julho 2009
G E T U L I O
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Um dos avanços trazidos pela Lei 11.101/2005, que disciplina a recuperação
judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária,
é dar margem à preservação da empresa como fonte produtora, do emprego
dos trabalhadores e dos interesses dos credores.
Na busca dessa recuperação, vale a criatividade na negociação entre
empresário e os credores, com a conversão da dívida em ações,
participação no capital, fusão, incorporação. Tudo feito com
transparência, num trabalho em equipe para fazer a empresa gerar receita
e produzir riqueza. Veja o passo-a-passo de uma recuperação judicial.
A empresa ingressa no Judiciário com um pedido de recuperação judicial.
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A partir desse momento, todas as ações dos credores que estavam cobrando dívidas ficam suspensas por 180 dias, prazo que a empresa tem para aprovar em conjunto com os credores um plano de recuperação judicial.
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ENTRETANTO, CASO:
O pedido de recuperação judicial
não seja deferido pelo juiz,
O plano não seja aprovado
pelos credores
A falência da empresa será decretada
, sendo a empresa extinta e seus bens reunidos em “comunhão universal” para satisfazer os créditos dos credores.A empresa não cumpra o
plano aprovado
15 dias +45 dias
OS PRAZOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
+10 dias +30 dias +60 dias
Total 150 dias Total 180 dias
Total 90 dias Publicação do
deferimento e do edital com relação de credores (art. 52§1º)
Apresentação de divergências ao (art. 7º§1º)
Apresentação do plano (art. 53) e publicação do edital com a nova relação de credores (art. 7º§2º)
Prazo para impugnação de crédito (art. 8º)
Prazo para apresentar objeções ao plano (art. 55 caput)
Prazo para realização de assembléia geral de credores (art. 56 § 1º)
Final do prazo de 180 dias.
Suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor (art.6º § 4º e art.52, III)
Total 60 dias
A empresa entra em uma situação de crise econômico- financeira, não tendo como, momentaneamente, pagar seus débitos em dia.
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O juiz pode ou não deferir o pedido. Caso o juiz defira o pedido (um prazo de respiro), o faz com vistas a permitir a manutenção da fonte produtora de emprego dos trabalhadores, promovendo assim a preservação da empresa e sua função social. Nomeia um administrador judicial como gestor incumbido de fiscalizar a elaboração e o cumprimento do plano de recuperação.
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Nesses 180 dias, vários atos são realizados, o mais importante deles é a assembléia geral de credores. Nela os credores e a empresa se reúnem para revisar as propostas, fazer sugestões e colocar em votação o plano.
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Com o plano aprovado, a empresa ganha novo fôlego e se cumprir todas as etapas previstas poderá se recuperar e voltar a funcionar normalmente.
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(Fonte: Rodrigo Gasparetto e Renato Mange)