SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
de
atualizac¸ão
Fraturas
subtrocantéricas
do
fêmur:
atualizac¸ão
Paulo
Roberto
Barbosa
de
Toledo
Lourenc¸o
ae
Robinson
Esteves
Santos
Pires
b,c,∗ aHospitalQuintaD’Or,RiodeJaneiro,RJ,BrasilbHospitaldasClínicas,UniversidadeFederaldeMinasGerais,BeloHorizonte,MG,Brasil
cHospitalFelícioRocho,BeloHorizonte,MG,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem23deabrilde2015
Aceitoem23deabrilde2015
On-lineem12deoutubrode2015
Palavras-chave:
Fraturasdoquadril/etiologia
Fraturasdoquadril/diagnóstico
Fraturasdoquadril/cirurgia
Fraturasdoquadril/classificac¸ão
r
e
s
u
m
o
Devidoàsparticularidadesanatômicasdaregiãosubtrocantérica,otratamentodas
fratu-rasnessaregiãopermanecedesafiador.Aincontestávelevoluc¸ãodosimplantesnãofoi
acompanhadapelaesperadadiminuic¸ãonoíndicedecomplicac¸ões.
Oobjetivodopresenteestudoédiscutir,minuciosamente,pontoscríticoscomo
planeja-mentopré-operatório,táticasdereduc¸ãoeevidênciascientíficasatuaisnotratamentodas
fraturassubtrocantéricasdofêmur.
©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora
Ltda.Todososdireitosreservados.
Subtrochanteric
fractures
of
the
femur:
update
Keywords:
Hipfractures/etiology
Hipfractures/diagnosis
Hipfractures/surgery
Hipfractures/classification
a
b
s
t
r
a
c
t
Becauseoftheanatomicalpeculiaritiesofthesubtrochantericregion,treatmentof
fractu-resinthisregionremainschallenging.Theundeniableevolutionofimplantshasnotbeen
accompaniedbytheexpecteddecreaseinthecomplicationrate.
Theaimofthisstudywastodiscusscriticalpointsindetail,suchaspreoperativeplanning,
reductiontacticsandthecurrentscientificevidenceconcerningtreatmentof
subtrochan-tericfracturesofthefemur.
©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora
Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
As fraturas subtrocantéricas ocorrem na região proximal
dofêmur, cuja definic¸ãoanatômica é difícil econtroversa.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:robinsonestevespires@gmail.com(R.E.S.Pires).
Fielding1 propôsumadefinic¸ãomuitousadaatéos diasde
hoje:aregiãosubtrocantéricacorrespondeaointervaloentre
opequenotrocânterecercade5a7,5cmabaixodomesmo,
em direc¸ão ao istmo femoral. Podem apresentar extensão
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2015.04.031
paraaregiãoproximal(trocantéricaoucolofemoral)oudistal
(diafisária).1,2
Correspondema25%dasfraturasproximaisdofêmuresua
distribuic¸ãoébimodal.Adultosjovensdogêneromasculino
envolvidosemtraumasdealtaenergiaapresentampadrões
complexosdefratura;enquantoquepacientesidosos,
predo-minantementedogênerofeminino,geralmenteapresentam
fraturasespirais.1
Devidoà particularidade anatômica e, especialmente, à
dificuldade de reduc¸ão, o tratamento das fraturas
subtro-cantéricas segue como um grande desafio para o
trauma-tologista, não só pelas dificuldades de osteossíntese como
pelascomplicac¸õesaindafrequentes.Aseguir,abordaremos
aspectosimportantesquenosauxiliarãoaesclareceras
par-ticularidadesdotratamentodasfraturassubtrocantéricas.
Por
que
suas
características
anatômicas
e
biomecânicas
são
singulares?
A região subtrocantérica do fêmur é uma área de grande
concentrac¸ãode estresse e,devido àssuasinserc¸ões
mus-culares,sujeitaaváriasforc¸asdeformantes.Adeformidade
clássica é flexão (provocada pelo iliopsoas), abduc¸ão (pelo
glúteomédio) erotac¸ão externa(pelos rotadores externos)
dofragmentoproximaldofêmur.Osadutores,inseridosna
regiãodistaldofêmur,sãoresponsáveispeladeformidadeem
varo.2,3
Devidoàpredominânciadeossocortical,aregião
subtro-cantérica apresenta vascularizac¸ão maisprecária doque a
transtrocantérica,oquedificultaaconsolidac¸ãodasfraturas.
Fraturascomplexascomfalhadesuportemedialapresentam
índiceselevadosdefalênciadafixac¸ãoereoperac¸ão.2
Existe
um
sistema
ideal
de
classificac¸ão
para
as
fraturas
subtrocantéricas?
Existemmaisde15classificac¸õesdescritasparaasfraturas
subtrocantéricas.1,3-5Aclassificac¸ãodeFielding1subdivideas
fraturasdeacordocomsualocalizac¸ãoanatômica,sendoo
tipo1correspondenteàsfraturas aoníveldopequeno
tro-cânter,otipo2correspondenteàsfraturaslocalizadasentre
2,5e5cmabaixodopequenotrocântereotipo3
correspon-denteàsfraturasentre5e7,5cmabaixodopequenotrocânter.
Seuvalorésomentehistóricopelabaixareprodutibilidadeem
razãodasvariac¸õesétnicas.
Aclassificac¸ãodeRussell-Taylorlevaemconsiderac¸ão a
integridadedafossapiriforme (maisadequadamente
deno-minada fossa trocantérica).1 O tipo I não acomete a fossa
trocantérica(IA:semextensãoparaopequenotrocânter;IB:
comextensãoparaopequenotrocânter).OtipoIIacometea
fossatrocantérica(IIA:semcominuic¸ãodopequenotrocânter;
IIB:cominuic¸ãogravedopequenotrocânter).Quandocriada,
osautoresbuscavamumaorientac¸ãoquantoaométodode
fixac¸ãodafraturacomimplantesexistentesàépoca.Fraturas
do tipo I, sem envolvimento da fossa trocantérica,
pode-riamsertratadascomimplantesintramedularesdeprimeira
gerac¸ão eponto de entrada nafossa trocantérica. Fraturas
do tipo II, com envolvimento da fossa trocantérica,
deve-riam ser tratadas com implantes extramedulares. Com o
desenvolvimentoeaprimoramentodosdispositivos
intrame-dulares–hastesintramedulares(HIM)desegundaeterceira
gerac¸ões – essa classificac¸ão perdeu o valor prognóstico e
de orientac¸ão terapêutica, pois o acometimento da fossa
trocantérica deixou de ser contraindicac¸ão para a fixac¸ão
intramedular.
Aclassificac¸ão deSeinsheimertalvezseja amaisusada
epráticaparaasfraturas subtrocantéricasdofêmur,poisé
caracterizadapelonúmerode fragmentosfraturadosepela
ênfasenãosomentenoacometimentodacorticalmedial,mas
tambémdalateral.2
Loizou et al.4 também descreveram um sistema de
classificac¸ãobaseadonograudecominuic¸ãodafratura
subtro-cantérica.Porém,essaclassificac¸ãonãoganhoupopularidade
emnossomeio.
Aclassificac¸ãoAOlevaemconsiderac¸ãooosso(fêmur=3),
alocalizac¸ão(diáfise=2),aenergiadotrauma(A,BouC)eo
mecanismo(1,2ou3).Porconvenc¸ão,afraturasubtrocantérica
écaracterizadapor“.1”.
ApesardelargamenteusadaerecomendadapelaOTA,a
classificac¸ãoAOtemadesvantagemdeenglobarafratura
sub-trocantéricaemumgrupode fraturascomcomportamento
mecânicoebiológicodistinto:asfraturasdiafisárias.2
Recentemente, Guyver et al.5 propuseram uma
classificac¸ão denominada MCG. Esse sistema é
subdivi-dido emtrês tipos: TipoI: preserva o pequeno e ogrande
trocânter;TipoII:acometeograndetrocânter,masopequeno
trocânterestáíntegro;TipoIII:acometeopequenotrocânter
(maisinstável).
Em seu trabalho original, os autores ainda avaliaram a
reprodutibilidadeintraeinterobservadoresdasclassificac¸ões
MCG, Russell-Taylor, AO e Seinsheimer. Apesar da pobre
reprodutibilidade intra e interobservadores de todas as
classificac¸ões(Kappa0,35),osistemaMCGmostrouamaior
concordância,seguidopelasclassificac¸õesdeRussell-Taylor,
AOeSeinsheimer.5
Acreditamosqueaindanãodispomosdeumsistemaideal
de classificac¸ão paraasfraturas subtrocantéricasdofêmur
capaz de orientar tratamento, prognóstico ecom
reprodu-tibilidade interobservadores satisfatória. Em nossa prática,
adotamosaclassificac¸ãoAOpelafacilidadedecomunicac¸ãoe
porserreferêncianaspublicac¸õesatuais.
Tratamento
cirúrgico
x
não
cirúrgico
Otratamentonãocirúrgicodasfraturassubtrocantéricas
acar-reta deformidades provocadas por encurtamento e desvio
rotacional,dificultandooretornoàsatividadesfuncionais
pré-vias àlesão. Noentanto,opontocríticodotratamentonão
cirúrgicoestárelacionadoaoaumentodamorbimortalidade
causadopelaimobilizac¸ãoepelodecúbitoprolongados.
Ate-lectasia,pneumonia,fenômenostromboembólicoseescaras
sãocomplicac¸õesfrequentementeassociadasaodecúbito
pro-longado.
Atualmente, o tratamento não cirúrgico para as
fratu-ras subtrocantéricas do fêmur é excec¸ão e deve ser feito
apenas em pacientes portadores de comorbidades clínicas
extremamentegravesquecontraindiquemosprocedimentos
Quando
operar
um
paciente
com
fratura
subtrocantérica
do
fêmur?
Pacientesvítimasdetraumadealtaenergiadevemser
ava-liadossegundooprotocoloATLS.Apósestabilizac¸ãoclínica,
as condic¸ões locais, como a integridade da pele, o status
neurovasculareograudelesãodepartesmoles,devemser
minuciosamenteobservados.
Nos politraumatizados graves, nos quais mesmo após
manobras iniciais de ressuscitac¸ão o paciente permanece
hemodinamicamenteinstável,estáindicadaafixac¸ãoexterna
imediataparacontrolededanos.
Empacientesestáveis,operíodoidealparaafixac¸ão
defini-tivadafraturaédentrodasprimeiras48horas.Seporalguma
razãonão forpossível afixac¸ãodefinitiva da fraturanesse
período,atrac¸ãoesqueléticaou,preferencialmente,afixac¸ão
externaestaráindicadaparaestabilizac¸ãotemporária.2
Khan et al.7 fizeram uma revisão de 52 estudos, com
291.413pacientes,edemonstraramqueacirurgiafeitadentro
dasprimeiras48horasreduzcomplicac¸õesemortalidade.
Semprequepossível,optamospelafixac¸ãoprecoceda
fra-turasubtrocantéricadofêmur(dentrodasprimeiras48horas
apósotrauma).
Qual
o
melhor
método
de
fixac¸ão
para
as
fraturas
subtrocantéricas?
A
evoluc¸ão
dos
implantes
Asplacas
Emboradesenvolvidoparaotratamentodas fraturas
trans-trocantéricas,oDHStambémfoiamplamenteusadoparaa
fixac¸ãodasfraturassubtrocantéricas.Noentanto,devidoàs
características biomecânicas das fraturas subtrocantéricas,
váriosautoresreportaramresultadosinsatisfatóriosemcerca
de70%doscasosquandoesseimplantefoiusado.2 Comoo
DHSéumsistemadinâmico,podeocorrermedializac¸ão
pro-gressivadadiáfiseefalênciadafixac¸ão.
AplacalâminaeoDCS,desenvolvidospelogrupoAO,são
opc¸õesviáveisparaotratamentodasfraturas
subtrocantéri-cas,especialmentequandotécnicasdereduc¸ãoindiretaefixac¸ão
biológicasãousadas.2
Boopalan et al.8 reportaram os resultados de 22
paci-entes com 23 fraturas subtrocantéricas do fêmur tratados
com placa lâmina pela técnica biológica – minimamente
invasiva. Dezenove pacientes não tiveram necessidade de
cirurgiasadicionais.Doispacientesforamreoperadosdevido
areduc¸õesemvaroeumpacientefoisubmetidoa
desbrida-mentocirúrgicodevidoàinfecc¸ão.Osresultadosfuncionais
foramconsideradosexcelentesem10pacientes,bonsem11e
pobresemdois.
Devidoaoseubaixocustoeàfamiliaridadedoscirurgiões
tantocomoDCSquantocomaplacalâmina,essesimplantes
persistemcomoimportantesefrequentesopc¸õesdefixac¸ão
paraasfraturassubtrocantéricasnoBrasil.Noentanto,cabe
salientarque,quandoseoptapelousodaplacalâminaoupelo
DCS,deve-sedarpreferênciaaousodetécnicasminimamente
invasivaspara preservara biologiada região.Aabordagem
convencional(aberta)promoveimportantedesvascularizac¸ão
local,aumentaosíndicesdeinfec¸ão,pseudartroseefalência
daosteossíntese.
Maisrecentemente,algunsautores reportaramo usode
placascomparafusosdeângulofixonotratamentodefraturas
subtrocantéricasdofêmur.
Saini et al.,9 com placas PF-LCP (ProximalFemur -
Loc-king Compression Plate - Sharma Surgicals, India) para
o tratamento de fraturas subtrocantéricas cominutivas em
35pacientes,obtiveramconsolidac¸ãoemtodos.Dois
pacien-tesapresentaraminfecc¸ão,doisencurtamentode1cmeum
evoluiucomconsolidac¸ãoviciosaemrotac¸ãoexterna.Os
auto-resconcluíramqueafixac¸ãobiológicacomplacasPF-LCPem
fraturassubtrocantéricascominutivaspromovefixac¸ão
está-vel, com elevado índicede consolidac¸ão ebaixo índice de
complicac¸ões.
Recentemente, Wirtz et al.10 reportaram elevado índice
decomplicac¸ões comatécnicadereduc¸ãoabertaefixac¸ão
interna com a placa PF-LCP (Synthes, West Chester, PA,
USA).Em19pacientesportadoresdefraturas
subtrocantéri-cassubmetidosàfixac¸ãocomplacaPF-LCP,seteapresentaram
complicac¸ões importantes como infecc¸ão, cut-outecolapso
em varo,demandando novos procedimentoscirúrgicos. Os
autores ressaltaram que, aocontrário dosimplantes
intra-medulares, asplacasPF-LCPnãopermitemacomodac¸ãoda
fratura,o queécríticoparaconsolidac¸ão nasfraturas com
perdadesuporteposteromedial.
Amitetal.11 descreveramousodaplacaLISS(Less
Inva-sive Stabilization System – DePuy Synthes), originalmente
desenvolvida para asfraturas distaisdo fêmur, na fixac¸ão
dasfraturassubtrocantéricas.Deformanãoconvencional,os
autoresfizeramaosteossíntesecomaplacacontralateralde
formareversaeressaltaramaspotenciaisvantagensda
téc-nicadescrita: facilidadede acomodac¸ãoda placanaregião
proximaldofêmur,curvaturaradialdofêmuracompanhada
pelacurvaturadaplaca epossibilidade defixac¸ãodeossos
osteoporóticoscomousodeparafusosdeângulofixo
multi-planares.
Ashastesintramedulares
Em1964,Zickel12desenvolveuumahasteintramedular
espe-cíficaparaotratamento dasfraturassubtrocantéricas. Esse
sistemaéconsideradooprecursordosimplantes
intramedu-laresusadosatualmenteparaasfraturassubtrocantéricas.
WisseBrien.13revolucionaramotratamentodasfraturas
subtrocantéricascomousodehastesintramedularesdolado
contralateral. O orifícioda haste parao bloqueioproximal,
quandoinvertido,permitiaacolocac¸ãodeumparafuso
dire-cionadoaocolo femoral.Dessaforma,os autorespuderam
tratarfraturasque,deacordocomaclassificac¸ãode
Russel--Taylor,tinhamcontraindicac¸ãoparaafixac¸ãointramedular
poracometerafossatrocantérica.
Emborainicialmentedesenvolvidasparaotratamentodas
fraturastranstrocantéricas,ashastescefalomedularesforam,
naturalmente,usadasnasfraturassubtrocantéricas.
Rapida-mente,ashastescefalomedularesganharampopularidadee,
devidoàssuaspropriedadesbiomecânicasfavoráveise
apresentaramresultadossatisfatóriosecombaixosíndicesde reoperac¸ão.
Umeretal.14reportaramosresultadosdotratamentode
fraturas subtrocantéricas com hastes intramedulares com
lâminaespiralparabloqueiocefálico.Emsuasériede33
paci-entes, os autores obtiveram consolidac¸ão em 94% até seis
mesesdepoiscirurgia,tempocirúrgicomédiode2,4horase
médiadehospitalizac¸ãodesetedias.
Borenset al.15 trataram90 pacientes portadores de
fra-turasubtrocantéricadofêmurcomhastesintramedularestipo
GammaNail(Stryker).Comseguimentomédiodedoisanos,os
autoresreportaramausênciadeinfecc¸ão.Umpaciente
apre-sentoufraturaabaixodahaste,quefoitrocadaporoutrahaste
maislonga.Doispacientesapresentaramfalênciada
osteos-sínteseporreduc¸ãoemvaro.Umdelesfoitratadocomtroca
dahaste eenxerto ósseoeo outrocom remoc¸ãodahaste,
osteossínteseplacalâminaeenxertoósseo.Todososoutros
87pacientesconsolidaramcomacirurgiaprimária.Osautores
ressaltam que, devido às propriedades biomecânicas
favo-ráveisdoimplante(tutorintramedular),reabilitac¸ãoecarga
precocessãopermitidosmesmoempacientesosteoporóticos.
Existe
um
ponto
de
entrada
ideal
para
as
hastes
cefalomedulares?
A definic¸ão do ponto de entrada da haste dependerá do
implante escolhido para a fixac¸ão. Classicamente, hastes
retas têm ponto de entrada na fossa piriforme (mais
ade-quadamente denominadafossa trocantérica);16 hastes com
inclinac¸ão lateral de 6◦
têm ponto de entrada no topo do
grandetrocânter;hastescominclinac¸ãolateralde10◦
entram
lateralmenteaograndetrocânter.
Noentanto,Streubelet al.,17 aoanalisar 50 radiografias
dequadrisnormais,demonstraramqueopontodeentrada
idealparahastescominclinac¸ãolateralde6◦
foiligeiramente
medialaotopo dograndetrocânter em70% dospacientes
estudadoselateralem23%.
Acreditamosqueoplanejamentocirúrgicopré-operatório
sejafundamentalparaquedeformidadesadicionais
provoca-daspelopontodeentradainadequadosejamevitadas.
Evidências
atuais
Herscovicietal.18fizeramestudoretrospectivoemque
com-pararamimplantesintraeextramedularesnotratamentodas
fraturas subtrocantéricasdofêmur. Osautores
demonstra-ramque,apesardeafixac¸ãointramedularsermaisrápida
e com menor sangramento, os resultados funcionais e as
complicac¸õesforamsimilares.Ressaltaram,ainda,queo
cirur-giãodeveanalisar,cuidadosamente,opadrãodefraturapara
verificar quandoa técnica que lhe é maisfamiliar poderá
gerarresultadosfuncionaissatisfatóriosecombaixoíndice
decomplicac¸ões.
Mirbolook et al.19 compararam resultados funcionais e
índicedecomplicac¸õesnotratamentodefraturas
subtrocan-téricasdofêmurcomduastécnicascirúrgicas:reduc¸ãoaberta
e fixac¸ão interna com placa trocantérica PF-LCP (Proximal
Femur–LockingCompressionPlate,DePuySynthes)efixac¸ão
com haste cefalomedular com técnica biológica (reduc¸ão
indireta).Nãohouvediferenc¸aestatisticamentesignificativa
entreosdoisgruposcomrelac¸ãoàfunc¸ão,consolidac¸ãoeàs
complicac¸ões.
Kuzyk et al.20 avaliaram estudos que comparavam as
fixac¸õesintraeextramedularesparaotratamentodas
fratu-rassubtrocantéricasdofêmur.Arevisãosistemáticaconstou
detrêsestudoscomníveldeevidênciaIenovecomnívelIV.
Osautoresreportaramnívelderecomendac¸ãoBfavorávelaos
implantesintramedularescomrelac¸ãoaotempodecirurgiae
aoíndicedefalhasdefixac¸ão.
Nossapreferênciaparaotratamentodasfraturas
subtro-cantéricasépelafixac¸ãocomhastescefalomedulareslongas
devido àssuaspropriedadesbiomecânicas epela
possibili-dadedefixac¸ãominimamenteinvasiva.
Noentanto,muitomaisimportantedoqueaescolhado
implanteéaqualidadedareduc¸ãodafratura.
Emumafraturabemreduzida,aliteraturademonstraque
osresultadosdasfixac¸õesintraeextramedularescomtécnica
biológica(minimamenteinvasiva)sãosimilares.
Mesa
de
trac¸ão
ou
mesa
convencional
radiotransparente?
Existemváriosposicionamentospossíveisparaafixac¸ãodas
fraturas subtrocantéricas. Aescolhadeveráser baseadano
tipode fixac¸ão(intraouextramedular) enaexperiênciado
cirurgiãocomatécnicaescolhida.Omaisimportanteéquese
consigaobterimagensadequadasequeoposicionamentodo
troncoedosmembrosnãodificulteoprocedimentocirúrgico.
Mesadetrac¸ão
O paciente pode ser posicionadoem posic¸ãode “banana”,
comotroncoaduzido,omembrosuperioripsilateralfixadoem
aduc¸ãodoombroeflexãodocotoveloeomembroinferior
con-tralateralemposic¸ãoinferior(chamadaposic¸ãoem“tesoura”).
Esseposicionamentofacilitaacolocac¸ãodointensificador
deimagenstantoparaafeituradopontodeentradaquanto
dosbloqueiosproximaledistaldahasteintramedular.
A aduc¸ão do membro inferiorfraturado para facilitar o
pontodeentradadeveserevitadadevidoaodesvioemvaro
provocadoporesseposicionamento.
Mesaconvencional
Épossívelafixac¸ãotantoemposic¸ãosupinaquantoem
decú-bitolateralcompletooulateraloblíquo.Nodecúbitolateral,
apesardeopontodeentradasermaisfácil,ocirurgiãodeve
tomarcuidadoparaqueafraturanãofiqueemvaropelaac¸ão
dagravidadeedatrac¸ãomuscular.
Naposic¸ãosupina,umcoximpodesercolocadopara
faci-litar a feitura do ponto de entrada e o bloqueio proximal
nafixac¸ãointramedular.Adesvantagem daposic¸ãosupina
éanecessidadedeumauxiliarquetracioneomembropara
areduc¸ãodafratura.Comoopc¸ãoàtrac¸ãomanual,ocirurgião
poderáusarodistratorAO.
Baratzetal.21avaliaramaexposic¸ãoàradiac¸ãoe
dasfraturassubtrocantéricas.Osautoresencontrarammenor
exposic¸ãoàradiac¸ãonaposic¸ãosupina.
Nãoexisteconsensonaliteraturasobrequalomelhor
posi-cionamentodopacienteesobreanecessidadeounãodamesa
detrac¸ão.Ocirurgiãodeveráposicionaropacientedaforma
comaqualestivermaisbemfamiliarizado.
Emnossaprática,temospreferênciapelousodamesade
trac¸ãocomopacienteemposic¸ãode“banana”(tronco
adu-zidoemembrosinferioresemposic¸ãode“tesoura”).Comesse
posicionamento,tantoafixac¸ãointraquantoaextramedular
sãopossíveiseocirurgiãotemcampocirúrgicolivreparaa
aquisic¸ãodeimagensperoperatórias.
Como
reduzir
as
fraturas
subtrocantéricas?
Apesardaevoluc¸ãodosmétodosdefixac¸ão,éunânimeo
reco-nhecimentodetodososautoresdequeareduc¸ãoéofator
isoladomaisimportantenoprognósticodafratura
subtrocan-térica.Osautoresressaltamanecessidadedebuscarareduc¸ão
dafraturacomrestaurac¸ãodoângulocervicodiafisárioedo
comprimento,alémdacorrec¸ãodarotac¸ãoeflexãodo
frag-mentoproximal,comousodemétodosquenãoprovoquem
maiordanobiológico.
Riehl et al.,22 em estudo retrospectivo emque
analisa-ramosresultadosdafixac¸ãointramedularem35pacientes,
observaramquereduc¸õesinsatisfatórias,commaisde10◦
em
qualquerplano,resultaramemproblemasnaconsolidac¸ão.
Miedeletal.,6aoanalisarosresultadosdafixac¸ão
intrame-dularnotratamentodefraturassubtrocantéricasemidosos,
obtiveram50% deboareduc¸ão e50% dereduc¸ão aceitável.
Nogrupocomqualidadeda reduc¸ãoconsideradaboapelos
cirurgiões,nenhumpacientefoireoperado,aopassoque,no
grupocomreduc¸ãoaceitável,23%necessitaramreoperac¸ão.
Osautoresressaltaramaimportânciadeseobterumareduc¸ão
satisfatória,umavezqueareduc¸ão“aceitável”podelevarà
necessidadedenovacirurgiaem¼dospacientes.
Devido às inúmeras forc¸as deformantes que atuam na
regiãosubtrocantérica,areduc¸ãoindiretadasfraturasé,
geral-mente,difícil.
Noentanto, aevoluc¸ãodosimplantes foiacompanhada
pelaevoluc¸ãonosinstrumentaisdereduc¸ão.Atualmente,
dis-pomos de instrumentais que nos possibilitam reduc¸ão da
fraturadeformaeficienteecomtécnicasminimamente
inva-sivas.
Yoonetal.23reportaramosresultadosdafixac¸ãode
fratu-rassubtrocantéricasdofêmurcomousodepinc¸asdeWeber
paraareduc¸ão.Emfraturascompredominânciadeflexãodo
fragmentoproximal,osautoresfizeramumaincisãolateralde
5cmparaaintroduc¸ãodapinc¸a.Emfraturascomcomponente
espirallongonoplanosagital,osautoresrecomendam
inci-sãolateraleintroduc¸ãodeumapinc¸ahemostáticaapoiadana
corticalanteriordofêmur,emdirec¸ãoàcorticalmedial.
Pos-teriormente,apinc¸adeveserelevadaparacorrigiraflexãoea
rotac¸ãoexternadofragmentoproximaldofêmur.Umanova
incisãoanterior,transquadricipital,éfeitaparaaintroduc¸ão
Figura2–Ilustrac¸ãoquemostraousodeumpino deSchanzparareduzirovaro.
dapinc¸adeWeber.Emsuasériede10pacientesoperadoscom
essatécnica,otempomédioparaareduc¸ãofoide12minutos
(entre6-21)etodasasfraturasconsolidaramcomapenasuma
perdaparcialdereduc¸ão.Éimportantesalientarqueapinc¸a
dereduc¸ãodevesermantidaatéofimdosbloqueiosproximal
edistaldahaste.
Dispositivosdotipo“pontabola”epinosdeSteinmannou
deSchanz,colocadosporumaviadeacessopuntiforme
ante-rior,podemserusadoscomoumjoystickparareduziraflexão
dofragmentoproximalnafraturasubtrocantéricadofêmur.
Empacientescomboaqualidadeósseaeintegridadeda
cor-ticalposteriordofêmur,aprópriahastepodeserusadacomo
instrumentodereduc¸ãodaflexãodofragmentoproximaldo
fêmur(fig.1).
Paraacorrec¸ãodovaro,um“pontabola”oupinodeSchanz
podeserusado,comoilustraafigura2.
Alguns autores agregam cerclagem para manter a
reduc¸ãodafratura.24,25Noentanto,questiona-seapotencial
desvascularizac¸ãoósseaprovocadapelacerclagem.
Tomásetal.24fizeramcerclagemem12pacientes
submeti-dosàosteossíntesecomhastescefalomedularesparaafixac¸ão
defraturassubtrocantéricas.Todasasfraturasconsolidaram
enãohouveinfecc¸ãosuperficialouprofunda.
Afigura3ilustraotratamentodeumafratura
subtrocanté-ricacomplexareduzidacompinc¸aspercutâneasefixadacom
hastecefalomedularlonga.
Seyhanetal.25 compararamosresultadosdotratamento
defraturas subtrocantéricasdofêmurcomhastes
intrame-dulares com três técnicas de reduc¸ão: pinc¸as, cerclageme
parafusospoller.Ogruponoqualfoiusadasomenteapinc¸a
dereduc¸ãoteveomaiorintervaloatéacargatotal(p=0,032)e
menorHarrishipscoreapósumano(p=0,02).Jáogrupopoller
Figura3–ImagensgentilmentecedidaspeloProfessorGeraldLang,daUniversidadedeWisconsin.(A):Fratura
apresentoumaiortempocirúrgico.Nãohouvediferenc¸aentre
osgruposcomrelac¸ãoàqualidadedareduc¸ão,aotempode
consolidac¸ão,àscomplicac¸õeseaoíndicedereoperac¸ões.
Complicac¸ões
Mesmocomimplantesmodernos,osíndicesdecomplicac¸ões
notratamentodasfraturassubtrocantéricaspermanecem
ele-vados(cercade21%).Infecc¸ões,pseudartroses,consolidac¸ões
viciosas e perda da reduc¸ão são as complicac¸ões mais
frequentes.2
Independentementedométododefixac¸ão,aqualidadeda
reduc¸ãodiminuioestressesobreoimplante,aumentao
con-tatoósseoefacilitaaconsolidac¸ão.
Falências precoces de fixac¸ão resultam, geralmente, de
problemastécnicosrelacionadoscomoprocedimento
cirúr-gico.Falhastardiasocorremcomoconsequênciadereduc¸ão
insatisfatória, baixoestoque ósseo,escolha inadequada do
implante,padrõesdefratura complexos,tabagismoepobre
vascularizac¸ãolocal.2
OsefeitosZeZ-reversosãocomplicac¸õesdecorrentesdo
tratamento defraturas proximaisdofêmur comimplantes
cefalomedularesquetêmdoisparafusosdebloqueiocefálico.
Essascomplicac¸õesforamdescritascomomigrac¸õesdos
para-fusos cefálicosemdirec¸ões opostas devidoa fatorescomo
baixoestoqueósseo,pontodeentradaexcessivamentelateral,
reduc¸õesemvaroegravecominuic¸ãomedial.26
Outracomplicac¸ãodescritaéo impingementda haste na
corticalanteriordo1/3distaldofêmur.Estudos
demonstra-ramquepacientesdebaixaestatura(<1,6m,especialmente
mulhereseasiáticos),têmcurvaturaradialdofêmur
aumen-tada,oquepoderiapredisporàocorrênciadefraturasdistais
dofêmurdevidoaoimpingementdahastenacorticalanterior
do1/3distaldofêmur.Hastes com curvaturaradial
inade-quada,assimcomopontodeentradaincorreto,tambémsão
fatoresderiscoparaessacomplicac¸ão.27,28
Considerac¸ões
finais
Devidosàsparticularidadesanatômicasdesfavoráveis,apesar
dodesenvolvimentode novosimplantes, otratamento das
fraturassubtrocantéricasdofêmuraindaapresentaelevado
índicedecomplicac¸õesepermanecedesafiador.
Sejaqualforoprincípiodeestabilidadeeométodo
esco-lhidosparaotratamentodafraturasubtrocantérica,oponto
chaveparadiminuirachancedecomplicac¸õeséaqualidade
dareduc¸ão.
Semprequepossível,areduc¸ãoindiretacompreservac¸ão
doenvelope de partes moles deve ser tentada.Se não for
possível,técnicasdereduc¸ão compinc¸aspercutâneas oua
aplicac¸ãodecerclagempodemserempregadas.
Embora as placas do tipo lâmina, DCS ou placas
tro-cantéricas bloqueadas permanec¸am como opc¸ões viáveis
para o tratamento das fraturas subtrocantéricas, as
has-tes intramedulares, por suas propriedades biomecânicas e
técnicadefixac¸ãominimamenteinvasiva,apresentam
van-tagens como menor tempo de cirurgia e menor índice de
reoperac¸ões.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1.FieldingJW.Subtrochantericfractures.ClinOrthopRelatRes. 1973;(92):86–99.
2.JoglekarSB,LindvallEM,MartirosianA.Contemporary managementofsubtrochantericfractures.OrthopClinNorth Am.2015;46(1):21–35.
3.RochaLR.Fraturasubtrocantérica.Fixac¸ãocomhaste intramedular.OrtoTrauma:SBOT;2013:19–22.
4.LoizouCL,McNamaraI,AhmedK,PryorGA,ParkerMJ. Classificationofsubtrochantericfemoralfractures.Injury. 2010;41(7):739–45.
5.GuyverPM,McCarthyMJ,JainNP,PoulterRJ,McAllenCJ, KeenanJ.Isthereanypurposeinclassifyingsubtrochanteric fractures?Thereproducibilityoffourclassificationsystems. EurJOrthopSurgTraumatol.2014;24(4):513–8.
6.MiedelR,TörnkvistH,PonzerS,SöderqvistA,TidermarkJ. Musculoskeletalfunctionandqualityoflifeinelderly patientsafterasubtrochantericfemoralfracturetreated withacephalomedullarynail.JOrthopTrauma.2011;25(4): 208–13.
7.KhanSK,KalraS,KhannaA,ThiruvengadaMM,ParkerMJ. Timingofsurgeryforhipfractures:asystematicreviewof52 publishedstudiesinvolving291,413patients.Injury. 2009;40(7):692–7.
8.BoopalanPR,JepegnanamTS,NithyananthM,VenkateshK, CherianVM.Functionaloutcomeofbiologicalcondylarblade platingofsubtrochantericfractures.JOrthopSci.
2012;17(5):567–73.
9.SainiP,KumarR,ShekhawatV,JoshiN,BansalM,KumarS. Biologicalfixationofcomminutedsubtrochantericfractures withproximalfemurlockingcompressionplate.Injury. 2013;44(2):226–31.
10.WirtzC,AbbassiF,EvangelopoulosDS,KohlS,SiebenrockKA, KrügerA.Highfailurerateoftrochantericfracture
osteosynthesiswithproximalfemorallockingcompression plate.Injury.2013;44(6):751–6.
11.AmitS,ShehkarA,VivekM,ShekharS,BirenN.Fixationof subtrochantericfracturesintwopatientswithosteopetrosis usingadistalfemorallockingcompressionplateofthe contralateralside.EurJTraumaEmergSurg.2010;36: 263–9.
12.ZickelRE.Anewfixationdeviceforsubtrochantericfractures ofthefemur:apreliminaryreport.ClinOrthopRelatRes. 1967;(54):115–23.
13.WissDA,BrienWW.Subtrochantericfracturesofthefemur, Resultsoftreatmentbyinterlockingnailing.ClinOrthopRelat Res.1992;(283):231–6.
14.UmerM,RashidH,ShahI,QadirI.Useoffemoralnailwith spiralbladeinsubtrochantericfractures.ActaOrthop TraumatolTurc.2014;48(1):32–6.
15.BorensO,WettsteinM,KombotC,ChevalleyF,MouhsineE, GarofaloR.Longgammanailinthetreatmentof
subtrochantericfractures.ArchOrthopTraumaSurg. 2004;124(7):443–7.
16.AnsariMoeinCM,GerritsPD,tenDuisHJ.Trochantericfossa orpiriformfossaofthefemur:timeforstandardised terminology?Injury.2013;44(6):722–5.
18.HerscoviciDJr,PistelWL,SandersRW.Evaluationand treatmentofhighsubtrochantericfemurfractures.AmJ Orthop(BelleMeadNJ).2000;299Suppl:27–33.
19.MirbolookA,SiavashiB,JafarinezhadAE,JahromiSK, FarahmandM,RadMR,etal.Subtrochantericfractures: comparisonofproximalfemurlockingplateand
intramedullarylockingnailfixationoutcome.IndianJSurg. 2013:1–5.
20.KuzykPR,BhandariM,McKeeMD,RussellTA,SchemitschEH. Intramedullaryversusextramedullaryfixationfor
subtrochantericfemurfractures.JOrthopTrauma. 2009;23(6):465–70.
21.BaratzMD,HuYY,ZurakowskiD,AppletonP,RodriguezEK. Theprimarydeterminantsofradiationuseduringfixation ofproximalfemurfractures.Injury.2014;45(10):1614–9.
22.RiehlJT,KovalKJ,LangfordJR,MunroMW,KupiszewskiSJ, HaidukewychGJ.Intramedullarynailingofsubtrochanteric fractures–doesmalreductionmatter?BullHospJtDis(2013). 2014;72(2):159–63.
23.YoonYC,JhaA,OhCW,DuraiSK,KimYW,KimJH,etal.The pointedclampreductiontechniqueforspiralsubtrochanteric fractures:atechnicalnote.Injury.2014;45(6):1000–5.
24.TomásJ,TeixidorJ,BatallaL,PachaD,CortinaJ. Subtrochantericfractures:treatmentwithcerclagewire andlongintramedullarynail.JOrthopTrauma.2013;27(7): e157–60.
25.SeyhanM,UnayK,SenerN.Comparisonofreduction methodsinintramedullarynailingofsubtrochantericfemoral fractures.ActaOrthopTraumatolTurc.2012;46(2):
113–9.
26.PiresRE,SantanaEOJr,SantosLE,GiordanoV,Balbachevsky D,DosReisFB.Failureoffixationoftrochantericfemur fractures:ClinicalrecommendationsforavoidingZ-effect andreverseZ-effecttypecomplications.PatientSafSurg. 2011;5:17.
27.TyagiV,YangJH,OhKJ.Acomputedtomography-based analysisofproximalfemoralgeometryforlateral impingementwithtwotypesofproximalfemoralnail anterotationinsubtrochantericfractures.Injury. 2010;41(8):857–61.