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PREÇOS RELATIVOS EM UM PROCESSO INFLACIONÁRIO
TESE SUBMETIDA A CONGREGAÇÃO
DA ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ECONOMIA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
DOUTOR EM ECONOMIA
POR
I
GUSTAVO JORGE LABOISSIERE LOYOLARio de Janeiro, RJ
C I R C U L A R
N904
Assunto: Apresentação e defesa pública de
Tese de Doutorado em Economia.
Comunicamos formalmente
ã
Congregação da Escola que está
marcada para o dia 28 de janeiro de 1988 (Sa. feira) às lS:30hs,
no
Auditório Eugenio Gudin (10
9andar), a apresentação e defesa pública
da Tese Doutoral, intitulada "PREÇOS RELATIVOS EM UM PROCESSO
INFLA-CIONÁRIO", do candidato ao título de Doutor em Economia, Gustavo
Jor-ge Laboissigre Loyola.
Anexamos uma sumula dessa Tese de Doutorado para seu
pr~vio estudo.
A Banca Examinadora "ad hoc" designada pela Escola será
composta pelos doutores: Antonio Carlos Lemgruber, Antonio Salazar Pes
soa Brandão, Clovis de Faro e Antonio Carlos Porto Gonçalves
(Pre~idente).
Com esta convocação oficial da Congregação de
Professo-res da Escola, estão ainda convidados a participarem desse ato
acadê-mico os alunos da EPGE, interessados da FGV e de outras instituições.
LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL
Como integrante da Banca Examinadora, designada pela EPGE para
julgar a Tese de Doutorado, intitulada "PREÇOS RELATIVOS EM UM
PROCESSO INFLACIONÂRIO" , do candidato ao TItulo de Doutor em
Economia, Sr. Gustavo Jorge Laboissiere Loyola, sou de parecer
que a referida Tese seja aprovada, visto satisfazer os
requi-sitos que se exigem desse tipo de trabalho, outorgando-se ao
candidato o tItulo pretendido.
Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1988
Ao'" I'ormato Internacional
UOX2I'rmm
Clovis de ~o~
LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL
Como integrante da Banca Examinadora, designado
pela EPGE para julgar a tese doutoral, intitulada "PREÇOS RE.
LATIVOS EM UM PROCESSO INFLACIQNÁRIO", do candidato ao
títu
lo, Sr. Gustavo Jorge Laboissiere Loyola, apresento as
se-guintes ponderações que justificam meu parecer e voto:
Trata-se de uma tese com um tema extremamente relevante para
a nossa economia, sendo que o tratamento dado a esta tese foi
altamente competente.
O auto da tese demonstra possuir
exc~lentes conhecimentos de macroeconomia e de
econometria,faze~do uma conjugação muito adequada de Teoria e Trabalho empíri
co.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a
referida Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido
pelo candidato e autor deste trabalho.
A-4 Formato Internacional
ZlOX211'hnm
Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1988.
LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL
---Como integrante da Banca Examinadora, designado pela
EPGE para julgar a tese doutoral, intitulada "Preços Relativos
em um Processo Inflacionário", do candidato ao titulo, Sr.
Gustavo Jorge Laboissiere Loyola, julgo que o referido traba
lho é de boa qualidade acadêmica, tendo o autor demonstrado
conhecimento adequado da teoria relevante para o assunto.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a refe
rida Tese seja aprovada e outorgado o titulo pretendido pelo
candidato e autor deste trabalho.
ASPB/pa.
A-4 Formato Internac10nal
210X21'hnm
Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1988
Pessoa Brandão,
PROFESSOR DA EPGE e
LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL
Corno integrante da Banca Examinadora, designado
pela EPGE para julgar a tese doutoral, intitulada "PREÇOS
RELA-TIVOS EM UM PROCESSO INFLACIONÂRIO" do candidato ao título, Sr.
Gustavo Jorge Laboissiêre Loyola, apresento as seguintes
pondera-ções que justificam meu parecer e voto:
(i) Trata-se de trabalho em área difícil e importantíssima, qual
seja, a dos custos e desequilíbrios provocados pela inflação.
(ii) O autor pesquisou extensamente a literatura teórica, a?resen
tou sua própria síntese da mesma e testou-a com os dados
bra-sileiros, chegando a conclusões relevantes.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a
referida Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo
candidato e autor deste trabalho.
Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1988
A-4 Formato Internacional
210X29'hnm
Ai::o~fs
~ Presidente da
Subdiretor de
tz:
Banca-Ensin
Este trabalho foi realizado ao longo dos últimos três anos,
nos quais procurei conciliar a redação desta Tese Doutoral com os
afazeres de Chefe de Departamento no Banco Central do Brasil. As
sim, gostaria de agradecer ao Professor Antônio Carlos Porto Gon
-çalves pela dedicação com que me orientou na realização deste
tra-balho, muitas vezes com prejuízo de preciosos momentos de lazer,
já que várias de nossas discussões ocorreram nos fins de semana,
quando eu tinha mais tempo disponível.
Não poderia também deixar de agradecer a leitura paciente
com que os demais integrantes da minha banca - Professores Antônio
Salazar Brandão, Antônio Carlos Braga Lemgruber e Clóvis de Faro
-distinguiram este trabalho e a ele acrescentaram valiosas
tões.
suge~
No Banco Central do Brasil, vários colegas me incentivaram
e auxiliaram ao longo deste trabalho e enumerar aqui o nome de
to-dos eles seria impossível. Mas, em particular, não gostaria de
de-xar sem registro o reconhecimento ao Dr. Carlos Alberto Reis
Quei-roz, ex-Chefe do Departamento de Seleção e Treinamento daquela Ban
co.
A realização das análises estatísticas e econométricas nesta
Wichrowski, nos aspectos relativos a processamento de dados.
Não poderia deixar de mencionar, ainda, o incentivo com que
os Diretores do Banco Central, com os quais tive a honra de
traba-lhar me distinguiram ao longo desses anos. A Roberto Castello Bran
co, Luiz Carlos Mendonça de Barros e Luiz Aranha Correia do Lago
deixo registrado meu agradecimento.
Finalmente, urna palavra de reconhecimento e de
agradecimen-to a minha esposa, Maria do Socorro, minha grande incentivadora e
que pacientemente aceitou vários sacrifícios para que este traba
-lho fosse realizado. A ela
é
dedicada esta Tese.Pago
Apresentação.
I - A Distribuição de Preços Relativos no Brasil .••••••••••••••••
11- Inflação e Preços Relativos - Modelos Teóricos •••••••.•••••••
111- Detenninantes da Dispersão de Preços Relativos ••••••••••••.••
IV- Observações Finais e Conclusões ••••••.•••••••••••••••••••••••
Biblic::>sJrafia . . . .
Arlexos •••.•••••••••••••••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••
A grande maioria dos economistas tende a aceitar a
idéia de que o bem-estar individual e agregado praticamente não é
afetado pela inflação, desde que três condições l
/ sejam
simulta-neamente satisfeitas: (1) os custos de reajustes de preços sejam
nulos; (2) o nível da inflação futura seja perfeitamente antecipado
pelos agentes econômicos e (3) os preços de todos os bens e
ser-viços transacionais na economia sejam uniformemente afetados pela
inflação.
Porém, essas condições quase nunca sao observadas
no mundo real. Por um lado, os agentes econômicos têm custosnão des
prezíveis para, ao longo do processo inflacionário, procederem aos
reajustes nos preços dos bens e serviços por eles ofertados na eco
nomia. De outro, os agentes econômicos dificilmente poderiam prever
a inflação futura, mesmo se recorressem a sofisticados modelos eco
nométricos, uma vez que há sempre uma parcela dependente de fatores
aleatórios que, por definição, não podem ser previstos
antecipada-mente. E, finalmente, o processo inflacionário não atinge
uniforme-mente todos os mercados na economia. A experiência indica que
fa-tores institucionais de cada mercado tendem a tornar as taxas
se-toriais de inflação díspares entre si, pelo menos a curto prazo.
Nessas condições, torna-se relevante, por exemplo
o estudo dos efeitos da inflação sobre o bem-estar, principalmente
em razao da elevação, na década passada, dos níveis médios de
in-flação na grande maioria dos países. Em particular, para o Brasil,
o assunto tem relevância especial, tendo em vista os altos
históricos de inflação observados em nosso País, desde o término do
segundo conflito mundial.
Assim, observou-se nos últimos anos o surgimento de
vários trabalhos que tratam de analisar o assunto a partir de vari~
dos enfoques e modelos teóricos de comportamento. De um modo geral,
esses trabalhos associamos custos da inflação ao nao atendimento
de urna (ou mais) das três condições inicialmente mencionadas.
Por exemplo, à imprevisibilidade da inflação futura
estaria associada a incerteza quanto à taxa real de juros futura, o
que deprimiria o nível de investimentos. Por sua vez, o fato do pr~
cesso inflacionário não atingir uniformemente todos os mercados fa
ria com que a dispersão dos preços relativos aumentasse com a
in-fIação, o que tenderia a reduzir o papel do sistema de preços como
sinal relevante para a tomada de decisões no processo de alocação
de recursos na economia. Isto geraria má alocação de recursos e re
duziria o produto agregado. Por sua vez, a existência de custos de
transação acarretaria, na presença do fenômeno inflacionário, urna
perda de produto real, já que recursos reais seriam desviados para
tarefas relacionadas às mudanças de tabelas de preços, à previsão
ainda que imperfeita da inflação futura, etc.
o
objetivo deste trabalho é o estudo dos efeitos da inflação sobre a dispersão dos preços relativos, com base na evidência empírica existente para o Brasil nos últimos anos. Nesse
con-texto, são analisados alguns modelos teóricos que tentam explicar a
associação inflação-preços relativos.
Em particular, serão destacadas duas vertentes pri~
1
de neoclássica admite a ocorrência de movimentos dos preços re
lativos -- nao associados a fatores subjacentes reais (mudanças tec
nológicas, de gostos etc) - devido às variações da taxa de
infla-ção, as quais, por sua vez, seriam explicadas principalmente por fa
tores monetários: e estabelece que o produto real se desviaria do
potencial devido às pertubações causadas no sistema de preços rela
tivos pelo processo inflacionário. Os modelos identificados com
essa linha de pensamento tendem a supor que os movimentos de preços
relativos associados à inflação seriam transitórios, nãDacarretando
alterações permanentes na estrutura de preços da economia.
A outra vertente, chamada de estruturalista
}
con-si dera que a inflação (sobretudo nos países subdesenvolvidos) ocorre
devido a mudanças de alguns preços .relativos, como, por exemplo, o
preço dos alimentos e os termos de troca. Assim, ainelasticidade da
oferta de alimentos e a tendência declinante dos termos de troca
desses países tenderiam a forçar a alta dos preços dos alimentos
e dos bens importados: mas, tendo em vista as pressoes dos diversos
grupos sociais pela manutenção de seus níveis de renda real, a rea
ção generalizada dos demais preços (de bens e fatores),
é
de subida,acompanhando e desfazendo (parcial ou totalmente) o movimento ascen
dente dos preços dos setores citados.
Os resultados empíricos obtidos para outros
e para o Brasil
4j
indicam a existência de uma correlação~
palses
positiva
entre nível da inflação, a di~pe~~â6 . da inflação(ao longo do
tempo) e a variabilidade dos preços relativos. Neste trabalho, pr~
curaremos explicitar melhor estes resultados empíricos, analisando
sua aderência a experiência brasileira recente. Em particular, será
2/ veja, por exemplo, Robert Lucas (31) e Robert Barro ( 3)
3/ veja, por exemplo, A. Canavese (13)
útil analisar as relações causais entre as variáveis,principalmente
para tentar identificar as fontes de variabilidade dos preços rela
tivos.
o
texto que se segue divide-se em três capítulos. Noprimeiro, apresenta-se uma descrição estatística da distribuição de
preços relativos no Brasil, bem como são analisadas as relações en
tre a dispersão de preços relativos e a inflação. Nesse capítulo
procura-se também verificar quais setores da economia têm maior im
portância relativa para a dispersão total de preços.
O segundo capítulo constitui-se numa resenha da
li-teratura publicada sobre o assunto, em que se procura sistematizar
as várias teorias formuladas sobre os determinantes da dispersão de
preços relativos, bem como descrever os resultados empíricos encon
trados pelos diversos autores.
Por fim, no terceiro capítulo, apresentamos um
mo-delo teórico simples, por meio do qual se tenta relacionar a dis
persão dos preços relativos com algumas grandezas macroeconômicas ,
quais sejam liquidez real, expectativas inflacionárias, variação
real da taxa de câmbio, etc. Em particular, analisa-se a importância
das expectativas inflacionárias na dispersão de preços relativos,
sendo tal modelo testado empiricamente para o período considerado
(abril de 74 a fevereiro de 1986). Seguem-se o resumo e as
clusões.
con-I - A Dcon-ISTRcon-IBUcon-IÇÃO DOS PREÇOS RELATcon-IVOS NO BRAScon-IL
Neste trabalho sao utilizadas observações
men-sais do índice de Custo de Vida da Cidade do Rio de Janeiro
(ICV-RJ), publicado desde 1947 pela Fundação Getúlio Vargas.
Para assegurar maior consistência na análise das séries de pr~
ços, este estudo se restringe ao período de maio de 1974 a fe
vereiro de 1986, urna vez que nesse lapso de tempo o ICV-RJ nao
sofreu maiores alterações em termos de abrangência, estrutura
de pesos ou metodologia de coleta.
No período considerado, a taxa de inflação
se-guiu trajetória ascendente, tendo a variação mensal do ICV-RJ
oscilado no intervalo de 1,48% (outubro de 1974) a 14,67% (de
zembro de 1985), com urna média de 5,54% e desvio-padrão de
3,304%.
O índice de Custo de Vida no Rio de Janeiro foi
decomposto, para fins desta análise, em 50 grupos de bens que,
com seus respectivos pesos, estão relacionados no Anexo I. Den
tre esses grupos, a maior taxa de inflação média observada foi
de 6,7% ao .mês, para o item "café", e a menor, de 3,7% ao mês,
para o item "roupas de senhoras". Os desvios padrões das
va-riações dos índices setoriais de preços situaram-se no inter
valo de 2,70% a 11,1%, tendo a grande maioria dos preços indi
viduais flutuado mais do que o índice de preços agregado.Y
Medidas de Dispersão de preços Relativos
Em princípio, duas diferentes alternativas
parem
~ Dos 50 grupos de bens, apenas 2("higiene" e "habitaç~o")
ser utilizadas na mensuraçao da dispersão de preços relativos. A
primeira delas, considerando a dispersão dos preços dos bens
individuais. A segunda, considerando a dispersão das variações
dos preços individuais.
Neste trabalho escolhemos a segunda opçao, por
ser esta a que minimiza os efeitos de ganhos de produtividade
ou de mudanças nos gostos dos consumidores. Com efeito, a dis
persao das variações dos preços reflete apenas o comportamento
destes preços em cada momento, independentemente dequalguer te~
dência apresentada de mudança permanente nos preços relativos,
pois esta medida não acumula as variações de preços observadas
em momentos anteriores, o que nao ocorre com a medida de dis
persão dos prSprios preços
0/.
Como este trabalho não objetivalidar com problemas relacionados a mudanças permanentes de
preços relativos, mas, ao contrário, com mudanças transitórias,
de curto prazo, todas as medidas empregadas utilizam variações
de preços. Ademais, semelhantemente
à
grande maioria dos autores, utilizaremos, na maior parte dos casos, medidas ponder~
das de dispersão de preços, considerando os pesos que cada pr~
duto apresenta no índice de preço considerado.
A representação mais simples do grau de variação
dos preços relativos em um determinado período
é
dada peladi-ferença, em termos absolutos, entre a maior e a menor taxa de
inflação setorial observada no período, ou seja:
i = 1 •.• , N
~
e DP. t
=
log ~ (ICV. t) - log (ICV. t-l)1, 1, 1,
rPara uma discussão com maior ntvel de detalhe a respeito~
ver Radota
(26)YA notação "log" corresponde~ ao longo deste trabalho~ ao logaritmo
Uma medida mais complexa da dispersão dos preços re
lativos é a média ponderada dos valores absolutos de todas as po~
siveis diferenças entre pares de observações entre grupos de bens,
ou seja:
I
N-I
N-I
E
j=l
onde
w
j e
w
k sao os pesos dos grupos de bens j e k no indicegado, e N é o número de grupos de bens em que se desagregou o
4/
dice.
(2 )
agr~
...
ln-Observa-se que DRt considera todas as disparidades
existentes entre as taxas individuais de inflação, assumindo o
valor zero quando todos os preços variarem na mesma proporção. Já
a variável DIF
t considera apenas a maior das disparidades.
porém, a medida mais utilizada para a dispersão dos
preços relativos é a variância ponderada das variações dos preços
de cada grupo de bens em torno da média. Este indicador, sugerido
por H. Theil
S;,
é na verdade o segundo momento de Divisia para asvariações logar!tmicas dos preços.
t
calculado da seguinte forma:N
onde DP
=
N
E
j=l
w.
J (DP j , t - DP )2 t ( 3 )
t E w· Dp· t
1=1 1 1.... •
A variável VR
t mede a dispersa0 das variações dos preços,
mindo valor ." zero : se todos preços variarem igualmente.
4/0 uso deste tndice foi sugerido por BZejer ( 9 )
Evolução dos Preços Individuais: Análise Preliminar
o
comportamento dos preços dos 50 grupos de bens, noperíodo considerado (142 meses), encontra-se sumariado na Tabela
I, que apresenta as médias, desvios padrões e coeficientes de
va-riação das inflações setoriais mensais.
Observando as médias das variações de preços,
veri-fica-se que as mesmas estão concentradas em torno da taxa mensal
média agregada de inflação observada no período (0,054), e que
apenas três delas estão fora do intervalo de duas vezes o
desvio-padrão. Com um nível de confiança de 1%, pOde-se admitir, em um
teste estatístico chi-quadrado, que as médias das variações
indi-viduais de preços têm distribuição normal.
Constata-se ainda da Tabela I que, como esperado,
ocorreram modificações permanentes de preços relativos, ao longo
do período 1974-1986. Assim, por exemplo, a discrepância existente
entre as variações médias mensais dos preços dos itens "café" (6,7%)
e "roupas de senhoras"(3, 7%) - que representa uma valorização do
primeiro produto em relação ao segundo de cerca de 8.500% - , so
mente se explica por uma queda não transitória do preço das
rou-pas em relação éO preço do café.
Essas modificações permanentes de preços relativos
devem-se predominantemente a mudanças tecnológicas,
institucio-nais ou nos gostos dos consumidores, e seu estudo mais aprofu~
dado fugiria ao escopo deste trabalho. Não obstante, é relevante
assinalar algumas indicações de mudanças permanentes nos preços
a) todos os 19 itens relacionados
à
alimentação exceto 2, estão situados nos 6 maiores decis da distribuição, o que
tende a indicar um aumento relativo de preços da alimentação, a
nível do consumidor do Rio de Janeiro
0/;
b) nos dois menores decis da distribuição, 6 itens
sao produzidos por indústrias tradicionais (mobiliário, têxtil e
artigos de couro) e 3 têm seus preços controlados sistematicamente
pelo Governo: combustíveis para residência (gás butano,
princi-palmente), manutenção de residência (energia elétrica, água e te
lefone), e habitação (aluguéis e financiamentos habitacionais). O
fato desses preços terem subido abaixo da média pode ter
resul-ta do , no caso das indústrias tradicionais, de ganhos de produt~
vidade que foram repassados ao consumidor, graças ao alto grau de
competição existente nesses setores, e, no caso dos serviços pu-~
blicos, de políticas de tarifação que tendem a subsidiar o
con-sumo.
No que diz respeito
à
variabilidade dos preços setoriais, ao longo do tempo, em relação às suas médias, os itens que
apresentaram maior coeficiente de variação foram "ovos", "café",
"feijão", "hortaliças" e "legumes" e "leites". A grande variabi
lidade desses preços individuais pode ser atribuída não somente
a fatores sazonais, incluindo quebras de safra, mas também à
in-tervenção regulatória do Governo (nos casos do café e do leite
principalmente). Os itens cujos preços menos variaram foram "ha
bitação", "serviços-cuidado pessoal" e "alimentação-fora", o que
talvez seja explicado pela existência de contratos e de outros
custos para alteração muito freq'Üente destes preços ("nenu costs").
6/Este fato nao significa, necessariamente, fenômeno idêntico a ntveZ de
dutor, já que o aumento do preço dos aZimentos pode ter ocorrido em
da subida dos custos de transporte.
pro
Dispersão de preços, inflação e variabilidade da inflação
Para análise da dispersão dos preços relativos, foram
construídas séries de observações das variáveis DIF, DR e VR, de
finidas anteriormente, para períodos mensais e
anuais~.
(TabelasII e III)
Uma primeira constatação a partir dessas variáveis
é que as disparidades entre as variações de preços relativos sao
bem menores para os períodos anuais do que para os mensais. Ibr exem
pIo, a variável DIF, para períodos mensais, oscila no intervalo
de 0,07863 a 0,43526, enquanto que, para os períodos anuais, seu
intervalo de flutuação situa-se entre 0,03178 a 0,12831.
Este fato sugere que a dispersão de curto prazo (men
sal) tendo a diminuir bastante com o passar do tempo e que as di
ferenças entre as velocidades de ajustamento dos preços
indivi-duais são elementos importantes na determinação das causas da
dispersão de preços relativos.
Apesar da dispersão dos preços relativos diminuir
com o aumento do período de observação, existe uma correlação p~
sitiva entre todas as medidas de dispersão, anuais ou mensais, e
o nível de inflação agregada. Abaixo, reproduz-se os coeficientes
de correlação entre DP ou DpY e as variáveis de preços relativos,
bem como os valores das respectivas estatísticas "t":
I
A."
.
varlavelS coef. de correlação estatística "t"
DP com
DpY com
DP com
DpY com
DP com
DpY com
DIF DIFY DR DRY VR VRY 0,5511 0,4706 0,7494 0,6850 0,5763 0,5936 7,90 6,06 13,53 10,68 8,43 8,38
inFlação anual foi considerada em taxas mensaZisadas, e define-se 'fKJr:
Dlit
~U
=
12
1 logQev.
1.-t~
IeVi t-12
Os pertodos anuais foram calculados a
partir de abri l de 19? 5 • O subscrito y
sobr~ qualquer variável indica pertod
Todos os coeficientes sao significativamente diferentes de zero,
ao nível de 1% de confiança.
Com o intuito de investigar mais a fundo essa corre
1ação, foram estimadas regressões lineares entre as variáveis de
dispersão de preços relativos e o nível de inflação agr-egada, cons
a
tando os resultados do quadro abaixo
I:
Quadro I
VARIÂVEL Constante DP ou DpY
R2 D.W.
DEPENDENTE
DIF 14,31 1,767 0,316 1,67
(l0,11) (8,04)
DIFY (* ) 3,671 0,639 0,630 1,73
( 4,10) (3,77)
.;
DR 8,83 1,678 0,538 2,01
(10,41) (12,76)
DRY (* ) 3,298 0,4957 0,669 1,60
( 5,11) (3,96)
VR -1,50 5,088 0,514 2,21
(-0,56) (12,17)
VRY (*) 0,5494 0,3671 0,456 1,70
( 1,14) (4,08)
-(*) Foi utilizada a técnica de Cochrane-Orcutt, para eliminar a autocorre1ação de resíduos
o
quadro I reafirma que, em todos os casos, os da-dos indicam a existência de correlação positiva entre asvariá-veis, independentemente dos períodos serem mensais ou anuais. Po
rém, os mensais parecem fornecer melhores resultados, vez que as
variâncias dos estimadores dos coeficientes são menores.
a/Neste quadro~ e ao longo deste trabalho, o termo entre parênteses abaixo
Além do mais, em diversos trabalhos empíricos foi
constatado que a dispersão dos preços relativos associa-se pos~_
tivamente à variabilidade da própria taxa de inflação agregada
e não somente ao nível de inflação • No teste desta hipótese, o
indicador mais freqüentemente utilizado para medir a
variabili-dade de inflação agregada tem sido a variância móvel da mesma nos
12 meses anteriores, isto é:
onde
11
l:
i=O (DP DP )
2 t-i - t
11
l:
i=O DP
t -1, . representa a taxa de
in-flação média nos últimos
12 meses
9/ b .
-A exemplo de outros autores ~o servamos a eXlste~
cia de significativa correlação positiva entre a variabil~de da
taxa agregada de inflação e de seu nível, tanto para dados
men-sais quanto anuais. Da mesma forma, encontrou-se coeficientes de
correlação positivos entre VAR
t e as variáveis de dispersão de
preços relativos. Abaixo, estão relacionados esses coeficientes,
com os respectivos valores das estatísticas "t".
variáveis coef. de correlação estatística "t"
VAR com DP 0,2522 2,92
VAR com DIP 0,5431 7,74
VAR com DR 0,3831 4,96
VAR com VR 0,4115 5,40
VARY com DpY 0,3752 4,61
VARY com DIpY 0,2587 3,16
VARY com DRY 0,3601 4,72
VARY com VRY 0,3973 5,38
Todos os coeficientes sao significativamente diferentesde zero a um nível de 1% de confiança
Mas ao se estimar regressoes entre as variáveis de
dispersão de preços relativos, a taxa agregada de inflação e sua
variância, esta última variável deixa de ser significativa para
os periodos anuais, como se vê no quadro 11 abaixo. A
co1ineari-dade entre VAR e DP pode ser a causa desta perda de significânci~
esta pode também decorrer de que, de fato, VAR seja mais
corre1a-cionado com a dispersão a curto prazo, (mensal) do que a longo
prazo (anual), conforme se pode observar dos próprios
coeficien-tes de correlação anteriormente estimados.
QUADRO II
VARIltVEL
Constante DP VAR ou R2 D.W.
DEPENDENTE DpY VARY
DIF 13,80 1,364 0,158 0,345 1,73
(9,09) (5,04) (2,47)
DIFY (*) 6,017 0,294 0,000057 0,709 1,66
(5,89) (1,56) (0,40)
DR 8,49 1,404 0,108 0,562 2,09
(10,14) (8,72) (2,82)
DRY 3,8525 0,3867 0,000014 0,812 1,43
(6,14 ) (3,33) (1,53)
VR -2,42 4,359 0,286 0,532 2,29
(-0,90) (8,45) (2,34)
VRY (*) 1,1347 0,31504 -0,0000096 0,510 1,65
(2,00) (3,00) (1,14)
(*) FOl utl1lzada a tecnlca de Cochrane-Orcutt, para e1lmlnar a autocorre1ação dos residuos.
Com o objetivo de verificar se as relações
descri-tas nos quadros I e 11 anteriores mantêm-se independentemente do
nive1 de inflação subjacente, foram definidos dois subperiodos de
60 meses: o primeiro deles, de maio de 1974 a abril de 1979, ~
de março de 1981 a fevereiro de 1986, no qual a inflação média si
tuou-se em 8,24% ao mês.
Para esses dois subperíodos, foram replicadas as
regressoes mencionadas nos Quadros I e 11, no que diz respeito
apenas aos períodos mensais. Os principais resultados estão repo~
tados no Quadro 111, a seguir.
QUADRO 111
SUBPE- VARIÂVEL
CONSTANTE DP VAR R2 D.W.
R1:0DO DEPENDENTE
I DIF 0,152 1,185 0,028 1,86
(5,56) (1,31)
11 DIF 0,166 1,455 0,199 1,53
(4,95) (3,80)
I DR 0,00067 0,02112 0,310 1,80
(5,33) (5,12)
11 DR 0,00146 0,01072 0,185 2,07
(5,90) (3,80)
I VR -0,00031 0,05459 0,364 1,90
(-1,08) (5,90)
11 VR 0,00015 0,04711 0,290 2,30
(0,18 ) (4,87)
I DIF 0,138 1,235 12,042 0,034 1,87
(2,86) (1, 41) (O ,59)
11 DIF 0,149 1,1261 16,756 0,266 1,62
(4,51) (2,83) (2,26)
I DR 0,00069 0,02085 -0,02314 0,312 1,80
(4,22) (4,85) (-0,25)
11 DR -0,00135 0,00851 0,112iD 0,254 2,21
(5,47) (2,88 ) (2,05 )
I VR -0,00013 0,05285 -D,15012 0,381 1,89
(-0,37) (5,51) (-D,73)
11 VR 0,00021 0,03991 0,3665 0,334 2,44
(-0,25) (3,93) (1,94)
Os resultados anteriormente arrolados indicam que,
em ambos os subperíodos, continua a prevalecer a correlação
tiva entre a dispersão das variações de preços relativos e o
ve1 de inflação, para duas das medidas utilizadas, sendo exceçao
I
I
i
t
!
I
I
a medida DIF a qual, para o subperíodo I, nao tem relação estatis
ticamente significante com DP.
Contudo, no que se refere
à
inclusão da variávelVAR nas equações, observa-se que esta não tem significância esta
tística na explicação da dispersão dos preços relativos, no
sub-período I, ocorrendo o contrário no caso do subsub-período 11. Assim,
a variabilidade da taxa agregada de inflação somente adquire re
levo no período de maior nível de inflação subjacente.
Distribuição de preços individuais
o
comportamento dos preços também pode ser exami-nado através da distribuição das variações dos preços individuaisem torno da média no período. A fim de verificar se, no caso bra
sileiro, essa distribuição segue alguma distribuição
probabilís-tica conhecida, foram realizados testes de aderência (chi-quadrado) ,
bem como calculados os primeiros quatro momentos da distribuição,
tanto para as observações mensais quanto anuais. Os resultados
são reportados nas Tabelas IV e V.
o
teste chi-quadrado mostra que, para os períodos mensais, a hipótese de que as variações dos preços dos bens individuais segue uma distribuição normal pode ser rejeitada em 101
dos 142 meses, a um nível de confiança de 5%. Porém, para os dados,
anuais, a rejeição da hipótese .de normalidade ocorre apenas em 37
10
meses de um total de 129 observações
J
Além desta evidência de mudança na distribuição
das variações dos preços individuais quando se aumenta o período
de observação, pode-se verificar que as estatísticas de assime
tria e curtose também se alteram quando se passa de períodos me~
sais para anuais. No caso dos mensais, a distribuição apresenta
coeficiente de assimetria significativamente diferente de zero
em 68% dos casos, enquanto, para os períodos anuais, esse perce~
tual reduz-se para 48%.
O coeficiente de assimetria indica a direção de
ocorrência dos valores extremos da distribuição. A predominância
de coeficientes significativamente positivos (cerca de 80% dos
casos) indica que, na maioria dos meses observados, a grande pa~
te das variações de preços estava abaixo da média, e aquelas que
estavam acima tendiam a estar a uma maior distância da média.
Tal fato sugere às autoridades de política econômica que é po~
sível diminuir a inflação controlando alguns preços individuais
aparentemente "líderes" do processo inflacionário; mas, para p~
ríodos anuais, esta assimetria tende a se atenuar, a hipótese de
normalidade da distribuição sendo mais aceitável. E, além domais,
as observações acima são meramente descritivas; seria necessário
estabelecer uma ligação causal entre a assimetria e a média, ou
seja, entre os preços aparentemente "líderes" do processo e a in
fIação.
Vale assinalar que, nas distribuições
correspon-dentes às observações mensais, a estatística de curtose aprese~
tou-se significativamente superior a 3 em 65% dos caso~ enquanto
que para os dados anuais somente em 53% das observações a esta
tlstica de curtose foi significativamente superior a 3.
Considerando-se o fato de que as distribuições das
cando que algumas poucas mercadorias parecem liderar o processo
inflacionário, seria interessante verificar se o coeficiente de
assimetria varia em função do nível de inflação agregada, bem
como de sua aceleração. Para tanto, foi realizada a regressao e~
tre o coeficiente de assimetria (AS), o nível e a aceleração (AI)
da inf lação , paré3. Ç'S dados ~elati vos a períçxiús mensais, com os seguintes
resultados :
AS
t
=
-2,92 + 0,745 DPt - 0,277AIt(-2,13) (3,46) (-0,75)
R2
=
0,08 D.W.=
2,123onde AIt
=
DPt - DPt- l é a aceleração inflacionária.
Os resultados mostram que a assimetria positiva
tende a aumentar com o nível de inflação, não estando em
pio associada
à
aceleração da mesma.Apesar disso, é interessante observar que as
ra-ras ocorrências de assimetria negativa estão associadas, na gra~
de maioria das vezes,
à
desaceleração da inflação, indicando que,nesses casos, a maior parte das variações de preços está acima
da média, uns poucos itens de consumo liderando o processo de
queda da inflação.
Esses resultados indicam que, possivelmente, em
razao das diferencas na velocidade de ajustamento dos preços
in-dividuais aos diversos chogues, as distribuições de variações de
preços, em termos mensais, tendem a ser mais assimétricas do que
as que consideram períodos anuais. Também no que diz respeito ao
grau de "achatamento" da distribuição, há uma tendência para um
comportamento mais próximo
à
curva normal, quando os dados saoDispersão de Preços Relativos: Uma análise setorial
A fim de mais profundamente investigar as causas
subjacentes
à
dispersão de preços relativos, os 50 componen~ doICV-RJ foram agrupados em três categorias, relativamente mais
homogêneas, segundo sua natureza básica:
a) bens relacionados
à
alimentação (19 itens);b) serviços (11 itens); e
c) outros bens (20 itens).
Para esses setores foram computadas as taxas de inflação
seto-rial, para os 142 meses observados, as quais estão arroladas na
Tabela VI.
Como anteriormente mencionado, ao longo do período estudado, constatou-se uma subida dos preços relativos dos ali
mentos, conforme pode ser verificado no quadro abaixo
1Y
:
Quadro IV
GRUPOS DE BENS
M~DIA DESVIO- ASSIMETRIA CURTOSE
OU SERVIÇOS PADRÃO
Alimentos 0,058 0,041 0,771 2,882
Serviços 0,053 0,031 1,108 3,675
Outros bens (DPB) 0,052 0,033 0,755 2,908
ICV-RJ 0,055 0,033 0,870 3,011
Por sua vez, a variável VR
t foi decomposta em três componentes associados
à
dispersão de preços relativos intra-gr~pos e em um quarto componente relacionado
à
dispersão entre os ciIr
tados grupos. Analiticamente, VRt se decompõe da seguinte forma :
lYPara o grupo de bens k~ a inflação setorial
é
guinte forma: N
k
DPK ~ W DP
.i: it it d W ..
-z..~1 .Àk ~ on e i e
bem i no ICV-RJ
Àk
é
a part-z..c-z..paçao total dono lndice total.
obtida da
se-a pse-articipse-ação do
grupo de bens k
17Esta divisão foi proposta por Blejer (9). Procedimento similar
=
1onde VRA
t , VRSt e VRBt descrevem a dispersão de preços relativos
em cada grupo e Vl
t a dispersão entre grupos, sendo igual a:
DPA
t , DPBt e DPSt representando as taxas de inflação em cada gr~
po. Em termos médios, essas variáveis assumiram, no período, os
seguintes valores:
VRA
t
=
0,00347 VRSt
=
0,00121 VRBt
=
0,00128 Vlt
=
0,00029Entretanto, como a comparaçao direta entre as va
riáveis acima pode levar a conclusões equivocadas, em razao dos
diferentes graus de agregação considerados em cada grupo, a con
tribuição de cada um dos componentes para a dispersão total deve
ser avaliada por meio das frações de VR
t associadas a cada um
dos grupos, quais sejam:
BIt
=
VRAtÀa
B2t
=
VR
t
VRB
t
VR
t
B3t
=
VRS tÀs
4
,onde L
i=l
Os valores dos Bit, que permitem estabelecer as
contribuições das dispersões de preços relativos intra-grupos
(Bl, B2 e B3) e da dispersão entre grupos (B4) para a dispersão
total, estão relacionados na Tabela VI, para todo o período es
tudado.
Em termos médios, essas variáveis apresentaram os
seguintes valores:
Bl
=
65,72%B2
=
14,13% B3=
10,44% (34=
9,71%Não obstante a importância de cada grupo na
de-terminação da dispersão total dos preços relativos varie
bas-tante cada mês, os valores acima relacionados indicam que as flu
tuações de preços intra-grupos repondem por grande parcela dessa
dispersão e que cerca de 2/3 da dispersão total deve-se, em ~
me-dia, aos bens relacionados
à
alimentação. (Estes representam 41,56%do ICV-RJ).
Esse fato, de os bens de alimentação
apresen-tarem um maior grau de flutuação deve-se, possivelmente, a fato
I}
res sazonais que incidem com maior força sobre esses bens Para
verificar se estas contribuições setoriais para a dispersão
to-tal tendem a variar com o próprio nível da inflação, foram rea
lizadas regressões entre os Bi e DP
t , com os seguintes resultados:
lYEste resultado pode ser explicado alternativam~nte pela predominância, nes
Quadro V
\TARIÂVEL
CONSTANTE DP R2 D.W.
DEPENDENTE
81 0,65 0,11 0,00049 2,07
(23,9) (0,26)
82 0,13 -0,47 0,02351 1,88
(7,9 ) (-1,83)
8 3 0,13 0,20 0,0031 1,99
(6,79) (0,66 )
84 0,08 0,20 0,00657 1,644
(6,33) (0,96 )
Os resultados relatados no quadro acima indicam
que as contribuições setoriais para a dispersão total dos preços
relativos independem do nível de inflação, exceção feita ao gr~
po "outros bens", cuja contribuição declina com a subida da
in-flação. Neste grupo predominam os bens classificados como "arti
gos de residincia" e "vestuirio", os quais, na grande maioria
dos casos, não estão sujeitos a controles governamentais de pr~
ços.
Uma possível explicação para a queda da
contri-buição desses setores na dispersão total de preços, ao longo
processo de aceleração da inflação, pode ser encontrada na
do
tica comum dos governos de utilizarem os preços dos produtos sob
seu controle para limitar, a cada mês, os índices de inflação a
tetos politicamente aceitáveis. Assim, com a aceleração da infl~
çao, os preços dos bens controlados pelo governo -alimentos bá
sicos e serviços públicos -passam a ter seus reajustes deliber~
contribuição dos setores não controlados na dispersão total de preços
relativos.
o
mesmo tipo de exercício foi repetido com a
decom-posição do ICV-RJ entre bens transacionáveis (25 itens) e não
transacionáveis
14/.Os valores médios dos Bi sao os seguintes:
~T
= 40,850/0
~NT =
52,71%
~G
= 6,44%
onde
~T, ~NTe
~Grepresentam, respectivamente, as contribuições
dos grupos dos bens transacionáveis ("tradeables") e não
transacio-náveis e inter-grupo na dispersão total. Estes números médios
indicam que os bens transacionáveis (que representam 46,9% do
ICV -RJ) contribuem menos para a dispersão dos preços relativos
que os bens domésticos. Da mesma forma, foram realizadas
regressões entre as citadas variáveis e DPt para verificar se estas
variam com o nível de inflação. Os resultados estão assinalados no
quadro seguinte.
Quadro VI
VARIAVEL
CONSTANTE
DP
R2
D.W.
DEPENDENTE
~T
(10,2)
0,368
(1,36)
0,75
0,0129
2,19
~NT
0,595
-1 18
,
0,0321
2,04
(16,8)
(-2,15)
~G
0,037
0,49
0,0504
1,49
(3,08)
(2,72)
/4/
A tabela VII apresenta valores mensais de
~i,i=T, NG e
G,
1.
PRECURSORES
A existência de correlação positiva entre a variabilidade
do nível absoluto de preços e a variabilidade dos preços
relativos foi observada por vários autores,
a partir de estudos
empíricos de natureza descritiva.
O primeiro desses trabalhos deve-se a Frederick
C. Mills
15/ ,tendo sido realizado em 1927. Mills estudou
exaustiva-mente o comportamento dos preços no atacado nos EUA, concluindo
que a dispersão das variações dos preços individuais aumenta com
a instabilidade do nível geral dos preços.
Utilizando o mesmo enfoque e metodologia de Mills,
Frank D. Graham
16/ ,em livro cuja primeira edição data de 1930,
ob-servou uma relação similar entre a dispersão das variações dos
preços individuais e a instabilidade do nível geral de preços, na
hiperinflação alemã do início da década dos 20. Segundo Graham,
quando se inicia um movimento de alta do nível geral de preços,
uma série de "lags" nos preços individuais começa a aparecer. Esses
"lags" tendem a desaparecer rapidamente quando o nível geral de
preços cessa seu movimento de alta ou começa a retomar ao seu
ní-vel anterior. Entretanto, mesmo quando os preços continuam a subir,
os "lags" tendem a ser progressivamente eliminados. Esta observação
de Graham sugere que eventos inesperados podem ter um importante
papel na determinação da dispersão dos preços relativos. Os preços
individuais ( ou suas variações) tendem-se dispersar no início
/5/Mills, FC - "The Behavior of Prices", New York, 1927
I6/Graham, FD. - "Exchange. Prices and Production in Hyper-Injlation:
dida em que o elemento surpresa desaparece, os preços tendem a
con-vergir novamente para seus valores de equilíbrio.
Outro trabalho de natureza estatístico-descritiva
sobre o assunto se deve a H. Glejser
17/,que investigou a influência
do nível de inflação e da taxa de aumento da produtividade sobre a
magnitude das variações dos preços relativos no curto prazo,
atra-vés de análise "cross-section" dos dados de 15 países. Glejser com
putou regressões lineares tendo como variável dependente o desvio
-padrão da variação dos preços relativos e como variáveis
indepen-dentes a taxa de inflação e a taxa de crescimento da produtividade.
Os índices de preços foram decompostos em 7,40 e 110 categorias
de produtos e, para todas essas decomposições, os resultados de
Glejser indicaram a existência de correlação positiva entre a
mag-nitude das variações dos preços relativos e (1) o aumento da
pro-dutividade na indústria; e (2) a taxa de inflação. Glejser explica
a correlação entre a variabilidade dos preços relativos e os aumentos
de produtividade através do fato óbvio de que quanto maiores
forem os ganhos de produtividade em uma economia, maiores deverão
ser os correspondentes ajustes de preços relativos.
Por sua vez, quanto à correlação entre inflação
e variabilidade de preços relativos, Glejser não propõe nenhum
mo-delo de comportamento que explique o fenômeno, limitando-se a
apre-sentar algumas sugestões de interpretação. Dentre elas, vale
multânea de preços flexíveis e preços administrados associados a
oligopólios, o que provoca diferentes respostas dos vários seto
-res da economia às p-ressões de demanda. Outra linha de
argumentação é atribuir às mudanças na política de administração de pre
-ços do Governo o papel de canal através do qual as variações nos
preços relativos afetam o nível geral de preços. Por exemplo, uma
retirada dos controles de preços tende a aumentar conjuntamente o
nível geral de preços e a variabilidade dos preços relativos, se
esses não estivessem anteriormente em equilíbrio.
Mais recentemente, Vining e Elwertowski
18/anali-saram os movimentos dos preços no atacado e no varejo nos EUA, no
período 1948-1974. O trabalho de Vining e Elwertowski, de
características exclusivamente descritivas, tem como resultado a compro
-vação da existência de correlação positiva entre a variabilidade
dos preços relativos, representada pela variância da distribuição
das variações dos logaritmos dos preços relativos, e a média da
mesma distribuição. Adicionalmente, observaram que esta
distri-buição possui assimetria positiva, ou seja, quando a inflação está
se acelerando, a maioria dos preços se eleva a taxas inferiores à
média, e vice-versa. Vining e Elwertowski interpretaram estes
resultados à luz de um modelo neoclássico idealizado por Robert
Lucas
19/,em artigo de 1973, no qual estudou os "tradeoffs" entre
o produto real e a inflação.
/8/
Vining e Elwertowski, (
42)
2.1.
Modelo de Lucas
O modelo de Lucas mencionado anteriormente está
alicerçado sobre três hipóteses essenciais: (1) o produto nominal
é determinado pela demanda agregada, cabendo à oferta agregada a
determinação do nível de preços e do produto real; (2) existe
al-guma rigidez na oferta de curto prazo, em razão da informação
incompleta que os ofertantes têm dos preços relevantes a suas deci
sões; (3) as inferências sobre estes preços relevantes nãoobser
-vados são feitas através de expectativas racionais dos agentes
econômicos.
Os ofertantes estão localizados em um grande
número de mercados competitivos estanques entre si. A quantidade ofer
-tada em cada mercado divide-se em um componente secular, comum a
todos os mercados, e um componente cíclico, específico a cada mer
-cado. A oferta ê descrita, portanto, pela equação:
yt ez)
= ynt
+
yct ez)
(5)
onde
ytez)é
o logaritmo da quantidade ofertada no mercado z e ynt
e
yct ez)
são respectivamente os componentes secular e cíclico de
oferta. O
componente secular segue a tendência
ynt
=a
+
~t( 6 )
enquanto que o componente cíclico depende dos preços relativos
per-cebidos e de seu próprio valor no período anterior:
yct ez
)=Y
[Pt ez)-
E (Pt Ih (z))]
+
Àyc,
t-l
ez)
(6
a)expectativa sobre o logaritmo do nível geral de preços, dado o
con-junto de informações It (z) disponível no mercado z no momento t.
Os elementos do conjunto de informações It(z)
originamse de duas fontes principais. Por um lado, os ofertantes co
-nhecem os valores das realizações passadas dos choques de demanda
(x t1, x t2, ... ), o valor da oferta normal (ynt.) e os valores passa
dos do componente cíclico da oferta (yc,t1,yc, t2; ... ) Estas in
-formações, embora não permitam exata inferência sobre o valor
con-temporâneo do logo do índice geral de preços (Pt), determinam uma
distribuição a priori desta variável, comum a todos os mercados.
Por hipótese, supõe-se que Pt se distribua normalmente, com média
Pt e variância constante
()2 •De outra parte, os ofertantes
loca-1izados em z conhecem o preço efetivo vigente neste mercado (Pt (z))
Por hipótese, admite-se que Pt (z) se desvie da média dos preços
encontrados na economia, P t, de um valor igual a
zJ20.Esta variável
tem distribuição normal, de média zero e variância constante
f2
Logo, o preço observado em z (em logs) é a soma de duas variáveis
normais independentes:
Pt (z) = Pt
+
z
(7)
Utilizando (7) para calcular a distribuição de P t
condicional a Pt (z) e a Pt, obtemos uma distribuição normal, cuja
média é:
E(Pt I It(z)) = E(PtIPt(z) , Pt)= (l-9) Pt(z)
+
9Pt
(8)
onde 0=
1" 2 (1" 2+
()2 ),e cuja variância é 9Pt.
de oferta no mercado z:
Yt (z) = ynt
+
01' [Pt (z) - Pt]
+
Àyc, t-I
(z)(9)
A oferta agregada, por sua vez, é obtida a
par-tir de (9), através de integração com relação à variável z:
Yt=ynt
+
81'[Pt - Pt]
+
À[yt-I - yn, t-I]
(lO)
Nessas condições, a inclinação da oferta
agrega-da varia de acordo com a fração O agrega-da variância total que é devido
à variação dos preços relativos. Quando a variância dos preços re
-lativos
't 2for relativamente pequena, vis-a-vis
O" 2 -de forma
que variações dos preços individuais reflitam quase que exclusi
-vamente mudanças no nível geral de preços -
a curva de oferta
agre-gada tenderá a ser vertical.
Neste caso, as políticas de demanda agregada terão
seus efeitos exclusivamente sobre os preços, não alterando sig
-nificativamente o produto real (gráfico Ia).
(Ia) (Ib)
relativos estão se movendo a seu favor. Tal fato ocorre quando
variabilidade dos preços relativos é muito alta, dada uma relativa
estabilidade do nível geral de preços, gráfico (lb)
O
modelo é completado pela demanda que tem
forma:
yt + Pt= Xt
(11 )
onde xt é uma variável exógena igual ao logaritmo do PNB observado.
Por hipótese,
{~xt}é uma seqüência de variáveis aleatórias normais
com média
Õe variância
a
2x. Como a história relevante da economia
consiste de ynt, dos choques de demanda xt , xt-l , ... e dos valores
passados do produto yt , yt-l , ... , Lucas conjectura que Pt tenha uma
solução linear abrangendo todas essas informações, ou seja:
Pt = I10 +I1 lxt + I12xt-l + ... + nl Yt-l + n2Yt-2 + ...
+~OYnt
(12)
Logo, Pt será a expectativa de Pt baseada em
todas as informações disponíveis (e, portanto, exceto x ):
Pt = Po I11 (Xt-l + õ) + n2Xt-2 + ... + nl Yt-l + n2Yt-2+
... +
~oYntIgualando as quantidades ofertada e demandada
substituindo os valores de Pt e Pt dados por (12) , e (13), chega-se
às soluções finais para Pt e yt:
Pt= 9yõ
-
À~+
1
xt +
9y
-À
Y t-l - (1 - À) Y nt
(1 +9y)
1 + 9y
1 + 9y
Yt = - 9yõ
+
À~+
9y
~xt+ ÀYt-l + (1- À) Ynt
Yct = - IIlõ +
Il~Xt+ À
Yc, t-l
( )
~Pt = -~
+
(1-
Il)
~xt+
Il~xt-l-
À~Yc,t-l
(14)
onde Il = 9r/1 +f)y
No que diz respeito especificamente aos preços
relativos, a equação ( ) pode ser reescrita da seguinte forma:
Pt+ 1 (z)- Pt(z) = Pt+ 1 - Pt + zt+ 1 - zt
Ou
{[Pt+ l(z) - Pt(z)] - [Pt+ 1 - Pt]F = [zt+ 1 - zt]2
(15)
O valor esperado do lado esquerdo da equação( )
é a variância das variações dos preços individuais em relação a
variação da média, ou seja
/2\ :Var (Pt+l(z) - Pt(z))
=E(zt+l - zt)2
=2"[2
(16)
Portanto, a variância das variações de Pt (z) em
tomo da variação de média dos preços é constante e, como tal, in
-dependente do grau de variabilidade de Pt.
Em conseqüência, Vining e Elwertowski foram
leva-dos a concluir que a evidência empírica por eles encontrada não
suportava as hipóteses básicas de independência e normalidade
con-tidas no modelo de Lucas, já que tinha sido constatada a existência
de forte correlação ao longo do tempo entre "[2 e (}'2, além da
assi-metria da distribuição das variações dos preços.
supõe a existência de tantas condições de equilíbrio quanto foram
o número de mercados. A curva de oferta agregada foi derivada a
partir da soma das curvas individuais de oferta, sem que fosse
in-troduzida a hipótese de existência de equilíbrio em cada mercado
Esta característica do modelo determinou
/22 ,em última análise, os
resultados de independência entre inflação e preços relativos.
2.2. Modelo de Barro
o
primeiro modelo a apresentar justificativa
teórica para os resultados de Vining e Elwertowski foi idealizado
por Robert Barro, em trabalho cujo objetivo principal era o estudo
do papel da política monetária
/23.O modelo de Barro é muito semelhante ao de Lucas
exceto por distinguir entre choques monetários agregados e cho
ques reais, além de outras pequenas diferenças estruturais.
Contudo, para o estudo da variabilidade dos preços relativos, sua ino
-vação mais importante é tomar as variâncias dos preços relativos
e do nível geral de preços endógenas ao modelo, ao contrário do
modelo de Lucas que as considerava exógenas.
As características principais do modelo de Barro
são:
(1)
os indivíduos possuem informação incompleta; (2) a oferta
e a demanda em cada mercado reagem aos preços relativos tais como
eles são percebidos localmente pelos agentes econômicos; (3) as ex
pectativas são formadas racionalmente; e (4) há equilíbrio em todos
22/
Para maiores detalhes, ver Cukierman
(14)
no conhecimento do preço corrente neste mercado, as variáveis
agregadas, como o nível geral de preços, somente serão de seu
conhecimento, com defasagem de um período. O fato das
informações locais serem percebidas mais rapidamente do que as agrega
-das provoca uma confusão entre deslocamentos absolutos e
rela-tivos das curvas de excesso de demanda, permitindo que
movimen-tos não antecipados da oferta de moeda tenham efeimovimen-tos reais
tem-porários.
A variância dos preços relativos, no modelo de
Barro, depende diretamente da variância das curvas de excesso de
demanda, da variância dos choques agregados (que se decompõe
en-tre variância da moeda e variância dos choques reais), além dos
parâmetros das curvas de excesso de demanda.
A dependência da variância dos preços relativos
em relação a variância dos choques agregados decorre do fato de
que quanto maior a variância dos choques agregados, menor será a
sensibilidade dos excessos de demanda em cada mercado aos preços
observados localmente, uma vez que os indivíduos estarão menos
inclinados a associar os movimentos de preços a deslocamentos
lo-cais das curvas de excesso de demanda. Em conseqüência, dado um
choque local, será necessário um maior movimento de preços para
obter-se o equilíbrio neste mercado. Esta reposta acentuada dos
preços aos choques locais leva ao aumento da variabilidade dos
preços relativos.
~---~---+Q
(11 )
Suponha que inicialmente o mercado z esteja em
equilíbrio no ponto Eo. Se a curva de oferta que prevalecer for
SI (z), um deslocamente da demanda neste mercado exigirá, para que
o equilíbrio volte a ser alcançado, um movimento de preços de P
para P2.
Entretanto, como hipotetiza Barro, se um aumento
da variabilidade dos choques agregados tomar a curva de oferta
menos elástica aos preços locais (deslocando a curva SI, para S2), o
mesmo deslocamento da demanda passará a exigir uma maior variação
dos preços relativos (de PI, para P'2).
Por sua vez, a variabilidade do nível geral de
preços também depende das variâncias consideradas, quais sejam
variância dos choques monetários e dos choques reais e a variân
-cia dos choques locais.
-radas constantes, como no modelo de Lucas.
Vale assinalar que não há uma relação de causali
dade (em termos temporais) fluindo da variabilidade do nível ge
-ral de preços para a variabilidade dos preços relativos, uma vez
que ambas são determinadas simultâneamente por variâncias
exógenas. Não obstante, podese identificar uma relação de causalida
-de lógica já que a variabilida-de dos preços relativos ocorre pela
informação imperfeita quanto à inflação, não sendo verdadeira
recíproca 24/.
Uma implicação prática do modelo de Barro é que
a proposição de Friedman de crescimento monetário constante se
ria recomendável, pois tenderia a reduzir a variabilidade dos pre
-ços relativos.
2.3. Modelo de Parks
Em 1978, Richard W. Parks
25/desenvolveu um modelo
de multimercados para mostrar como a variância dos preços relati
-vos está associada a variações nas condições subjacentes de ofer
ta e demanda e no nível de inflação antecipado pelos agentes eco
nômicos. O modelo sugerido por Parks é mais geral do que o de
Barro, pois permite que os coeficientes das curvas de oferta e de
-manda variem entre mercados, diferindo ainda dos modelos anteriores
por seu caráter não estocástico. O modelo parte de uma função con
-vencional de oferta individuallog-linear, pela qual a quantidade
ofertada do bem i depende do preço relativo esperado deste bem
de uma variável de tendência.
Opreço relativo é esperado, pois o
ofertante tem "a priori" apenas uma expectativa do valor presente
do nível geral de preços, embora conheça perfeitamente o preço
in-24/ Veja Fischer (19)