). A hipromelose é um polímero hidrofílico que resiste à desintegração e é utilizada para revestir o comprimido, possibilitando o controle da liberação do fármaco (ROWE et al., 2006); pois, após ser hidratado, incha e forma uma camada gelificante na superfície do comprimido que atua como uma barreira e assim controla a penetração de água e a velocidade de liberação do fármaco (PRISTA et al., 1995).

O lauril sulfato de sódio é um surfactante utilizado principalmente para facilitar a dissolução de fármacos (PRISTA et al., 1995). Portanto, a quantidade desses excipientes adicionados à formulação deve ser bem controlada, considerando que são adjuvantes críticos e, portanto, interferem na biodisponibilidade dos medicamentos (AMIDON et al., 1995; SILVA; VOLPATO, 2002; MARTINEZ; AMIDON, 2002; BRASIL, 2011b). O dióxido de titânio, além de corantes óxidos, sicovit e verniz são adicionados à formulação para auxiliar na identificação de FFSOLI e também para aumentar a adesão terapêutica, pois a medicação colorida facilita a identificação do medicamento pelo paciente. , o que é importante principalmente para indivíduos polimedicados e também contribui para que as crianças, induzidas pela cor, tomem a medicação quando necessário (ANSEL et al., 2007).

Caracterização dos medicamentos

  • Determinação de peso
  • Desintegração
  • Teor
  • Perfis de dissolução dos produtos contendo valsartana

O gráfico dos perfis de dissolução dos cinco fármacos analisados ​​bem como os resultados médios no meio SESSE (pH=6,8) é mostrado na Figura 1. De acordo com os perfis de dissolução obtidos (Figura 1) e os resultados médios (n) = 12) (Tabela 8), pode-se observar que os produtos A, C e E (referência, genérico 2 e similar 2, respectivamente) apresentaram dissolução muito rápida (≥ 85% em 15 minutos) da valsartana. Para a análise dos perfis de dissolução foi utilizada a eficiência de dissolução (DE), uma vez que o fator de similaridade (F2) para fármacos com liberação muito rápida (≥ 85% em 15 minutos), modelo geralmente utilizado (BRASIL, 2011a) ) perde sua capacidade discriminativa.

Isso pode ser observado na figura, a partir das diferenças entre as eficiências de dissolução que apresentaram valores mais próximos entre o produto E e A. A semelhança entre os perfis dos produtos A (referência) e E (semelhante 2), pode ter ocorrido devido à presença de lauril sulfato de sódio no produto E, que pode ter facilitado o processo de dissolução do fármaco. Assim, embora C e D apresentem em sua composição lactose monoidratada, que é um diluente que tende a facilitar a dissolução de fármacos pouco solúveis, como a valsartana, a velocidade de dissolução dos dois produtos ainda foi inferior à de E.

Além disso, vale ressaltar que o processo de dissolução do produto teste em relação ao produto referência deve ser o mais semelhante possível, visto que a dissolução do fármaco afeta diretamente sua biodisponibilidade, conforme mencionado anteriormente. Analisando os resultados obtidos neste trabalho de acordo com os perfis de dissolução, pode-se deduzir que a intercambialidade entre o produto E e a referência A pode ser considerada segura, pois se mostraram equivalentes com perfis de dissolução semelhantes. Quanto à possibilidade de intercambialidade entre medicamentos genérico-genérico, similar-similar e genérico-similar, nossos resultados mostram que o risco de inequivalência terapêutica pode ser ainda maior devido às diferenças existentes na comparação da eficiência de dissolução desses medicamentos.

Tabela 2 – Resultados da determinação de peso dos 20 comprimidos contendo 320,00 mg de  valsartana
Tabela 2 – Resultados da determinação de peso dos 20 comprimidos contendo 320,00 mg de valsartana

CONCLUSÃO

6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, institui o medicamento genérico, dispõe sobre o uso de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Fornece orientação sobre a exclusão e substituição de estudos de biodisponibilidade relativa/bioequivalência e outras disposições. Dispõe sobre a lista de medicamentos candidatos à bioexclusão com base no sistema de classificação biofarmacêutica (SCB) e dá outras providências.

Dispõe sobre as medidas a serem adotadas junto à Anvisa pelos titulares de registro de medicamentos para a. International guidelines for the bioequivalence of systemically available orally administered generic drugs: a study of similarities and differences. Waiver of in vivo bioavailability and bioequivalence studies for immediate-release solid oral dosage forms based on a biopharmaceutical classification system.

Agentes dissolventes de comprimidos de nimesulida: ação de surfactantes, Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. Considerações biofarmacêuticas relevantes na fabricação de medicamentos genéricos: fatores que afetam a dissolução e absorção de medicamentos. Proposta de dispensa da bioequivalência in vivo para a lista modelo da OMS de medicamentos essenciais para formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata.

Imagem

Tabela 2 – Resultados da determinação de peso dos 20 comprimidos contendo 320,00 mg de  valsartana
Tabela 3 – Análise da determinação de peso de acordo com os critérios de aceitação para  comprimidos revestidos de 250,00 mg ou mais (BRASIL, 2010b)
Tabela 4 – Resultados das médias das concentrações e do teor dos medicamentos analisados  no meio SESSE (pH= 6,8)
Figura 1 – Perfis de dissolução médios (n= 12) de comprimidos contendo 320,00 mg de  valsartana no meio SESSE (pH=6,8) para os para os cinco produtos analisados
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Referências

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