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Barroco paulista: novas possibilidades de documentação

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Academic year: 2017

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Instituto de Artes

Programa de Pós-graduação em Artes Mestrado

LUCIARA BRUNO GARCIA

BARROCO PAULISTA:

NOVAS POSSIBILIDADES DE DOCUMENTAÇÃO

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Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Artes, do Instituto de Artes da UNESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Artes, na área de concentração em Artes Visuais, linha de pesquisa em Abordagens teóricas, históricas e culturais da Arte, sob orientação do Prof. Dr. Percival Tirapeli.

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Instituto de Artes

Programa de Pós-graduação em Artes Mestrado

BARROCO PAULISTA:

NOVAS POSSIBILIDADES DE DOCUMENTAÇÃO LUCIARA BRUNO GARCIA

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Ficha catalográfica preparada pelo Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Artes da UNESP

G216b Garcia, Luciara Bruno, 1978

Barroco paulista : novas possibilidades de documentação / Luciara Bruno Garcia. - São Paulo, 2015.

119 f. : il., color.

Orientador: Prof. Dr. Percival Tirapeli

Dissertação (Mestrado em Artes) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes.

1. Fotografia – Técnicas digitais. 2. Fotografia documentária.

3. Fotografia panorâmica 360°. 4. Graeser, Germano. I. Tirapeli, Percival. II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes. III. Título

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GARCIA, Luciara Bruno. Barroco Paulista: Novas Possibilidades de Documentação. Dissertação (Mestrado). Instituto de Artes, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São Paulo, 2015.

Área de conhecimento da titulação do Mestrado, conforme tabela CAPES 8.03.00.00-6 ARTES

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Percival Tirapeli, pelo exemplo, inspiração, incentivo e por ter compartilhado comigo seus conhecimentos. Agradeço por ter acreditado no meu projeto e pela oportunidade de ser sua orientanda. Reitero aqui a profun-da admiração e apreço que tenho pelo senhor enquanto pessoa e por seu relevante trabalho profissional.

Ao Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, pela oportunidade de realização do curso de mestrado.

Aos professores, funcionários e colegas do Instituto de Artes da UNESP, em especial a Sebastiana Freschi, Mariana Borges Gasparino e Fábio Akio Maeda.

Ao arquiteto Victor Hugo Mori, da 9ª Superintendência do IPHAN/SP, pelo apoio e incentivo e por ter aberto as portas do acervo fotográfico da instituição para a realização desta pesquisa.

À Elisabete Marin Ribas, Chefe do Arquivo do IEB/USP, pelo apoio e prontidão com que disponibilizou o acesso aos documentos do acervo sem os quais esta pesquisa não seria possível.

Aos membros da Banca do Exame de Qualificação e da Banca Examinadora, pelas contribuições para o encaminhamento deste estudo, por terem me ajudado a dar forma a ele e por participarem desta importante etapa de minha vida.

Aos meus colegas do grupo de Pesquisa Barroco Memória Viva pelo apoio, incentivo, troca de ideias e experiências e por estarem juntos nessa caminhada, em especial a Viviane Comunale, Danielle Santos, Cristiana Cavaterra e Maria Eliza Cezaretti.

À Srª. Laura Carneiro Pereira Tirapeli, pelo apoio e incentivo

Aos meus colegas de trabalho do Senac Lapa Scipião pelo apoio e incentivo, em especial a minha Coordª. Dafne Cristine Zanoni que me apoiou e atendeu a todas as minhas solicitações prontamente e ao Prof. Aloizio Francisco Gomes Filho que me orientou e ajudou com as questões de programação e web.

Aos meus amigos, Alexandre Henrique e Heloisa Nobrega pela colaboração e ajuda e em especial à Heloisa Margarido por toda a colaboração, apoio e paciência que teve comigo e com o meu texto.

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RESUMO

Esta pesquisa trata do trabalho do fotógrafo Germa-no Graeser, que juntamente com Mário de Andrade e Luiz Saia iniciaram as atividades do Serviço do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional – SPHAN em São Paulo. Foram levantados, identificados e registrados com documentação fotográfica os patrimônios arquitetônicos do Estado de São Paulo pesquisados pelo Serviço, entre os anos de 1937 – 1966. A pesquisa também propõe uma atualização documental dos regis-tros criados durante aqueles anos, com a utilização da tecnologia da fotografia digital e da técnica da fotografia panorâmica 360 graus, com as quais criaram-se tour virtuais pelos lugares fotografados.

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ABSTRACT

This research is about the work of photographer Germano Graeser who along with Mario de Andrade and Luiz Saia started the activities of the National Historical and Artistic Heritage Service - SPHAN in Sao Paulo. It was collected, identified and recorded with photographic documentation the architectural heritage of the State of Sao Paulo surveyed by SPHAN between the years 1937 - 1966. The research also proposes a documentary update of records created during those years, with the use of photography digital technology and technique of photography panoramic 360 degrees, used to create a virtual tour of the places photographed.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01: Anteprojeto de Criação do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, feito por Mário de Andrade a pedido do Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. p. 01. (Arquivo IEB-USP)

Figura 02: Uma das fotografias de Germano Graeser que foram incorporadas no primeiro Relatório. Imagem do altar de conjugação da nave com a capela-mor, lado esquerdo, da Igreja Matriz de Itu, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 03: Carta de Rodrigo de Mello Franco de Andrade para Mário de Andrade, 15 de abril de 1937. p 01. (Arquivo IEB-USP)

Figura 04: Púlpito da Igreja Nossa Senhora do Rosário (M’Boy), Embu, 1937. Fotografia de Germano Graeser usada na abertura do texto de Lúcio Costa. (Arquivo IPHAN/SP).

Figura 05: Detalhe da pintura do teto da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu. Uma das fotografias de Germano Graeser usadas na pesquisa de Mário de Andrade sobre o Padre Jesuíno do Monte Carmelo. (Arquivo IEB/USP)

Figura 06: Germano Graeser. Mário de Andrade em visita ao sítio Santo Antônio em 18/01/1945. (Arquivo IPHAN/SP) Figura 07: Carta de Mário de Andrade à Rodrigo Mello Franco de Andrade de 23 - V - 37. p. 1. (Arquivo IEB-USP) Figura 08: Carta de Mário de Andrade à Rodrigo Mello Franco de Andrade de 23 - V - 37. p. 2. (Arquivo IEB-USP)

Figura 09: Germano Graeser. Detalhe das ruínas do convento Nossa Senhora da Conceição, Itanhaém, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 10: Germano Graeser. Ruínas da casa do Barão que foi removida durante a restauração do sítio Santo Antônio em São Roque, 1940 (Arquivo IPHAN/SP) Figura 11: Gernano Graeser. Armário existente na sacristia da capela da Carapicuíba, 1937.(Arquivo IEB/USP)

Figura 12: Germano Graeser. Aspecto sacristia Igreja Carmo São Paulo, 1937. (Arquivo IEB/USP) Figura 13: Germano Graeser. Forte de Bertioga, 1937. (Arquivo IEB/USP)

Figura 14: Germano Graeser. Fazenda Engenho D'Agua em Ilhabela, 1942. (Acervo fotográfico – IPHAN/SP) Figura 15: Retrato de Germano Graeser. (Arquivo IPHAN/SP)

Figura 16: Papel timbrado da empresa GRAESER& CIA (Detalhe), 1937. (Arquivo IEB/USP).

Figura 17: Exemplo de negativo 6x9 e seu positivo também no tamanho 6x9, feitos por Germano Graeser. (Arquivo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 18: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a primeira viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 2/10/1937. p. 1. (Arquivo IEB-USP)

Figura 19: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a primeira viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 2/10/1937. p. 2. (Arquivo IEB-USP)

Figura 20: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a primeira viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 2/10/1937. p. 3. (Arquivo IEB-USP)

Figura 21: Recibo emitido pela firma Graeser & Cia com a relação de chapas, ampliações e cópias fotográficas entregues no primeiro trabalho feito ao SPHAN/SP. São Carlos, 04/10/1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 22: Germano Graeser. Foto da fachada da Matriz Itu, 1937.(Arquivo IEB-USP) Figura 23: Germano Graeser. Foto Capela de Voturuna, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 24: Uma das 80 fotografias feitas por Germano Graeser que foram incorporadas ao primeiro relatório do SPHAN/SP. Imagem do altar-mor da Igreja S. Bom Jesus em Itu, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 25: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 1. (Arquivo IEB-USP)

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Figura 26: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 2. (Arquivo IEB-USP)

Figura 27: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 3. (Arquivo IEB-USP)

Figura 28: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graes-er & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 4. (Arquivo IEB-USP)

Figura 29: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 5. (Arquivo IEB-USP)

Figura 30: Germano Graeser. Igreja do Carmo em São Paulo, foto da fachada, 1937. (Arquivo IEB-USP) Figura 31: Germano Graeser. Pia batismal. Matriz Itanhaém, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 32: Germano Graeser. Vista posterior da Matriz Itanhaém, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 33: Câmera Rolleiflex encontrada no IPHAN/SP que era usada por Luiz Saia, e eventualmente por Germano Graeser, nas fotografias de documentação das restau rações para os cadernos de obras. Fotografia da autora, 2015.

Figura 34: Obras na capela de Santo Antônio mostrando a recomposição do revestimento, fachada e telhado do alpendre. Fotografia de Luiz Saia, dezembro de 1944. (Arquivo IPHAN/SP)

Figura 35: Exemplo de negativo 6x6 e seu positivo também no tamanho 6x6, feitos por Germano Graeser. (Arquivo fotográfico IPHAN/SP).

Figura 36: Germano Graeser. Foto da fachada da Igreja de Nossa Senhora do Rosário (ou M’Boy), Embu, após a restauração. (Arquivo IEB-USP). A foto foi feita pensando na inclinação da luz para produzir uma sombra que realça os volumes, desenhando os telhados, portas e janelas, mantendo a fachada bem iluminada.

Figura 37: Detalhe da pintura do teto da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu. Fotografia de Germano Graeser usada na pesquisa de Mário de Andrade sobre o Padre Jesuíno do Monte Carmelo. (Arquivo IEB/USP).

Figura 38: Ficha para guardar negativo ou cópia fotográfica em papel nas gavetas do arquivo fotográfico do SPHAN em São Paulo. Para organizar as fotografias no acervo, Germano Graeser fazia fichas como esta, com informações detalhadas do assunto fotografado. (Arquivo Fotográfico IPHAN/SP)

Figura 39: Detalhe da fechadura da porta da capela de Santo Antônio, São Roque. Germano Graeser esperou a hora do dia para ter a incidência de luz no melhor ângulo de inclinaçãoformando uma sombra na diagonal que ressaltasse os volumes e assim valorizar os detalhes gravados no metal e entalhados na madeira. (Arquivo IPHAN/SP)

Figura 40: Germano Graeser. Igreja e residência dos jesuítas - Igreja Nossa Senhora da Escada e residência anexa, antes da restauração, 1947. (Acervo IPHAN/SP). Nesta foto a sombra cobre uma área maior da fachada ressaltando os volumes e a profundidade.

Figura 41: Germano Graeser. Fotografia de reprodução da imagem da santa feita com uma luz suave que gera sombras que ressaltam os volumes mas preservam os detalhes na baixa luz. Capela Santo Antônio, São Roque, 1940. (Arquivo IPHAN/SP)

Figura 42: Germano Graeser. Igreja e residência dos jesuítas - Igreja Nossa Senhora da Escada e residência anexa, depois da restauração, 1958. (Acervo IPHAN/SP). Aqui o uso do filtro intensificou os volumes e as texturas nos tons da fotografia, como no registro do céu, trazendo uma maior dramaticidade para a imagem.

Figura 43: Germano Graeser. Detalhe da Pintura do teto da Sacristia da Igreja Nossa Senhora do Rosário de Embu, antes da restauração, 1937. (Acervo fotográfico IPHAN/SP). Exemplo de reprodução de pintura.

Figura 44: Germano Graeser. Imagens dos apóstolos. Igreja Nossa Senhora do Rosário, Embu, 1946. (Arquivo IPHAN/SP). Exemplo de reprodução de imagens de santos.

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Figura 45: Página sobre Germano Graeser no site da Coleção Pirelli/MASP de Fotografia. Disponível em: <http://www.colecaopirellimasp.art.br/autores/250/obra/930>. Acesso em: 09/03/2015.

Figura 46: Fachada da Igreja e convento Nossa Senhora do Carmo, Itu. Fotografia da autora, 2014. Figura 47: Fachada da Igreja de Nossa Senhora do Rosário (ou M’Boy), Embu. Fotografia da autora, 2015. Figura 48: Capela de São Miguel Arcanjo, em São Miguel Paulista, São Paulo. Fotografia da autora, 2015.

Figura 49: Cabeça panorâmica com um rotor do fabricante Nodal Ninja. Disponível em: <http://shop.nodalninja.com/nn4-w-rd16-ii-ad-vanced-rotator-f4503/>. Acesso em 06/05/2015.

Figura 50: Exemplo de fotografia panorâmica 360º planificada. Fotografia de Carlos Garcia.

Figura 51: Capela de São Miguel Arcanjo, interior – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

Figura 52: Germano Graeser. Perspectiva externa da Casa e da Capela, como foi encontrado por Mário de Andrade. À direita da casa de Fernão Paes de Barros, oculta por árvores, as ruínas da casa do Barão de Piratininga. Foto anterior à restauração, 1940. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 53: Vista geral do sítio Santo Antônio vendo o espelho d’água em frente a casa e a capela, foto posterior à restauração. (Arquivo IPHAN/SP) Figura 54: Germano Graeser. Perspectiva externa, frontal. Foto anterior à restauração, 1940. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 55: Sítio de Santo Antônio com vista da casa e da capela de Santo Antônio – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015. Figura 56: Germano Graeser. Perspectiva interna da nave. Detalhe. Foto anterior à restauração, 1940. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 57: Germano Graeser. Talha do altar lateral. Foto anterior à restauração, 1940. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 58: Germano Graeser. Interior da capela, 1942. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 59: Germano Graeser. Altar-mor, 1937. (Acervo fotográfico IPHAN/SP

Figura 60: Capela de Santo Antônio – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

Figura 61: Germano Graeser. Sacristia, detalhe da perspectiva interna, foto anterior a restauração, 1940. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 62: Sacristia da Capela de Santo Antônio – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

Figura 63: Germano Graeser. Igreja Nossa Senhora do Carmo. Fachada, 1948. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 64: Germano Graeser. Altar-mor, 1937. (Arquivo IEB-USP

Figura 65: Germano Graeser. Pintura do teto da capela-mor. Detalhe, 1937. (Arquivo IEB-USP) Figura 66: Germano Graeser. Pintura do teto da capela-mor. Detalhe,1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 67: Germano Graeser. Pintura do teto da capela-mor. Detalhe, 1942. (Acervo fotográfico IPHAN/SP Figura 68: Germano Graeser. Pintura do teto da capela-mor. Detalhe, 1942. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 69: Germano Graeser. Pintura do teto da nave, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 70: Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo, interior – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2014. Figura 71: Germano Graeser. Perspectiva externa da Igreja Nossa Senhora do Patrocínio – Itu, 1937. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 72: Germano Graeser. Detalhe da Nave da Igreja Nossa Senhora do Patrocínio – Itu, 1937. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 73: Germano Graeser. Aspecto geral do teto da capela-mor da Igreja Nossa Senhora do Patrocínio – Itu, 1942. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 74: Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015

Figura 75: Germano Graeser. Perspectiva externa (parte) e do Largo (parte), 1937. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

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Figura 76: Germano Graeser. Aspecto da Capela e Largo fronteiriço, 1937. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 77: Germano Graeser. Aspecto da Capela e Largo fronteiriço, 1937. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 78: Germano Graeser. Aspecto do Largo fronteiriço, 1937. (Acervo fotográfico IPHAN/SP

Figura 79: Capela de São João Batista e a Antiga Aldeia Jesuítica de Carapicuíba – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015. Figura 80: Germano Graeser. Fachada da Igreja Nossa Senho-ra do Rosário de Embu, antes da restauração, 1937.

(Acervo IPHAN/SP)

Figura 81: Germano Graeser. Fachada da Igreja Nossa Senhora do Rosário de Embu, depois da restauração. (Acervo IPHAN/SP)

Figura 82: Germano Graeser. Nave e Altar da Igreja Nossa Senhora do Rosário de Embu,1947. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 83: Germano Graeser. Pintura capela-mor. Vista parcial do teto e dos painéis do lado direito. Igreja Nossa Senhora do Rosário de Embu,1940. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 84: Germano Graeser. Nave e Coro da Igreja Nossa Senhora do Rosário de Embu,1947. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 85: Germano Graeser. Teto capela mor da Igreja Nossa Senhora do Rosário de Embu,1937. (Acervo fotográfico IEB/USP) Figura 86: Igreja Nossa Senhora do Rosário de Embu – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

Figura 87: Germano Graeser. Perspectiva externa. Capela de São Miguel, 1937. (Acervo IEB-USP)

Figura 88: Germano Graeser. Corpo interna lateral direito com capela lateral. Capela de São Miguel, 1937. (Acervo IEB-USP) Figura 89: Germano Graeser. Perspectiva externa. Capela de São Miguel, 1937. (Acervo IEB-USP)

Figura 90: Germano Graeser. Verga com inscrições do pórtico. Capela de São Miguel, 1937. (Acervo IEB-USP) Figura 91: Capela de São Miguel Arcanjo, interior – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

Figura 92: Capela de São Miguel Arcanjo, interior a partir do centro da nave – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015. Figura 93: Capela de São Miguel Arcanjo, interior – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

Figura 94: Germano Graeser. Pintura do teto da capela–mor (detalhe do Centro) da Igreja da Ordem Primeira do Carmo em Mogi das Cruzes, 1941. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 95: Germano Graeser. Altar Lateral da Ordem Primeira do Carmo em Mogi das Cruzes. (Acervo fotográfico IPHAN/SP)

Figura 96: Germano Graeser. Púlpito da Igreja da Ordem Primeira do Carmo em Mogi das Cruzes, 1941. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 97: Igreja da Ordem 1ª do Carmo – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

Figura 98: Germano Graeser. Forro da Nave (detalhe da pintura) da Igreja da Ordem 3ª do Carmo em Mogi das Cruzes, 1941. (Acervo fotográfico IPHAN/SP) Figura 99: Fotografia da nave da Igreja da Ordem 3ª do Carmo – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

Figura 100: Fotografia da capela-mor da Igreja da Ordem 3ª do Carmo – Fotografia Panorâmica 360º planificada. Foto da autora, 2015.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. A FOTOGRAFIA E O SERVIÇO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO ARTÍSTICO NACIONAL 1.1. Mário de Andrade e os Caminhos do Patrimônio Paulista

2. GERMANO GRAESER E A DOCUMENTAÇÃO PARA O SERVIÇO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO ARTÍSTICO NACIONAL

3. A FOTOGRAFIA PANORÂMICA 360°: UMA POSSIBILIDADE PARA DOCUMENTAÇÃO DO BARROCO PAULISTA

3.1. Conversa entre inventários de imagens. Dois passeios pelos sítios históricos

3.1.1 Sítio de Santo Antônio que compreende a Casa e a Capela Anexa – São Roque

3.1.2 Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo – Itu

3.1.3 Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio – Itu

3.1.4 Capela de São João Batista e a antiga Aldeia Jesuítica de Carapicuíba

3.1.5 Igreja Nossa Senhora do Rosário (ou M’Boy) – Embu das Artes

3.1.6 Capela de São Miguel Arcanjo – São Miguel Paulista – São Paulo

3.1.7 Igrejas das Ordens Primeira e Terceira e Convento do Carmo – Mogi Das Cruzes

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

18 15

23

31

63

75 76

85 90

93 97 101

107

113

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INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa consistiu no levantamento dos registros fotográficos sobre o estilo Barroco Paulista

presentena documentação idealizada por Mário de Andrade e realizada pelo fotógrafo Germano Graeser, para que pudésse-mos entender os critérios para produção dessa documentação visual, os caminhos que os levaram a produzir as mais de 2.000 mil fotografias sobre o patrimônio paulista que compõem o acervo do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em São Paulo. Foram também pesquisadas as cartas trocadas entre os protagonistas da implantação do SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rodrigo Mello Franco de Andrade, Mário de Andrade, Luiz Saia, Germano Graeser, além dos relatórios de pesquisa escritos por Mário de Andrade para o Serviço.

Foi refeita parte do percurso histórico e pesquisado o contexto e os critérios no interior dos documentos dos acervos do IPHAN e do IEB/USP - Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, das entrevistas e da bibliografia levantada sobre o assunto. Já que nem todas as ações de documentação do processo de formação do acervo do SPHAN/SP estão registradas, algumas lacunas não foram possíveis de se recuperar permanecendo em aberto seu levantamento.

Este material pesquisado serviu de base para a análise das imagens e para a produção de novos registros fotográficos de alguns dos bens tombados selecionados, utilizando uma nova técnica de registro fotográfico: as fotografias panorâmicas imersivas, que possibilitam uma visualização em 360° na horizontal e 180° na vertical, as quais fornecem uma visão completa do lugar documentado, como se o observador estivesse ele próprio em loco visitando o espaço.

Para a realização dessa nova documentação, foram visitados os seguintes patrimônios tombados pelo IPHAN no Estado de São Paulo:

• Sítio de Santo Antônio que compreende a Casa e a

Capela anexa, na cidade de São Roque;

• Igreja e convento Nossa Senhora do Carmo e Igreja de

Nossa Senhora do Patrocínio, ambas localizadas no município de Itu;

• Capela de São João Batista e a antiga Aldeia Jesuítica de

Carapicuíba;

• Igreja de Nossa Senhora do Rosário (ou M’Boy) no

município de Embu das Artes;

• Capela de São Miguel Arcanjo em São Miguel Paulista,

município de São Paulo;

• Igrejas das Ordens Primeira e Terceira e Convento do

Carmo na cidade de Mogi das Cruzes.

Todos estes sítios históricos foram selecionados dentro do percurso documental percorrido e registrado pelo fotógrafo estudado, Germano Graeser que os fotografou nos anos de 1937 - 1938 e, após as restaurações volta a fotografar os mesmos lugares, a partir dos anos 40.

As fotografias panorâmicas 360º estão disponibilizadas para visualização no site do Acervo Digital da UNESP, dentro da coleção intitulada Patrimônio Cultural, para consulta aberta ao público, como fonte de pesquisas sobre Arte e sobre o patrimônio artístico do Barroco Paulista.

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Esse conjunto patrimonial paulista está ainda pouco documentada, carecendo de um detalhamento visual mais ampliado, sendo que o material hoje disponível nos acervos públicos é de acesso restrito, apenas para consulta presencial. Nosso objetivo foi, portanto, documentar, de forma mais integral, estes sítios históricos e produzir um registro amplo e detalhado destes locais, o que se obteve através do emprego de

fotografias panorâmicas 360°. Foi possível, assim gerar um conteúdo atualizado, através do resgate da memória dos bens fotografados e da história da criação da documentação que registra a história do Estado de São Paulo. A contribuição desse trabalho vai ao encontro de preencher em parte esta lacuna.

Foram consultadas cartas e documentos trocados entre Mário de Andrade, Rodrigo Mello Franco de Andrade, diretor nacional do IPHAN, Luiz Saia, que iniciou suas atividades no Serviço como integrante da equipe de pesquisa para o levantamento dos bens e acabou assumindo a direção do SPHAN em São Paulo, depois que Mário de Andrade deixou o cargo e Germano Graeser, o fotógrafo contratado para fotografar

nas viagens de documentação e que se tornou o fotógrafo especialista do SPHAN/SP. Foram consultados ainda alguns dos documentos originais deixa-dos por eles, aqueles que foram localizados e acessados nos arqui-vos e acervos fotográficos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN/SP e do Instituto de Estudos Brasileiros – IEB/USP. Também foram utilizadas as entrevistas com Antônio das Neves Gameiro, Armando Rebollo, José Saia Neto e Jaelson Bitran Trindade que

trabalharam no IPHAN/SP e frequentaram o legado do Germano Graeser, sendo que alguns deles conviveram com o fotógrafo. Para completar a pesquisa foi feita a revisão bibliográfica e webgrafia disponível sobre o tema, relaciona-das nas referências ao final do texto.

Não é o objetivo do presente trabalho discutir o que é um documento. Nossa proposta contempla e também propõe uma atualização dos meios documentais com a utilização da fotografia panorâmica 360º e a possibilidade de visão contex-tual para essa acontex-tualização, tanto para a iluminação e ampli-ação dos detalhes desse conjunto numa mesma foto, como para o passeio do olhar por esses espaços, trazendo o obser-vador para o centro desse contexto. Podemos dizer aqui que dois conhecimentos são então acionados e envolvidos no momento de visualização da imagem: o conhecimento tácito e o conhecimento focal.

Nossa fundamentação teórica no âmbito da questão patri-monial foi examinada a partir das colocações de Carlos Lemos. A identidade dos bens culturais a partir da imagem, a fotografia como possibilidade de configuração de um sítio histórico e ainda como possibilidade de levantamento da real situação de preservação desse sítio foram tratadas a partir das cartas de Mário de Andrade, Germano Graeser e Luiz Saia. Victor Hugo Mori nos apresentou a história do IPHAN em São Paulo e dos patrimônios tombados no Estado. O pesquisador e professor Percival Tirapeli nos apresentou o percurso concebido por Mário de Andrade e

1

1 Este conceito foi desenvolvido por Michael Polanyi.

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percorrido por Germano Graeser e Luiz Saia. Eduardo Costa fala de como foi formado o acervo fotográfico do IPHAN/SP e entrevistou Antônio das Neves Gameiro, Armando Rebollo, José Saia Neto, Jaelson Bitran Trindade. Philippe Dubois levanta questões sobre as fotografias panorâmicas e suas concepções quanto ao espaço e quanto ao tempo. Fernando Fogliano e Edson das Chagas Jr. falam das novas possibilidades da fotografia panorâmica 360º e de uma ampliação do conceito de fotografia a partir dos processos de pós-produção digital.

O primeiro capítulo trata da atuação de Mário de Andrade na criação do SPHAN em São Paulo, na implementação, concepção e realização do trabalho de mapeamento do patrimônio que existia até então no Estado de São Paulo. Atuou também na coordenação do levantamento de dados históricos, técnicos e na produção de documentação fotográfica, trabalho desenvolvido por ele e pela pequena equipe de colaboradores.

O segundo capítulo traz a trajetória do fotógrafo Germano Graeser e a sua atuação dentro do SPHAN em São Paulo, dos anos iniciais de trabalho em setembro de 1937 até a sua morte em outubro de 1966, como funcionário do Serviço. Fala também do método de trabalho desenvolvido para documentação fotográfica ao longo desse anos.

O terceiro capítulo fala sobre as possibilidades da fotografia panorâmica 360º e procura estabelecer relações entre estas e as fotografias de Germano Graeser, analisando as imagens produzidas nos sítios históricos visitados ao longo desta pesquisa e as fotografias coletadas nos acervos do IPHAN/SP e do IEB/USP.

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No ano de 1936, durante o governo de Getúlio Vargas, o SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacio-nal foi criado sob o comando de Rodrigo de Mello Franco de Andrade. O então Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema pede a Mário de Andrade para escrever o antepro-jeto de criação do órgão (figura 01) um proantepro-jeto visionário que já contemplava a forte preocupação do seu criador em regis-trar e documentar o patrimônio artístico nacional material e imaterial. O anteprojeto foi a base para o Decreto-lei Federal nº 25, de 30 de novembro de 1937, que criou a figura jurídica do Tombamento, e posteriormente a lei estadual em São Paulo sobre o patrimônio.

Com o início dos trabalhos, Rodrigo Mello Franco de Andrade convence Mário de Andrade a ser o primeiro Assis-tente Técnico da 6ª Região do SPHAN, o qual fica incumbi-do de fazer o levantamento incumbi-do patrimônio ainda sobrevivente nos Estados de São Paulo e Mato Grosso, estados compreen-didos pela regional. Esse levantamento, além de mapear os remanescentes culturais da nossa história, também buscava identificar e selecionar o que existia a fim de se determinar o que seria tombado, qual era o estado de preservação e, portanto, a necessidade de intervenções de restauro para sua manutenção.

1. A FOTOGRAFIA E O SERVIÇO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO ARTÍSTICO NACIONAL

Figura 01: Anteprojeto de Criação do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, feito por Mário de Andrade a pedido do Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. p. 01. (Arquivo IEB-USP)

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Para prospectar o que havia sobrado em São Paulo, Mário de Andrade cria uma equipe, que o auxilia nas pesquisas de levantamento e documentação, formada por Luiz Saia, engenheiro em formação na época, o historiador Nuto Sant’Ana e posteriormente o fotógrafo Herman Hugo Graeser (Germando). A ideia era que os pesquisadores fossem até os lugares estudar, fotografar e relatar os monumentos tombáveis, ou seja, produzir um dossiê, o mais completo possível sobre o patrimônio encontrado.

Primeiramente, o levantamento foi feito das obras arquitetônicas, através de viagens aos locais em que se encontram as igrejas, casas e construções militares que representavam a arquitetura paulista, sobretudo exemplares do período colonial, anteriores as construções neoclássicas do séc. XIX. Esses exemplares e os dos estilos posteriores foram incorporados aos tombamentos anos depois. Além do levantamento feito pela equipe nas viagens, Mário de Andrade pesquisou em inventários, testamentos e arquivos públicos ampliando assim o espectro do patrimônio construído. Incluiu também pinturas, esculturas, etc., num levantamento dividido em obras de arte erudita nacional ou estrangeira e de arte aplicada nacional e estrangeira (mobiliário, talha, tapeçaria, joalheria, decorações murais, etc.). A síntese desse levantamento foi apresentada no Primeiro Relatório da 6ª Região de 16/10/1937, incorporado ao acervo do Serviço, composto por dados históricos e fotografias captadas nas primeiras viagens do grupo (figura 02).

Figura 02: Uma das fotografias de Germano Graeser que foram incorporadas no primeiro Relatório. Imagem do altar de conjugação da nave com a capela-mor, lado esquerdo, da Igreja Matriz de Itu, 1937. (Arquivo IEB-USP)

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As diretrizes do que e como fazer foram pensadas por Mário de Andrade e Rodrigo de Mello Franco de Andrade que, em carta (figura 03) orienta o amigo sobre a realização das propostas de tombamento, as quais deveriam ser instruídas pelo histórico da obra, com descrição o mais detalhada e técnica quando possível, informações sobre o estado de conservação e alterações que poderiam ter sofrido, referências bibliográficas a seu respeito quando houvessem e documentação fotográfica (Carta de Rodrigo de Mello Franco de Andrade para Mário de Andrade de 15 de abril de 1937. Arquivo IEB/USP).

As cartas e os documentos dos arquivos consultados revelam que desde o princípio se sabia da necessidade da produção de fotografias dos patrimônios encontrados. Estes documentos visuais eram valiosos e fundamentais pelo conjunto de informações que as imagens podiam oferecer como: atestar as condições de conservação das obras complementando as informações históricas e análises técnicas coletadas pelos pesquisadores, servir de fonte de informações para as intervenções de restauro. Eram também fundamentais para a identificação dos bens. Por isso, o registro fotográfico produzido foi pensado para ser detalhado e cuidadoso, documentando não só a fachada, mas também os espaços internos, o exterior e os detalhes mais relevantes das construções e das obras de arte.

Figura 03: Carta de Rodrigo de Mello Franco de Andrade para Mário de Andrade, 15 de abril de 1937. p 01. (Arquivo IEB-USP)

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O próprio Mário de Andrade defendeu a importância de que a documentação necessitaria ser feita por um fotógrafo profissional pois, dada a importância deste registro visual, só as imagens captadas com qualidade e apuro técnico poderiam servir adequadamente aos propósitos de fornecer informações detalhadas e relevantes sobre os patrimônio a fim de que os pesquisadores pudessem se basear nelas para produzir suas análises sobre os objetos de suas pesquisas.

Essa importância fica evidente quando observamos o texto que Lúcio Costa publicou na Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, intitulado A arquitetura dos jesuítas no Brasil (figura 04). Nele, o autor usou uma grande quantidade de fotografias para ilustrar suas ideias – o artigo contém um total de 62 fotografias – sendo que 16 delas são fotografias feitas pelo Germano Graeser sobre a arquitetura jesuítica em São Paulo. Lúcio Costa se baseou nesta documentação fotográfica como fonte de informações visuais sobre os patrimônios pesquisados, para produzir as análises presentes no texto, falando sobre lugares que ele nunca tinha visitado até então. (MORI, 2008: 30)

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Texto originalmente publicado na Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 5, no ano de 1941.

Figura 04: Púlpito da Igreja Nossa Senhora do Rosário (M’Boy), Embu, 1937. Fotografia de Germano Graeser usada na abertura do texto de Lúcio Costa. (Arquivo IPHAN/SP).

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Também vemos essa mesma estratégia aplicada ao processo de pesquisa de Mário de Andrade para a produção da biografia do Padre Jesuíno de Monte Carmelo. Ele pesquisa e escreve sobre o tema entre os anos de 1938 à 1942, e como suporte desse trabalho solicita a Germano Graeser que faça uma documentação extensa da obra do pintor, indicando quais pinturas deveriam ser fotografadas para que através dos registros o autor pudesse basear suas observação e análises das obras (Figura 05).

Outros pesquisadores também se beneficiaram do acervo do IPHAN para suas pesquisas, não só do acervo de São Paulo, mas também do arquivo central, no Rio de Janei-ro que concentrava a documentação fotográfica de todas as regiões do país. Segundo Jaelson Bitran Trindade, autores como Germain Bazin, em seu livro Arquitetura Religiosa Barroca no Brasil, Mário Barata, Carlos Lemos, Benedito Lima de Toledo, todos se valeram dessa documentação, que tinha mais elementos sobre São Paulo no arquivo central do que das demais regiões do Serviço. (2010: 17)

Neste sentido, o acervo fotográfico do IPHAN em São Paulo, que contém as fotografias produzidas desde 1937 até os dias atuais, constitui uma fonte para pesquisa de suma importância, pois, é capaz de fornecer não só um registro de um instante no tempo, mas uma história de mais de 70 anos de cada bem tombado e documentado ao longo destes anos.

Figura 05: Detalhe da pintura do teto da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu. Uma das fotografias de Germano Graeser usadas na pesquisa de Mário de Andrade sobre o Padre Jesuíno do Monte Carmelo. (Arquivo IEB/USP).

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Dentre as inúmeras correspondências trocadas entre Mário de Andrade (figura 06) e Rodrigo Mello Franco de Andrade durantes os anos de trabalhos no Serviço, a carta de 23 de maio de 1937 (figuras 07 e 08) é fundamental para que se entenda o pensamento e as propostas de trabalho que tomavam corpo naquele momento de implantação e início das atividades do SPHAN em São Paulo.

Nela, Mário de Andrade relata que havia iniciado os trabalhos no SPHAN adquirindo bibliografia, chamando como seus colaboradores Luís Saia e Nuto Sant’Ana e mais um fotógrafo que integrou a equipe mais tarde (embora exista uma carta de contra proposta feita por Mário de Andrade para um orçamento de serviços fotográficos datada de 02/09/1936, Germano Graeser só foi chamado para realizar o primeiro trabalho fotográfico um ano depois), para acompanhá-los nas viagens imprescindíveis. Nas palavras do autor da carta:

Já tinha começado a trabalhar pelo SPHAN, mas docemente, adquirindo bibliografia do assunto e em conversas intrigado para saber onde havia quadros e esculturas de grandes autores estrangeiros por aqui, tão difíceis de distinguir dos falsos. Quando foi do seu telefonema, chamei imediatamente os dois principais colaboradores que vou pagar com meus cobres, o Nuto Sant’ Ana historiador e Luiz Saia engenheiro dedicado e apaixonado de coisas históricas e coloniais, e lhes dei as incumbências principais.

Chamei também um fotógrafo pra ver se podia nos acompanhar nas viagens imprescindíveis. (1981: 67)

1.1 Mário de Andrade e os caminhos do patrimônio paulista

Figura 06: Germano Graeser. Mário de Andrade em visita ao sítio Santo Antônio em 18/01/1945. (Arquivo IPHAN/SP).

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A estratégia pensada para que toda a área do Estado fosse percorrida pelas viagens de pesquisa, passando apenas nas localidades onde haviam sobrevivido os patrimônios em condições de integrar a lista de bens a serem tombados, foi a divisão do espaço geográfico em zonas vastas e principais, em caminhos possíveis de serem percorridos: (…) “E estudamos o complexo problema das viagens. Dividimos os Estado em zonas vastas e principais, o vale do Paraíba, o caminho do Tietê, litoral sul, litoral norte, S. Paulo e arredores.” (ANDRADE, 1981: 67). Os fatores históricos são o que explica a maneira como esse Estado se desenvolveu economicamente, socialmente e, portanto culturalmente, inspirando Mário de Andrade a procurar pelos caminhos dos sertões paulistas, desbravados pelos bandeirantes, e pelos marcos coloniais, desde a capitania de São Vicente até a configuração geográfica atual do território do Estado de São Paulo.

As demais cartas de Mário de Andrade pesquisadas não trazem mais detalhes sobre os caminhos sugeridos, o que deixa a impressão de que a proposta foi pensada para resolver um problema de logística da realização das visitas de pesquisa e fotografação. O primeiro relatório escrito por Mário de Andrade para o SPHAN, em 16 de outubro de 1937, contém uma relação de lugares e bens pesquisados que segue apenas em parte essa lógica da divisão por caminhos.

Figura 07: Carta de Mário de Andrade à Rodrigo Mello Franco de Andrade de 23 - V - 37. p. 1. (Arquivo IEB-USP).

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E há o problema geral de S. Paulo. Você entenderá comigo que não é possível entre nós descobrir maravilhas espantosas, do valor das mineiras, baianas, pernambucanas e paraibanas em principal. A orientação paulista tem de se adaptar ao meio: primando a preocupação histórica à estética. Recensear e futuramente tombar o pouco que nos resta seiscentista e setecentista, os monumentos onde se passaram grandes fatos históricos. Sob o ponto de vista estético, mais que a beleza propriamente (esta quase não existe) tombar os problemas, as soluções arquitetônicas mais características ou originais. Acha bom assim? (ANDRADE, 1981: 69)

Contudo, a divisão de São Paulo em roteiros possíveis, sugerida por Mário de Andrade, pode ser uma forma de aproximação do patrimônio paulista. Na visão dele, além do patrimônio, esses roteiros de visitação poderiam abranger modos, costumes, hábitos surgidos nos pousos dos bandeirantes e aldeamentos que se formaram nestes locais entre os séculos XVI e XVIII, como uma maneira de contar a nossa história colonial e as relações geográficas estabelecidas pelos nossos antepassados que extrapolam as atuais fronteiras do Estado.

Ainda nesse documento de 1937, Mário de Andrade refere-se às possibilidades de tombamento patrimonial no Estado de São Paulo:

Figura 08: Carta de Mário de Andrade à Rodrigo Mello Franco de Andrade de 23 - V - 37. p. 2. (Arquivo IEB-USP).

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(...) Não é possível esperar-se de S. Paulo grande coisa com valor artístico tradicional. As condições históricas e econômicas deste meu Estado, a contínua evasão de Paulistas empreendedores para outras partes do Brasil nos séc. XVII e XVIII, o vertiginoso progresso ocasionado pelo café, são as causas principais da nossa miséria artística tradicional. Ou ruínas de quando o progresso rastaquera não cuidou de conservar, ou precariedade duma gente dura e ambiciosa, que menos cuidava de delícias que aventura. (1981: 80) (Figuras 09 e 10).

A avaliação acima feita por Mário de Andrade, escrita num tom de conversa, baseou as ações do IPHAN em São Paulo por quatro décadas. É interessante notar ainda que, no texto do primeiro relatório feito ao SPHAN, o escritor complementa aquela avaliação a respeito da pobreza estética encontrada no Estado:

Figura 09: Germano Graeser. Detalhe das ruínas do convento Nossa Senhora da Conceição, Itanhaém, 1937. (Arquivo IEB-USP)

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O desenvolvimento econômico das cidades agrava a situação da preservação dos patrimônios já que o progresso avança apagando o passado singelo da taipa. A documentação e as ações de tombamento iniciadas pelo SPHAN foram e ainda são, de fundamental importância para a sobrevivência dos bens. O conjunto, que insiste em sobreviver ainda hoje, é a testemunha desse passado pobre de nossa história. O escritor ainda ressalta que no primeiro relatório que ele escreve para o SPHAN, foram enumeradas uma surpreendente quantidade de bens encontrados frente a uma expectativa não tão otimista quando do início dos trabalhos.

Mário de Andrade foi um visionário entusiasta das novas tecnologias de sua época como a fotografia, filmagens e registros sonoros. Ele estava bem ciente da necessidade de ampliar os usos dessas tecnologias e atribuía grande importância a área da documentação visual. A documentação fotográfica por ele iniciada no SPHAN foi o início da formação de um amplo acervo usado nos processos de tombamento tanto para a identificação dos bens, como para a identificação do estado de conservação desses patrimônios ensejando posteriores projetos de restauro e manutenção.

Figura 10: Germano Graeser. Ruínas da casa do Barão que foi removida durante a restauração do sítio Santo Antônio em São Roque, 1940. (Arquivo IPHAN/SP).

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Levantar e registrar o que fosse possível sobre arte e cultura brasileira, documentando também a cultura popular, são procedimentos colocados em prática já no ano de 1936 na missão folclórica pelo Nordeste, missão esta organizada por Mário de Andrade através do Departamento Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo, durante sua atuação como diretor deste Departamento. A missão foi chefiada por Luiz Saia, responsável por registrar o que se conceberia posteriormente como patrimônio imaterial, conceito presente no Anteprojeto de Criação do Serviço do Patrimônio Artístico Nacional, escrito por Mário de Andrade também no ano de 1936. A missão coletou músicas, danças, costumes, lendas, construções populares, um verdadeiro inventário do folclore brasileiro registrado em gravações fonográficas, filmes, desenhos, fotografias, relatórios e coletas de exemplares de artefatos (MORI, 2008: 28). Este acervo pertence ao município de São Paulo e encontra-se no Centro Cultural São Paulo, organizado na coleção de nome Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade.

Na sua atuação no SPHAN, logo no primeiro ano de funcionamento, Mário de Andrade aponta para a necessidade de uma documentação visual que seja bem feita, realizada por um profissional sensível e preocupado com a qualidade dos registros produzi-dos, sobretudo considerando que os materiais fotográficos eram caros e escassos e que a verba destinada para

Figura 11: Gernano Graeser. Armário existente na sacristia da capela da Carapicuíba, 1937. (Arquivo IEB/USP).

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essa atividade era bem inferior à necessidade. Nesse sentido qualquer click tinha que ser muito bem pensado para que não houvesse desperdício dos recursos do Serviço. Os critérios de produção da documentação fotográfica foram desenvolvidos ao longo dos trabalhos de forma mais intensa nos anos de 1937 e 1938, quando se concentraram os esforços de fotografar os bens pesquisados nesses anos.

Mário de Andrade, Luiz Saia e Germano Graeser discutiram e estabeleceram os parâmetros de como fotografar as edificações, tipos de construção, mobiliário, objetos, decorações, dispositivos de uso cotidiano: eles deveriam ser retratas no seu contexto original, deveriam tentar narrar a história do lugar, buscar mostrar os usos e as funções dos lugares, dos objetos, dos dispositivos. Um exemplo, é a fotografia do armário existente na sacristia da capela de Carapicuíba (figura 11) que foi retratado da maneira como era utilizado, com os objetos dispostos no seu interior. Outro exemplo é a fotografia da sacristia da Igreja Carmo São Paulo (figura 12), com ampla descrição dos objetos de uso litúrgico.

Figura 12: Germano Graeser. Aspecto sacristia Igreja Carmo São Paulo, 1937. (Arquivo IEB/USP).

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Os mesmos parâmetros foram usados nas fotografias de exterior dos patrimônios. A paisagem dá o contexto onde as construções estão inseridas e chega a ser um comentário sobre o uso e as funções originais das edifi-cações. Dois exemplos são as fotografias do forte de Bertioga (figura 13) e da fazenda Engenho d'Água em Ilhabela (figura 14).

Mário de Andrade nunca se afastou verdadeiramente do SPHAN, tendo ali trabalhado até o ano de seu falecimento em 1945, mantendo diálogos constantes com Rodrigo Mello Franco de Andrade, Luiz Saia e com o Germano Graeser. Uma equipe de sucesso.

Figura 13: Germano Graeser. Forte de Bertioga, 1937. (Arquivo IEB/USP).

Figura 14: Germano Graeser. Fazenda Engenho D'Agua em Ilhabela, 1942. (Acervo fotográfico – IPHAN/SP).

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Herman Hugo Graeser, ou Germando Graeser (figura 15) como era chamado, nasceu no ano de 1898, na cidade de São Paulo, assim como seus dois irmãos. Filho de alemães que imigraram para o Brasil, seu pai era professor de educação física e fotógrafo e sua mãe também era professora. Seu pai teve um estúdio fotográfico no centro da cidade, na Rua Direita esquina com a Praça da Sé. Na casa da família só se falava alemão e Germano não falou português até os seus 12 anos de idade, quando entrou em uma escola pública e aprendeu a língua.

A família mudou-se para cidade de São Carlos, por volta de 1908 e lá seu pai, Hugo Graeser, montou um novo estúdio onde Germano Graeser começou a trabalhar com fotografia, seguido por seus irmãos Emílio Graeser e Max Graeser que também se tornaram fotógrafos.

2. GERMANO E A DOCUMENTAÇÃO PARA O SPHAN

Figura 15: Retrato de Germano Graeser. (Arquivo IPHAN/SP)

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Em 1921, Germano Graeser e Aldonio Faria arrendaram a Photographia Péres e mais tarde fundaram a firma GRAESER & CIA, estúdio e loja de artigos fotográficos, que funcionou até 1945. Lá os sócios dedicavam-se às fotografias de retratos em estúdio e retratos de alunos dos grupos escolares da cidade. Durante esses anos de atividade, ele atuava fotografando pessoas em estúdio e não produzia fotos em espaços abertos, seus clientes eram fotografados com cenários de paisagens pintadas em telas, num ambiente de total controle da luz e da cena.

Como José Saia Neto afirma: “(...) o conhecimento de arquitetura dele [Germano], antes do IPHAN, era praticamente inexistente. Ele era fotógrafo de estúdio, daquelas fotos que você tem um fundo com uma coluneta, um vaso, para a pose da família, um fundo... Agora, no IPHAN ele abandona estes recursos.” (2010: 10). Era uma atuação, portanto, completamente diferente da que teve nos trabalhos do patrimônio, com saídas a campo, fotografando ao ar livre ou dentro de obras arquitetônicas, utilizando apenas a luz ambiente, sem muito controle da iluminação da cena.

Essas diferenças iriam refletir em seus primeiros trabalhos apresentados.

Figura 16: Papel timbrado da empresa GRAESER & CIA (Detalhe), 1937. (Arquivo IEB/USP).

A firma GRAESER & CIA, em São Carlos, também trabalhava com comercialização de materiais e equipamentos, conforme consta no papel timbrado da empresa (figura 16). Eles trabalhavam com artigos fotográficos e eram agentes de empresas como a Kodak, Goerz, Agfa, Hauff, Bayer, Pathé-baby, entre outras.

Comercializavam no estúdio os seguintes equipamentos e serviços: câmara escura para amadores, máquinas fotográficas, aparelhos cinematográficos, objetivas, chapas , papéis, quími-cos, binóculos, álbuns, filmes, revelações, cópias, ampliações, acessórios. Foi esse trabalho que sustentou o fotógrafo durante os intervalos entre uma empreitada e outra para o SPHAN.

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3 Chapas são filmes fotográficos compostos por uma base que pode

ser uma placa de vidro, placa de metal ou plástico flexível e transparente, coberta por uma emulsão fotográfica, geralmente nos formatos 4x5 polegadas, 8x10 polegadas, 11x24 polegadas. Esses formatos de filmes são de maior qualidade de imagem final e maior definição, para uso com câmeras fotográficas de grande formato, usadas quase que só em estúdios fotográficos e fotografia de arquitetura. Cada chapa corresponde a uma imagem fotográfica que pode ser em negativo ou positivo, dependendo do tipo de filme.

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Nos primeiros levantamentos feitos pelo SPHAN para documentar o que se achava de valor artístico e histórico, o Mário e o Saia obtiveram maus resultados com a fotografia: falharam, saíram incorretos, não expressavam a qualidade apontada nos objetos. Decidiram que o trabalho seria feito por um profissional qualificado, sensível e interessado. (1981:18)

(...) tanto o Mário quanto o Saia perceberam que não daria para fotografar. Mas eles sabiam fotografar! […] eles acharam que, já que as viagens eram muito complicadas – para chegar daqui até Ubatuba, demorava-se dois dias -, eles precisariam fazer uma documentação fotográfica um pouco mais definitiva. Porque, destas viagens, destes percursos de descoberta, de documentação, resultavam relatórios que eram enviados para o Rio de Janeiro. [...] Ninguém conhecia nada de patrimônio histórico. E, [...] eles começaram a pensar numa documentação fotográfica mais definitiva, para saber que rumo tomar. (2010: 03) Com o início dos trabalhos no SPHAN em São Paulo, Mário de Andrade e Luiz Saia, ambos conhecedores das técnicas de fotografia, logo perceberam que os registros fotográficos necessitariam de um profissional, nas palavras de Jaelson Britan Trindade:

E foi em setembro de 1937, por indicação do amigo Luiz Saia, também nascido em São Carlos/SP, que Germano Graeser inicia seu trabalho no SPHAN/SP a convite de Mário de Andrade, como fotógrafo profissional, integrando a equipe nas viagens pelo Estado para documentar edificações e obras de arte. Assim, iniciava tanto seu processo de aprendizado e pesquisa em documentação do patrimônio histórico e artístico, como o aprofundamento dos conhecimentos técnicos para essa nova área da fotografia, que se tornaria sua posterior paixão. Desenvolveria ao longo dos anos, para este ofício, uma fotografia que favorecia o conhecimento e o estudo das obras, situando os bens no espaço, contando a própria história da constituição do patrimônio e de seus detalhes mais importantes.

Nesses anos iniciais, Germano Graeser era contratado por empreitada para realizar as viagens e fotografar os locais designados. Foi orientado na primeira viagem de fotografação por Mário de Andrade e Luiz Saia que o acompanharam. Nas viagens seguintes o fotógrafo viajaria sozinho, mas sempre sob sua orientação, pois os três mantinham correspondências sobre o trabalho realizado e opinavam sobre os que ainda seriam realizados, selecionavam as fotos e até rejeitavam algumas imagens que eram refeitas. Porém, parte dessas orientações se dava em conversas antes das viagens, as quais infelizmente não ficaram documentadas. Germano sempre vinha de São Carlos até a cidade de São Paulo, para comprar os materiais necessários para o trabalho e se encontrava com Mário de Andrade e/ou Luiz Saia para receber instruções e o roteiro da viagem, efetuar entregas ou falar sobre as fotografias já realizadas.

E ainda segundo Antônio Gameiro:

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(…) Como viajar? Ficou resolvido que de trem é perder tempo imenso e fugir de coisas importantes. É principal-mente nos vilarejos e no meio dos caminhos que a gente encontra em S. Paulo coisas valiosas sob dois pontos de vista que mais nos interessam, história e arte.

A viagem, onde o automóvel alcança tem de ser feita de automóvel que matará num dia várias cidades e vilas, com as pesquisas de arredores consequentes, já fotografando. (1981: 67)

(…) O problema do fotógrafo: levar um excelente e bem pago, ou mandar os fotógrafos do interior tirar as fotogra-fias. Tudo indica que é preciso levar o fotógrafo, tirar as fotografias possíveis (questão de luz) e industriá-lo bem sobre as outras a tirar, quando refizer a viagem sozinho buscando nova luz mais propícia. (ANDRADE, 1981: 67)

(…) Quantas cópias fotográficas tirar? O milhor (sic) é adquirir as chapas e desde logo no mínimo de duas cópias, uma pro primeiro recenseamento geral e outra pras futuras propostas detalhadas de cada caso, pra não obrigar, nestas, o serviço central a se reportar de cada vez ao primeiro recenseamento geral.

O ideal e talvez mais barateiro será tirar desde logo três cópias, uma pra ser guardada aqui comigo dentro do recenseamento geral, nas cópias pra meu uso. (ANDRADE, 1981: 67)

As viagens do período inicial eram pensadas e planejadas por Mário de Andrade, que escolhia o melhor roteiro. Ele dividiu o estado de São Paulo em percursos, que são “os caminhos”, a fim de encontrar a melhor forma de cobrir a área necessária com os menores custos possíveis, como se lê no trecho de sua carta de 23 de maio de 1937 à Rodrigo Mello Franco de Andrade:

Embora Mário de Andrade não conhecesse a técnica fotográfica em profundidade,ele sabia o que queria com as fotografias. Logo nas primeiras viagens, analisando as imagens captadas, fica claro que ele tinha razão em dizer que não daria para contratar vários fotógrafos diferentes. Era necessário treinar e especializar apenas um para que o trabalho atingisse a qualidade digna do Serviço. E foi o que aconteceu, Germano Graeser foi aprendendo e crescendo profissionalmente em cada empreitada, buscando aperfeiçoar sua técnica, seu equipamento e, sob as orientações exigentes de Mário de Andrade e de Luiz Saia, foi apurando seu olhar como documentador.

Outro ponto importante, além de como e o que fotografar, era a quantidade de fotografias necessárias e cópias dos negativos de cada bem. Mário de Andrade também planeja uma estratégia para isso, sempre limitada pela verba escassa que o Serviço disponibilizava. Ainda na mesma carta:

Ele dava as diretrizes do trabalho, sempre discutidas e aprovadas pelo amigo, e orientava sua equipe. E sobre o fotógrafo continua em sua carta:

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Conforme os trabalhos iam avançando, a quantidade de fotografias e cópias era uma questão que passava por revisões constantes, em função das necessidades e da disponibilidade de verbas para este fim, já que os primeiros planejamentos foram baseados em projeções sem muitos dados concretos e, após as primeiras experiências, foram alterados.

Rodrigo Mello Franco de Andrade, diretor nacional do SPHAN (Rio de Janeiro), tinha pressa em inventariar os bens dos Estados, pois preparava um levantamento nacional dos patrimônios que poderiam ser tombados. Em carta de 17 de maio de 1937, pede que Mário de Andrade faça um inventário preliminar com os seguintes dados de cada edificação: descrição sumária, histórico breve, autoria da obra (quando possível apurá-la), material empregado na construção (cantaria, taipa ou o que for), estado atual de conservação, reformas ou alterações que tiver sofrido, reparos urgentes de que precisar, referências bibliográficas que existirem a seu respeito e documentação fotográfica (esta última tão completa quanto possível). (Arquivo IEB-USP)

Este levantamento fazia parte de uma política inicial de Rodrigo Mello Franco de Andrade para o SPHAN, que tinha a finalidade de criar um inventário do patrimônio histórico e artístico nacional, em matéria de arquitetura, mapeando ao mesmo tempo os Estados de São Paulo, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal (que na época ainda era o Rio de Janeiro).

Por isso, os trabalhos de pesquisas foram intensos em São Paulo “de setembro a outubro de 1937 foram percorridos 17 municípios, em cerca de duas semanas. E era só o começo.” (TRINDADE, 1981: 18)

No início de setembro de 1937, Luiz Saia e Germano Graeser estavam negociando valores para o primeiro serviço de documentação. Eles acertam a quantia de 100 chapas 9x12, 100 cópias fotográficas no tamanho 24x30 e 100 cópias fotográficas no tamanho 13x18. Mas, Mário de Andrade acredita que passaria de 200 chapas e que se fosse o caso seriam feitos contratos parciais, dependentes da rapidez e da satisfação dos serviços. Sobre os contratos diz: (...) “O serviço tem de ser feito de maneira intensiva, para que as fotos possam servir aos relatórios já feitos.” Cem chapas feitas em várias cidades diferentes com um itinerário. (Carta de 2-IX-1937, de Luiz Saia para Germano Graeser. Arquivo IEB-USP)

A resposta de Germano Graeser, em carta de 03 de setembro de 1937 (para Luiz Saia), foi aceitar a contraproposta, acordar que levaria a câmera indicada (para chapas 9x12 cm) e uma menor, e que compraria o material para a empreitada em São Paulo.

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Figura 17: Exemplo de negativo 6x9 e seu positivo também no tamanho 6x9, feitos por Germano Graeser.

(Arquivo fotográfico IPHAN/SP)

Rolo 6/9: Filme flexível em rolo no tamanho de 6x9 cm, são usados em câmeras fotográficas de médio formato, sendo que para este tipo de câmera os filmes 120, que permitem fazer 12 fotogramas, nos tamanhos 6x4,5 cm, 6x6 cm, 6x7 cm ou 6x9 cm, eram os mais utilizados.

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O acerto final para primeira viagem está na carta de 7 de setembro de 1937, que Luiz Saia remete para Germano Graeser confirmando o trabalho, marcando o início para domingo (12 de setembro) pela Villa de M’Boy (sic), em Embu, e mais um lugar perto de São Paulo. Na segunda-feira iriam comprar os materiais e partiriam em viagem de automóvel com Mário Andrade, que pede a Germano Graeser para levar também uma máquina fotográfica para fotografias de menor importância, as quais seriam pagas como serviço extraordinário, uma boa máquina de filme de rolo 6/9 (figura 17). E avisa que o trabalho seria intensivo por mais de uma semana, talvez por duas semanas. (Arquivo IEB-USP)

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Consta ainda, no arquivo do IEB, uma relação, de 02 de outubro de 1937, das fotos tiradas e cópias fornecidas quase um mês após a primeira empreitada. Esse documento traz uma lista, da primeira coleção de fotos numeradas (figuras 18, 19 e 20), indicando a que objeto ela se refere, num total de 97 negativos feitos com chapas 9x12 e mais 15 chapas 6,5x11.

Figura 18: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a primeira viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 2/10/1937. p. 1. (Arquivo IEB-USP).

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Figura 19: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a primeira viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 2/10/1937. p. 2. (Arquivo IEB-USP).

Figura 20: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a primeira viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 2/10/1937. p. 3.

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E junto, encontra-se um segundo documen-to, um recibo fornecido por Germano Graeser em 04 de outubro de 1937 (figura 21), que refere-se aos mesmos negativos e as cópias que deles foram produzidas: 82 ampliações no tamanho 13x18 (cm), 44 ampliações no

tama-nho 24x30 (cm) e 15 cópias 6,5x11, dos negati-vos de mesmo tamanho (ou seja, estas imagens não foram ampliadas permanecendo a sua cópia em positivo no mesmo tamanho do negativo, é o que se chama de contato, como exemplos ver as figuras 17 e 35). Pelos dados da relação, ele percorreu 05 cidades nas quais fotografou 14 bens, sendo 8 deles só na cidade de Itu. Os registros produzidos foram das edificações que seguem:

• Capela de Nossa Senhora da Conceição (Voturuna) (figura 23) e Matriz em Santana de Parnaíba; • Igreja de São Miguel Paulista em São Paulo; • Igreja Matriz em Porto Feliz;

• Igreja Santo Antônio e Igreja Santa Clara em Sorocaba; • Igreja de Santa Rita, Igreja N. S. do Carmo, S. Bom Jesus

(figura 24), Igreja São Benedito, N. S. Patrocínio, Casa do Sr. Geribello, Grupo Escolar Cesário Motta, Igreja Matriz N. S. da Candelária (figura 22), em Itu.

Figura 21: Recibo emitido pela firma Graeser & Cia com a relação de chapas, ampli-ações e cópias fotográficas entregues no primeiro trabalho feito ao SPHAN/SP. São Carlos, 04/10/1937. (Arquivo IEB-USP).

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Os trabalhos de fotografação iniciados no domingo vão intensos. Dentro dum mês, o mais tardar, você receberá documentação numero-sa. Fizemos a miséria seiscentista de Voturuna [figura 22] de que sobra apenas a sacristia, parte do altar primitivo e umas… cariátides, que imagino serem alampadários (sic). Tiramos o plano também. Depois fizemos Parnaíba, onde a igreja é importantíssima como construção, mas feia como o diabo. Não deu pra fazer o plano, o engenheiro voltará lá. Não fotei a igreja, mas já me arrependi. Feia ou bonita, acho que se devera fotar qualquer fachada de igreja que se pretende por qualquer motivo tombar. No princípio, apesar dos raciocínios anteri-ores, hesitações são fatais. O fotógrafo terá de voltar lá. Fotei a horren-da porta por causa do estilo, um púlpito e um frontão interno churri-guerescos, feios como três dias de chuva. Depois fomos a S. Miguel, mas o dia chuvoso impediu fotar por fora. 1622. Só fotei do interior (inteiramente refeito) um detalhe antigo da grade de comunhão. O plano é curiosíssimo. Segunda e hoje meus auxiliares estão em zona mais agradável, Itu, que tem coisas bonitas e importantes, Porto-Feliz bem besta. Ficarão ainda por lá vários dias. (1981: 77)

Dessas edificações, foram produzidos fotografias de 13 altares, 6 fotos de detalhes, 10 fotos de fachadas (exteriores), 3 de interiores, 17 de imagens (esculturas), 2 fotos de mobiliário e objetos, 23 de quadros (pinturas), 1 foto de púlpito e 22 fotos de tetos das igrejas. E com os negativos menores, portanto registros de menor prioridade, foram feitas fotos de 5 altares, 3 detalhes, 2 imagens, 4 figuras no teto e de 1 púlpito.

O trajeto percorrido e a quantidade de fotografias, distribuídas de forma desigual entre os temas e as cidades, reflete diretamente as pesquisas e os critérios de Mário de Andrade que, em carta de 14-9-37 ao amigo Rodrigo Mello Franco de Andrade, fala do andamento dos trabalhos e revela as escolhas e os percalços no caminho:

Figura 22: Germano Graeser. Foto da fachada da Matriz Itu, 1937. (Arquivo IEB-USP)

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A resposta a primeira entrega veio na carta de 07-10-37. Luiz Saia escreve para Germano Graeser dizendo que após a análise das imagens, Mário de Andrade tinha aprovado o serviço, que este iria continuar, que o trabalho no geral causou ótima impressão, que ele já havia aprendido bastante nesta primeira etapa e iria aprender mais nos próximos trabalhos. É combinada, então, uma empreita com início para o dia 12 de outubro de 37, mais extensa, pois pretendia incluir também a arquitetura popular. Programam-se para esse dia 12 irem a M’Boy (Embu) e Carapicuíba ou São Miguel possivelmente. (Arquivo IEB-USP). E a respeito dessas primeiras fotografias, Mário de Andrade escreve, para Rodrigo Mello Franco de Andrade: (...) “Já estou com uma coleção vasta de fotos comigo. Algumas ótimas, outras regu-lares. As ruins recusei.” (1981: 78). Dessa primeira empreita-da saíram as 80 fotografias incorporaempreita-das ao primeiro relatório da sexta região do SPHAN (figura 24), escrito pelo então assistente técnico em exercício.

Figura 23: Germano Graeser. Foto Capela de Voturuna, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Figura 24: Uma das 80 fotografias feitas por Germano Graeser que foram incorporadas ao primeiro relatório do SPHAN/SP. Imagem do altar-mor da Igreja S. Bom Jesus em Itu, 1937. (Arquivo IEB-USP)

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As fotografias da segunda viagem foram entregues em 07 de novem-bro de 1937. A relação de fotos e cópias fornecidas, que integram o arquivo do IEB-USP, mostra que na entrega haviam 181 negativos e suas respectivas cópias fotográficas, mais 33 chapas 6,5x11 (figuras 25- 29).

Figura 25: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 1. (Arquivo IEB-USP)

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Figura 26: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 2. (Arquivo IEB-USP)

Figura 27: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 3. (Arquivo IEB-USP)

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Figura 28: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graes-er & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 4. (Arquivo IEB-USP)

Figura 29: Relação de fotografias tiradas e cópias fornecidas referente a segunda viagem de trabalho ao SPHAN, em papel timbrado da firma Graeser & Cia - Artigos fotográficos. São Carlos – SP, 7/11/1937. p. 5. (Arquivo IEB-USP)

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Desses lugares, foram produzidos fotografias de 36 altares (entre altares-mores e altares laterais), 31 de imagens (esculturas), 28 fotos de detalhes, 25 fotos de vistas gerais (de interiores e exteriores), 16 fotos de tetos de igrejas, 11 fotos de fachadas (exteriores), 09 de pinturas (quadros), 09 fotos de púlpitos, 08 fotos de mobiliário e objetos e 03 fotos de coros. Já com os negativos menores (6,5x11), portanto registros de menor prioridade, foram feitas fotos de 20 vistas gerais (internas e externas), 14 detalhes, 01 de altar, 01 de imagem, 01 de mobiliário e 01 de objeto.

Pelos dados do documento, foram percorridas 09 cidades, nas quais foram fotografados 21 bens, um número maior em relação a primeira empreitada. Os registros produzidos foram das edificações que seguem:

• Matriz de Atibaia; • Igreja Perdões;

• Igreja M’Boy em Embu; • Capela Carapicuíba;

• Igreja São Benedito em Itu;

• Igreja de São Miguel Paulista, Igreja do Carmo (figura

30), Igreja Nossa Senhora Remédios, Igreja São Gonça lo em São Paulo;

• Igreja Ordem 3ª do Carmo, Igreja Nossa Senhora

do Carmo, ruínas (Ilha de Barnabé), ruínas Igreja Ilha de Santo Amaro, casa caipira, Forte de Ipane- ma, Capela Nossa Senhora Navegantes, Fortaleza Barra Grande em Santos;

• Forte São Felipe (ruínas) em Bertioga;

• Igreja Padre Anchieta, Ruínas Convento Padre

Anchieta, Matriz em Itanhaém (figuras31e 32).

Figura 30: Germano Graeser. Igreja do Carmo em São Paulo, foto da fachada, 1937. (Arquivo IEB-USP)

Referências

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