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19º Seminário de Pesquisa/Seminário de iniciação científica-UNIANDRADE 2021

PRÉ-NATAL PSICOLÓGICO PARA GESTANTES COMO PREVENÇÃO AOS TRANSTORNOS PUERPERAIS

Larissa de Oliveira Camargo*, Maria Priscila Fraga*

Daniela Cichacewski Macedo**

*Discentes do curso de Psicologia no Centro Universitário Campos de Andrade- UNIANDRADE, Curitiba, Brasil*

**Docentes do curso de Psicologia no Centro Universitário Campos de Andrade- UNIANDRADE, Curitiba, Brasil**

e-mail: larissa_oliveiracaamargo@hotmail.com

Resumo: O período gestacional e puerperal propicia transformações de cunho fisiológico, psicológico, social e familiar. Podendo ser um gatilho para o desenvolvimento de transtornos puerperais, como a Melancolia, Depressão Pós-Parto, e Psicose Puerperal, que são considerados problemas de saúde pública de elevada prevalência. O Pré-natal Psicológico é uma técnica que busca promover o bem- estar e a saúde psicológica da mãe e do bebê e podem ser implementadas em equipes multidisciplinares. Este artigo tem o intuito de explicitar e descrever as intervenções da técnica de PNP, analisando na literatura se há indícios da eficácia desta ferramenta na prevenção de transtornos gravídico-puerperal. Trata- se de uma pesquisa de revisão de literatura de natureza qualitativa, descritiva exploratória e de revisão de literatura narrativa. Foram consultadas as bases de dados: SciELO, PePSIC, Redalyc, MEDLINE, LILACS e o Banco de teses e dissertações da CAPES, e busca pelo Google Acadêmico, considerando referências produzidas entre os anos 2000 e 2020 na língua portuguesa. Foi possível realizar o levantamento de indícios de que o PNP traz benefícios à gestante e é eficaz para na prevenção e minimização dos impactos em relação aos transtornos puerperais em dois dos artigos pesquisados. O período referido é

um momento que requer

acompanhamento.

Palavras-chave: Pré-natal Psicológico, Transtornos Puerperais, Psicologia Perinatal, Psicologia da Gravidez, Profilaxia.

Abstract: The gestational and puerperal period provides physiological, psychological, social and family changes.

It can be a trigger for the development of puerperal disorders, such as Melancholia, Postpartum Depression, and Puerperal Psychosis, which are considered highly prevalent public health problems.

Psychological prenatal care is a technique that seeks to promote the well-being and psychological health of the mother and baby and can be implemented in multidisciplinary teams. This article aims to explain and describe the interventions of the PNP technique, analyzing in the literature whether there is evidence of the effectiveness of this tool in the prevention of pregnancy-puerperal disorders. This is a qualitative, descriptive, exploratory, and narrative literature review research. The following databases were consulted:

SciELO, PePSIC, Redalyc, MEDLINE, LILACS and the CAPES theses and dissertations database, and Google Scholar was searched, considering references produced between 2000 and 2020 in Portuguese. It was possible to carry out a survey of evidence that the PNP brings benefits to pregnant women and is effective for the prevention and

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minimization of impacts in relation to puerperal disorders in two of the articles researched. The period referred to is a time that requires follow-up.

Keywords: Psychological Prenatal, Puerperal Disorders, Perinatal Psychology, Pregnancy Psychology, Prophylaxis.

INTRODUÇÃO

O período gestacional propicia transformações de cunho fisiológico, psicológico, social e familiar. Em relação aos aspectos psicológicos, ocorrem alterações emocionais como medo, culpa, ansiedade e sentimentos de ambivalência. Tais transformações, deixam a mulher suscetível a agravos de saúde, incluindo, a morbimortalidade materna, sendo, portanto, de extrema importância um acompanhamento preventivo. (FROTA et al., 2020, apud BOTELHO MN, et al., 2010; CORRÊA et al., 2017).

Essas alterações de ordem biopsicossocial contribuem para o desenvolvimento de transtornos puerperais, entre eles, a Depressão Pós- Parto (DPP), a tristeza materna (baby blues) e a Psicose Puerperal, consideradas, segundo Valença e Germano (2010) um problema de saúde pública de elevada prevalência. (FRIZZO e PICCININI, 2005; ROSENBERG, 2007).

No Brasil, o índice de baby blues acomete cerca de 80% das mulheres, a Psicose Puerperal cerca de 0,2%, e a Depressão Pós-Parto cerca de 12 a 39%, sendo a maior prevalência entre mulheres de classe socioeconômica baixa, que utilizam o Sistema Único de Saúde – SUS – como único meio de atendimento médico e psicológico. (IACONELLI, 2005;

LOBATO et al., 2011; MESTIERI et al.

2005; MARTINS et al. 2019).

É essencial, conforme dizem Mastellini e Silva (2012) que a avaliação da depressão no período gestacional seja precoce, pois, viabiliza as intervenções.

Entre as possibilidades, está o Pré-natal Psicológico (PNP), que é uma técnica psicoprofilática, passível de ser

“implementada por equipes multidisciplinares, em hospitais públicos e privados, clínicas da mulher e outros contextos assistenciais”, (ARRAIS;

ARAUJO; SCHIAVO, 2019, p. 31).

Assim, estudos como esse se fazem necessários, pois, o PNP ainda é pouco difundido – por se tratar de uma modalidade de intervenção recente.

(ARRAIS; CABRAL; MARTINS, 2012).

Além disso, agrega conhecimento e disseminação de conceitos e ideias que contribuem para a comunidade científica e social na prevenção de riscos, promoção da saúde e no bem-estar no ciclo gravídico-puerperal.

Posto isto, este artigo tem como objetivo, explicitar e descrever as intervenções da técnica de PNP, analisando na literatura se há indícios da eficácia desta ferramenta psicológica na prevenção de transtornos puerperais, tendo como base, uma investigação por meio da revisão bibliográfica.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva exploratória e de revisão de literatura narrativa. Foram consultadas as seguintes bases de dados: SciELO, PePSIC, Redalyc, MEDLINE, LILACS e o Banco de teses e dissertações da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), além da ferramenta de busca Google Acadêmico com os descritores: Depressão Pós-Parto, Depressão Puerperal, Transtornos Puerperais e as palavras-chave: Pré-natal Psicológico, Psicologia da Gestação, Psicologia da Gravidez e Atuação do psicólogo no Pré-natal Psicológico, a partir do operador de busca “AND”.

RESULTADOS

Os resultados evidenciam que o PNP proporciona maior preparo

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psicológico para enfrentamento da gestação e puerpério, de modo a prevenir ou minimizar os impactos de transtornos puerperais. Apesar da sua importância, Almeida e Arrais (2016, p. 254) relatam que é “uma modalidade de atendimento raramente encontrada em serviços de obstetrícia” (ALMEIDA e ARRAIS, 2016, p.

254). Reconhecendo a necessidade de atendimento psicológico para as gestantes, foi apresentado em 2020 à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4432/20 que tem o intuito de tornar obrigatório o atendimento psicológico e/ou psiquiátrico para gestantes que realizam acompanhamento gestacional nas unidades do SUS. O projeto está em tramitação e caso seja sancionado, os atendimentos deverão ser oferecidos tanto na gestação quanto no pós-parto (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2020).

Com intuito de executar um levantamento de dados sobre os locais que já realizam o PNP como técnica de atendimento à gestante, ou algum modelo de atendimento psicológico a esse público, foi realizado uma pesquisa nos os estados brasileiros.

Foi possível verificar apenas 12,5%

dos locais utilizam a técnica de PNP, confirmando o que dizem Arrais, Cabral e Martins (2012) sobre o PNP ser pouco difundido. Além disso, os atendimentos são realizados em maioria (58,3%) no formato individual, o que não proporciona troca de conhecimentos e experiências entre gestantes (vantagens proporcionadas nos atendimentos grupais).

Segundo dados publicados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil ultrapassou a marca de 213 milhões de habitantes em 2021, sendo esses, distribuídos nas 5570 cidades dos 26 estados brasileiros. Foi possível levantar que apenas 24 cidades disponibilizam algum modelo de atendimento psicológico para gestantes, dentre eles, 62,5% são em instituições privadas.

Esses resultados comprovam o que afirmam os autores Salvador e Gomes (2020) sobre, apesar de existirem programas governamentais que ofereçam apoio à gestante e a puérpera, na prática, não há um atendimento à totalidade.

CONCLUSÃO

A partir da pesquisa realizada, foi possível identificar evidências da eficácia do PNP na prevenção ou minimização dos impactos em relação aos transtornos puerperais. Além disso, a técnica é passível de ser “implementada por equipes multidisciplinares, em hospitais públicos e privados, clínicas da mulher e outros contextos assistenciais”, devido ao seu baixo custo (ARRAIS, ARAUJO e SCHIAVO, 2019, p. 31).

Contudo, para finalidade de comprovação, é necessário a aplicação da técnica em maior escala realizando o comparativo dos resultados. Em vista dos resultados obtidos, é importante considerar a realização de outros estudos de campo sobre esta temática, com a possibilidade de implementação de pesquisas desta natureza em universidades de forma gratuita, a fim de maior alcance da população, bem como, a disseminação dessa área de atuação entre os acadêmicos.

Foram encontrados indícios de diminuição do desenvolvimento de DPP a partir da aplicação da modalidade de pré- natal psicológico. O objetivo deste estudo foi alcançado. Vale ressaltar que se aponta para a necessidade de estudos mais substanciais e que abarquem um maior número de percipientes, assim como, outras intercorrências psicológicas puerperais como a exemplo o baby blues.

Assim, pode-se afirmar que esse estudo contribuiu para o levantamento de dados importantes que constituem o período gestacional e puerperal, como as possibilidades de prevenção e tratamentos das possíveis intercorrências psicológicas decorrentes desse momento

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de vida da mulher, entre eles: o levantamento de quais transtornos são mais recorrentes neste período, os fatores de risco, possíveis consequências dos transtornos para saúde materna e infantil e benefícios da técnica de PNP, e a evidência da importância deste trabalho através de um profissional qualificado.

Portanto, não foram obtidos todos os resultados esperados por falta de conteúdo sobre a eficácia do PNP para prevenir transtornos puerperais. Para tal, é necessário a realização de mais pesquisas de campo frente a temática, bem como, maior atenção para a saúde psicológica da mulher, uma vez que, os índices são altos.

Referências

ARRAIS, Alessandra; DE ARAUJO, Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira; DE ALMEIDA SCHIAVO, Rafaela. Depressão e ansiedade gestacionais relacionadas à depressão pós-parto e o papel preventivo do pré-natal psicológico. Revista Psicologia e Saúde, 2019, 11.2: 23-34.

ARRAIS, Alessandra; CABRAL, Daniela Silva Rodrigues; DE FARIA MARTINS, Maria Helena. Grupo de pré-natal psicológico: avaliação de programa de intervenção junto a gestantes. Encontro:

Revista de Psicologia, 2012, 15.22: 53-76.

ALMEIDA, Natália Maria de Castro;

ARRAIS, Alessandra da Rocha. O pré- natal psicológico como programa de prevenção à depressão pós- parto. Psicologia: Ciência e Profissão, v.

36, p. 847-863, 2016.

CORRÊA, Maria Suely Medeiros et al.

Acolhimento no cuidado à saúde da mulher no puerpério. Cadernos de saúde pública, v. 33, 2017.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto Prevê Atendimento Psicológico Obrigatório Para Grávidas no SUS.

Brasília: 2018. Disponível em:

https://www.camara.leg.br/noticias/689925 -projeto-preve-atendimento-psicologico- obrigatorio-para-gravidas-no-sus/. Acesso em: 03/10/2021

FRIZZO, Giana Bitencourt; PICCININI, Cesar Augusto. Interação mãe-bebê em contexto de depressão materna:

aspectos teóricos e

empíricos. Psicologia em Estudo, 2005, 10.1: 47-55.

FROTA, C. A., de ARAÚJO BATISTA, C., do NASCIMENTO PEREIRA, R. I., CARVALHO, A. P. C., CAVALCANTE, G. L. F., de AGUIAR LIMA, S. V., ... &

da SILVA SANTOS, F. A. (2020). A transição emocional materna no período puerperal associada aos transtornos psicológicos como a depressão pós-parto. Revista Eletrônica Acervo Saúde, (48), e3237- e3237.

IACONELLI, Vera. Depressão pós- parto, psicose pós-parto e tristeza materna. Revista pediatria moderna, 2005, 41.4: 1-6.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE

GEOGRAFIA E

ESTATÍSTICA. Censos 2021.

Projeção da População. Rio de Janeiro: IBGE, 2021. Disponível em:https://www.ibge.gov.br/apps/popul acao/projecao/box_popclock.prhp.

Acesso em: 16/10/2021.

LOBATO, Gustavo; MORAES, Claudia L.; REICHENHEIM, Michael E.

Magnitude da depressão pós-parto no

Brasil: uma revisão

sistemática. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 2011, 11: 369- 379.

MESTIERI, Luiz Henrique Mazzonetto; MENEGUETTE, Renata Ipólito; MENEGUETTE, Cícero.

Estado puerperal. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, 2005, 7.1: 5-10.

SALVADOR, Ester Luana Costa João;

GOMES, Karin Martins. FATORES PSICOSSOCIAIS ASSOCIADOS AO PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL DA MULHER: UMA REVISÃO NÃO SISTEMÁTICA. Revista de Iniciação Científica, 2021, 18.1: 54-64.

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