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Análise da saliva de pacientes com ardência bucal por espectroscopia de Fourier Transform Infrared (FT-IR)

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LAÍS MORANDINI CARVALHO

ANÁLISE DA SALIVA DE PACIENTES COM

ARDÊNCIA BUCAL POR ESPECTROSCOPIA DE

FOURIER TRANSFORM INFRARED (FT-IR)

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LAIS MORANDINI CARVALHO

ANÁLISE DA SALIVA DE PACIENTES COM ARDÊNCIA BUCAL POR ESPECTROSCOPIA DE FOURIER

TRANSFORM INFRARED (FT-IR)

Dissertação apresentada ao Instituto de Ciência e Tecnologia, UNESP - Univ Estadual Paulista, Campus de São José dos Campos, como parte dos requisitos para obtenção do título de MESTRE, pelo Programa de Pós-Graduação em BIOPATOLOGIA BUCAL, Área Patologia.

Orientador: Profa. Adj.Janete Dias Almeida Co-orientador: Prof. Dr. Herculano da Silva Martinho

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BANCA EXAMINADORA

Orientadora Profa. Adj. Janete Dias Almeida Instituto de Ciência e Tecnologia UNESP – Univ Estadual Paulista

Pós-doutoranda Dra. Celina Faig Lima Carta Instituto de Ciência e Tecnologia UNESP – Univ Estadual Paulista

Profa. Dra. Samira Esteves Afonso Camargo Instituto de Ciência e Tecnologia UNESP – Univ Estadual Paulista

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DEDICATÓRIA

A Deus, por ter me concedido esta oportunidade e me fortalecido em toda a minha jornada.

A meus pais Itamar (in memorian) e Claudia, tenho grande

admiração por vocês. Sou grata por tudo que me ensinaram e por acreditarem em meu potencial. Tudo isso só foi possível graças a vocês.

A meu marido Diego, por ser meu grande amigo, companheiro e parceiro, me apoiando nas minhas decisões, construindo nossa família e nossa história.

A nosso filho Pedro, por compartilhar comigo seus sorrisos, gracejos e me conceder a oportunidade de ser sua mãe.

A meus irmãos Itamar, Thiago e André Felipe meus melhores amigos que sempre estiveram ao me lado me apoiando e me ajudando.

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As minhas tias Aline e Kellen e as minhas cunhadas Ana Carolina, Hellen, Ana Paula, Samantha por serem companheiras de longas conversas e amigas.

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AGRADECIMENTOS

À UNESP - Univ Estadual Paulista, na pessoa do diretor do Instituto

de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos Prof Dr. Carlos

Augusto Pavanelli.

Ao Programa de Pós-graduação em Biopatologia Bucal, na pessoa da

Coordenadora Profa. Dra. Juliana Campos Junqueira.

A minha orientadora Prof. Adj Janete Dias Almeida e co-orientador

Prof Dr. Herculano da Silva Martinho que compartilharam comigo seus conhecimentos e habilidades, para a realização desta pesquisa.

Aos docentes do Programa de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal

pelo crescimento profissional; em especial à Profª. Adj. Yasmin

Rodarte Carvalho, Profª. Adj. Rosilene Fernandes da Rocha, Profª.

Drª. Adriana Aigotti Haberbeck Brandão, Profª. Ana Lia Ambinder

pelo conhecimento transmitido durante o curso.

Ao docente Prof° José Benedito Oliveira Amorim pelo auxilio dado na realização deste projeto.

À bibliotecária Renata Ap. Couto Martins pelo auxílio nas correções desta dissertação.

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Aos amigos de pós-graduação do ICT-UNESP Elis, Noala,

Stephanie, Gabriela, Mônica, Celina, pela ajuda, amizade e companheirismo.

As amigas da pós graduação da Universidade Federal do ABC,

Tamires, Mariana, Paula, Érika e em especial Taciana, por toda ajuda para concretização deste trabalho.

Ao meu cunhado Eduardo pela ajuda na instalação dos programas necessários a realização deste projeto.

A cirurgiã-dentista Marinês pelo auxilio na elaboração do questionário.

Aos pacientes, pelo consentimento na participação do presente estudo.

(8)
(9)

SUMÁRIO

RESUMO... 10

ABSTRACT... 11

1 INTRODUÇÃO... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA... 15

2.1 Saliva... 15

2.2 Ardência bucal... 16

2.3 Espectroscopia FT-IR... 22

3 PROPOSIÇÃO... 28

4 MATERIAL E MÉTODO... 29

4.1 Grupo de estudo... 29

4.2 Grupo controle ... 30

4.3 Coleta de amostras... 30

4.4 Armazenagem e Transporte das Amostras... 31

4.5 Espectrômetro FT-IR... 32

4.6 Forma de obtenção e análise dos espectro FT-IR... 33

5 RESULTADOS... 36

5.1 Análise dos questionários da história da doença e estado de saúde geral... 36 5.2 Análise dos espectros FT-IR... 42

6 DISCUSSÃO... 50

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Carvalho LM. Análise da saliva de pacientes com queixa de ardência bucal por espectroscopia de Fourier Transform Infrared (FT-IR). [dissertação]. São José dos Campos (SP): Instituto de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos, UNESP - Univ Estadual Paulista; 2013.

RESUMO

As técnicas de biópsia óptica consistem na análise de tecidos através das suas propriedades físicas. Dentre essas técnicas, destaca-se a espectroscopia Fourier Transform Infrared (FT-IR), a qual tem sido utilizada para identificar padrões de alterações moleculares por meio dos modos vibracionais. O objetivo do presente estudo foi avaliar através da espectroscopia FT-IR amostras de saliva de 14 pacientes do com ardência bucal visando estudar alterações bioquímicas globais e comparar à saliva de 14 pacientes controle, pareados por idade e sexo. Para obtenção dos resultados, os espectros adquiridos e armazenados pelo software de controle do espectrômetro Fourier Transform Infrared foram convertidos para o formato ASCII, e posteriormente foi realizado processamento e análise no Minitab 16. Os resultados revelaram por meio da análise dos gráficos realizados pelos programas Origin e Qytplot que houveram diferenças nas intensidades das bandas relacionadas a proteínas e lipídios, que apresentaram-se com menor intensidade espectral para a saliva dos pacientes com ardência. Portanto, foi possível concluir que a técnica se mostrou eficaz para caracterizar a presença de alterações na saliva dos pacientes com ardência comparados a saliva dos pacientes normais.

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Carvalho LM . Analisys of saliva of patients burning mouth with complaint by Fourier Transform Infrared spectroscopy. [dissertacion]. Institute of Science and Technology, UNESP - Univ Estadual Paulista, São José dos Campos (SP); 2013.

ABSTRACT

The optical biopsy techniques consist in the analysis of tissues through its physical properties. Among these techniques, there is a Fourier Transform Infrared (FT-IR) spectroscopy, which has been used to identify patterns of molecular changes through vibrational modes. The aim of this study was to evaluate by FT-IR spectroscopy saliva samples from 14 patients complaining of burning mouth aiming to study global biochemical changes and compare the saliva of 14 patients without any complaint, matched for age and sex. To obtain results, the spectra acquired and stored by the control software of the spectrometer Fourier Transform Infrared (FT-IR) were converted to ASCII format for further processing and analysis be conducted in Minitab 16. The results revealed by the analysis performed by the graphics program Origin and Qytplot that there were differences in the intensities of the bands related to proteins and lipids, who presented with lower spectral intensity to the saliva of patients with burning complain. Therefore, it was concluded that the technique was effective for characterizing the presence of changes in the saliva of patients with burning compared saliva from normal patients.

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1 INTRODUÇÃO

A utilização da saliva para diagnóstico dos mais diversos tipos de patologias tem se tornado alvo de frequentes pesquisas e é um importante recurso para a avaliação de condições fisiológicas e patológicas oferecendo diversas vantagens em relação a outros biofluidos corporais que incluem o fato de ser método simples, não invasivo, de fácil coleta, de baixo custo (Verma et al., 2013), altamente sensível e seguro se comparado a métodos que fazem uso de materiais perfuro-cortantes que são responsáveis pela transmissão de doenças graves como o HIV e hepatite B.

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A espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier (FT-IR) é uma técnica que fornece uma enorme quantidade de informações relacionadas à composição molecular (Li et al., 2012; Xie et al., 2011; Conti et al., 2008), de maneira rápida e não destrutiva. É uma técnica com alto potencial para identificação de substâncias químicas de natureza orgânica ou inorgânica podendo ser utilizada para a identificação de componentes de uma mistura desconhecida em diferentes estados físicos da matéria (Ahmed et al., 2010). O uso da espectroscopia FT-IR como ferramenta para diagnóstico de fluidos corporais tem tido importância acentuada nos últimos anos (Ahmed et al., 2010), podendo, portanto, ser utilizada em estudos envolvendo saliva.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Saliva

A saliva é um fluido biológico complexo produzida por três principais glândulas maiores: a glândula parótida, submandibular e sublingual, que juntas contribuem com 90% de todo o fluido salivar; e apenas 10% é produzido pelas glândulas salivares menores, porém mesmo em menor quantidade elas desempenham um papel importante na lubrificação das mucosas mesmo na ausência de estímulos locais (Pedersen et al., 2002). Seu PH em condições normais é ligeiramente ácido, podendo variar entre 6 e 7. Em indivíduos saudáveis, a produção diária e deglutição da saliva varia normalmente de 0,5 até 1.5 litros e é composta por mais de 99% de água e menos de 1% de sólidos, principalmente proteínas e sais (Pedersen et al., 2002). Dentre as principais substâncias estão os ânions Cl-, H

2PO-4, HPO4--, HCO -3(CO2), S--, F-; cátions como Na+, K+, Ca++, NH+4 e Mg++; além da

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No entanto, a composição final da saliva secretada para a cavidade oral depende fortemente da taxa do fluxo salivar, sendo que a composição final da saliva é mais afetada pelo grau de hidratação, podendo ser também sua produção estimulada pelo olfato, exposição à luz, posição do corpo e fatores sazonais e diurnos (Kaufman, Lanster, 2002).

Dentre a ampla gama de funções que a saliva tem na fisiologia humana normal, a possibilidade de detecção de condições patológicas do corpo humano tem sido de grande relevância nas ultimas décadas (Zhang et al., 2012; Castagnola et al., 2011; Lee,Wong, 2009), existindo uma ampla gama de estudos que utilizam este biofluido para o diagnóstico de diversas doenças. A saliva é um fluido biológico clinicamente informativo que é util para novas abordagens para prognostico, diagnóstico clinico e laboratorial e monitoramento e manejo de pacientes com doenças orais e sistêmicas (Malamud, 2011).

Uma vez que a saliva contém a maioria dos componentes do sangue e ambos são funcionalmente equivalentes, ela também retrata o estado fisiológico do corpo, incluindo alterações hormonais, emocionais, nutricionais e metabólicas (Lee, Wong, 2009), podendo até mesmo oferecer uma alternativa ao soro sanguíneo como um fluido a ser analisado para fins de diagnóstico (Toker et al., 2013; Zhang et al., 2008).

(18)

na saliva são substâncias que contribuem para melhor entender os fenótipos das doenças, refletindo a condições da saúde do indivíduo.

Scott et al. (2010), encontraram potenciais biomarcadores para diagnóstico da diabetes na saliva, incluindo imunoglobulinas, hemoglobina glicosilada e seus produtos e outros marcadores do status oxidativo como mieloperoxidase e peroxidase salivar e vários outros oxidantes, demonstrando a eficácia da saliva como um biofluido diagnóstico.

Lee et al. (2009), afirmam que tem crescido o número de estudos utilizando a análise da saliva que viabilizam monitorar doenças como HIV, respostas imunológicas a infecções virais como hepatite A e B, nível sistêmico de medicamentos e detecção do uso de drogas ilícitas, sendo portanto, útil ao diagnóstico de diversas condições patológicas sistêmicas.

Zhan et al. (2008), conseguiram, utilizando a saliva de pacientes diagnosticados com líquen plano, observar a presença de biomarcadores em maior quantidade do que nos pacientes controle, concluindo que esta pode ser uma substância biológica sensível para refletir a doença, além disso, observaram que a concentração destas biomoléculas na saliva de pacientes com líquen plano era muito maior que no soro sanguíneo, demonstrando o quão eficaz pode ser o estudo deste biofluido em comparação a outras amostras biológicas.

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na qualidade e quantidade da saliva podem acarretar efeitos prejudiciais sobre a saúde sistêmica e bucal, visto que é um reservatório de diversos compostos biológicos provenientes de fontes sistêmicas que atingem a cavidade bucal (Zhang et al., 2008), o que pode ser observado não somente pela análise minuciosa de seus componentes bioquímicos, mas também pela análise clínica de características como viscosidade, odor, sensação gustativa relatadas pelo paciente, que podem ser sinônimos de estados patológicos.

Comparada ao sangue, a saliva oferece algumas vantagens, uma vez que pode ser coletada por procedimentos não invasivos e por indivíduos com treinamento limitado, além disso, nenhum equipamento especial é necessário e o diagnóstico por meio da saliva para idosos e crianças é potencialmente valoroso uma vez que é associado a menores problemas ou complicações em comparação ao sangue.(Kaufman, Lanster, 2002; Malamud, 2011), além disso sabe-se que a maioria dos biomarcadores presentes no sangue e urina podem também ser encontrados em amostras de saliva. (Malamud, 2011)

(20)

Wong, 2008), para reconhecer os primeiros sinais da doença sistêmica (Shah et al., 2011).

2.2 Ardência Bucal

A ardência bucal é uma condição patológica na qual o indivíduo tem como principal queixa a sensação de queimação na cavidade bucal, porém quando nenhuma patologia pode estar associada a esta sensação, denomina-se a doença de Síndrome da Ardência Bucal (Tarkkila et al., 2001) que é definida pela Sociedade Internacional de Cefaleia como uma sensação intra-bucal para qual não existe causa médica ou dental, sendo que para que seu diagnóstico seja confirmado é necessário que três características estejam presentes: dor diária na boca persistindo por um ou mais dias, mucosas da cavidade bucal com aparência normal e ausência de doenças locais ou sistêmicas (Fortuna et al., 2013)

(21)

também relatos de que a diminuição do estrogênio pode causar dor orofacial e pode agir como uma fator precipitador para a ardência bucal, no entanto sabe-se que sua origem é idiopática e não pode ser atribuída a um único evento (Ching et al., 2012) além disso, deve-se considerar o fato de que homens, embora em menor proporção também são acometidos.

Com relação a presença dos sintomas de ardência bucal associados a menopausa e reposição hormonal, Tarkkila et al. (2001) observaram em seu estudo no qual utilizou mulheres que haviam entrado na menopausa para avaliar os efeitos da terapia de reposição hormonal nessas pacientes correlacionando a presença da sintomatologia de ardência. Essas pacientes não foram diagnosticadas com a Síndrome da Ardência Bucal, uma vez que não foi descartada a presença de doenças pré-existentes. Os autores reforçam o fato de que foi utilizado esse grupo de pacientes em decorrência de tal patologia ocorrer em maior proporção neles, conforme apresentado em diversas literaturas. Conseguiram observar que as mulheres que apresentavam os sintomas da menopausa apresentavam este desconforto. Houve dificuldades em conseguir revelar a relação causal entre a ardência, hipossalivação e uso de medicamentos que foram repostados na pesquisa. Outra importante informação diz respeito a reposição hormonal, onde pode ser observado que esta não parece prevenir os sintomas de ardência.

(22)

língua é o sítio mais comumente atingido (Rouleau et al., 2011; Kustner , Soares, 2002; Pajuskoski et al., 2001). A sensação de ardência pode vir sozinha ou acompanhada por outros transtornos de percepção como disgeusia (Ching et al., 2012; Balasubramaniam et al., 2009), boca seca e parestesia (Balasubramaniam et al., 2009). Na verdade, os pacientes podem perceber esses sintomas com um grau de gravidade variável de muito leve a absolutamente insuportável, dentro do mesmo dia (Fortuna et al., 2013; Zidverc-Trajkovic et al., 2009), havendo relatos de que a sintomatologia pode piorar no final da tarde e início da noite (Ching et al., 2012). Além disso, estes pacientes por vezes têm dificuldade em descrever sintomas em si, tornando o diagnóstico e plano de tratamento um desafio para os profissionais da área da saúde, o que interfere diretamente na qualidade de vida dos mesmos.

A doença é um dilema para cirurgiões dentistas, uma vez que esta condição cria incerteza tanto do paciente quanto do profissional da saúde envolvido, o paciente está experimentando contínua dor ou queimação na boca, sem sinais ou evidências clínicas, enquanto o cirurgião dentista ou médico é incapaz de definitivamente diagnosticar estes sintomas, mesmo com o uso de testes diagnóstico como exame citológico, histopatológico ou de imagem (Balasubramaniam et al., 2009)

(23)

informar quanto ao consumo de alimentos que contêm condimentos já que ambas as situações podem agravar a condição, além disso, alguns profissionais têm orientado seus pacientes a procurarem terapia cognitiva comportamental.

Atualmente sabe-se que capacidade de monitorar o estado de saúde, início e progressão da doença, e resultado do tratamento por métodos não invasivos são os objetivos mais desejados nos cuidados com a saúde (Zhang et al., 2012). Considerando-se que a etiologia da ardência bucal é complexa e os métodos de diagnóstico histopatológico não demonstram qualquer mudança a nível celular ou tecidual, fica claro a necessidade de uma ferramenta de diagnóstico que possa demonstrar quais são as alterações em portadores da queixa de maneira mais efetiva.

2.3 Espectroscopia FT-IR

(24)

serão apresentadas como espectro infravermelho (Carvalho et al., 2011) para então serem correlacionados diretamente com diferentes espécies bioquímicas (Ellis, Goodacre, 2006). É um dos métodos de espectroscopia de vibração, extremamente sensível a quaisquer mudanças estruturais molecular (Dovbeshko et al.,2000)

A absorção resultante do espectro infravermelho pode ser descrita como uma impressão digital (fingerprint) característica de

qualquer substância bioquímica ou química (Ellis, Goodacre, 2006; Scott et al., 2010). A intensidade dele provê informações quantitativas e as frequências revelam características qualitativas sobre a natureza das bandas químicas, suas estruturas e seu ambiente molecular (Scott et al., 2010), fornecendo informações sobre a composição e possíveis alterações moleculares que possam estar presentes em um processo patológico.

No espectrômetro FT-IR as informações são obtidas usando-se um dispositivo denominado de interferômetro de Michelson, no qual um feixe de luz infravermelha é divido em dois

feixes por um feixe divisor. Um desses feixes segue em direção a um espelho fixo, enquanto o outro segue para um espelho móvel. Dependendo da relativa posição dos espelhos, os feixes podem construtivamente ou destrutivamente interferir para várias frequências. O gráfico da intensidade de interferência como uma função da posição do espelho móvel é relacionado a intensidade da luz como uma função de frequência pela relação matemática chamada de Fourier Transform, assim pela realização do Fourier Transform com ajuda do

(25)

da luz que nada mais é do que o espectro(Prasad, 2003) sendo, assim, quando uma amostras biológica é analisada por meio de um feixe de luz infravermelho as moléculas dela absorvem a luz e as transmitem em diversas intensidades e frequências que serão posteriormente correlacionadas aos grupos funcionais que trarão valiosas informações sobre a composição bioquímica da amostra analisada.

A análise dos espectros pode ocorrer a partir de duas regiões distintas: a região de fingerprint (impressão digital), localizada

entre 900 e 1800 cm-1 e relacionada a várias macromoléculas como

proteínas, lipídios, ácidos nucléicos, polissacarídeos, entre outras e a região localizada entre as frequências de 2800 e 3600 cm-1 que é

conhecida por altos números de ondas, porém não é muito estudada quanto a região de fingerprint apesar de apresentar informações

importantes relacionadas às vibrações de CH2, CH3, NH e OH,

correspondentes a lipídios, fosfolipídios e água confinada (Carvalho et al., 2010; Conti et al., 2008; Lin et al., 2007).

(26)

Atualmente o exame histopatológico, é considerado o padrão ouro do diagnóstico e é amplamente aplicado nas rotinas clínicas, porém nem sempre oferece uma precisão quantitativa e elucidada ao fundo bioquímico das transformações patológicas (Conti et al., 2008). Além disso, outro obstáculo real na utilização da histopatologia é que a classificação de algumas lesões mesmo para os profissionais experientes pode ser extremamente complicada (Bogomolny et al., 2008). Portanto, comparado aos atuais métodos de diagnóstico, a espectroscopia FT-IR tem como principais vantagens o fato de que uma pequena quantidade de material biológico, sem a necessidade de preparação (Hollywood et al., 2010) já é o suficiente para que sejam detectadas até mesmo pequenas mudanças nos grupos funcionais pertencentes aos componentes das amostras analisadas, expondo o paciente a procedimentos de menor invasividade e evitando adversidades quanto a erros por parte do cirurgião no momento da biópsia, de fixação do material coletado ou presença de artefatos na coloração para análise histopatológica que podem por vezes atrapalhar no diagnóstico final.

(27)

oferecido ao paciente em alguns minutos (Martinho et al., 2008) com rapidez e grande reprodutibilidade (Ellis, Goodacre, 2006).

Pode-se observar diante do que foi exposto que a espectroscopia FT-IR desponta com grande potencial para o diagnóstico dos mais diversos tipos de patologias por meio do estudo de diferentes substâncias de origem biológica, incluindo sangue para o diagnóstico de câncer de ovário (Gajjar et al., 2013), estresse psicológico pela saliva (Khaustova et al., 2010), hipocampo de ratos com intoxicação crônica pelo uso de álcool (Elibol-Can et al., 2011), câncer de cólon (Li et al., 2012), saliva de grávidas com diabetes (Sultana et al., 2012), entre outros, com grande precisão e eficácia.

A espectroscopia FT-IR pode ser empregada para monitorar os grupos moleculares presentes na saliva rápida e simultaneamente (Scott et al., 2010). Baseando-se nisto, Scott et al. (2010), utilizaram a saliva para monitorar trinta e nove pacientes diagnosticados como portadores de diabetes e compara-los com vinte e um pacientes livres de tal patologia. A análise espectral revelou diferenças entre os espectros de ambos os grupos. Observou-se alteração do componente alfa-hélice (1640cm-1) na região de amida I

e uma diminuição da intensidade do beta-sheets antiparalelos intermoleculares (1670 cm-1) no espectro dos pacientes diabéticos. A vibração do anel tirosina (1517 cm-1), em muitas proteínas também é

alterada no grupo diabético. As bandas de amida II em 1550 cm-1, que

(28)

diabéticos foram menores comparadas ao grupo controle. A banda em 1452 cm-1, provenientes da vibração de flexão do grupo CH

2 de

aminoácidos de cadeias laterais de proteína também estava alterada no grupo diabético. Uma importante área foi encontrada em C-C/C-O na faixa espectral 950cm-1 a 1180cm-1 relacionadas a glicose. A banda

em 1020cm-1 é atribuída a vibração de estiramento C-O em

glicogênio, enquanto as bandas em 1070cm-1 e 1169cm-1 podem ser

atribuídos como simétricas C-O-C e assimétricas vibrações de açúcar e fosfolipídios. Os achados possibilitaram obter exatidão global para o diagnóstico de diabetes com base em espectroscopia de infravermelho em 100% quando comparada ao grupo controle.

(29)

3 PROPOSIÇÃO

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4 MATERIAL E MÉTODO

O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos sob protocolo n° 044/2011PH/CEP conforme ANEXO A.

4.1 Grupo de Estudo

Pacientes com queixa de ardência bucal que compareceram a clínica do ambulatório de Propedêutica Estomatológica do Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP e foram convidados a participar do estudo. Dos pacientes examinados, foi coletada saliva de 14 que aceitaram participar do estudo, todas eram do sexo feminino. O critério de inclusão foi relatar queixa de ardência sem a presença de lesões intra-bucais. Os critérios de não inclusão foram a presença de alterações observadas clinicamente nos tecidos bucais, dentre eles candidíase, líquen plano, língua geográfica e língua pilosa.

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Foi aplicado um questionário visando conhecer hábitos e estado de saúde geral do paciente conforme APÊNDICE A. Todas as pacientes foram examinadas e receberam orientação de higiene e alimentação.

4.2 Grupo Controle

Quatorze pacientes do sexo feminino de idade entre 46 e 76 anos sem qualquer queixa de ardência ou lesão na cavidade bucal observados após exame clínico foram convidados a participar da pesquisa. As pacientes deste grupo foram pareadas por idade ao grupo de estudo, cuja faixa etária foi de 44 a 74 anos.

4.3 Coleta das Amostras

(32)

4.4 Armazenagem e Transporte das Amostras

Após a coleta as amostras foram imediatamente armazenadas em tubo criogênico Nalgene® em freezer (-80 oC).

Para a análise as amostras foram descongeladas a temperatura ambiente, micropipetados 30 microlitros de saliva sobre um porta amostra e colocados em estufa para secagem a 40°C, sendo este procedimento necessário para diminuir a interferência da água na aquisição dos espectros.

As amostras previamente preparadas foram então transportadas para laboratório de espectroscopia da Universidade Federal do ABC para serem analisadas.

(33)

4.5 Espectrômetro FT-IR

Os espectrômetros instalados na Central Experimental Multi-Usuário da Universidade Federal do ABC (UFABC), FT-IR 660 e FT-IR 610 – Varian Inc foram utilizados para aquisição dos dados

espectrais (Figura 2).

(34)

O FT-IR 660 é um equipamento de alto desempenho que pode ser utilizado rotineiramente ou em projetos de pesquisa. Possui um maior sinal-ruído evitando o efeito do ruído de fundo sobre a detecção ou medição do sinal proporcionando a mais alta sensibilidade e produtividade; melhor resolução espectral e maior rapidez, oferecendo transições sem costura e um método automático de otimização; é um aparelho com hardware único, poderoso e

intuitivo software de produtividade final. É ideal para caracterizar amostras pequenas e heterogêneas. As suas características incluem superior sensibilidade em alta resolução espacial e espectral, apresenta resolução em 2cm-1, com 300 scans, sendo desta maneira capaz de

reduzir o tempo de medição e maximizando produtividade; possui modos multi-medição incluindo transmissão, reflexão (reflectância difusa), reflectância total atenuada (ATR) e grazing angle; suas

aberturas permitem a visualização fácil do conjunto da amostra fazendo com que seja possível selecionar rapidamente a área de interesse para a medição; permite acesso completo a todos os dados brutos para o rápido reprocessamento de dados.

4.6 Forma de obtenção e análise dos espectros FT-IR

Os espectros foram obtidos sob os parâmetros de aquisição de: background de 800 escaneamentos, tempo de backgroung de 4

(35)

cm-1 e tempo total de varreduras (médio) de 1 minuto. A medida foi

realizada por reflexão. Todos os espectros coletados foram armazenados pelo software de controle do equipamento e convertidos para o formato ASCII. Posteriormente os espectros FT-IR foram convertidos para o formato csv e então foi realizada a subtração da

linha de base pelo programa FITyK®, sendo os espectros automaticamente convertido para o formato dat.

Os dados foram importados inicialmente para o programa Origin 8.0® para então serem transportados para Minitab 16® para serem normalizados de 0 a 1, para diminuir a interferência dos espectros de fluorescência que são emitidos simultaneamente.

Para uma prévia avaliação foram construídos gráficos de Box Plot, através do software Origin 8.0, que possibilitou a avaliação dos espectros quanto às variações de intensidade e deslocamento com relação ao aparecimento dos picos entre os espectros.

No software Minitab foram realizados a Análise dos Componentes Principais, onde foi possível identificar as principais bandas que possibilitaram a classificação entre os espectros das amostras.

(36)

coordenadas deste gráfico (x e y) representam medidas de probabilidade e, por conseguinte, variam de zero a um, o que possibilita obter o valor preditivo do modelo.

(37)

5 RESULTADOS

5.1 Análise dos questionários da história da doença e estado geral de saúde

(38)

Quadro 1 - Dados relacionados à idade, medicação, menopausa/reposição hormonal e doenças pré-existentes

Paciente Idade Medicação Menopausa/ Reposição hormonal

Doenças pré-existentes

1 60 Captopril Sim/Não Azia

Refluxo gastroesofágico Hipertensão arterial

2 54 Rivotril

Levoid Atenolol Fluconazol Omeprazol Artrolive

Sim /Não Hipotireoidismo

Depressão Atrose

Dermatomicose Hipertensão arterial

3 70 Atenolol

Aspirina Sim/Não Hipertensão arterial Osteoporose

4 72 Glibenclamida

Rivotril Bonalen Losartana Hidroclortiazida

Sim/Não Hipertensão arterial

Osteoporose Diabetes Depressão

5 51 Rivotril Sim/Sim Depressão

6 46 Rivotril Não Depressão

Azia Sinusite Gastrite

Artrite reumatoide

7 65 Nenhum Sim/Não Azia

Refluxo gastroesfágico

8 44 Isoflavona

Omeprazol Depakote

Sim/Sim Gastrite

Bipolaridade Pré menopausa

9 76 AAS

Losartana Hidrocloritizida

Sim/Não Hipertensão arterial

Portadora de marcapasso

10 61 Rivotril Sim/Não Depressão

11 71 Fluoxetina Sim/Não Hipertensão arterial

Azia

12 53 Losartana

Hidrocloritiazida Sim/Não Hipertensão arterial

13 57 Clonazepan

Atenolol Sim/Não Ansiedade Hipertensão arterial

14 70 Losartana

(39)

O quadro 2 apresenta os dados relacionados a queixa de ardência bucal relatada pelas pacientes do grupo de estudo.

Quadro 2 - Dados relacionados à ardência bucal

Paciente Sintomatologia Fator desencadeante Localização

da queixa Duração da sintomatolo gia em meses

1 Ardência Não sabe Boca toda 12

2 Ardência Estresse emocional Boca toda 96

3 Ardência

Disgeusia – gosto metálico

Xerostomia

Tratamento

odontológico Língua 18

4 Dor

Ardência Xerostomia

Uso de medicação Lábios e

língua 6

5 Ardência

Disgeusia – gosto salgado

Xerostomia

Pós-menopausa Língua 72

6 Ardência

Disgeusia – gosto ácido

Estresse emocional Língua 12

7 Ardência

Disgeusia Uso de enxaguante bucal Não sabe 72

8 Ardência

Disgeusia Não sabe Boca toda 36

9 Ardência Uso de medicação Língua 4

10 Ardência

Disgeusia (gosto amargo)

Estresse emocional Língua 24

11 Ardência Uso de medicação Boca toda 28

12 Ardência

Xerostomia Não sabe Língua 30

13 Ardência Estresse emocional Boca toda 12

14 Ardência

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Quadro 3 – Dados relacionados ao consumo de álcool e tabaco do grupo de estudo

Paciente Fuma Cigarros/ Dia

Ingestão de álcool Periodicidade

1 Não ________ Não _________________

2 Não ________ Não _________________

3 Não ________ Não _________________

4 Não ________ Não _________________

5 Não ________ Não _________________

6 Sim 20 Sim 1 vez por semana

7 Não ________ Não _________________

8 Não ________ Não _________________

9 Não ________ Não _________________

10 Não ________ Raramente 1 vez por mês

11 Não ________ Não _________________

12 Não ________ Raramente 1 vez por mês

13 Não ________ Não ________________

14 Não ________ Não ________________

Quadro 4 - Dados relacionados à idade, medicação, menopausa/reposição hormonal e doenças pré-existentes dos pacientes do grupo controle.

(continua)

Paciente Idade Medicação Menopausa/ Reposição hormonal

Doenças pré-existentes

1 66  Captopril

 Sinvasta-tina Sim/Não

 Hipertensão

arterial

 Hipercoleste-rolemia

2 57  Puran

 Sertralina Sim/Não  Hipotireoi-dismo

 Depressão

3 72  Atenolol

(41)

Quadro 4 - Dados relacionados à idade, medicação, menopausa/reposição hormonal e doenças pré-existentes dos pacientes do grupo controle.

(continuação)

4 74  Losartana

 Hidroclortiazida

 Rivrotril

Sim/Não  Hipertensão

arterial

 Depressão

5 49  Tegretol

 Amitriptilina Sim/Não  Fibromialgia

6 48  Ecitalopram Não/Não  Depressão

7 68  Nenhum Sim/Não  Enxaqueca

8 44  Nenhum Não/Não  Nenhuma

9 74  Cálcio

 Hidroclortiaziad a

 Losartana

 Glicazida

Sim/Não  Osteoporose

 Hipertensão

arterial

 Diabetes

10 63  Dolamin Sim/Não  Artrite

11 69  Captopril

 Sertralina Sim/Não  Hipertensão arterial

 Ansiedade

12 71  Venlafaxina Sim/Não  Depressão

13 57  Labirin Sim/Sim  Labirintite

14 69  Hidroclortiazida

 Losartana

 Glibenclamida

 Vitamina B

 Ginko Biloba

Sim/Não  Hipertensão

arterial

 Diabetes

Quadro 5 – Dados relacionados ao consumo de álcool e

tabaco dos pacientes do grupo controle

(continua)

Paciente Fumante Cigarros/Dia Ingestão de álcool Periodicidade

1 Não ___________ Não _________________

2 Sim 12 Raramente 1 vez por mês

3 Não ___________ Não _________________

4 Não ___________ Não _________________

(42)

Quadro 5 – Dados relacionados ao consumo de álcool e

tabaco dos pacientes do grupo controle

(continuação)

Paciente Fumante Cigarros/Dia Ingestão de álcool Periodicidade

6 Não ___________ Não _________________

7 Não ___________ Não _________________

8 Não ___________ Não _________________

9 Não ___________ Não _________________

10 Sim 10 Não _________________

11 Não ___________ Não _________________

12 Não ___________ Sim 1 vez por semana

13 Não ___________ Não _________________

14 Não ___________ Não _________________

Pela análise dos questionários foi possível averiguar que apenas 1 paciente relatou que o aparecimento da ardência teve início após a menopausa. Cinco pacientes relataram que o episódio de ardência foi desencadeado por estresse emocional, após eventos como perda de familiares e divórcio. Duas descreveram que o uso de produtos odontológicos desencadeou a sensação incômoda. Três pacientes afirmaram que o processo começou após o uso de mediações de uso contínuo descritos no quadro 2, enquanto 3 não souberam precisar se houve algum evento que pudesse ser relacionado ao início da ardência.

(43)

que tinham disgeusia e 2 relataram boca seca além da queixa da ardência.

A localização da ardência na cavidade bucal variou. O sítio mais mencionado pelas pacientes foi a língua em 8 pacientes, sendo que 2 delas queixavam-se e ardência no lábio também. Cinco queixaram-se da sensação na boca toda e apenas 1 não soube precisar a localização.

Cabe ressaltar que todas as pacientes foram avaliadas com relação à saúde bucal e nenhuma delas apresentava lesões ou patologias de origem periodontal.

5.2 Análise dos Espectros FT-IR

Um gráfico blox plot foi feito para os espectros das amostras analisadas, conforme observado nas Figuras 3 e 4 que ilustram a média e desvio padrão das regiões de fingerprint e altos

(44)

Figura 3- Gráfico de Box Plot das amostras de saliva do grupo estudo e grupo controle região de fingerprint. A linha preta refere-se à média dos espectros do grupo estudo e a vermelha aos do grupo controle. O sombreado relaciona-se ao desvio padrão dos mesmos.

(45)

Pela análise dos gráficos Box Plot com a média dos espectros para as regiões de fingerprint e altos números de ondas

podemos afirmar que os espectros mostraram grande variação em intensidade para as amostras do grupo de estudo e do controle, no entanto foi necessária a realização da Análise dos Componentes Principais (PCA) para que seja possível avaliar quais os números de onda e componentes estruturais mostraram-se mais relevantes para as amostras analisadas. Por meio da análise dos PCs (componentes principais), os espectros de saliva do grupo estudo foram comparados aos espectros do grupo controle referente às 14 pacientes de cada grupo, o que possibilitou averiguar que para região de fingerprint os

PCs de maior concordância foram o PC2 e o PC10, com 84,9% de concordância e para a região de altos números de ondas foram os PC4 e PC6, com concordância em 81,6%.

Os gráficos dos PCs são mostrados nas Figuras 5 e 6 para região de fingerprint e região de altos números de onda

(46)

Figura 5- Gráfico dos PC2 e PC10 da região de fingerprint. A linha preta é o PC1 que é espectro médio que serve de parâmetro para análise das regiões espectrais que tiveram maior variação.

(47)

Com a análise dos gráficos dos PCs é possível observar as bandas. O quadro 6 correlaciona cada banda a um modo vibracional e a seu respectivo componente estrutural na região de fingerprint e o

quadro 7 corresponde a região dos altos números de onda.

Quadro 6 - Correlação dos picos espectrais e componentes estruturais para região de fingerprint

Picos Modos vibracionais Componente estrutural

878 cm-1 C

3’ enco/anti (A – forma de

hélice)

Ácidos nucleicos

1022 cm-1 ? Glicogênio

1076 cm-1 Conformação esqueleto cis(CC) DNA

1241/2 cm-1

PO-2 assimétrico,

Estiramento de bandas de fosfato de grupos fosfodiéster, VasPO2

Ácidos nucleicos celulares Amida III

Colágeno

1316 cm-1 ? Bandas de amida III de componentes

de proteínas, colágeno

1337 cm-1 CH

2 Colágeno

1398/9 cm-1 Modos de dobramento

simétrico CH3 ,

Deformação simétrica CH3,

δ[(CH3)] sim. δ[C(CH3)2] simétrico

Pico extremamente fraco de DNA&RNA principalmente a partir dos modos vibracionais dos grupos metil e metileno de proteínas, lipídios e grupos amina

1544/5 cm-1 Estiramento C-N e vibrações

CHN, (δN-H, vC-N)

Amida II,

Peptídeo de amida II Proteínas

1643/4 cm-1 Vibrações de estiramento C=O Amida I

(48)

Quadro 7 - Correlação dos picos espectrais e componentes estruturais para região de altos números de onda.

Picos Modos vibracionais Componentes estruturais 2850 cm-1 VsCH

2 Lipídios, Ácidos Graxos

2922 cm-1 Vibração estiramento

assimétrico de CH2 de cadeia de

acil

Lipídios

2953 cm-1 Anel C-H ?

3073 cm-1 Estiramento CH de anel de fenil 3287/9 cm-1 Estiramento O-H simétrico ?

A regressão logística binária foi utilizada para separação das amostras e foi realizada com os PCs de maior concordância para cada região analisada, sendo os gráficos apresentados nas figuras 7 e 8, as quais evidenciam os resultados obtidos para as regiões de fingerprint e

altos números de ondas.

(49)

Figura 8- O gráfico da região dos altos números de onda mostra que houve diferenças espectrais para a caracterização de ambas as amostras, onde se pode observar a separação entre elas.

Para avaliar a especificidade e a sensibilidade do modelo de diagnóstico foi realizada a curva ROC, que mostrou um valor preditivo do modelo correspondente à área sob a curva, sendo para a região de fingerprint o valor de 0,78 (Figura 9) e região de altos

(50)

Figura 9 - Curva de ROC e cálculo da área abaixo da curva para a região de fingerprint.

(51)

6 DISCUSSÃO

A saliva tem sido reconhecida como uma ferramenta útil de diagnóstico, pois é capaz de refletir o estado de saúde do indivíduo, pois contém os diversos componentes do soro que podem monitorar os estados de saúde e doença. As vantagens do uso da saliva sobre o soro no diagnóstico de doenças são bem maiores, pois a saliva é um biofluido de coleta simples, segura, cujo armazenamento é fácil, além de possibilitar uma abordagem de um maior número de pacientes com um custo muito menor (Deepa et al., 2010). A saliva é composta por diversas substâncias entre elas o sódio, potássio, cálcio e magnésio, além de produtos orgânicos como proteínas, imunoglobulinas, enzimas, mucinas e produtos nitrogenados como ureia e amônia (Humphrey et al., 2001). Cada um desses componentes exerce papel fundamental na saliva contribuindo para a manutenção da homeostasia e consequentemente da saúde bucal.

(52)

nível molecular que poderiam estar presentes e diretamente ligadas a sintomatologia.

Foram incluídas pacientes com queixa de ardência bucal nos tecidos moles da cavidade bucal, onde nenhuma doença local como candidíase, líquen plano, língua geográfica e língua pilosa está presente, uma vez que estas situações podem estar ligadas ao desconforto supracitado (Balasubramaniam et al.2009; Grushka et al., 2002). A Síndrome de Ardência Bucal é caracterizada pelos pacientes não apresentarem qualquer alteração visível, doenças sistêmicas relacionadas e/ou a utilização de medicamento que tenha efeito colateral relacionado (Fortuna et al.,2013). Na sintomatologia de ardência, que foi o foco do presente estudo, os pacientes referem não só a presença de algumas doenças pré-existentes como também a utilização de medicamentos para o tratamento (Klasser et al., 2013).

(53)

diversas doenças e utilizavam vários medicamentos que, para Balasubramaniam et al., 2009, estão diretamente relacionados a queixa de ardência bucal.

A secreção dos líquidos e sais da saliva depende do sistema nervoso parassimpático, enquanto a síntese de proteínas e exocitose depende do sistema nervoso simpático (Nederfords et al., 1992), por meio da ação da noradrenalina nos receptores alfa e beta (Almeida et al., 2008). Assim, qualquer perturbação no sistema nervoso, como situações de ansiedade, estresse ou utilização de medicamentos que atuem diretamente sobre ele, pode acarretar desequilíbrio afetando adversamente a qualidade e quantidade de saliva. No entanto, segundo Almeida et al., 2008, ainda não está claro qual o mecanismo de indução de hipossalivação, xerostomia ou alterações na composição da saliva pelo uso de drogas psicotrópicas, pois existem muitos outros receptores de substâncias endógenas nas glândulas salivares que participam nesses fatores, tais como receptores de peptídeos intestinais vasoativos e substância P. Considerando o perfil dos pacientes analisados, uma parte considerável revelou a presença de estresse como evento desencadeante da ardência bucal, além de fazerem uso de medicamentos relacionados a modificação no fluxo e composição salivar.

(54)

nem mesmo conseguem definir qual o paladar possuem. Outrossim, constata-se que provavelmente haja alteração na composição salivar causando desequilíbrio de íons que interferem na percepção do paladar. Por meio da espectroscopia FT-IR não foi possível analisar as alterações iônicas da saliva, uma vez que a técnica é utilizada para observar a presença de vibrações intramoleculares ou intermoleculares por meio de suas ligações covalentes e intermoleculares. Os íons sódio, cloro e outros não contêm as ligações mencionadas para observar as vibrações. Destarte, a discussão é baseada nos achados da literatura.

A composição iônica da saliva pode afetar a atividade dos componentes orgânicos, ou seja, proteínas e enzimas que desempenham importante papel na cavidade bucal incluindo lubrificação e proteção, ação anti-bacteriana, paladar e digestão. Sendo assim, um pequeno desequilíbrio dos componentes orgânicos pode causar danos a saúde do indivíduo (Almeida et al 2008). Os espectros FT-IR analisados em duas regiões, região de fingerprint

onde se encontram proteínas e seus componentes e região de altos números de onda, onde podemos observar a presença dos lipídios e ácidos graxos. Na região de fingerprint foi observado a presença de

(55)

espectros dos grupos analisados, foi possível observar que houve uma diminuição na intensidade dessas bandas no grupo de estudo, o que pode estar diretamente relacionado a uma diminuição da quantidade de proteínas e lipídios na cavidade bucal.

Nederfords et al., 1992, analisaram as possíveis mudanças observadas na saliva em decorrência do uso de atenolol, medicamento utilizado por algumas paciente no presente estudo. Em seus resultados constam que os pacientes hipertensos tiveram seus níveis de proteínas e atividade da amilase salivar diminuídos em relação ao grupo controle que fez uso de um placebo. As taxas de sódio, potássio, cálcio, fosfato, cloro e magnésio também foram quantificadas, sendo que puderam observar um aumento da taxa de sódio e uma constância da taxa de potássio para o grupo pesquisado, havendo um pequeno aumento de cálcio e uma pequena diminuição de fosfato.

Nesta mesma linha de raciocínio, Nedeforts et al., 1995, avaliaram o uso do captopril que é um anti-hipertensivo como agente modificador da composição e fluxo salivar. Os autores puderam observar que não houve nenhuma mudança tanto na composição pela utilização do anti-hipertensivo como no fluxo salivar. No entanto, os autores deixam claro que é necessário investigar os efeitos da doença hipertensão na população.

(56)

disso, a taxa de fluxo salivar estava diminuído em pacientes que faziam uso de psicotrópicos quando comparado aos pacientes do grupo controle.

Além da medicação, Ben-Aryeh et al., 1993, afirmam que a composição da saliva também pode mudar dependendo dos tipos de doenças pré-existentes. Dodds et al., 2000, acreditam que diminuição na função salivar pode se manifestar diretamente como resultado de uma condição sistêmica. Segundo Balasubramaniam et al., 2009; Klasser et al., 2012, com relação às doenças relatadas pelas pacientes que fizeram parte da presente pesquisa, é possível afirmar que todas estão diretamente ligadas a modificações na composição da saliva e são citadas como precursoras para a sintomatologia de ardência bucal. Panchbhai et al., 2010, afirmam que os conhecidos efeitos da diabetes na composição e função salivar permanecem ambíguos. Em seu estudo com pacientes diabéticos controlados e não controlados e não diabéticos, puderam observar uma diminuição dos níveis de amilase salivar para o grupo de diabéticos controlados e não diabéticos, enquanto que o nível de proteínas totais permaneceu inalterado, embora existam achados que contradizem seus resultados.

(57)

fisiológica também contribui para alterações na composição da saliva e esta diretamente ligada aos sintomas de ardência bucal, uma vez que mucosa bucal é sensível a mudanças hormonais, especialmente a mudanças nos hormônios esteroides femininos (Meurman et al., 2009).

A análise da saliva de pacientes com a síndrome da ardência bucal, foi realizada por Moura et al., 2007 para avaliar a taxa de fluxo e componentes salivar. Os resultados estão de acordo com os da pesquisa realizada, pois houve uma diminuição da quantidade de proteínas para os pacientes com a síndrome da ardência bucal.

Hershkovich et al., 2004 afirmam que a etiologia da ardência bucal nunca foi totalmente elucidada, embora tal distúrbio propicie incômodo, além de medo de se tratar de doença maligna. Assim, é considerado um grande desafio para os clínicos que encontram dificuldade para o diagnóstico e tratamento responsivo. Os autores encontraram o número de proteínas, imunoglobulinas e íons sódio aumentados nos pacientes com ardência bucal. No entanto, os pesquisadores não questionaram os pacientes quanto à presença de doenças pré-existentes ou utilização de medicamentos, o que pode comprometer o resultado final.

(58)

encontraram uma diminuição dos níveis de proteínas totais ao analisar pacientes com sintomatologia de ardência quando comparados aos pacientes do grupo controle.

Analisando os trabalhos encontrados na revisão da literatura, diversos fatores podem estar relacionados à presença da ardência bucal, muitos deles relacionam a diminuição ou aumento de proteínas a mudança na composição da saliva e correlacionam tais mudanças à ardência bucal. No presente estudo, foram constatadas diferenças nas intensidades das bandas de proteínas encontradas na região de fingerprint, as quais encontravam-se com intensidades

diminuídas para os pacientes com ardência bucal quando comparadas aos pacientes controle.

Os achados relacionados à região de fingerprint corroboram

os encontrados na literatura, uma vez que sendo por efeitos de medicamentos ou pela existência de doenças pré-existentes, foram detectadas diferenças quanto á composição da saliva dos pacientes com ardência em relação ao grupo controle.

(59)

grupo de estudo haviam relatado ter passado pela menopausa, exceto uma. Neste período fisiológico ocorre uma diminuição dos níveis hormonais, que podem ser relacionados aos achados. Entretanto, deve-se considerar que as pacientes do grupo controle foram deve-selecionadas a partir do grupo de estudo, equiparadas por idade; outrossim, a situação fisiológica em si não deve ser diretamente correlacionadas as diferenças quanto às bandas espectrais de lipídios.

Kościelniak et al., 2012) afirmaram que a composição da saliva pode ser alterada não somente pelos estados patológicos, bem como pelos estados fisiológicos. Como exemplo, a realização de atividades físicas pode levar ao aumento de proteínas como β-defensinas e LL-37. Sabe-se também que um aumento na quantidade de proteína deve-se principalmente a presença de uma dieta em que se exige mais mastigação (Doods et al., 2000). É evidente que o estudo das alterações da composição salivar pode vir a proporcionar respostas que possam configurar orientações que melhorem a qualidade de vida para pacientes com ardência.

Atualmente muitos estudos no ramo da biópsia óptica têm sido realizados, principalmente com o objetivo da padronização das técnicas, para uma possível aplicação in vivo (Carvalho et al., 2011).

(60)

de fácil coleta, com mínima invasividade e consequentemente desconforto para o paciente é de promissora e de grande importância para o diagnóstico.

Streckfus, et al., 2002 afirmaram que existe um modelo hierárquico para a avaliação da tecnologia diagnóstica que consiste em 5 níveis básicos de análise em que a efetividade de qualquer teste diagnóstico deveria ser avaliada: 1. o analítico (precisão e acurácia), 2. diagnóstico: sensibilidade e especificidade, 3. eficácia do resultado no paciente, 4. operacional: valor preditivo e eficiência, 5. custo/benefício. Sendo assim, a presença de todos esses requisitos, quando possível, configura um método diagnóstico como excelente.

Diante de tal afirmação, podemos considerar que a espectroscopia FT-IR reuniu os requisitos acima listados, visto que mostrou-se eficiente para separação das amostras de saliva dos grupos estudados. Ainda, por meio da apresentação dos modos vibracionais e das intensidades apresentadas nos gráficos dos PCs de maior concordância, foi possível avaliar as principais alterações na composição da saliva. Pela curva de ROC que revela sensibilidade e especificidade do método diagnóstico, observou-se que a região

fingerprint mostrou-se com maior valor preditivo, sendo que o valor

obtido (0,78) é considerado ótimo para a avaliação de um método diagnóstico.

(61)
(62)

7 CONCLUSÃO

(63)

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Imagem

Figura 1 – Porta amostras com amostra de saliva seca em estufa a 40°C.
Figura 2  – Espectrômetro FT-IR Varian 610 e 660.
Figura  3-  Gráfico  de  Box Plot  das  amostras  de  saliva  do  grupo  estudo  e  grupo  controle  região de fingerprint
Figura 5- Gráfico dos PC2 e PC10 da região de fingerprint. A linha preta é o PC1 que é  espectro médio que serve de parâmetro para análise das regiões espectrais que tiveram  maior variação
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Referências

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