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REVISTA
PAULISTA
DE
PEDIATRIA
ARTIGO
ORIGINAL
Fatores
associados
ao
acúmulo
de
gordura
abdominal
em
crianc
¸as
Matheus
Ribeiro
Theodósio
Fernandes
Melzer
∗,
Isabella
Mastrangi
Magrini,
Semíramis
Martins
Álvares
Domene
e
Paula
Andrea
Martins
UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),CampusBaixadaSantista,Santos,SP,Brasil
Recebidoem5dejaneirode2015;aceitoem21deabrilde2015 DisponívelnaInternetem1deagostode2015
PALAVRASCHAVE
Epidemiologia nutricional; Crianc¸as;
Gorduraabdominal
Resumo
Objetivo: Identificar fatoresindividuais(dietéticos,comportamentosedentário)efamiliares (estado nutricionalmaterno e nível socioeconômico) associados comoacúmulo de gordura abdominaldecrianc¸as.
Métodos: Estudodedelineamentotransversaldebasedomiciliar,em36setorescensitários sor-teadosaleatoriamentenacidadedeSantos/SP.Foramentrevistadas357famíliasparaaplicac¸ão dequestionárioseaferic¸ãodemedidasantropométricasemmãesecrianc¸asde3-10 anos.A avaliac¸ãodoacúmulodegorduraabdominalfoifeitapelamedidadacircunferênciadacintura demãesecrianc¸ascomousodarecomendac¸ãodaOrganizac¸ãoMundialdaSaúde(1998)ea propostadeTayloretal.(2000),respectivamente.Aassociac¸ãoentreasvariáveisfoiverificada pormeioderegressãologísticamúltipla.
Resultados: Verificou-seque30,5%dascrianc¸asapresentaramacúmulodegorduraabdominal. Naanáliseunivariada,oacúmulodegorduraabdominalesteveassociadoaoestado nutricio-nalmaternoedacrianc¸aeaonívelsocioeconômicoelevado.Naanálisemultivariada,foram observadasassociac¸õescomexcessodepesopeloíndicedemassacorporalparaidade(OR=93,7; IC95%39,3-23,3);serdosexofeminino(OR=4,1;IC95%1,8-9,3)eacúmulodegorduraabdominal materno(OR=2,7;IC95%1,2-6);independentementedonívelsocioeconômico.
Conclusões: Oacúmulodegorduraabdominalemcrianc¸asmostrou-seassociadoaoestado nutri-cionalmaterno,aosindicadoresdeseupróprioestadonutricionaleaosexofeminino.Programas deintervenc¸ãoparacontroledaobesidadeinfantileprevenc¸ãodasíndromemetabólica rela-cionadaaoacúmulodegorduraabdominaldevemlevaremconsiderac¸ãoainterac¸ãodoestado nutricionaldemãeseseusfilhos.
©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Esteéumartigo OpenAccesssobalicençaCCBY(http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:matheusmelzer@hotmail.com(M.R.T.F.Melzer).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rpped.2015.04.002
KEYWORDS
Nutritional epidemiology; Children;
Abdominalobesity
Factorsassociatedwithabdominalobesityinchildren
Abstract
Objective: Toidentifytheassociationofdietary,socioeconomicfactors,sedentarybehaviors andmaternalnutritionalstatuswithabdominalobesityinchildren.
Methods: Across-sectionalstudywithhousehold-basedsurvey,in36randomlyselectedcensus tractsinthecityofSantos/SP.357familieswereinterviewedandquestionnairesand anthro-pometricmeasurementswereappliedinmothersandtheir3-0years-oldchildren.Assessment ofabdominalobesitywas madeby maternalandchild’swaistcircumference measurement; forclassification usedcut-offpointsproposedbyWorldHealthOrganization(1998)and Tay-loretal.(2000)wereapplied.Theassociationbetweenvariableswasperformedbymultiple logisticregressionanalysis.
Results: 30.5%ofchildrenhadabdominalobesity.Associationswithchildren’s andmaternal nutritionalstatusandhighsocioeconomicstatuswereshownintheunivariateanalysis.Inthe regressionmodel,children’sbodymassindexforage(OR=93.7;95%CI39.3-223.3),female gen-der (OR=4.1; 95%CI1.8-9.3) andmaternal abdominal obesity (OR=2.7; 95%CI 1.2-6.0) were significantly associated with children’s abdominal obesity, regardless of the socioeconomic status.
Conclusions: Abdominalobesityinchildrenseemstobeassociatedwithmaternalnutritional status,otherindicatorsoftheirownnutritionalstatusandfemalegender.Interventionprograms for controlofchildhood obesityandprevention ofmetabolicsyndromeshouldconsiderthe interactionofthenutritionalstatusofmothersandtheirchildren.
©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-license(http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
Introduc
¸ão
A epidemia mundial da obesidade vem crescendo em proporc¸õesalarmantesna infância,o quepodeser obser-vado em países em desenvolvimento, que apresentaram aumentonaprevalênciadaobesidadeinfantil,nasúltimas décadas.1NoBrasil,estudocomamostradecrianc¸asde7a
10anosapontouumaprevalênciadesobrepesoeobesidade de26,7%parameninose34,6%parameninas.2
Consequenteaoexcessodepeso,oacúmulodegordura naregiãoabdominalestáassociado afatoresderisco car-diovascular e a distúrbios metabólicos, que podem estar presentesjána infância.3,4Compreende-secomoacúmulo
degorduranaregiãoabdominalumexcessodegordura ava-liadoporumamedidaantropométricae/oudecomposic¸ão corporal que apresente um valor acima de um ponto de corteespecíficoesensível.4Entreosmétodosparaesse
diag-nóstico, a circunferênciada cintura (CC), bastante usada na avaliac¸ão do estado nutricional de adultos, também vem sendo usada em crianc¸as.4,5 Estudos com
diferen-tes populac¸ões já propuseram distribuic¸ões em percentis e pontos de corte para a CC de crianc¸as, porém ainda não há consenso sobre os critérios para avaliac¸ão desse grupo.4
A acurácia da CC em comparac¸ão com outros méto-dos de diagnóstico do estado nutricional da crianc¸a, como o Índice de Massa Corporal (IMC) e a razão cintura/altura, foi avaliada em estudos cujos resulta-dos apontam aplicac¸ões dessa medida para auxiliar na identificac¸ão de risco de pressão arterial elevada em combinac¸ãoaoIMCoucomofatorassociadoàdislipidemia eàhiperglicemia.6,7
Algunsfatoresassociadosaoexcessodepesoeacúmulo degordura abdominalem crianc¸as,descritos naliteratura científica, são: nível socioeconômico da família,8 estado
nutricional dos pais9 e comportamentos sedentários da
crianc¸a.10 Sabe-se também que hábitos alimentares não
saudáveis e o consumo elevado de macronutrientes são apontados como possíveis causas do acúmulo de gordura abdominal.3Entretanto,poucosestudosempregaramaCC
paradeterminaragorduraabdominalemcrianc¸asbrasileiras comodesfechodeinteresseeparainvestigarquaisos possí-veisfatoresassociados.Oobjetivodesteestudoéanalisara associac¸ãodefatoresdietéticos,socioeconômicos, compor-tamentossedentáriosedoestadonutricionalmaternocom oacúmulodegorduraabdominaldecrianc¸asde3-10anos nomunicípiodeSantos.
Método
EsseestudoestáinseridonoprojetodepesquisaAvaliac¸ão doAmbienteNutricional noMunicípio deSantos(Ambnut) aprovadonoComitêdeÉticaem PesquisadaUniversidade Federal de SãoPaulo (Processos:275/2009 e 276/2009) e financiadopelaFundac¸ãodeAmparoaPesquisadoEstado de São Paulo (processo n◦ 2009/01361-0). O projeto teve delineamentotransversal debase domiciliar;dejaneiro a dezembro de 2010 foramfeitas duas visitas para investi-gar dadossocioeconômicos, antropométricos, sobresaúde ehábitoalimentardasfamílias.
quatro regiões administrativas: Orla, Centro, Noroeste e Morros;a região daOrla é caracterizada por maiorpoder aquisitivo em comparac¸ão com as demais. Estima-se que 55%dasfamíliasresidamnaregiãodaOrla,11%noCentro, 25%naZonaNoroestee9%nosMorros.
AamostradoprojetoAmbnutfoide538 famílias, prove-nientesde36dos566setorescensitáriosdaparteinsulardo município,sorteadosaleatoriamentedeformaproporcional àpopulac¸ãomoradoradetrêsdasquatroregiões:Centro, Noroestee Orla. A região dos Morrosnão foiincluída por dificuldadesdeacesso.Dessaforma,29setoresforam inves-tigadosnaOrla,trêssetoresnoCentroequatrosetoresna regiãoNoroesteeredistribuiu-seaproporc¸ãoderesidentes dosMorrosàsdemaisregiões.
O cálculo amostral considerou a prevalência de sobre-peso em crianc¸as menores de cincoanos de7% na região Sudeste,avaliada pelaPesquisaNacional deDemografiae Saúde(PNDS),adotandoníveldesignificânciade5%epoder detestede80%paraumtestebicaudal,comperdade10%. Para coleta de dados, seis entrevistadores graduados e graduandos da área de saúde foram treinados para a aplicac¸ão doquestionárioe trabalhode campo, organiza-dosemduplas.Otreinamentofoiconduzidopelaequipede pesquisadoresresponsáveispeloprojeto,comcargahorária de40 horas,quecompreendiatreinamentoemlaboratório eacompanhamentosupervisionadoàsprimeirasatividades emcampo.
Foi feito o arrolamento de cada setor, com o objetivo de identificar domicílios elegíveis, que teve como crité-rios de inclusão aquele em que residia pelo menos uma crianc¸amenor dedez anosjuntamentecom suamãe bio-lógica,desdequeamesmanãorelatassequalquerdistúrbio quepudesseafetarseuestadonutricional(câncer,Aidsou doenc¸as infecciosas) ou tivesse feito cirurgia bariátrica. Casohouvesse nodomicilio mais deumacrianc¸a na faixa etáriaaseravaliada,fazia-sesorteio.Osprocedimentosda coletaforamfeitossomenteapósasmãesdascrianc¸as assi-narem o Termo de Consentimento Esclarecido. A taxa de respostadosdomicíliosinvestigadosnoarrolamentofoide 70%eotempomédiodeentrevistasfoide100minutos.
Paraesteestudoespecífico,foramconsideradoselegíveis 357paresdemãesefilhos,oquecorrespondeuaos domicí-lioscomcrianc¸asdetrêsoumaisanos,nosquaisamedidada CCeracoletada.Esserecortemantevearepresentatividade daamostrainvestigadaeopoderdetestedeassociac¸ãofoi de90%.
Aingestãoalimentardascrianc¸asfoiestimadopormeio de doisRecordatórios de24 horas, em entrevistas com a mãe,umaplicadoemcadavisita.Acomposic¸ãonutricional dosalimentosfoicalculadapormeiodoprogramaAvanutri®
v.4.0(Avanutri&Nutric¸ãoServic¸oseInformáticaLtda.,Três Rios,Brasil);obancodosistemafoiampliadocomdadosda TabelaBrasileirade Composic¸ão deAlimentos(Taco)e do UnitedStatesDepartmentofAgriculture(USDA).
Foi usada paraanálise a mediana doconsumo decada macronutriente,comopontodecorte,elevou-seemconta a faixaetáriadas crianc¸as (3anos; 4-8anos e 9-10 anos) paragerac¸ão da variável.Essa categorizac¸ãocompreende asfaixasetáriasnasquaisoInstituteofMedicinetemuma recomendac¸ãoespecíficaparacada nutrientepelaDietary ReferenceIntake(DRI),natentativadenãosubestimarou superestimaroconsumo.
Foram coletados o peso e altura das mães e crianc¸as comousodebalanc¸adigitalportátilTanita®eestadiômetro
móvelAlturexata®,comastécnicaspadronizadaspor
Loh-manetal.11Comasmães,foramcoletadasdobrascutâneas
triciptal,biciptal,suprailíacaesubescapularemtriplicata paracálculodovalormédioe estimativadopercentualde gorduracorporal.
ACCfoiaferida,emduplicata,comumafitamétricanão extensívelde150cm.Suaaferic¸ãofoipadronizadanoponto médioentreaúltimacostelaeacristailíaca,comacrianc¸a ouamãedepé,semroupaquecobrissearegiãoabdominal; aleiturafoifeitanomomentodaexpirac¸ão.
Para avaliac¸ão da gordura abdominal infantil, considerou-se a proposta por Taylor et al., que consi-deravaloresacimaaopercentil80(p80)comoacúmulode gorduraabdominal.12ParaoIMC,consideraram-seascurvas
daOrganizac¸ãoMundialdaSaúde(OMS),paraidentificac¸ão doexcessodepeso.13
Paraclassificaroestadonutricionalmaterno, adotaram--seo IMCe aCCdeacordocoma recomendac¸ãodaOMS, que traz valores de IMC≥25kg/m2 como excesso de peso e CC≥80cm como acúmulo de gordura abdominal.14 Para classificar o acúmulo de gordura corporal consideraram--seosvalores ≥32% comoindicativos degordura corporal elevada.11
Oscomportamentossedentáriosdascrianc¸asforam ava-liadosa partirdotempogastoassistindoaTV,tempocom usodocomputadorecaminhada,alémdousodebicicleta comomeiodetransporteprincipalparaasatividades diá-riasoucomolazer,conformequestionáriovalidadoYouthdo CentrodeEstudos doLaboratóriodeAptidãoFísicadeSão CaetanodoSul(Celafics).15Paraasanálises,foiconsiderado
comopontodecorteovalordeduas horasassistindoaTV pordia, segundorecomendac¸ão daAmerican Academy of Pediatrics;16 o mesmocritério foiaplicadoparatempode
usodecomputador.
Paraavaliac¸ãosocioeconômicadasfamíliasforamusados questionáriosdoIBGEedaPNDS,queavaliamcaracterísticas dosdomicílios,escolaridadee renda.Paraaestratificac¸ão dasfamílias,empregou-seoCritériodeClassificac¸ão Econô-micaBrasilpropostopelaAssociac¸ãoBrasileiradeEmpresas dePesquisa(Abep).17 Paraanálises,asclassesforam
agru-padasemA+B(altonívelsocioeconômico)eC+D+E(baixo nívelsocioeconômico).
Foifeitaanáliseestatísticadescritivadaamostra, estra-tificada pela faixa etária das crianc¸as. Associac¸ões entre asvariáveis deinteresseeo acúmulodegordura abdomi-nalforamverificadascommodelosdeanálisederegressão logísticamúltipla,sendoaCCacimadop80comodesfecho evariáveissocioeconômicas,estadonutricionalmaternoe asvariáveis individuaisdacrianc¸aparaajuste nomodelo. Inicialmentefoiusadootestedoqui-quadradoparaa aná-liseunivariada e as variáveis com valor de p<0,20 foram incluídasnaanálisemultivariada.Nomodelofinal, permane-ceramasvariáveiscomvalordep<0,05.Foiusadootestede Hosmer-Lemeshowparaverificaroajustedomodelo.Esses resultadossãoapresentados comosvalores deoddsratio (OR)eIntervalodeConfianc¸a(IC)de95%.
Paracomputac¸ãodosdadosdietéticosfoiusadoo soft-wareEpi Info® v.3.5 (CDC, Atlanta, GA, EUA). Osvalores
deescore-ZforamcalculadoscomoprogramaAnthroPlus®
Tabela1 Prevalênciadasvariáveisindividuaisdascrianc¸asdaamostra,deacordocomafaixaetáriadascrianc¸as.Santos,2012 (n=357)
3-4anos 5-7anos 8-10anos Total
n % n % n % n %
Característicasdascrianc¸as Sexo
Masculino 50 58,8 68 52,7 75 52,4 193 54,1
Feminino 35 41,2 61 47,3 68 47,6 164 45,9
Acúmulodegorduraabdominal
Sim 32 37,6 28 21,7 49 34,3 109 30,5
Não 53 62,4 101 78,3 94 65,7 248 69,5
ExcessodepesopeloIMC/idade
Sim 12 14,1 39 30,2 62 43,4 113 31,7
Não 73 85,9 90 69,8 81 56,6 244 68,3
Tempoassistindoatelevisão
Elevado 73 85,9 108 83,7 116 81,1 297 83,2
Adequado 12 14,1 21 16,3 27 18,9 60 16,8
Tempoemusodecomputador
Elevado 6 7,1 28 21,7 41 28,7 75 21,0
Adequado 79 92,9 101 78,3 102 71,3 282 79,0
Caminhadacomotransporteprincipal
Sim 48 56,5 84 65,1 91 63,6 223 62,5
Não 37 43,5 45 34,9 52 36,4 134 37,5
Bicicletacomotransporteprincipal
Sim 4 4,7 11 8,5 12 8,4 27 7,6
Não 81 95,3 118 91,5 131 91,6 330 92,4
Consumodecarboidratosa
Acima/igualamediana 38 46,3 42 33,4 41 28,8 121 34,5 Abaixodamediana 44 53,7 84 66,6 101 71,2 229 65,5
Consumodeproteínaa
Acima/igualamediana 44 53,6 57 45,2 72 50,7 173 49,4 Abaixodamediana 38 46,4 69 54,8 70 49,3 177 50,6
Consumodelipídiosa
Acima/igualamediana 49 59,7 54 42,8 67 47,1 170 48,5 Abaixodamediana 33 40,3 72 57,2 75 52,9 180 51,5
IMC,ÍndicedeMassaCorporal.
an=350.
softwareStatisticalPackagefortheSocialSciences®(SPSS)
v.16(SPSSInc.,Chicago,IL,EUA).
Resultados
Nastabelas1e2sãoapresentadososdadosdescritivosda amostra,pelaprevalênciados fatoresavaliados.Nototal, observou-seque30,5%dascrianc¸ase64%dasmães apresen-taramacúmulodegorduraabdominal.Aanáliseunivariada apresentada na tabela 3 indicou associac¸ão entre apre-sentar acúmulo de gordura abdominale excesso de peso peloIMC/Idade. Nãoforamencontradasassociac¸ões signi-ficativascom o consumo de nutrientespara carboidratos, lipídioseproteína;noentanto,oconsumo deproteínafoi testadonomodeloderegressãoposteriormente(p=0,085). Todasasvariáveisrelacionadasaoscomportamentos seden-tários igualmente não demonstraram associac¸ão com o desfecho(p>0,20).Foram encontradasassociac¸ões signifi-cativasentreasvariáveisdeestratificac¸ãosocialpelaAbep, possedecarro,trabalhomaternoforadecasa,excessode
pesomaterno,acúmulodegorduratotalecentralmaterna (tabela3).
Natabela4sãoapresentadososresultadosdaanálisede regressãologísticaevaloresdeoddsratiodomodelofinal, entreasvariáveisestudadas.Nomodelofinalfoiconsiderada significativaaassociac¸ãoentreoexcessodegordura abdo-minaldacrianc¸aeoexcessodepesoinfantilpeloIMC/idade, osexofemininoeoacúmulodegorduraabdominaldasmães. Avariáveldeclassificac¸ãosocioeconômicadaAbep perma-neceucomovariáveldecontrole.
Discussão
Nopresenteestudo,foramidentificadasassociac¸õesentreo acúmulodegorduraabdominalnascrianc¸aseoestado nutri-cionaldacrianc¸a(excessodepesopeloIMC/Idade),osexo dacrianc¸a(feminino)eestadonutricionaldamãe(acúmulo degorduraabdominal).
Tabela2 Prevalênciadasvariáveismaternasesocioeconômicasdaamostra,deacordocomafaixaetáriadascrianc¸as.Santos, 2012(n=357)
3-4anos 5-7anos 8-10anos Total
n % n % n % n %
Característicasdasmães ExcessodepesopeloIMCa
Sim 35 41,2 69 53,5 88 61,9 192 53,9
Não 50 58,8 60 46,5 54 38,1 164 46,1
Gorduracorporalb
Elevada 26 30,6 34 26,9 26 18,8 86 24,6
Adequada 59 69,4 92 73,1 112 81,2 263 75,4
Acúmulodegorduraabdominala
Sim 48 56,5 79 61,2 101 71,1 228 64
Não 37 43,5 50 38,8 41 28,9 128 36
Característicasdenívelsocioeconômico Nívelsocioeconômico(Abep)
Alto 51 60 75 58,1 86 60,1 212 59,4
Baixo 34 40 54 41,9 57 39,9 145 40,6
Possedecarro
Sim 50 58,8 67 51,9 80 55,9 197 55,2
Não 35 41,2 62 48,1 63 44,1 160 44,8
Escolaridade
>Ensinomédio 34 40 47 36,4 35 24,5 116 32,5
≤Ensinomédio 51 60 82 63,6 108 75,5 241 67,5
Trabalhafora
Sim 54 63,5 76 58,9 90 62,9 220 61,6
Não 31 36,5 53 41,1 53 37,1 137 38,4
IMC,ÍndicedeMassaCorporal;Abep,Associac¸ãoBrasileiradeEmpresasdePesquisa.
a n=356. b n=349.
Estudo feito com crianc¸as brasileiras de sete a 10 anos encontrouumaprevalênciade22%emmeninase26,5%em meninos,valorespoucomenores,masestimadosapartirde outroreferencialteórico.18 Emoutrotrabalho,foi
identifi-cadaumaprevalênciade33,7%decrianc¸ascomsobrepeso nacidadedeSantos,19valoresqueconvergemcomosdados
destainvestigac¸ão.Essepanoramatrazqueosobrepesoeo acúmulodegorduraabdominalinfantilestão presentesde formasemelhante,emrelac¸ãoàprevalência.
Naanáliseunivariada,umacrianc¸acomriscode sobre-pesoousobrepesofoiassociadacomapresentaracúmulode gorduraabdominal.Talachadoéconsistentecomofatode que a região dotronco é uma das que apresentammaior suscetibilidadeparadepósitosdetecidoadiposo.Apesarde essavariávelterpermanecidonomodeloderegressãofinal, érelevanteconsiderarasuperestimac¸ãodoseuefeito,dada aevidenteligac¸ãodoexcessodepesocomodesfechoem pauta;importante tambéméavaliaro amplointervalode confianc¸a(OR=93,7;IC95% 39,3-23,3).12,20Estudocom
ado-lescentesbrasileirosproduziuumresultadosemelhante,ao considerarqueosindivíduoscommaiorquantidadede gor-durasubcutâneateriam133,6 maischancesdeapresentar acúmulo degordura abdominal;21 os autores empregaram
a classificac¸ão de Taylor et al.,12 também adotada neste
estudo.
Os resultados mostram ainda que as meninas têm 4,1 maischancesdeapresentaracúmulodegorduraabdominal;
espera-se encontrar maior adiposidade no sexo feminino levandoemconsiderac¸ãooIMC;22noentanto,jáse
demons-trou associac¸ãoentre adiposidade, IMC e CC em crianc¸as eadolescentesdosexomasculino.21,23Sabe-seaindaqueo
homemadultoapresentamaioracúmulodegorduravisceral doqueamulher;24assim,valeconsiderarahipótesedeque
a maior adiposidade abdominal encontrada nas meninas possaserumacaracterísticadestaamostra; ditodeoutra forma,épossível que ascondic¸ões típicasdeacúmulode gordura corporal sejam mais evidentes somente após a puberdade, ao considerar que a faixa etária da amostra podesermuitojovem.
Asatividadesconsideradascomopráticassedentáriasnão mostraramassociac¸ãocomoacúmulodegorduraabdominal, oquecontrariaachadospregressossobreoefeitodotempo deassistir a TVe dotransporte ativo até a escola.10,22,23
Umestudocomadolescentesbrasileirostambémencontrou resultadocontrário:umnívelinsuficientedepráticade ati-vidadefísicafoiassociadocomumaCCelevada.25Épossível
queasvariáveisemestudonãotenhamsidobonsmarcadores decomportamentos sedentários, que podem trazerriscos asaúde nessapopulac¸ão. Noentanto, deve-se considerar queotempogastoassistindoaTVeusandocomputadorera relatadopelamãedacrianc¸aepodetersidosubestimado.
Tabela3 Análiseunivariada de variáveisexploratóriase associac¸ãocomacúmulodegorduraabdominaldascrianc¸as comovariáveldependente.Santos,2012(n=357)
ORBruto IC95% p-valor
Característicasdascrianc¸as Sexo
Masculino 1,0 --- 0,172
Feminino 1,4 0,8-2,2
ExcessodepesopeloIMC/iade
Sim 62,4 30,1-129,2 <0,001
Não 1,0
---Consumodeproteína
Acima/igualamediana 1,0 --- 0,085 Abaixodamediana 0,6 0,4-1,0
Característicasdasmãesenívelsocioeconômico Nívelsocioeconômico(Abep)
Alto 1,0 --- 0,017
Baixo 0,6 0,3-0,9
Possedecarro
Sim 1,8 1,1-2,8 0,012
Não 1,0
---Escolaridade
>Ensinomédio 1,0 --- 0,171 ≤Ensinomédio 0,7 0,4-1,1
Trabalhafora
Sim 1,9 1,1-3,0 0,010
Não 1,0
---ExcessodepesopeloIMCa
Sim 1,7 1,0-2,7 0,024
Não 1,0
---Gorduracorporalb
Elevada 1,9 1,0-3,3 0,033
Adequada 1,0
---Acúmulodegorduraabdominala
Sim 2,2 1,3-3,6 0,002
Não 1,0
---IMC,índicedamassacorporal;Abep,Associac¸ãoBrasileirade EmpresasdePesquisa;OR,razãodechances;IC,intervalode confianc¸a.
an=356. b n=349.
acréscimodeproteínanadietaapresentourelac¸ão contrá-ria:por meiode mudanc¸asna dieta, maisproteínagerou umareduc¸ão de2,7 cm daCC em crianc¸as e adolescen-tes, em relac¸ãoa grupo com pouca proteína, em estudo longitudinal.26
Oestadonutricionalmaternoapresentouassociac¸ão sig-nificativacomagorduraabdominalnacrianc¸aemtodosos parâmetrosavaliadose,principalmente,comamedidade CC na análise multivariada. Em nossaamostra, uma mãe comacúmulodegorduraabdominalaumentaem2,7vezesa chancedacrianc¸atambémapresentaressequadro. Pesqui-sadoresnoMéxicorelatamquefilhosdepaiscomobesidade abdominaltêm2,85 maischancesdeapresentar omesmo quadro,9valorpróximoaoencontradonesteestudo.Outras
investigac¸õestambémencontraramassociac¸ãoentre sobre-peso dacrianc¸a e obesidadematerna.22,23 Isso indica que
tantooestadonutricionaldamãequantoodopaidacrianc¸a
Tabela 4 Modelo de regressão logística múltipla com o acúmulo de gordura abdominal da crianc¸a como variável dependente.Santos,2012(n=356)
ORAjustado IC95% p-valor
ExcessodepesopeloIMC/idadedacrianc¸a
Sim 93,7 39,3-223,3 <0,001
Não 1,0
---Sexodacrianc¸a
Masculino 1,0 --- 0,012
Feminino 4,1 1,8-9,3
Acúmulodegorduraabdominalmaterno
Sim 2,7 1,2-6,0 0,01
Não 1,0
---NívelsocioeconômicopelaAbep
Alto 1,0 --- 0,08
Baixo 0,5 0,2-1,0
IMC,índice demassacorporal;Abep,Associac¸ão Brasileirade EmpresasdePesquisa;OR, razãodechances;IC,intervalode confianc¸a.
podemterrelac¸ãocomessedesfecho.Deve-seconsiderar quetalinfluênciapossaestarassociadatantoafatores gené-ticos comosocioculturaisdehábitosfamiliares.Ocuidado com a atenc¸ão nutricional à saúde materno-infantil, por-tanto,deveseiniciarnoperíodopré-nataleconsiderartoda aestruturafamiliar.Jásedemonstrouqueaparticipac¸ãodos paisem intervenc¸õesdeeducac¸ãonutricionale promoc¸ão deatividadefísicaparacrianc¸as auxiliabeneficamentena reduc¸ãodoIMCeoutrosparâmetrosdoestadonutricional.27
Deve-se considerarpreviamentequea percepc¸ão dospais emrelac¸ãoaoestadonutricionaldeseufilhopodeseruma barreira, tendoem vista adificuldade na identificac¸ãodo excessodepesoe,portanto,noreconhecimentoda impor-tânciadeincluirseufilhoemtaisatividades.28
Emboranãotenha apresentado significâncianomodelo final,a análiseunivariadamostrouassociac¸ãosignificativa entreoacúmulodegorduraabdominaldascrianc¸aseonível socioeconômicopelaestratificac¸ãosocial,apossedecarroe ofatodeamãetrabalharforadecasa.Nívelsocioeconômico elevado, representadopelotipo deescolae cidade, tam-bémjá foiassociado comacúmulode gorduraabdominal, emcrianc¸asindianas.8Contudo,outroestudocomcrianc¸as
brasileirasmenoresdecincoanosnãoobservouassociac¸ão entreo nível socioeconômico, tambémrepresentado pela Abep, e excessode peso;29 pode-se sugerirque há outros
fatorescommaiorinfluênciasobreoestadonutricionaldo queonívelsocioeconômico.
Apossedecarropoderiatambémestarassociadacoma atividadefísica.Ascrianc¸ascujospaisapresentamessebem materialo usariam paraasatividadesdiárias, oque evita momentosdecaminhadaouusodebicicleta,por conveni-ênciaouviolênciaurbana.10Quantoàscrianc¸ascujasmães
O estudo da ingestão alimentar apresenta limitac¸ões como número reduzido de recordatóriosde 24 horas e a obtenc¸ãododadopormeiodeentrevistacomamãe,oque pode determinar subnotificac¸ão. Além disso, tratando-se deumestudoqueaplicouumquestionáriodeinvestigac¸ão extenso, algumas perguntas e medidas não puderam ser aplicadasouaferidaspelosentrevistadoresporalegado des-confortoourecusadoentrevistadoe,assim,ondealgumas variáveisémenor.Ataxaderespostade70%tambémpode terinterferidonosresultadosdealgumasassociac¸ões. Ade-mais, como setratadeestudo transversal,não épossível relatarrelac¸ãodecausalidadeentreosfatoresanalisados. Apesar dessaslimitac¸ões, comocontribuic¸ões dopresente estudo, constatou-seque o estadonutricional materno, a ocorrênciadeexcessodepesoeosexofemininoemcrianc¸as estãoassociadoscomoacúmulodegorduraabdominalem crianc¸as,independentementedeseunívelsocioeconômico. A síndrome metabólica em crianc¸as ainda é um tema emergente, para o qual diferentes aspectos clínicos são considerados no diagnóstico, a depender do seu referen-cialteórico.30 A CC elevada constitui umdesses aspectos
e,aocompararcomoutros,como níveisséricosdeglicose e lipídios, apresenta vantagens por ser um procedimento nãoinvasivoedefácilmensurac¸ão.Assim,suainclusãona rotinadaatenc¸ãobásicaàsaúdeauxiliarianodelineamento de intervenc¸ões e atividades interdisciplinares ligadas ao combatededoenc¸ascrônicasnainfância.
As relac¸ões que envolvem a CC da crianc¸a ainda são incertas. Mais estudosnessa linhade pesquisa são neces-sários para comprovac¸ão de algumas das hipóteses aqui apresentadas. Espera-se que este estudo contribua para o desenvolvimento de políticas públicas de prevenc¸ão de doenc¸ascrônicas,aoconsideraraimportânciadeac¸õesde educac¸ãonutricionalconcebidasparaoâmbitofamiliar,de formaaresultaremmaiorchancedeimpactosobreoestado nutricionaldascrianc¸as.
Financiamento
Fundac¸ão de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp),processosn◦2009/01361-1e2011/21270-0.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
ÀFapesp,pelofinanciamento,àsfamíliasqueparticiparam eàequipedoprojetoAmbnut.
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