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Dinâmicas territoriais recentes no Estado do Rio Grande do Sul

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Academic year: 2023

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Dinâmicas territoriais recentes no estado do Rio Grande do Sul / coordenação de Antonio Paulo Cargnin. RS 2030: A Agenda de Desenvolvimento Territorial (RS 2030) dá sequência a uma série de trabalhos futuros sobre o desenvolvimento do Rio Grande do Sul desenvolvidos no âmbito da Secretaria de Planejamento e Participação Cívica (Seplag) do Estado do RS. O caráter participativo e o diálogo federal norteiam a atual gestão do governo do estado do Rio Grande do Sul.

O objetivo central da RS 2030 é estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do RS, a partir da análise das dinâmicas territoriais recentes e dos cenários para o ano de 2030. RS 2030: Agenda de Desenvolvimento Territorial tem como objetivo identificar diretrizes para o desenvolvimento do território do Estado do Rio Grande do Sul num futuro próximo, a partir da descrição da dinâmica territorial recente. Esta agenda RS 2030 tem um olhar prospectivo, com o objetivo de sintetizar percepções comuns sobre o processo de desenvolvimento territorial do Rio Grande do Sul e – no sentido proposto pelo MPOG – contribuir para a construção de um Sistema Nacional de Planejamento, no qual a participação e a integração dos PPAs são elementos importantes.

Esses fatores, além de superarem os obstáculos trazidos pelo processo de concentração, são referências para a construção da Agenda de Desenvolvimento Territorial.

André Luís Forti Scherer Diretor Técnico da FEE

No segundo volume são apresentadas e discutidas as tendências demográficas e regionais, com uma projeção da distribuição territorial da população e da distribuição regional do PIB per capita. população até 2030, elaborado pela equipe da FEE. No terceiro volume são apresentadas perspectivas para 2030 com tendências e hipóteses para a economia e a sociedade do RS, com base no cenário da economia global e brasileira e no conteúdo dos volumes anteriores. Pretende-se que este conteúdo sirva de referência para a elaboração dos contratos de compra de energia para 2016-2019 e dos planos regionais a desenvolver a partir de 2015.

Álvaro Pontes de Magalhães Junior Diretor do Deplan-Seplag

O primeiro volume descreve a dinâmica territorial recente e a evolução do debate sobre questões regionais no Rio Grande do Sul, em artigo elaborado pela equipe do Departamento de Planejamento Governamental da Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (Deplan-Seplag).

DINÂMICAS TERRITORIAIS RECENTES NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL*

1 A questão regional no Rio Grande do Sul

Uma das primeiras iniciativas que marcaram a retomada dessa preocupação no estado foi a ideia da chamada metade sul do Rio Grande do Sul. Um dos mais relevantes foi o programa de promoção da reconversão produtiva do Estado. Metade Sul do Estado do Rio Grande vista do Sul (Reconversul). A percepção de uma dinâmica territorial baseada apenas em movimentos macrorregionais, especialmente em função da chamada metade sul do Rio Grande do Sul, perdurou até o início da década de 1990, quando a questão regional passou a ser abordada levando em conta um maior número de variáveis . , com vistas a uma maior eficiência na ação do Estado no enfrentamento dos problemas relacionados às dinâmicas territoriais.

Em 2003, foi retomada a consulta popular e, ao mesmo tempo, iniciou-se o processo de elaboração do estudo de desenvolvimento regional e logística para o Rio Grande do Sul: Rumos 2015 (RIO GRANDE DO SUL, 2006), que constituiu um amplo estudo sobre o questão no Estado, onde foram desenvolvidas estratégias e propostas para a construção de uma política regional. No Rio Grande do Sul também foi adotada essa forma de organizar as políticas regionais, e sua referência atualmente é a regionalização dos Conselhos de Desenvolvimento Regional, utilizando as regiões funcionais de planejamento1 como escala complementar do planejamento territorial. Essa estratégia contribuiu significativamente para a compreensão da dinâmica territorial do Rio Grande do Sul.

Essa nova disposição de avaliar a questão das desigualdades regionais no Rio Grande do Sul, que apresenta um quadro mais complexo do que uma simples oposição entre um Sul estagnado e um Norte dinâmico, pode ser facilmente detectada através da análise do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese ) 2 do Rio Grande do Sul. Embora o Rio Grande do Sul não apresente taxas na faixa considerada pouco desenvolvida, muitas regiões apresentam valores abaixo da média nacional. Essa situação é facilmente observada no eixo que liga Porto Alegre a Caxias do Sul e, em certa medida, próximo aos centros de Pelotas e Rio Grande.

O relativo processo de desconcentração concentrada das atividades econômicas tem favorecido o surgimento de áreas periféricas ao longo dos principais eixos de desenvolvimento, formando o chamado Eixo Ampliado Porto Alegre-Caxias do Sul. Conselho de Desenvolvimento (Corede), no Rio Grande do Sul – 2010. A distribuição dos trabalhadores da indústria de transformação no Rio Grande do Sul, por município, também é indicativa dessa tendência.

Embora o eixo Porto Alegre-Caxias do Sul ainda concentre o maior número de empregos na indústria, pode-se observar uma significativa desconcentração desses empregos para Santa Cruz (10.387), no Corede Vale do Rio Pardo, Lajeado (11.226), no Corede Vale do Taquari e Passo Fundo (9.022), na Corede Produção. Taxa geométrica de crescimento populacional por município, hierarquia urbana e tendências de expansão para o eixo Porto Alegre-Caxias do Sul.

2 Aspectos da dinâmica demográfica gaúcha

A diminuição das taxas de fertilidade, das taxas de mortalidade e o aumento da esperança de vida6 têm consequências directas na estrutura etária da população. Em termos de expectativa de vida, o Rio Grande do Sul se destaca há anos entre os estados brasileiros, com uma das maiores expectativas de vida do país. No Rio Grande do Sul, esse indicador tem apresentado tendência de queda nos últimos anos. anos nas últimas décadas.

O grau de urbanização no Rio Grande do Sul, representado pela parcela da população que vive em áreas urbanas, cresceu significativamente nas últimas cinco décadas, como pode ser visto na Figura 9. O saldo migratório – a diferença entre entradas e saídas populacionais — tem sido historicamente negativo no Rio Grande do Sul, como pode ser observado na Tabela 1. Também neste caso, os movimentos migratórios interestaduais que predominaram no Rio Grande do Sul estiveram associados à expansão da fronteira agrícola, que começou a aparecer a partir de século 1960, enviando grandes contingentes migratórios para as regiões centro-oeste e norte do país.

Contudo, os censos demográficos das últimas duas décadas mostram uma reversão dessa tendência decrescente da emigração gaúcha. A primeira refere que o Rio Grande do Sul atingirá a cota máxima de 11 milhões de habitantes em 2025. e, a partir de então, sofrerá uma redução gradativa em sua população absoluta, totalizando 9,7 milhões no ano de 2050. O Rio Grande do Sul foi ser um dos primeiros estados brasileiros a atingir uma taxa de crescimento negativa no Brasil, iniciando um processo gradual de estabilização e redução populacional.

O número da população entre zero e 14 anos, que já apresentou uma redução entre 2000 e 2010, deverá continuar a diminuir. Este tipo de comportamento de crescimento populacional indica que está em curso uma transição demográfica7, em que o peso da população considerada inativa (de zero a 14 anos mais maiores de 65 anos) sobre a população ativa (de 14 a 65 anos), ainda é menor. Caso essa projeção se confirme para as próximas décadas, o Rio Grande do Sul se encontrará no auge dessa relação, pois essa relação entre trabalhadores inativos e ativos começará a crescer a partir da próxima década.

3 A Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional

A conferência avaliou a questão regional e, sobretudo, reforçou a necessidade de melhorar as políticas e os instrumentos públicos para combater as desigualdades regionais, antecipar os efeitos da concentração no território e lutar pelo equilíbrio do processo de desenvolvimento. Para o Rio Grande do Sul, isso significou a possibilidade de inserir as tendências da dinâmica demográfica atual no processo nacional de construção da PNDR. A necessidade de um fundo nacional para financiar medidas de desenvolvimento regional, a estrutura de gestão da região Sul, bem como a preocupação com o esvaziamento demográfico de regiões fora dos principais eixos de desenvolvimento são temas que foram incluídos no processo de discussão da nova PNDR proposta8.

4 Perspectivas para a questão regional no Rio Grande do Sul

Assim, um primeiro ponto central para a resolução da questão regional é a efetiva inclusão das regiões com dificuldades no processo de desenvolvimento no mapa de elegibilidade da Política Nacional de Desenvolvimento Regional. Um exemplo esclarecedor de como o estabelecimento de uma medida baseada na média nacional de uma variável pode prejudicar a compreensão de fenômenos de natureza muito mais complexa, é o dos municípios que têm sua base produtiva na produção agrícola. Esforços como os de organização do Fórum Mesorregional e a recente preparação do Plano de Desenvolvimento da Faixa Fronteiriça (PDIF) não devem ser desperdiçados, pois já representam um elevado trunfo técnico e institucional.

Um terceiro ponto-chave para propor uma solução mais sustentável para a questão regional é, sem dúvida, dar maior prioridade a esta questão no financiamento de ações estruturantes. O Estado do Desenvolvimento Regional reconhece a criação de um instrumento mais consistente para o financiamento de ações estruturantes, no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Regional, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, previsto na proposta original da PNDR e nunca regulamentado. Também defende a criação de uma estrutura de planejamento e governança para tratar da questão regional no Sul do Brasil.

Nesse sentido, com base nas análises atuais da questão regional no Rio Grande do Sul e da acumulação já existente, é possível destacar alguns temas fundamentais para o desenvolvimento territorial do país, que exigem a ação coordenada de diversas esferas governamentais e , devido ao seu porte, os instrumentos para o seu financiamento, conforme segue. O esgotamento das BR-116 e BR-101 e até mesmo a necessidade de uma nova ponte de acesso a Porto Alegre ilustram esse problema. Da mesma forma, a valorização do Polo Naval de Rio Grande exige repensar a logística de acesso por meio da integração de diferentes modais.

Consolidar a piscina marinha, descentralizar seus efeitos positivos e evitar efeitos negativos do aumento da concentração populacional na região: para que os efeitos positivos não se limitem aos municípios de Rio Grande e Pelotas, é necessário desenvolver ações que visem a sua consolidação e descentralização, como, por exemplo, a realização de estudos e planos diretores para promover o alagamento da pilha. Reforçar a estrutura económica e as cidades da Faixa Fronteiriça: A recente implementação do Plano de Desenvolvimento da Faixa Fronteiriça estabelece uma série de orientações estratégicas e temas para esta área, que é particularmente afetada pelo declínio das atividades económicas e pela perda de população. Embora estas sejam algumas das questões que precisam de ser abordadas para promover o desenvolvimento territorial e resolver a questão regional, aprofundar o debate sobre estes pontos e criar mecanismos para o seu financiamento poderia constituir uma alternativa ao desenvolvimento do Estado.

Literatura recomendada

Referências

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