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Fotointerpretação da vegetação através da densitometria.

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Academic year: 2017

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F O T O I N T E R P R E T A Ç Ã O D A V E G E T A Ç Ã O A T R A V É S D A D E N S I T O M E T R Y *

Gilberto J. Garcia**

Delmar A. Β. Marchetti ***

R E S U M O

C o n s i d e r a n d o - s e que o s critérios fotointerpretativos t ê m m u i t o de subjetivo, c o m resultados que v a r i a m s e g u n d o o fotointérprete, pretendeu-se neste trabalho, ressaltar a utilização da densitometria c o m o auxiliar na fotointerpretação da v e g e -t a ç ã o .

N o e s t u d o f o r a m utilizadas fotografias aéreas c o l o r i d a s (transparências 23 χ 23 c m ) na escala 1 : 6 . 0 0 0 . O filme c o l o r i d o utilizado foi o K o d a k E k t a c h r o m e M S A e r o g r a p h i c F i l m 2 4 4 8 . D e s d e que as fotografias e s t a v a m n u m a escala grande, foi bastante fácil identificar as culturas existentes na área b e m c o m o a v e g e t a ç ã o natural. C a d a c a t e g o r i a de v e g e t a ç ã o foi classifi-c a d a pela n o t a ç ã o de M u n s e l l .

A densidade ó t i c a foi m e d i d a p o r i n t e r m é d i o d e u m m i c r o ¬ d e n s i t ô m e t r o de transmissão, m a r c a W e s t o n , m o d e l o 8 7 7 . P a r a c a d a item identificado nas fotografias f o r a m feitas leituras d e densidade ó t i c a , para p o s t e r i o r c o m p a r a ç ã o .

O s d a d o s o b t i d o s f o r a m utilizados para avaliar a i m p o r -tância das leituras d e n s i t o m é t r i c a s nas transparências c o l o r i d a s , o b t e n d o - s e as seguintes c o n c l u s õ e s principais: a ) as m e d i d a s densitométricas o f e r e c e r a m resultados mais consistentes que o s o b t i d o s p o r fotointerpretação c o n v e n c i o n a l ; b ) a utilização d o filme i n f r a v e r m e l h o c o l o r i d o sugere a possibilidade de ampliar a r e s p o s t a das leituras d e n s i t o m é t r i c a s .

1. INTRODUÇÃO

A fotografia aérea apresenta-se como o único instrumento capaz de representar as formas e o arranjo espacial das plantas,

individual-mente ou em associações. Conforme relata SPURR (1960), a fotoin-terpretação da vegetação exige basicamente o conhecimento das espé-cies mais comuns da flora, sua representação em fotografias aéreas e os tipos de plantas que geralmente se associam.

Quanto as características da vegetação, GATES (1970), comenta que a aparência das plantas e das superfícies vegetais depende de sua

* Trabalho apresentado no VII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola — Pelotas — RS — 1977. Entregue para publicação em 31-10-77.

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interação com a radiação, sendo influenciada pela geometria das fo-lhas, morfologia, fisiologia, composição química, solo e clima.

Conforme assinalam SIMONTACCHI et alii (1955), o importante é a elaboração de chaves de classificação, que podem ser de seleção ou de eliminação. A seleção seria montada de tal maneira que o fotoin-térprete seleciona o exemplo correspondente ã imagem que estivesse tentando identificar. A de eliminação é montada de tal modo que o fotointérprete acompanha uma sequüência pré-estabelecida, eliminan-do toeliminan-dos os itens, com exceção daquele que se deseja identificar. O método de reconhecimento se baseia em parte no estudo da tonalidade^ textura, padrão de sombra, forma e dimensão.

Mesmo associado a cor a estes parâmetros, os critérios fotointer-pretativos têm muito de subjetivo, variando segundo o fotointérprete.

A densidade ótica neste caso, revela-se importante, visto ser um

pa-râmetro de alta repetibilidade.

Os aparelhos que medem a densidade de transmissão é usado para

medir a quantidade de luz que atravessa um filme, enquanto que o densitômetro de reflexão mede a quantidade de luz que reflete da su-perfície de uma cópia fotográfica (COMPANHIA KODAK, 1972).

A densitometria tem sido utilizada com sucesso por vários auto-res. Assim, MANZER e COOPER (1967) relataram que foi possível avaliar a severidade da requeima em uma cultura de batatas, através de medidas densitométricas em transparências infravermelhas colori-das. MURTHA (1989) comenta que foi possível detectar danos fisio-lógicos em còníferas através de medidas densitométricas de transpa-rências infravermelhas coloridas- JACKSON et alii (1971) obtiveram elevada correlação quando relacionaram medidas densitométricas de

uma cultura de batatas com diferentes graus de infestão por requei-ma, e níveis de infestão obtidos por patologistas, para as mesmas par-celas no campo, evidenciando a utilidade do método.

O trabalho em questão pretende realçar a utilização da densito-metria como auxiliar na fotointerpretação da vegetação.

2. MATERIAL Ε MÉTODOS

No estudo foram utilizadas fotografias aéreas coloridas (transpa-rências 23 χ 23 cm) na escala 1:6.000. O filme colorido utilizado foi o Kodak Ektachrome MS Aerographic Film 2448. É um filme de gra-nulação fina, velocidade média, reversível, apresentando uma excelen-te definição e uma boa qualidade de imagem. É utilizado para

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Desde que as fotografias estavam numa escala grande, foi bastante fácil identificar as culturas existentes na área, bem como vegetação natural. Cada categoria de vegetação foi classificada pela notação de MUNSEL (1966) .

A densidade ótica foi medida por intermédio de um microdensitô-. metro marca Weston, modelo 877, de transmissão, com abertura de

0,8 mm. A FIGURA 1, mostra o esquema do aparelho em questão,

classificado segundo BLANC et alii (1966) como de

resposta calibrada,

ou de

leitura direta.

Para cada item identificado nas fotografias foram feitas dez leitu-ras de densidade ótica, para posterior comparação.

3. RESULTADOS Ε DISCUSSÃO

O QUADRO 1, mostra os resultados obtidos. Pode-se perceber que tanto a notação de Munsell, como a caracterização da cor, não são tão esclarecedoras como os valores de densidade ótica, a qual possibi-litou separar numericamente as diferentes categorias de vegetação. Estas leituras densitométricas, por não se originarem de critério pes-soal, podem s-er reproduzidas a qualquer momento, desde que se utili-zem densitômetros perfeitamente calibrados.

Pode-se perceber ainda pelo QUADRO 1, que existem leituras mui-to próximas, bem como semelhantes, como é o caso da cana-de-açúcar

e eucalipto. Isto decorre do fato de que as plantas na região visível apresentam uma baixa refletividade não diferenciada, crescendo com o aumento do comprimento de onda, apresentando já na faixa perten-cente ao infravermelho, uma sensível distinção (GATES, 1970). Uti-lizando-se, portanto, imagens infravermelhas coloridas, como fizeram MANZER e COOPER (1967), MURTHA (1969), e JACKSON et alii

(1971), em associação com imagens coloridas comuns, as possibilida-des da fotointerpretação aumentam bastante, principalmente quando se utiliza da densitometria.

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4 . CONCLUSÕES

4 . 1 . As medidas densitométricas ofereceram resultados mais consistentes que os obtidos por fotointerpretação conven-cional .

4 . 2 . A utilização do filme infravermelho colorido sugere a pos-sibilidade de ampliar a resposta das leituras densitométri-cas.

S U M M A R Y

F O T O I N T E R P R E T A T I O N O F V E G E T A T I O N T H R O U G H D E N S I T O M E T R Y T h e photointerpretatives parameters are v e r y subjective, because each p h o t o m l e r p r e t e r has his o w n criterion. T h e o b j e c t i v e of the present, w o r k is to evidence the utilization of the d e n s i t o m e t r y in the interpretation o f v e g e t a t i o n .

In the study, w e r e used aerial c o l o r p h o t o g r a p h s (transparences 23 χ 23 c m ) in the scale 1-.6.000. T h e utilized c o l o r film w a s the K o d a k E k t a c h r o m e M S A e r o g r a p l u c

F i l m 2 4 4 8 .

B e c a u s e of the scale sise, w a s v e r y easy t o identify the natural and cultural v e g e t a t i o n . E a c h type o f vegetation w a s classified b y Munsell renovation

T h e optical density w a s t h r o u g h a W E S T O N transmission m i c r o d e n s i t o m e t e r , m o d e l 8 7 7 . F o r e a c h type o f identified vegetation w e r e m a d e densitometric measurements, for later c o m p a r a t i o n .

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L I T E R A T U R A C I T A D A

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Referências

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