XXXI Congresso de Iniciação Científica
Efeito da termoterapia e uso de própolis para controle da Alternaria brassicicola em sementes de couve
Laura Zanelatti Piacenti, Antonio Ismael Inacio Cardoso, Adriana Zanin Kronka, Priscilla Rugani Lino, Botucatu, Faculdade de Ciências Agronômicas, Engenharia Agronômica, laurazpiacenti@gmail.com, PIBIC/CNPq.
Palavras Chave: Brassica oleracea var. acephala, tratamentos alternativos, tratamento térmico
Introdução
Tem-se observado aumento pela procura por hortaliças produzidas no sistema orgânico. Dentre as hortaliças produzidas neste sistema, destacam- se as brássicas, sendo a couve de folhas (Brassica oleracea var. acephala) uma importante representante deste grupo. Nestas, um dos patógenos de grande importância é a Alternaria brassicicola, causadora da mancha de alternaria. No sistema de produção orgânico não é permitido o uso de agroquímicos, tanto na fase de produção no campo quanto no tratamento de sementes. Com isso, surge a necessidade de estudos do controle de doenças transmitidas por sementes no sistema orgânico, para conter a transmissão do patógeno, preservar a sanidade das sementes, sem prejudicar a qualidade fisiológica do lote. Dentre os métodos permitidos nesse sistema existem a termoterapia e o própolis.
Objetivo
Este estudo tem como objetivo avaliar o efeito do tratamento térmico e com própolis sobre o controle da Alternaria brassicicola em sementes de couve.
Material e Métodos
Foram avaliados seis tratamentos: termoterapia úmida a 50°C com imersão de 60 minutos e a 55°C com imersão de 15 minutos, tratamento com própolis, na concentração de 1,0%, com e sem lavagem após o tratamento, além da testemunha inoculada com o patógeno sem tratamento e testemunha sem inoculação e sem tratamento. Para inoculação foi utilizado o método de restrição hídrica a partir de discos de colônia pura de A. brassicicola, baseado na metodologia de Pedroso (2009) ¹. Após a inoculação e tratamento foi avaliada a incidência do fungo nas sementes, com o método do papel de filtro (“blotter test”). Foram quatro repetições, com 25 sementes cada. Também foi avaliada a germinação das sementes de acordo com as regras de análise de sementes, exceto para o tratamento com própolis com lavagem após o tratamento por não proporcionar controle do patógeno.
Resultados e Discussão
Observou-se que a termoterapia, em ambos os tratamentos, 50ºC por 60 minutos e 55ºC por 15 minutos, foi eficiente no controle do patógeno, visto que reduziu a incidência do fungo para uma média semelhante a testemunha não inoculada.
O tratamento com própolis a 1,0% sem lavagem reduziu pela metade a incidência do patógeno, enquanto o tratamento com própolis a 1,0% com lavagem não controlou a A. brassicicola.
Apenas o tratamento com inoculação e sem tratamento apresentou germinação inferior à testemunha.
Tabela 1. Incidência de A. brassicicola (IncAb) nas sementes e germinação (G) após diferentes tratamentos em sementes de couve. Botucatu, 2019.
Tratamentos IncAb (%) G (%)
50ºC/60 min 0,80 a 74,4 a 55ºC/15 min 0,80 a 85,6 a Testemunha 0,80 a 89,2 a 1,0% sem lavagem 43,20 b 84,4 a 1,0% com lavagem 88,00 c - - - Testemunha inoculada 92,00 c 53,2 b Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.
Conclusões
Os tratamentos com termoterapia foram eficientes no controle da A. brassicicola em sementes de couve sem prejudicar a germinação das sementes.
O tratamento com própolis a 1,0% não foi plenamente eficiente no controle do patógeno nas sementes.
Agradecimentos
A todos que me auxiliaram durante o desenvolvimento do trabalho e a PIBIC/CNPq.
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¹ Pedroso, D.C. Associação de Alternaria spp. com sementes de apiáceas: métodos de inoculação e influência na qualidade fisiológica. 2009. 121f. Dissertação (mestrado em Agronomia) – Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais, RS, 2009.
