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Fraturas e caminhos ótimos na rede de Barabasi-Albert

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIˆENCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE F´ISICA TE ´ORICA E EXPERIMENTAL PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM F´ISICA

Fraturas de Caminhos ´

Otimos na Rede de

Barab´

asi-Albert

THIAGO CRIS ´OSTOMO CARLOS NUNES

(2)

Fraturas de Caminhos ´

Otimos na Rede de

Barab´

asi-Albert

Disserta¸c˜ao de mestrado apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em F´ısica do Departamento de F´ısica Te´orica e Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obten¸c˜ao do grau de mestre em F´ısica.

Orientador: Prof. Dr. Luciano Rodrigues da Silva Co-Orientador: Dr. Gabriel Alves Mendes

(3)

Agradecimentos

Agrade¸co a minha verdadeira fam´ılia, meus pais, meu irm˜ao e minha querida e amada av´o, por me acolherem nas horas de cansa¸co e stresse me fazendo acreditar que tudo daria certo mesmo quando tudo parecia perdido.

Ao professor e orientador Dr. Luciano Rodrigues da Silva por todo seu apoio para a realiza¸c˜ao deste trabalho e principalmente pela ajuda no amadurecimento dos meus conhe-cimentos.

Ao meu co-orientador Dr. Gabriel Mendes pela orienta¸c˜ao e discuss˜oes nesse trabalho. Aos amigos do grupo de pesquisa, MSc. Antonio Marques, MSc. Tiago Medeiros, MSc. Thiago Rafael e o MSc. Maur´ıcio Lopes, e a mestranda Samurai Gomes de Aguiar pelas discuss˜oes e ajudas durante o desenvolvimento desta disserta¸c˜ao.

`

A Mariana Barbosa da Silva, uma grande amiga que me cativou por completo e que nunca mediu esfor¸cos para me acalmar nas horas de turbulˆencia.

`

(4)

Seguindo a linha do trabalho de Andrade e colaboradores (2009) em redes regulares, n´os investigamos o problema da fratura atrav´es do caminho ´otimo (optimal path cracks -OPC) em Redes Complexas. Neste problema n´os associamos para cada s´ıtio uma determinada energia. O caminho ´otimo ´e definido como aquele, dentre todos os poss´ıveis, que atravessa o sistema e tem o menor custo, ou seja, a menor soma das energias ao longo do caminho. Uma vez que o caminho ´otimo ´e determinado, em cada passo, n´os bloqueamos o s´ıtio com maior energia e a partir de ent˜ao um novo caminho ´otimo ´e calculado. Este procedimento ´e repetido at´e que exista um conjunto de s´ıtios bloqueados que forma uma fratura macrosc´opica a qual conecta lados opostos do sistema. O m´etodo ´e aplicado numa rede de lado L e a densidade de s´ıtios removidos ´e computada. Como observado no trabalho de Andrade e colaboradores, o sistema fraturado que n´os estudamos tamb´em apresenta diferentes comportamentos dependendo do n´ıvel da desordem, que pode ser fraca, moderada ou forte. No regime de desordem fraca e moderada, a densidade de s´ıtios removidos no sistema n˜ao depende do tamanho L no caso de redes regulares, enquanto no regime de desordem forte a densidade se torna substancialmente dependente de L. N´os fizemos o mesmo tipo de estudo para Redes Complexas. Neste caso, cada novo s´ıtio ´e conectado a m s´ıtios que j´a est˜ao presentes na rede. Como no trabalho anterior, n´os observamos que a densidade de s´ıtios removidos apresenta um comportamento similar. Al´em disso, um novo resultado ´e obtido, isto ´e, n´os analisamos a dependˆencia da desordem com o parˆametro de liga¸c˜ao m.

(5)

Abstract

Following the study of Andrade et al. (2009) on regular square lattices, here we investigate the problem of optimal path cracks (OPC) in Complex Networks. In this problem we associate to each site a determined energy. The optimum path is defined as the one among all possible paths that crosses the system which has the minimum cost, namely the sum of the energies along the path. Once the optimum path is determined, at each step, one blocks its site with highest energy, and then a new optimal path is calculated. This procedure is repeated until there is a set of blocked sites forming a macroscopic fracture which connects the opposite sides of the system. The method is applied to a lattice of size L and the density of removed sites is computed. As observed in the work by Andrade et al. (2009), the fractured system studied here also presents different behaviors depending on the level of disorder, namely weak, moderated and strong disorder intensities. In the regime of weak and moderated disorder, while the density of removed sites in the system does not depend of the size L in the case of regular lattices, in the regime of high disorder the density becomes substantially dependent on L. We did the same type of study for Complex Networks. In this case, each new site is connected with m previous ones. As in the previous work, we observe that the density of removed sites presents a similar behavior. Moreover, a new result is obtained, i.e., we analyze the dependency of the disorder with the attachment parameter m.

(6)

Introdu¸c˜ao 2

1 Percola¸c˜ao 4

1.1 Introdu¸c˜ao . . . 4

1.2 Percola¸c˜ao por s´ıtios . . . 4

1.3 Percola¸c˜ao por liga¸c˜oes . . . 6

1.4 Leis de escala . . . 7

1.5 Fractais e percola¸c˜ao . . . 9

1.5.1 Dimens˜ao fractal do aglomerado percolante . . . 10

2 Conceitos b´asicos e caracter´ısticas de redes 12 2.1 Introdu¸c˜ao . . . 12

2.2 Conceitos b´asicos de redes . . . 15

2.2.1 Distribui¸c˜ao de conectividade . . . 15

2.2.2 Coeficiente de agrega¸c˜ao . . . 16

2.2.3 6 graus de separa¸c˜ao . . . 17

2.2.4 Mundo pequeno . . . 18

2.3 Modelos de redes . . . 19

2.3.1 Modelo de Erd¨os e R´enyi . . . 19

2.3.2 Propriedades de grafos aleat´orios . . . 21

2.3.3 Modelo de Wattz e Strogatz . . . 25

2.3.4 Modelo de Barab´asi e Albert . . . 26

2.3.5 Propriedades do modelo de Barab´asi e Albert . . . 29

3 O problema do caminho m´ınimo 32 3.1 Introdu¸c˜ao . . . 32

3.2 Algoritmo de Dijkstra . . . 34

3.3 Heap bin´aria . . . 37

(7)

3.3.1 Inserindo um elemento na heap . . . 39 3.3.2 Extraindo um elemento da heap . . . 40

4 Redes de fraturas 42

4.1 Introdu¸c˜ao . . . 42 4.2 Fraturas de caminhos ´otimos . . . 43 4.2.1 Modelo de fraturas de caminhos ´otimos . . . 44 5 Fraturas de caminhos ´otimos na rede de Barab´asi-Albert 51 5.1 Introdu¸c˜ao . . . 51 5.2 Aplica¸c˜ao do Modelo de Optimal Path Crack na rede de Barab´asi-Albert . . 52 5.3 Regime de desordem baixa . . . 53 5.4 Regime de desordem moderada . . . 56 5.5 Regime de desordem alta . . . 58

6 Conclus˜oes 64

Bibliografia 66

(8)

1.1 Percola¸c˜ao por s´ıtios em rede quadrada. Redes com lado L = 16 e com dife-rentes probabilidades de ocupa¸c˜ao. Em p0.59 surge o aglomerado percolante. 5 1.2 Percola¸c˜ao por s´ıtios em rede quadrada. Em vermelho o aglomerado percolante

que conecta a margem esquerda `a margem direita da rede. . . 5 1.3 Percola¸c˜ao por liga¸c˜ao em rede quadrada. As liga¸c˜oes conectadas entre si

formam os aglomerados. Em vermelho, o aglomerado percolante . . . 6 1.4 Curvas P∞×p para diferentes tamanhos L de rede em percola¸c˜ao por s´ıtios.

P∞ cresce com pseguindo uma lei de potˆencia(eq. 1.2). . . 8

1.5 Comportamento do comprimento de correla¸c˜ao ξ(p) em fun¸c˜ao de p. Vemos que ξ(p) diverge na regi˜ao cr´ıtica dep. . . 9 2.1 a) Representa¸c˜ao das pontes de K¨onigsberg. b) Grafo de Euler para o problema

das pontes de K¨onigsberg. As pontes s˜ao representadas pelas liga¸c˜oes e as por¸c˜oes de terra pelos n´os. . . 13 2.2 Representa¸c˜ao esquem´atica de uma rede. O n´o destacado em vermelho tem

conectividade 5 (k = 5). . . 13 2.3 a) Representa¸c˜ao da rede de Bethe. Esse ´e um exemplo de uma rede tipo

´arvore. b) Exemplo de uma rede com presen¸ca de circuito de ordem n = 3, representado pelos n´os em vermelho e pelas liga¸c˜oes em azul. Essa rede possui n´umero de n´os N = 8 e n´umero de liga¸c˜oes L = 8. Com esses dados, usando a rela¸c˜aoI =L+ 1N, podemos determinar o n´umero de circuitos presentes na rede. Nesse caso, temos I = 1. . . 14 2.4 Figura de um n´o ν e seus primeiros vizinhos, vemos que kν = 6 resultando

cν = 1/3. . . 17

2.5 Mapa dos Estados Unidos destacando os estados de Nebraska e Kansas ao cen-tro e massachusetts ao canto, ambos representando respectivamente os pontos de saida e chegada das cartas. . . 18

(9)

2.6 Figura (a) referente a N = 10 n´os isolados, onde depois ´e conectado cada par de n´os com probabilidadep. Figura (b) mostra o grafo em um est´agio ava¸cado de conex˜oes. . . 20 2.7 Processo de evolu¸c˜ao de um grafo para o modelo de Erd¨os-R´enyi. (A) Come¸camos

com N = 10 n´os isolados, depois conectamos cada par de n´os com probabili-dade p. (B) e (C) mostram diferentes est´agios no desenvolvimento do grafo, correspondentes a probabilidades p = 0.1 e p = 0.15 respectivamente. Po-demos notar o surgimento de ´arvores (uma de ordem 3, linhas tracejadas) e ciclos (um ciclo de ordem 3, linhas tracejadas) num grafo, e um aglomerado que conecta metade dos n´os em p= 0.15 = 1.5/N. . . 20 2.8 A figura exibe os processos de conex˜oes dos n´os para o modelo de

Wattz-Strogatz, o qual interpola entre um c´ırculo regular e uma rede aleat´oria sem alterar o n´umero de n´os ou arestas. Em tal figura come¸ca-se comN = 10 n´os, cada n´o conectado aos seus quatro primeiros vizinhos. Para p= 0 o c´ırculo se mant´em inalterado; com o aumento de p a rede aumenta desordenadamente at´e p= 1 onde todas as arestas s˜ao re-conectadas aleatoriamente. . . 25 2.9 Tamanho do caminho L(p) e coeficiente de agrega¸c˜ao C(p) para o modelo de

Wattz-Strogatz. Os dados est˜ao normalizados para os valores de L(0) e C(0) para um rede regular. H´a uma r´apida queda no caminho m´edio L(p), o que corresponde ao efeito de mundo pequeno, e durante esta queda nota-se que C(p) permanece quase constante, indicando que a transi¸c˜ao para o mundo pequeno ´e quase indetect´avel `a n´ıvel local. . . 26 2.10 Figuras referentes a redes livres de escala para o modelo de Barab´asi-Albert.

(a) Figura paraN = 8 n´os que se conectam segundo uma distribi¸c˜ao de conec-tividade em lei de potˆencia P(k) = k−γ. (b) Figura para uma rede de escala

livre ap´os a adi¸c˜ao de v´arios n´os. . . 27 2.11 Caracter´ıstica do caminho m´ediolpelo tamanhoN da rede de Barab´asi-Albert

com hki= 4, comparada com um grafo aleat´orio de mesmo tamanho e mesma conectividade m´edia. . . 30 2.12 Coeficiente de agrega¸c˜ao pelo tamanho da rede de (BA) com hki= 4,

compa-rada com o coeficiente de agrega¸c˜ao de um grafo aleat´orio com Crand ≈ hki/N. 31

3.1 Grafo das rotas entre as cidades A e B. Os v´ertices s˜ao as cidades, as arestas s˜ao os trechos entre as cidades com seus respectivos pesos dados em Km. As arestas tracejadas em vermelho formam um dos menores caminhos. . . 33

(10)

As arestas que est˜ao sombreadas indicam que π(v) = u, e os v´ertices em preto pertencem ao conjunto S. Os v´ertices brancos pertencem ao conjuntoQ, e os v´ertices sombreados s˜ao aqueles que tˆem menor valor em tal conjunto. . . 37 3.3 Na figura acima temos uma Heap, que ´e uma ´arvore bin´aria completa e de

prioridade, pois o valor de cada n´o ´e menor ou igual que os de seus filhos. Para termos uma ´arvore bin´aria de prioridade completa ´e preciso que seus n´ıveis estejam cheios, com poss´ıvel exce¸c˜ao do ´ultimo, ao qual est´a preenchido da esquerda para a direita at´e um certo ponto. . . 38 3.4 Uma simples e interessante representa¸c˜ao de uma heap usando vetores. Temos

que a raiz ocupar´a o primeiro elemento do vetor A[1] = 2 e seus filhos ocupam as posi¸c˜oes A[2] = 4 pois tal posi¸c˜ao ´e 2×(´ındice do pai) e A[3] = 9 pois ´e 2×(´ındice do pai) + 1. Assim os filhos de A[2] ocupar˜ao as posi¸c˜oes A[4] = 6 e A[5] = 5 e os filhos de A[3] ocuparam as posi¸c˜oes A[6] e A[7], que para o nosso caso s´o ser´a A[6] = 98 e A[7] = 10. . . 39 3.5 a) Inserimos o elemento de prioridade 3 na ´ultima posi¸c˜ao da heap, ou seja,

a esquerda do elemento de prioridade 5. b) Comparamos o valor do elemento inserido com o valor do seu pai (n´o com valor 5) com o intuito de tornar a ´arvore novamente de prioridade, caso o elemento inserido seja menor que seu pai eles trocam de posi¸c˜ao na heap. . . 40 3.6 Para o nosso exemplo a raiz ficar´a com o valor 81, logo em seguida

compara-se o n´o raiz com compara-seus filhos e trocam-compara-se os valores sucessivamente caso os filhos tenham um valor menor que o do pai at´e que se encontre a posi¸c˜ao que satisfa¸ca a prioridade da heap, ou seja, uma posi¸c˜ao em que o pai ´e menor do que qualquer um dos filhos ou at´e n˜ao ter mais elementos . . . 41 4.1 Falha de San Andreas na California. Considerando apenas uma fratura

sim-ples, o encontrado para tal falha ´e que sua dimens˜ao fractal ´e em torno de Df rac≈1.15 (5). . . 43

(11)

4.2 As figuras (a) e (b) mostram o regime de desordem fraca para realiza¸c˜oes equivalentes: em (a) as energias dos s´ıtios s˜ao distribu´ıdas seguindo a lei de potˆencia P(ǫi) ∝ ǫ1i com βD = 0.002, enquanto que em (b) as energias s˜ao

uniformemente distribu´ıdas. As figuras (c) e (d) mostram fraturas para βD =

6 e βD = 100, sendo que a figura (c) corresponde ao regime de desordem

intermedi´ario e a figura (d) o regime de desordem forte. O backbone da fratura ´e mostrado em vermelho, os s´ıtios pertencentes ao maior cluster da fratura, com ausˆencia do backbone, est˜ao em azul, e os s´ıtios bloqueados que n˜ao fazem parte da fratura e do backbone est˜ao em verde. . . 46 4.3 Dependˆencia logar´ıtmica da massa de todos os s´ıtios bloqueadosMt formando

o OPC, o cluster de todos os s´ıtios na fratura Mf, e a massa do backbone da

fratura, pelo tamanho L do sistema para β = 0.002 . . . 48 4.4 Dependˆencia logar´ıtmica da massa de todos os s´ıtios bloqueadosMt formando

o OPC, o cluster de todos os s´ıtios na fratura Mf, e a massa do backbone da

fratura que parte o sistema, pelo tamanho L do sistema para βD = 6. Para

este valor intermedi´ario de βD podemos indentificar o crossover no regime de

desordem forte para o regime de desordem fraca que depende do tamanho do sistema . . . 49 4.5 Transi¸c˜ao da desordem forte para a desordem fraca no modelo de OPC. As

curvas exibem o comportamento da densidade de todos os s´ıtios bloqueadosρt

pelo parˆametro de desordem do sistema. Estas curvas apresentam trˆes regimes. Para a desordem fraca (βD <1), onde vemos uma satura¸c˜ao na densidade de

s´ıtios bloqueados em torno de ρt= 0.22. Para desordem intermedi´aria vemos

que a densidade diminui com o parˆametro de desordem e que n˜ao h´a uma dependˆencia em rela¸c˜ao ao tamanho do sistema. Para regimes de desordem forte vemos que o valor da densidade depende do tamanho L do sistema. . . 50 5.1 N´umero total Mt de s´ıtios bloqueados como fun¸c˜ao do tamanhoN do sistema

para o regime de desordem baixa. Nas curvas referentes `a m = 2, m = 4 e m = 8 foram usadas redes de tamanho 1000, 2000, 4000, 8000, 16000, 32000 e 64000, sendo que para cada rede foram simuladas cerca de 12000 amostras. . 54 5.2 Rede de Barab´asi-Albert para m = 4(A) e m = 8(B) e N = 100 no regime

de desordem baixa. Os s´ıtios em verde s˜ao os que permanecem na rede, os em vermelho s˜ao os s´ıtios bloqueados (Fratura) e os s´ıtios em azul s˜ao os que compreendem o caminho ´otimo. . . 55

(12)

5.3 N´umero total Mt de s´ıtios bloqueados como fun¸c˜ao do tamanhoN do sistema

para o regime de desordem moderada. Nas curvas referentes `a m = 2, m= 4 e m= 8 foram usadas redes de tamanho 1000, 2000, 4000, 8000, 16000, 32000 e 64000, sendo que para cada rede foram simuladas cerca de 12000 amostras. 56 5.4 Rede de Barab´asi-Albert param = 4(A) e m= 8(B) e N = 100 no regime de

desordem moderada. Os s´ıtios em verde s˜ao os que permanecem na rede, os em vermelho s˜ao os s´ıtios bloqueados (Fratura) e os s´ıtios em azul s˜ao os que compreendem o caminho ´otimo. . . 57 5.5 N´umero total Mt de s´ıtios bloqueados como fun¸c˜ao do tamanhoN do sistema

para o regime de desordem alta. Nas curvas referentes `a m = 2, m = 4 e m = 8 foram usadas redes de tamanho 1000, 2000, 4000, 8000, 16000, 32000 e 64000, sendo que para cada rede foram simuladas cerca de 12000 amostras. . 58 5.6 Rede de Barab´asi-Albert para m = 4(A) e m = 8(B) e N = 100 no regime

de desordem alta. Os s´ıtios em verde s˜ao os que permanecem na rede, os em vermelho s˜ao os s´ıtios bloqueados (Fratura) e os s´ıtios em azul s˜ao os que compreendem o caminho ´otimo. . . 59 5.7 Parˆametro de desordem βD como fun¸c˜ao da fra¸c˜ao de s´ıtios bloqueados no

sistema para m = 2. Foram usadas redes de tamanho 1000, 2000 e 4000. Nas curvas acima vemos trˆes diferentes regimes, o de desordem baixa, o de desordem moderada e de desordem alta. . . 60 5.8 Parˆametro de desordem βD como fun¸c˜ao da fra¸c˜ao de s´ıtios bloqueados no

sistema para m = 4. Foram usadas redes de tamanho 1000, 2000 e 4000. Nas curvas acima vemos trˆes diferentes regimes, o de desordem baixa, o de desordem moderada e de desordem alta. . . 61 5.9 Parˆametro de desordem βD como fun¸c˜ao da fra¸c˜ao de s´ıtios bloqueados no

sistema para m = 8. Foram usadas redes de tamanho 1000, 2000 e 4000. Nas curvas acima vemos trˆes diferentes regimes, o de desordem baixa, o de desordem moderada e de desordem alta. . . 62 5.10 Parˆametro de desordem βD como fun¸c˜ao da fra¸c˜ao de s´ıtios bloqueados no

(13)

Introdu¸

ao

Como podemos observar na natureza, estamos rodeados de materiais dos quais suas es-truturas apresentam algum tipo de desordem, que microscopicamente podem ter rela¸c˜ao com espa¸cos vazios, descolamentos e at´e mesmo composi¸c˜ao estrutural, o que os torna suscet´ıveis a fraturas que dependem significamente do grau de desordem em que o dado material se encontra. Existem basicamente dois regimes de desordem, um regime de baixa desordem, onde os elementos pertencentes a um determinado sistema tˆem uma propriedade que em si n˜ao diferencia muito uma da outras, e existe o regime de alta desordem, definido justamente de forma contraria `a anterior, cujos elementos de um sistema podem ter uma propriedade que se diferencia significamente uma da outras.

Encontramos tamb´em na natureza sistemas que s˜ao ditos Sistemas Complexos, pois ´e formado por um grande n´umero de unidades simples, mas cuja intera¸c˜ao entre eles influen-cia o comportamento de todo o sistema, sendo sua complexidade dada pela quantidade de informa¸c˜ao necess´aria para descrevˆe-la. Dentre os Sistemas Complexos, est˜ao as Redes Com-plexas, que descrevem v´arios sistemas reais, tais como a sociedade, uma rede de indiv´ıduos ligados por v´arias rela¸c˜oes sociais, a Internet, uma rede de roteadores conectados por v´arias conex˜oes, ou at´e mesmo uma c´elula, uma rede de substratos conectados por rea¸c˜oes qu´ımicas. Resultados da topologia de tais redes encontraram que, independente da natureza do sistema e da identidade de seus constituintes, suas distribui¸c˜oes de conectividade P(k) decai como uma lei de potˆenciaP(k) = k−γ. Esses resultados s˜ao as primeiras evidˆencias de que algumas

grandes redes podem se auto organizarem como uma rede em escala livre.

A origem do comportamento de escala livre tem sido explicada por dois mecanismos b´asicos que est˜ao presentes em muitos sistemas reais. Primeiro, a rede se desenvolve com a adi¸c˜ao de novos s´ıtios. Segundo, ´e mais prov´avel que a um s´ıtio ser adicionado `a rede o mesmo se conecte a outros n´os com altos valores de conectividade (liga¸c˜ao preferencial).

Assim o alto interesse de entender a topologia das Redes Complexas tem resultado em um desenvolvimento de um n´umero consider´avel de modelos redes, assim como modelos que

(14)
(15)

Cap´ıtulo 1

Percola¸

ao

1.1

Introdu¸

ao

Percola¸c˜ao ´e um modelo matem´atico desenvolvido com o prop´osito de resolver proble-mas em meios aleat´orios agregados a conceitos geom´etricos e probabil´ısticos. Introduzido formalmente em 1957 por Broadbent e Hammersley o modelo de percola¸c˜ao ´e um processo do qual um fluido se dispersa atrav´es de um meio aleat´orio [1]. Para exemplificar melhor essa situa¸c˜ao, imagine uma rocha colocada dentro de um recipiente com ´agua, fa¸camos agora o seguinte questionamento: qual a probabilidade do centro da rocha est´a molhada? A for-mula¸c˜ao de um modelo para representar tal situa¸c˜ao fez surgir o modelo de percola¸c˜ao [2]. O termo percola¸c˜ao vem da semelhan¸ca que tal processo tem quando comparado ao processo de fluxo do caf´e no coador (percolator em inglˆes). Desde ent˜ao qualquer sistema cuja estrutura espacial seja aleat´oria, a teoria de percola¸c˜ao pode ser aplicada, por tal motivo a teoria de percola¸c˜ao tem encontrado aplica¸c˜oes em diversas ´areas, como na propaga¸c˜ao de epidemias, modelagem em propaga¸c˜ao em fogo nas florestas, redes el´etricas desordenadas, etc.

Vamos abaixo fazer uma breve introdu¸c˜ao a alguns conceitos da teoria de percola¸c˜ao.

1.2

Percola¸

ao por s´ıtios

Podemos descrever o modelo de percola¸c˜ao por s´ıtios tomando inicialmente uma rede quadrada comN×N s´ıtios [3]. Considera-se que cada s´ıtio ou c´elula da rede seja ocupado de forma aleat´oria com uma probabilidadep, ou permane¸ca vazio com uma probabilidade 1p. Na Figura 1.1 podemos ver redes de mesmo tamanho mas com diferentes probabilidades de

(16)

ocupa¸c˜ao dos s´ıtios. Observe que h´a forma¸c˜ao de aglomerados, que s˜ao conjuntos de s´ıtios que tˆem um lado em comum, os quais chamamos de primeiros vizinhos. Notamos que `a medida que a probabilidade de ocupa¸c˜aopaumenta, os aglomerados ficam cada vez maiores, assim a percola¸c˜ao ocorre quando existe um aglomerado que conecta as bordas da rede (Figura 1.2). Existe ent˜ao um valor cr´ıtico bem definido,p=pc, a partir do qual se forma um aglomerado

que liga uma extremidade a outra da rede, fazendo o sistema percolar. Tal valor corresponde ao limiar de percola¸c˜ao e ´e a probabilidade m´ınima necess´aria para que exista pelo menos um caminho percolante.

Figura 1.1: Percola¸c˜ao por s´ıtios em rede quadrada. Redes com lado L = 16 e com diferentes probabilidades de ocupa¸c˜ao. Emp0.59 surge o aglomerado percolante [4].

Figura 1.2: Percola¸c˜ao por s´ıtios em rede quadrada. Em vermelho o aglomerado percolante que conecta a margem esquerda `a margem direita da rede [35].

(17)

6

de percola¸c˜ao, que ´e o menor valor de p para o qual o sistema percola. Esse valor separa duas fases distintas: para p < pc, o sistema n˜ao percola e n˜ao existe nenhum caminho que

conecte as margens opostas da rede, para p > pc, o sistema percola pois existe pelo menos

um caminho que conecte as margens rede, por onde pode fluir por exemplo uma corrente el´etrica, um fluido, etc. Dizemos ent˜ao que ocorreu uma transi¸c˜ao de fase, pois o sistema exibe diferentes propriedades acima e abaixo depc. Como a transi¸c˜ao de fase ´e regulada por

um parˆametro que reflete as caracter´ısticas geom´etricas do sistema, dizemos que se trata de uma transi¸c˜ao de fase geom´etrica.

1.3

Percola¸

ao por liga¸

oes

Neste tipo de percola¸c˜ao consideramos uma rede composta por N ×N s´ıtios, os quais podem estar ligados por segmentos de reta, ver Figura 1.3. Assim como na percola¸c˜ao por s´ıtios, as liga¸c˜oes s˜ao preenchidas aleatoriamente com probabilidade p. Em uma rede quadrada, uma liga¸c˜ao tem mais vizinhos do que um s´ıtio, ou seja, enquanto que um s´ıtio tem quatro s´ıtios como primeiros vizinhos, uma liga¸c˜ao tem seis liga¸c˜oes como primeiros vizinhos, o que facilita a forma¸c˜ao de aglomerados na percola¸c˜ao por liga¸c˜oes. Deste modo ´e necess´ario um percentual menor de liga¸c˜oes para formar o aglomerado percolante e assim o limiar de percola¸c˜ao por liga¸c˜oes (pc) ´e menor que o limiar de percola¸c˜ao por s´ıtios.

(18)

1.4

Leis de escala

Como visto na se¸c˜ao anterior, o modelo de percola¸c˜ao ´e um exemplo de fenˆomeno cr´ıtico, pois em um determinada probabilidade (pc) ocorre uma transi¸c˜ao de fase. Esta transi¸c˜ao de

fase ´e puramente geom´etrica, pois apenas o valor do parˆametro que reflete as caracter´ısticas geom´etricas do sistema,pc, separa uma fase na qual existem aglomerados finitos de liga¸c˜oes,

de uma fase onde est´a presente o aglomerado infinito.

Associadas aos fenˆomenos cr´ıticos est˜ao as leis de escala e a estas os expoentes cr´ıticos. O estudo dos expoentes cr´ıticos tem revelado que eles s˜ao independentes da maior parte dos parˆametros do sistema, como por exemplo, a topologia da rede. Este fato ´e chamado invariˆancia e os sistemas que possuem os mesmo valores de expoentes cr´ıticos s˜ao ditos pertencentes a uma mesma classe de universalidade [5].

Uma grandeza comumente tratada em trabalhos cient´ıficos ´e a probabilidade P∞ de um

s´ıtio ocupado ou uma liga¸c˜ao ocupada pertencer ao aglomerado infinito [4]. Essa probabili-dade ´e definida como

P∞ =

n´umero de s´ıtios do aglomerado infinito

n´umero total de s´ıtios ocupados (1.1) Vemos que tal valor tamb´em representa a fra¸c˜ao de s´ıtios que fazem parte do aglomerado percolante quando este se expande pela rede infinita emp=pc.

Em p= pc existe uma transi¸c˜ao entre duas fases macrosc´opicas: uma com “ausˆencia do

aglomerado percolante” e a outra com “presen¸ca do aglomerado percolante”. Para p < pc

n˜ao existe aglomerado infinito eP∞→0, ver Figura 1.4. Para p≥pc, aparece o aglomerado

infinito e P∞ pr´oximo do ponto cr´ıtico comporta-se como:

P∞(p)≈

(

0 se p < pc

(ppc)β se p > pc

(1.2)

Como P∞ descreve a ordem nos sistemas de percola¸c˜ao, o mesmo pode ser identificado

como o parˆametro de ordem destes sistemas, sendo β o expoente cr´ıtico relacionado a este parˆametro.

Outra grandeza ´e o comprimento de correla¸c˜ao ξ que se refere ao comprimento dos aglo-merados finitos, abaixo e acima de pc, sendo definida como a distˆancia m´edia entre dois

(19)

aglome-8

Figura 1.4: CurvasP∞×ppara diferentes tamanhosLde rede em percola¸c˜ao por s´ıtios. P∞cresce

comp seguindo uma lei de potˆencia (eq. 1.2).

rado percolante tem o tamanho do comprimento da rede, L, logo se L tende ao infinito o comprimento de correla¸c˜ao diverge nesse ponto, ver Figura 1.5.

ξ(p)(ppc)−ν (1.3)

O expoenteν exibe o mesmo valor abaixo e acima do limiar de percola¸c˜ao pc.

Outra grandeza frequentemente estudada em percola¸c˜ao ´e o n´umero m´edio de s´ıtios, ou a massa, S, de um aglomerado finito, que tamb´em diverge nas proximidades de pc. Tal

grandeza se comporta como:

S(p)≈ |ppc|−γ (1.4)

O expoenteγ tamb´em ´e o mesmo acima e abaixo de pc.

(20)

Figura 1.5: Comportamento do comprimento de correla¸c˜ao ξ(p) em fun¸c˜ao de p [4]. Vemos que ξ(p) diverge na regi˜ao cr´ıtica de p.

tamb´em n˜ao dependem do tipo de percola¸c˜ao (por s´ıtios, por liga¸c˜ao, etc), mas dependem apenas da dimensionalidade do sistema.

1.5

Fractais e percola¸

ao

Quando dizemos que um plano ´e bidimensional e que o espa¸co ´e tridimensional estamos nos referindo ao conceito de dimens˜ao Euclidiana. Em tal conceito a dimens˜ao Euclidiana pode ser entendida como a dimens˜ao na qual os objetos s˜ao relacionados ao espa¸co no qual est˜ao inseridos, e, portanto pontos tˆem dimens˜ao zero, retas assim como curvas tˆem di-mens˜ao 1, planos tˆem didi-mens˜ao 2, e s´olidos tˆem didi-mens˜ao 3. Tal conceito pode ser ampliado sucessivamente at´en dimens˜oes, sendo n um n´umero inteiro.

(21)

10

A geometria fractal [6], em especial a dimens˜ao fractal, tem sido objeto de estudo de di-versas ´areas, pois uma grande variedade de estruturas complexas tem sido quantitativamente descritas utilizando-se de tal teoria como ferramenta, e com aplicabilidades como caracte-riza¸c˜ao de objetos, analise e reconhecimento de padr˜oes em imagens, etc.

Os fractais s˜ao objetos com uma estrutura muito irregular, ou quebrada, e que possuem algumas caracter´ısticas peculiares que os diferenciam das outras formas geom´etricas, em tais caracter´ısticas est´a presente `a auto-similaridade em diferentes n´ıveis de escala e dimens˜oes que s˜ao fracion´arias.

O termo fractal foi criado em 1975 pelo matem´atico chamado Benoit Mandelbrot [6], sendo o motivo de tal termo o adjetivo latino fractus, que significa quebrar, devido `a estrutura irregular dos fractais. Em seu livro intitulado The Fractal Geometry of Nature, Mandelbrot cita a defini¸c˜ao formal de fractal:

“Um fractal ´e, por defini¸c˜ao, um conjunto para o qual a dimens˜ao de Hausdorff - Besi-covitch excede, estritamente, a dimens˜ao topol´ogica.”

A dimens˜ao D de Hausdorff - Besicovitch ´e definida quando δ 0 como:

Md=

X

h(d) = Xγ(d)δd=γ(d)N(δ)δd−→ (

0 se d > D

∞ se d < D (1.5) Para o conjunto de pontosSa qual a d-medidaMdde tal conjunto muda de zero a infinito,

sendoN(d) o n´umero de fun¸c˜oes testesh(d) necess´arias para cobrir o conjunto S de pontos, γ(d) o fator geom´etrico,d ´e a dimens˜ao da medida e δ ´e o comprimento. A dimens˜ao D de Hausdorff - Besicovitch ´e chamada de dimens˜ao fractal.

1.5.1

Dimens˜

ao fractal do aglomerado percolante

Pr´oximo ao limiar de percola¸c˜ao, o aglomerado percolante apresenta a propriedade de auto-similaridade e comporta-se como um fractal, possibilitando a descri¸c˜ao da estrutura dos aglomerados percolantes atrav´es de conceitos fractais. Como vimos, se a probabilidade de ocupa¸c˜ao ´e maio ou menor quepc, o comprimento de correla¸c˜aoξ descreve o tamanho m´edio

dos aglomerados finitos do sistema, e em pc, ξ diverge e existem buracos no aglomerado

percolante. O aglomerado percolante pode ser auto-similar apenas nas escalas de tamanho menores que ξ, pois ξ ´e finito para valores maiores que pc, logo acima de pc, em escalas de

(22)

M(L, ξ)  

Ldf se L≪ξ ξdf

L ξ

d

se Lξ (1.6)

A probabilidade de que um s´ıtio arbitr´ario no interior de um disco de raio r, menor do queξ, perten¸ca ao aglomerado percolante ´e a raz˜ao entre o n´umero de s´ıtios no aglomerado percolante e o n´umero total de s´ıtios,

P∞ ≈

M(r)

M ≈

rdf

rd , r < ξ. (1.7)

Tal equa¸c˜ao tamb´em ´e v´alida se considerarmos r = aξ, onde a ´e uma constante arbitraria menor que 1, ou seja, 0< a <1. Assim substituindor =aξ em (1.7) obtemos,

P∞≈

ξdf

ξd (1.8)

Logo podemos relacionar os expoentes cr´ıticos β e ν com a dimens˜ao fractal df dos

aglomerado percolantes, pois das equa¸c˜oes (1.2), (1.3) e (1.8) vemos que

(ppc)β ≈(p−pc)ν(d−df)

Ou seja,

df =d−

β

ν (1.9)

Esta rela¸c˜ao mostra que a dimens˜ao fractaldf do aglomerado percolante empc´e um expoente

que depende de β e ν, como tais expoentes s˜ao universais ent˜ao df ´e tamb´em um expoente

(23)

Cap´ıtulo 2

Conceitos b´

asicos e caracter´ısticas de

redes

2.1

Introdu¸

ao

Redes complexas s˜ao abundantes na natureza, descrevendo diversos sistemas reais, tais como a sociedade, uma rede de indiv´ıduos ligados por v´arias rela¸c˜oes sociais, a Internet, uma rede de roteadores conectados por varias conex˜oes, a World Wide Web, uma enorme rede virtual de p´aginas na Web conectadas por links, ou at´e mesmo uma c´elula, uma rede de substratos conectados por rea¸c˜oes qu´ımicas [23]. Mas o que exatamente significa uma rede? Como e quais mecanismos determinam a topologia de tais redes? Questionamentos como esses tˆem induzido a comunidade cient´ıfica a tentar compreender muitos fenˆomenos da natureza relativos a essas ´areas de estudo, usando uma important´ıssima teoria matem´atica como ferramenta, a teoria de grafos.

O estudo das redes teve sua origem na teoria dos grafos, quando o matem´atico Leonard Euler, por volta de 1735, resolveu o problema das pontes de K¨onigsberg [24]. Tal problema consiste em saber se ´e poss´ıvel atravessar as sete pontes do rio Pregel, rio que corta a cidade de K¨onigsberg, passando sobre cada uma das pontes uma ´unica vez e assim regressar ao ponto de partida, ver Figura 2.1. Para solucionar o problema Euler usou um artif´ıcio matem´atico em que ele transformou as pontes em segmentos e as por¸c˜oes de terra em pontos, e chegou `a conclus˜ao que o problema era insol´uvel [13]. Essa prova ´e considerada o ponto de partida do ramo da Matem´atica conhecido como Teoria de Grafos.

Temos ent˜ao na Teoria de Grafos, uma teoria que nos possibilita um tratamento

(24)

Figura 2.1: a) Representa¸c˜ao das pontes de K¨onigsberg. b) Grafo de Euler para o problema das pontes de K¨onigsberg. As pontes s˜ao representadas pelas liga¸c˜oes e as por¸c˜oes de terra pelos n´os.

tem´atico para redes, uma vez que as redes podem ser representadas por grafos [25]. Assim uma rede (ou grafo) ´e um objeto matem´atico do qual ´e constitu´ıdo de um conjunto de v´ertices (n´os), conectados via linhas (liga¸c˜oes, arestas ou arcos), ver Figura 2.2.

Figura 2.2: Representa¸c˜ao esquem´atica de uma rede. O n´o destacado em vermelho tem conectivi-dade 5 (k= 5).

Uma das caracter´ısticas locais mais simples de um n´o ´e a sua conectividade k, que ´e o n´umero de liga¸c˜oes que ele apresenta, representando tamb´em o n´umero total de seus vizi-nhos mais pr´oximos, ver Figura 2.2. Em uma rede onde suas arestas tˆem dire¸c˜ao (directed networks), a conectividade dos n´os tem duas importantes componentes: o n´umero de liga¸c˜oes de sa´ıdakout

(25)

14

chegam ao n´oi), sendo a conectividade total de tal n´o dada por ki =kiin+kouti .

Um tipo importante de grafo s˜ao as ´arvores, que s˜ao grafos que n˜ao contem circuitos, desta forma existe somente um caminho ligando cada par de n´os (Figura 2.3(a)), em particular uma ´arvore conectada comN n´os apresenta um n´umero deL=N1 liga¸c˜oes. Se esse grafo n˜ao possuir partes separadas, ela ´e dita uma ´arvore conectada. Um circuito de ordemn, ´e definido como um caminho fechado comk liga¸c˜oes tais que cada duas liga¸c˜oes consecutivas, e somente elas, tˆem um n´o comum [26], ver Figura 2.3(b). Em geral o n´umeroI de circuitos num grafo conectado, cujas liga¸c˜oes n˜ao s˜ao direcionadas, relaciona-se com o n´umero de liga¸c˜oes e n´os pela express˜ao I =L+ 1N.

Figura 2.3: a) Representa¸c˜ao da rede de Bethe. Esse ´e um exemplo de uma rede tipo ´arvore. b) Exemplo de uma rede com presen¸ca de circuito de ordemn= 3, representado pelos n´os em vermelho e pelas liga¸c˜oes em azul. Essa rede possui n´umero de n´osN = 8 e n´umero de liga¸c˜oesL= 8. Com esses dados, usando a rela¸c˜ao I =L+ 1N, podemos determinar o n´umero de circuitos presentes na rede. Nesse caso, temosI = 1.

Outro caso interessante de grafos, ´e o grafo aleat´orio, que ´e um grafo que pode ser definido como um arranjo desordenado de liga¸c˜oes. A no¸c˜ao de aleatoriedade n˜ao ´e aplic´avel a um ´

unico grafo, assim a descri¸c˜ao estat´ıstica completa de redes aleat´orias sugere uma descri¸c˜ao de ensembles estat´ısticos correspondentes. Esse ensemble ´e definido como o conjunto de seus membros, onde cada membro tem sua pr´opria probabilidade de realiza¸c˜ao, ou seja, uma dada rede aleat´oria ´e um grafo com uma probabilidade, e assim por diante.

(26)

ser˜ao conectados. J´a as redes dinˆamicas s˜ao aquelas onde, em cada tempo, um novo v´ertice ´e adicionado, e ligado `a algum s´ıtio pr´e-existente.

2.2

Conceitos b´

asicos de redes

2.2.1

Distribui¸

ao de conectividade

Como a conectividade dos v´ertices em uma rede ´e distribu´ıda estatisticamente, logo podemos definir uma fun¸c˜ao que represente tais distribui¸c˜oes, a distribui¸c˜ao de conectividade. Introduziremos uma distribui¸c˜ao de conectividade para a rede tal que p(k, s, N) nos dˆe a probabilidade de que um dado n´o s escolhido aleatoriamente tenha k liga¸c˜oes em uma rede de tamanhoN, ou equivalentemente a fra¸c˜ao de n´os na rede que tˆem conectividadek. Assim a distribui¸c˜ao de conectividade total ´e definida como

P(k, N) =

N

X

s=1

p(k, s, N). (2.1)

Para o caso de grafos que suas arestas tˆem dire¸c˜ao, precisamos considerar duas distri-bui¸c˜oes, a distribui¸c˜ao de entrada pi(k

i, s, N) e a distribui¸c˜ao de sa´ıda po(ko, s, N), onde

podemos definir a distribui¸c˜ao total de entrada comopi(k

i, N) e a distribui¸c˜ao total de sa´ıda

po(k

o, N). Podemos obter a informa¸c˜ao de como a conectividade se distribui entre os n´os de

uma rede calculando os momentos da distribui¸c˜ao. O n-´esimo momento de P(k) ´e definido como:

k2

=X

k

knP(k). (2.2)

O primeiro momento ent˜ao ´e dado como hki, que ´e a conectividade m´edia da rede [27]. Demonstrarei a seguir exemplos das distribui¸c˜oes de conectividade mais encontradas no estudo de redes complexas.

(1) Distribui¸c˜ao de Poisson: desde que todos os n´os em um grafo aleat´orio s˜ao estatistica-mente equivalentes, o grafo segue uma distribui¸c˜ao de conectividade tal que a probabilidade de que um n´o escolhido aleatoriamente tenha uma conectividade k tem a mesma forma de P(ki =k). Para N grande e fixado hki a distribui¸c˜ao de conectividade se aproxima de uma

(27)

16

P(k) = e−hkihki

k

k! . (2.3)

(2) Distribui¸c˜ao exponencial: a distribui¸c˜ao exponencial ´e obtida para sistemas que n˜ao est˜ao em equil´ıbrio, ou seja, em grafos crescidos aleatoriamente atrav´es de adi¸c˜oes simultˆaneas de v´ertices e arestas. Tal distribui¸c˜ao ´e dada por:

P(k)e−k/hki. (2.4)

(3) Distribui¸c˜ao em lei de potˆencia: resultados emp´ıricos para muitas redes reais mostram uma distribui¸c˜ao que contrasta com a distribui¸c˜ao de Poisson. Esta distribui¸c˜ao de conec-tividade ´e dada por: P(k) = k−γ para γ 6= 0. Tais redes s˜ao chamadas de redes livres de

escala.

2.2.2

Coeficiente de agrega¸

ao

O coeficiente de agrega¸c˜aoC ´e um dos mais importantes parˆametros usados para carac-terizar a topologia de redes complexas. Tal coeficiente nos d´a a probabilidade de que os dois vizinhos mais pr´oximos de um dado n´o tamb´em sejam vizinhos entre si. Para um dado n´oi da rede, tendo ele ki arestas as quais o conecta com ki outros n´os, o valor do coeficiente de

agrega¸c˜ao dei´e dado pela rela¸c˜ao entre o n´umero de arestas Ei existentes entre esses ki n´os

e o n´umero total de ki(ki−1)/2 de arestas poss´ıveis onde

Ci =

2Ei

ki(ki−1)

(2.5)

A m´edia deCi sobre os v´ertices de conectividadek nos forneceC(k) como uma agrega¸c˜ao

local dependente da conectividade, o qual mostra a probabilidade de que dois vizinhos pr´oximos de um n´o de conectividade k estejam ligados entre si, ver Figura 2.4. A conec-tividade m´edia ´e definida como

hCi=hCii=

X

k

P(k)C(k). (2.6)

(28)

hCi ≡ hEii

hki(ki−1)/2i

= P

kP(k)hE(k)i

(hk2i − hki)/2 (2.7) ondehCi´e a probabilidade que exista uma aresta entre dois vizinhos de um v´ertice escolhido aleatoriamente. Podemos dizer que a agrega¸c˜ao hCi demonstra a densidade de pequenos loops de tamanho 3 em uma rede.

Figura 2.4: Figura de um n´o ν e seus primeiros vizinhos, vemos que kν = 6 resultandocν = 1/3.

2.2.3

6 graus de separa¸

ao

Em 1967 o soci´ologo norte-americano Stanley Milgram [29] realizou um experimento com o prop´osito de estimar o n´umero real de passos em uma rede de conhecidos, em tal experimento Milgram selecionou aleatoriamente pessoas em Nebraska e as pediu para enviar cartas `as pessoas em Massachusetts (Figura 2.5), identificadas por alguns dados pessoais como nome e ocupa¸c˜ao. Tal experimento consistia em:

(29)

18

(2) Se vocˆe conhece a pessoa alvo mande essa carta diretamente para ela, se n˜ao repasse a carta para algum conhecido que provavelmente a conhe¸ca.

(3) Quando a carta chegar `a pessoa alvo, esta dever´a enviar a mesma de volta para o pesquisador em quest˜ao.

Milgram chegou ao resultado surpreendente que dentro de uma rede de 200 milh˜oes de n´os (habitantes), o n´umero de conex˜oes necess´arias para alcan¸car a pessoa alvo tinha um valor m´edio de 6.

Figura 2.5: Mapa dos Estados Unidos destacando os estados de Nebraska e Kansas ao centro e massachusetts ao canto, ambos representando respectivamente os pontos de saida e chegada das cartas.

2.2.4

Mundo pequeno

(30)

m´edia comparada ao do modelo de rede aleat´oria de Erd¨os-R´enyi (ER) para tamanho e conectividade m´edia.

Um dos primeiros modelos de redes com alto coeficiente de agrega¸c˜ao e menor caminho m´edio foi introduzido por Watts e Strogatz [28], os quais definiram tais redes como sendo de mundo pequeno, redes que tem altos coeficientes de agrega¸c˜ao e diˆametros que crescem logaritmicamente com o n´umero de n´os. O modelo proposto por Watts e Strogatz tem como ideia central come¸car com uma rede bem estruturada, como um c´ırculo ou uma grade (Figura 2.8), os quais tˆem um alto coeficiente de agrega¸c˜ao, mas tamb´em uma grande distˆancia entre seus n´os, e aleatoriamente re-conectar as arestas da rede com o prop´osito de reduzir seu diˆametro (confira p´ag. 25). De uma forma detalhada come¸camos a rede com um c´ırculo com N n´os, no qual cada n´o ´e simetricamente conectado aos seus 2m vizinhos mais pr´oximos nos dando um total de K =mN arestas. Depois, cada aresta ´e re-conectada aleatoriamente a um n´o escolhido com probabilidade p. Note que para p = 0 temos uma rede regular, enquanto que para p = 1 temos um grafo aleat´orio com a restri¸c˜ao de que cada n´o tenha uma conectividade m´ınima dada porkmin =m, ver Figura 2.8.

2.3

Modelos de redes

A principal fun¸c˜ao dos modelos de redes ´e explicar o aparecimento e o comportamento de algumas das mais importantes caracter´ısticas de redes. Como tais modelos s˜ao ferramentas que desempenham um papel crucial na nossa compreens˜ao das redes complexas, precisamos prestar aten¸c˜ao a alguns dos mais importantes modelos.

2.3.1

Modelo de Erd¨

os e R´

enyi

Segundo o modelo de grafos aleat´orios de Erd¨os - R´enyi (ER) [31], come¸camos com N n´os e conectamos cada par de n´os com poss´ıveis N[N2−1] arestas com uma mesma probabi-lidade p (Figura 2.7), criando um grafo de aproximadamente pN[N2−1] liga¸c˜oes distribu´ıdas aleatoriamente , ver Figura 2.6. No total ´e uma combina¸c˜ao deCn

N[N−1]/2 grafos com N n´os en arestas. Conseq¨uentemente o n´umero total de arestas ´e uma vari´avel aleat´oria com valor esperadoE(n) =pN[N 1]/2.

(31)

20

Figura 2.6: Figura (a) referente a N = 10 n´os isolados, onde depois ´e conectado cada par de n´os com probabilidadep. Figura (b) mostra o grafo em um est´agio ava¸cado de conex˜oes. Figura retirada da ref. [30]

Figura 2.7: Processo de evolu¸c˜ao de um grafo para o modelo de Erd¨os-R´enyi. (A) Come¸camos com N = 10 n´os isolados, depois conectamos cada par de n´os com probabilidade p. (B) e (C) mostram diferentes est´agios no desenvolvimento do grafo, correspondentes a probabilidadesp= 0.1 ep= 0.15 respectivamente. Podemos notar o surgimento de ´arvores (uma de ordem 3, linhas tracejadas) e ciclos (um ciclo de ordem 3, linhas tracejadas) num grafo, e um aglomerado que conecta metade dos n´os emp= 0.15 = 1.5/N. Figura retirada da ref [26].

aleat´orios ´e estudar as propriedades do espa¸co de probabilidades associada a grafos com N n´os quando N → ∞, com um principal objetivo de determinar para qual probabilidade de conex˜aop, uma particular propriedade do grafo ir˜ao surgir.

(32)

2.3.2

Propriedades de grafos aleat´

orios

A. Subgrafos

Seja G1 = (E1, V1) um grafo de E1 arestas e V1 n´os, inteiramente contido em um grafo G = (E, V) de tal forma que todos os V1 n´os e todas as E1 arestas de G1 s˜ao tamb´em n´os deV e arestas de E, logo dizemos que G1 ´e um subgrafo de G. A apari¸c˜ao de subgrafos foi a primeira propriedade de grafos aleat´orios estudada por Erd¨os e R´enyi (1959) [31], como exemplo de subgrafos temos um circuito (Figura 2.7), seja tal circuito de ordemk, para que o mesmo tenha um circuito de k arestas, a cada par de arestas consecutivas tem que haver somente um n´o em comum, ou seja, graficamente um triˆangulo ´e um circuito de ordem 3, e um retˆangulo ´e um circuito de ordem 4 e assim por diante. Vemos ent˜ao que a conectividade m´edia de um circuito e igual a dois, j´a que cada n´o tem duas arestas. Como exemplos de subgrafos temos tamb´em as ´arvores, um grafo de ordem k com k n´os e k1 arestas, e nenhum dos seus sub grafos s˜ao circuitos, logo ´arvores n˜ao formam circuitos. A conectividade m´edia de uma ´arvore de ordem k ´e dada por hki= 22/k sub-grafos completos de ordem k altamente conectados, com k n´os e todos as poss´ıveis k(k1) arestas.

Um interessante problema na teoria dos grafos ´e determinar segundo a sua evolu¸c˜ao a probabilidade cr´ıtica Pc(N) em que quase todo grafo contem uma determinada ´arvore de

certa ordem, e determinar se existe uma probabilidade cr´ıtica que marca o aparecimento de subgrafos com k n´os e l arestas. Como exemplo, vamos considerar o processo de evolu¸c˜ao descrito na Figura 2.7 para um grafoG=GN,p. Come¸ca-se comN n´os isolados e em seguida

conectamos cada par de n´os com probabilidadep. Para pequenas probabilidades de conex˜ao as arestas est˜ao desconectadas, e como o n´umero de arestas aumenta, dois n´os podem se conectar e formar uma ´arvore de ordem 3.

Nosso primeiro objetivo para responder sobre probabilidade cr´ıtica de aparecimento de sub grafos ´e determinar quantos subgrafos existem em um grafo aleat´orio, tal prova foi feita por Bollob´as em 1985. Para isso considere um grafo aleat´orio G = GN,p e um pequeno

subgrafoF com k n´os el arestas. Os k n´os podem ser escolhidos do n´umero totalN de n´os em CN

k formas e as l arestas s˜ao formadas com probabilidade pl. Podemos ent˜ao permutar

osk n´os e obter k!/anovos grafos, onde a´e o n´umero de grafos que s˜ao isom´orficos. O valor esperado de subgrafosF contidos em G ´e dado por

E(X) =CNk k! ap

l

= N

kpl

(33)

22

Tal equa¸c˜ao nos mostra que sep(N)Nk/l 0 comN 0, o n´umero esperado de subgrafos

E(X)0, ou seja, nenhum dos grafos aleat´orios contem um sub grafoF. SeP(N) = cN−k/l,

o n´umero m´edio de grafos ´e um n´umero finito dado por λ=cl/a, indicando que esta fun¸c˜ao

pode ser a probabilidade cr´ıtica. Pode-se testar se tal fun¸c˜ao ´e v´alida calculando a distribui¸c˜ao dos n´umeros de sub grafos,Pp(X =r), obtendo

lim

N→∞Pp(X =r) =e −λλr

r!. (2.9)

e a probabilidade que Gcontenha pelo menos um subgrafo ´e

Pp(G⊃F) =

X

r=1

Pp(X =r) = 1−e−λ, (2.10)

o qual converge para 1 com o aumento dec, ocorrendo o mesmo para valores depsatisfazendo pNk/l → ∞.

A probabilidade cr´ıtica de que quase todo o grafo contenha um subgrafo com k n´os e l arestas ´ePc(N) =cN−k/l. Alguns casos importantes podem ser explicitados, como veremos

a seguir na equa¸c˜ao (2.10).

(a) A probabilidade cr´ıtica de ter uma ´arvore de ordemk ´ePc(N) =cN−k/(k−1);

(b) A probabilidade cr´ıtica de ter um circuito de ordemk ´ePc(N) =cN−1;

(c) A probabilidade cr´ıtica de ter um subgrafo completo de ordem k ´ePc(N) = cN−2/(k−1).

B. Distribui¸c˜ao de conectividade

Em um grafo aleat´orio com probabilidade p de conex˜ao, a conectividade ki de um n´o i

segue uma distribui¸c˜ao binomial com parˆametrosN 1 e p:

P(ki =k) = pk(1−p)n−1−kCkN−1. (2.11)

Esta probabilidade representa o n´umero de formas ao qual k arestas podem ser ligadas de um dado n´o, onde pk ´e a probabilidade de ter k arestas, (1p)N−1−k ´e a probabilidade de

que as outras probabilidade estejam ausentes e CN−1

k ´e o n´umero de diferentes combina¸c˜oes

em que as liga¸c˜oes podem estar distribu´ıdas.

Vamos primeiro estudar o n´umeros de n´os com conectividade k, ou seja Xk, com o

(34)

De acordo com a equa¸c˜ao (2.11), o valor esperado do n´umero de n´os com conectividade k, ´e

E(Xk) =N P(ki =k) =λk, (2.12)

onde

λk =N pk(1p)n−1−kCNk1. (2.13) A distribui¸c˜ao dos valores deXk ondeP(Xk =r) aproxima-se de uma distribui¸c˜ao de Poisson

dada por

Pp(Xk =r) = e−λk

λr k

r!. (2.14)

Assim o n´umero de n´os com conectividadek segue uma distribui¸c˜ao de Poisson com valor m´edio λk. Vemos que o valor esperado da distribui¸c˜ao (2.14) ´e fun¸c˜ao de λk que ´e dada

pela equa¸c˜ao (2.13). A distribui¸c˜ao de Poisson decai rapidamente para grandes valores de r, o desvio padr˜ao da distribui¸c˜ao ´e dado por σk = √λk. Com uma boa aproxima¸c˜ao a

distribui¸c˜ao de conectividade de um grafo aleat´orio ´e uma distribui¸c˜ao binomial,

P(k) =pk(1p)n−1−kCNk1. (2.15) Ao qual para grandes valores N pode ser reescrita como uma distribui¸c˜ao de Poisson,

P(k)∼=e−pN(pN)

k

k! =e

−hkihki

k

k! . (2.16)

Nas analises de conectividade m´axima e m´ınima, os resultados indicam que para altos valores de p ambas as conectividades m´aximas e m´ınimas s˜ao determinadas e finitas. Por exemplo, se p(N) ∼= N−1−1/k, quase n˜ao se tem grafos com n´os cuja conectividade seja

(35)

24

C. Diˆametro da rede

O diˆametro de um grafo ´e definido como a distˆancia m´axima entre qualquer par de n´os. Sendo mais preciso, o diˆametro de um grafo que contˆem aglomerados isolados (desconectado) ´e infinito. Grafos aleat´orios tendem a ter pequenos diˆametros, a raz˜ao para isto ´e que grafos aleat´orios tendem a propagar-se, com alta probabilidade o n´umero de n´os a uma distˆancial de um dado n´o n˜ao ´e muito menor quehkil. IgualandohkilcomN encontra-se que o diˆametro ´e proporcional a ln(N)/ln(hki), logo depende logaritmicamente do n´umero de n´os.

Quando considera-se todos os grafos comN n´os e probabilidade de conex˜aop, o intervalo de valores em que os diˆametros desses grafos podem variar ´e muito pequena, conclus˜ao esta que para muitos valores dep, quase todos os grafos com N epequivalentes tem precisamente o mesmo diˆametro, que ´e geralmente em torno de

d= ln(N) ln(pN) =

ln(N)

ln(hki). (2.17)

Seguem abaixo alguns resultados importantes:

(a) Sehki=pN <1, teremos que um grafo t´ıpico ´e composto de ´arvores isoladas e seu diˆametro ´e igual ao diˆametro de uma ´arvore.

(b) Sehki>1, um aglomerado gigante aparece. O diˆametro do grafo ´e igual ao diˆametro do aglomerado se hki>3.5.

(c) Sehki ≥ ln(N), quase todo o grafo ´e conectado.

Pode-se atrav´es do c´alculo da menor distˆancia m´edia (tamanho do menor caminho m´edio) entre quaisquer dois n´os encontrar outra maneira de caracterizar o espalhamento do grafo aleat´orio. Espera-se que o tamanho do menor caminho m´edio varie com o n´umero de n´os de forma igual ao diˆametro,

lRand∼=

ln(N)

ln(hki). (2.18)

D. Coeficiente de agrega¸c˜ao

(36)

que considerar que um n´o esteja conectado a um dos seus primeiros vizinhos, conseq¨ uente-mente o coeficiente de agrega¸c˜ao de um grafo aleat´orio ´e

CRand=p= h

ki

N . (2.19)

2.3.3

Modelo de Wattz e Strogatz

Watts e Strogatz [28] propuseram um modelo que interpola uma rede de dimens˜ao finita e um grafo aleat´orio. O algoritmo de tal modelo ´e explicitado abaixo, ver Figura 2.8 [26]: (a) - Come¸ca-se com um c´ırculo regular comN n´os do qual cada n´o est´a conectado aos seus k primeiros vizinhos, com o prop´osito de ter uma rede conectada em todos os momentos, considere N K ln(N)1.

(b) - Com uma probabilidadep reescreve-se aleatoriamente cada aresta da rede de tal forma que auto conex˜oes e conex˜oes duplas s˜ao exclu´ıdas. Este processo incluipN k/2 liga¸c˜oes de longo alcance as quais conecta n´os de diferentes vizinhan¸cas. Podemos atrav´es da varia¸c˜ao dep monitorar a transi¸c˜ao da rede entrep= 0 (rede regular) e p= 1 (rede aleat´oria).

Figura 2.8: A figura exibe os processos de conex˜oes dos n´os para o modelo de Wattz-Strogatz, o qual interpola entre um c´ırculo regular e uma rede aleat´oria sem alterar o n´umero de n´os ou arestas. Em tal figura come¸ca-se com N = 10 n´os, cada n´o conectado aos seus quatro primeiros vizinhos. Parap= 0 o c´ırculo se mant´em inalterado; com o aumento depa conectividade dos s´ıtios aumentam desordenadamente at´e p = 1 onde todas as arestas s˜ao re-conectadas aleatoriamente. Figura retirada da ref [26].

(37)

26

e C(0) 3/4. Vemos que l varia linearmente com o tamanho do sistema, e o coeficiente de agrega¸c˜ao ´e elevado. Por outro lado, o sistema converge para um grafo aleat´orio onde l(1) ln(N)/ln(k) e C(1) k/N se p 1, assim l varia logaritmicamente com N, e o coeficiente de agrega¸c˜ao decresce com N. Os casos limites indicam que altos valores de C est˜ao sempre associados com altos valores del, e pequenos valores deC com pequenos valores del. Mas ao contrario, Watts e Strogatz encontraram que h´a um amplo intervalo dep para o qual l(p) estar pr´oximo de l(1) ainda que C(p) C(1), ver Figura 2.9. Este regime se origina em uma r´apida queda de l(p) para pequenos valores de p, enquanto C(p) fica quase inalterado. A coexistˆencia de pequenos l e grandes C concorda com as caracter´ısticas de redes reais.

Figura 2.9: Tamanho do caminho L(p) e coeficiente de agrega¸c˜ao C(p) para o modelo de Wattz-Strogatz. Os dados est˜ao normalizados para os valores deL(0) eC(0) para um rede regular. H´a uma r´apida queda no caminho m´edio L(p), o que corresponde ao efeito de mundo pequeno, e durante esta queda nota-se queC(p) permanece quase constante, indicando que a transi¸c˜ao para o mundo pequeno ´e quase indetect´avel `a n´ıvel local. Figura retirada da ref [26].

2.3.4

Modelo de Barab´

asi e Albert

O alto desenvolvimento no entendimento de redes complexas permitiu a descoberta de que muitas redes reais tˆem sua distribui¸c˜ao de conectividade que segue uma lei de potˆencia, P(k) k−γ. Essas redes s˜ao chamadas de redes livres de escala, como uma lei de potˆencia

n˜ao suporta uma escala caracter´ıstica.

(38)

que s˜ao aleatoriamente conectados, sem modificarN. Em contraste, redes reais s˜ao melhor descritas como sistemas abertos que crescem continuamente com a adi¸c˜ao de novos n´os. Come¸cando com um n´umero pequeno de n´os, `a um n´umero de n´os que aumentam com o tempo da rede.

Em tais modelos, a probabilidade de que dois n´os sejam conectados ´e independente da conectividade dos n´os. Mas em muitas redes reais, a probabilidade de se conectar a um n´o depende da conectividade dos n´os, ou seja, ´e altamente prov´avel ligar um n´o com um alto n´umero de conex˜oes, uma propriedade chamada de liga¸c˜ao preferencial.

Figura 2.10: Figuras referentes a redes livres de escala para o modelo de Barab´asi-Albert. (a) Figura para N = 8 n´os que se conectam segundo uma distribi¸c˜ao de conectividade em lei de potˆenciaP(k) =k−γ. (b) Figura para uma rede de escala livre ap´os a adi¸c˜ao de v´arios n´os. Figura retirada da ref [30].

O modelo introduzido por Barab´asi e Albert (BA) (Figura 2.10) reune essas carac-ter´ısticas. E foi o primeiro modelo de redes a exibir uma distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia. O algoritmo do modelo de (BA) est´a explicitado abaixo.

(a) Crescimento da rede: come¸ca-se com um n´umero pequeno de n´os (m0), e a cada passo no tempo, adiciona-se um novo n´o comm(m0) arestas que conecta o novo n´o am diferentes n´os presentes no sistema.

(b) Liga¸c˜ao preferencial: quando se escolhe quais n´os um novo n´o vai se conectar, assumi-se que a probabilidadeQ

(39)

28

Y

(ki) = ki/

X

j

kj. (2.20)

Depois de t passos no tempo tal procedimento resulta em uma rede com N =t+m0 n´os e mtarestas.

Para estudarmos a evolu¸c˜ao da conectividade dos s´ıtios e a distribui¸c˜ao da conectividade da rede, veremos uma aproxima¸c˜ao anal´ıtica com o prop´osito de calcular as propriedades dinˆamicas do modelo de livre escala, que foi proposta por Barab´asi e Albert (1999), o trata-mento cont´ınuo.

Tratamento cont´ınuo [32]: o tratamento cont´ınuo calcula a dependˆencia temporal da conectividadeki de um dado n´o i. Tal conectividade aumenta assim que um novo s´ıtio entra

na rede e se conecta ao n´o i, e a taxa com queki varia ´e proporcional aQ(ki). Seja ki uma

vari´avel real e continua,ki satisfaz a seguinte equa¸c˜ao

∂ki

∂t =m Y

(ki) = m

ki

PN−1

j=1 kj

. (2.21)

onde a soma ´e sobre todos os n´os j´a existentes no sistema, deste modo P

jkj = 2mt−m,

logo a equa¸c˜ao (2.21) pode ser escrita como, ∂ki

∂t = ki

2t. (2.22)

A solu¸c˜ao para tal equa¸c˜ao, levando em conta a condi¸c˜ao de que cada novo n´o i adicionado a rede temki(ti) =m, ´e

ki(t) = m

t ti

β

(2.23)

com β = 1

2. Vemos que na equa¸c˜ao (2.23) a conectividade de todos os n´os evolui da mesma forma, seguindo uma lei de potˆencia. Pode-se a partir da equa¸c˜ao (2.23) escrever a probabi-lidade de que um n´o tenha uma conectividade ki(t) menor que k,P[ki(t)< k],

P[ki(t)< k] =P

ti >

m1/βt

k1/β

. (2.24)

(40)

a uma densidade de probabilidade constante P(ti) =

1

m0+t. (2.25)

Substituindo na equa¸c˜ao (2.24) obtemos

P

ti >

m1/βt

k1/β

= 1 m

1/βt

k1/β(t+m0). (2.26)

A distribui¸c˜ao de conectividadeP(k) pode ser obtida usando

P(k) = ∂P[ki(t)< k]

∂k =

2m1/βt

t+m0 1

k1/β+1, (2.27)

que no limite de t→ ∞ nos d´a,

P(k) = 2m1/βk−γ (2.28)

com γ = 1

β + 1 = 3. Sendo independente de m, o que esta de acordo com os resultados

num´ericos.

2.3.5

Propriedades do modelo de Barab´

asi e Albert

A. Tamanho do caminho m´edio

Comparando o tamanho do caminho m´edio da rede de Barab´asi-Albert com o tamanho do caminho m´edio de uma rede aleat´oria de mesmo tamanho e mesma conectividade m´edia, vemos que na rede de Barab´asi-Albert o tamanho do caminho m´edio ´e menor para qualquer valor deN. Tal diferen¸ca ´e exibida na Figura 2.11 que mostra o tamanho do caminho m´edio da rede de Barab´asi-Albert com uma conectividade m´ediahki= 4 como uma fun¸c˜ao de uma rede de tamanhoN, indicando que a heterogeneidades da topologia de redes livres de escala ´e mais eficiente em aproximar n´os que a topologia homogˆenea de redes aleat´orias. O tamanho do caminho m´edio da rede de Barab´asi-Albert cresce aproximadamente de forma logar´ıtmica com N,

(41)

30

mostrando o efeito de mundo pequeno presente na rede de Barab´asi-Albert.

Figura 2.11: Caracter´ıstica do caminho m´ediol pelo tamanhoN da rede de Barab´asi-Albert com

hki = 4, comparada com um grafo aleat´orio de mesmo tamanho e mesma conectividade m´edia. Figura retirada da ref. [26].

B. Coeficiente de agrega¸c˜ao

O coeficiente de agrega¸c˜ao da rede de Barab´asi-Albert com conectividade m´edia hki= 4 comparada com o coeficiente de agrega¸c˜aoCrand =hki/N para redes aleat´orias, ´e mostrada

(42)
(43)

Cap´ıtulo 3

O problema do caminho m´ınimo

3.1

Introdu¸

ao

Em teoria dos grafos, o problema do caminho m´ınimo ou problema do caminho mais curto consiste em minimizar o custo da travessia entre dois v´ertices quaisquer de um grafo [7]. Em tal problema temos um grafo G= (V, E), onde V ´e o conjunto de v´ertices e E ´e o conjunto de arestas (u;v), sendo cada aresta (u;v) orientada do v´ertice u para o v´ertice v. A cada aresta (u;v) ´e atribu´ıda uma fun¸c˜ao peso w(u;v) :E → ℜ, onde o peso do caminho p=< v0, v1, ..., vk−1, vk> ser´a a soma dos pesos de todas as arestas pertencentes ao grafoG,

w(u;v) =w(v0, v1, ..., vk−1, vk) = k

X

i=1

w(vi−1, vi) (3.1)

Definimos o peso do caminho mais curtoδ de u para v como sendo:

δ(u, v) = (

minnw(p):u p vo se h´a um caminho de u para v

∞ de outro modo (3.2)

Assim, o caminho mais curto do v´ertice u para o v´ertice v ser´a definido como qualquer caminho pcom peso w(p) =δ(u;v).

Um exemplo pr´atico do problema do caminho m´ınimo ´e que se imaginarmos duas cidades, A e B, onde as mesmas s˜ao ligadas por rotas, sendo que cada rota ´e composta por v´arios trechos, calculamos o caminho de menor distˆancia entre as duas cidades, conhecendo-se os trechos adjacentes de todas as rotas. Assim podemos resolver tal problema de uma maneira bem simples, tentando todos os caminhos poss´ıveis at´e descobrirmos o mais curto entre as

(44)

duas cidades. Mas, quando o n´umero de rotas ´e muito grande, esta forma de solu¸c˜ao se tornar´a invi´avel. Afim de facilitar o problema, podemos excluir rotas com ciclos ou mesmo rotas que se afastam demais das cidades. S˜ao id´eias como essas que v´arios algoritmos de busca de menores caminhos utilizam para resolver o problema de maneira mais eficiente.

Na Figura 3.1, mostramos duas cidades citadas no exemplo anterior, consideramos os v´ertices como as intersec¸c˜oes entre os trechos, as arestas como os trechos e os pesos como os comprimentos de cada trecho. Poder´ıamos tamb´em exemplificar o problema do menor caminho de tal forma que os pesos fossem dados por uma outra fun¸c˜ao, como por exemplo, o tempo gasto para percorrer cada trecho.

Figura 3.1: Grafo das rotas entre as cidades A e B. Os v´ertices s˜ao as cidades, as arestas s˜ao os trechos entre as cidades com seus respectivos pesos dados em Km. As arestas tracejadas em vermelho formam um dos menores caminhos.

H´a algumas variantes do problema do caminho mais curto. As principais s˜ao as seguintes:

• Encontrar o caminho mais curto entre um v´ertice fonte s V para todos os outros v´ertices v V,

• Encontrar o caminho mais curto at´e um determinado v´ertice de destino t V a partir de cada v´ertice v V,

(45)

34

• Encontrar o caminho mais curto desde u at´ev para todos os pares de v´erticesu e v. O caminho mais curto de um v´erticeupara um v´erticev sempre ser´a bem definido quando estamos lidando com pesos que s˜ao positivos, j´a para pesos que s˜ao negativos, o caminho mais curto s´o ´e bem definido caso o grafo G(V, E) n˜ao contenha nenhum ciclo de pesos negativos alcan¸c´aveis a partir do v´ertice origemu. Alguns algoritmos, como o algoritmo de Dijkstra [7], consideram que todos os pesos em um grafo s˜ao sempre positivos, outros, como o algoritmo de Bellman-Ford [7], trabalham com a possibilidade de haver pesos negativos. Lembremos que no problema do caminho mais curto os pesos podem ser positivos e/ou negativos.

Al´em de calcularmos o peso do caminho mais curto tamb´em ´e necess´ario calcular os v´ertices que comp˜oe o caminho mais curto, para isso, dado um grafo G(V;E), mantemos para cada v´ertice v V um predecessorπ[v] que ser´a nulo ou igual ao v´ertice anterior `a v. Assim, na execu¸c˜ao do algoritmo de caminhos mais curtos n˜ao ´e necess´ario que os valores de π indiquem os caminhos mais curtos, pois nesse caso estamos interessados no subgrafo predecessorGπ = (Vπ;Eπ) induzido pelos valores deπ. Logo, o conjunto de v´erticesVπ ´e um

conjunto de v´ertices de Gcom predecessores n˜ao nulos, incluindo a origem s:

Vπ ={v ∈V :π[v]6=nulo} ∪ {s} (3.3)

SendoEπ o conjunto de arestas induzidas pelos valoresπ correspondentes aos v´ertices Vπ:

Eπ ={(π[v], v)∈E :v ∈Vπ− {s}} (3.4)

Uma ´arvore de caminhos mais curtos enraizada no v´ertice s pode ser interpretada como um sub-grafo de antecessoresG′

= (V′

, E′

) onde V′

⊆ V e E′

⊆ E, tal que 1. V′

´e o conjunto de v´ertices acess´ıveis a partir de s em G. 2. G′

forma uma ´arvore enraizada com raiz no v´ertice s, e 3. Para todo v pertencente V′

, o ´unico caminho desde o v´ertice s at´e o v´ertice v em G′

´e o caminho mais curto desde s at´e v em G.

3.2

Algoritmo de Dijkstra

(46)

de Dijkstra ´e ainda um dos mais usados para resolver o problema do caminho mais curto entre v´ertices de um grafo dirigido cujo peso das arestas sejam positivos, logo iremos supor que w(u, v) 0 para cada aresta (u, v) E. Sua t´ecnica principal ´e a relaxa¸c˜ao, processo baseado em um teste que consiste em diminuir repetidamente um limite superior no pr´oprio peso do caminho mais curto de cada v´ertice, ou seja, para cada v´ertice v pertencente a V, mantemos um atributo d[v], que ´e o limite superior sobre o peso de um caminho mais curto desde a origem s at´e v, e o diminu´ımos repetidamente at´e que esse limite superior se torne igual aos pesos dos caminhos mais curtos existentes. A seguir explicaremos detalhadamente o funcionamento do algoritmo de Dijkstra.

Dado um v´ertice fonte s, definiremos alguns conjuntos para uma melhor explica¸c˜ao do funcionamento do algoritmo de Dijkstra. Definiremos primeiro o conjunto S de todos os v´ertices v que j´a tˆem o caminho mais curto final bem determinado, onde o algoritmo de Dijkstra adiciona u `a S depois de selecionar repetidamente o v´ertice u V S com uma estimativa m´ınima de caminhos mais curtos. O conjuntoQdado por Q=V S e os vetores j´a ditos anteriormente d[v], que ´e o custo do caminho entre os v´ertices s e v e o vetor π[v] que ´e o v´ertice antecessor ao v´ertice v.

INICIALIZE-FONTE-UNICA (G;s) 1 Para cada v´ertice v V[G] 2 Fa¸ca

3 d[v]← ∞

4 π[v]N U LO 5 d[s]0

No pseudoc´odigo mostrado acima fazemos d[s] = 0, pois como partiremos do v´ertice s o custo at´e ele mesmo ´e nulo. Como n˜ao temos nenhuma informa¸c˜ao sobre algum caminho para outro v´ertice v, Faremos tamb´em d[v] = (v 6= s), pois a pior hip´otese ´e que tal caminho n˜ao exista, sendo assim o custo torna-se infinito. Por ´ultimo definiremos todos os antecessores de um v´ertice v como nulos, π[v] = 0 (v V).

(47)

36

sobre a aresta (u, v)):

RELAXE (u;v;w)

1 Se d[v]> d[u] +w(u;v) 2 Ent˜ao

3 d[v]d[u] +w(u;v)

4 π[v]u

Vemos no pseudoc´odigo acima que nas linhas 3 e 4 a etapa de relaxamento pode diminuir o valor da estimativa de caminho mais curto d[v] e atualizar o vetor dos antecessores de v, π[v]. Abaixo veremos o pseudoc´odigo completo, combinando as partes de inicializa¸c˜ao e de relaxa¸c˜ao do algoritmo de Dijkstra.

DIJKSTRA (G;w;s)

1 INICIALIZE-FONTE-UNICA (G;s) 2 S 0

3 QV[G]

4 Enquanto Q6= 0

5 Fa¸cauEXT RAIRM IN IM O(Q) 6 S S∪ {u}

7 Para cada v´ertice v Adj[u] 8 Fa¸ca RELAXE (u;v;w)

onde, Adj[u] representam todos os v´ertices adjacentes a u.

(48)

Figura 3.2: A execu¸c˜ao passo a passo do algoritmo de Dijkstra. Dentro dos v´ertices ´e mostrado as estimativas de caminhos mais curtos a partir do v´ertice fontes. As arestas que est˜ao sombreadas indicam que π[v] = u, e os v´ertices em preto pertencem ao conjunto S. Os v´ertices brancos pertencem ao conjuntoQ, e os v´ertices sombreados s˜ao aqueles que tˆem menor valor em tal conjunto [7].

atualizando assim a estimativa d[v] e o antecessor π[v], verificando se o caminho mais curto at´ev pode ser melhorado passando pelo v´ertice u.

3.3

Heap bin´

aria

O ordenamento de dados que usamos ´e a estrutura de dados chamada de Heap (bin´ario), pois ´e um arranjo que pode ser visto como uma ´arvore bin´aria praticamente completa, ver Figura 3.3. Cada n´o da ´arvore corresponde a um elemento no arranjo que armazena um determinado valor, que em o nosso caso s˜ao os m´ınimos do conjunto Q no algoritmo de Dijkstra.

Imagem

Figura 1.2: Percola¸c˜ ao por s´ıtios em rede quadrada. Em vermelho o aglomerado percolante que conecta a margem esquerda `a margem direita da rede [35].
Figura 1.3: Percola¸c˜ ao por liga¸c˜ ao em rede quadrada. As liga¸c˜oes conectadas entre si formam os aglomerados
Figura 1.4: Curvas P ∞ × p para diferentes tamanhos L de rede em percola¸c˜ao por s´ıtios
Figura 1.5: Comportamento do comprimento de correla¸c˜ao ξ(p) em fun¸c˜ao de p [4]. Vemos que ξ(p) diverge na regi˜ ao cr´ıtica de p.
+7

Referências

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