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Relatório anual do exercício de 1968

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(1)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

RELATÓRIO ANUAL

DO

EXERCfclO DE 1968

RIO DE JANEIRO -1969

\ '

(2)
(3)

F U N D A ç Ã O G E T Ú L I O V A R G A S

PRESIDENTE

LU I Z SIMÕES LOPES

DIRETOR EXECUTIVO

ALIM PEDRO

c o N S E L H O

P R E S D E N T E

V I C E - P R E S I D E N T E

M E M B R O S

c o N S E L

P R E S I D E N T E

V I CE - PRES I DENTE M E M B R O S

H O

o

,

R E T O R

LUIZ SIMÕES LOPES

EUG~NIO GUDIN

ALBERTO SA SOUZA DE BR I TO PERE I RA

CARLOS MEDEIROS SILVA

-JOAO CARLOS VITAL

A

JORGE OSCAR DE MELLO FLORES

, ,

JOSE JOAQUIM DE SA FREIRE ALVIM RUBENS D'ALMADA HORTA PÔR TO

C U R A O O R

EMBAIXADOR MAURíCIO NABUCO ALBERTO PIRES AMARANTE

ALZIRA VARGAS DO AMARAL PEIXOTO

A

ANTONIO GARCIA DE MIRANDA NETO

A

ANTONIO RIBEIRO FRANÇA FILHO

A

APOLONIO JORGE DE FARIA SALLES ARY FREDERICO TORRES

,

ASTERIO DARDEAU VIEIRA CARLOS ALBERTO DE CARVALHO PINTO CELSO TIMPONI

CEZAR REIS DE CANTANHEDE E ALMEIDA FRANCISCO MONTOJOS

HE ITOR CAMPELLO DUARTE HENRIQUE DOMINGOS RIBEIRO BARBOSA JOAQUIM BERTINO DE MORAES CARVALHO

,

JOSE NAZARETH TEIXEIRA DIAS JURANDIR LODI

,

MARIO PAULO DE BRITO

MOACYR VELLOSO CARDOSO DE OLIVEIRA

(4)

S U M Á R I O

PRIMEIRA PARTE

INTRODUÇÃO

- A FASE HISTÓRICA EM QUE SURGIU A FGV

2 - IDEÃRIO DA FGV __ --- _____________ _ 3 - VISÃO GLOBAL RETROSPECTIVA _____________________________________ _

3. I - ESTUDOS E PESQU I SAS _______________________________________ _

3.2-FORMAÇÃO, ESPECIALIZAÇÃO E APERFEiÇOAMENTO DE PESSOAL _____ _

3 . 3 - DOCUME~TAÇÃO ; - - - ________________________________________ _

3 . 4 - ASS I STENC I A TECN I CA _______________________________________ _

3.5 - ESTUDOS E DEBATES DOS PROBLEMAS ADM I N I STRAT I VOS ___________ _

3.6 - PESQU I SAS NO CAMPO DAS C I ÊNC I AS SOC I A I S ___________________ _

4 -

OS RELATÓRIOS ANUAIS SETORIAIS DA FGV __________________________ _

5 - AS ATIVIDADES DA FGV EM 1968 ___________________________________ _

6 - ENSINO E PESQUISA ______________________________________________ _

6. I - REORGAN I ZAÇÃO DA EBAP _____________________________________ _

6.2 - GREVE NA EAESP ____________________________________________ _

6.3 - CONVÊN 10 COM O GOVÊRNO DO ESTADO E A PREFE I TURA DE SÃO PAULO __

6 . 4 - CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS NO ENSINO DE DIREITO (CEPED) _

6.5 - BÔLSAS DE ESTUDO CASTELLO BRANCO ___________________________ _

6.6 - PESQUISA __________________________________________________ _

7 -

PESSOAL ---7. I - ASS I STÊNC I A AOS SERV I DORES ________________________________ _

7.2-cOMISSAO DE CLASSIFICAÇÃO, LOTAÇÃO E REViSÃO DE PESSOAL ___ _

7.3 - SELEÇÃO DE PESSOAL E REG IME DE INGRESSO ___________________ _

7 . 4 - AUMENTO DE VENCIMENTOS ____________________________________ _

7.5 - PAGAMENTO DE DIÁRIAS ______________________________________ _

7.6 - COMPET I ÇÃo INTERNA DE SALÁR lOS ____________________________ _

7 . 7 - TREINAMENTO INTERNO _______________________________________ _

7 8

• - CONTROLE ORÇAMENTAR I O DA A , CR I AÇAO ~ DE CARGOS ________________ _

8 -

ÓRGÃOS NOVOS ___________________________________________________ _ 8. I - CETRHU ____________________________________________________ _

8.2 -

C I COM ___________________________________________ . __________ _

8.3 -

ISEC ---~---- ______________________________________ _

9 - AUTOCRíTICA --- _________________________________________________ _

10 - VISITANTES ---I ---I _ CONS---IDERAÇÕES F---INA---IS ___________________________________________ _

VI

V I I XI

X I I

XIV XV I I I

XX XXI XX I I I

XXV XXV I I

XXX

XXXI XXX I I XXX I I I XXXV XXXV XXXIX XXXIX XLI XLI XL I I

XL I I I XL I I I XLIV XLIV XLV XLV XLV I I I

XLIX

(5)

SEGUNDA PARTE

RELATÓRIOS DAS UNIDADES

COM I SSÃO DE CONSTRUÇÃO DO ED I F í C 10 - SEDE ________________________ _

DELEGACIA REGIONAL DE BRASíliA __________________________________ _

CENTRO DE ESTUDOS E TREINAMENTO EM RECURSOS HUMANOS _____________ _

DEPARTAMENTO DE ENSINO __________________________________________ _

, ,

ESCOLA TECNICA DE COMERCIO ___________________________________ _

COLEGIO NOVA FRIBURGO ________________________________________ _

INSTITUTO BRASilEIRO DE ADMINISTRAÇÃO

,

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMIN ISTRAÇAO PUBLICA

_ A _

ESCOLA DE ADMINISTRAÇAO DE EMPRESAS DE SAO PAULO _____________ _

-

,

ESCOLA INTERAMERICANA DE ADMINISTRAÇAO PUBLICA _______________ _

3

7

9

17

20

26

37

43 65

79 CENTRO INTERAMERICANO EM CAPACITAÇÃO E COMERCIALIZAÇAO ________

87

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS CONTÁBEIS _______________________ 91

INSTITUTO BRASilEIRO DE ECONOMIA

95

INSTITUTO DE DIREITO PÚBLICO E CIÊNCIA POLíTICA __________________ 109

INSTITUTO DE DOCUMENTAÇÃO ________________________________________ 113

INSTITUTO DE SELEÇÃO E ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ___________________ 127

DIRETORIA ADMINISTRATIVA _________________________________________ 141

DIRETORIA FINANCEIRA _____________________________________________ 155

TERCEIRA PARTE

PRESTAÇÃO DE CONTAS

RELATÓRIO DO CHEFE DO SERViÇO DE CONTABILIDADE ---

9

BALANÇOS _________________________________________________________ 23

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA ____________________________________________ 31

ANÁLISES CONTÁBEIS ---_________________________________________ 73

(6)

Primeira Parte

(7)

FUNDAÇÃO

ALTA ADMINISTRAÇÃO

GETÚLIO

D~nEtlTIU

VARGAS

DEImACU RIXlIONAL DlBRAStw

A T I V IDA O E S E S P E C 1 F I C A S <4 ... 1 - - - ,

CDTRO DI ESTUDOS 1 TRJ:DlAMlN'I'O DI

RICURSOS lI1J1WIOS

cota:ro ESCOU

TtcNrcA DE

coMtRcro

INSTrrUTO

BfI.lSIlEIRO DE

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I

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C!P1ClT.lçto I I Dl: ADMIJHSTRAçIo

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lSTATISTIO! ECDNOIlFI'NIA IJfS'l'ITUTO DOCUIOJI'I'lç10 SERVIÇO BIBUOHCJ.

INSTITUTO DI stW;lO t OfIIDT1Ç1O

PROnSSIOIIlL

orvrslo DIVISlo

PUBLICAÇOt:S ORIEH'I'lÇl0

SERVIço

GWrco

SERVIÇO DI PESQUISl

cOlIsslo

,.,..,.

DI:

~UIS&S

PSlCOLOOICJ.S

A T I V I D A O E S A U X I L I A R E 5 <4 ... f - - - . - - - ; - - - ,

COIfYUçto:

Subordinação e Coutrele

_ _ _ _ Coordenação

OIRETORIA AQMINISTRATIVA

Serviço d, P ... oal

Serriço de Katerlal Serviqo d, eo-m.caqôe.

Serviço de 1e).&doria

R •• tawoante

.ldIdllietraçao do r.d1!1clo -S~.

Serrlço d, Contabilldlld.

S.rri90de~to

Serrlço de Patri.&nio

(8)

1 - A fase histórica em ~ue surgiu a FGV

A história da Fundaçio Getúlio Vargas

foi escrita e repetida, com maior ou menor opulência de detalhes, em diversos documentos - mormentenosrel~

tórios anuais. Nada menos de duas publicaçoes comemorativas, intituladas Fun~

çio Getúlio Vargas - Uma Instituiçio a Serviço do País

(1959)

e 20 Anos de Ati-vidades

(1964),

lhe sio inteiramento dedicadas o Sabemos ~ue até para uma tese

de doutoramento, embora inédita, já serviu a história da entidade. Os possíveis interessados dispoem, assim, de copioso material para verificar, balisar e acom

panhar seu crescimento, - desde a fase concepcional, até aos dias atuais.

Abandonando, propositadamente, os padroes antes seguidos para acresce~

tar, cada ano, uma etapa

à

evoluçio da entidade, vamos focalizar, inicialmente,

- à

guisa de preâmbulo ao Relatório de

1968, -

o tumultuoso e trágico momento da História Contemporânea, em ~ue a Fundaçio Getúlio Vargas evoluiu do estágio

em-brionário de idéia em germinaç~o para o estágio pragmático de instituiç~oemfu~ cionamento.

Recuemos no tempo. Si tuemo-nos em

1945,

considerado pelos iniciados um dos anos de "maior intensidade histórica" até hoje sofridos pela humanidade.

Con~uanto haja sido criada em dezembro de

1944,

é óbvio ~ue a Fundaçao

Getúlio Vargas somente poderia começar a funcionar em

1945 -

ano sem paralelo,

pela turbulência, na História Contemporâneao Durante êle, pelo menos ~uinze

acontecimentos espetaculares - culminando com o fim da 11 Guerra Mundial- abala

ram ou comoveram o mundo.

A lista cronológica de tais acontecimentos, que a~ui relembramos,refl~

te a vertiginosidade com ~ue a história acelerou sua marcha no período de apenas dez meses, mudando, por assim dizer, o próprio curso o

No dia 17 de janeiro, depois de

6

anos de cativeiro, Varsóvia é libe rada do jugo nazista.

(9)

11

- De 4 a 11 de fevereiro, os ent~o chamados Os Três Grandes, -

Roose-velt, Churchill e Stalin - reúnem-se em Yalta e decidem, entre outras coisas,

convocar uma conferência das Naçoes Unidas.

No dia 12 de abril, o Presidente Roosevelt expira repentinamente.

- No dia 25 do mesmo mês, instala-se em S~o Francisco a Conferência das

Naçoes Unidas.

- Três dias depois, no dia 28 de abril, Benito Mussolini é executado em

Milao.

No dia seguinte, 29 de abril, na Chancelaria de Berlim, em seu

últi-mo reduto, Adolfo Hitler comete suicídio.

Nesse mesmo dia, a Itália rende-se incondicionalmente aos Aliadosc

No dia

7

de maio, o "Reich dos 1000 anos", que quatro anos antes qu§:.

se chegara a dominar o mundo, também se rende, vencido e devastado.

No dia 20 de junho, encerra-se a Conferência de Sao Francisco, da

qual surge a Organizaçao das Naçoes Unidas.

Um mês depois, no dia 26 de julho, o grande estadista Winston

Chur-chill, Primeiro Ministro, derrotado nas eleiçoes gerais, entrega o govêrnodaIn

glaterra ao Partido Trabalhista.

- No dia 6 de agôsto, um avia0 da Fôrça Aérea Americana lança sôbre Hi

roshima a primeira bomba atômica, engenho ent~o formidável, equivalentea20rOOO

toneladas de dinamite, que arrasa a cidade, fazendo 160.000 vítimas, entre

mor-tos e feridos.

- Três dias depois, a 9 de agôsto, a segunda bomba atômica é lançada sô

bre Nagasaki.

- Apenas cinco dias mais tarde, a 14 de agôsto, o Japao também se rende

incondicionalmente.

- No dia 2 de setembro, o Japao, o último beligerante do Eixo Roma-Tó

qui o - Berlim, assina o armistício a bordo do couraçado "Missouri"; termina

nes-sa data, oficialmente, a 11 Guerra Mundial.

(10)

111

Francisco pela maioria dos países que a subscreveram, a Organü;ação das Nações Unidas surge no cenário internacional.

Assim, no curto perí odo de dez meses, des aparece Roosevel t; Mussolind. é executado; suicida-se Hitler; Churchill perde o poder político no apogeu de sua carreira; explode a primeira bomba. atômioa; explode a segunda; a Itália, a Alem~

nha e o Japão rendem-se incondicionalmente; os países vitoriosos, entre êlés o Brasil, criam a Organização das Nações Unidas. (1)

Foi, pois, dura.nte o período m'3.is turbulento da história do mundo, - pe lo menos no século XX, - que a Fundação Getúlio Vargas passou do estado de id€ia ao estado de entidade operante.

Apesar dêsse caldo de cultura, ora dramático, ora trágico, pela suces~ sividade de acontecimentos decisivos e abaladores, a missão que se propunhaan~

va instituição era a mais pacífica e a mais idealista possível: iniciar no

Bra-sil, como núcleo pi oneiro, atividades de pesquisa e ensino orientadas para a for

mação das equipes de administradores, de economistas e de outros cientistas so-ciais, de que o Brasil necessitava - como ainda hoje neoessita, embora talvez em

escala menor, - para desencadear e manter sua exaustante batalha (quanto tempo durará ela?) contra o analfabetismo, o subdesenvolvimento econômico e o atraso

tecnológico.

Além das esperanças e dos sonhos dos que a imaginaram e criaram, a Fun dação Getúlio Vargas contava oom recursos iniciais reconhecidamente parcos. Sua

receita acumulada dos anos de 1944 e 1945, no último dos quais recebera substa~

cial doação de vários governos e instituições, especialmente do GovêrnoFederal, elevou-se

à

importância de 107.933.000 cruzeiros velhos, recursos que utilizou para aquisição de uma sede modestíssima, de móveis e equipamento e para

contra-tação dos primeiros servidores. Sua receita em 1946 montou apenas a 18.795.000 cruzeiros velhos. Em 1949, já no quinto ano de existência, quando tomou as ini

ciativas preparatórias para criar o primeiro estabelecimento pioneiro de ensino superior, a Escola Brasileira de Administração Pública, a Fundação Getúlio Var-gas contava apenas com a receita anual de 25.2920000 cruzeiros velhos. Ainda em 1954, quando criou, copiando a experiência da EBAP, seu segundo estabelecimento de ensino superior, também pioneiro, a Escola de ~dministração de Emprêsas de

são PaUlo, a receita geral da Fundação não passava de 66.4580000 cruzeiros

ve-lhos.

(11)

IV

seja o ângulo por que os visualizemos - somente se tornariam significativos se apreciados

à

luz da desvalorização progressiva da unidade monetária brasileira.

É curial que a simples comparação das receitas escriturais da Fundação

não teria sentido algum, a menos que em uma coluna paralela se mostrasse o poder aquisitivo real, deflacionado, ano a ano, de cada montante, tomando-seporbase,

por exemplo, o ano de

1953,

ou outro qualquer.

Criada em

20

de de~embro de

1944,

a Fundação recebeu, naquele ano e em

1945,

a título de doações feitas e pagas pelos respectivos fundadores - pessoas

jurídicas, públicas e privadas e pessoas físioas, - a importância de

107.933.000

cruzeiros velhos, com a qual constituiu o núcleo de seu patrimônio. Somente em

1946

é

que passou a ter receita regular. Tomando-se por base o ano de

1946,

a

evolução da receita nominal e da receita real da instituição consta do quadro que se segue.

AN OS

1946

1947

1948

1949

1950

1951

1952

1953

1954

1955

1956

1957

1958

1959

1960

1961

1962

1963

1964

1965

1966

1967

1968

RECEITA ARRECADADA

VALORES NOMINAIS, REAIS E íNDICES

1946 - 1968

ANO-BASE

1946

100

Receita Arrecadada (NC~

1.000)

Valor Nominal a preços

de

1946

18.795

18.795

19·910

17.855

24·435

20.675

. 25.292

20.111

27.458

19·735

27.120

16.540

42.019

23.118

45.356

21.614

66.458

24.698

99.078

31. 764

89.785

24.246

107.765

25.561

125.038

26.125

204.249

30.636

298.695

34·959

402.269

34.395

571.462

32.139

1.241. 859

40.221

2.318.861

39.282

7. 819.660

86.645

9·926.025

77.274

12.218.217

74.052

17·944.264

87.773

(12)

v

Não resta dúvida, porém, de que apesar da assistência moral e financei

ra que sempre recebeu de todos os governos e de muitas emprêsas particulares, a

Fundação iniciou corajosamente seus passos de entidade cultural pioneira com um

lastro ínfimo de recursos.

Quase diríamos que a decisão de principiar nossas atividades

técnico-educativas de caráter pioneiro, sem visar a lucros, com recursos tão apoucados,

trazia um toque de quixotismo. Nenhum de nós podia, então, acalentar a certeza

do bom êxito. As probabilidades de fracasso eram pelo menos iguais

às

de um po!!,

sível e laborioso triunfo. E as vicissitudes e crises por que a Fundação

pas-sou, não poucas vêzes, atestam o risco a que estavam expostos seus

idealizado-res e dirigentes.

Mas, graças, antes de tudo,

à

ajuda do Govêrno Federal, conseguiu ela

vencer os óbices encontrados. Guiada quase exclusivamente pelo critério do

trial and error, a pouco e pouco, foi resolvendo os problemas técnicos, admini.§!..

trativos e culturais que tinha pela frente. Afinal, ao cabo de longa persistên

tência, se transformou na~uilo que hoje

é.

E chega ao ano de

1969,

quando

com-pleta um quarto de século de existência, escudada por uma fôlha de serviços pelo

menos apresentável. Em verdade, qualquer que seja o valor real de seus

servi-ços, bem sabemos que está abaixo do reconhecimento conquistado no país.

Prova isso que o :Brasil estava maduro para receber, apoiar e fazer pro!!,

perar instituições culturais não partidárias e não movidas pela atração do

lu-cro, mas primordialmente devotadas ao af~ de contribuir para a elevação de seu

patrimônio cultural.

Houvesse, porém, o Govêrno do :Brasil lhe retirado o apoio, é certo que

a Fundação não teria reunido condições para sobreviver, crescer insti

tucional-mente, tornar-se notada internacionaltucional-mente, a ponto de celebrar convênios com as

Nações Unidas, com a Organização dos Estados Americanos, com a UNESCO, com a

USAID, com a Fundação Rockefeller, com a Fundação Ford e com numerosas universi

dades e centros de cultura dos países mais desenvolvidos.

A Fundação Getúlio Vargas é eminentemente uma c onqui st a brasileira - cu

jo êxito se deve mais ao apoio e animação das entidades governamentais e de mui

tas emprêsas particulares, db que

à

diligência e ao labor de seus dirigentes e

servidores. Nós, que a servimos, tivemos a boa fortuna de captar êsse apoio e

(13)

VI

2 - Ideário da FGV

Ao encerrar a cerimônia de inauguração do nôvo Edifício-Sede, em 20 de

dezembro de 1968, o Presidente da instituição proclamou a "declaração de princí pios", a que se poderia chamar Ideário da Fundação Getúlio Vargas. A declaração

foi verbalizada em têrmos singelos:

" ••• quero aproveitar esta oportunidade para incluir aqui aminhamens!: gem, dirigida a quantos se interessem pela Fundação Getúlio Vargas e

por ela velam, mas, prinCipalmente, aos que a servem, direta ou indir~

tamente, e devem levar, pelo tempo afora, a bandeira que hoje está em

nos s as maos.

"Embora dez sejam os pontos que a expressam, nao ousaria chamar es ta mensagem de Decálogo... Eu diria, pois, simplesmente: em minha

modesta opinião, a Fundação Getúlio Vargas, como servidora do Brasil, deve reger-se pelos princípios seguintes:

1. Servir

à

Pátria, cada vez mais e melhor, e assim contribuir para

tornar o Brasil fator influente na construção de um mundo seguro e tranqüilo para tôda a Humanidade.

2. Manter completa independência em relação aos partidos políticos,

aos grupos econômicos e a quaisquer outros interêsses setoriais.

3.

Não permitir que preconceitos de qualquer índole prejudiquem a har

monia e o esfôrço conjunto de seus participantes.

4.

Manter-se alerta para o progresso da Ciência e da Tecnologia, a fim

de ajustar seus métodos e sua mentalidade às novas conquistas e às condições cambiantes do mundo, preservando, destarte, sua caracte-rística principal de instituição pioneira.

5.

Qua:r;do solicitada, dentro de suas possibilidades, prestar assistên

cia e serviços técnicos aos Governos Federal, Estaduais e Munici-pais e a entidades privadas.

6. Liberalizar, como resultado de seus estudos e pesquisas, dados bási

cos e informações corretas, mas evitar, tanto quanto possível, a sugestão de diretrizes que se possam considerar intervenção indébi

ta pelas autoridades públicas ou por outros setores da opinião.

7.

Manter estreitas relações com outras instituições culturais, nacio nais e estrangeiras, erigindo-se em grande forum de debates, com ê~

(14)

VII

8. Considerar a oompetição oomo inoentivo neoessário ao seu aperfeiço~

mento e atrair ampla oolaboração téonioo-oientífioa, nacional e es trangeira, na convioção de que não deve haver fronteiras para o li vre intercâmbio oultural.

9.

Alhear-se, por princípio, de tôdas as questões não compreendidas em suas finalidades estatutárias.

10. Evitar, intransigentemente, qualquer participação, mesmo remota, em

inioi ativas hostis a instituições ou pessoas."

Seja-nos permitido destacar a diretriz que figura sob o nQ

9:

"ALHEAR-SE, POR PRINCrPIO, DE TCDAS AS QUESTOES NÃO COMPREENDIDAS

EM SUAS FINALIDADES ESTATUTAAIAS."

As publicações periódioas e os documentos instituoionais da Fundação

trazem, sistemàtioamente, a nômina de seus órgãos e autoridades dirigentes,

en-oimada pela autodescrição seguinte:

"ENTIDADE DE CARÁTER TJ!:CNICO-EDUCATIVO, INSTlTU:LDA EM 20 DE

DEZElM-BRO DE

1944,

COMO PESSOA JURrDICA DE DIREITO PRIVADO, VISANDO AOS

PRO-BLEMAS DA ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO, ESPECIALMENTE EM SEUS ASPID

TOS ADMINISTRATIVO E SOCIAL, E À CONFOm~IDADE DE SEUS MJ!:TODOS ÀS CONDI

(15)

VIII

j - visão global retrospectiva

Uma visão retrospectiva de suas atividades, abrangente dêste quase

quarto de século decorrido a partir de sua criação, permitirá ajuizar até

que ponto a consecução das finalidades estatutárias tem sido a estrêla guiadora

da Fundação Getúlio Vargas.

Não pairam dúvidas de que a Fundação se tem alheado de tudo que nao

consta, implíci tamente, dos Estatutos. Mas_, isso poderá ser argtlido de

consti-tuir apenas uma prática negativa. O reverso da medalha - o esfôrço incessante

de vi ver e atuar de estrito acôrdo com os Estatutos - êste, sim, representa o la

do trabalhoso e positivo, responsável pelo prestígio de instituição cultural,

que a Fundação granjeou e vela zelosamente por manter.

Há de merecer mençao, de certo, a firmeza maior ou menor com que, desde

a sua criação, há quase cinco lustros, a Fundação tem diligenciado atingir suas

opções estatutári as.

Examinada através das pesquisas que realiza, das relações culturais que

cultiva, do ensino que ministra e dos livros e periódicos que publica, parece

que a Fundação efetivamente se tem ocupado com os problemas do trabalho e da ad

ministração científica.

Com efeito, esta entidade surgiu para concretizar o objetivo dominante

de analisar, elucidar e resolver, se possível, as questões referentes ao

traba-lho, especialmente as que se entrelaçam com os aspectos administrativo, econômi

co, humano, psicológico e social. Em última análise, é uma instituição

dedica-da à finalidade de tornar o processo administrativo mais eficiente, o trabalho

mais agradável e mais produtivo e o trabalhador mais apto e mais ajustado, nos

domínios públicos, quanto no campo de ação das emprêsas privadas.

Concentrando a experiência de seus dirigentes e a capacidade profissi~

nal de seus técnicos e especialistas no aumento da eficiência da administração

pública e particular, a Fundação Getúlio Vargas engajou-se a fundo, ipso facto,

no esfôrço geral pelo desenvolvimento.

Em verdade, além de haver enfrentado os riscos do pioneirismo na luta

contra o subdesenvolvimento, a Fundação sempre estêve presente e pelejando, des

de as titubeações iniciais, nas frentes avançadas.

(16)

pragmática-IX

- contribuir para mobilizar as ciências sociais em benefício do progresso do Bra silo

Na luta contra o subdesenvolvimento, em que tantos países do mundo se acham empenhados, as armas mais eficientes são os investimentos seletivos e

ma-ciços, a utilização tempestiva das conquistas tecnoló:gicas, a rapidez da inform!:,

ção segura, a formação e especialização dos novos profissionais exigidos pelas mudanças e, acima de tudo, a elevação do nível geral de educação.

o

econometrista runericano Edvrard Deninson conquistou renome, nos

últi-mos anos, com a publicação de um relatório e de um artigo (2), em que demons-trou: De todos os propulsores do desenvolvimento econômico, isto

é,

do aumento

real do PIB, o mais influente

é,

em última análise, a educação. A produtividade do trabalho, em todos os ramos econômicos, cresce na razão direta da expansão da

educação. ~se crescimento é mensurável e encabeça a lista dos demais fatôres concorrentes.

Entidade que sempre dependeu de subvenções e doações para sobreviver,

é natural que a Fundação Getúlio Vargas não poderia utilizar, em benefício do de senvolvimento econômico e do progresso social do País, outra arma senão a da edu

cação especializada. Organizações e emprêsas nacionais e estrangeiras com capa cidade para fazer altos financiamentos seletivos, ou para importar os recursos e os instrumentos tecnológicos mais modernos, estarão em condições de intervir

mais ativ:àmente na luta pelo desenvolvimento.

À Fundação resta apenas - tão somente o recurso lento da difusão or ganizada de conhecimentos considerados eficazes contra o subdesenvolvimento eco nômico, como os de Administração, de Economia, de Psioologia Aplicada etc. Por

isso, outra não tem sido sua política.

Eis porque, jungida a êsse desiderato, as atividades que desenvolve e

os métodos que emprega para desenvolvê-las são, principalmente, a pesquisa e o ensino das Ciências SOCiais, com ênfase na Administração, na Economia e na Psic~

logia, campos em que enfrentou, no Brasil, os obstáculos e percalços do

pionei-rismo.

Para atingir operacionalmente êste objetivo final, a Fundação seccio-nou-o em vários objetivos complementares ou convergentes, susceptíveis de trata mento administrativo, mediante a aplicação de conhecimentos, experiênCias e prá

(17)

x

Estatutàriamente, os objetivos complementares (operacionais) da

Funda-çao Getúlio Vargas, todos ligados, já se vê-,

à

Administração,

à

Economia,

à

Psi c Jlogia, à Educação etc., sao os seguintes (art. 2Q dos Estatutos):

"I - promover estudos e pesquisas, nos domínios das atividades

públi-c as ou privadas;

11 - prover

à

formação,

à

especialização e ao aperfeiçoamento de pes-soal para empreendimentos públicos e privados;

111 - constituir-se em centro de documentação para sistematizar e divul

gar conhecimentos técnicos;

IV - incumbir-se do planejamento e da organização de serviços ou empr~

endimentos, tomar o encargo de executá-los, ou prestar-lhes a as-sistência técnica necessária;

V - concorrer para melhor compreensão dos problemas de administração,

propiciando o seu estudo e debate.

VI - promover pesquisas das Ciências Sociais, especialmente na Economia

e na Psicologia Aplicada."

E consoante dispunha o parágrafo único do artigo 2Q que, embora jáde~

rogado, estêve em plena vigência durante 21 anos, de 1945 a 1966, cabia

à

Funda ção manter, "onde convier e de acôrdo com seus planos de atividade, centros de estudos e pesquisas, de seleção, orientação e ensino, de documentação, de organi

zaçao e outros, próprios, ou em regime de cooperação com entidades nacionais ou estrangeiras" •

Êste parágrafo foi transformado, nos Estatutos atuais da Fundação, modi

ficados pela 20ª Assembléia Geral Ordinária, de 29 de março de 1966, no inciso VI citado.

Poder-se-ia talvez alegar que, semânticamente, o objetivo nesse item

VI nao difere do previsto no i tem I. Se não difere, pelo menos amplia e quali fica o enunciado.

A pesquisa, básica ou aplicada, no campo das Ciências Sociais pode tr~ zer avanços surpreendentes, sobretudo com o aperfeiçoamento da arte de process~

mento de dados.

(18)

XI

forços multiplicados de pesquisa, para corrigir o descompasso entre o progresso

acelerado das Ciências Exatas e Tecnologia, de um lado, e a relativa lentidão das Ciências Sociais, de outro.

De sorte que, ao introduzir nos Estatutos um objetivo mais explícito, que visa a intensificar a pesquisa das Ciências Sociais, especialmente na Econo

mia e na Psicologia Aplicada, a Assembléia agiu acertadamente e em correspon-dência com a predestinação progressista da Fundaçãoo

Num país que dispõe de vasto território, de população já superior a 90 milhões e de recursos naturais múltiplos, espalhados por sua imensidão, inclusi ve os ainda desconhecidos, ou inexplorados, por falta de iniciativa, ou de inves

timentos, ou de know how, - ou de uma combinação dêstes fatôres - a preocupa ção incoercível da Fundação Getúlio ~argas, em tornar a administração mais efi-ciente, testemunha e destaca sua presença nas frentes em que o Brasil e o Subde

senvolvimento travam a batalha mais a.spera.

A Fundação Getúlio Vargas completa, êste ano, um quarto de século,

ca-racterizado por fases difíceis e tantas vicissitudes, inclusive a permanente i~

suficiência dos recursos, a escassez de especialistas, a modéstia das

instala-ções, - só recentemente remediada, ainda assim em parte. Não será demais, pois, examinar, nesta introdução, seus objetivos complementares (operacionais) e a m~

neira por que os tem procurado atingir.

Exatamente porque a entidade celebra êste ano a passagem de seu vigési

mo quinto ano de labutas e canseiras, o presente relatório comporta pelo menos um rápido sumário retrospectivo de suas atividades, revistas

à

luz dos

Estatu-tos, isto é, dos oompromissos assumidos.

3.1 - Estudos e Pesquisas

~ público e notório, no Brasil e no estrangeiro, que a Fundação Getú-lio Vargas se tem empenhado em numerosas inici ativas e realizações que correspo.!!. dem, senão em qualidade, pelo menos em quantidade, ao seu primeiro objetivo co~

plementar - "promover estudos e pesquisas nos domínios das atividades públicas

e privadas".

Os órgãos responsáveis pelas chamadas atividades-fins da Fundação outra . coisa não fazem senão estudar, pesquisar e ensinar. Os resultados de seus estu

(19)

cliente-XII

las interessadas, sob a forma de monografi as, relatórios e artigos, a maioria

dos quais publioada nos dez periódioos editados pela Fundação: Conjuntura Eoono

~~oa (em português), Conjuntura Eoonômioa (em inglês), Revista de Ciênoia

Pol!-~, Revista de Direito Administrativo, Arquivos Brasileiros de psiootéonioa,

que a partir de 1969 passou a ohamar-se Arquivos Brasileiros de Psioologia

Apli-oada, Revista Brasileira de Eoonomia, Currioulum, Revista de Administração de

Emprêsas, Revista de Administração Públioa e Informativo.

No ano de 1968, os periódioos da Fundação Getúlio Vargas divulgaram, em

suas 50 edições, 461 artigos, 22 traduzidos de idiomas estrangeiros, 121 assin~

dos por autores brasileiros e 312 sem assinatura. O número total de páginas dos

periódioos publioados pela Fundação, nesse ano, monta a 8.410. Das várias

oen-tenas de livros editados pela Fundação Getúlio Vargas, mui tos são produto dos e~

tudos e pesquisas realizados dentro da própria instituição, pelos seus

espeoia-listas.

A Conjuntura Eoonômioa e os estudos levados a efeito, embora nem todos

publioados, pelos diversos oentros integrantes do Instituto Brasileiro de Eoono

mia representam dados, informações, noções e oonheoimentos elaborados e

verifi-cados através da pesquisa aplioada.

3.2 - Formação, espeoialização e aperfeiçoamento de pessoal

Para o fim de perseguir a realização de seu segundo objetivo oompleme~

tar, a Fundação Getúlio Vargas oriou e mantém seis estabeleoimentos de ensino,

quatro de nível superior, a Esoola Brasileira de Administração PÚblioa, a Esoola

de Administração de Emprêsas de são Paulo, a Esoola de Pós-Graduação em Eoonomia

e a Esoola Interamerioana de Administração Públioa, e dois de nível médio, o Co

légio Nova Friburgo e a Esoola Téonica de Coméroio.

Somando os alunos matriculados, até o dia 31 de dezembro de 1968,

nes-tes seis estabeleoimentos de ensino, e nos demais órgãos que ministram oursos,

aos alunos que por êles já passaram, para fins de formação, espeoialização, ou

aperfeiçoamento, o número resultante é 50. 138, digamos, em números redondos,

51.

000.

Quanto aos estudantes que ooncluíram oursos nas esoolas da Fundação G~

túlio Vargas, os dados estatístioos acumulados são os seguintes: Colégio Nova

(20)

XIII

nistração Pública,

5.151;

Escola de Administração de Emprêsas de são Paulo,

2.450;

Escola de Pós-Graduação em Economia,

141;

Escola Interamericana de Ad

ministração Pública,

350.

Dos que concluíram cursos em nossas escolas, destacam-se os titulares

dos cursos ele graduação e de pós-graduação d'3. EBAP e da EAESP e do curso pós --graduado da Escola de Pós-Graduação em Economia.

Além da formação básica, no Brasil, de administradores públicos e de e~

prêsas, de economistas e de psicólogos, a Fundação Getúlio Vargas, em colabora-ção com as Nações Unidas, a Organizacolabora-ção dos Estados l\mericanos, a USAID e a Fun

dação Rockefeller, mandou ao estrangeiro, para fins de aperfeiçoamento, ou con-quista de grau de mestre ou de doutor,

163

brasileiros de ambos os sexos, dos

quais a maioria desempenha hoje funções de magistério nos próprios estabeleci-mentos da Fundação.

Os beneficiários das bôlsas de estudos foram distribuídos pelos países seguintes (em alguns casos o mesmo bolsista percorreu vários países);

Estados Unidos ••••••.•••••••

145

Inglaterra •••••••••••••••.•• 6

Fra.tlça . . . 2

Holanda . . . 1

Suécia

o...

1

Porto Rico . . .

7

Israel

...

1

T

o t a l ••••••••••••

163

Graças a êsses esforços contínuos e renovados, a Fundação Getúlio

Var-gas j á contribuiu para a cultura técnico-científica do Brasil nos campos da Admi nistração, da Economia e da Psicologia, entre outros, com um contingente de

1.000

(em números redondos) profissionais, detentores de graus universitários e

que se encontram em atividade, pesquisando, ensinado, escrevendo livros e en-saios ou ocupados em programas de assistência técnica. :msse número de profissi.2, nais torna-se mais expressivo quando apresentado sob o desdobramento seguinte:

Detentores de títulos de Doutor em Administração

A

de Empres as ••.•••••••••••••••••••••••••• a - • • • • • • • Detentores de títulos de Doutor em Administra.ção

Pública . . . o • • • • • • • • • • • • •

Mestres em Administração de Emprêsas ••••••••••••••

10

(21)

xrv

Mestres em Administração Pública ••••.••...•••..•••

Bacharéis em Administração Pública •••.•...•••..•••

Bacharéis em Administração de Empresas •••.. "- o • • • • • It

Doutores em Economia . . . .

Mestres em Economia ...•••..•.••••••••••••••••

Mestres em Psicologia . . . .

29

458

394

3

39

5

TIoutores em Psicologia e 1';1 . . . e ('I 2

To t a l • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o

Em 1968, uma unidade sui generis - o Centro rnteramericano de Capaci t!!;

çao em Comercialização (CrCOM) foi incorporada ao elenco dos órgãos da Funda

çãoo Trata-se, em última análise, de outra escola de especialização, surgida pa

ra reforçar e diversificar nossas atividades de pesquisa e ensino. O advento

do CrCOM prende-se a uma série de pronunciamentos e recomendações int ernaci

0-nais no sentido de ser institucionalizado o ensino das técnicas e métodos moder

nos de comercis,lização, com ênfase nos aspectos nacional e internacinal e nas

estruturas econômioas, políticas e sociais dos Estados componentes da OEAo

não O-bstanle haver despendido grande parte do ano no planejamento e ex~

cuçao da respectnra organização, inclusive da instalação de sua base física, o

CrCOM deu iníclo, em 1968, a seu programa de treinamento, conforme se noticia em

outra passagem do presente Relatório.

De mod.o que a Fundação aumentou] em 1968, de seis para sete, o número

de suas unidades de ensinoo ~ escusado dizer que o CrCOM, também, representa

iniciativa ])J.oneira. Tornaram-na viável dois convênios: o primeiro, firmado, em

4 de dezembro de 1967, entre o Govêrno do Brasil e a Organização dos Est ados Ame

ricanos; o segundo, firmado, em 8 de maio de 1968, entre o Conselho de

Coopera-ção Técnica da Aliança para o Progresso e a FundaCoopera-ção Getúlio Vargas.

3.3 -

Documentação

Já notamos que a Fundação Getúlio Vargas ab initio, talvez inspirada

por aquilo a que Rui Barbosa chamou "faro adivinhatório", ou seja, a intuição de

longo alcance cio curso que tomar;am a Ciência e a Tecnologia nas três décadas

subseqüentes ao fim da rr Guerra Mundial, em que estamos assistindo a uma acele

ração explosiva ou fulminante do conhecimento, inclui, em terceiro lugar, entre

seus objetivos estatutários o de "constituir-se em centro de documentação para

(22)

Dentre os best-sellers de 1968, no mundo ociclent aI, se classificaram, destacadamente, Le Défi Amér~cain, de Jean-Jacques Servant-Schreiber (3), e The Year 2000, de Herman Kahn e Anthony J. Wiener (4), ambos já traduzidos para o português e publicados no Brasil. Trata-se, nos dois casos, de livros

prospec-tivos, futurologistas, mais empenhados em antecipar o que vai acontecer nos pró ximos 30 anos, do que em descrever o que aconteceu, até agora, no século

xx.

Segundo êsses futurólogos, os três fatôres mê3is atuantes nas transforma

çoes radicais, por que o mundo está passando e passará até o ano de 1980, se enu meram da maneira seguinte:

- primeiro, urbanização em massa, com o conseqüente aparecimento de com

plexos urbanos, verdadeiras megápolis, em que se interpenetram e se confundem várias áreas metropolitanas, que se estendem por centenas

e até por milhares de quilômetros, como, por exemplo, a sucessão inin terrupta de cidades que ligassem o Rio de ~Taneiro a são Paulo, ou Washington a Boston, ou Chicago a Pittsburgh;

- segundo, a automação, em que o processo industrial passará a ocupar,

em vez de formigueiros humanos, apenas alguns "observadores de pai-néis" (ainda aqui é possível dispensar o homem, como trabalhador ou operador, graças à cybernation, palavra cunhada por Donald Michael;

para descrever a situação em que o computador é usado para cibernati zar o sistema automático, eliminando bàsicamente a presença do homem como supervisor e limitando-se a usá-lO apenas como monitor que pode, se necessário, rever ou sobrepujar o sistema);

- terceiro, a revolução no campo da informação, em que quaisquer dados, sôbre qualquer mátéria, podem ser trazidos à tona, em frações de

se-gundos, pela conjugação dos ,recursos crescentes da tecnologia, os quais permitem hoje amplitude de ação quase ilimitada quanto à locali zação, reprodução e transmissão de informações, sejam pequenas, como

a autoria e a data da edição de um livro, sejam grandes, como o con-teúdo completo do mesmo livro. (5)

Verifica-se, pois, que o processamento de dwios e de informações está

fadado a desempenhar papel decisivo em tôdas as mudanças, mui tas delas ainda im previsíveis, por que a civilização contemporânea está passando e deverá passar no curso dos pr'óximos trinta anos.

Desde os primeiros movimentos, ainda tateantes, ao tomar as

(23)

XVI

documentação ou, como hoje se diz, da informação permanentemente em estado de

prontidão. Basta lembrar que .consta, de seu primeiro Regimento Interno, aprov~

de pela Portaria nº 2, de

15

de março de

1945,

o item

416,

concebido nos tê~os

seguintes:

"Os centros de documentação serao organizados de forma a poderem reali

zar a análise da documenta.ção, prevendo-se especialmente arquivos infor

mati vos, nos quais exista, para cada assunto, uma síntese e uma

ligei-ra apreciação sôbre o conteúdo do material coligido, feitas por analis

ta especializado."

Os que hoje cuidam dêsse campo importante e revolucionário, para cujo

batismo os especialistas apresentaram, até agora, pelo menos seis rótulos, nao

terão escrúpulos profissionais em considerar prospectiva a concepção antecipada

no referido i tem. Chame-se Documentação ou Documentalística, ou Informação Cie,!!;

tífica, ou Ciência da Informação, ou Informatologia, ou Informática, o process~

mento das informações no mundo hodierno está passando por uma genuína revolução,

difícil de ser captada pelos não iniciados. No caso, o têrmo revolução é empr~

gado para significar rutura radical e violenta com o passadoo Com efeito, o pro

gresso científico e suas conseqüências práticas no campo da Tecnologia estão pr~

movendo uma espécie de exterminação implacável das práticas tradicionais de reu

nião, processamento, guarda, recuperação, reprodução, difusão e uso da

informa

-çao.

Atenta para essa revolução, que se está operando no campo da informação,

e côn~cia do progresso verificado nos países mais desenvolvidos, notadamente nos

Estados Unidos, a Fundação Getúlio Vargas considerou chegada a hora, em 1966~

de dar conteúdo operacional ao seu dispositivo estatutário que, até então-, nao

-recebera maior atenção, nem recursos necessários para se desenvolvero A

Porta-ria nº

36,

baixada pelo Presidente da Fundação naquele ano, com base em

delibe-ração específica do Conselho Diretor, agregou e elevou à categoria de Instituto

as atividades mais ou menos dispersas de documentação, que existiam em seu seioo

Aqui temos, como já ficou dito, um campo que a Ciência e a Tecnologia

acabam de renovar e transformar totalmenteo Por Documentação ou Documentallsti

ca ou Informação Científica, ou Informática deve entender-se hoje uma atividade

organizada, contínua e progressiva de aquisição, catalogação, circulação, prepa

raçao, guarda, reprodução, publicação e recuperação de documentos, dados e infor

maçao, com segurança e rapidez. Por outro lado, o próprio têrmo documento deve

(24)

XVII

a bibliografia especializada, com escala por ensaios, monografias, compêndios,

panfletos, relatórios, artigos, condensações, reportagens, notícias etc.

No caso da Fundação Getúlio Vargas, a atividade documentalística

deve-rá ater-se

às

Ciências Sociais e matérias afins. lf; de acôrdo com essaconcepçao ampla que criamos e estamos pondo em funcionamento o Instituto de Documentação.

Dentre as atribuições que o Instituto de Docl~entação deverá estar pr~

parado para desempenhar, cumpre salientar as seguintes:

a) assistir a Presidência e a Direção Executiva, por meio de

informa-çoes, demonstrações, relatórios e pareceres, na fixação e reajusta-mento da política editorial e da política publicitária da Fundação;

b) selecionar, adquirir, catalogar e manter, sob a forma de biblioteca,

livros e publicações nacionais e estrangeiros, para uso geral, espe cialmente das unidades de ensino e pesquisa da Fundação;

c) elaborar, fazer elaborar e publicar documentos para divulgação, no País e no Continente, em português e também em espanhol e inglês, de

informações e conhecimentos especializados sôbre o progresso das

Ciências Sociais e matérias afins no Brasil;

d) funcionar como centro de informações internas e externas sôbre aFun dação, seus Institutos e Escolas, planos, programas e realizações;

e) reunir, organizar, opulentar e manter o "trquivo Histórico, o Arquivo Bibliográfico e o Arquivo Inativo da Fundação;

f) publicar uma resenha mensal informativa sôbre as realizações e pri~ cipais ocorrências da Fundação.

Afim de desempenhàr essas e outras atribuições pertinentes ao campo, o

Instituto de Docu~entação compreende a Biblioteca, o Serviço de Publicações, o Serviço Gráfico e os Arquivos Inativo, Histórico e Bibliográfico da Fundação Ge

túlio Vargas.

Ao evoluir para o exercício pleno de suas funções, o Instituto de Docu

mentação deverá incluir, também, um serviço de informações. A princípio, tal serviço será organizado e apetrechado para prestar, rápida e fidedignamente, qualquer informação sôbre a Fundação Getúlio Vargas, seus dirigentes, seus espe cialistas, seu corpo técnico, seus servidores e respectivas atividades.

tarde, o serviço de informações deverá ser ampliado e adquirir condições

Mais para

,

(25)

XVIII

disposição informações mais e mais complexas e amplas sôbre a administração e a

economia brasileiras, em tôdas as suas ramificações.

Em uma fase ainda mais adiantada, o Instituto de Documentação deverá e~ tar habilitado a prestar, em grande escala, ~informações sôbre as Ciências So-ciais em geral. Essa fase pressupõe o processamento automático de dados, com o

emprêgo possível de computadores.

3.4 -

Assistência Técnica

Havendo surgido para tornar a administração mais eficiente, o trabalho mais agradável e mais produtivo e o trabalhador mais apto e mais ajustado, no do mínio público, quanto no domínio privado, é natural que a Fundação Getúlio

Var-gas, sempre que solicitada, se tenha esforçado por atender aos pedidos de assi~

tência técnica formulados pelos diferentes ramos do poder público federal~ est~

dual e municipal, assim como por emprêsas particulares. No desempenho da missão

de prestar assistência técnica, a Fundação Getúlio Vargas já se encarregou do planejamento e da organização de dezenas de serviços e empreendimentos.

Dentre os projetos de assistência técnica, de que a Fundação Getúlio

Vargas já se desincumbiu, ou de que participou, ou participa, vale mencionar os três maiores e mais recentes: a Reforma do Ministério da Fazenda, incluindo a do

sistema tributário nacional e a do aparelho fiscal da Uniã09 e as reformas, ain

da em curso, dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados e do Departa-mento Nacional de Estradas de Rodagem. Êstes dois últimos projetos e outros me

nores, de assistência técnica ainda em andamento, são focalizados no correspondente

à

EBAP (Parte 11 dêste Relatório).

capítulo

Tornou-se mais conhecida, pela amplitude que assumiu, a Reforma do

Mi-nistério da Fazenda, iniciaLla pela Fundação em fins de

1963

e concluída em dezem bro de

1966.

Pois que esta parte do Relatório de

1968

é uma resenha retrospectiva,

nao será demais reproduzir, do Relatório de

1967,

a descrição dos trabalhos e conseqftências da Reforma do Ministério da Fazenda. Dizíamos, então:

liA extensão e profundidade dessa tarefa podem ser aquilatadas pelo

(26)

XIX

de 558 páginas, descreve em linguagem didática, ao alcance do leitor não especializado, os principais aspectos e conseqüências da tarefa.

Para realçar a significação dessa reforma, basta mencionar as seguintes

medidas: a) seminacionalização de parte da renda tributária federal;

b) transformação e modernização do impôsto de consumo, o mais impot tante tributo federal, mud:.mdo-lhe o nome par'1 impôsto sôbre produ tos industrializados; c) transferência para a esfera federal do impô~

to de exportação; d) transformação do impôsto do sêlo,que passou a constituir fonte de reservas monetárias

à

disposição do Eanco Central

do Brasil; e) criação do impôsto sôbre as operações de crédito, bio e seguros; f) atribuição de competência privativa à União

,.

cam-para criar o impôsto sôbre os serviços de transporte e comunicações, salvo

os de natureza estritamente municipal; g) transferência para a rêde bancária do país do pagamento do funcionalismo e da arreoadação dos im

postos federais; h) criação do cadastro de contribuintes; i) adoção em larga escala do processamento eletrônico dos dados fiscais; j) r~ forma do impôsto de importação; 1) melhoramento da administração

fis-oal, notadamente do impôsto de renda. No que tange

à

esfera estadual, releva notar as seguintes providências: a) substituição do impôsto de vendas e consignações pelo de circulação de mercadorias; b) fusão dos

impostos "causa mortis" e, "inter vivos" no impôsto sôbre a :transmissão de bens imóveis e de direitos a êles relativos, e atribuição aos Esta-dos de competência pri vati va para proceder

à

sua arrecadação."

Observe-se que a prestação de assistência técnica nos campos da Admini!!.

tração, da Economia e da Psicologia produz o duplo efeito de servir e treinar.

\

Conseqüentemente, cada projeto de assistência técnica por que se respo!!

sabiliza a Fundação é ooncebido como instrumento de solução de I;roblemas admi-nistrativos, econômicos e congêneres, para o cliente e, ao mesmo tempo, como elo

de ligação entre a teoria e a prátioa, para os especialistas.

A Escola Brasileira de Administração PÚblica, pelo menos, já adquiriu experiência sufioiente para defender a tese de que um estabelecimento de ensino

de suas características deve recorrer à prestação verc_adeira de assistência téc nica no campo administrativo, a fim de permitir aos estudantes e sobretudo aos professôres contato permanente, ou pelo menos freqüente, com os problemas reais das repartições públicas e das emprêsas particulares.

(27)

xx

fessar que êsse prolongamento utilitarista dos projetos de assistência técnica

como dispositivo de treinamento apareceu como um subproduto do ensino daAdmini~

tração. As escolas de Administração da Fundação Getúlio Vargas, especialmente

as duas mais antigas, foram criadas e desenvolveram-se sob a égide do empirismo e da intuição. A vivência acumulada

é

que lhes tem permitido galgar níveis cada

vez mais sofisticados e mais afeiçoados a padrões racionais.

Seria ainda de se acrescentar que a metodologia da assistência

técni-ca em matéria de administração públitécni-ca e particular ainda se encontra nos

esta-leiros. O exame dos relatórios apresentados pelas duas Comissões Roover, a pri meira, em

1948,

no govêrno do Presidente Rarry Truman, e a segunda~ em

1955.

no govêrno do Presidente Dwight Eisenhower, bem como dos relatórios da Comissão de

Estudos e Projetos Administrativos do govêrno brasileiro e dos relatórios da Co missão Glassco, do Canadá, revela que a maioria das recomendações formuladas pa ra efeito de reorganização carece de qualquer ligação visível com os princípios

expostos nos livros de texto e nos compêndios teóricos.

Essa constatação fortifici o argumento de que tôda escola de administra-ção deve desenvolver um departamento de assist~ncia técnica. Se judiciosamente administrada, tal unidade pode atender a três objetivos: primeiro, melhorar a or

ganização e o funcionamento das entidades assistidas; segundo, propiciar oportu nidades para que a teoria aprendida nos livros seja aferida

à

luz dos problemas encontrados na prática; terceiro, suplementar a receita do estabelecimentoo

3.5 -

Estudos e Debates dos Problemas Administrativos

Vista em sua intimidade funcional e estudada através de sua história, a Fundação Getúlio Vargas, em última análise, é um permanente forum de estudos e debates sôbre os problemas administrativos.

Assinalam sua vida centenas de realizações que ensejaram estudos e deba tes, inclusive em escala internacional, de problemas administrativos, o que

in-dica quanto a entidade tem diligenci ado por atingir o seu quinto objetivo compl~

mentar: "concorrer para melhor compreensão dos problemas de administração, pro-piciando o seu estudo e debate".

Desde a reunião havida, em julho de

1949,

em Lake Success, na então se de provisória das Nações Unidas, até a 111 Conferência Nacional de Administra-ção, realizada no Rio de Janeiro, em julho de

1967,

com escala pelo I Seminário Internacional de Administração PÚblica, igualmente levado a efeito no Rio, em fe

6WLlOTtGA IVIAHIU HtNFlIUUE SIMUNSfN

(28)

XXI

vereiro de

1952,

com a cooperaçao técnica e financeira daquela organização in-ternacional - mas todos promovidos pela Fundação - contam-se

às

dezenas as oca

siões em que esta, por iniciativa própria, ou por adesão a iniciativas alheias, tem efetivamente promovido e patrocinado estudos e pesquisas nos domínios das atividades administrativas públicas e privadaso

o

arrolamento de tôdas as conferências, congressos, seminários e encon tros de que a Fundação Getúlio Vargas já participou, juntamente com a lista dos que ela promoveu, seria uma longa e árida enumeração de datas, lugares e fatos, capaz de tomar várias páginas dêste Relatório.

3.6 -

Pesquisas no Campo das Ciências Sociais

Estatutàriamente, a Fundação Getúlio Vargas assumiu o compromisso de promover pesquisas básicas e aplicadas no campo das Ciências Sociais,

especial-mente na Economia e na Psicologia9 a partir da reforma de seus Estatutos, feita pela Assembléia Geral em sua reunião de

29

de março de

1966.

Cônscia está a Fundação da potencialidade da pesquisa nesse campo. O

ensino realiza-se por meio da transmissão ordenada e sistemáticado conhecimento. A pesquisa tem por fim dilatar as fronteiras do conhecimento, seja mediante a aquisição de conhecimentos novos, seja mediante a retificação ou ampliação de co nhecimentos existenteso

Em

1968,

o Presidente da FGV promoveu uma série de reuniões com os res

ponsáveis pelos órgãos principais da Fundação Getúlio Vargas. Como anunciada pe

lo Presidente, a finalidade de tais reuniões era ensejar uma espéCie de autocrí tica da Fundação e conseqüentemente, se fôsse o caso, alterar suas políticaso Di versas indagações foram exploradas nessas reuniões, entre elas algumas que, se

adotadas, levariam a Fundação a preterir os critérios quantati vos de formação em favor dos qualitativos de aprofundamento9 passando a ser uma entidade pioneira de altos estudos. Nesse caso, sua escolas e seus órgãos de pesquisa seriam le-vados a abandonar as atividades tradicionais de ensino, inclusive a de formação

de novos cientistaso A Fundação passaria a atrair exclusivamente homens e mulhe res já formados, em estágios adiantados de pós-graduação, distribuindo-lhes ta-refas de pesquisa básica e aplicada, com o objetivo de ampliar o repositório de conhecimentos existentes.

Dessas reuniões, que serao objeto de outro capítUlO do presente Relató

(29)

XXII

parece que já chegou ou se está aproximando a hora em que a Fundação deverá, ain da uma vez em seu caráter pioneiro, se voltar para altos es.tudos, ou seja, para

a utilização especulati va das inteligências e capacidades de especialistas e cientistas já formados, a fim de dilatar as fronteiras do conhecimento.

Antes de reformular assim tão dràsticamente sua missão, é evidente que a Fundação deverá proceder a um exame exaustivo, descendo a tôdas as minúcias e

hipóteses presentemente possíveiS, a fim de basear a decisão final no resultado de uma análise intensiva e extensiva, que torne a decisão integralmente lógica

e raci on~3.l.

Até que isso ocorra, a Fundação continuará a fomentar, como tem feito

(30)

XXIII

4 -

Os Relatórios Anuais Setoriais da FGV

Por motivos de economia, os relatórios parciais, em número de 12, apre sentados pelas diferentes unidades de ensino, pesquisa e administração da FGV não são publicados na íntegra, nem mesmo sob a forma de cadernos mimeografados.

Os originais existem, porém, nos

arqm.

vos da Casa e podem ser consultados,

me-diante autorização especial, por qualquer pesquisador idôneo interessado em co-nhecer certos detalhes ou determinadas minúcias. Pelo volume e numerosidade, tais informações não poderiam constar do documento que a Fundação

apresenta e publica, sob o nome de Relatório.

anualmente

Mesmo depois de penoso trabalho de seleção de fatos e de ·globalização de atividades, a fim de descrevê-los de maneira breve, mas por isso incompleta, o relatório anual da Fundação, dividido em três partes, já está assumindo

por-~

porçoes assustadoras.

Os membros da Assembléia Geral, - órgao soberano da Fundação, aos quais o relatório é submetido, a título de prestação de contas, por exigência es tatutária explícita, são pessoas super-ocupadas, autoridades, representantes de

governos, chefes de repartições públicas, de autarquias, de emprêsas públicas, de sociedades de economia mista e de grandes emprêsas particulares. Inclusive os membros da Assembléia pertencentes

à

categoria das pessoas físicas - os que

contribuíram individualmente para a formação do fundo patrimonial e a organiza-ção da entidade - são pessoas disputadas por mui tos deveres e responsabilida-des.

Uma consideração realista dessas circunstâncias pesa no ânimo dos que

elaboram as partes integrantes do Relatório, sobretudo dos responsáveis pela sua

integração em documento Único. Todos os anos,

à

medida que crescem seus servi-ços, mais e mais a Fundação

agravar-se o problema do Relatório Anual e é

as-saltada por dúvidas e preocupações fáceis de entender. Qual a melhor alternati

va: relatórios exaustivos e minuciosos de tudo quanto ocorre em cada exerClClO ,.

.

financeiro, caso em que talvez fôssem necessários cinco ou seis volumes, perfa-zendo mais de mil páginas, ou relatórios mais breves, em que fatos e realiza-ções são citados de maneira sumária, para onerar menos o tempo dos leitores? Em outras palavras: informar completamente a poucos - aos mais pacientes e menos

ocupados - ou informar sucintamente a mui tos?

Aldous Huxley afirma, no prefácio de seu livro publicado em 1962, This Brave New Woríd Revisi ted,que a brevidade é um mal necessário, mas, acrescenta

(31)

XXIV

"a vida é breve, a informação infinita. Ninguém dispõe de tempo para

tudo. Na prática, geralmente somos forçados a escolher entre uma exp~

sição indevidamente breve e a ausência total de exposição. Cabe ao abreviador desempenhar da melhor maneira possível uma tarefa que, embo

ra intrinsecamente má, ainda assim é melhor do que nada0 Cumpre-lhe aprender a simplificar - sem ir, porém, ao extremo da

falsifica-ção." (6)

É certo que os responsáveis pela Fundação Getúlio Vargas9 notadamente seu Presidente, que teve a honra de ser eleito para o cargo e reconduzido nêle três vêzes consecutivas ao longo de

24

anos, recebendo assim demonstrações inol

vidáveis e nobilitantes de confiança e aprêço, têm obrigação de prestar contas amplas e corretas à Assembléia Geral. O intuito de cumprir exemplarmente essa obrigMão tende a impelir-nos para estender e enriquecer o Relatório, registrar

e especificar nêle todos os detalhes e esclarecimentos necessários a uma apreen

são crítica das atividades relatadas o Por outro lado, confrontando o volume que

teria um relatório assim exaustivo e a escassez de tempo das pessoas a que é e~

tatutàriamente devido, faz-nos pender para aceitar a fórmula de Aldous Huxley,

a da simplificação - necessàriamente podadora.

Mas, a Fundação jamais incorreu na falta de apresentar seu Relatório sem o laudo pericial de um profissional idôneo, escolhido pelo Conselho Diretoro

Êste perito funciona

à

maneira de delegado indireto da Assembléia Geral: exami-na as contas, seus comprovruqtes~ seus registros, seus demonstrativos, o balanço econômico, o balanço financeiro e o balanço patrimonial. Graças a Deus, até h~

je, jamais foi apontada qualquer irregularidade na conduta administrativa e

fi-nanceira do patrimônio que a Fundação constituiu através de doações feitas por centenas de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, doações que continua a reco

lher, em proporçoes maiores ou menores, mas que lhe têm permitido o financiamen to das atividades específiCas, a sobrevivênoia e o progresso.

Cabe registrar ainda que as nossas contas são submetidas, regularmen-te, todos os anos, ao EgrégiO Tribunal de Contas da União e escrutinadas por seus técnicos, Auditores e Ministros.

Até a presente data, embora o Tribunal haja algumas vêzes adiado o jul

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