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Embalagens semi-rígidas no Brasil

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(1)

1199802187vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1111111111111111111111111111111111111111

EMBALAGENS SEMI-RíGIDAS NO BRASIL

Banca examinadorazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Prof. Antonio Carlos Manfredini C. Oliveira Prof. Moisés Sznifer

(2)

Aos meus pais, de quem herdei a disposição e

a energia para alcançar os meus objetivos .

.

Aos meus familiares, a quem sacrifiquei com

minha ausência.

A Lucilene, pelo carinho, paciência e

(3)

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO

EDUARDO ANTONIO SCALESE JUNIOR

EMBALAGENS SEMI-RíGIDAS NO BRASIL

Dissertação apresentada ao Curso de MBA da EAESP/FGV

Área de Concentração: Administração Mercadológica como requisito para obtenção de título de Mestre em Administração de Empresas.

Orientador: Prof. Antonio Carlos Manfredini C. Oliveira

SÃO PAULOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 1998

co

CYl

<,

r--Fundação Getulio Vétrgas

eecota de Adminjslrdçao rte Empresas de S~OPO!U)lo

(4)

SCALESEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAJr., Eduardo Antonio. Embalagens semi-rígidas no Brasil. São Paulo: EAESP/FGV, 1998. 134p. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Master in Business Administration - MBA da FGV/EAESP, Área de Concentração: Administração Mercadológica).

Resumo: Trata do mercado de embalagens semi-rígidas, como este segmento estava defasado tecnologicamente e quais as conseqüências da atualização tecnológica causando uma oferta maior que a demanda. Aborda o mercado fornecedor de matérias primas mostrando seu comportamento monopolizado e como enfrentarão a concorrência internacional, assim como os usuários de embalagens semi-rígidas que estão desenvolvendo novas formas de contratos com seus fornecedores, modificando seus processos produtivos, reduzindo custos na busca de novos consumidores para seus produtos. Aponta oportunidades de como modificar o processo de uma empresa de embalagens, a estratégia de como se relacionar com os fornecedores, complementadores, clientes e concorrentes. Tece considerações sobre a formação de grandes blocos, tanto no mercado produtor de matérias primas como nas empresas de embalagens semi-rígidas.

Palavras-Chaves: Semi-rígidos - Clientes - Fornecedores -

(5)

SUMÁRIO

1. INTRODUCÃOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 7

1.1. CONCORRENTES NA INDÚSTRIA

1.2. COMPRADORES

1.3. FORNECEDORES

1.4. ENTRANTES POTENCIAIS

1.5. SUBSTITUTOS

2. MERCADO DE EMBALAGENS

8 12 15 16 17 19 2.1. 2.2.UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 2.2.1. 2.2.2. 2.2.3. 2.2.4.

2.2.5.

2.2.6.

2.3. 2.3.1. 2.3.2. 2.3.3. 2.3.4. 2.3.5. SEGMENTAÇÃO COTAÇÕES CASOLACTA CONTRATOS

CLIENTE MAIS FAVORECIDO PREFERÊNCIA PELO FORNECEDOR CONTRATOS DE LONGO PRAZO MERCADO ARGENTINO

MUDANÇAS NO MERCADO CRIANDO CONSUMIDORES

CRIANDO MERCADO FORNECEDOR CRIANDO COMPLEMENTADORES FORTALECENDO UM RELACIONAMENTO CASO COLGATE PALMOLlVE

3. A INDÚSTRIA DE EMBALAGENS SEMI-RíGIDAS

19 22

25

25

28

31 33 34 35 35 38

39

40 42 45 3.1. 3.1.1. 3.1.2. 3.2. 3.2.1 3.2.2. 3.3. 3.3.1 3.3.2. 3.4. 3.4.1. RíGIDAS

MATÉRIAs-PRIMAS E FORNECEDORES MERCADO MONOPOLIZADO

CONTRATOS COM FORNECEDORES PROCESSOS E TECNOLOGIA

COMPETITIVIDADE NO MERCADO DE EMBALAGENS SEMI-RíGIDAS DIFERENCIAÇÃO TECNOLÓGICA

CONSUMIDORES

MERCADO DE CEREAIS MATINAIS NO BRASIL MERCADO DE CHOCOLATES

ESTRATÉGIA

MUDANÇA DO PROCESSO INTERNO EM UMA EMPRESA DE EMBALAGENS

45

50

54 56 56 60 64 64

66

70 SEMI-75

4. ANÁLISE DAS EMPRESAS DE EMBALAGENS NO BRASIL E MERCOSUL 87

4.1. 4.1.1. 4.1.2.

TENDÊNCIAS

PANORAMA ECONÔMICO HÁBITOS DO CONSUMIDOR

87

(6)

4.2.UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

4.2.1.

4.2.2.

4.2.3.

4.2.4.

vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

CLIENTES E MERCADOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

FABRICANTES DE EMBALAGENS FABRICANTES DE MATÉRIAS-PRIMAS COMPLEMENTADORES

TECNOLOGIA E LOGíSTICA

98

101

106

111

114

5. CONCLUSÃO 122

APÊNDICE 1 127

APÊNDICE 2 131

(7)

1. INTRODUÇÃOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtrabalho foi dividido em cinco partes, onde a primeira parte é a introdução utilizando o modelo de Michael Porter' para análise do mercado de

embalagens semi-rígidas; a segunda parte aborda a segmentação do mercado

de embalagens em suas várias estruturas, mostrando a relação com os

usuários de embalagens, fornecedores de matérias-primas e

complementadores; a terceira parte está relacionada com a indústria de

embalagens semi-rígidas; a quarta parte faz uma análise das empresas de

embalagens no Brasil e Mercosul e o quinta uma conclusão sobre o tema.

As notas apresentadas nos textos foram traduzidas pelo autor.

O mercado de embalagens semi-rígidas caracteriza-se por utilizar

matérias-primas fabricadas com substrato de celulose, revestimento de

coucné',

aparas de papel reciclado e outros componentes químicos que

oferecem estabilidade e forma ao papel ou cartão. O nomekjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"papel' se atribui

à

estrutura produzida com celulose branqueada e um pequeno índice de aparas.

Sua utilização é para impressão e escrita. Possui baixa gramatura, isto é,

possui menor peso por metro quadrado de área. Como exemplo, os papéis

mais utilizados estão entre 55 g/m2 e 90 g/m2. Estes papéis possuem uma

única camada de celulose e na sua maioria não possuem revestimentos

especiais, exceto para rótulos especiais (ex.: rótulos de cerveja). Normalmente

estes papéis já são fornecidos em folhas cortadas no tamanho que o usuário

necessita.

O mercado, tema deste estudo, utiliza o cartão ou a cartolina. São

matérias-primas ou substratos compostos por várias camadas, as quais

podem variar na sua constituição. Por exemplo, podemos ter um cartão com

três camadas, denominado triplex, que consiste numa primeira camada de

celulose branqueada com revestimento couché, a qual prepara a superfície

1 PORTER, Michael E., Competitive Strategy. USA, Free Press, 1980, pg. 4.

2 Camada de tinta aplicada na superfície da matéria-prima, para se obter boa printabilidade e

(8)

para receber tintas e revestimentos especiais, possuindo uma camada interna

constituída por aparas, chamada de forro e outra camada de celulose

branqueada, mas sem revestimentokjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAcouché, pois esta fica na parte interna da

embalagem. Outra diversificação desta matéria-prima é o duplex, que é o mais

utilizado atualmente, simplesmente por uma questão de custo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

É

contituído de

duas camadas, o forro e a camada de celulose com revestimento couché. As

gramaturas mais utilizadas estão entre 250 g/m2 e 450 g/m2. Dentro destas

especificações, cada fornecedor de matéria-prima no Brasil produz de formas

e condições de fabricação diferentes, inexistindo padronização na oferta das

mesmas.

No Brasil estas embalagens são chamadas de secundárias ou terciárias,

pois o produto já foi acondicionado em embalagens flexíveis, tipo bombom ou

rígida (plástica) como tintura para cabelos. A embalagem semi-rígida, na sua

quase totalidade, é a que fica exposta ao consumidor, daí a importância de

seu bom desempenho visual e mecânico.

1.1.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAConcorrentes na Indústria

As empresas que fabricam embalagens semi-rígidas são de portes

variados em relação ao volume e tecnologia. Estas empresas possuem

basicamente o mesmo processo produtivo variando o know-how que cada

uma desenvolveu para a utilização de seus equipamentos, qualidade da

mão-de-obra, capacidade instalada e tecnologia empregada. Vale a pena ressaltar

que algumas empresas possuem mais equipamentos, com maior número de

funcionários e isto não lhes garante melhores condições de volume de

produção em relação a empresas com menor número de equipamentos e

mão-de-obra. O processo, que todas têm, é: processo de pré-impressão,

impressão em off-set (com tecnologias variadas), acabamentos especiais

(algumas têm processos in-fine e outras off-lin e) , processo de corte e vinco,

facaria, colagem e acondicionamento. Estes são os processos principais e,

(9)

imagens e projetos mecânicos, com simulação de situações reais, oferecendo

ao cliente a visualização de como ficará seu produto na embalagem antes de

se iniciar a produção.

Os fabricantes de embalagens semi-rígidas são classificados em três

grupos, abaixo descriminados, empresas estas que se diferenciam pela

capacidade produtiva, qualidade, tecnologia e serviços.

Para que o setor seja competitivo exigem-se tecnologias específicas e

atualizadas. Quanto mais antiga for a tecnologia mais obsoleta será a

empresa.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

OBSOlESCÊNCIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS: 10 ANOS

NíVEL TECNOlÓGICO DO SETOR GRÁFICO - íNDICE DE ATUALIZAÇÃO

TECNOlÓGICA ( IAT ) : 56%

Fonte: ABTG - DECES/ABIGRAF

Com a estabilização da economia o consumidor e cliente, tendem a ser

mais exigentes em relação ao visual ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à

qualidade da embalagem, além da

mesma transmitir informação, comunicação, proteção, conservação e higiene

do produto, passando a ter um peso significativo como componente do custo

para o produto final.

Algumas características que diferenciam estes grupos:

Grupo Pre-press Projeto Tecnologia Tecnologia Capacidade Mecânico de Impressão de Corte Tonlmês 1 Alta tecnologia Alta tecnologia 5/6 cores +2 v Laser +CER > 1.500 2 Convencional Alta tecnologia 4/5 cores +1v Laser +Conv. 500 < 900

3 Convencional Convencional 4/5 cores +lv Laser +Conv. <300

-Os principais fabncantes sao:

Grupo 1: Brasilgráfica, Rebizzi, Impressora Paranaense;

Grupo 2: Igel, Agaprint, Gráfica 43, Lanzara, Baumgarten, Flor de Maio,

Jauense, Gonçalves;

(10)

Entre os grupos 1, 2 e 3:

~ empresas com tecnologia atualizada e outras com equipamentos de mais

de 20 anos.

No grupo 1:

~ maioria ou a quase totalidade dos equipamentos é de última geração.

ImpressoraskjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAoft-set planas" com 6 cores e duas baterias de vernizes

especiais e máquinas de corte com tecnologia totalmente computadorizada

(CER). Possuem um excelente serviço de pré-impressão onde

desenvolvern-se filrnes para seus clientes e, também, oferecem-se projetos

mecânicos diversos como prestação de serviços diferenciados. São

pró-ativos e têm grande capacidade de conversão conferindo-lhes flexibilidade.

Este grupo é caracterizado por trabalhar com clientes que possuem alto

volume de compras, sendo, na sua maioria, empresas globalizadas, tais

como: Gessy Lever, Refinações de Milho Brasil, Brahma, Antárctica, Souza

Cruz, Phillip Morris (cigarros), Kellogg's, Kolynos e Colgate.

Fabricantes estrangeiros estão tentando penetrar no mercado nacional por

duas vertentes:

• Associações:

Empresas argentinas com empresas brasileiras (como

exemplo, Zupan e Lanzara),

• Fornecimento direto:

Empresas chilenas, tal como Marinetti, embora com

problemas de logística.

Empresas argentinas, tais como Guedekian,

Farmográfica.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

3 Impressoras rotativas que são alimentadas por matérias primas em folhas planas e não

(11)

Os fabricantes investiram nos últimos anos (exceto os da Argentina) na

tentativa de atualizar seus parques industriais fazendo com que a capacidade

instalada aumentasse.

Associar este fato com a estabilização do consumo de embalagens e

com a concorrência internacional, mostrando que uma oferta maior que a

demanda, leva este mercado a intensa competição por clientes provocando

queda nos preços.

Fonte: DPPC/SECEX No grupo 2:

~ no máximo um equipamento de média geração e o restante composto de

impressoras com mais de 10 anos. Não possuem recursos tecnológicos e

quase nenhuma flexibilidade. Algumas empresas do grupo 2 oferecem um

excelente serviço de projetos e pré-impressão, o que as mantêm ativas no

mercado.

No grupo 3:

~ máquinas convencionais e com mais de 20 anos de utilização, sem

nenhum tipo de serviço mantendo-se no mercado pela prática preços não

(12)

1.2.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACompradoreszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Os compradores ou clientes deste mercado não são os consumidores

finais. Os compradores são aqueles que fabricam produtos de consumo,

como: chocolates, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, alimentos em

geral, calçados e vestuário.

As embalagens semi-rígidas entram no processo do cliente na etapa final

de seu processamento, onde o produto vai receber a embalagem final, aquela

que será exposta nas gôndolas dos supermercados. No processo produtivo

dos compradores a embalagem pode envasar os produtos de forma manual

ou automática. Os dois processos exigem características diferenciadas na

construção das embalagens. Quando o processo é automatizado, significa que

os produtos são embalados em alta velocidade, portanto são clientes que

consomem um alto volume de embalagens. À medida que o Plano Real deu estabilidade à economia brasileira, os clientes foram automatizando seus processos e, com isso, provocando alterações nos projetos das embalagens.

O que se percebe, claramente, é que após a estabilização da economia

os compradores passaram a ter concorrentes cada vez mais eficientes

provocando acirrada competição nacional e internacional.

Um dos fatores competitivos é a automação do processo com

conseqüente redução de mão-de-obra e de perdas e aumento de higiene e

capacidade de abastecimento. O custo da embalagem, principalmente nos

produtos de consumo, tem uma participação significativa no custo final, o que

leva o mercado, como um todo (compradores), a forçar uma redução de

custos sobre as embalagens. A maioria dos compradores simplesmente utiliza

o sistema convencional de exercer pressão sobre os fornecedores, fazendo

concorrência e guerra de preços. Alguns, extremamente habilidosos, utilizam

esta oportunidade para se unirem aos seus fornecedores desenvolvendo

novos projetos e produtos mais competitivos que os atuais, resultando uma

(13)

Neste momento os clientes ou compradores elegem os fornecedores que

possuem melhores condições no que diz respeito a tecnologia, projetos,

serviços e capacidade instalada.

Os clientes, em contrapartida, têm seu volume de vendas ameaçado pela

diminuição ou estabilização do patamar de consumo (1996) e pela importação

de produtos. Com isto a oferta de embalagens supera o consumo, com os

compradores aproveitando-se desta situação e pressionando tanto os preços

que diversas empresas de embalagens encerraram suas operações.

Os compradores não assimilaram os limites dos fornecedores de

embalagens. Estamos nos referindo a empresas de primeiro nível, tais como:

Nestlé, Refinações de Milho Brasil e outras.

Obviamente, fabricantes que descuraram de um mínimo de tecnologia e

não administraram bem os seus custos, não suportaram a competição.

Os grandes compradores também passaram e passam por situações

difíceis onde, na tentativa de importar produtos e visando exclusivamente

preços menores encontraram sérias dificuldades. Embalagens chegavam ao

Brasil fora de especificações permanecendo nos estoques dos compradores e

deteriorando-se. Concorrentemente não permitiam que seus fornecedores

soubessem da ocorrência, pois isto causar-lhes-ia grande constrangimento.

A seguir, mostramos o gráfico da relação entre o faturamento do setor

(14)

FATURAMENTO GRÁFICO GLOBALzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

x

PIB US$ bilhões

1,2

0,8ID _FAT. (%)

~ ~PIB(%)

0,6 u, -FAT/PIB

0,4

-10 0,2

Fonte: DECES/ABIGRAF - BOL TETIM DO BANCO CENTRAL

Alguns compradores aproveitaram esta oportunidade para se aliarem a

fornecedores nacionais tentando encontrar uma alternativa para tornarem-se

mais competitivos. Na escolha dos fornecedores nacionais a concorrência

tornou-se devastadora. As empresas entravam nesta situação preocupadas

com o curto prazo, no entanto, em pouco tempo encontravam problemas

sérios de rentabilidade. De qualquer forma a maioria dos compradores não

planejou estratégias de sobrevivência, tais como, por exemplo, diferenciação

de seus produtos e serviços. A maioria apenas se preocupou com redução de

preços, obtidos através de pressão sobre seus fornecedores. A redução de

custos e aumento da competitividade não se realizam apenas por este meio e

sim pela otimização total dos processos, incluindo treinamento, principalmente

dos que compram, que hoje não estão preparados para se relacionar com

seus fornecedores.

Atualmente quem define a relação fornecedor-cliente não é

exclusivamente o comprador e o vendedor mas, sim, os administradores

destas organizações. Não se deve esquecer que os clientes dos fabricantes

são empresas que visam somente a redução de preços, não interessando qual

é o resultado na cadeia de fornecimento, tendo um grande poder de

(15)

Em 1998 a oferta dos fabricantes, em situação financeira instável,

começa a preocupar os maiores compradores com relação a garantia de

abastecimento.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.3.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAFornecedores

Os fornecedores de matérias-primas normalmente produzem vários tipos

de papéis e cartões. Os maiores fornecedores têm mais de um equipamento

de produção de matérias-primas. Equipamentos direcionados para o mercado

de cartões para embalagens e de papéis de imprimir e escrever. Somente a

CSPC e a Ripasa têm esta condição. Os demais produzem uma gama menor

de matérias-primas com concentração na fabricação de cartão.

Durante os últimos anos e até à presente data este mercado está na mão de poucos fornecedores. Os maiores são Cia. Suzano de Papel e Celulose,

que se posiciona como o "dono" do mercado, informando quais são as regras

do jogo e tendo como rival a Ripasa, que possui um processo mais antigo e

menos preciso, portanto com qualidade inferior, embora mantendo os preços

com pequenos diferenciais em relação ao seu oponente.

No período de mercado aquecido os estes fornecedores mostraram total

inflexibilidade em relação ao abastecimento e à política de preços. Ao longo

dos últimos 8 anos o próprio mercado criou condições de desenvolver novos

fornecedores, como Papirus, Ibema e Itapagé. Estes fornecedores

desenvolveram produtos com custos competitivos e aceitos em alguns

mercados. Com a estabilização no consumo, a partir de 1996, os dois gigantes

começaram a perder espaço no mercado nacional, além do aparecimento da

competição externa, tal como Argentina, Chile, EUA e Europa.

Diferentemente da Europa e EUA, cada fornecedor no Brasil possui

características e qualidades distintas, fazendo com que, para cada cliente, a

empresa de embalagem dependa cada vez mais de apenas um fornecedor.

Para ser competitivo neste mercado (de cartão) é necessário que os

equipamentos sejam eficientes e com tecnologia atualizada no que diz

(16)

necessário para a melhoria destes equipamentos devido ao retorno ser de

longo prazo.

Os investidores desistem de investir caso não haja garantia de consumo,

tornando, assim, seu parque industrial obsoleto e não competitivo.

O mercado de cartão mantém seus preços, mesmo que a celulose

internacional, insumo básico, tenha redução. Considerando-se a atitude dos

gigantes, na primeira oportunidade de importação de matéria-prima com

garantia de preços, entrega e qualidade superior, o mercado nacional volta-se

para os fornecedores internacionais, que está ofertador e visualizando o Brasil

como alternativa de colocação de seus produtos. Apenas com este movimento

dos seus clientes os fornecedores, nos últimos 12 meses, pararam de

reajustar seus preços ou de repassar para os seus clientes (fabricantes de

embalagens) sua ineficiência operacional.

Atualmente o mercado não absorve a produção nacional criando uma

guerra de preços entre os grandes fornecedores.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.4.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAEntrantes Potenciais

O mercado brasileiro começou a ficar mais atrativo a partir do momento

em que sua economia tornou-se estável e porque nos outros países, as crises

também ocorreram e levando-os a buscar novas oportunidades.

Os grandes entrantes potenciais, inicialmente, foram os argentinos com o

agravante de, não possuindo qualidade para atender o mercado brasileiro,

mas com preços competitivos, pois importavam matérias-primas do Brasil e

somando os benefícios do governo brasileiro e argentino, conseguiam praticar

preços inferiores aos praticados no Brasil.

No caso do Chile a situação é diferente. Possui qualidade compatível aos

melhores fabricantes do Brasil, importa matérias-primas dos EUA e tem

prazos de entregas curtos com prazos de pagamentos longos. São grandes

competidores dentro da América Latina. Outro agravante é que as

multinacionais estão adotando o conceito dekjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAglobal sourcing, conseguindo

(17)

vantajosas. Os países com economia mais estável produzem embalagens

para atender a demanda interna e melhoram a sua lucratividade, com a

economia de escala, produzindo lotes para o Brasil, Argentina, Uruguai,

Paraguai e Venezuela.

Outro efeito similar é, por exemplo, quando o cliente estabelece que no

Mercosul haverá apenas um fornecedor. Neste momento os concorrentes de

outros países tornam-se muito competitivos.

Existe possibilidade dos grandes fabricantes de embalagens, que já

produzem para clientes internacionais e possuem operações no Brasil,

instalarem-se localmente, a convite dos mesmos. Esta possibilidade quase

ocorreu com a Kolynos e a Colgate, que queria o seu fornecedor americano

estabelecido no Brasil e assumindo todo o Mercosul. Se isto ocorresse, o

volume debitado da produção nacional, agravaria ainda mais a posição dos

produtores de embalagens.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.5. Substitutos

De todas as forças mostradas por Porter, esta é a menos ofensiva para o

mercado de embalagens semi-rígidas a curto prazo. O que ocorreu nos

últimos anos foi a substituição de alguns substratos (matéria-prima) por

embalagens semi-rígidas (exemplo: embalagens para hamburgueres

Macüonalds, produzidas em material não recicláveI e atualmente em cartão).

Estas mudanças por matérias-primas alternativas ocorrem, dependendo do

nível de preço de cada uma e do processo produtivo dos clientes. Os

substratos metálicos desenvolvidos com alta tecnologia ocuparam em alguns

segmentos o espaço do papel e cartão. A cada dia que passa os fabricantes

de diversos segmentos conseguem desenvolver, através de pesquisa,

matérias-primas cada vez mais eficientes e mais acessíveis.

Como exemplo, em 1996 foi criada uma nova tecnologia que é a

impressãokjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAoft set em bobinas de estrutura de alumínio e polietileno com custo

(18)

tecnologia demonstrar ser tão eficiente quanto se mostrou, haverá quebra de

paradigmas na produção de embalagens. Pode-se exemplificar com a

tecnologia de flexografia para embalagens semi-rígidas, altamente explorada

nos EUA, embora o Mercosul não acredite nesta tecnologia. A primeira

empresa que adotá-Ia terá com certeza sucesso, aceitação e competitividade

no mercado.

18

(19)

2.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAMERCADO DE EMBALAGENS

2.1. Segmentação

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAmercado brasileiro de embalagens

é

dividido em diferentes tipos de materiais, tendo sua distribuição da seguinte forma:

CONSUMO DE MATERIAIS - BRASIL -1996 Toneladas

19%

[] Caixas de Papelão

.Cartão Duplexe Triplex( Semi-Rígidos) [] Flexívets

[]Metais

• Papel

[] Plásticos (Rígidos)

CX]\S.lvO [E

f'JATERlAlS-BRASlL-1~

17%

• art'kl u.pece TriP~

SeITi-Fljâ:s)

DReMI.es

.~

.\4dro

(20)

4400 3960

3520 3080

'b,....zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA2640

>< 2200 z O I-1760 1320 880 440 OvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

MERCADO DE EMBALAGENS- BRASIL - 1996

US$

/

.:«

kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

r

v

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UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

~-/~

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~r

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~:;::::;::-: -+

..

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~ ...•..

...-Fonte: DATAMARK 1997 - TREND 98

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997e 1998e 2000e

-+-Caixas dePapelão

_ cartão Duplex e Triplex( Semi-Rgidos)

Flexíveis

~Metais

___ Papel

-+-Plásticos (Rgidos) -+-Vidro

2200

1760

'b

•..

1320

><

z

e

880

440

MERCADO DE EMBALAGENS- BRASIL - 1996

Toneladas

Fonte: DATAMARK 1997 - TREND

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997e 1998e 2001e

-+-caixas de Papelao

_ cartão Duplex e Triplex( Serri-Rgidos)

Flexíveis

~Metais

___ Papel

-+-Plásticos (Rgidos)

(21)

PARTICIPAÇÃO NO FATURAMENTO POR SEGMENTO EMPRESARIAL - 97

EDITORIAL

DIVERSOSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

10,1% FORM..JlÁRIOS

12,5%

4,6% ART. PAP. 7,5%

13,5%

Fonte:DECES/ABIGRAF

80.000

70.000

60.000

50.000

; 40.000

Cf)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

::>

30.000

20.000

BENS DE CONSUMO Produtos ao consumidor - US$

10.000

/

~

.,,---:

~

-~kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

.>

~ ~

.-/

-

.~

----+-Alirrenlcio

_Bebidas

Nao Alirrenlcio

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997e 2001e

(22)

Os gráficos acima mostram uma tendência de crescimento no consumo,

principalmente no mercado alimentício onde inclui-se produtos básicos para o

consumidor. No mercado não alimentício o maior consumozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

é

direcionado aos

produtos de higiene e limpeza. A participação de embalagem no segmento

empresarial

é

representativa, pois a maioria dos produtos são acondicionados

em embalagens.

2.2. Cotações

No mercado de embalagens semi-rígidas a relação entre o volume de

cotações e de negócios efetivamente realizados diminui. Em 1997 a cada cem

cotações, aproximadamente, quinze eram efetivadas como negócios, contra

trinta entre 1993 e 1996. Um dos fatores importantes foi a freqüência de

cotações para, constantemente, buscar menores preços em um mercado que

se encontrava super-ofertado de embalagens e, outro fator, foi que os grandes

consumidores de embalagens (compradores) realizaram contratos de longo

prazo com seus fornecedores de embalagens, fazendo com que o nível de

cotações fosse reduzido.

Deve-se considerar que, se uma cotação for realmente importante, para

o cliente e para o fornecedor, ambos devem ser recompensados para efetivar

o negócio ou para jogar o [oqo." Se não for importante será pouco provável

que o produto seja rentável. Em muitos casos

é

interessante não participar da

concorrência.

É

uma situação incômoda pedir para que o cliente pague para se jogar.

Isto pode ser feito de diferentes maneiras. Pode-se pleitear pagamento pelo

desenvolvimento e projeto de produtos, caso os mesmos sejam viáveis para o

cliente. É possível solicitar um contrato de vendas de longo prazo garantindo

as compras ou que o desenvolvimento ou propostas diferenciadas tenham um

período exclusivo de fornecimento. O mais importante

é

que as regras estejam

4 "A concorrência é valiosa. Não a dê de graça. Seja pago para jogar." (BRANDENBURG e

(23)

bem claras antes de iniciar-se o trabalho de cotação ou projeto. Uma cotação

importante deve ter a participação do alto escalão da companhia. Deve-se

procurar, sempre, quem possa efetivamente avaliar o desempenho ou

proposta diferenciada que possa oferecer. Torna-se importante no mercado de

embalagens semi-rígidas conhecer, profundamente, o processo interno de

operação dos clientes. Uma cotação não é simplesmente uma oferta de

preços mas, sim, um pacote de serviços e produtos que atenda não somente

a necessidade do cliente, em termos de produto, mas, também, em termos de

logística, tecnologia e criatividade, pois quem domina a fabricação de

embalagens é o fornecedor e não o cliente. Progressivamente as grandes

empresas consumidoras de embalagens estão diminuindo suas áreas de

desenvolvimento de embalagens e alocando estes recursos de

desenvolvimento de produtos e transferindo esta especialização para os

fornecedores de embalagens. Esta atitude não parte dos clientes e sim dos

fornecedores, que ainda são a minoria.

Existem melhores formas de utilizar ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

tempo.'

É

vital para o mercado de

embalagens semi-rígidas manter seus clientes satisfeitos. Como dito

anteriormente, as cotações estão cada vez mais escassas e os contratos cada

vez mais longos. No caso da perda de uma concorrência torna-se quase

impossível a busca de outro cliente para substituir a negociação perdida. Não

se deve considerar a conquista de um cliente, para mais tarde aumentar seus

preços. Ao transferir este negócio para um fornecedor, somente pelo fato do

seu preço ser mais baixo, mostra que na próxima oportunidade ele o

substituirá pelo melhor preço. Um fornecedor, ao ganhar uma concorrência,

poderá ser retaliado pelo fornecedor deste cliente. Provavelmente este reagirá

tentando roubar um cliente de sua carteira."

,

5BRANDENBURG e NALEBUFF. "Eight Hidden Costs of Bidding."kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACo-opetition, 1996, p.86-91.

(24)

Quando se propõe para um novo cliente condições especiais,

conseqüentemente, os outros clientes exigirão o mesmo. O fato de conseguir

uma nova conta ou cliente faz com que os demais clientes forcem o

fornecedor a oferecer melhores condições. Isto poderá ter um custo muito alto.

Todo e qualquer preço oferecido inicialmente será considerado como

parâmetro futuro, principalmente numa economia estabilizada. Havendo

intenção de aumentar os preços no futuro, a concorrência terá como fator

referencial o preço atual, tornando difícil esta intenção. Outro fator importante

a ser considerado é quando se trabalha com um cliente de um determinado

segmento e procura-se um concorrente do seu cliente para oferecer produtos

e serviços. Poder-se-á prejudicar o próprio negócio. Como no Brasil, onde

quem fornece à Kellogg's não pode fornecer à Superbom. Quem fornece à

Colgate Palmolive não pode fornecerzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à

Procter& Gamble e

à

Gessy Lever.

Baixar os lucros do concorrente pode não ser uma decisão inteligente.

No caso da cotação da Kellogg's, a qual já tinha previamente definido seu

fornecedor, muitos concorrentes ofertaram preços abaixo do fornecedor

tradicional (Brasilgráfica) fazendo com que o mesmo tivesse sua lucratividade

afetada e, na realidade, as empresas que ofereceram os preços mais baixos

sabiam que não iriam fornecer. A idéia simplista que se ganha quando o

concorrente perde, é, potencialmente, perigosa. Se baixar os lucros do rival,

ele passará a ter menos a perder e todos os motivos para se tornar mais

agressivo. Fica-se tentado quando se é chamado para ofertar uma proposta,

mas deve-se analisar como agir Uogar o jogo).

Não é raro os clientes chamarem fornecedores e inventarem cotações

somente para baixar os preços dos titulares. Não é ético e nem um pouco

eficaz. Cobrir uma cotação fictícia é jogar dinheiro fora, mas denunciar a

artimanha também pode gerar grandes prejuízos. Em alguns casos faz-se

(25)

2.2.1. Caso Lacta

Este caso ocorreu em 1996, quando os seis fornecedores de

embalagens semi-rígidas da Lacta (Rebizzi, Impressora Paranaense, Agaprint,

Jofer, Schmidt e Sarcinelli) detectaram que todos os meses o cliente realizava

suas cotações, fazendo com que todos aceitassem o mesmo preço, isto é, o

mais baixo de todos, e confirmando os pedidos em quase todos os

fornecedores. A partir do momento que o cliente recebia o primeiro lote,

automaticamente postergava ou cancelava os pedidos confirmados nos outros

fornecedores. Os fornecedores de embalagens chegaram a ter níveis de

estoques de matérias-primas e produtos acabados extremamente altos.

Quando todos os fornecedores perceberam a atitude perigosa do cliente,

deixaram de fornecer por algum tempo, de tal forma, que o cliente parou sua

produção por falta de embalagens, perdendo vendas. Em algumas situações

faz-se necessário abrir mão de algumas cotações pois, naquele momento,

poderá existir um concorrente com sua capacidade instalada ociosa e oferecer

preços iguais a este concorrente poderá ser uma decisão extremamente

perigosa.

2.2.2. ContratoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

É

importante salientar que quando se efetua contrato com o cliente e o

fornecedor, este mesmo contrato estará sendo efetuado pela concorrência. O

contrato deveria ser considerado como instrumento de compromisso entre

cliente e fornecedores?

No mercado brasileiro de embalagens semi-rígidas, os contratos com

clientes e fornecedores não seguem uma regra previamente definida. Não há

7 "As regras surgiram para ajudar a garantir que as práticas de comércio sejam justas, que os mercados continuem a funcionar e que os contratos sejam honrados. Infringir essas regras

implica expor-se apenas às penas da lei ou à exclusão do mercado. Para se assegurar de que participando de um jogo no qual ganhará dinheiro, você tem que ter certeza de que seus

(26)

controle sobre estes contratos e nem mesmo contratos na maioria dos casos

entre clientes, fornecedores e fabricantes de embalagens. Há uma associação

chamada ABIGRAF (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), onde tenta-se

estabelecer algumas regras para o mercado de embalagens semi-rígidas. Isto

torna-se praticamente impossível quando se têm grandes clientes que

possuem grande poder de negociação com seus fornecedores e, de outro

lado, grandes fabricantes de matérias-primas que praticamente definem os

preços e as quotas para cada fabricante de embalagens. Portanto qualquer

tentativa de se estabelecer regras, estas ficariam totalmente ameaçadas em

função desta relação. A Associação passou a ser um local onde se obtêm

informações históricas sobre o mercado de embalagens, mas nada em

relação às tendências futuras. Tendo pouca expressão política no governo,

como os fabricantes de matérias-primas e clientes finais, este foi um fator

relevante para que, após o Plano Real, as empresas de embalagens se

movimentassem no sentido de encontrar outras formas de ganhar o mercado

com o intuito de se tornarem mais competitivas e não necessitando do

guarda-chuva protetor do governo.

Os fabricantes de matérias-primas, que se protegeram durante muitos

anos com alíquotas de importação, agora encontram na indústria de

embalagem uma grande aliada. Portanto o mercado de embalagens

semi-rígidas tem como alternativa de sobrevivência ser competitivo além de

estabelecer regras bem definidas com seus clientes e fornecedores."

Até 1992, antes do Plano Real, onde se experimentava uma alta inflação

e reajustes mensais de preços, uma das maiores dificuldades era estabelecer

as regras destes reajustes. No mercado de embalagens semi-rígidas havia

uma cláusula nas propostas de vendas, em que os preços seriam reajustados

caso houvesse majoração tanto na matéria-prima quanto na mão-de-obra. AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

8 "Você e seus clientes são sócios no processo de criação de valor, mas nem tudo é

cooperação. Há uma batalha inevitável quando chega a hora de dividir o bolo. Quando seus clientes lhe pressionam para que você faça concessão de preços, isso é concorrência, não é

(27)

relação era 70% de participação de matéria-prima e 30% na de mão-de-obra,

além do custo financeiro, que, este sim, transformava-se numa verdadeira

batalha em função do índice a ser utilizado. Alguns clientes exigiam o IGPM,

outros o CDI, alguns um percentual do IGPM e outros até deixavam para

decidir no momento em que a fatura estaria por vencer. Este mercado não

tinha a menor condição de estabelecer regras para negociação. O faturamento

se acumulava no final de cada mês, visando o menor preço, antes do reajuste

do mês seguinte. Toda a força de vendas dedicava-se, nos primeiros quinze

dias, a resolver a questão do reajuste mensal. Os fabricantes de

matérias-primas informavam, sempre nos primeiros três dias úteis do mês corrente, o

índice de reajuste. Os fabricantes de matérias-primas, viviam, então, áureos

tempos, pois não precisavam justificar os aumentos de preços. Uma situação

extremamente confortável. Muito interessante pois os fabricantes de

matérias-primas aplicavam os mesmos reajustes ou muito próximos, sendo que cada

um possuía um processo produtivo diferente, com eficiências e características

diferentes. Não é deve-se aplicar o mesmo índice entre empresas que

possuem custos de fabricação diferentes. E, um agravante maior, é que a

empresa que possuía o processo mais eficiente aplicava o maior reajuste.

Características de um monopólio protegido por alíquotas de importação.

As negociações entre clientes e fabricantes de embalagens tornaram-se

ao longo dos anos uma relação bastante confusa e oportunista. A saúde

financeira dos fabricantes de embalagens nunca foi uma preocupação dos

fornecedores e dos clientes. OkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAface to face das equipes de vendas das

empresas de embalagens atingia, no máximo, 30% do seu tempo." Isto

significava que para vendas e prospecção de novos negócios os vendedores

tinham apenas 30% do tempo mensal disponível. A maior parte do tempo era

consumido em negociar reajustes.

As empresas de embalagens mantinham em seus quadros de vendas,

vendedores com grande influência política dentro do cliente. As negociações

não se caracterizavam por razões técnicas. Estas mesmas empresas, até ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(28)

presente momento, mantém administrações familiares. Muitas fecharam suas

portas em função das pressões na redução de preços por parte dos clientes e

aumento de preços por parte dos fornecedores de matérias-primas. Ao longo

dos anos este quadro sofreu uma grande mudança, principalmente quando da

estabilidade da economia.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2.2.3.

vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACliente Mais Favorecido

Uma cláusula do cliente mais favorecido CMFkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(M

ost-Favored-customen

10, significa garantir ao cliente o melhor preço que a companhia

possa oferecer. Esta cláusula impede o fabricante de embalagens de

dispensar tratamento diferenciado aos clientes no transcurso das

negociações. O cliente tem a garantia de jamais ficar em desvantagem de

preço em relação a qualquer concorrente que compre do mesmo fornecedor.

Após a estabilização da economia, esta cláusula vem sendo utilizada por

grandes clientes. Há muitas vantagens, inclusive a de não se negociar todos

os meses as condições de preços e reajustes. No Brasil isto tem acontecido

com freqüência envolvendo o fabricante de matéria-prima, o fabricante de

embalagens e o cliente final. O objetivo é que o cliente obtenha do fabricante

de embalagens condições competitivas em relação aos seus concorrentes

nacionais e internacionais. Além do que, há garantia de que os preços

ofertados para este cliente são únicos. Em contrapartida o cliente garante o

volume total de embalagens para um único fornecedor, durante um longo

período de tempo. Há no Brasil grandes exemplos. Um deles é a Colgate

Palmolive, que, com a compra da Kolynos, transformou-se no maior fabricante

de cremes dentais na América Latina. Antes desta fusão a Kolynos tinha um

contrato com dois fornecedores que lhe proporcionavam os melhores preços

de embalagens em troca da exclusividade dos volumes. Neste mesmo

períodoa Colgate tinha seus próprios fornecedores, sendo um deles comum

(29)

com a Kolynos. Este tinha um contrato de maior volume com a Kolynos e,

portanto, uma garantia de preços bem menor que a Colgate. Este é um caso

de CMF,

onde a Kolynos estabeleceu a priorização sobre os preços de mercado em

relação ao seu maior concorrente. Na aquisição da Kolynos pela Colgate

Palmolive, as diferenças de preços para produtos similares eram de

aproximadamentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA25%.11 Em seguida

à

aquisição, a organização Colgate, elegeu um único fornecedor para produzir todo o volume no Mercosul tendo as

mesmas condições de uma CMF. Seu grande concorrente, hoje, é a Gessy

Lever, portanto, deseja os melhores preços com seu fornecedor de

embalagens em relação à Gessy Lever, em contrapartida concentra seus

volumes em um único e grande fornecedor. O consumo anual, de

aproximadamente 800 milhões de embalagens para creme dental, tornou-se

um mercado estável após a estabilização da economia e uma grande parcela

dos brasileiros acabou criando o hábito de escovar os dentes. Portanto os

volumes são previsíveis e confiáveis, pois trata-se de produtos de higiene

básica do consumidor brasileiro. Podemos citar outro exemplo no mercado

brasileiro, que é a relação entre a Brasilgráfica, Sadia e o fornecedor de

matéria-prima Ripasa. A Sadia possui preços altamente competitivos

(embalagens) e em contrapartida oferece

à

Brasilgráfica e Ripasa quase a

totalidade de seu volume de compras anuais. Portanto os preços de aquisição

de embalagens semi-rígidas oferecidos à Sadia são inferiores aos seus

concorrentes no mercado de produtos congelados. Isto não quer dizer que a

Sadia transfira para seus consumidores finais o benefício dum cliente com

cláusula CMF.

A Gessy Lever com a Dixie Toga e CSPC, na produção de embalagens

para detergentes em pó, é um outro exemplo. A concentração do volume em

um fornecedor de embalagens e um de matérias-primas faz com que o

conjunto ofereça

à

Gessy Lever preços competitivos não oferecido aos seus

concorrentes.

(30)

Há uma consideração, bastante interessante, a fazer sobre CMF. No

Brasil, o Grupo Dixie Toga fornece embalagens com exclusividadezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à

Colgate

Palmolive assegurando-lhe preços melhores que seus concorrentes no

mercado de cremes dentais. A Colgate Palmolive tem como grande

concorrente a Gessy Lever, que por sua vez, tem uma cláusula CMF com a

Dixie Toga para embalagens semi-rígidas para detergentes em pó. A

pergunta é como administrar esta relação, se em um mercado a Dixie Toga

oferece uma cláusula CMF para a Colgate Palmolive (cremes dentais) em

concorrência

à

Gessy Lever e, em outro mercado, oferece uma CMF para a

Gessy Lever (detergentes em pó). Em resposta a isto, a Gessy Lever desejou,

no início de 1998, que a Dixie Toga lhe oferecesse condições CMF em todos

os segmentos. Salienta-se que o Grupo Dixie Toga S/A oferece vários

produtos para várias fábricas da Gessy Lever. Fornece embalagens

semi-rígidas (detergentes em pó) numa das maiores operações, como grande

(quase único) fornecedor na América Latina, embalagens flexíveis para

sabonete, embalagens rígidas, tais como potes plásticos para margarinas e

rótulos. A Gessy Lever em várias concorrências e segmentos fez com que o

Grupo Dixie Toga S/A perdesse as concorrências. Em algumas unidades da

Dixie Toga a perda de participação foi maior e em outras menor. Um sinal de

que o cliente estava reagindo, de forma a pressionar o fornecedor de

embalagens em relação aos preços. Um cliente corporativo pode estar menos

preocupado com o nível absoluto dos preços do que com a possibilidade de se

encontrar numa posição de desvantagem em relação a seus concorrentes em

termos de preço. Nestas circunstâncias tem pleno sentido possuir uma CMF.

É

efetivamente uma apólice de seguro que garante ao cliente paridade de

custo com qualquer outro comprador que se abasteça no mesmo fornecedor.

A última coisa que um comprador deseja é que um comprador concorrente

consiga um preço melhor. O que torna uma CMF tão eficaz para mudar o jogo

é a maneira sutil pela qual ela permite ao vendedor assumir controle, quase

que pelas porta do fundo. Ao conceder uma CMF a um cliente, muda-se o

(31)

com alguém, muito mais importante do que esse cliente possuir ou não uma

CMF é saber se seus outros clientes têm CMFs. O cliente pode não gostar

deste fato, mas somente a empresa de embalagens, neste caso, é quem pode

saber se os outros clientes possuem CMFs. Um dos inconvenientes de se ter

esta cláusula é que a manutenção dos clientes torna-se bastante trabalhosa.

Pois se algum de seus concorrentes tentar atuar em seu atual cliente, ter-se-á

que manter o preço no mesmo nível que a nova proposta do concorrente. Em

alguns casos conservar um cliente pode custar muito caro para a companhia.

Caso a empresa esteja preocupada com a possibilidade de perder clientes

para um concorrente, conceder-lhe CMF poderá ser má idéia.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2.2.4.

vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAPreferência pelo Fornecedor

Existem muitos casos no Brasil e no Mercosul onde os clientes elegem

seus fornecedores preferenciais e mesmo que tenham melhor proposta de

outro fornecedor mantêm preferência pelo fornecedor atual. Os clientes

utilizam freqüentemente outros fornecedores para monitorar o fornecedor

atual. A grande desvantagem para os clientes é que se criam empresas

fornecedoras monopolizadas, não dando oportunidade para a criação de

outras empresas de embalagens semi-rígidas. Em outras palavras, em alguns

momentos, estão colocando em risco sua própria flexibilidade e deixando de

criar outras fontes de fornecimento. Esta preferência é chamada de MCC

(Meet-the-Competition Clause)12.

Naturalmente no Brasil sabemos que estas cláusulas estão inseridas

dentro das relações cliente-fornecedor. Inúmeros casos no Brasil onde

verifica-se claramente estas condições. Por exemplo, a Kelloqq's do Brasil,

Bauducco, Perdigão, Santista Alimentos, Philips, Mellita, Lacta, Garoto, Philip

12 "Um rival está assediando seus clientes. O que é que você pode fazer? Uma maneira de impedir ou tornar mais difícil que ele roube seus clientes é empregar uma cláusula para fazer frente à concorrência (MCC - Meet-the-Competition-Clause). Uma MCC é um acordo contratual entre uma companhia e um cliente que dá à companhia a opção de reter o negócio

do cliente cobrindo os lances de qualquer rival." (BRANDENBURG e NALEBUFF, 1996, p.170.kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(32)

Morris, Kibon e Nestlé. A exemplo da Kellogg's que promoveu uma grande

concorrência no Mercosul, coordenada pela Venezuela, onde, depois de

muitas informações dadas pelos fornecedores sobre detalhes de configuração

de custos, processos e lucratividade, manteve o mesmo fornecedor que atua

há anos, inclusive praticando preços 30% acima do mercado. Esta

concorrência serviu simplesmente para baixar os preços do atual fornecedor.

Mesmo sem uma MCC formal, é geralmente aceito que os clientes não

dispensem seus fornecedores, sem antes conceder-lhes uma última chance

de participar da concorrência.

À medida que estas condições tornam-se mais difundidas, mesmo que

informais numa indústria, todos têm menos possibilidade de ganhar quotas.

Isto é uma atitude normal no Brasil, sendo que os clientes não admitem, em

hipótese alguma, terem qualquer preferência sobre algum fornecedor de

embalagens. Fazem isto para conhecer os preços possíveis de serem

adquiridos no mercado, pressionando seus fornecedores preferidos. No Brasil

uma MCC não é uma proteção para o fornecedor, porque não são os

concorrentes que abordam os clientes e sim os clientes que vão

constantemente ao mercado, informando ao mesmo, que desta vez, a

concorrência será diferente. Aquele que oferecer melhores condições será o

fornecedor de embalagens. O que pode ocorrer, é que as empresas

capacitadas abrem seus custos e tecnologias e o próprio cliente transfere esta

tecnologia ao seu fornecedor tradicional. O próprio mercado identificou quem

são os clientes que agem desta forma. Num momento em que há mais oferta

do que demanda, estes clientes ainda estão sendo abastecidos. Se o mercado

se mostrar, em algum momento, ocupado por clientes que desejem

estabelecer relações mais duradouras e menos oportunistas, estarão em

(33)

2.2.5.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAContratos de Longo PrazozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Normalmente, quando algum cliente propõe na concorrência a intenção

de um longo prazo de contrato, a competição torna-se extremamente acirrada

em relação a preço, pois os fabricantes de embalagens sabem que somente

depois de um longo período voltarão a fornecer. Atualmente os contratos de

longo prazo somente são possíveis em clientes ou mercados onde podem-se

prever volumes. Por exemplo, o mercado de cremes dentais e detergentes em

pó. São produtos que são pouco afetados com a economia, pois são produtos

básicos de consumo. No mercado restante, embora os clientes façam

contratos verbais por seis meses ou um ano, via de regra não são cumpridos,

principalmente quando o cliente erra por larga margem na previsão de

compras baseada na sua previsão de vendas. Existem casos onde o cliente

superestima os volumes de compras anuais, realizando uma concorrência,

que coloca o fornecedor numa situação crítica, se a previsão não se

concretizar. Quando o cliente compra um pouco mais do que previu (naquele

mês), exige do fornecedor um desconto pelo aumento do volume fornecido,

mas quando seus volumes caem além do previsto, não admite que o

fornecedor reajuste seus preços. A relação, na maioria dos casos, é

claramente ganha-perde. A maioria das empresas que estão em dificuldades

financeiras, foram as que vislumbraram grandes volumes com preços inviáveis

com os volumes, em muitos casos, não se concretizando, relacionando-se

com o nível tecnológico e com os custos de cada fabricante de embalagens.

No caso dos fabricantes os seus fornecedores de matérias-primas não

celebram nenhum contrato de longo prazo.

Em relação aokjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAm ix de compras dos clientes, em alguns casos, é

possível fazer concessões, tais como descontos por pacote. Por exemplo, o

mês de agosto é o do chocolate, que é quando as aulas iniciam o segundo

semestre, portanto, o consumo de um produto chamado "Baton", da

Chocolates Garoto, tem seu consumo muito elevado, além de sofrer forte

(34)

promoções. Existe, neste caso, uma concessão de preço por um período em

troca de aumento de preço em outras linhas, onde o cliente é líder ou de se

garantir algum futuro lançamento. Normalmente, estas linhas em que o cliente

permite aumento de preço estão direcionadas para produtoskjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBApremium, onde o

consumidor não deixaria de consumir, independentemente de uma pequena

variação nos preços. Enfim, são casos raros onde se tem a situação

ganha-ganha.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2.2.6. Mercado Argentino

No mercado argentino há um grande player, Zupan, que, além de ser o

único produtor de matéria-prima, também é o maior fabricante de embalagens

da Argentina, possuindo mais de 50% deste mercado. A Argentina possui

outros fornecedores de embalagens, que processam aproximadamente 600

toneladas/mês (Guedekian e Farmográfica) e o restante são empresas

pequenas que processam abaixo de 150 ton/mês.

A Argentina é abastecida por estes fornecedores e ainda exporta sua

capacidade ociosa para outros países, principalmente o Brasil. Em 1997 a

empresa Dixie Toga S/A, uma das líderes no segmento de embalagens,

decidiu entrar no mercado argentino para oferecer embalagens semi-rígidas.

Em 1998 a empresa começou a operar sua nova fábrica. Obviamente os

preços deverão cair sensivelmente, pois estará entrando no jogo mais um

jogador. Os grandes consumidores de embalagens da Argentina estão vendo

(35)

2.3.

vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAMudanças no Mercado

2.3.1.

Criando ConsumidoreszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Quando a empresa de embalagens traz novos clientes para o mercado 13,

isto não significa que será fornecedora exclusiva. Em muitos casos torna-se

dispendioso trazer novos clientes.

No caso de embalagens semi-rígidas pode-se trazer novos compradores

(clientes) assim como criar novas necessidades, dentro dos mesmos, fazendo

com que aumentem suas compras e portanto o bolo seja ampliado.

No mercado de alimentos congelados, nos últimos cinco anos, têm

aparecido novos fabricantes. O perfil destes novos empreendedores

é

o

profissional que saiu de grande companhia, criou sua micro-empresas no

ramo de alimentação, cresceu e tornando-se um consumidor de embalagens.

PequenaskjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBArotisseries, hoje, oferecem seus produtos acondicionados em

embalagens especiais de conservação criando suas próprias marcas. Um

exemplo, muito interessante, é o dos abatedouros de carne bovina, que

atualmente, estão deixando de fornecer carnes para os grandes fabricantes de

congelados e produzindo seus próprios produtos em embalagens especiais.

Outro exemplo

é

o da Marba, que se dedicava ao mercado de

mortadelas e, em 1997, entrou no mercado de ham burgueres com a marca

"Kilo Certo". Logicamente, este é um mercado que cresce e reduz a

participação de clientes como Sadia, Perdigão e Ceval, principalmente se

atingir um nível de preços que seja acessível à população de baixa renda.

Outro mercado interessante, que podemos observar o mesmo

comportamento, é o de massas recheadas. A Cica, em 1995, juntamente com

13uÉ uma boa idéia trazer novos clientes para o jogo. Um benefício é óbvio: o bolo fica maior.

Mais clientes redundam em mais vendas, que, por sua vez, proporcionam mais lucros. Há outra vantagem. Com mais clientes, nenhum cliente isolado é essencial. Trazer novos clientes reduz os valores adicionais de todos os existentes. Isto coloca o vendedor numa posição de barganha mais forte em relação a seus clientes. Portanto, para o vendedor, é um ganho duplo: o bolo aumenta e ele consegue uma fatia maior." (BRANDENBURG e NALEBUFF, 1996, p. 91.

(36)

seu fornecedor de embalagens, desenvolveu projetos para acondicionar suas

massas recheadas (exemplo: capeletes) em embalagens semi-rígidas.

Primeiramente, foram desenvolvidos projetos para envase manual e,

depois de um ano, para envase automático em função do aumento do volume

e da velocidade dos equipamentos. Este produto deu origem a outras linhas

de produtos, como conseqüência do trabalho em parceria com os

fornecedores.

Pequenas empresas de cosméticos começaram, depois do Plano Real, a

se estruturar e a desenvolver suas embalagens criando novas marcas. Assim,

como desenvolver um novo mercado para tintura de cabelos para mulheres e

homens negros, passando a ser um mercado muito rentável e pouco

explorado.

No mercado de cereais, um grandekjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAplayer era a Kellogg's e, hoje temos

a Parmalat, a Nestlé e outros, juntamente com seus fornecedores, atuando

ativamente neste mercado e fazendo com que as regras de negociação da

Kellogg's com seus fornecedores possam vir a mudar.

No gráfico abaixo mostramos a participação atual da Kellogg's que, em

1995 tinha uma posição confortável de 95,4%14 de m arket share no Brasil.

Com os novos concorrentes altera-se a relação com os fornecedores de

embalagens e matérias primas e principalmente os preços dos produtos para

os consumidores.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(37)

SuperbomzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

7,6%

10,9%

Kellogg"s

53,9%

CEREAIS MATINAIS EM FLOCOS MARKET SHARE 1996 Outros

11,0%

Fonte: DATAMARK 1997 - BRASIL TREND 98

Uma das melhores maneiras de jogar o jogo é trazer mais compradores.

Devemos pensar em termos de co-opetição, não apenas em concorrência. Em

todos estes mercados citados o nível de disputa pelo preço reduziu-se, pois

muitos fornecedores de embalagens (concorrentes) não possuiam a mesma

necessidade de volumes de vendas e, em contrapartida, não tinham interesse

em atuar no mercado do concorrente visando reduzir preços.

Existem casos, no mercado brasileiro, como a empresa Sarcinelli, que,

com mais de 50 anos no mercado nacional, encerrou as suas operações em

1996. Não conseguindo se diferenciar dos seus concorrentes, entrou em uma

acirrada disputa de preços com o mercado de fabricantes de embalagens,

chegando ao um ponto em que seus preços eram de 30 a 40% menores que a

média do mercado. Os grandes clientes, aproveitando-se da oportunidade,

estabeleceram contratos de longo prazo sem reajuste de preço. Em dois anos,

aproximadamente, a empresa encerrou suas operações.

Um dos fatores importantes é conseguir educar o mercado. Às vezes

investir em um cliente, quer seja pequeno ou grande ou na criação de novos

(38)

Outra maneira de atrair os clientes são produtos complementares, tais

como produtos sazonais. O mercado de chocolates, por exemplo, tem

sazonalidades muito localizadas. Após a Páscoa, agosto que é o mês do

chocolate, o Natal, etc... e, fora destas épocas, as vendas tendem a diminuir.

Portanto, é possível criar produtos específicos para as sazonalidades, mesmo

que em pequenos volumes. Produtos promocionais para datas especiais

também podem ser desenvolvidos. Isto evita, por exemplo, que em épocas de

panetones todos os fornecedores afluam a este mercado, o qual já foi

responsável por muitos prejuízos.

Criar complementos, naturalmente, atrai mais participantes para o jogo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2.3.2.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACriando Mercado Fornecedor

Assim como trazer clientes, trazer fornecedores também é uma boa

idéia. Pois ter fornecedores isolados pode criar uma situação extremamente

perigosa e sem possibilidade de barganha.

Fazer alianças, assim como formar coligações de compra, é uma

alternativa saudável.

No caso dos fabricantes de matérias-primas, os fabricantes de

embalagens deram todas as condições para que a Papirus (um dos

fornecedores nacionais de matérias-primas) desenvolvesse um produto para o

mercado de congelados, pois havia em 1994 somente um fornecedor no

mercado nacional, a Ripasa. Em dois anos este fornecedor progrediu e, a

partir daí, o mercado nacional contou com dois fornecedores. Isto fez com que

os preços ficassem estabilizados e a flexibilidade fosse melhor. Outro fator

importante, que pode ser realizado entre fabricantes de embalagens e

fabricantes de matérias-primas, é o de que todas as aparas geradas no

processo de fabricação poderão retornar ao fornecedor e, com isto, de se

economizar energia (um dos principais insumos na fabricação de cartão), pois

as aparas são de procedência conhecida e sem contaminantes. No mercado

(39)

operação, pois há o envolvimento dos aparistas15 , que, em momentos de alta

demanda, oferecem aos fabricantes de papel aparas retiradas das ruas da

cidade. Se o fornecedor de matérias-primas iniciar a operação com os clientes

que fabricam embalagens, haverá uma retaliação por parte dos aparistas, que,

na realidade, utilizam-se de mão-de-obra barata e, nos períodos de demanda,

oferecem as aparas ao preço de celulose branqueada.

Alguns fabricantes de matérias-primas realizam esta operação, que se

torna extremamente interessante para ambos os lados, sendo um fator de

competitividade, no caso de grandes concorrências, pois a matéria-prima

representa mais de 60% do custo da embalagem.

Formar coligações de compra é uma poderosa estratégia para atrair mais

fornecedores.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2.3.3.

vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACriando Complementadores

Os complementadores16 mais importantes, desenvolvidos neste mercado de embalagens semi-rígidas, são as empresas que fabricam filmes (fotolitos)

de impressão, fabricantes de facas e, com menor influência, os fornecedores

de tintas e vernizes especiais. Quando é possível realizar coligações de

compras com clientes, torna-se mais atraente, também, para os fornecedores

das empresas de embalagens, a coligação entre si. Por exemplo, durante

muitos anos as empresas de fotolitos e agências de propaganda e marketing

trabalhavam sozinhas, sem a participação das empresas de embalagens. O

resultado final saía muito mais caro para o cliente que os contratou, pois, além

de não serem especializados em embalagens, cobravam muito por este

trabalho. A partir do momento em que as empresas de embalagens

15 Empresas que comercializam refugos de papéis de baixa qualidade, provenientes de

indústrias, residências e ruas.

16 "Trazer clientes e fornecedores é uma boa idéia. A estratégia de atrair complementadores

também é. Ela aumenta seu valor adicional. Com mais complementos, seu produto se torna mais valioso para os clientes. Melhor ainda se os complementos forem baratos. Portanto, quanto mais complementadores competindo um com o outro no jogo, melhor".

(40)

começaram a mostrar para os clientes finais o benefício de trabalhar com

engenharia simultânea e em conjunto na criação de novos produtos, idéias e

soluções, o número de complementadores que disponibilizaram seus serviços

foi muito grande. Portanto, é possível mostrar aos clientes como se reduz

custos e não preços quando se celebram coligações e contratos com a cadeia

de fornecimento. E, quanto mais se fortalece a relação com os clientes, mais

complementadores entram no jogo e, desta forma, obter vantagens

competitivas, tanto para os clientes, quanto para os fornecedores e

complementadores. Os fornecedores de facas a laserzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA17 , são importantes complementadores pois pode-se enviar todas as informações dos projetos viakjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

internet assim como trocar informações sobre a melhor forma de se realizar

um projeto

à

distância, reduzindo sensivelmente os custos.

No caso dos fornecedores de vernizes, as empresas pesquisam

constantemente novos componentes químicos para melhorar o brilho das

embalagens, o que cada vez mais, é exigido pelo mercado consumidor.vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2.3.4. Fortalecendo um Relacionamento

No caso dos fabricantes de matérias-primas, custos fixos são altos, por

serem negócios de produtos primários e por terem que manter suas fábricas

operando, independentemente de terem ou não pedidos. Os processos são

contínuos, geram altos custos na eventualidade de parada dos equipamentos.

Razão porque este mercado deveria criar valores adicionados elevados

(Added Value of

a

Relationship)18.

O fato de controlarem a oferta faz com que o valor adicionado seja

grande, pois, neste caso o mercado fica dependente. No caso das empresas

de embalagens semi-rígidas a situação é diferente, pois há uma gama muito

17 Ferramentas normalmente feitas em aço, para cortes de embalagens. A madeira onde se fixa esta ferramenta écortada com tecnologia laser.

(41)

grande de fornecedores, o que obriga as empresas a serem leais com seus

clientes. A grande dificuldade é como desenvolver um relacionamento forte.

Até certo ponto os relacionamentos são automáticos. Depois que os clientes

compram de uma empresa, há uma tendência natural de voltar a comprar.

Isto no mercado nacional pode ocorrer com grandes clientes ou com clientes

que descobriram os altos custos dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

transação".

Cotações mensais levam a

desgastes de ambas as partes e efetivamente não agregam valor a nenhuma

das partes. Existe, no Brasil, um número de clientes que ainda operam nestas

condições. Os fornecedores deste mercado são aqueles que não conseguem

competir com os grandes concorrentes, em termos de tecnologia e

mão-de-obra especializada e, na sua totalidade, são empresas familiares. Em

contrapartida estes clientes são empresas que também não valorizam tanto a

qualidade, pois seus processos são totalmente manuais e estão dedicados a

um mercado de preços muito baixos.

O fato do cliente comprar pela segunda vez, é uma questão de pura

inércia. Isto oferece pouco valor adicionado, mas deve-se promover

ativamente sólidos relacionamentos com seus clientes.

Dentro das empresas de embalagens profissionalizadas pode-se citar a

Dixie Toga, que, em 1997, adquiriu a Impressora Paranaense, até então uma

empresa familiar, conseguindo sair da relação tradicional com seus clientes e

estabelecendo um modelo diferenciado de negociação possibilitando uma

geração de grande valor adicionado aos clientes e a si própria, estabelecendo

uma forte relação de lealdade.

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