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Combate a pobreza: uma análise do imposto de renda negativo e algumas considerações sobre sua viabilidade no caso brasileiro

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Academic year: 2017

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ra coa.tituida do. prof ••• or •• 30 •• Lui. C.rvalho (Ph.D. p.la

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d. Chic.go, USA),

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3alio d. Al •• i.a S.aaa (Ph.D. p.la Uaiv.

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30ha Bopkia., VSA) e Aatoaio C.rlo. Brag. L._grub.r (Ph.D. p.laBaiv.

d. Virginia, USA), t •• do obtido d ••••• prof ••• or •• , co.o ••• i .

a-rit.étic., o grau ou DOt. 8,33 (oito poato. e triata • tr •• c.ate.!

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B. coa •• quiaci. ••••• aprovaçÃo uaâ.i.. • DO.

t.rao..

p.r. o • •

f.ito. do D.cr.to-Lei D9 464, d. 11 •• f.ver.iro 4. 1969 •

obt.v. o tItulo d. -M •• tre em Bcoao.ia-, cujo Diplo.a e •• ora

ofi-cill •• at • •

xp •• ido • r.gi.tr •• o D •• t. E.cola .ob o a9 L.D./0038/77.

aio d. 3aa.iro, 17 • • • •

io d. 1977

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"-tI.,.

~o

.i.

Oliv.ira

(3)

lImo. Sr.

Dr. Jessé Montello

Subdiretor de Ensino da EPGE

Senhor Subdiretor de Ensino,

Após analisar o trabalho do aluno Uriel

de Magalhães, intitulado "Combate

à

Pobreza: Uma Análi

se do Imposto de Renda Negativo e Algumas Considerações

sobre sua Viabilidade no Caso Brasileiro", considero-o

aprovado como dissertação de mestrado, conferindo-lhe

o grau 8 (oi to) .

A-4 Formato Internacional 210x297mm

Atenciosa nte,

(4)

gumas Considerações sobre sua viabilidade no caso brasileiro!

Por Uriel de Magalhães

(Maio 1977)

Laudo do Professor Antonio Carlos Lemgruber.

Tendo sido designado pela Direção de Ensino da EPGE para

constituir a banca examinadora de julgamento da Tese de mestrado

do economista Uriel de Magalhães, emito o meu parecer no

sentido

de que a Tese deve ser aprovada. Atribuo grau 9 (nove) ao trabalho.

Trata-se de uma dissertação de caráter

des~tivo,

relacio-nada aos planos de "Taxação negativa", contendo discussões a

res-peito dos métodos de financiamento dos planos e também simulações

para o caso brasileiro. Na minha opinião, a boa qualidade do

tra-balho descútivo sobre os planos de Transferências e os

interessan-tes resultados empíricos simulados para o Brasil justificam a

apro-vação da Tese com grau

9

(nove).

Antonio Carlos

(5)

Atendendo ao Artigo 16, parágrafo 29, do

Regu-lamento Interno do Curso de Mestrado desta EPGE, como membro

da Banca Examinadora instituída para examinar a Dissertação

de Mestrado em Economia, submetida

à

EPGE por Uriel de

Maga-lhães, sob o título "COMBATE Â POBREZA: UMA ANÁLISE DO

IMPOS-TO DE RENDA NEGATIVO E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA

VIABI-LIDADE NO CASO BRASILEIRO", apresento o seguinte parecer.

Tendo em vista:

a) que a Dissertação constitui importante estudo sobre as

dificuldades envolvidas na implantação de um sistem3. de

imposto de renda negativo, podendo servir como

refeD§n-cia básica, no futuro, caso se pretenda adotar esse

sis-tema no Brasil; e

(6)

da Teoria Econômica,

recomendo a aprovaçao da referida Dissertação, com grau 8

(oito).

Rio de Janeiro, 16 de maio de 1977

. ÇA-;;

~i

/J~~Á

(7)

COMBATE

A

POBREZA: UMA ANALISE DO IMPOSTO DE RENDA NEGATIVO E

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA VIABILIDADE NO CASO BRASILEIRO

OISSERTAÇÃO SUBMETIDA

A

CONGREGAÇÃO DA

ESCOLA DE PCS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA (EPGE)

DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA

PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE EM ECONOMIA

POR /

URIEL DE MAGALHÃES

RIO DE JANEIRO, RJ

(8)

Agradecimentos • • . . • • . . . • . . . • • . . . • . . . • . . . • . . . • i

Lista de Tabelas • . • . . . • . . . • . . . • . . . • . • . . • . . i i

Lista de Gráficos . • . . • . . . . • . . • . . . • . . . . • . . • . i i i

Introdução

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.

I

Capítulo I - Aspectos Fundamentais dos Planos de

Trans-ferências Via Imposto de Renda .. . . 4

Capítulo 11 - Aspectos Fundamentais na Elaboração de

Planos de "Taxação Negativa" . • . . . • . . 32

I - Três Critérios para Escolha dos

Ní-veis de Renda Críticos • . . . 37

2 - Custo Bruto e Custo Líquido de um

Plano Tipo "Dividendo Social" . • . . . . 47

Capítulo 111 - Problemas de Ordem "Técnica" • . . . 53

Capítulo IV - Efeitos da Taxação Negativa Sobre a

O-ferta de Trabalho e a Dimensão da

Famí-lia 62

I - Efeitos Sobre a Oferta de Trabalho . 62

2 - Efeitos Sobre a FeeU~idade •. . . 76

Capítulo V - O Financiamento do Plano . . . 86

I - Aspectos Gerais

2 - O Financiamento de Um Plano de

Taxa-ção Negativa num País em

(9)

zação do Próprio Imposto Sobre

a Renda como Forma de

pagamen-to . . . 92

2.2 - 'Mecanismos Alternativos de

Fi-nanciamento de um Plano de

Ta-xaçao Negativa . . . • . . . 105

CapItulo V - Simulações para o Caso Brasileiro •. ~... 109

Conclusão . . . 122

Apêndice A

Apêndice B

...

~_

... .

127

143

(10)

Agradeço os comentários recebidos, em versoes

-preliminares deste trabalho, por parte dos professores José

Luiz Carvalho, Antônio Carlos Lemgruber, José Júlio Senna e

Paulo Neuhaus.

Rio de Janeiro, 20 de maio de 1977

(11)

Tabela 1.1

Tabela 11.1

Tabela 11.2

Tabela IV.l

Tabela V.l

Tabela V.2

Tabela VI.l

Tabela VI.2

Tabela VI.3

Tabela VI.4

Tabela A.l

Tabela B.l

Tabela B.2

(12)

Gráfico

1.1

Gráfico

1.2

Gráfico

11.1

Gráfico

11.2

Gráfico

11.3

Gráfico

IV.1

Gráfico

IV.2

Gráfico

VI.1

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i;i.i

22

28

33

44

50

65

72

(13)

refa prioritária - quanto mais nao seja porque

à

pobreza se

associam diversos fatores de ineficiência, no sentido

econo-mico mais restrito. A ela se associam um baixo nível de ~

sau-de e nutrição, alta fecundidasau-de bem como um nível

educacio-nal e de informação precários. Um plano de taxação negativa

da renda, embora com a preocupaçao básica de garantir um

vel mínimo de consumo ao indivíduo é, também, um efetivo

in-vestimento - sobretudo quando boa parte da população atingida

situe-se em faixas etárias que lhes permitam contemplar

me-lhorias de seu potencial de trabalho, quer via sistema

educa-cional, quer via aperfeiçoamento no próprio mercado (uma vez

que a implantação do plano passe a tornar possível a

efetiva-çao de aspirações dessa natureza).

Na realidade, os planos de taxação negativa

(14)

pareceram como medida de superar apenas os "focos" de pobreza

(aproximadamente 10-20% da população total) nos países

desen-volvidos. Certamente que, mesmo para países mais pobres, em

crescimento acelerado, o custo, mesmo dos esquemas mais

~s-tos, poderia ser proibitivo - além dos problemas típicos de

falta de cadastramento detalhado da população (sobretudo a do

meio rural), dificultando muito a tarefa de implementação

e-ficiente de um plano desta ordem. No entanto, pareceu-nos

re-levante a abordagem do tema, mesmo que, para efeito da

reali-dade brasileira, reste apenas um interesse de caráter

pros-pectivo.

Este trabalho procura constituir-se num suma-

-rio dos principais tópicos de discussão relacionados aos

pla-nos de taxação negativa da renda. Os quatro primeiros

capítu-los estão voltados para este objetivo. O capítulo

v,

além de

abordar, sob o ponto de vista teórico, o problema do

f~ia-mento dos planos, procura, também, direcionar a atenção para

o caso brasileiro. Procuramos apresentar uma síntese dos

(15)

de forma a deixar claro que um plano de taxação negativa nao

pretende, salvo quanto a opçoes extremadas (vide capítulo

X),

alterar fundamentalmente a distribuição de renda, mas, sim,

procurar atingir os efetivamente pobres, em seu contexto

só-cio-econômico específico. O capítulo VI procura, apenas

àgui-sa de referência, estimar custos e benefícios de esquemas

al-ternativos de taxação negativa, utilizando-se os dados do~

(16)

VIA Ir1POSTO DE RENDA

Um dos primeiros casos que poderíamos citar,

quanto a idéia de se garantir uma certa renda para todas as

famílias ou pessoas cuja renda de esforço próprio estivesse

abaixo de determinado nível, é o chamado "Sistana Speenhamland" ,

inaugurado no Condado de Berkshire, em l795,e copiado

larga-mente por toda Inglaterra, nos anos seguintes. O Sistema

Speenhamland fixava uma escala de auxílios proporcionais ao

preço do trigo e ao tamanho da família do candidato. Os

auxí-lios eram oferecidos a todos os trabalhadores cujos salários

fossem insuficientes para prover sua subsistência. No

entan-to, este sistema criou um incentivo para que os empregadores

reduzissem os salários e, cada vez mais, atirassem o custo de

~ubsistência de um trabalhador sobre os contribuintes do

(17)

to

à

praticabilidade de qualquer plano que estabeleça uma ~

da mínima para todos os indivíduos.

Após essa tentativa frustrada, um sistema de

renda mínima garantida, corno proposta prática dentro do

con-texto do sistema capitalista, parece ter desaparecido até,

aproximadamente, a época da 2a. Guerra Mundial. Não que a

i-déia tenha morrido. Porém, para todos os fins práticos, as

propostas e programas subsequentes, defendidos pelos

planeja-dores e reformaplaneja-dores sociais do Ocidente foram mais Lrnútados,

e se concentraram sobretudo nos problemas criados pela

socie-dade industrial. Quando a proposta de renda mínima garantida

apareceu, novamente, foi sob a forma intimamente ligada com

o sistema de imposto sobre a renda. E~ assim que,

"seja qual for a origem mais remota que o sistem.3. de

de transferências via taxação negativa possa ter

tido, sua história efetivamente começa com as

mu-danças deflagradas pela Grande Depressão dos anos

1930 e com a 2a. Guerra Mundial" (Green, 1967, p.

(18)

Durante a 2a. Guerra Mundial, Lady Juliette E.

Rhys-Williams propôs um sistema de seguro social, que

inclui-ria todo e qualquer indivíduo. Em síntese, o esquema

consis-tiria de uma fusão entre o sistema de seguro social (conforme

existente na Inglaterra) e o sistema de taxação de renda. De

acordo com este plano, todos os serviços de bem-estar social

operados pelo Estado deveriam ser combinados num único

siste-ma, com benefícios pagáveis a todos os indivíduos, e nao

ape-nas àqueles que necessitassem de ajuda (inválidos, velhos e

outros). Aqueles que estivessem empregados e gozando de boa

saúde deveriam receber benefícios da mesma forma que os

desem-pregados e os doentes os recebiam. Note-se, entretanto, que

Lady Rhys-Williams teria excluído de seu esquema os

desempre-gados saos que se recusassem a aceitar ocupaçoes que lhes

fossem oferecidas.

No esquema Rhys-Williams, um "dividendo social"

seria pago, semanalmente, a todo e qualquer homem, mulher ou

(19)

i-dade. O dividendo social nao seria financiado por uma

sobre-taxa paga pelos empregados, mas, sim, por um imposto

propor-cional sobre toda renda - o que, naquela época, teria exigido

uma taxa próxima de 40%. Uma sobretaxa, incidindo sobre as

rendas acima de 600 libras, levantaria os fundos necessários

para financiar outros gastos do Governo. Este enfoque sobre

duas taxas reflete uma hipótese subjacente

à

proposta de Lady

Rhys-Williams - de que a relação entre o cidadão e o Estado

fundamenta-se em duas partes, que deveriam ser distinguidas una

da outra, do ponto de vista financeiro. Por um lado, temos os

pagamentos que a sociedade deve fazer pelos serviços

presta-dos pelo Governo tais como justiça, manutenção da ordem,

de-fesa, administração governamental, obras públicas, bem como

para com o débi to nacional. Por outro lado, temos os "serviços

sociais". Na época em que o plano Rhys-Williams foi proposto,

benefícios do tipo "salário-família" estavam sendo seriamente

~onsiderados pelo governo britânico (sendo, inclusive,

adota-dos, mais tarde). ( I ) O esquema de "dividendo social" de

La-r

I ) Para um excelente resumo do esquema de funcionamento da previdência

(20)

racterística em comum: os pagamentos são feitos às famílias,

independentemente da renda familiar. Diferem, no entanto,

quando observamos que o "dividendo social" é concedido a

to-das as famílias e indivíduos, ao passo que o "salário- família"

se restringe às famílias com filhos. Diferem, ainda, no

sen-tido de que o plano Rhy-Williams explicitamente associa o

sistema de bem-estar social ao sistema fiscal. Ao ajustar o

sistema fiscal de forma a incluir pagamentos diretos a

famí-lias, o plano Rhys-Williams implicava em impostos negativos e

positivos, simultaneamente.

o

conceito de "dividendo social", para Lady

Rhys- Williams é do tipo que, ao longo deste trabalho,

chama-remos "taxação do tipo dividendo social" - que poderia ser

definida como um sistema de transferências via imposto no

qual cada família começa o ano com uma certa renda garantida

pelo Governo. Esta garantia pode tomar duas formas: i} A

famí-lia receberá pagamentos em moeda corrente, em um determinado

montante, a intervalos regulares durante o ano; ii} Ao final

(21)

pela família ao se calcular o pagamento "líquido" de imposto

a ser feito pela família. A essência da taxação do tipo

divi-dendo social é que esta combina taxas negativas e positivas,

de forma a criar um "piso" sob a renda de todas as famílias.

Requer, sem dúvida, que o sistema fiscal arrecade os fundos

para financiar nao só a renda mínima garantida para bXbs,

co-mo também para financiar os demais serviços pÚblicos.

Na verdade, a proposta feita por Lady

Rhys--Williams nunca atraiu muito a atenção e o apoio de seus

cem-patriotas, ou, mesmo, de outras naçoes - apesar da inegável

~

simplicidade (no bom sentido) de seu enfoque quanto a guerra

à

pobreza - talvez pela própria interpretação excessivamente

ampla do termo.

Urna das formas de se evitar o custo

necessaria-mente muito elevado de um plano do tipo "dividendo social",

sem criar maiores desincentivos ao trabalho, é restringir os

programas aos efetivamente pobres, e preencher, ainda assim,

apenas parte do "gap" entre suas rendas e o nível arbitrado

(22)

Os principais defensores de um sistema de

im-posto de renda negativo, nos Estados Unidos, sao Milton

Fried-man e Robert

J.

Lampman. No entanto, nao sao eles os únicos

economistas norte-americanos que sugeriram que se extenda as

taxas do imposto de renda a níveis negativos, com o objetivo

de que se faça o pagamento de um "imposto devido" negativo (ou

transferência) às famílias de baixa renda.

Todos os planos de transferência via imposto

contêm três variáveis básicas:

i) Um nível de renda mínimo, garantido, que varia de

a-cordo com o tamanho da família ou sua composição (ou ambos) i

ii) Uma alíquota (ou várias) de imposto, incidente sobre

a "base" do imposto i

iii) Um nível de renda "crítico", onde o imposto devido se

iguala ao "benefício" garantido.

Observe-se desde já que, arbitrados os valores

de duas quaisquer destas variáveis, o valor da terceira fica

necessariamente determinado. E~ exatamente esta relação

(23)

política empreendida - conflito esse inerente a qualquer

pla-no de taxação negativa. Pode-se detetar facilmente as áreas

potenciais de conflito entre as três variáveis básicas. Os

es-quemas que estabelecem um nível adequado de renda para os

in-divíduos de renda muito baixa, particularmente para aqueles

dentro da força de trabalho, podem criar um desincentivo ao

trabalho i além do fato de que um esquema com ambiciosos

obje-tivos redistribuobje-tivos pode gerar problemas de financiamento

considerados proibitivos. Por outro lado, caso um nível

dema-siadamente elevado dos "benefícios ", bem como sérios

desincen-tivos ao trabalho, venham a ser evitados, teremos um nível de

renda mínimo (garantido) certamente inferior

à

"linha de

po-breza ".

Já que os pontos essenciais de um sistema de

transferências via imposto podem ser sintetizados nessas três

variáveis, é fácil entender porque não há, em princípio,

di-ferença alguma entre o plano de Lady Rhys-Williams (tipo

"di-videndo social"), os planos de Lampman ou Friedman .do tipo

(24)

meio--termo entre os dois tipos. A única diferença importante

en-tre esses planos reside na magnitude da renda mínima

garanti-da, no nível da alíquota do imposto e no ponto representativo

do nível de renda "crítico". ( 1 )

Assim é que todos os esquemas do tipo

"dividen-do social" começam com a escolha de um nível de renda mínimo

garantido (que varia com o tamanho da família), bem como a

escolha de uma alíquota de imposto que "financiará" o plano.

Essas duas escolhas determinam, automaticamente, a magnitude

da terceira variável, o nível de renda "crítico". Em termos

algébricos simples:

= R

onde:

Y

g

=

renda mímina garantida;

t

s = alíquota do imposto tipo "dividendo social";

R

=

nível de renda "crítico" - ou melhor, o nível de

( I )

(25)

renda ( 1 ) ao qual o "beneficio liquido" ( 2) i

reduzido a zero;

Vemos, pois, que um esquema do tipo "dividendo

social" caracteriza-se por uma ênfase sobre uma renda mínima

garantida, bem como sobre um sistema de tributação que reduza

a "garantia" a zero, em algum ponto. Isto i válido, FOr

exem-pIo, no que diz respeito ao plano Tobin, o qual se diferencia

de um esquema "dividendo social" unicamente por suas

propor-çoes mais modestas e pelo fato de nao especificar,

claramen-te, como o custo do plano seria financiado. E- válido, ainda,

para esquemas do tipo "cridito fiscal", onde se converteriam

as isenções pessoais, presentes nos sistemas fiscais comuns,

num "cridito" financiado por um imposto sobre a renda. Este

último caso poderia ser melhor compreendido, talvez, atravis

de sua ilustração pela seguinte fórmula:

onde:

("1 )

( 2 )

"Renda" = Renda familiar, excluindo o benefício.

"Benefício líquido"

=

Benefício garantido - Imposto devido sobre

"Renda".

(26)

t

p

=

alíquota positiva de imposto;

T

=

imposto "líquido" a ser pago (ou recebido);

Y

=

renda bruta (excluindo o "cr~dito").

Ora, T será negativo quando (Y . t ) for

me-p

nor que o "cr~dito fiscal", e positivo caso contrário. O

vel "crítico" de renda, i.e., aquele para o qual o imposto

"líquido" ~ reduzido a zero será aquele para o qual (Y.t }=C.

P

Note-se que o "crédito fiscal" dado a cada indivíduo que seja

coberto pelo esquema tende a estar muito abaixo do nível das

transferências que seriam necessárias para eliminar o "gap"

de pobreza - no sentido da diferença entre o nível de renda

do indivíduo antes do novo esquema e alguma definição de

"po-breza" geralmente aceita.

A ênfase dos esquemas do tipo "imposto de

ren-da negativo"

é

um pouco diferente. Um nível de renda

"críti-co"

é

determinado, antes de tudo. No caso do plano Friedman,

o nlvel de renda "crítico" é o valor das isenç6es e deduç6es

permitidas a uma família; no plano Lampman,

é

a "linha de

(27)

vel "crítico" de renda com um sistema com alíquota "negativa",

gerando um nível de renda mínimo, garantido. Poderíamos

ilus-trar a equaçao para um "imposto de renda negativo" da

seguin-te forma:

onde:

ou

y

9

R

=

t n

tn

=

alíquota ( s ) do "imposto negativo";

R, Y = idem em relação ao esquema do tipo "dividendo

so-g

cial"

Assim é que a ênfase, aqui, é sobre o nível

"crítico" de renda, bem como sobre a renda mínima garantida.

Como sub-produto determina-se a alíquota do "imposto negativo".

Na verdade, é difícil dizer se os idealizadores de um plano

tipo "imposto de renda negativo", após terem escolhido um

ní-vel "crítico" de renda, colocam mais ênfase na alíquota ou na

(28)

A base do imposto,

à

primeira vista, parece que

diferenciaria um esquema do tipo "imposto de renda negativo"

de um outro do tipo "dividendo social" ou do tipo do plan:>

'lb-bin. No primeiro caso, a base do imposto é o hiato entre

al-gum "padrão" - como o valor das isenções e deduções-padrão

mí-nimas permitidas a uma família, ou, a "linha de pobreza" da

família - e a própria renda familiar. Nos outros dois casos,

a base do imposto é a renda familiar antes do "benefício". Na

verdade, porém, esta diferença é apenas aparente. Por e~lo,

é fácil mostrar que um plano tipo "imposto de renda negativo"

que elimine x% do "gap" entre a renda familiar e a "linha de

pobreza" equivale a um plano que "garanta" uma renda

mínima

de

x% da "linha de pobreza" da família e, simultaneamente, taxe

a renda familiar em x%. Isto poderia ser ilustrado conforme

a Tabela abaixo.

o

primeiro plano apresenta um caso típico de

"imposto de renda negativo", com uma alíquota de 40%

inciden-te sobre o "gap" entre a renda familiar e sua "linha de

(29)

míni-TABELA 1.1

EQUIVALt:NCIA ENTRE UM PLANO DO TIPO "IMPOSTO DE RENDA

NEGATI-VO" E UM PLANO DO TIPO "DIVIDENDO SOCIAL"

RENDA FAMILIAR ANI'ES 00 "BENEFICIO"

TIPO DE PLANO (em u.m.)

O 500 1.000 2.000 3.000

"IMPOS'IO DE RENJ)i\ NEGA.TIVO"

1. "QU>" em Relação ao Nível

3.000 2.500 2.000 1.000 O

de Pobreza

2. "BENEFICIO", baseado em 1.200 1.000

800 400 O

40% do "GAP"

"DIVIDENIX> SOCIAL"

3. Renda MÍnima Garantida de

1.200 u.m. 1.200 1.200 1.200 1.200 1.200

(=40% do NtvEL DE POBREZA)

4. Imposto Devido, cx:m una. a- O 200 400 800 1.200

líqoota de 40%

5. "BENEFICIO" Líquido

1.200 1.000 800 400 O

( 3 - 4 )

(30)

.... ;'1

mas). O outro plano se assemelha a um do tipo "dividendo

so-cial", no sentido de que garante a uma família de 4 membros,

1.200 u.m. (40% de 3.000 u.m.) e taxa a renda familiar em 40%.

As linhas ( 2 ) e ( 5 ) mostram que ambos os planos, dada a

renda familiar, produzem resultados idênticos.

A semelhança básica entre um plano do

tito

"im-posto de renda negativo" e um do tipo "dividendo social" pode

ser ilustrada, em termos algébricos, através da ~açao das

fórmulas de determinação do "benefício", se for o caso, a ser

recebido por uma família, dada sua renda familiar.

Assim, a equaçao para determinação do

"benefí-cio" num esquema do tipo "imposto de renda negativo" poderia

ser escrita da seguinte forma:

(R - Q) • t

=

A ( 1 )

Já a equaçao equivalente para o caso de

"divi-dento social" seria:

y - Q . t

=

A

(31)

onde:

Q

=

renda familiar das famílias cuja renda está abaixo

do nível "crítico";

A

=

"Benefício" líquido;

R, Y

g

=

conforme já definidas, neste capítulo;

t

=

alíquota do imposto.

ora, (R - Q) é a base de um "imposto de renda

negativo'; sobre a qual uma alíquota ( s ) t inclue (m) Q (renda

familiar) é a base de um esquema do tipo "dividendo social" •

o "benefício" bruto, num esquema deste último tipo, menos o

imposto (positivo) devido é (Y

g - Q.t), equivalente ao

"bene-fíCio1' líquido A. No entando, (Y

-g Q.t) pode ser reescrito

de tal forma que seja equivalente à fórmula relativa ao

"im-posto de renda negativo", através de uma simples substituição

algébrica:

Yg - Q . t

=

A

Yg / t

=

R, ou

(32)

y

=

R. t ( 3 ) g

(De acordo com a fórmula já explicitada neste

Capítulo) .

substituindo ( 2 ) em ( 3 ), vem:

A

+

Q . t

=

R. t

(R - Q) t = A ( 4 )

.

.

( 4 ) = ( I ) c.q.d.

Tendo em vista as variáveis básicas envolvidas,

apresentadas acima, passemos a uma análise das principais

propostas de planos do tipo "dividendo social" {Ayres e

Theo-bald) , "imposto de renda negativo" (Rolph, Friedman e Larrpnan)

e do tipo "misto" (Tobin).

Ayres (1967), pago 196-82, nao apresenta, na

verdade, um plano detalhado, porém enfatiza a relevância de

um plano do tipo "dividendo social" para uma naçao

(33)

recebimen-to, por parte de cada indivíduo, de uma mesma "renda básica",

independente da ocupaçao deste, exatamente suficiente para

ar

brir o'mínimo necessário à subsistência". Os fundos para

le-var a cabo tal programa seriam levantados por um imposto

so-bre a renda ~recebida por toda a comunidade. Na verdade,

Ay-res observa que os contribuintes do imposto de renda costumam

receber um subsídio através de isenções para seus dependentes,

e que, entre deduções ou isenções de impostos e um pagamento

direto ao contribuinte há apenas uma pequena diferença ...

Parece-nos importante deixar explícita uma das

justificativas de Ayres, tipicamente "keynesiana" , para um

plano deste tipo:

" As atividades normais da comunidade co-mercial não geram uma demanda efetiva suficiente para absorver o crescente produto potencial da indústria au-tomatizada. Eis, pois, a necessidade para um corte de impostos, mesmo num período de relativa prosperidade.

Mas, obviamente, não podemos viver

indefi-nidamente às custas de redução nos impostos, e é

jus-tamente aqui que a "renda garantida" aparece. O que

precisamos é de algum artifício, que possa ser insti-tuído permanentemente corno uma característica regular da economia industrial, através do qual se possa fazer com que a demanda mantenha um ritmo compatível com uma oferta constantemente crescente."

Theobald (1967), pags. 93-106, também sugeriu

(34)

mínimo pré-determinado. Além disso, para minorar, de alguma

forma, o desincentivo potencial ao trabalho, ele propunha que

se adicionasse um "prêmio" no valor de uma certa percentagem

(baixa) dos ganhos do indivíduo.

Outros planos foram propostos, dentro desta

li-nha, sendo basicamente semelhantes, no sentido de que eles

ga-rantem a todos os cidadãos uma renda mínima, consistente com

com uma cesta de mercadorias indispensável

à

sobrevivência ~

cente. Já que a garantia de renda é dada a todos, o custo de

cada um dos programas propostos é muito alto. Em cada caso,

na verdade, as alíquotas médias de imposto sobre a renda

che-gariam até cerca de 40%.

Earl Rolph (1969), pags. 352-61, por exemplo,

antes mesmo de Friedman, já sugerira tal enfoque. Em seu

pla-no básico haveria um nível crítico de renda, para cada

lia, de acordo com o número de membros. A esse nível, a

famí-lia nem pagaria imposto nem receberia o subsídio. Acima

des-se nível, a família pagaria imposto (como antes já o fazia) e,

(35)

percenta-gem da diferença entre a renda familiar e o nível crítico,

se-ria recebido pela família.

Parece-nos importante sintetizar, aqui, alguns

dos argumentos de Rolph para tentar estabelecer até que ponto

se deveria proceder

à

redistribuição envolvida na adoção

de

um esquema desta natureza.

Corno nos diz Rolph, há benefícios substanciais

a serem atingidos, através da redistribuição, em

sociedades

afluentes ( .•• ).

"A IXilireza não

é

apenas repelente. E'"

tarrbérn

ine-ficiente" (196'9, pag.

3~5).

Esta ineficiência deriva, justamente, da

pre-sença do que pode ser chamado de "armadilha da pobreza".

o

valor da produtividade de um adulto depende

de sua habilidade e energia. Energia, em parte, depende

de

"inputs" de bens. Para alguns indivíduos, corno os já muito

i-dosos e totalmente incapacitados, o valor de sua

produtivida-de é zero, inprodutivida-depenprodutivida-dentemente do quanto consumam. Há,

porem,

...

(36)

produti-vos. são aprisionados na armadilha da pobreza caso seus meios

financeiros sejam insuficientes para garantir um nível de

"na-nutençãopessoal" que maximizaria o~valor de sua

produtivida-de.

o

Grãfico I . l ilustra a condição de "armadilha

de pobreza".

GAAFICO I . l

A "ARMADILHA DE POBREZA"

alor da Produtividade (em u.in.)

1

FCNI'E: Rolph (l96g) , pag. 357

2

Gastos Pessoais

(em u.m.)

Ao longo do eixo vertical, o valor da

(37)

mo-netárias ( u.m. ). Gastos Pessoais sao medidos ao longo do

ei-xo horizontal, em unidades monetárias, pressupondo-se dados

os preços dos diversos itens que compoem o orçamento f~liar.

Suponha-se que um indivíduo tenha um valor

pa-ra sua. produtividade de B E , quando seus gastos com

consu-o

o

mo próprio sao OE .

o

E~ possível que um consumo individual

tão baixo, seja resultante do fato de que o indivíduo tenha

que auxiliar outros membros da família, em suas necessidades.

Se lhe fosse concedido, via imposto de renda negativo, xu.m.

por período para que gastasse em consumo próprio, este

indi-víduo se .deslocaria para OE

l , e a melhora no seu vigor

físi-co, então resultante, faria com que o valor de sua

produtivi-dade passasse a ser BlEl. Neste ponto, ele estaria

satisfa-zendo as condições marginais, de tal forma que 1 u.m. de

con-sumo produziria exatamente 1 u.m. de produto. No entanto,

co-mo declara Rolph,

~ . _ "essa

é

uma resra de eficiência aplicável

a cr1açao de gado, mas nao a seres humanos". (Ralph,

1969,

pago 357)

(38)

um nível de gastos como OE

2, poderia elevar o valor de sua

produtividade para B

2E2 (por exemplo, mudando de emprego

a-través da migração para outra cidade). Dentro da definição

da-da de "armadilha de pobreza", qualquer indivíduo deveria

po-der financiar um nível de gastos pessoais como OE

2, onde sua

produtividade atinge seu valor máximo. A partir deste ponto,

o nível de seu consumo pessoal nao é mais um fator de

limita-çao de sua produtividade. Assim, uma regra a ser usada para a

redistribuição, de forma a permitir o alcande do nível B 2 E2

seria:

"Proceda-se

i

redistribuição até o ponto

em que o valor da produtividade de alguns

indiví-duos possa ser aumentado sem q~eDse reduza o valor

da produtividade de outros." (~rt)

13r1)

fá-

j 5

1)

Rolph não se esquece de observar que, sem

dú-vida, é provável que um tal "nível" de redistribuição seja

politicamente inviável ...

-Friedman (1965), pago 190-95, propos um

impos-to de renda negativo como uma alternativa para os programas

de bem-estar social vigentes nos Estados Unidos. Ele aplicaria

(39)

nao utilizadas pelas famílias sem renda taxável. Tornando por

hipótese que as famílias sem renda taxável são pobres, ou bem

próximas do nível de pobreza, a sociedade poderia se ass~ar

de que estava constituindo um piso de renda para as famílias

efetivamente pobres.

De um modo geral, o plano de Friedman

funcio-naria do seguinte modo; cada chefe de família e seus

'_~depen-dentes continuariam recebendo US$ 600 de isenção, além de uma

dedução-padrão. Se o valor total das isenções e deduções da

família - US$ 3.000, por exemplo - excedesse sua renda bruta

ajustada - US$ 2.000, por exemplo - em US$ 1.000, a família

recebia um "imposto negativo" totalizando US$ 500 do Tesouro.

Friedman nao deixou claro como seriam

finan-ciados os benefícios a serem concedidos com o plano, no

en-tanto, pode-se inferir, de sua discussão sobre o assunto, que

os recursos necessários deveriam ser provenientes da

arreca-dação fiscal, de um modo geral - o que parece razoável, já

que Friedman advoga que um plano de imposto de renda negativo

(40)

existentes.

Segundo as próprias palavras de Friedman (1965),

pag .. 192:

"As vantagens de esquemas desse tipo sao

claras! E~ direcionado especificamente para o

pro-blema da pobreza. Fornece auxílio na forma mais

ú-t i l para o indivíduo, isú-to é, em dinheiro. E~

sufi-cientemente geral, e poderia substituir o elenco de medidas especiais atualmente em vigor. Torna

explí-cito o custo suportado pela sociedade. Opera fora do

mercado. Como qualquer outra medida destinada a

a-liviar o problema da pobreza, esta também reduz os

incentivos daqueles ajudados a se ajudarem a sí

pró-prios, porém, não elimina este incentivo inteir~­

te, como seria o caso de um sistema que suplementasse as rendas até um nível mínimo fixado. Um dólar ex-tra que seja ganho no ex-trabalho sempre significamais dinheiro disponível para gastar."

Lampman (1965) difere de Friedman quando

suge-re um imposto de suge-renda negativo apenas como um dos posslvels "

.

programas para redução da pobreza. Lampman observa que as

fa-mílias realmente pobres, especialmente as que têm crianças,

não recebem tudo o que deveriam em isenções pessoais e

dedu-çoes. Aplicando uma líquota (ou várias) às isenções e ded~s

nao utilizadas, conforme Friedman sugeriu, o sistema fiscal

poderia atingir mais adequadamente as características

de~-dade então presentes na permissão de isenções e deduções. No

(41)

o imposto de renda negativo deveria substituir os p~~ de

bem-estar social existentes. A idéia de Lampman

é

de que o

mr

posto de renda negativo é tanto um suplemento corno um

comple-mento para os programs de bem-estar existentes, embora

acre-dite que o novo esquema fiscal reduziria os demais programas

de assistência pública.

Parece-nos que os seguintes períodos

estabele-cem a tônica da argumentação de Lampman:

1

"Conforme o vejo, o objetivo de eliminar a pobreza precisa ter uma dimensão temporal e objetivos

intermediários. Presumo que desejemos una. taxa. de

pro-gresso no mínimo tão rápida quanto a dos anos

recen-tes. Além disso, é útil pensar no objetivo em duas

partes: a redução da taxa de pobreza e a redução do

"gap" de pobreza .•• 1 O objetivo da política

econô-mica deveria ser levar a cabo cada tipo de redução sem desacelerar o outro e realizar ambos com o menor sa-crifício possível e a maior contribuição possível pa-ra os demais objetivos importantes •...

... No momento (1965) há, aproximadamente, US$ 20 bilhões em isenções e deduções não utilizadas

- a maioria dos quais diz respeito a famílias com

crianças. Restringindo-se o plano a tais famílias, e

aplicando-se uma alíquota negativa de imposto de,

di-gamos, 20%, a este montante, geraríamos um total de de quase US$ 4 bilhões, destinados a transferências. Isso, por sí só, não tiraria muita gente da pobreza,

mas conseguiria firmar um progresso considerável no

sentido de restringir o "gap" de pobreza, que, IX)

no-mento, chega a US$ 12 bilhões." (Lampman, 1965, pags. 523-24, 526-27)

A quantia total pela qual a renda da população pobre está abaixo de

US$ 3.000 por família ou US$ 1.500 por indivíduos isolados. Em 1965,

(42)

Tobin (1968a, 1968b) desenvolveu um sistema.

00-sico de transferência de renda que deveria, na verdade, ser

considerado como um meio-termo entre um "imposto de renda

ne-gativo" e uma taxação do tipo "dividendo social".

Em sua essência, a proposta de Tobin consistia

numa transferência, via sistema fiscal, de US$ 400 por ano,

para cada indivíduo, de qualquer idade.

No Gráfico 1.2 está ilustrado o modo pelo qual

esse plano afetaria uma família de 4 membros.

GRÂF1CO 1.2

o

PLANO TOB1N

E

B 7.000·

6.000

iA-gs

5.000 Alíquota de 33 1/3% do

I

I

I _

Reduçao de Imposto com o

PIa-I

no

Tobin

!

4.000

2.00

1.00

I

Esquema:Fiscal Tradicional (Alí'fX'ta Positiva)

I

Renda M:metária Anual da

FaTIÚlia 3.000 4.800 6.306 8.000 9.000

(43)

Cada unidade (família), perante o imposto de

renda, dentro deste plano, estaria sujeita a uma alíquota de

33 1/3% sobre a renda que ultrapassasse o valor da

transfe-rência (US$ 1.600, neste caso), conforme representado pelo

segmento CD, no Gráfico anterior. Um aspecto fundamental do

plano é que Tobin conseguiu a fusão do "imposto negativo" com

o sistema fiscal já existente, de alíquotas positivas. Isso foi

alcançado quando ele estabeleceu que a taxa de 33 1/3%

inci-diria apenas até o nível de renda (US$ 6.306, para uma

famí-lia de 4 membros) em que o imposto líquido, ( 1 ) dentro do

sistema de Tobin, igualaria o imposto devido do sistema

tra-dicional, com alíquotas positivas. A partir desse nível de

ren-da (representado pelo ponto D), poderíamos aplicar o próprio

esquema fiscal tradicional (semi-reta ADB). Tobin, portanto,

assegurava que ninguém pagaria mais de imposto do que pagava

antes de um tal plano.

'"( 1 )

Imposto líquido

=

Transferência básica - imposto devido; pode ser

(44)

o

custo líquido do plano seria de

aproximada-mente 14 bilhões de dólares conforme estimativa do proprio

'lb-bin (baseada em dados de 1962). Evidentemente, To'lb-bin

pressu-poe que o financiamento para tal plano viria do próprio

au-mento nas receitas provenientes do cresciau-mento econômico ..•

Concluindo, podemos observar que o "imposto de

renda negativo" não se diferencia, realmente, pelo menos em

princípio, da taxação do tipo "dividendo social". No entanto,

o "imposto de renda nega ti vo" é um plano mui to menos "radical"

- fundamentalmente porque se restringe a um segmento

minori-tário ( •.. ) da sociedade e, sem dúvida, porque é muito

me-nos dispendioso.

o

"imposto de renda "negativo" seria também um

meio através do qual os pobres se beneficiariam de uma

po1í-tica de "corte" de impostos, caso esta incluísse uma elevação

na alíquota negativa do imposto ou uma elevação ao nível de

isenção pessoal.

Numa era de política econômica "keynesiana",

(45)

"cor-tes" fiscais foram uma importante arma de política econômica

(46)

PLANOS DE "TAXAÇÃO NEGATIVA"

Um aspecto importante, na construção de um

pla-no de transferência via imposto de renda,

é

quanto ao como

combinar as alíquotas "positiva" e "negativa". No plano

Fried-man, provavelmente o mais simples de todos, há uma exclusão

mútua entre os esquemas de alíquota positiva e negativa -

is-to é, nao há interseção, no sentido de que uma unidade

esco-lhida para receber um "benefício líquido" seria,

simultanea-mente, pagadora de imposto. Esta mútua exclusão

é

possível,

simplesmente, porque Friedman tomou como critério para

rece-bimento de "benefício" a existência de isenções e deduções nao

utilizadas pelas famílias cuja renda nao era taxável no

sis-tema tradicional.

A relação entre o plano Friedman (com uma

(47)

quota negativa de 50%} e o sistema de imposto de renda

tradi-cional está ilustrado abaixo.

GRÂFICO 11.1

RELAÇÃO ENTRE O PLANO FRIEDMAN E O SISTEMA

DE IMPOSTO DE RENDA TRADICIONAL

+

11)

B

Esquema Tradicional (Aliqoota Positiva) D

11)

i

1.500

Renda Anual

Ok-~~~~~~~~~~~~~~~~~

____

~(ern~u~.~m~.~}

__

~

.

~

::s

1.500

!

§

3.000 E

J

FONl'E: Green (1967), pago 69.

F

(48)

A área assinalada entre a linha AB e o eixo

horizontal representa os "benefícios" pagos às famílias de 4

membros, com níveis de renda variáveis. A inclinação da linha

AB representa uma única alíquota negativa, de 50%. A curva

CD representa o esquema tradicional, de alíquota positiva, que

entra em vigor a partir do nível de renda de 3.000 u.m.

Note-se, porém, que a exclusão mútua torna-se

impossível quando os planos de transferência via imposto sao

projetados para eliminar a pobreza garantindo uma renda maior

ou igual à da "linha de pobreza". Isso poderia ser visto,

ain-da na figura anterior, pela linha EF, que representa um

"di-videndo social" de 3.000 u. m., bem como uma alíquota de 33 1/3%

incidente sobre toda a renda familiar (exceto o eventual

"be-nefício",

é

claro), com o objetivo de financiar o plano.

Al-guns proponentes de planos deste tipo (Lady Rhys-William~ por

exemplo) acreditam que esta interseção com o esquema fiscal

tradicional não seja, de forma alguma, indesejável.

Os planos de "imposto de renda negativo" se

(49)

a-líquotas) negativa sobre a parcela nao utilizada (se for o

ca-sol do montante de isenções e deduções permitidas a um

con-tribuinte, ou, alternativamente, sobre a defasagem entre sua

renda e a "linha de pobreza". Uma pergunta relevante, aqui,

é: haverá alguma diferença sensível em se escolher o montante

de isenções e deduções, ou "linhas de pobreza" defindas, como

níveis "críticos" de renda?

Apenas a título de ilustração apresentamos, na

Tabela abaixo, uma comparaçao destas opçoes, feita para o

ca-so norte-americano e utilizando, como "linhas de pobreza", uma

proposta feita por Lampman: US$ 1.500 para um indivíduo

iso-lado ou para um chefe de família e US$ 500 para cada membro

adicional da família. As divergências se acentuam para

famí-lias muito pequenas ou muito grandes (válida para meados da

(50)

TABELA 11.1

ALTERNATIVAS PARA A BASE DO IMPOSTO DE RENDA NEGATIVO

TAMANHO DA FAMÍLIA a

Uma Pessoa

Duas Pessoas

Três Pessoas

Quatro Pessoas

Cinco Pessoás

Seis Pessoas

Sete Pessoas

Oi to Pessoas

Observação:

LINHAS DE

POBREZA

US$ 1.500

2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000

(ISENÇÕES

+

DEI>UQ3ES--PADRÃO) M!N:rMAs

US$ 900

1.600 2.300 3.000 3.700 4.400 5.100 5.800

a - Pessoa que preenche a "DECLARAÇÃO" (ou "chefe da fa-mília"), mais o número de seus dependentes.

(51)

1 - Três critérios Para Escolha dos Níveis de Renda Críticos

19 - O Critério da Eficiência

Deve-se assegurar que o plano cubra o maior

número possível de "pobres". O principal, se nao o único,

ob-jetivo de um plano do tipo "imposto de renda negativo" é

sa-tisfazer uma parcela das necessidades de renda dos pobres.

Por-tanto, a maior parte dos benefícios deveria ser destinada

di-retamente aos efetivamente pobres. No entanto, se fosse

ne-cessário conceder "benefícios" também àqueles que nao sao

po-bres, a fim de ajudar aos realmente necessitados, certamente

nao seria "ineficiente" fazê-lo. Assim, a "eficiência máxima"

no sentido econômico genérico, seria alcançada quando se

ti-vesse atingido pelo plano, todos os indivíduos efetivamente

pobres, limitando-se a concessao de "benefícios" aos

nao-po-bres ao estritamente necessário para o alcance do objetivo

(52)

29 - O Critério da Equidade Horizontal

Deve-se procurar, com o plano, assegurar um

grau de eqüidade horizontal tão alto quanto poss.ível, entre

as famílias de tamanho diferente. Eqüidade implica em que as

famílias em posiçõe econômicas semelhantes deveriam ser

tra-tadas da mesma forma. A melhor (se nao a única) medida da

se-melhança de posição entre os pobres é a própria percentagem

de suas "linhas de pobreza" coberta por suas próprias fontes

de renda. Note-se que o simples número absoluto de u.m. que

eles recebem nao deve ser o fator principal para estabelecer

diferenciação; uma família de 2 membros, com uma renda de

1.000 u.m. está em melhor posição, "ceteris paribus" , que urna

família de 6 membros, com a mesma renda de 1.000 u.m.

Eqüidade, pois, no caso,significa que as

famí-lias cujas rendas montam

à

mesma percentagem de suas

respec-tivas "linhas de pobreza" deveriam receber "benefícios" que

preenchessem uma mesma percentagem de seus hiatos de pobreza.

(53)

aceite a renda, por sí só, corno medida para determinação dos

diferentes "niveis de pobreza".

39 - O Critério da Compatibilidade

Neste caso, cuidar-se-ia de assegurar

que,

~

to quanto possível, o plano se baseasse nos principios,

con-ceitos e métodos já usados no sistema tradicional de taxação

"posi t i va". Este critério implica, por exemplo, mútua exclusão

entre os esquemas de taxação "positiva" e "negativa".

Observações:

la.) E- improvável que qualquer proposta de "imposto de

renda negativo" possa atender, simultaneamente, aos

três critérios apresentados anteriormente;

2a.) A partir da última Tabela apresentada, observamos,

por exemplo, que a eqüidade horizontal "perfeita"

poderia ser alcançada se fossem utilizadas as

(54)

isen-ção e deduções: nao utilizadas, corno níveis

"críti-cos" para fins de um plano de "imposto de renda

ne-gativo". Alternativamente, no exemplo dado, que se

refere ao caso norte-americano, os montantes de

i-sençoes e deduções nao utilizadas poderiam ser

re-definidos de forma a se igualarem com as "linhas de

pobreza" para todos os tamanhos de família

conside-rados.

3a.) Apresentamos adiante um sumário da forma pela qual

os dois tipos de nível "crítico" de renda

utilizá-veis em planos de taxação negativa se comportam em

relação aos critérios de eficiência, eqüidade e aEr

patibilidade.

Assim, as "linhas de pobreza" sao mais

adequa-das para atender aos critérios nao atingidos pela outra

op-ção, e vice-versa. Note-se, afinal, que, embora, a adoção das

"linhas de pobreza" para definição dos níveis "críticos" de

(55)

TABELA 11.2

COMPARAÇÃO DOS TIPOS DE NIVEL "cRITICO" DE RENDA DE AOOROO CXN

OS TR~S CRIT~RIOS BÂSICOS

TIPOS DE NtVEL "CR!TICO" DE RENDA.

Critério

Eficiência

Eqüidade

Corrpatibilidade

M:>ntante de

(ISenções

+

Deduções)

Fraco

Fraco

Forte

FONTE: Green (1967), pago 75.

Linhas de

Pobreza

Forte

Forte

(56)

ser politicamente - já que falharia por nao partir dos

conarl-tos fiscais já existentes.

Os planos do tipo "dividendo social 11, por

ou-tro lado, nao dio tanta ênfase

i

fixaçio de linhas "crIticas"

de renda. Uma vez escolhidas as rendas mInimas garantidas (de

acordo com o tamanho da famIlia), o importante

é

a escolha da

alíquota "positiva" necessária

i

arrecadação de uma receita

suficiente para financiar nao só o próprio plano ano, ~,

os demais gastos governamentais tradicionalmente financiados

pelo imposto de renda individual.

Analisemos, agora, os três diferentes

sub-es-~uemas fiscais em que poderíamos dividir um plano qualquer do

tipo "dividendo social":

19 - Inciddente Sobre a Renda Inferior ao Nível "crítico"

Relaciona-se

i

alíquota (ou alíquotas) em

fun-çao da(s) qual (is) o "benefIcio" garantido

é

reduzido.

(57)

do custo líquido do plano. O custo líquido, no caso,

é

o

mon-tante da redistribuição de renda das famílias de rendas

supe-riores aos níveis "críticos" para as famílias cujas rendas

an-tes do "benefício", sejam inferiores aos níveis "críticos".

39 - Incidente Sobre a Renda de Todas (Ou Algumas) das

Famílias

Referímo-nos, aqui, ao sub-esquema de alíquota

"positiva" cujo objetivo

é,

justamente, levantar os fundos

ne-cessários ao financiamento dos demais gastos governamentais,

que nao os "benefícios" do plano.

O número de unidades familiares incluídas

nes-te sub-esquema dependeria do nível de renda de isenção, da

de-finição de renda taxável adotada, bem como da distribuição de

renda existente.

O Gráfico 11.2 ilustra a relação entre estes

três sub-esquemas. O primeiro sub-esquema AB ) está

repre-sentado por uma única alíquota, de 50%, incidente sobre a

(58)

Pres-GMFICO 11.2

RELAÇÃO ENTRE OS TR~S DIFERENTES SUB-ESQUEMAS FISCAIS QUE

CXM-+ 3.000

13

i

1.500

o

.

S

.

1.500

::l

!

3.000

Õ

H

U

1H

J

PÕEM UM PLANO DO TIPO "DIVIDENDO SOCIAL"

Esquema "Corrbinado"

Sub-esquana (39) de Financianento dos demais .\ .' .... . ... H

gastos governarrentaiis (já

exiSten~''':'''

~

:..-'':'' _ __ _ -

.-E

G~'';'':''

Renda Anual -

-.~'

~---~--~--~~.~.~~===---~----~~

em u.m.

D:

3.000

I

,

.

'~,.\

Alíqu::>ta "negativa" de 50%, inci

-dente sobre Rendas Inferiores ao

nível crítico (19 sub-esquerna)

FONIE: Green (1967), pago 78.

10.000

Alíqu::>ta de 15% do

sub--esquema. (29) de

(59)

supoe-se que a renda mínima garantida é de 3.000 u.m. Assim,

o nível de renda "crítico" é de 6.000 u.m. O segundo

sub-es-quema ( BC ) consite de uma única alíquota de 15% incidente

sobre qualquer renda superior a 6.000 u.m. O terceiro

sub--esquema ( DE é o usado para financiar os demais gastos

go-vernamentais. A linha pontilhada FGH representa o esquema

resultante dos três sub-esquemas anteriores (esquema

"combi-nado") .

O plano de Lady Rhys-Williams, por exemplo, é

uma variante do plano ilustrado acima. O plano Tobin, por

ou-tro lado, inclui apenas o 19 e 39 sub-esquemas. Neste plano,

o 19 sub-esquema é extendido além do nível crítico de renda,

até se ligar, diretamente, ao 39 sub-esquema. Na figura

aci-ma, o esquema de Tobin está representado pela linha ABKE. Na

verdade, a figura acima poderia também representar o plano

Rhys-Williams, diferindo deste apenas porque Lady Williams

a-plicou uma única alíquota, para atender aos três stib-~ .

No entanto, um plano do tipo "dividendo social" com uma única

(60)

variação de alíquotas, de forma a encarar o plano como

(61)

2 - Custo Bruto e Custo Líquido de um Plano Tipo "Dividendo

Social"

Para o caso norte-americano, em meados da

dé-cada passada, apresentado aqui apenas para efeito de se

fixa-rem as idéias básicas, o custo bruto de um esquema de rendas

mínimas garantidas iguais is "linhas de pobreza" (para cada

tamanho de família) seria da ordem de US$ 150 bilhões -

cál-culo baseado sobre um total de 47 milhões de famílias

rece-bendo aproximadamente US$ 3.000 cada e 12 milhões de

indiví-duos isolados recebendo US$ 1.500 cada.

o

custo líquido de um plano desses - ou

me-lhor, o total da redistribuição de renda envolvida - seria de

aproximadamente US$ 30 bilhões, caso a renda abaixo do nível

crítico fosse taxada a uma alíquota de 50%. O custo líquido

seria de US$ 45 bilhões caso uma única alíquota 33 1/3%

inci-disse sobre todos os níveis de renda. Observe-se que, aqui,

estamos nos abstraindo de efeitos redistributivos indiretos

(62)

de-sincentivos ao trabalho.

Assim, como a cada indivíduo ou família se

ga-rante uma renda mínima, a alíquota incidente sobre a renda

individual ou familiar deve cobrir o custo bruto

(aproximada-mente US$ 155 bilhões) do plano. Portanto, a fim de abater

o custo líquido de US$ 30 bilhões ou de US$ 45 bilhões, a

a-líquota incidente sobre a renda deve ser suficientemente

ele-vada para levantar US$ 156 bilhões - mesmo que US$ 125

bi-lhões ou US$ 110 bibi-lhões nunca serao coletados, sendo,

sim-plesmente, uma rubica contábil.

Dada a distribuição de renda, o custo líquido

de um plano de transferências via imposto de renda depende do

nível de renda mínima garantida, bem como da alíquota que se

quer fazer incidir sobre a renda daqueles que receberão

"be-nefícios" líquidos. O montante da redistribuição depende da

distribuição de renda existente e da(s) alíquota(s) do

esque-ma de "dividendo social". Quanto a um plano do tipo "imposto

de renda negativo", seu custo líquido, para os Estados Unidos

(63)

uma alíquota negativa de 50%. Assim, observamos que, de uma

forma geral, um tal esquema poderia ser financiada can pequenos

au-mentos nas taxas "positivas" do sistema fiscal já existente,

ou, na pior das hipóteses, por pequenos "deficits".

Uma vez escolhida a renda mínima a ser

garan-tida, o custo líquido depende, basicamente, da alíquota

inci-dente sobre as rendas dos "beneficiários" potenciais. Quanto

maior for esta, menor será o custo, e vice-versa. Portanto,

dado o nível de renda mínima garantida, uma alíquota

relati-vamente baixa incidente sobre os níveis de renda abaixo do

"crítico" deverá estar associada com uma alíquota

relativa-mente alta incidente sobre as rendas superiores ao nível

crí-tico - caso se deseje que o plano seja inteiramente

(64)

GRÂFICO 11.3

RELAÇÃO ENTRE AS ALíQUOTAS NEGATIVA E POSITIVA, PARA UM DADO

NíVEL DE RENDA MíNIMA GARANTIDA

+

.B

!

1.500

o

Renda Anual 4.500

(em u.m.) ./ ./ 7.500 12.000

.

1.500

S

.

::l

[J

-

3.000

Õ

H

U

11--1

J

(65)

OBSERVAÇÃO:

Fórmula para seleção dos pares de a1íquo~ que

levantam os fundos necessários ao financiamento de um plano

tipo "dividendo social":

c

=

a(V

+

W)

+

B( Z )

onde:

c

=

custo bruto do plano;

a = alíquota incidente sobre as rendas inferiores ao

ní-vel "crítico";

V

=

renda das famílias cuja renda monetária

é

inferior

ao nível "crítico" de renda;

W

=

renda inferior ao nível "crítico" de renda das

famí-lias cuja renda monetária excede o nível "crítico";

B

=

alíquota incidente sobre a renda superior ao nível

"crítico";

(66)

Assim, dados, por exemplo, C, a, V, W e Z,

(67)

Fundamentalmente, incluem-se neste tópico a

de-finiç~o da "unidade" de incidência e da "renda" para efeito

do imposto.

Como viemos considerando, até aqui, a família

é,

provavelmente, a melhor aproximaç~o para unidade de

inci-dência. O problema, aqui,

é

o da decis~o relacionada com a

escolha de quais os membros da unidade familiar que deveriam

ser "beneficiados", especialmente no caso dos benefícios

per-tinentes aos filhos. Do ponto de vista administrativo, bem

como de incentivo, seria preferível que se pagassem os

bene-fícios ao membro da família que ganhasse a maior parte da

renda - em geral, o pai. Contrariamente a esta opçao, há o

argumento "social" de que

é

preferível pagar os "benefícios"

relativos ae crianças, ... a mae, que, geralmente,

é

mais

Imagem

Tabela  1.1  Tabela  11.1  Tabela  11.2  Tabela  IV.l  Tabela  V.l  Tabela  V.2  Tabela  VI.l  Tabela  VI.2  Tabela  VI.3  Tabela  VI.4  Tabela  A.l  Tabela  B.l  Tabela  B.2  ·
Gráfico  1.1  Gráfico  1.2  Gráfico  11.1  Gráfico  11.2  Gráfico  11.3  Gráfico  IV.1  Gráfico  IV.2  Gráfico  VI.1
TABELA  IV.1

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