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Comportamento de cafeeiros (Coffea arabica L. cv. mundo novo) oriundos de ecossistemas diversos, sob condições uniformes

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Academic year: 2017

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COMPORTAMENTO DE CAFEEIROS (Coffea arabica L. c v . MUNDO NOVO) ORIUNDOS DE ECOSSISTEMAS

D I V E R S O S , SOB CONDIÇÕES U N I F O R M E S *

Paulo R.C. C a s t r o * *

Hermínia E.P. M a r t i n e z * * * Deborah M . Ciarelli **** Marlene E. Marchetti*****

RESUMO

Estudou-se o desempenho de cafeeiros ( C o f f e a arabica L. c v . Mundo Novo) o¬ riginários de quatro ecossistemas di¬ ferentes (sombra, meia s o m b r a , pleno sol e casa de v e g e t a ç ã o ) , quando sub¬ metidos a condições de c a m p o . R e a l i -zaram-se avaliações da m o r f o l o g i a , desenvolvimento e produtividade

bio-lógica do c a f e e i r o . Efetuaram-se tam¬ bém determinações da nutrição m i n e -ral, infestação de pragas e solariza¬ ção. O crescimento e m altura revelouse superior n a s plantas o r i g i n á -rias de casa de vegetação e meia s o m

* Entregue para publicação e m 2 8 / 0 3 / 8 3 .

** Deptº de B o t â n i c a , E.S.A. "Luiz de Q u e i r o z " , U S P . *** Campus de Ilha S o l t e i r a , UNESP.

**** Instituto A g r o n ô m i c o do Estado de São P a u l o , IAC. ***** Escola Superior de Agronomia de Paraguaçu Paulista.

RESUMO

Estudou-se o desempenho de cafeeiros ( C o f f e a arabica L. c v . Mundo Novo) o¬ riginários de quatro ecossistemas di¬ ferentes (sombra, meia s o m b r a , pleno sol e casa de v e g e t a ç ã o ) , quando sub metidos a condições de c a m p o . R e a l i -zaram-se avaliações da m o r f o l o g i a , desenvolvimento e produtividade

bio-lógica do c a f e e i r o . Efetuaram-se tam¬ bem determinações da nutrição m i n e -ral, infestação de pragas e solariza ção. O crescimento e m altura

revelouse superior n a s plantas o r i g i n á -rias de casa de vegetação e meia s o m

* Entregue para publicação e m 2 8 / 0 3 / 8 3 .

** Deptº de B o t â n i c a , E.S.A. "Luiz de Q u e i r o z " , U S P . *** Campus de Ilha S o l t e i r a , UNESP.

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que cafeeiros o r i g i n á r i o s de locais sombreados revelaramse pouco a f e t a -d o s . A infestação -de Coccus viridis revelou-se sempre mais elevada em plantas provenientes de meia s o m b r a . Cafeeiros oriundos de pleno sol e ca sa de vegetação não sofreram solari¬ z a ç ã o , sendo que aqueles p r o v e n i e n -tes de meia sombra e sombra sofreram danos crescentes nas f o l h a s . Sombrea¬ mento afetou o d e s e n v o l v i m e n t o dos cafeeiros em função de sua intensi-dade e interação com outros fatores bióticos e abióticos do e c o s s i s t e m a .

INTRODUÇÃO

O c a f e e i r o , segundo SILVAIN (195*0 é natural das florestas da E t i ó p i a , onde aparece sob diversos graus de s o m b r e a m e n t o , o que levou alguns pesquisadores a concluf rem que essa espécie se desenvolveria e produziria melhõr sob s o m b r a , o que gerou uma série de t r a b a l h o s , de resul tados c o n t r a d i t ó r i o s , visando a elucidar essa h i p ó t e s e .

Embora a t u a l m e n t e já esteja e s t a b e l e c i d o que o m e -lhor d e s e n v o l v i m e n t o e produção dos cafeeiros o c o r r e m a pleno s o l , quando estes são c o n v e n i e n t e m e n t e manejados

(ALVIM e t a l i i , 1 9 5 3 ) , os trabalhos desenvolvidos nesse per Todo m o s t r a r a m ser o cafeeiro uma planta de grande plasticidade f e n o t f p i c a , a d q u i r i n d o c a r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a s , fisiológicas e nutricionais distintas em f u n -ção do a m b i e n t e em que se d e s e n v o l v e .

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efeito no numero de ramos laterais p r o d u z i d o s , estando este parâmetro d i r e t a m e n t e relacionado com a intensidade de l u z , sendo que o c r e s c i m e n t o lateral total e o número total de folhas nos ramos laterais seguiu o m e s m o padrão. A l é m d i s s o , o tempo d e c o r r i d o deste o plant>o a t é o a p a

-recimento das primeiras ramificações laterais foi menor quanto mais intensa a quantidade de luz r e c e b i d a . 0 n ú -m e r o de ra-mos laterais ta-mbé-m foi -maior a o sol que ã so-m b r a . Segundo o a u t o r , m u i t o s trabalhos relatam que o sombreamento resulta e m m e r i t a l o s longos e pequeno núme-ro de folhas c o m maior á r e a . Concordando c o m essa obse_r v a ç i o , tem-se o trabalho de BOYER (1968) que submeteu aj[ guns clones de c a f e e i r o robusta a três intensidades lutru nosas d i f e r e n t e s , e o b s e r v o u q u e a sombra a u m e n t a v a as áreas individuais da f o l h a s , mas reduzia sua e s p e s s u r a e sua densidade de e s t ô m a t o s . A área foliar era m a i o r , en t r e t a n t o , no tratamento a pleno s o l , embora os índices de área foliar não d i f e r i s s e m entre os três t r a t a m e n t o s . 0 autor c o n s t a t o u a i n d a melhor frutificação e p r o d u ç ã o sob sombra pouco intensa.

O S T E N D O R F (1962) d e s c r e v e u um e x p e r i m e n t o c o n d u z i -do e m El Salva-dor no qual plantas jovens sob sombra c r e £ ceram mais que ao s o l , a l é m d i s s o , tinham ramos c o m p o u cos m e r i t a l o s e p r o d u z i a m menor número de flores por g e -ma q u e as plantas a o s o l . Seu siste-ma radicular era pou co e x t e n s o e sua p r o d u ç ã o era menor que a das plantas submetidas ã plena insolação. O S T E N D O R F (1962) cita aiin da e x p e r i m e n t o realizado na Costa Rica no qual o a u m e n t o da intensidade da luz resultou e m maior número de merita

los por ramo, embora reduzisse seu c o m p r i m e n t o . Nesse ex p e r i m e n t o a produção de café foi maior ao s o l , e s p e c i a l mente quando foram a p l i c a d o s f e r t i l i z a n t e s , e esse c o m -portamento foi a t r i b u í d o ao grande número de flores pro-duzidas e m pleno s o l .

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ao sol mostrar am sistema radicular cónico e alongado c o m pouca ramificação lateral, enquanto q u e as mantidas â sombra a p r e s e n t a r a m u m sistema radicular fibroso e b a s -tante ramificado.

MACHADO ( 1 9 5 9 ) conduziu n a Colômbia u m a série de e n s a i o s c o m p a r a n d o o efeito da exposição de cafeeiro c o n duzido por muitos anos sob sombreamento e a o s o l , tendo c o n s t a t a d o q u e u m a n o após a ei iminação do sombreamento a parte n a o sombreada contrastava muito c o m a sombreada. As plantas sombreadas tinham melhor a s p e c t o , suas folhas e r a m mais verdes e c o m maior tamanho, a p r e s e n t a v a m ramos novos de primeira colheita e m a b u n d â n c i a , plantas mais uniformes e s ã s , s e m problemas de d i e b a c k . 0 autor atrj^ bui essas diferenças a o d e s e n v o l v i m e n t o de temperaturas deletérias a o c r e s c i m e n t o c o m a eliminação d o sombreamen

to. ~ No Brasil podemos citar o trabalho de CARVALHO e t

a l i i ( i 9 6 0 q u e c o n d u z i r a m ensaios c o m plantas de cafeei ro sombreadas e n ã o sombreadas e m C a m p i n a s , Ribeirão Pre to, P i n d o r a m a , Mococa e J a ú . Os autores u s a r a m diversas p r o g e n i e s , linhagens e variedades de c a f e e i r o s , n u m t o -tal de 25 tipos de plantas diferentes e o b s e r v a r a m q u e em Ribeirão Preto a s plantas sombreadas foram significa-tivamente menores q u e as demais e q u e e m todas a s locali dades a produção foi maior a o s o l , o q u e a t r i b u í r a m ãs d i f e r e n ç a s no número de f o l h a s , luminosidade e água d i s -ponível no solo. O b s e r v a r a m ainda q u e c o m o desenvolver das á r v o r e s , o s cafeeiros mantidos à sombra e r a m mais es g i o s , c o m ramos laterias mais alongados e número reduzi-do d e ramificações secundárias e t e r c i á r i a s .

GRANER £ GODOY JUNIOR ( 1 9 7 1) sombrearam parte de um cafezal velho e o b s e r v a r a m durante nove biênios o c o m p o r t a m e n t o d a s plantas a o sol e á s o m b r a . Nos três p r i -meiros biênios a produção foi maior n a s parcelas n ã o s o m b r e a d a s , n o s quatro biênios seguintes n ã o diferiu entre os dois t r a t a m e n t o s , e n o s dois últimos passou a ser maior nas parcelas s o m b r e a d a s , o q u e o s autores a t r i b u í

-ram a o fato d a s sombreadas e s t a r e m e m d e c a d ê n c i a , c o m muitas árvores m o r t a s , favorecendo esse tratamento pela

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veri-fica-se reduçio na produção de cafeeiros mantidos sob s o m b r e a m e n t o . Isto se deve ao maior número de falhas e necessários r e p l a n t e s , menor luminosidade e diminuição na d i s p o n i b i l i d a d e hídrica (FRANCO, 19*t8).

Quanto a o estado nutricional das p l a n t a s , O S T E N -DORF (1962) c o n s i d e r o u q u e cafeeiros sombreados geralmein te n ã o respondem a f e r t i l i z a n t e s , e c o m plena insolação m o s t r a m respostas m a r c a n t e s . Indicou também q u e o nível crítico de n i t r o g ê n i o e potássio nas folhas é levemente maior e m c a f e e i r o s não sombreados q u e nos s o m b r e a d o s . TA NADA (19^6) relatou a o c o r r ê n c i a de maior q u a n t i d a d e de n i t r o g ê n i o na forma nítrica e m folhas jovens c o m relação ãs d e m a i s , e e x t e n s a flutuação do nível de n i t r a t o durar^ te a e s t a ç ã o de c r e s c i m e n t o , o q u e pode ser a t r i b u í d o a fatores e x t e r n o s , tais como a intensidade de luz inciden^ te. 0 autor citou ainda que os nitratos se a c u m u l a m n a s plantas quando a síntese de c a r b o i d r a t o s é reduzida o u quando a luz solar é d i m i n u í d a . Relacionou também os efeitos das baixas temperaturas e d a s d e f i c i ê n c i a s de po_

tássio, fósforo e m a n g a n ê s . TANADA (19**6) relatou aumeji tos no nível foliar de potássio e cálcio c o m o s o m b r e a -m e n t o , e no nível de fósforo durante o período -mais frio. O S T E N D O R F (1962) mostrou q u e a a p l i c a ç ã o de n i t r o g ê n i o revertia p a r c i a l m e n t e o d e c r é s c i m o n a produção e número de m e r i t a l o s promovidos pelo s o m b r e a m e n t o , m a s teve p e -queno efeito quanto ao c o m p r i m e n t o dos m e r i t a l o s .

K U P P E R ( I 9 8 I ) indicou q u e o d e s e q u i l í b r i o de n u -trientes pode reduzir a resistência d a s plantas a pragas e d o e n ç a s , e cita a revisão de C h a b o u s s o u ( 1 9 7 2 ) , mencio nando o efeito d a s relações N / K , K/Ca e K/Ca + Mg sobre o ataque de pragas e m c a f e e i r o s . SILVAIN (195*0 relacio nou as d i f e r e n ç a s e m infestação c o m pragas e d o e n ç a s que o c o r r e m e m diferentes e c o s s i s t e m a s , a o m i c r o c l i m a f o r m a -do e a d i f e r e n t e c o m p o s i ç ã o q u í m i c a a d v i n d a da fixação de maior o u menor q u a n t i d a d e de l u z . A M A R A L ( 1 9 5 3 ) rel£ tou q u e as c o n d i ç ã o s mais secas existentes e m terrenos e l e v a d o s , c o m considerável freqüência de v e n t o s ,

favore-ceu o d e s e n v o l v i m e n t o do bicho m i n e i r o (Perilewoptera cofeella) e m c a f e e i r o . PARRA (1975) encontrou q u e as fa

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ria do s o l , as mais atacadas por essa p r a g a , sendo que PARRA ( I 9 8 I ) concluiu ser 27°C a temperatura ideal para o d e s e n v o l v i m e n t o de P. coffcclla, sendo a duração da fa se de crisãlida reduzida pelo aumento da t e m p e r a t u r a .

Ja se verificou aumento na infestação de Coccus vi_ ridis c o m a realização de sombreamento e m cafeeiros (GAL

LO e t a i i i , 1 9 7 0 ) . ~

Com base nas informações a c i m a , o presente trabalho visa a observar o c o m p o r t a m e n t o de cafeeiros q u e f o ram mantidos por dois anos e m quatro e c o s s i s t e m a s d i f e r e n t e s , quando submetidos a plena insolação, nas c o n d i -ções de c a m p o .

MATERIAIS E MÉTODOS

O ensaio foi conduzido nas dependências do Horto Experimental do Departamento de Botânica da Escola S u -perior de A g r i c u l t u r a "Luiz de Q u e i r o z " , e m P i r a c i c a b a . Mudas de cafeeiros {Coffea arábica L. c v . Mundo No vo) plantadas e m vasos de 1 2 litros de capacidade e c o n -duzidas durante dois anos e m ecossistemas diferentes, sen do e l e s , s o m b r a , meia s o m b r a , pleno sol e casa de vegeta ç a o , foram a d u b a d a s e transferidas para c o n d i ç õ e s uni for mes de campo c o m plena insolação, e m d e i i n e a m e n t o experi mental inteiramente a o acaso c o m 1 0 r e p e t i ç õ e s . A v a l i a -ram-se o estado inicial das plantas e sua capacidade de a d a p t a ç ã o ao novo a m b i e n t e . 0 período experimental foi de 0 2 / 0 8 / 8 2 a 2 9/ I O/ 8 2 , iniciando-se as a v a l i a ç õ e s e m

1 7 / 0 8 / 8 2 .

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cio e ao final do e x p e r i m e n t o . Para as determinações de peso da m a t é r i a seca e estado n u t r i c i o n a l , foram amost ra das duas plantas representativas do d e s e n v o l v i m e n t o m e -dio e m cada t r a t a m e n t o , para cada uma das o c a s i õ e s .

A v a l i a r a m s e m e n s a l m e n t e altura das p l a n t a s , n u m e -ro de f o l h a s , núme-ro de ramos laterais, núme-ro de folhas por ramo, infestação de pragas e efeitos de solarizaçao. Os dois últimos parâmetros foram determinados a t r a v é s da a t r i b u i ç ã o de valores de 1 a 5, o s quais foram transfor-mados e m / x + 1/2. Os dados foram analisados estatistj^ camente segundo GOMES ( 1 9 7 7 ) .

RESULTADOS E DISCUSSÃO

C a r a c t e r i z a ç ã o M o r f o l ó g i c a

Ao início do e x p e r i m e n t o , as plantas conduzidas na sombra a p r e s e n t a v a m o menor p o r t e , suas folhas e r a m mais longas e mais largas que as d o s tratamentos pleno sol e casa de v e g e t a ç ã o , m o s t r a n d o c o l o r a ç ã o verde e s c u r o . Os ramos a p r e s e n t a v a m c o m p r i m e n t o médio e inseriram-se ao tronco e m ângulos levemente a g u d o s . A inserção dos r a -mos no tronco dava-se u n i f o r m e m e n t e desde a base até o topo, sendo estes b e m e s p a ç a d o s entre s i . Os meritalos e r a m longos e a copa a p r e s e n t a v a u m a s p e c t o p i r a m i d a l . As folhas d i s t r i b u í a m s e u n i f o r m e m e n t e ao longo dos r a -m o s . A o final do e x p e r i -m e n t o o b s e r v a v a - s e q u e as folhas e m i t i d a s , após terem sido as plantas submetidas a plena

insolação, e r a m mais curtas e e s t r e i t a s , sendo a inser-ção dos ramos e m ângulo mais a g u d o .

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-do na parte a p i c a l . Os m e r i t a l o s a p r e s e n t a v a m - s e longos e as folhas bem distribuídas em toda a e x t e n s ã o dos ra-m o s . A copa ra-m o s t r a v a ura-m a s p e c t o aberto e p i r a ra-m i d a l , sejn do as plantas desse tratamento as que a p r e s e n t a v a m m e lhor a s p e c t o g e r a l . A o final do e x p e r i m e n t o tais p l a n -tas revelaram o m e s m o a s p e c t o g e r a l , p o r é m , a fumagina havia d e s a p a r e c i d o e as folhas m o s t r a v a m - s e c l o r ó t i c a s .

Plantas de pleno sol a p r e s e n t a v a m inicialmente um porte m é d i o , folhas e s t r e i t a s e curtas de c o l o r a ç ã o v e r -de e s c u r o . Os m e r i t a l o s m o s t r a v a m - s e curtos e os ramos curtos e e r e c t o s , formando â n g u l o s agudos com o tronco. A inserção dos ramos no tronco era a l t a , e s t a n d o os infe

riores quase c o m p l e t a m e n t e d e s f o l h a d o s . As folhas se a g r u p a v a m nas e x t r e m i d a d e s dos ramos e a copa a p r e s e n t a -va d i s p o s i ç ã o foliar semelhante a inflorescência em co-rimbo. Ao final do e x p e r i m e n t o a copa a p r e s e n t a v a forma to a r r e d o n d a d o , com uma camada periférica de folhas p e -quenas inseridas na e x t r e m i d a d e dos r a m o s . As demais ca racterísticas m a n t i n h a m - s e s e m e l h a n t e s .

C a f e e i r o s de casa de v e g e t a ç ã o a p r e s e n t a v a m porte a l t o , folhas pouco m a i o r e s que as das plantas do t r a t a -m e n t o pleno sol e de coloração verde a -m a r e l a d a , as -mais v e l h a s a p r e s e n t a n d o clorose internerval a partir dos bor_ d o s , e as mais novas a p r e s e n t a n d o bordos a m a r e l a d o s . Os m e r i t a l o s m o s t r a v a m - s e c u r t o s , os ramos e r e c t o s e u m pou^ co m a i s longos que os do tratamento pleno s o l , inserindo no tronco e m â n g u l o s a g u d o s . A inserção dos ramos era a l t a e as folhas localizavam-se em e x t r e m i d a d e s . A copa a p r e s e n t a v a a s p e c t o de c o r i m b o . Ao final do e x p e r i m e n t o as folhas a p r e s e n t a v a m c o l o r a ç ã o verde e s c u r o , e a copa um formato o v a l a d o c o m uma camada p e r i f é r i c a de f o l h a s . 0 a s p e c t o geral das plantas era melhor que o inicial, o que indica que as altas temperaturas desenvolvidas na ca sa de v e g e t a ç ã o e s t a v a m tornando-se p r e j u d i c i a i s .

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-ceria a captação da baixa luminosidade incidente. Em cor^ dições de iluminação intensa, acima do ponto de saturação lumínica d a s f o l h a s , a s copas apresentavamse a r r e -d o n -d a -d a s , c o m uma cama-da periférica -de folhas coloca-das na extremidade d o s r a m o s , u m a v e z q u e , nessas condições não seria vantajoso para a economia da planta manter f o

-lhas fotossintetisando e m condições inadequadas no inte rior d a c o p a . Nesse c a s o , a quantidade de f o t o s s i n t e t i sados produzidos pelas folhas pequenas e numerosas e x postas ã luz intensa, seria suficiente para manter e l e -vado número de ramos e crescimento a t i v o .

Muitos trabalhos m o s t r a m a s diferenças m o r f o l ó g i -cas d e cafeeiros conduzidos e m diferentes condições 1um_í n i c a s , entre eles pode-se citar o d e BOYER ( 1 9 6 8 ) q u e ob^ servou incremento d a s áreas individuais d a s folhas c o m o aumento d o s o m b r e a m e n t o , o d e O S T E N D O R F ( 1 9 6 2 ) q u e relatou o aumento d o número de meritalos por ramo, c o m d i m i -nuição d o seu c o m p r i m e n t o , c o m o aumento da insolação, o de SILVAIN (195*0 mostrando diferenças n o s portes d e c a -feeiros conduzidos sob íntensidades luminosas diferentes, e o de CARVALHO e t a i i i ( 1 9 6 1 ) q u e o b s e r v a r a m portes r e duzidos e e s g u i o s , ramos laterais alongados e número r e duzido de ramificações secundárias e terciãrias e m c a f e -zais conduzidos ã s o m b r a .

Quanto ã s r a í z e s , n a s duas a m o s t r a g e n s , a s das plantas conduzidas e m meia sombra mostraramse e m m e l h o -res condições q u e a s d e m a i s , sendo longas e b e m ramifica d a s , o q u e está de acordo c o m o relatado p o r SILVAIN

(195* 0 , q u e o sombreamento induz a ramificação lateral em raízes. No caso das plantas conduzidas sob sombra m tensa, a baixa d i s p o n i b i l i d a d e d e luz limitou o desenvol vimento da parte aérea e do sistema radicular, embora a s plantas tenham sofrido alterações m o r f o l õ g i c a s a d a p t a t i -vas para sobreviver e m tal e c o s s i s t e m a .

D e s e n v o l v i m e n t o v e g e t a t i v o

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a p r e s e n t a d o s na Tabela 1 , b e m como o s respectivos c o e f i -cientes de variação e diferenças mínimas significativas ao nível de 5% de probabilidade (Tukey). Essa tabela per_ mite verificar q u e houve diferenças significativas na aj_

tura d a s p l a n t a s , número d e ramos e número de folhas por ramo de cafeeiros conduzidos e m ecossistemas d i f e r e n t e s , m e s m o após terem sido submetidos a condições u n i f o r m e s . 0 número d e folhas n ã o diferiu e s t a t i s t i c a m e n t e entre o s t r a t a m e n t o s .

No início do e x p e r i m e n t o , as plantas mantidas e m casa d e v e g e t a ç ã o ( 1 0 3 , 8 0 cm) e meia sombra ( 9 * * , 9 0 cm) e r a m a s mais a l t a s , seguindo-se as mantidas e m pleno sol

( 7 3 , 1 0 cm) e, finalmente, as mantidas na sombra ( 5 9 , 8 5 c m ) . Condições d e casa de vegetação favorecem o c r e s c i m e n t o p o s s i v e l m e n t e devido a o fato d a temperatura d o ar m a n -ter-se mais elevada neste t r a t a m e n t o . Quarenta e cinco dias após terem sido colocadas a pleno s o l , as plantas provenientes de casa de vegetação a p r e s e n t a r a m o maior c r e s c i m e n t o n o p e r í o d o , passando a diferir e s t a t i s t i c a -mente das provenientes de meia s o m b r a . 0 fato se deve aos efeitos nocivos q u e a insolação plena t e m sobre u m a planta adaptada a meia s o m b r a , impedindo q u e seu ritmo de c r e s c i m e n t o se m a n t e n h a . A s plantas provenientes de s o m b r a , casa de vegetação e pleno sol m a n t i v e r a m suas po sições iniciais.

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xa de concordar c o m o resultado o b t i d o para o tratamento casa de v e g e t a ç ã o , m a s difere do o b t i d o para o

tratamen-to pleno s o l .

Embora as diferenças n ã o sejam e s t a t i s t i c a m e n t e significativas, o número de folhas a o início do experimen to e r a maior n a s plantas p r o v e n i e n t e s de meia sombra

( 1 5 5 , 9 0 ) , após estas e s t a v a m as o r i g i n á r i a s de casa de v e g e t a ç ã o ( 1 4 8 , 7 0 ) , seguindo-se as provenientes de pleno

sol ( 1 3 8 , 6 0 ) e , f i n a l m e n t e , as o r i g i n á r i a s do tratamento sombra ( 1 2 0 , 1 0 ) . Um m ê s após o início do experimento as diferenças a c e n t u a r a m s e , chegando a haver diferença e s -tatística entre o s tratamentos casa de v e g e t a ç ã o e som-b r a . A s plantas do tratamento casa de vegetação foram as q u e mais a u m e n t a r a m seu número de folhas no p e r í o d o ,

superando o total a t i n g i d o pelo tratamento meia sombra. As plantas dos tratamentos sombra e meia sombra foram as que a p r e s e n t a r a m menor a u m e n t o no p e r í o d o . Dois meses e m e i o após o início do e x p e r i m e n t o , as plantas do tratam e n t o casa de v e g e t a ç ã o a p r e s e n t a v a tratam tratamaior nútratamero de f o

-lhas ( 2 5 6 , 1 0 ) , seguindo-se a este o tratamento de pleno sol ( 2* 4 0, 4 0 ) e , e m terceiro lugar, o tratamento meia som bra ( 2 1 9 , 0 0 ) , sendo o tratamento sombra o que contava com menor número ( 2 0 7 , 1 0 ) , embora tenha sido o que a p r e -sentou maior a u m e n t o no p e r í o d o , o q u e novamente permite

inferir uma a d a p t a ç ã o ás novas c o n d i ç õ e s lumínicas. S e -gundo SILVAIN ( 1 9 5 4 ) o número de folhas se reduz c o m o a u m e n t o do s o m b r e a m e n t o , o q u e n ã o foi confirmado no p r e sente t r a b a l h o , pois as diferenças e n c o n t r a d a s n a primej_ ra a m o s t r a g e m n ã o foram s i g n i f i c a t i v a s , estatisticamente.

(14)

Embora não tenha havido diferenças entre os trata-mentos q u a n t o ao número médio de folhas por p l a n t a , o nú mero médio de folhas por ramo diferiu significativamente entre os tratamentos, m o s t r a n d o - s e maior e m todas as anros

tragens para as plantas de sombra e meia s o m b r a .

Os pesos médios da m a t é r i a seca das f o l h a s , caule e r a í z e s , b e m como sua proporção relativa e m relação ao peso m é d i o t o t a l , são a p r e s e n t a d o s nas Tabelas 2 e 3.

Ao início do e x p e r i m e n t o as plantas do tratamento casa de v e g e t a ç ã o foram as que a p r e s e n t a r a m maior quantj^ dade de matéria seca t o t a l , a elas seguiram-se as do tratamento meia s o m b r a , que a p r e s e n t a r a m uma q u a n t i d a d e de m a t é r i a seca semelhante ãs plantas do tratamento pleno s o l , sendo as plantas c o n d u z i d a s na sombra as de m e nor peso. Ao final do e x p e r i m e n t o , a s plantas do t r a t a mento casa de vegetação c o n t i n u a r a m a ser as mais p e s a -d a s , seguin-do-se e m o r -d e m -d e c r e s c e n t e o tratamento som-b r a , pleno sol e meia somsom-bra (Tasom-belas 2 e 3 ) .

Em ambas as a v a l i a ç õ e s as plantas do tratamento sombra e m e i a sombra a p r e s e n t a r a m maiores porcentagens de m a t é r i a seca para f o l h a s , o que c o n c o r d a c o m as obser vaçôes de BOYER (1968), O S T E N D O R F (1962) e SILVAIN (1954T de que c o m o aumento do sombreamento a u m e n t a o tamanho das f o l h a s , uma vez que se reduz a radiação disponível para a f o t o s s í n t e s e .

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Nas duas a m o s t r a g e n s , a s raízes d o s tratamentos c a sa de vegetação a p r e s e n t a r a m maior porcentagem e m rela-ção a materia seca total que a s d o tratamento meia som-b r a , o que está de acordo c o m o relatado por SILVAIN

(1954) de que o s o m b r e a m e n t o , embora induza ramificação lateral nas r a í z e s , diminui seu peso.

E s t a d o n u t r i c i o n a l

Os níveis de nutrientes nas diversas partes das plantas ao início e a o final d o e x p e r i m e n t o são a p r e s e n -tados nas Tabelas 4 , 5 , 6 , 7 , 8 e 9- 0 nível de n u t r i e £ tes foi avaliado na matéria seca de duas plantas de c a -feeiro amostradas e m cada tratamento. Os teores médios de nutrientes mostrados nas referidas tabelas foram c o m -parados considerando-se a r e p e t i b i1i d a d e d o teor e n c o n -trado nas duas amostras a n a l i s a d a s .

Através das Tabelas 4 e 7 observa-se q u e o teor de nitrogênio nas folhas mostrouse mais elevado nas p l a n tas oriundas de pleno s o l , tanto no início quanto a o f i -nal do experimento, o que está de acordo c o m O S T E N D O R F

( I 9 6 2 ) . 0 teor de potássio na primeira a m o s t r a g e m reve-lou-se mais alto nas folhas das plantas sombreadas, o q u e confirma o observado por TANADA (19**6), mas difere das o b s e r v a ç õ e s de OSTENDORF ( 1 9 6 2 ) . 0 teor de cálcio m o s

trouse maior nos tratamentos sombreados e m ambas as a -m o s t r a g e n s , concordando c o -m o relatado por TANADA (19^6).

As Tabelas m o s t r a m a i n d a , q u e o teor de magnésio mostrou-se levemente superior e m folhas de cafeeiros or\_ ginários de casa de vegetação e de meia sombra na primei

ra a v a l i a ç ã o , e permaneceu mais elevado n a s folhas das plantas o r i u n d a s de meia s o m b r a , m e s m o dois meses e meio após e x p o s i ç ã o a plena luz solar.

0 teor de boro mostrou-se u m pouco mais elevado nas plantas que se desenvolveram sob alta intensidade lu m í n i c a , e o de manganês um pouco mais alto nas plantas oriundas de meia s o m b r a , porém apenas n a primeira a m o s

(18)

Nos caules (Tabelas 5 e 8) a c o n c e n t r a ç ã o de n u -trientes m o s t r o u - s e inferior ao das f o l h a s , c o m exceção do z i n c o , que teve seu nível a u m e n t a d o , e de c o b r e , cujo

teor praticamente não se a l t e r o u . Observou-se que o teor de nitrogênio na c o n d i ç ã o inicial era um pouco menor nos caules de c a f e e i r o s c o n d u z i d o s a pleno sol e e m casa de v e g e t a ç ã o , passando a ser o mais elevado nas plantas c o n duzidas a pleno s o l , dois meses e m e i o após a u n i f o r m i z a ção das c o n d i ç õ e s . Os teores de cálcio e e n x o f r e m o s t r a

-ram-se maiores no tratamento a pleno sol e m ambas as a m o £ tragens.

Na p r i m e i r a a m o s t r a g e m as raízes a p r e s e n t a r a m uma c o n c e n t r a ç ã o de nutrientes mais e l e v a d a do q u e os c a u l e s , sem no e n t a n t o atingir o nível das f o l h a s , c o m e x c e ç ã o do c o b r e , zinco e m a n g a n ê s , que a p r e s e n t a r a m nas raízes sua maior c o n c e n t r a ç ã o , o que segundo MENGEL S KIRKBY (1982) se deve ã pequena m o b i l i d a d e desses e l e m e n t o s . Na segunda a m o s t r a g e m , as raízes também m o s t r a r a m teores de c o b r e , manganês e zinco mais elevados que as f o l h a s . 0 ní vel de cálcio a p r e s e n t o u - s e mais elevado nas raízes dos tratamentos sombreados na primeira a v a l i a ç ã o , na segunda as raízes do tratamento pleno sol a p r e s e n t a r a m m a i o r teor de n i t r o g ê n i o e , as do tratamento casa de v e g e t a ç ã o maior teor de m a g n é s i o (Tabelas 6 e 9).

Comparandose os teores foiiares de n u t r i e n t e s e n -contrados no presente e x p e r i m e n t o , c o m os fornecidos por M A L A V O L T A (1 9 8 1) para interpretação provisória de d i a g n o -se f o l i a r , e c o m os e n c o n t r a d o s por H I R O C E (1 9 8 1) e m fo-lhas de c a f e e i r o cultivar M u n d o N o v o , percebe-se que as plantas a p r e s e n t a v a m teores razoáveis de n u t r i e n t e s , em sua m a i o r i a altos e m é d i o s , a o início do e x p e r i m e n t o . Nes sa o c a s i ã o as plantas e m m e l h o r e s condições nutric-ionais e r a m as do tratamento m e i a s o m b r a , no qual apenas o teor de cobre poderia ser c o n s i d e r a d o b a i x o . Os demais t r a t a -mentos m o s t r a v a m c o n d i ç õ e s similares entre s i , c o m teores baixos de cobre e m a n g a n ê s . Na segunda a m o s t r a g e m , o b s e r vou-se uma queda no nível nutricional das p l a n t a s , e m t o ~ dos os t r a t a m e n t o s , nas folhas houve q u e d a e s p e c i a l m e n t e dos teores de n i t r o g ê n i o e p o t á s s i o , que segundo M O R A E S

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maior queda no teor de n i t r o g ê n i o foliar deu-se no trata mento meia s o m b r a , e a menor no tratamento s o m b r a . Nas novas c o n d i ç õ e s l u m í n i c a s , o s tratamentos casa de vegeta çio e pleno sol foram os q u e a p r e s e n t a r a m melhor e q u i l í -brio n u t r i c i o n a l , seguindo-se a estes o tratamento som-b r a , sendo o tratamento meia somsom-bra o mais p r e j u d i c a d o , a p r e s e n t a n d o inclusive sintomas foiiares de deficiência de n i t r o g ê n i o , ou s e j a , clorose d o s limbos f o i i a r e s . MO RAES ( I 9 8 I ) relatou q u e teores inferiores a 2,3¾ de N e £ tão g e r a l m e n t e a s s o c i a d o s a sintomas visuais de d e f i c i ê £ cia do n u t r i e n t e .

De modo g e r a l , e m todas as partes das p l a n t a s , o b -tiveram-se teores bastante elevados de ferro e baixos de m a n g a n ê s , segundo MENGEL 6 KIRKBY (1982) o s dois e l e m e n -tos são a n t a g ô n i c o s sendo o excesso de F e+

^ o causador dos baixos níveis de M n+

^ . 0 mesmo se v e r i f i c a , segundo os a u t o r e s , entre o zinco e o c o b r e , just i f i cando-se as^

sim os altos níveis de Z n+

2 e baixos níveis de C u+

2 e n -c o n t r a d o s .

Deve ser salientado que o teor de zinco m o s t r o u - s e sensivelmente mais elevado e m todas as partes das plantas no tratamento meia s o m b r a , e m todas c o m boa repetibilida d e , e e m ambas as a m o s t r a g e n s . Nas f o l h a s , esse maior teor de zinco foi a c o m p a n h a d o pelo mais baixo teor de co b r e . Isso assume importância particular q u a n d o se cons_i_ dera o e n v o l v i m e n t o do zinco no m e t a b o l i s m o auxínico, res ponsável pelo c r e s c i m e n t o . Segundo MENGEL S KIRKBY (19827

o teor de zinco pode estar a s s o c i a d o às condições ambie_n t a i s , q u e a t u a m sobre o- d e s e n v o l v i m e n t o r a d i c u l a r , e so-bre a m i n e r a l i z a ç ã o do zinco da matéria o r g â n i c a pelos mi crorgan i smos .

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Infestação de pragas

As pragas e n c o n t r a d a s inicialmente nos cafeeiros c o n d u z i d o s em e c o s s i s t e m a s diferentes foram bicho m i n e i -ro (Perileucoptera coffeella G e r r . Menev.) e cochonilha verde (Coccus viridis G r e e n ) , sendo o seu nível de \nfes_ tação a v a l i a d o m e n s a l m e n t e a t r a v é s de valores numéricos c o r r e s p o n d e n t e s a p r e s e n t a d o s na Tabela 1 0 . Esta tabela m o s t r a que a c o n d u ç ã o de c a f e e i r o s e m e c o s s i s t e m a s d i f e

-rentes afeta significativamente a incidência de pragas sobre e l e s , sendo que a u n i f o r m i z a ç ã o das condições a m -bientais promove um novo e q u i l í b r i o biótico nas p l a n t a s . Essa diferença na susceptibi1idade a p r a g a s , segundo SIL V A I N ( 1 9 5 4 ) é d e v i d a às mesmas razões que c o n d i c i o n a m as diferenças no e s t a d o nutricional e , os herbívoros como têm p r e f e r ê n c i a por alimento c o m c a r a c t e r í s t i c a s q u í m i -cas e s p e c í f i c a s , a s u s c e p t i b i1 idade a pragas pode v a -riar. A l é m d i s s o , diferentes graus de sombreamento re-sultam em m i c r o c l i m a s mais ou m e n o s favoráveis a determ_i_ nados insetos-praga. KUPPER (1 9 8 1) indicou que o d e s e -q u i l í b r i o de n u t r i e n t e s pode também diminuir a resistên-cia da planta a p r a g a s , m e n c i o n a n d o o papel das relações N / K , K/Ca e K/Ca + Mg na intensidade de infestação de i£

s e t o s , outras pragas e doenças em c a f e e i r o s .

As plantas mantidas durante dois anos em casa de v e g e t a ç ã o a p r e s e n t a v a m maior ataque de bicho m i n e i r o , a estes seguiam-se as plantas mantidas a pleno s o l , vindo e m seguida as m a n t i d a s na sombra e e m meia s o m b r a , d i f e

-rindo e s t a t i s t i c a m e n t e . As plantas mantidas e m meia som b r a , que e r a m as m e n o s atacadas por bicho m i n e i r o , a p r e -s e n t a v a m o a t a q u e mai-s inten-so de c o c h o n i l h a verde (Coc-cus vivid-is), que praticamente não infestou os demais t r a t a m e n t o s .

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-m e n t e o c o r r e u e -m c o n s e q ü ê n c i a d a e-missão de folhas novas. No caso das plantas do tratamento o r i u n d o da s o m b r a , hou^ ve u m a u m e n t o da infestação inicialmente, devido a o fato de haver pequena e m i s s ã o de folhas novas por essas p l a n tas no primeiro m ê s de e x p o s i ç ã o ã luz s o l a r , n ã o se v e -rificando o e f e i t o de diluição q u e ocorreu n o s demais t r a t a m e n t o s . Dois m e s e s apôs a e x p o s i ç ã o à plena luz so_ lar, a s plantas p r o v e n i e n t e s da s o m b r a , j á mais a d a p t a -das á nova c o n d i ç ã o , e m i t i r a m g r a n d e número de folhas n o v a s , o q u e fez decrescer a infestação de bicho m i n e i r o .

0 m e s m o o c o r r e u c o m relação á infestação por cocho n i l h a , q u e d e c r e s c e u c o m o tempo, e m todos o s t r a t a m e n -t o s , m a s nes-te c a s o , a l é m do a -t a q u e ã bro-tação nova não ter o c o r r i d o , houve m o r t e d o s insetos n a s áreas j á ataca_ d a s .

Segundo A M A R A L ( 1 9 5 3 ) c o n d i ç õ e s de seca f a v o r e c e m o d e s e n v o l v i m e n t o do bicho m i n e i r o , sendo q u e PARRA

( I 9 8 I ) indicou a temperatura de 2 7° C como ideal para o d e s e n v o l v i m e n t o da p r a g a , de m a n e i r a q u e a fase de crisá

lida torna-se mais curta sob temperaturas mais e l e v a d a s , o q u e explica o o c o r r i d o no presente t r a b a l h o .

Quanto ã cochonilha v e r d e , GALLO e t a l i i ( 1 9 7 0 ) , c o n s i d e r a r a m q u e sua o c o r r ê n c i a é maior e m condições de s o m b r e a m e n t o , sendo q u e CARVALHO e t a l i i ( 1 9 6 1 ) também n o t a r a m sua maior incidência e m cultivares de r a m i f i c a -ção m a i s f e c h a d a . A literatura relata ainda diferenças na incidência de o u t r a s pragas e m c a f e e i r o s a o sol e ã s o m b r a , p o d e n d o - s e citar o s trabalhos de 0STEND0RF ( 1 9 6 2 ) e G R A N E R £ GODOY JUNIOR ( 1 9 7 1 ) .

E f e i t o d e s o l a r í z a ç ã o

Inicialmente a p a r e c e r a m manchas a v e r m e l h a d a s nas folhas mais e x p o s t a s ao sol d o s tratamentos sombra e meia s o m b r a . C o m o decorrer d o tempo essas m a n c h a s tornaram--se b r o n z e a d a s , e s b r a n q u i ç a d a s e , por f i m , necróticas

(26)

e c o r i á c e a s . Os valores numéricos atribuídos à intensi-dade de solarização são apresentados na Tabela 11, bem como as diferenças m í n i m a s significativas ao nível de 5¾ de probabilidade e o c o e f i c i e n t e de v a r i a ç ã o .

(27)

C O N C L U S Õ E S

C a r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a s

0 sombreamento afeta o d e s e n v o l v i m e n t o de c a f e e i -ros d i f e r e n t e m e n t e e m função de sua intensidade e intera ção c o m outros fatores bióticos e abióticos do ecossiste m a .

A p e r m a n ê n c i a e m casa de vegetação favorece o crej^ cimento das plantas e m a l t u r a .

Meia sombra fornece às plantas as m e l h o r e s c o n d i -ções a m b i e n t a i s para o seu d e s e n v o l v i m e n t o .

As raízes de c a f e e i r o s do tratamento meia sombra a p r e s e n t a r a m s e mais ramificadas e de melhor a s p e c t o g e

-ral .

D e s e n v o l v i m e n t o v e g e t a t i v o

V e r i f i c a r a m - s e diferenças significativas na altura das p l a n t a s , número de ramos e número de folhas por ramo em função dos t r a t a m e n t o s , c o m variações após exposição a c o n d i ç õ e s uniformes de c a m p o .

Plantas provenientes da sombra m o s t r a m maior ten-dência de recuperação ao novo a m b i e n t e .

Cafeeiros o r i u n d o s de casa de vegetação foram os que revelaram maior peso da matéria seca do caule e das

r a í z e s , tanto no início como no final do e x p e r i m e n t o .

A proporção relativa de folhas mostrou-se maior nos tratamentos s o m b r e a d o s , e a de caule aumentou c o m o a u m e n t o da insolação.

(28)

sombra e meia sombra após dois meses e meio e m c o n d i -ções de c a m p o .

E s t a d o n u t r i c i o n a l

A plena insolaçio promove aumento e m nitrogênio to tal nas folhas d o c a f e e i r o .

0 sombreamento provoca aumento do teor de cálcio nas folhas e raízes do c a f e e i r o .

0 tratamento meia sombra condiciona a c ú m u l o de z m co e m todas a s partes a n a l i s a d a s das p l a n t a s , tendo esse padrão permanecido após dois m e s e s e meio de plena inso-lação.

0 e c o s s i s t e m a q u e fornece às plantas melhor equ i l_í brio nutricional ê meia s o m b r a .

Após u n i f o r m i z a ç ã o d a s c o n d i ç õ e s a m b i e n t a i s , as plantas provenientes de sombra e casa de v e g e t a ç ã o m o s tram m e l h o r e s a d a p t a ç õ e s n u t r i c i o n a i s d o que as o r i g i n á -rias de meia s o m b r a .

I n f e s t a ç ã o d e p r a g a s

0 e c o s s i s t e m a d a casa de vegetação favorece a in-festação de bicho m i n e i r o (Perí-leucoptera ooffeella). Se_ guiram-se a estes o s dos tratamentos pleno s o l , sombra e meia s o m b r a . A transferência d a s plantas para pleno sol

reduziu a infestação d a p r a g a .

(29)

E f e i t o d e s o l a r i z a ç ã o

Cafeeiros o r i g i n á r i o s da sombra são aqueles mais afetados pela solarização.

As folhas emitidas após transferência para c o n d i -ções de campo n ã o se a p r e s e n t a r a m danificadas pelo s o l .

SUMMARY

It w a s studied the behavior of coffee plants (Cof¬ fea arabica L. c v . Mundo Novo) originated from

dif-ferent environment conditions (shade, half s h a d e d , unsha¬ ded a n d greenhouse) when submited to field c o n d i t i o n s .

It w a s realized e v a l u a t i o n s o n m o r p h o l o g y , d e v e l o p m e n t , and biological productivity of coffee p l a n t s . It w a s v e

rified nutrient l e v e l s , attack of insects a n d u n f a v o u r a ble effects of sun radiation on leaves. Plants o r i g i n a -ted from greenhouse a n d half shaded conditions showed hi¬ gher g r o w t h . Higher number of branches w e r e o b s e r v e d in plants from clarity c o n d i t i o n s , a n d plants from more sha¬ ded conditions showed higher number of leaves by b r a n c h . Plants o r i g i n a t e d from shaded conditions showed a tenden¬ cy of recuperation in field c o n d i t i o n s . Coffee plants from half shaded conditions presented higher leaf dry weight tham plants o r i g i n a t e d from g r e e n h o u s e . Both pre¬

sented good a d a p t a t i o n in field conditions after 7 5

d a y s . Stems a n d roots dry w e i t h where heigher in coffee plants o r i g i n a t e d from greenhouse c o n d i t i o n s . It w a s de¬ termined higher N levels in leaves of plants from u n s h a -d e -d c o n -d i t i o n s , a n -d higher P a n -d Ca levels in plants from half shaded c o n d i t i o n s . Half shaded conditions promoted a c c u m u l a t i o n of Zn In coffee p l a n t s . Stems presented nu¬

(30)

tion of leaves with P e r i l e u c o p t e r a coffeella have poin-ted out a higher incidence in greenhouse conditions, cof fee plants in more shaded conditions showed lower inci-dence of the insect. Infestation of Coccus viridis pre-sented higher incidence on plants originated from half shaded conditions. Coffee plants from unshaded and green¬ house conditions did not present sunburn spots on leaves, however plants from half shaded and shaded conditions where considerably danified. Shade affected the growth of coffee plants in function of its intensity and inter¬ action with other biotics and abiotics factors of ecossis¬ tem.

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Referências

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