XXVIII Congresso de Iniciação Científica
EFEITO DA PRÓPOLIS NA MORTALIDADE INDUZIDA PELO INSETICIDA FIPRONIL EM ABELHAS Apis mellifera L.
Bruna Rett, Aimê de Almeida Longuini, Thais de Souza Bovi, Samir Moura Kadri, Wellington Luiz de Paula Araújo, Ricardo de Oliveira Orsi
NECTAR – Núcleo de Ensino, Ciência e Tecnologia em Apicultura Racional
Departamento de Produção Animal – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ – UNESP – Botucatu - SP
Palavras-chaves: Apicultura, contaminação, inseticida, polinização.
Introdução
O declínio mundial de polinizadores é um fator alarmante que têm como possíveis causas o aparecimento de doenças, uso indiscriminado de agroquímicos, dentre outros. Atualmente, o Brasil é um dos líderes mundiais no consumo de agroquímicos, o que evidencia a importância de se investigar substâncias naturais que possam contribuir na redução dos seus efeitos e/ou na melhora do sistema imune das abelhas. A própolis é um produto natural, de origem vegetal, que apresenta propriedades biológicas quando utilizadas pelo homem e outros animais. Entretanto, poucos trabalhos relatam o uso da própolis na dieta de abelhas Apis mellifera africanizadas..
Objetivos
Diante do exposto, o trabalho teve como objetivo verificar se o consumo de própolis, na forma de extrato hidroalcoólico, influencia na mortalidade de abelhas Apis mellifera submetidas a diferentes concentrações do inseticida fipronil.
Material e Métodos
O experimento foi realizado no Setor de Apicultura da UNESP, Campus de Botucatu e foram utilizadas abelhas recém emergidas para os ensaios. A toxicidade do fipronil (DL50%) foi avaliada por meio de testes de ingestão de alimento contaminado, com diferentes concentrações das formulações comerciais do agroquímico. Os testes foram realizados em triplicata e a mortalidade das abelhas registrada durante os testes de toxicidade foi utilizada para os cálculos da DL50%, por meio da análise de Probit. Após a determinação da DL50%, as abelhas recém emergidas receberam própolis na alimentação (0; 0,25; 0,5 e 1% de extrato hidroalcoólico, utilizando-se mel como veículo) e etanol 70% (1%, para verificar um possível efeito do
álcool nos resultados), em dois momentos: com 01 e 03 dias de vida, em condições de laboratório.
Resultados e Discussão
Os valores de DL50% de ingestão para abelhas recém-emergidas foi de 0,004±0,0005 µg/abelha.
Entretanto, nos testes de efeito da própolis na mortalidade das abelhas expostas a DL50% do fipronil, não foram observados resultados conclusivos, possivelmente devido ao fato dos valores de DL50% poderem sofrer variações em função da idade das abelhas, espécie e fatores genéticos. Sendo assim, torna-se importante à determinação desses valores para conhecimento da toxicidade e maior controle no uso dessas substâncias, visando reduzir os prejuízos aos polinizadores1.
Conclusões
Considerando que os agroquímicos são considerados altamente tóxicos quando possuem valor de DL50% inferior a 2,0 µg/abelha2, pode-se concluir que o fipronil apresenta toxicidade elevada para as abelhas recém emergidas.
Agradecimentos
PIBIC - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
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1PEREIRA, A.M. Efeitos de inseticidas na sobrevivência e no comportamento de abelhas. 2010. 125 f. Tese (Doutorado) - Instituto de Biociências, Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2010.
2JOHANSEN, C.A.; MAYER, D.F. Pollinator protection: a bee &
pesticide handbook. 1.ed. Wicwas Press: Cheshire, 1990. 212p.
