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Eugenia negativa e positiva: significados e contradições.

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Academic year: 2017

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EUGENI A NEGATI VA E POSI TI VA: SI GNI FI CADOS E CONTRADI ÇÕES

Lilian Denise Mai1

Em ília Luigia Saporit i Angeram i2

Mai LD, Angeram i ELS. Eugenia negat iva e posit iva: significados e cont radições. Rev Lat ino- am Enferm agem 2006 m arço- abril; 14( 2) : 251- 8.

A pr át ica da eugenia const it ui im por t ant e t em a de debat e associado aos at uais av anços biogenét icos. Considerando que a cent ralidade da eugenia é a preocupação com a saúde e const it uição das fut uras gerações, e q u e a u t ilização d e m eios e con h ecim en t os cien t íf icos em p r ol d o n ascim en t o d e u m a cr ian ça f ísica e m ent alm ent e saudável pode ser considerada um a ação eugênica, pret ende- se, nesse t ext o, analisar significados e con t r adições das ações eu gen ist as n egat iv as e posit iv as, con st r u ídos con com it an t es aos av an ços t écn ico-cien t íficos do sécu lo XX. Con clu i- se qu e os sign ificados t r an sit am , r espect iv am en t e, em t or n o de lim it ar ou est im ular a r epr odução hum ana, no início do século, at é pr ev enir doenças ou m elhor ar car act er íst icas físicas e m ent ais, na at ualidade. I m plem ent ando ações, produziram - se cont radições, com o a discrim inação e elim inação de m uit as pessoas frent e a um ideal de hom em , à biologização de fat ores em inent em ent e sociais, à defesa da pr et ensa neut r alidade cient ífica e ao uso indiscr im inado do dir eit o de escolha r epr odut iv a.

DESCRI TORES: r epr odu ção; biot ecn ologia; eu gen ia ( ciên cia)

NEGATI VE AND POSI TI VE EUGENI CS: MEANI NGS AND CONTRADI CTI ONS

Eugenics const it ut es an im port ant subj ect of debat e, associat ed wit h current biogenet ics im provem ent s. Con sider in g t h at t h e cen t r al poin t in eu gen ics h as alw ay s been t h e pr eoccu pat ion w it h f u t u r e gen er at ion s’ healt h and const it ut ion, and t hat t he use of scient ific m eans and k now ledge for t he bir t h of a phy sically and m en t ally h ealt h y ch ild can b e con sid er ed a eu g en ic act ion , t h is p ap er t r ies t o an aly ze t h e m ean in g s an d cont r adict ions of negat ive and posit ive eugenics act ions, const r uct ed concom it ant ly w it h 20t h- cent ury t echnical-scient ific im provem ent s. The m eanings range, respect ively, bet ween lim it ing or st im ulat ing hum an reproduct ion, at t h e begin n in g of t h is cen t u r y , an d pr ev en t in g diseases or im pr ov in g ph y sical an d m en t al ch ar act er ist ics, nowadays. I n t he im plant at ion of act ions, cont radict ions were produced, such as t he discrim inat ion and elim inat ion of m an y p eop le in v iew of on e id eal m an , t h e b iolog izat ion of em in en t ly social f act or s, t h e d ef en se of a supposed scient ific neut r alit y and t he indiscr im inat e use of t he r epr oduct iv e choice r ight .

DESCRI PTORS: r epr odu ct ion ; biot ech n ology ; eu gen ics

EUGENESI A NEGATI VA Y POSI TI VA: SI GNI FI CADOS Y CONTRADI CCI ONES

La p r áct ica d e la eu g en esia es u n im p or t an t e t em a d e d eb at e, lig ad o a los av an ces b iog en ét icos act uales. Considerando que la cuest ión cent ral de la eugenesia es la preocupación con la salud y la const it ución de las fut uras generaciones y que la ut ilización de m edios y conocim ient os cient íficos en función del nacim ient o de u n n iñ o física y m en t alm en t e salu dable pu ede ser con sider ada u n a acción eu gen ésica, en est e t ex t o se pret ende analizar los significados y cont radicciones de las acciones eugenésicas negat ivas y posit ivas, const ruidos co n co m i t a n t e s a l o s a v a n ce s t é cn i co - ci e n t íf i co s d e l si g l o XX. Se co n cl u y e q u e l o s si g n i f i ca d o s g i r a n , respect ivam ent e, en t orno de lim it ar o est im ular la reproducción hum ana, al com ienzo del siglo, hast a prevenir en f er m ed ad es o m ej or ar car act er íst icas f ísicas y m en t ales, en la act u alid ad . I m p lem en t an d o accion es, se pr oduj er on cont r adicciones, com o la discr im inación y elim inación de m uchas per sonas delant e un biot ipo de hom br e, la biologización de fact or es em inent em ent e sociales, la defensa de una pr et ensa neut r alidad cient ífica y el uso indiscr im inado del der echo de opción r epr oduct iv a.

DESCRI PTORES: r epr odu cción ; biot ecn ología; eu gen esia

1 Enferm eira, Professor Adj unto da Universidade Estadual de Maringá - UEM, e- m ail: ldm ai@uem .br; 2 Professor Tit ular da Escola de Enferm agem de Ribeirão

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I NTRODUÇÃO

N

ov os t em as das ciências biom édicas que t êm ocupado gr andes espaços na m ídia nacional e int er nacional j á fazem par t e de nosso dia- a- dia, a exem plo de fecundação in vit ro, clonagem hum ana, engenharia genética, vacinas de DNA, terapia gênica, seqüenciam ent o genét ico e alim ent os t r ansgênicos. São pr ogr essiv os os av anços cient íficos j ust ificados co m o açõ es p ar a p r o p o r ci o n ar m el h o r i as ao ser hum ano, m as que t am bém t êm desper t ado m uit os q u e st i o n a m e n t o s é t i co s e l e g a i s, r e p e r cu t i n d o inclusive sobre a alt eração ou criação de novas leis para regulam ent ar seus usos, com o a Lei nº 8.974, de 06 de j aneir o de 1995, que pr oíbe a clonagem h u m a n a e a m a n i p u l a çã o g e n é t i ca d e cé l u l a s germ inais. São conhecim ent os que t êm a capacidade de suplant ar t radicionais abordagens ét ico- filosóficas no enfrent am ent o dos desafios não necessariam ent e novos, m as diferentes, que a genética coloca para os profissionais da saúde e a sociedade em geral.

Na berlinda desses avanços, out ro t em a que v o l t a à d i scu ssão é a eu g en i a q u e, m esm o n ão aparecendo com o um conhecim ent o de uso corrent e, não deixa de se fazer present e no dia- a- dia pessoal e profissional dos indivíduos, especialm ent e da área d a sa ú d e , t a n t o co m se u s i d e á r i o s, m i t o s, preocupações com o prát icas. E, j ust am ent e por isso, t o r n a - se m o t i v o d e p r e o cu p a çã o u m a r e ce n t e afirm ação de que a eugenia parecia definit ivam ent e sep u lt ad a com a su cu m b ên cia d as p r et en sões d e Hitler( 1). O que vem a ser eugenia? Sinôm ino de ‘coisa

ruim ’? Com o reconhecer ações eugenist as e quais os sen t id os d essas ações? Por q u e r eleg ar o t er m o eugenia ao passado, ao invés de com preendê- lo em su a s co n t r a d i çõ e s e l i m i t e s? Fr e n t e a t a i s questionam entos, o presente texto tem com o objetivo a n a l i sa r si g n i f i ca d o s e co n t r a d i çõ e s d a s a çõ e s eugenist as de carát er posit ivo e negat ivo const ruídos em m eio aos avanços técnico-científicos do século XX.

EU GEN I A : D O GR EGO ‘ BO M EM SU A

ORI GEM’

A prát ica da eugenia desde m uit o cedo t em acom panhado a hist ória da hum anidade, a exem plo d a s m e d i d a s e m p r o l d o co n t r o l e r i g o r o so d o s nascim ent os, encont radas em Espart a, Ant iga Grécia, com o o est ím ulo às m ulheres robust as para gerarem

filhos vigorosos e sadios, ao m esm o t em po em que cr ianças nascidas com im per feições ou fr agilidades eram atiradas do alto do Taygeto( 2). Essa diferenciação

de condutas j á sinalizava a existência de dois sentidos das práticas eugênicas, no caso, a eugenia positiva e a eugenia negat iva.

E foram esses os sentidos assum idos ao final d o sécu lo XI X q u an d o, em 1 8 8 3 , Fr an cis Galt on pr ocu r ou en u n ciar essa pr eocu pação em t or n o do bom - nascim ent o com o t erm o eugenia. Ut ilizando- se dos conhecim ent os de Malt hus, Lam ar ck , Dar w in e das idéias circulant es na I nglat erra da época, Galt on definiu eugenia com o o “ est udo dos fat ores físicos e m en t ai s so ci al m en t e co n t r o l áv ei s, q u e p o d er i am a l t er a r p a r a p i o r o u p a r a m el h o r a s q u a l i d a d es racionais, visando o bem - estar da espécie”( 3). A busca

incansável do hom em pela m elhor com pleição física e m ental dele próprio e de sua descendência culm inou com a t ent at iv a de sist em at ização da eugenia com base em ar gu m en t os cien t íficos e a esper an ça de m elhorar e aperfeiçoar a espécie hum ana at ravés do cont role reprodut ivo dos indivíduos.

Mu it os eq u ív ocos, p or ém , p r ov ocad os p or idéias, pr opost as e por um a falsa cient ificidade da eugenia daquela época r edundar am na dificuldade de com pr een são da t ên u e lin h a qu e ain da separ a ações eu gen ist as pr at icadas e com u m en t e aceit as d a q u e l a s q u e st i o n á v e i s o u v e e m e n t e m e n t e condenadas pela sociedade. A condenação enfát ica d e d et er m in ad os asp ect os d a eu g en ia com o q u e lim it ados àquele m om ent o hist órico, ou ao cont ext o d a I I Gu er r a Mu n d i al , l i m i t a co m p r een d er co m o d e se j o e u g ê n i co p o d e se r t a m b é m u m a n se i o co r r i q u e i r a m e n t e e x p r e sso , co m o q u a n d o sã o u t i l i za d a s a s No v a s Te cn o l o g i a s Re p r o d u t i v a s Co n ce p t i v a s ( NTRc) , a e x e m p l o d a se g u i n t e af i r m ação : “ f i cam o s t r an q ü i l o s p o r q u e só f o r am im plantados em briões do sexo escolhido e, além disso, per feit am ent e sadios”( 4). ‘Per feit am ent e sadios’ é a

expressão evidente da preocupação que o ser hum ano t em em r elação à sua descendência e, m esm o que p a r e ça u m f a t o r e st r i t o a o â m b i t o p r i v a t i v o d o indivíduo, ou do casal, reflete, isso sim , a form a com o t al pr eocupação é ex pr essa hoj e, o que há alguns anos, provavelm ente, seria substituído pela expressão “ aper feiçoar as qualidades e r eduzir ao m ínim o as im p er f eições h u m an as, eis, em sy n t h ese, o id eal eugenico”( 5).

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const it uição das fut ur as ger ações, t oda e qualquer ut ilização de m eios e conhecim ent os cient íficos em p r o l d o n a sci m e n t o d e u m a cr i a n ça f ísi ca e m en t alm en t e sau dáv el pode ser con sider ada u m a ação eugênica( 6). Vej a- se o seguint e caso: no início

do século XX, em pleno auge do m ovim ento eugenista m u n d i a l e b r a si l ei r o , u m a m ed i d a eu g en i st a d e carát er negat ivo era lim it ar que casais com doenças genét icas pr ocr iassem par a ev it ar o nascim ent o de filhos portadores de tais doenças. Propunha- se, então, a est erilização, a segregação de doent es m ent ais, ou o aborto, m edidas socialm ente m uito criticadas. Hoj e, casais nas m esm as condições t êm à sua disposição biot ecnologias que v êm pr om et endo r et ir ar o gene d e f e i t u o so , o q u e r e f l e t e u m a m e sm a m e d i d a eugenista de caráter negativo. O que m udou? Mudou o cam inho intervencionista para a obtenção do m esm o resultado e o ideário a que se veicula. Se com parado à crít ica sobre os m ét odos ant eriorm ent e propost os, hoj e é possível que sej a condenado o casal que não faça uso dessa biot ecnologia para alcançar o m esm o f im . Am b as são m ed id as eu g en ist as. Con d en a- se u m a , p e l o h i st ó r i co a b u so p r a t i ca d o so b r e d e t e r m i n a d o s g r u p o s so ci a i s e m n o m e d a b o a procriação; aceita- se outra, por j ustificar um benefício à futura prole da fam ília. Qual o lim ite entre as duas? Escl a r e ce r e sse l i m i t e i m p l i ca e m com preender as cont radições inerent es à prát ica da eugenia, pois, ger alm ent e, um a det er m inada ação, cien t íf ica e t ecn icam en t e f act ív el em p r ol d a b oa reprodução, encont ra- se vinculada a um conj unt o de i d é i a s, co n ce i t o s o u m e sm o p r e co n ce i t o s q u e repercut em sobre a vida social dos hom ens. E é no cam po das idéias que a eugenia assum e o seu lado m a i s cr u el o u co n d en á v el , v i n d o a se r v i r co m o j ust ificat iva para at rocidades prát icas, conform e nos m ostra a recente história do século XX. A partir dessa com pr eensão, pode- se m ais facilm ent e per ceber os lim ites e os perigos associados ao uso indiscrim inado ou ideológico dos avanços da ciência reprodut iva e, a o m e sm o t e m p o , n ã o i n co r r e r n a co n d e n a çã o enfát ica de um a prát ica present e no dia- a- dia.

Recu p er an d o alg u n s asp ect os d a h ist ór ia, quando Galton utilizou o term o eugenia para expressar a preocupação com a saúde das fut uras gerações, o m om ento histórico lhe perm itiu associar o novo term o à idéia de diferenciação dos seres hum anos em raças dist int as para det erm inar um ideal de t ipo físico ou raça a ser alcançado pela eugenia. Eis um dos grandes equív ocos dos cient ist as daquela época: classificar

os h om en s em m elh or es ou pior es, su per ior es ou inferiores. Determ inado o tipo ideal, os conhecim entos incipient es sobr e t r ansm issão her edit ár ia indicar am o cam in h o par a a t r an sm issão das car act er íst icas d esej ad as às g er açõ es seg u i n t es. D an d o v o z às pr eocupações populacionais cor r ent es e diant e das pr ecár ias condições de v ida e de saúde da m aior ia da população inglesa, o cont r ole r epr odut iv o sobr e as dif er en t es classes sociais t or n ou - se a pr in cipal est rat égia assum ida pelos defensores da eugenia. As classes pobres passaram a ser vist as com o am eaça à o r d em v i g en t e, d ev en d o a su a p r o cr i ação ser r egu lada.

A eugenia alcançou o st at u s de m ovim ent o m u n d i a l em t o r n o d a b o a p r o cr i a çã o e o Br a si l v iv en ciou a ên f ase n esse d iscu r so eu g en ist a n as décadas de 20, 30 e 40. Um dos principais canais de expressão da eugenia foi a Liga Brasileira de Hygiene Mental ( LBHM) , no Rio de Janeiro, congregando m uitos dos gen et icist as, psiqu iat r as, m édicos, polít icos e int elect uais m ais reconhecidos da época. Procurava-se j ustificar cientificam ente a necessidade de m edidas eugenist as colet ivas em prol da const rução de um a nação brasileira fort e e saudável.

A eugenia er a consider ada a chav e m agna da regeneração hum ana, est ando os seus desígnios r elacionados ao “ est udo e applicação das quest ões da her edit ar iedade, descendencia e ev olução, bem com o as quest ões r elat iv as às influencias do m eio, econom icas e sociais; est á dent r o da sua espher a i n v est i g a r o p a p el r ep r esen t a d o p el a ed u ca çã o , cost u m es, em igr ação, im m igr ação, m est içagem , e todos os dem ais factores que atuam sobre os nossos sem elhant es – com o fit o não só de der iv ar nov os co n h e ci m e n t o s e d e a b r i r o u t r o s ca m p o s d e i n v e st i g a çã o , co m o d e e st a b e l e ce r v a l i o so s ensinam ent os e regras prat icas para a regeneração cont ínua da especie”( 5).

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A eu g en i a p o si t i v a t i n h a co m o o b j et i v o s cent r ais pr opiciar a seleção eugênica na or ient ação aos casam ent os e est im ular a procriação dos casais co n si d e r a d o s e u g e n i ca m e n t e a p t o s p a r a t a l . A seleção m at rim onial dest inar- se- ia à seleção de boas linhagens her edit ár ias a fim de, pr efer encialm ent e, alcançar o ‘t ipo eugênico’, t ido com o um a “sy nt hese

feliz de qualidades superiores de t em peram ent o e de int eligencia”( 7). Considerava- se que esses indivíduos

eugênicos concent ravam - se principalm ent e nas alt as cam adas dirigent es e classes superiores de qualquer sociedade, cuj a pequena m inoria de algum as centenas ou de alguns m ilhares de indivíduos poderiam dizer m ais da capacidade de um pov o do que os v ár ios m i l h õ e s d a s su a s cl a sse s p o p u l a r e s. Po r i sso est im u lav a- se a pr ocr iação desses elem en t os com grande ênfase às ações desenvolvidas no cam po prcon cep cion al, com o a r ealização d e ex am es p r é-nupciais e est udos genét icos dos nubent es.

Muitas outras m edidas potencializadoras para v i ab i l i zar o n asci m en t o d e cr i an ças sau d áv ei s e perfeit as eram defendidas com o educação eugênica, saneam ento básico, cuidados com nutrição e atividade física, assist ência pr é- nat al e ao par t o, cont r ole e t r a t a m e n t o d e d o e n ça s e n t r e o u t r a s, a s q u a i s g ozav am d e g r an d e aceit ação social, p r op ician d o in clu siv e gr an de im pu lso a polít icas e ser v iços de assist ência em saúde reprodut iva, saúde da infância e saúde m ent al.

A eugenia negativa visava o segundo aspecto do ideal eugênico, ou sej a, dim inuir o núm er o dos se r e s n ã o - e u g ê n i co s o u d i sg ê n i co s e i n cl u ía basicam ent e a lim it ação ao casam ent o e procriação d aq u eles assim con sid er ad os. Pr op u n h a- se m aior controle governam ental sobre os casam entos e sobre a reprodução, at ravés da exigência de exam es pré-nupciais e de est udos genét icos, sendo a procriação desaconselhada, por exem plo, em caso de avançada i d ad e m at er n a o u d e co n san g ü i n i d ad e d o casal . Defendia- se o abort o eugênico, o cont role das font es d e d eg en er ação com o o alcoolism o e as d oen ças v e n é r e a s e a l g u m a s l i m i t a çõ e s n a s p o l ít i ca s im igrat órias do país; discut ia- se sobre segregação e e st e r i l i za çã o d e d o e n t e s m e n t a i s e o u t r o s degen er ados.

Medidas anti- concepcionais e de esterilização, por ém , t am bém est av am in clu ídas n a pr opagan da co n t r a a m á p r o cr i a çã o e m g e r a l , a l ca n ça n d o elem ent os sociais que com punham as classes m ais d e sf a v o r e ci d a s e e m p o b r e ci d a s d a p o p u l a çã o ,

com p ost as p r ior it ar iam en t e d e n eg r os, m u lat os e m est iços, os qu ais er am con sider ados por m u it os eu g en ist as com o elem en t os in f er ior es. Eis ou t r o grande equívoco do m ovim ent o eugenist a de ent ão: i n t e r p r e t a r a s co n d i çõ e s d e v i d a p r o d u zi d a s socialm ent e a part ir da lent e da biologia. Pobreza e m ult ipar idade er am car act er íst icas de det er m inados segm ent os sociais, os quais definit ivam ent e não se m ostravam com patíveis ao tipo ideal pré- estabelecido, ainda m ais quando t ais condições de vida passavam a ser vist as com o result ado de fat ores heredit ários. A ciência conv er t ia- se em um a fer r am ent a par a a análise social, sendo especialm ent e bem - vinda um a ciência de m elhor am ent o r acial num m om ent o em que as análises raciais alcançavam grande prest ígio j unt o às elit es brasileiras.

Se, por um lado, algum as m edidas negativas eram aceit as e apoiadas, out ras m ais radicais com o o controle da natalidade, a segregação e esterilização dos in apt os e o abor t o eu gên ico ger av am gr an de d iscu ssão e p olêm ica, t or n an d o- se alv o d e f or t es oposições de set ores com o a I grej a e alguns grupos m édicos m ais conser v ador es. A at it ude desses em p r o l d a n a t a l i d a d e , a o i n v é s d e se u co n t r o l e , j ust ificava- se por quest ões m orais, religiosas e pelo t em or cir cu lan t e d e d esp ov oam en t o d o t er r it ór io b r a si l ei r o , d ev i d o a o est a d o d e en f er m i d a d e d a população e sua baixa t axa de reprodução, os quais poderiam im pedir o país de lograr ser a nação fort e que se queria.

Em sínt ese, além de proporcionar incent ivo e im pulso aos cuidados reprodut ivos, a configuração do m ovim ent o eugenist a baseou- se em um conceit o biológico de r aça su per ior ou in f er ior, discr im in ou det erm inados indivíduos a part ir da configuração de um ideal de hom em , utilizando- se de argum entos tidos com o cient íficos para t al, e int erpret ou condições de v ida, r esu lt an t es da f or m a de or gan ização social, com o sendo conseqüências da her edit ar iedade dos indiv íduos.

A CI ÊN CI A CO N T EM P O R Â N EA E A

EUGENÉTI CA

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“ ciência que se ocupa de t odas as influências que m elh or am as q u alid ad es in at as d a r aça h u m an a, p a r t i cu l a r m e n t e a t r a v é s d o co n t r o l e d e f a t o r e s heredit ários”( 8). A possibilidade de int ervenção diret a

sobre o patrim ônio genético traz novos significados e cont r adições ao debat e em t or no da eugenia, com ênfase ao fat o de que, por int er m édio da ciência, anuncia- se para breve “ reduzir a freqüência de genes ruins e aum entar a de genes favoráveis nas gerações fut uras”( 9). Fala- se inclusive no uso m ais apropriado

d o t e r m o ‘ e u g e n é t i ca ’, r e p r e se n t a n d o a f o r m a contem porânea da eugenia, um a tecnociência nascida nos anos 7 0 , do encont r o ent r e genét ica, biologia m olecular e engenharia genét ica( 10).

Todos esses avanços m otivaram novo cenário par a a ex pr essão da pr eocu pação com a saú de e const it uição das fut ur as ger ações. Duas for m as de in t er v en ção d esse sab er - f azer b iot ecn ocien t íf ico, result ant e da j unção ent re o conhecim ent o racional d a b i o l o g i a m o l ecu l a r e o sa b er o p er a ci o n a l d a engenharia genética, têm sido citadas com o possíveis: a eugenética negativa, que se ocuparia da prevenção e cura de doenças e m alform ações consideradas de or igem gen ét ica, com ações de car át er r est r it iv o, diretam ente sobre o patrim ônio genético do indivíduo e que têm sido aceitas sem grandes questionam entos m or ais, e a eugenét ica posit iv a, socialm ent e m ais polêm ica, a qual buscaria a m elhoria ou a criação de com pet ências hum anas com o int eligência, m em ória, criatividade artística, traços do caráter e várias outras características psicofísicas, no sentido de potencializá-las nos diversos cont ext os do convívio social.

D e sd e a d é ca d a d e 8 0 , a s so ci e d a d e s co n t e m p o r â n e a s t ê m v i v e n ci a d o u m cr e sce n t e m ovim ent o de ‘genet icização’ ou ‘genom ia’, reflet ida pela crescent e preocupação com as part es anorm ais ou pot encialm ent e anorm ais do próprio indivíduo e o m edo de que isso possa afet ar a saúde e qualidade de vida ou a de suas crianças( 11). Nesse m ovim ent o,

a eu g en ização p od e ser associad a a g en et ização institucionalizada, representando as respostas políticas e i n st i t u ci o n a i s d a s so ci e d a d e s q u e b u sca m a im plem ent ação de m eios par a lidar concr et am ent e com t em or es genét icos r eais ou per cebidos e par a t or nar esses m eios disponív eis par a os segm ent os liberais de sociedades ou para sociedades int eiras. A i m p l i ca çã o b e n e v o l e n t e d e ssa e u g e n i za çã o é a n a t u r e za v o l u n t á r i a d a i n t e r a çã o e sp e ci a l i st a -população, que ocorre quando se prat ica um abort o após diagn óst ico pr é- n at al em n om e da ch am ada

pr ocr iação qualit at iv a ou do dir eit o de se t er um a cr iança sadia, enquant o que a for m a involunt ár ia é co n d e n a d a co m o cr i m e e u g ê n i co co n t r a a hum anidade.

At é que pont o o princípio da ‘diferença’( 12) é

r esp eit ad o q u an d o é t om ad a u m a d ecisão d essa nat ur eza no cam po r epr odut iv o? Os eugenist as do início do século XX j á definiram qual o t ipo ideal de ser hum ano a ser alm ej ado, ao que se reit era t rat ar, isso sim , de const rução ideológica de ideal, um a vez qu e a pr ópr ia n at u r eza n ão def in iu o padr ão qu e m erece viver e ser feliz daquele que não o m erece. D e sco n h e ce n d o o u ‘ o m i t i n d o ’ e sse p a ssa d o , o m ov im en t o at u al n ão p ar ece ser m u it o d if er en t e daquele, vist o que a eugenét ica posit iva vem sendo en t en dida e pr opagada, im plícit a e n ov am en t e de f o r m a e q u i v o ca d a , co m o a p o ssi b i l i d a d e d e t e cn o l o g i ca m e n t e m o d i f i ca r o u cr i a r a l g u m a caract eríst ica em prol desse ideal( 13).

Tal leq u e d e p ossib ilid ad es con v er g e com um a certa apologia do direito de escolha e de decisão dos indiv íduos, ex acer bado, t alv ez, em função dos pr ópr ios avanços biot ecnológicos nesse cam po que, co m i n t u i t o co m er ci a l , t êm r em et i d o a o esp a ço pr iv at iv o das fam ílias a idéia de que lhes com pet e decidir sobre a int ervenção a ser t om ada em prol do bom nascim ento, com o se tal decisão não repercutisse so b r e o co l et i v o , o u a n t es, f o sse r ef l ex o d esse colet ivo. Nesse sent ido, a própria origem do desej o pode e deve ser quest ionada: “ m uit as vezes, assim co m o o e x e m p l o d a s t e cn o l o g i a s r e p r o d u t i v a s d em on st r a, a v on t ad e é an t es r esu lt ad o d e u m a socialização paut ada por pr incípios e pr essupost os opressores que m esm o a represent ação legít im a de algum resquício da liberdade ent re os desiguais”( 12).

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e saudáv el. O que usualm ent e não se v ê hoj e é o em prego do adj etivo ‘eugênico’ associado a propostas e ações posit ivas e negat ivas na área da reprodução h u m an a.

Ma s, e q u e co n ce p çõ e s p o d e m e st a r subsidiando tais decisões? Quanto à existência de um a raça superior à out ra, essa concepção j á foi vencida pela própria ciência, conform e apontam os resultados de um a pesquisa genét ica publicados em dezem bro de 2002, em que um a equipe de set e pesquisadores dos Est ados Unidos, França e Rússia com parou 377 part es do DNA de 1056 pessoas de 52 populações, ch egan do à con clu são de qu e en t r e 9 3 e 9 5 % da difer ença genét ica ent r e os hum anos é encont r ada nos indiv íduos de um m esm o gr upo. A div er sidade ent r e as populações é r esponsáv el por apenas 3 a 5 % d o s ca so s, d i f e r e n ça q u e t e m f a v o r e ci d o a m edicina no diagnóst ico de algum as doenças com o a hem ocrom at ose, um a desordem na m et abolização de ferro m ais com um ent re suecos e quase inexist ent e entre chineses ou indianos( 14). O est udo m ost rou que

n ão ex ist em gen es ex clu siv os de u m a popu lação, p o d e n d o o g e n o m a d e u m a f r i ca n o se r m a i s sem elhante ao de um norueguês do que ao de alguém de sua cidade.

Essa s co n cl u sõ e s d e r r u b a r i a m q u a l q u e r sust ent ação de superioridade eugênica de algum t ipo f ísi co h u m an o esp ecíf i co co n st i t u i n t e d e al g u m a determ inada ‘raça’. No entanto, especula- se em torno d a p o ssi b i l i d a d e d e u m m a p ea m en t o d e “ t r i b o s g e n o t íp i ca s”, u m n o v o p a d r ã o i d e o l ó g i co d i scr i m i n a t ó r i o , v i st o q u e , co m a s t e cn o l o g i a s p o ssív e i s, se p a ssa a d i sp o r d e u m p o t e n t e inst rum ent o de t ipagem populacional( 15), a exem plo

de t écnicas com o o Scr eening genét ico ( ident ificação de in div ídu os af et ados por doen ça gen ét ica) , PCR (Poly m er ase Ch ain React ion ou Reação em Cadeia d a Po l i m e r a se - r e p l i ca çã o d e D NA) , t e st a g e m predit iva para gens defeit uosos, vacinações genét icas ent re out ras.

A á r e a d a Sa ú d e Pú b l i ca j á d e m o n st r a r e f l e x o s d e ssa s m u d a n ça s a t r a v é s d e n o v a s t e r m i n o l o g i a s e m u so , co m o a n o v a Ge n é t i ca Com unit ária ou a Saúde Pública Molecular, as quais se volt aram para as prát icas sociais que podem ou não incorporar os conhecim entos e técnicas ensej ados pela Genética Molecular( 14). Talvez em outras palavras,

poder - se- ia indagar com o as pr át icas sociais ou os indivíduos port adores de genes defeit uosos poderão ou não ser incorporados pela Saúde Pública Molecular,

en q u an t o in st r u m en t o r ep r esen t at iv o d os ór g ãos diret ivos da sociedade?

Diant e das desigualdades sociais em curso e da cr ise do set or saúde, possív eis “ despr ior idades” ou “ inações” de saúde podem vir a ser j ust ificadas t ecnicam ent e pela ciência m olecular, podendo- se at é cogitar em concepções operatórias científicas e m odos de int er v enção decor r ent es com o j ust ificat iv a par a pr oj et os de disf ar çada ín dole eu gên ica. É sem pr e conv enient e lem br ar o const ant e est ado de t ensão social n os cen t r os u r ban os do país, qu an do, par a algu n s, pode n ão par ecer t ão absu r da a idéia da el i m i n ação d e cer t o s co n t i n g en t es p o p u l aci o n ai s a m e a ça d o r e s, a e x e m p l o d e a l g u m a s v i o l e n t a s agr essões a pessoas indígenas e pobr es not iciadas recent e e repet idam ent e pela m ídia nacional.

Out ro aspect o preocupant e é a exacerbação d e u m d et er m i n i sm o n eu r o g en ét i co asso ci ad o à e x p l o sã o d e ssa n o v a g e n é t i ca e d e t é cn i ca s neurocient íficas, que proclam a ser capaz de explicar t udo pelas propriedades do cérebro ou pelos genes, da violência urbana à orientação sexual: “ um a pessoa é hom ossexual porque t em ‘cérebro gay’ – produt o, por sua vez, de ‘gene gay’; um a m ulher fica deprim ida porque t em ‘genes para depressão’; há violência nas r uas por que as pessoas t êm genes ‘cr im inosos’ ou ‘v iolen t os’; in d iv íd u os em b r iag am - se p or q u e t êm genes ‘favoráveis’ ao alcoolism o, e vai por aí”( 16). Esse

r ed u cion ism o t em con d u zid o o h om em a ex p licar f e n ô m e n o s m a i s co m p l e x o s a t r a v é s d o s se u s elem en t os con st it u in t es f u n dam en t ais, sej am eles células, genes ou part ículas elem ent ares, lim it ando a capacidade de ent ender as at ividades coordenadoras do sist em a com o um t odo.

Eugenist as do passado ut ilizavam - se das leis da h er edit ar iedade par a ex plicar com por t am en t os sociais indesej áveis; cient ist as do present e t ransit am no cam po da com posição dos genes, um a realidade con cr et a n est e in ício d e sécu lo XXI , a q u al d ev e in ev it av elm en t e n or t ear q u alq u er d iscu ssão at u al sobre o tem a eugenia( 17). Se, por um lado, se continua

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Cer t am ent e, as per gunt as são m uit as e bem m ais fáceis que as respost as.

Em m eio a t odo esse m ovim ent o no cam po reprodut ivo, t ão equivocado quant o a crença de que possam ex ist ir pessoas f eias, bon it as, su per ior es, inferiores, norm ais ou anorm ais, é a defesa de um a pr et ensa neut r alidade da ciência ou dos cient ist as quant o aos usos que podem ser feit os dos avanços obt idos( 18- 19). Médicos e cient ist as do início do século

XX, aut odenom inados eugenist as, defendiam o uso d a ci ê n ci a p a r a m e l h o r a r a e sp é ci e h u m a n a e propunham m edidas eugenist as posit ivas e negat ivas a part ir dos conhecim ent os cient íficos daquela época. Méd i co s e ci en t i st as d est e i n íci o d e sécu l o XXI , aut odenom inados m édicos, genet icist as e cient ist as, d e f e n d e m o u so d a ci ê n ci a e m n o m e d a b o a p r o cr i a çã o , e sp e ci a l m e n t e q u a n d o q u e r e m v e r aprovadas leis que favoreçam o avanço em pesquisas e d e sco b e r t a s n e sse ca m p o d o co n h e ci m e n t o . Praticam ente ausente é o debate sobre o estado atual do conhecim ent o cient ífico e sua im br icação com o uso que dele j á se faz ou se pode fazer com fins m u it as v ezes ab solu t am en t e r ep r ov áv eis social e et icam ent e.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Re f l e t i r so b r e e u g e n i a e se u s d i v e r so s aspect os ou cam pos de ação t orna- se im prescindível num m om ento em que o ser hum ano pode vir a ser a espécie que cria a si própria( 20), e quando se dispõe

de um m ercado globalizado para os ideais de m elhoria do pat rim ônio genét ico hum ano.

Em resposta ao obj etivo desse texto, no início do século XX, eugenia posit iv a im plicav a em ações par a est im ular a boa r epr odução; eugenia negat iva em ações par a lim it ar a m á r epr odução. Por out r o lado, no início do século XXI , eugenét ica negat iv a im plica em ações par a pr ev enir doenças genét icas; eugenét ica posit iva especula sobre criar ou m elhorar caract er íst icas físicas e m ent ais do fut ur o ser. São ações e obj et ivos no cam po concret o da reprodução que, contudo, trazem consigo o peso das contradições iner ent es às r elações hum anas. Essas cont r adições dizem respeito à discrim inação e elim inação de m uitas pessoas frente à configuração de um ideal de hom em , a u m m o v i m e n t o d e b i o l o g i za çã o d e f a t o r e s em inent em ent e sociais, à defesa de um a pr et ensa n eu t r alidade cien t íf ica e ao u so in discr im in ado do direit o de escolha reprodut iva.

Há aqueles que apenas alm ej am a perfeição para a sua própria descendência, ignorando a relação desse desej o pessoal a fat os de nat ureza colet iva e ex clu den t e. Há qu em def en da a adoção de n ov os program as eugênicos sobre a população, que não nos m oldes do nazism o. Será possível conciliar todos esses in t er esses, sem d escon sid er ar n em os av an ços e b en ef ícios d ir et os d a ciên cia, n em o im p act o d as con t r adições pr odu zidas ao lon go do pr ocesso? O cam inho não par ece est ar t r açado. Ser á a pr ópr ia sociedade a r esponsáv el por at ender e conciliar os int eresses e direit os individuais às obrigações sociais no âm bit o público.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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