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A dinâmica dos fluidos complementada e a sustentação da asa.

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Academic year: 2017

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A Din^amia dos Fluidos Complementada

e a Sustenta~ao da Asa

Complementationofuiddynamisandaerodynamilift

Klaus Weltner

, Martin Ingelman-Sundberg

,Antonio SergioEsperidi~ao

e Paulo Miranda

InstitutodeFsiadaUFBA,Rua CaetanoMoura,123-Federa~ao

CampusUniversitariode OndinaCEP:40.210-340,Salvador,Bahia

Smedsbaksgatan5,11539Stokholm,Sweden

e-mail: weltnerufba.br

Reebidoem08deSetembrode2000. Manusritorevisadoem05deSetembrode2001. Aeitoem15deJaneirode2002.

A explia~aoonvenional dasustenta~aodaasa, usando a leide Bernoulli, apresenta equvoos

gravesques~aoaquianalisados. Usamosasleis deNewtonpara demonstraroerentementea

sus-tenta~aoqueseoriginanaaelera~aodoarparabaixopelaasa. Aveloidadedouxodearaima

daasaemaiordoqueabaixodela. Mostramosqueistoedeorr^eniaen~aoausadabaixapress~ao.

Seumalinhadeorrenteforurvaexisteumgradientedepress~aoperpendiularaveloidade,fato

quen~aopodesernegligeniadonarepresenta~aodadin^amiadosuidos. Aanalisedaurvaturadas

linhasdeorrenteemvoltadeumobstauloeslareeagera~aoeadistribui~aodaspress~oes. Outras

aplia~oesequivoadasdaleideBernoullis~aodetalhadamenteanalisadassegundoonossoenfoque.

Apresentamosexperimentosonvinentesefailmenterealizaveis emsaladeaula, ompreensveis

mesmoparaoensinomedio.

TheonventionalexplanationofaerodynamiliftbasedonBernoulli'slawhasimportantmistakes,

whiharepointedout. LiftisbeexplainedhereinaoherentwayusingNewton'slaws. Weshow

thatthe higherstreaming veloityat theuppersideofanaerofoilisthe onsequenebutnotthe

auseofthelowerpressure. Theauseofliftisthedownwardaelerationofairbytheaerofoil. Fora

detailedanalysisweregardthenormalaelerationofairinaseofurvedstreamlinesthatresults

inpressure gradientsperpendiular to the streamlines. The analysis of urvatureof streamlines

in the viinity of obstales shows the generation of pressure distribution on the surfae. Other

misleadinganderroneousapliationsofBernoulli'slawarealsoanalyzedandorreted. Wepresent

lassroomexperimentsto demonstrateonvininglythedownward movementof airaused by an

aerofoilandthegenerationofpressurebythedeetionofairstream.

I Introdu~ao

A analise do v^oo pode despertar interesse para o

es-tudodaFsiamasnormalmente estamotiva~aon~aoe

usada. Uma ausadistopode seramaneirapela qual

este assunto e tratado. A explia~ao onvenional da

sustenta~ao da asa, baseada na lei de Bernoulli, diz

que a press~ao menor aima da asa e a onsequ^enia

de uma maior veloidade do ar aima dela. Este

raionio temdefeitosfundamentais poisn~ao dauma

ausa para a maior veloidade do ar aima da asa.

A abordagem apresentada aqui foi iniialmente

pro-posta por Smith [1℄, Flether [2℄ e Weltner [3℄. Ela

se baseia nas leis de Newton e partiularmente nas

tem um ^angulo de ataque em rela~ao a dire~ao do

proprio movimento. A asa fora o ar em torno dela

ase moverpara baixo, aelerando-onesta dire~ao. A

ontra-fora (rea~ao do ar), orientada para ima, e a

sustenta~ao. Esta abordagem e adotada por alguns

livros-textos omo o do Halliday - Resnik [4℄ e o de

Bergmann-Shaefer[5℄. Alem disso nas disuss~oes

in-ternaionaisontempor^aneasapareemvariostrabalhos

quemostramerrosnaaplia~aodaleideBernoullipara

asustenta~aoda asa omo Anderson e Eberhardt [6℄,

Craig [7℄ e Waltham [8℄. Sabemos que, se uma

ex-plia~aoerradaforprofundamenteradiada,ebastante

difilsubstitu-la. Certamenteporisso,asexplia~oes

onvenionaisaindasobrevivemomumaertaineria

(2)

dospilotos. Nestetrabalhoprouraremos

propositada-menteilustrarestenovopontodevistaom

experimen-tosdefailreprodu~aoedebaixousto. Nosaptulos

seguintesmostramosomoumalaunanaapresenta~ao

da din^amia dos uidos,presente na maioria dos

tex-tos,tenhapossivelmenteausadoaplia~oeserradasda

lei de Bernoulli. Propomos a analise da urvatura do

esoamento de um uido omo uma ferramenta forte

paraentenderagera~aoedistribui~aodaspress~oesem

tornode umobstaulo. Estetrabalhoestabaseadona

refer^enia[3℄de umdosautoresomadequa~oes e

ex-tens~oes.

II Sustenta~ao da asa

II.1 Analise das explia~oes

onven-ionais

A explia~ao onvenional, enontrada na maioria

dos livros-texto de Fsia,aplia a lei de Bernoulliao

esoamento doaremtornodeumaasadeforma

equi-voada. Aleinosdizque: no esoamentode um uido

apress~aoetantomenor quantomaiorfor asua

veloi-dade. Pelasanalisesdasfotos deletes deesoamento

do ar em torno da asa em tuneis de vento veria-se

queadensidadedosletesemaioraimadaasadoque

abaixo dela. Ent~ao, onsiderando a veloidade do ar

maioraimadaasadoqueabaixodela,etendoemvista

aleideBernoulli,deduz-sequeestamaiorveloidadedo

arausaumapress~aomenor. Esteraionioe

inom-pleto. Faltaexpliaromoaasaausaestasdiferenas

nasveloidades. Estafaltaefundamental. Sem

enten-deromoaasamodia asveloidadesdoesoamento

do ar, n~ao seompreende o seu papel. Destaquemos

algunsparagrafosretiradosdoslivros-textoquetratam

desteassunto.

i) Raionio levando em onsidera~ao os

om-primentosdosaminhosperorridospeloar. [9℄

\AFig. 1 mostrao aspeto das linhas de orrente

do esoamento em torno de um aerofolio, no plano

da se~ao transversal. A veloidade do ar e maior na

partesuperiordaasado quenainferior(oartemuma

dist^ania maior a perorrer por ima). Novamente,

pelaequa~aodeBernoulli(fen^omenodeVenturi),a

ve-loidademaiordo esoamentoreduzapress~ao naparte

superior, eoempuxodin^amioE resultantesustenta o

Figura1. Esoamentodoaremtornodaasa[9℄.

Este raionio se baseia na hipotese de que as

partulasdoarqueestavamjuntasafrente da asase

juntem novamente atrasdela. Smith(1972) [1℄

desta-ouqueestahipotesen~aotemnenhumajustiativana

teoriaeeerrada. Realmente,asFigs.2ae2bmostram

queaspartulasdoarqueestavamjuntasafrente da

asanunamaissejuntar~aoatrasdela.

Figura2a. Linhasdeesoamentoemtornodaasa. Copiade

umafotodeumesoamentorealommaradoresdefumaa.

Figura2b. Esoamentoaluladoteoriamente[6℄.

Adiferenadasdist^aniasperorridasn~aopode

es-tarrelaionadaomasdiferenasgeometriasexistentes

(3)

equi-podem saber,apriori,queadist^aniaaserperorrida

aimadaasaemaiordoqueabaixodelaeporisso

de-vemtermaiorveloidadeaimadoqueabaixoparan~ao

sesepararemnonal dosdoisperursos[1℄.

ii) Raionioa respeito dairula~ao

Airula~aoeumoneitomatematioapliadoao

esoamento dosuidos.

E aintegralde linha do

pro-dutoesalardaveloidadeomoelementodelinha. Se

esta integra~aofor realizadaao longo de um aminho

fehado en~ao for nula, oseu valor ea irula~ao. Se

as veloidades aima e abaixo da asa t^em diferenas,

esta integral n~ao pode ser nula, indiando uma

ir-ula~ao. Existemautoresqueapresentamairula~ao

omoausadadistribui~aodasveloidadesemtornoda

asa [10℄. Se for usadaomo explia~ao, temosque

es-lareeromoaasaagera.Porenquanto,ooneitode

irula~aoeumadesri~aomatematiadadistribui~ao

das veloidadesmas n~aoeuma explia~ao.

Disutire-mosesteassuntoemmaisdetalhesnoap^endie8.1para

mostrarqueodesviodoesoamentoparabaixoausado

pelaasaresultanumairula~ao.

iii) Raioniosirrelevantes

Frases dotipo\A forma da asa leva oar a esoar

assim"soservemparaoultarafaltadeumaexplia~ao

onvinenteeoerente.

Conlus~ao: Podemosdizer que aexplia~ao

on-venionalenontradanamaioriadoslivrostextospara

a sustenta~ao da asa e inompleta oumelhor, errada.

Podemosadiantar,poisexpliaremosmaisadiante,que

a origem deste dilema e ofato de que amaior

veloi-dade do ar aima da asa e uma onsequ^eniade uma

menorpress~aoen~aoaausadela.

II.2. Raioniobasio: Asustenta~ao da

asa e a fora de rea~ao

A explia~ao da sustenta~ao do rotor de um

heliopteroeomumentebaseadanasleisdame^ania.

Um uxo de ar e empurrado e aelerado para baixo.

Paraissoorotorexereumaforasobreoar. Area~ao

easustenta~ao. Analogamente seexplia apropuls~ao

a helie ou a jato. Neste aso a asa exere a mesma

fun~aodaheliedohelioptero. Aasaeumasuperfie

umpouourvaomumerto^angulodeataquequee

fundamentalparaoseuomportamentonouxodear.

Fig. 3.

Figura 3. O^angulo de ataque eo ^angulo entre a dire~ao

do movimento da asa e a seante que passa pelos pontos

anterior e posterior maisdistantes dalinha media doseu

Se esta superfie for movida horizontalmente, ela

aeleraoarem repousoeemtornodesiparabaixo

e-xerendoumaforavertialaoar. Reenfatizamosquea

ontraforaeasustenta~ao. Esteraionioqualitativo

eaprofundadoteoriamenteno ap^endie8.1. A

aele-ra~ao vertial do arpode ser demonstrada failmente

mediante o uso de um indiador para os movimentos

doar,omosesegue.

Experimentoemsalade aulaparademonstrara

aelera~ao vertial do ar

Desrevamosiniialmenteaonstru~aodeum

indi-adordosmovimentosdoaromonaFig. 4. Tomemos

umahastedemadeirade70-100mdeomprimento,

bem leve porem rgida. Um papel ou uma pea

re-tangular de artolina de aproximadamente 10 por 10

entmetrosexadaemumadasextremidadesdahaste.

Paraqueobraoondesexouopapelsejabemmaior

doqueooutro,aonselhamosprenderumpequeno

on-trapesonaoutraextremidadedahaste. Aosersuspenso

peloentrodemassa,oarranjodevepermaneerna

ho-rizontalomafaedopapelparalelaaoh~ao,podendo

mover-selivrementenoplanovertial. Omodelodaasa

podeseronfeionadoomumatiradeartolinade20

por40entmetroseparaissoenurva-seaartolina

se-gundoadimens~aode20entmetrosatequeasbordas

de40 entmetrosseenontrem,quandoent~ao, devem

seroladas. Obtem-seaasa, modelando-se

uidadosa-menteestapeaateformarumperlomoomostrado

naFig. 3. Noiniodeadatesteoindiadorde

movi-mentodoardeveestaremrepouso,nahorizontal.

Figura4. Indiadordemovimentodoar,antes,durantee

depoisdapassagemdaasaemmovimentohorizontalabaixo

doindiadorque,emonsequ^enia,desloa-separabaixo.

Seomodelodaasaformovidonahorizontal,abaixo

ou aima do indiador, este semovepara baixo, seo

^

angulode ataqueforpositivo. Oindiadorpermanee

quase em repouso, seo ^angulo de ataquefor proximo

de zero, e move-se para ima, se o ^angulo de ataque

fornegativo. Estedispositivoindiaadire~aoeo

sen-tido do movimento do ar. Os seus movimentos ser~ao

maisdestaadosseo^angulodeataqueeaveloidadeda

asaforemmaiores. Depoisdodesloamentooindiador

tenderaavoltaraposi~aoiniial. Valeapenasalientar,

(4)

movi-ventiladoreseondiionadoresdeardevemser

desliga-dos bem omo janelase portasseremfehadas. Alem

disso, o modelo da asa deve ser movimentado numa

trajetoria horizontalretilneaque seiniie distante do

indiador a m de que o esoamento do ar em torno

dele se estabelea de forma estaionaria. Estes

expe-rimentos simplespodem serdemonstrados em sala de

aulaparaeslareerasrela~oesfundamentaisquantoa

sustenta~aodaasa.

A sustenta~ao depende do ^angulode ataque

Ouxo do impulso vertial do arpara baixo, que

equivaleasustenta~aoe,emprimeiraaproxima~ao,

pro-porional ao ^angulo de ataque quando este se situar

entre -10 Æ

e +20 Æ

. Fora desta faixa, o esoamento e

turbulento en~ao segue mais ageometria da asa. Por

exemplo, para ^angulos superioresa 20 Æ

a sustenta~ao

diminui.

A sustenta~ao depende da veloidade

Podemos mostrar qualitativamente o aumento do

movimento vertial do ar devido a veloidade da

asa. Teoriamente obtem-seesta rela~aopeloseguinte

raionio. Se a veloidade for dupliada,

mantendo-seonstantes ageometriada asae aslinhas de

esoa-mento, ent~ao dupliar~ao amassa dearaeleradopara

baixoporsegundo(uxo)eaveloidadevertialdoar.

Considerandosimultaneamente essesefeitos, a

sus-tenta~aoseraquadrupliada,seaveloidadefor

dupli-ada. Podemos onluir que, a sustenta~aoe

propor-ional aoquadrado da veloidaderelativaentreo are

aasa.

A sustenta~ao depende da densidadedo ar

Realmente, todas as foras s~ao proporionais a

massaaelerada. Seasdemaisondi~oespermaneerem

onstantesesesomente amassasofrervaria~ao,ent~ao

asforasser~aoproporionaisadensidade. Como

sabe-mos,aumaaltitudede12.000m adensidadedoarea

press~ao atmosferia sot^em umquarto de seus valores

nasuperfiedaTerra. Porisso,paraumv^ooaesta

al-turaovalordaforadesustenta~aoaipara1/4. Este

efeitopodeserompensadodupliando-seaveloidade

do v^oo o que provoaraa quadruplia~ao da fora de

sustenta~ao.

Sustenta~ao e atritoinduzido

Oaraeleradopara baixotemenergiainetiaque

eforneidapelaasaemmovimento. Aasaquesemove

nadire~aohorizontalaelerandooarparabaixo,sente

onsequentemente um atrito queedenominado atrito

induzido. Noslaboratoriosenasdemonstra~oesemsala

de aula, toma-se omo refer^enia, aasa em repouso e

oar emmovimento. Estaeasitua~aodosmodelosem

tuneis de vento. Esta abordagem failita os alulos

teorios. Nesteaso,aasaausaumdesviodouxode

aremtornodela. Podemostambemmostrarfailmente

odesviodoesoamentoparabaixo,omosesegue:

Experimentoemsaladeaulaparademonstraro

desviodo esoamento para baixo:

delo deuma asaomo o desritoanteriormente. Cole

umatiradepapeldesedanabordatraseiradaasaque

funionara omo indiador da dire~ao do uxo de ar

atrasdela. Coloque-a agoranouxo deardoseador.

Pode-severqueadire~aodatiraoinideomado

es-oamento. Mudando-seo^angulo de ataquemuda-sea

dire~aodoesoamentodoaratrasdaasa.

Considerando todos estes fatos onlumos que o

raionio baseado nas leis da me^ania e oerente e

explia asustenta~aodaasa. Sofaltaaexplia~ao do

meanismodaaplia~aodasforasaasa,querdizer,da

gera~aodaspress~oesem tornodela.

III Fundamentos da din^amia

dos uidos

III.1 Observa~oes gerais

A din^amia dos uidos e baseada nas leis da

me^ania Newtoniana omo mostrou Euler ha quase

tr^esseulos. Ele apliouasleis fundamentaisde

New-ton ao movimento de uidos em tr^es dimens~oes e

es-tabeleeu as equa~oes difereniais do esoamento, as

hamadas equa~oes de Euler. Vamos examinar as

equa~oesdemovimentodeumuido,atendendoas

nos-sasneessidadesespeas. Porisso,vamosonsiderar

o uido ideal. Para simpliar os alulos limitamos

nossa analise aum esoamento estaionario dentrode

umtubodeorrente[11℄. Otubopodeserurvoeseu

di^ametropodevariar.

Examinemosumelementode massam=V,

sendo asuadensidade eV oseuvolume. Pela

se-gundaleideNewtonaaelera~aodestamassaedevida

a uma fora resultante que tem a mesma dire~ao da

aelera~ao. Asforasapliadasamassams~ao

deor-rentesdasdiferenasdaspress~oesnasfaesopostasdo

seuelementodevolumeV. VejaFig. 5.

Figura5. Elemento devolumedeumuidodentrodeum

tubodeesoamento.

Assim, a aelera~ao de uma partula do uido e

ausadapelosgradientesdepress~aoestatia. S~aoduas

asaelera~oesprinipais: atangenialeanormalom

respeitoadire~aodomovimento, indiadapelaslinhas

(5)

III.2 Aelera~ao tangenial e a lei de

Bernoulli

Aaelera~aotangenialeausadaporumadiferena

de press~ao na dire~ao do movimento. Se aaelera~ao

for positivaapress~aodevesermaiornafae posterior

do que na da anterior.

E esta diminui~ao da press~ao

aausa daaelera~ao. Consequentemente uma

veloi-dade maior numa regi~ao de baixa press~ao e o efeito

provoadopelapress~aomenor. Seestarela~aoforbem

entendida nunasepode pensar em usar aveloidade

maior omo ausa da diminui~ao da press~ao. Vale a

pena evideniar este raionio qualitativo porque

as-sim seevitam explia~oesinorretas dasaplia~oes da

equa~aode Bernoulli. O alulo que segue resulta na

leideBernoulli.

Figura6.Aelera~aotangenialdeumelementodemassa

deuido.

Vamos nosreferirao elemento demassa daFig. 6.

ApliandoasegundaleideNewton,tem-se:

F =ma; emque a= dv

dt

: (1)

Sendoaforanadire~aosdomovimentoesrevemos

F = Ap= A dp

ds

s (2)

Lembre-se de que a fora sera positiva se a press~ao

diminuir, porisso o sinal e negativo. O elemento de

massae:

m=As: (3)

SubstitudasestasquantidadesnaEq. (1),obtemos:

A dp

ds

s=As dv

dt

: (4)

DividindoporAs,erearrumandoostermos,resulta

em

dp

ds =

dv

dt

ou dp= dvds

dt

: (5)

Lembrando que v = ds=dt e substituindo-a na

ex-press~ao aima, enontramos a seguinte equa~ao

dife-renial:

integrandoestarela~ao entre as posi~oes 1e 2do

ele-mentodevolume,istoe:

Z

2

1

dp= Z

2

1

vdv ; (7)

queresultanaequa~aodeBernoulli,propriamentedita:

p

1 p

2 =

2 (v

2

2 v

2

1

) (8)

A deriva~ao aima n~ao e t~ao failomo aquela

omu-mente presente nos livros-textos queusa alei da

on-serva~ao da energia. Mas esta abordagem tem uma

vantagemfundamental: eladeixalaroqueaveloidade

maiore sempre oefeito de press~ao menor. Tendo em

menteestarela~ao,evitam-seerrosnasuaaplia~ao,

es-peialmente quandoumamaiorveloidadedouxofor

onsideradaomoausadapress~aomenor. Restaainda

umproblema: omoseproduzadiminui~aodapress~ao

no esoamento, nas proximidades de um obstaulo,

omo uma asa? A resposta a esta pergunta esta na

aelera~aonormalaoesoamento,aqualpassaremosa

examinar.

III.3 Aelera~ao normal

Para ompletar a analise das aelera~oes sofridas

pelo uidotemos que onsiderar aaelera~ao

perpen-diularaveloidade,ouseja,aaelera~aodoelemento

de massa do uido na dire~ao normal ao esoamento,

omoilustradonaFig. 7.

Figura7. Aelera~aonormaldeumelementodemassado

uido.

Seotubodeesoamentoforurvo,existeuma

ae-lera~aonormaldireionadaparaoentrodeurvatura.

Estaaelera~aosopodeexistirseumaforaemdire~ao

ao entro de urvatura for apliada ao elemento de

massa. No nosso aso, a fora so pode ser originada

dasdiferenas daspress~oesnas faes paralelasalinha

deesoamento. A press~ao nafae voltada parao

(6)

nasondi~oesemqueseproduzumesoamentourvo,

apress~aoaumentanadire~aoopostaaoentrode

ur-vaturadatrajetoria.

Aaelera~aoperpendiularaslinhasdoesoamento

e importante porque esta relaionada a um gradiente

dapress~aoperpendiularaestasmesmaslinhas. A

de-monstra~aomaissimplesdestefatoeatravesdarota~ao

de um lquido num reipiente ilndrio, gerando um

esoamentoirularomlinhasdeesoamentotambem

urvas. A superfiedouido sobeproporionalmente

aoquadradodadist^aniaaoeixoderota~ao,mostrando

umaumentodapress~aorelativamenteaumnvel

ons-tante. Uma aplia~ao deste efeito e a maquina

en-trifugadora. Para uma analise quantitativa partimos

novamente da equa~ao de movimento de Newton, Eq.

(1).

Representemosoeixonormalalinhadeesoamento

direionadoparaforadoentroporr,omo naFig. 7.

Aforaapliadaaoelementodemassae:

F = A dp

dr

r: (9)

Osinalnegativoedevidoaofato dequeum

gradi-entepositivogerauma foradireionadaparaoentro

deurvatura(dire~aonegativa).

Comojasabemosamassaedadapor

m=Ar : (3

0

)

Substituindo estas quantidades na Eq. (1), obtemos

que

A dp

dr

r=Ar dv

dt

(10)

ou

dp

dr

=

dv

dt

(11)

Neste aso, sabemos que a aelera~ao normal e dada

por

dv

dt =

v 2

r

; (12)

emquereoraiodeurvatura.

Substituindo esta express~ao em (11), obtemos a

equa~aodiferenialque desrevearela~aoentre o

gra-diente de press~ao na dire~ao r em fun~ao do raio de

urvatura da linha de esoamento e da veloidade do

uxodouido,

dp

dr =

v 2

r

: (13)

Infelizmenteestaequa~aon~aotemsolu~aofail,pois

as press~oes s~ao obtidas atraves de uma integra~ao ao

longodetrajetoriasperpendiularesaslinhasde

esoa-mento. A solu~ao depende do onheimento das

dis-tribui~oes de veloidade v e dos raios de urvatura r

Existe, apesar disso, um aso em que a solu~ao

analtia pode ser failmente obtida. Se o lquido

es-tivergirando,omonoasodeumilindrogirante,sua

superfieadquireaformadeumparaboloide. Aaltura

dolquidofuniona omo umman^ometro,indiando a

press~ao referente a um nvel xo. Para uma

veloi-dadeangularuniforme!,aveloidadedouidoauma

dist^aniar doeixoderota~aoedadapor

v=r!

SubstituindovnaEq. (13)aima,resultaem

dp

dr

=ot r

2

! 2

r ;

ujasolu~aoe

p=! 2

r

2

2

: (14)

Apress~ao,eportanto aalturadasuperfie,e

pro-porionalaoquadradodadist^aniaraoeixoomojafoi

menionado. Estarela~aovale tambemparamaquinas

entrifugadoras.

Inexpliavelmente,oslivros-textosn~aotratamda

a-elera~aonormalnumesoamento. Porisso,aexist^

en-ia de gradientes de press~ao perpendiularesaslinhas

do esoamento e omitida tambem. Esta omiss~ao n~ao

oorre nos livros tenios de din^amia dos uidos em

tubosurvos. A aus^enia daanalise dosgradientesde

press~ao normais ao esoamento tem um resultado

de-sastroso. Sem elaeliteralmente impossvelentendera

gera~ao das press~oes menores num esoamento. Para

analisar aprodu~ao daspress~oes menores temos antes

queexpliaroefeito Coanda.

III.4 Efeito Coanda

Seumobstauloforinseridonouxodeumuidoo

seuesoamentoproximoassuperfieslimitantes

aom-panhaassuasformasseassuperfiesforemsuavemente

urvas. Exemploss~aoasasasdosavi~oes,osorposdos

passaros e todas as formas hamadas aerodin^amias.

Esteomportamentodeumuidoehamadodeefeito

Coandaemhomenagemaoengenheiroingl^esqueo

des-obriu e analisou. Na Fsia, um esoamento deste

tipoe denominado laminar. Se o obstaulo tem

ur-vas abruptasou antos, o esoamento n~aosegue mais

asuperfie,formando vorties. Neste asotem-se um

esoamento turbulento. O exemplo lassio do efeito

Coanda e um jato de uido lanado sobre uma

su-perfieplana,soldadaaumsetorilndrio(Fig.8). O

esoamenton~ao seseparaimediatamente dasuperfie

(7)

Figura8. EfeitoCoanda:

Aesquerdaefeito Coanda,a

di-reitaumexperimentoimaginario.

Podemosentenderoefeito Coandaonsiderando a

visosidadedouido. NaFig. 8,adireita,mostramoso

estadoiniial deumexperimentoimaginario. Umjato

deuidoelanadosobreaparteplanadasuperfiena

hipotesedevisosidade nula. Devidoapropriaineria

o jato tenderia a manter a dire~ao do movimento ao

sedesloar naparte urvada superfieilndria. No

entanto, onsiderando-se agora a visosidade, mesmo

que seja mnima, ouido entre ojato e oilindro vai

ser removido provoando nesse loal uma diminui~ao

da press~ao, o que oasiona o enurvamento do uxo.

Estefato olevaaaompanharasuperfiedo ilindro

efazsurgirumgradientedepress~aoeumaaelera~ao,

ambos normais as linhas de orrente do uido. Este

experimentovirtualmostran~aosoaorigemdeste

om-portamentodouidomastambemaimport^aniadeter

ummnimodeatritoouvisosidadeparaos

esoamen-tos estaionarios em torno de obstaulos om formas

aerodin^amias. Sendoeste omportamento

fundamen-tal para a explia~ao da sustenta~ao da asa, torna-se

indispensavelummnimodevisosidadeouatrito.

III.5 Gera~ao das press~oes

Podemosdemonstrarexperimentalmenteemsalade

aulaagera~aodepress~oesmaioresemenoresno

esoa-mento de uidos atraves de um arranjo experimental

bastante simples: umjato dearde umseadorde

a-belos eumman^ometrobastante sensvel. (VejaaFig.

9). Nos ap^endies2 e3est~ao desritososdetalhes da

onfe~ao dosdispositivosque usaremosa seguir.

Ini-ialmente podemos demonstrar que apress~ao estatia

dentrodojatodeareigualapress~aoatmosferia.

Exis-tem textosquedizemque, devidoalei deBernoulli,a

press~ao dentro do jato e menor do que fora.

E um

equvoo. A press~aoestatiaeaatmosferia, dentro e

foradojato,oquepodeseraveriguadomedindo-asom

oman^ometrosensvel. VejaFig. 23noap^endie.

III.5.1Gera~aodaspress~oesdevidoaodesviode

esoamento

Desviamos o esoamento inserindo uma superfie

Figura 9. Desvio de um esoamento do ar. Medi~ao da

press~aoestatiaabaixo(A)eaima(B)dasuperfie.

Gera~ao de press~ao maior aelerando o

esoa-mento para fora da superfie.

Analisemos, iniialmente, o esoamento abaixo da

superfie. Na suafae inferior oesoamento n~ao tem

alternativaan~aoserseguirasuperfieinserida,porque

n~ao pode penetra-la. Assim, o esoamento tem que

serurvoparabaixo. Comomostramosanteriormente,

oesoamento urvotem um gradiente de press~ao que

diminui a partir da superfie para fora ate atingir

a press~ao atmosferia. A press~ao perto da superfie

e, onsequentemente, maior que a press~ao ambiente.

Podemos, experimentalmente, demonstrar e medir a

press~aomaiorabaixodasuperfienopontoAdaFig.

9,usandoumman^ometrosensvel,omoindiado. Em

outraspalavras: ojatodeartemineriae,para

aele-rar oesoamento para baixo,asuperfie temque lhe

apliarumaforanomesmosentido,orrespondendoa

umaumentodapress~ao.

Gera~ao de press~ao menor aelerando o

esoa-mento emdire~aoa superfie.

Desta vez analisamos o esoamento aima da

su-perfie. Vejao ponto (B) da Fig.9. Neste aso,

lem-bremos do efeito Coanda. Por ausa dele o

esoa-mentosegueasuperfieurva. Comomostramos

ante-riormente, o esoamento urvo tem um gradiente de

press~ao, sendo que, desta vez, ela aumenta a partir

da superfie para fora ate atingir o valor nal igual

apress~ao atmosferialoal. A press~ao nouidoperto

dasuperfiee,porausadisso,menor.

Podemosportanto demonstrar emedir

experimen-talmente a press~ao menor aima da superfie no

pontoB.

Em outras palavras, o esoamento gera a press~ao

menordevidoasuapropriaineria. Seoarmantivesse

seumovimentonadire~aooriginaleleseafastariada

su-perfie,gerandoassim umvauo. Masantes queisso

aontea,reduz-seapress~aoentreojatoeasuperfie,

gerando por isso um gradiente de press~ao neessario

paraaeleraroarparabaixo.

III.5.2Origemdaveloidademaioraimada

su-perfie superior

Partindodo fato ja expliado de que apress~ao na

superior emenor, podemos agora entender porque na

superfiesuperiordaasaaveloidadeemaior. Ao

en-trarem umaregi~aodemenorpress~aooareaelerado

paralelamenteaodesloamento,ganhandomaior

(8)

aleide Bernoullievalidamasainterpreta~aoorreta

ediferentedausadanoslivros-textos. Asdiferenasde

press~aos~aoausadaspelodesviodoesoamento. Soem

fun~aodestaspress~oesasveloidadessemodiam.

IV Analisedas urvaturasdo

es-oamento

Se o tubo de orrente for urvo, temos gradientes de

press~aoperpendiularesadire~aodoesoamento. Este

raionioeahaveparaentenderomeanismoquegera

adistribui~aodaspress~oesemtornodosobstaulos.

Dentro de ertos limites, um esoamento tende a

aompanhar as superfiessuavemente urvas o quee

expliadopelo efeitoCoanda. Seuma superfieurva

forarumesoamentoadesviar-se,gera-seumapress~ao

maior, seoesoamento for aeleradopara forada

su-perfie, e menor, seno sentidoda superfie. Ambos

osasoss~aovistos apartirdasuperfiedoobstaulo.

Por isso a analise das urvaturas

preponderan-temente nas vizinhanas dos objetos inseridos nos

uxosdeuidosnospermitepreverasdistribui~oesde

press~ao. Podemosevideniaropotenialdaanalise da

urvatura das linhas de esoamento de um uido nas

vizinhanas de umobstaulo neleinserido, mostrando

aprevis~aodedistribui~aodaspress~oessobrediferentes

pontosdesuasuperfie.

IV.1 Press~oes na superfie da asa

As analises e os resultados que seguem est~ao

pre-sentes naliteratura[15℄ epodem seromprovados

ex-perimentalmente em sala de aula om um jato de ar

de um seador de abelos, um man^ometro sensvel e

ummodelode asaomomostraaFig. 10a. Suas

on-fe~oesest~aodesritasdetalhadamentenosap^endies2

e3. Examinemosasurvaturasdeumesoamentoem

tornodeumperlsimetrioom^angulodeataquezero.

VejaFigs. 10ae10b.

Figura10a. Asadeperlsimetriosem^angulodeataque,

suaslinhasdeesoamentoemedi~aodapress~aousandoum

Figura10b. Distribui~aodasforas devidaapress~aosobre

operlsimetrio.

Se o esoamento for aelerado para fora, visto a

partir da superfie, a press~ao aumenta. Istoe o que

oorre na frente do perl da asa. Por isso

espera-mos e realmente observamos a press~ao aumentada na

frente da asa, Fig.10b. Ao longo do perl o

esoa-mento e urvo para dentro aompanhando o desenho

daasa. Consequentemente,podemosprevereonstatar

umapress~aoreduzidaaolongodoperlausandouma

fora para fora em suas duas faes. Sendo todas as

forasiguaiseopostaselasseompensaminteiramente.

Neste aso, n~ao ha sustenta~ao. Apesar disso,

pode-seter sustenta~aoomuma asasimetriadesdeque o

^

angulodeataquesejapositivo. Oesoamentoontinua

seguindotambemaformado perl, gerandouma

ur-vaturamaiornapartesuperiordoquenaparteinferior.

As forasparaimae parabaixo n~aoseanulammais,

surgindoumaforaresultante paraima.

Analisemosagoraasurvaturasdoesoamentonum

perl onde asuperfiesuperior e omo ado exemplo

aimaeainferiorquaseplana. (Figs.11ae11b).

Figura 11a. Perl de uma asa om a fae inferior quase

planaesuaslinhasdeorrente.

Figura11b. Distribui~aodasforas devidasaspress~oes.

Nasuperfiesuperiortudopermaneeomonoaso

anterior. A foraresultanteparaimamantem-se

por-tanto a mesma. Como a superfie inferior e quase

plana, aspress~oess~ao pratiamenteas mesmasde um

esoamenton~aoperturbado, n~aogerando foras

(9)

Finalmente analisemos um aerofolio usado por

avi~oes de baixa veloidade ujo perl possui uma

su-perfieinferiorligeiramenteurva. (Figs.12ae12b).

Figura12a. Perldeumaasaparabaixasveloidadesom

fae inferiorligeiramenteurvaesuaslinhasdeorrentes.

Figura12b. Distribui~aodasforas devidasaspress~oesem

fun~aodaurvaturadassuperfies.

Nasuperfiesuperior,nemaurvaturanemo

om-portamentodo esoamento foramalterados

signiati-vamente. Na superfieinferior, agoraumpouo mais

urva,oomportamentodouxodearsemodia.

De-vidoaurvaturaeleeaeleradoparaforaporparte

pre-ponderante da regi~ao posterior da superfie, gerando

ai um aumento da press~ao que ontribui para a

sus-tenta~ao. Na parte dianteira da asa, no aso de um

^

angulo de ataqueproximodezero [14℄,podeate

exis-tir umaestreitaregi~aoondeaurvaturapossuiosinal

oposto aelerando o esoamento para ima e gerando

assimumapequenapress~aonegativadiminuindoa

sus-tenta~ao(Fig.12b). Estesexemplosexpliamporquea

ontribui~aoda superfie superior e sempre maiordo

que adainferior,variando emfun~aodageometriado

aerofolioedo^angulodeataque.

IV.2Outrasaplia~oesdaanalisedas

ur-vaturas

IV.2.1 Vento passandosobre ummorro

Se o vento passa sobre um morro,omo mostra a

Fig. 13, ele aompanha a sua superfie. A varia~ao

doesoamentooorreessenialmentenaslinhasde

or-rentes proximasao morro. Paraalturas bem maiores,

omparadasomaalturadomorro,ouxopermanee

horizontal e a press~ao e a atmosferia. Analisemos o

esoamentodoarnasproximidades dospontosA, Be

Figura13. Linhasdeorrentedeumesoamentosobreum

morro.

Nasvizinhanasdo ponto A,a superfieaelerao

arparafora,nadire~aoperpendiularasimesma. Esta

aelera~ao,noentanto,deaiamedidaqueseafastado

pontoA, aolongodanormal,atedesapareer,quando

oesoamentovoltaaserhorizontaleapress~aoasera

atmosferia.Assimegeradanopedomorroumaregi~ao

demaiorpress~ao.

Nas vizinhanas do ponto B, a parte mais alta do

morro, aontee o fen^omeno inverso: para seguir a

formadasuperfieoareaeleradoparabaixo. Como

vimosnaexplia~aodoefeitoCoanda,devidoaineria

doare aformada superfiea seguir,produz-se uma

redu~aodapress~aonestaregi~ao.

NasvizinhanasdopontoCofen^omenoe

semelhan-te aoque oorreem A. Realmente, passadootopodo

morro,oaraompanhaasuaenostanadire~aodeC,

gerandoneste ponto, devidoaurvatura, umapress~ao

maior.

Podemos demonstrar o raionio aima om um

arranjo experimental de fail montagem, usando um

man^ometrosensvel,ojatodeardeumseadorde

a-beloseummodelodemorroomdimens~oesadequadas

(Ap^endies2e3).

IV.2.2 Vaporizador e a press~ao dentro de um

jatode ar

Noasodovaporizador,umjato dearbem fortee

lanado sobre um orifio de um tubono uja outra

extremidade esta imersaem um uido. A press~ao

re-duzidanoorifioprovoaasu~aodouido.

O raionio usado para analisar a passagem do

ventoporummorro podeserapliado aovaporizador

paraexpliaroseufunionamento. A Fig. 14amostra

aslinhasdeumesoamentoemtornodeumobstaulo

omoo deuma ponta de provafeitaomum tubo de

vidro. Ouidon~aopodepenetrarovidroeedesviado.

Naextremidadedotuboaurvaturaesemelhanteado

esoamento no ponto Bdo exemplo anterior. O uxo

de are aelerado para baixo e por ausa disso tem a

press~ao reduzida neste ponto. Para demonstrar isso,

basta oloar a ponta de prova do nosso man^ometro

sensvel, semodisoolado,no jato deardoseador.

Fiabemlaroquearedu~aodapress~aoeausadapela

urvatura do esoamento naextremidade da ponta de

prova. AFig. 14b mostraamesmaponta deprovado

(10)

o-dodiso,n~aoausando, porisso,varia~oesdapress~ao.

Consequentemente,umamedi~aodapress~ao,dentrode

umesoamento,realizadaomumapontadaprovasem

disofurado, produzresultadoserrados.

Figura14a. Esoamento emtornodeumapontadeprova

semodisoomperfura~aoentral,reproduzindooesquema

dovaporizador.

Figura14b. Esoamentoemtornodeuma pontadeprova

omodisoperfuradoeoladoaotubo.

Comapontade provaomdisopodemosmostrar

que a press~ao estatia e a mesma tanto fora quanto

dentrodojato dear produzidopeloseador[13℄. Veja

Fig. 23 no ap^endie. Neste aso a lei de Bernoulli

n~ao pode ser usada, porque as ondi~oes para a sua

aplia~ao n~ao s~ao dadas, isto e: a aus^enia do atrito

ou da visosidade. Na realidade, om raras exe~oes

omo superuidos, sempretemos visosidade nos

ui-dos. Aaplia~aodasequa~oesreferidassoepermitida

se o efeito do atrito for negligeniado. Isto signia,

queasaelera~oesdevemserausadaspelosgradientes

depress~aoen~ao pelo atrito. Noasodojato deardo

seadortodaadesaelera~aodoesoamentoeausada

peloatrito,querdizer,pelavisosidadedoar.

Consequentemente,nesteasoaleideBernoullin~ao

temaplia~aoe,seforapliada,onduzaerros.

IV.2.3 Bola utuando numjato de ar

O experimento om a bola de pingue-pongue

u-tuando num jato de ar e uma demonstra~ao bem

atraente. A explia~ao, usando a lei de Bernoulli, e

impropriaporqueointeriordojatodeartemamesma

press~ao estatia que fora dele. A fora para dentro e

devida ao esoamento em torno da bola. Na situa~ao

ilustrada na Fig. 15, a bola saiu do entro do jato

existem maislinhas deorrente douidoaesquerda e

aima dabola(pontoA) doqueasuadireita eabaixo

(pontoB).Realmente,existemaisurvaturanaslinhas

de orrente do uido nas vizinhanas do ponto A do

quedopontoB.Assim,apress~aoemenornopontoA

Figura15. Bolautuandoemumjatodearproduzidopor

umseadordeabelos.

IV.2.4 Vendaval

Umvendavalpodeausardanosnasasasatingidas.

Por isso vale a pena analisar o fen^omeno para saber

minimizar seus efeitos danosos. A Fig. 16 mostra o

desenhodeumaasadentrodeumuxodear.

Figura16. Esoamentodoarsobreumaasaduranteum

vendaval.

O esoamento pode ser onsiderado

aproximada-mente laminarnoladodaasaquereebeovento. No

lado oposto o uxo vai ser turbulento, sem linhas de

orrente estaionarias. Pela urvatura das linhas de

orrentenaregi~aodopontoA,podemospreverum

au-mentodapress~aonoladodovento. Ouxoeaelerado

para ima. No teto daasa, a urvatura daslinhas e

invertida. O esoamento e aelerado para baixo. Por

isso prevemosuma press~aoreduzida noteto. No lado

daasaopostoaovento, oesoamentoeturbulento e,

(11)

maior do que a press~ao no teto. Uma aproxima~ao

razoavel e supor que esta press~ao seja quase igual a

press~aoreduzidano teto. Operigoparaotelhado s~ao

as foraspara fora. Afora queseapliaaotelhado e

ausadapelasdiferenasentreaspress~oesdentroefora

da asa. Ent~ao qual e a press~ao dentro da asa? Se

todasasportasetodasasjanelasforemfehadas

her-metiamente apress~aodentro da asasera indenida.

Seumaportaouumajanelaforaberta,apress~ao

den-troatingeapress~aodoladodeforadaportaoujanela.

Se uma porta no lado do vento for aberta a press~ao

dentrodaasavaisermaior. Seaportadoladooposto

aoventoforaberta,apress~aovaisermenor.

Observando estes fatos reomenda-se fehar,

mini-mamente,asportasejanelasnoladodo ventoe, para

reduzirapress~aodentro,abrirportasejanelasdolado

opostoaovento.

Estadistribui~aodaspress~oespodeserdemonstrada

experimentalmente omum modeloadequado deuma

asa, usando o seador de abelos e o man^ometro

sensvel.

IV.2.4 Carro

A Fig. 17 mostra o esoamento em volta de um

arroem movimento. Esteasoetambemsemelhante

aodomorro. Pelasurvaturasdoesoamento, pode-se

preveroaumento da press~ao na frente doarro, onde

oareaeleradoparaima(regi~aoA)esuadiminui~ao

noteto,ondeoareaeleradoparabaixo(regi~aoB).

Figura17. Esoamentosobreumarroemmovimento.

V Esoamento e sistemas de

ir-ula~ao

A respeito do esoamento total, temos que

aresen-tar oseguintequadro: seexistiremregi~oesnaasaom

maiorpress~aoaima doqueabaixodela,oarrealizara

ummovimentolateralmenteparafora. Jaoarforada

asa aelera-se um pouquinho para ima. Surge assim

uma irula~ao atras da asa omo mostra a Fig. 20.

s vezesospassaros seutilizam destemovimento doar

para ima que oorre na extremidade da asa, voando

aoladomasumpouoatrasdoompanheiro. Quando

Figura18. Cirula~aoemvoltadaasa.

Nototal, osmovimentospara baixo s~ao

preponde-rantes. Ossistemasdeirula~aos~aobastanteestaveis

e se movem para baixo durante longo tempo apos a

passagemdoavi~ao

VI Notas sobre a historia das

ex-plia~oes da sustenta~ao

Em1889, OttoLilienthal deu umaexplia~aoorreta,

emboraqualitativadasustenta~ao[16℄. Comrefer^enia

a Fig.18, quando omparava o desvio do esoamento

porumasuperfieplanaeurvaele disse:

O ar que passa pelas superfies e aelerado para

baixo em ambos os asos. O desvio para baixo oorre

mais brusamente na frente da superfie plana

au-sandoturbul^enia.

Odesvio nasuperfieurvae diferente.

O esoamento do ar que passa por ela e dirigido

gradualmente da dire~ao horizontal para baixo. O

es-oamentoganhaumaomponentevertialnaveloidade

sem impato s ubito. Por isso o desvio do esoamento

oorre om menos turbul^enia. O impulso vertial e

responsavel pelasustenta~ao daasa.

Niermann(1989)[17℄itaqueaoinvesdese

elabo-rar mais estaexplia~ao, ela foi substituda noslivros

textosdos Estados Unidos e da Alemanha na deada

de vinte do seulo passado pela explia~ao

onven-ional errada. Ate alei de Bernoulli,que antes quase

nunaeratratada noslivrostextosdeFsia,passoua

serintroduzida omo m de serviromo base da

ex-plia~ao. N~aosesabeaindaomertezaomooorreu

estasubstitui~ao equaisforamosmotivos. Sopodem

(12)

Figura19. DesenhodeLilienthal[15℄deumesoamento.

Paraoteorio,oalulodadistribui~aodapress~ao

na superfie de uma asa e importante. Para isso

eneessarioonheerquantitativamente oesoamento

em torno de seu perl. Uma boa aproxima~aoe

al-ularoesoamentopotenialem tornode umilindro

e superpor uma irula~ao. Pelo metodo das

trans-forma~oesonformesumilindropodesertransformado

numaerofolio.Nestatransforma~aooesoamento

on-tinuaobedeendoasequa~oesdeEuler[11,14℄. Ovalor

da irula~aoe obtidosob aondi~aode que o

esoa-mentonaparteposteriordaasaaompanheoseuperl.

Conheidooesoamentopode-sedeterminara

dis-tribui~aodeduasmaneiras:

i)integrarosgradientesdepress~oesemlinhas

orto-gonaisemrela~aoaoesoamento,omeandopor

pon-tosarbitrariosdasuperfiedaasa.

ii) alular diretamente as press~oes usando as

ve-loidades do esoamento ja determinadas pela lei de

Bernoulli.

A segunda maneira e mais fail e foi usada por

teoriosomoPrandtl[12℄,vonKarman[13℄eoutrosno

iniodoseuloXX.Ent~aosepodeentenderatend^enia

deusarestadistribui~aodeveloidadestambemomo

ausadaspress~oes,oquee,obviamenteerrado. Como

jafoiditon~aoepossvelexpliarporestemetodoomo

aasaausaasdiferenasdeveloidadenoar. A

fragili-dadedesta explia~ao foi perebidadesde oseu

surgi-mentoquandosebusavaumaausaparaexpliaromo

oaresoaommaiorveloidadeaimadaasa. Amais

frequentemente usada era o raionio baseado numa

ompara~aoentreosaminhosdoaraimaeabaixoda

asa e a hipotesede que partulas do ar que estavam

juntas e foram separadas pela asa dever~ao se juntar

novamente atras dela. A origemdeste raionio

equi-voadopodeestar emalgunsdesenhosdaepoaomo

Nesta Fig. 20 as linhas pontilhadas mostram

partulasvizinhasdoar. EstedesenhodePrandtl[18℄

de1921deveriamostraroefeitodoatrito. Aspartulas

doarbempertodaasaforamretardadas.Estedesenho

sugere que, n~ao obstante o efeito doatrito, partulas

do ar que estavam juntas antes da asa passar se

jun-tam depois, atras dela. Issoe errado omo mostra a

Fig. 2. Desenhos deste tipo talvez tenham susitado

a falsahipotese. Estaargumenta~ao n~ao pretendeser

onlusiva.

Figura20. Posi~oesdaspartulasdoarvizinhasnostempos

deIateIV,Prandtl[18℄.

VII Conlus~ao

Na explia~ao onvenional da sustenta~ao da asa,

ausa e efeito est~ao troados. A maior veloidade do

araimadaasan~aoeaausamassimaonsequ^enia

deumapress~aomenornestaregi~ao.

A grosso modo, o efeito preponderante da asa e a

aelera~aodoarparabaixo. Paraentenderosdetalhes

devemos observar as aelera~oes normais que ausam

gradientes de press~ao ortogonaisaslinhas de orrente

ujas formas s~ao determinadas pela ongura~ao e

posi~aodaasa. Infelizmente,amaioriadoslivros-textos

de Fsia somenionaasaelera~oestangeniais. Sea

din^amia dos uidos for baseada na analise ompleta

das rela~oes entre aelera~oes e gradientes de press~ao

muitoserrosarespeitodasaplia~oesdaleideBernoulli

poderiamserevitados. A rela~ao dogradiente normal

da press~aoom aurvatura daslinhas do esoamento

emombina~aoomoefeitoCoandaeahaveparao

en-tendimentodagera~aodaspress~oesnasuperfiedeum

obstaulo. Vista da superfiedo obstaulo a press~ao

aumenta se o esoamento for empurrado para fora e

diminuiseoesoamentoforaeleradoparadentro.

As-sim a analise da urvatura das linhas do esoamento

nasvizinhanasdoobstaulonosdaadistribui~aodas

press~oessobresuasuperfie. Chamamosaaten~aodos

leitoresparaaexplia~aodasustenta~aodaasa,aima

(13)

entendi-VIII Ap^endies

1. Cirula~ao e sustenta~ao - Signiado

da Formula de Kutta-Joukowski

Ja menionamos que a sustenta~ao e a irula~ao

est~aorelaionadas, omomostrarampela primeiravez

Kutta e Joukowski no inio do seulo XIX. Em

ho-menagem aseustrabalhos aformula de sustenta~ao e

denominadaformuladeKutta-Joukowski.

Asustenta~aodeumtrehodaasadeenvergadura

de1metroe(formuladeKutta-Joukowski[12℄):

F =v (A:1)

Sendo F afora da sustenta~ao, adensidade doar,

v aveloidaderelativadoesoamento e airula~ao

denida omo

I

~vd~s (A:2)

Segundoasequa~oesdeEuler,airula~aon~aodepende

doaminhodeintegra~ao. Porissoemumesoamento,

tem-se queirular

v=

2R

: (A:3)

A veloidadee proporionalaoinversoda dist^aniaR

aoentrodairula~aoeadire~aodelaeperpendiular

aoraio. Pode-semostrarquetodasassuperposi~oesde

esoamentospoteniaisomesoamentosirularess~ao

solu~oesdas equa~oesde Euler. Nadin^amia dos

ui-dos determina-se o esoamento estaionario em torno

deumaasaapartirdoesoamentopotenialalulado

pelas equa~oes de Euler, superpondo a ele

esoamen-tos irulares omentros nalinha mediadoperl da

asa sobaondi~aode queasuperposi~aoresulte num

esoamento paralelo asuperfie. Assim seonstroio

esoamento.

Epossveldeduzirdesteesoamentoas

ve-loidadese,mediantealeideBernoulli,determinam-se

asdistribui~oesdepress~ao,apartirdasquaisalula-se

asustenta~ao.

Assimapareemairula~aoealeideBernoullino

aluloda sustenta~ao. Mas, nestesalulos,arela~ao

fsiaentreirula~aoesustenta~aoequaseoulta. Por

ausa disso mostramos uma deriva~ao da formula de

Kutta-JoukowskiseguindooraioniodePrandtl[12℄.

Estaformularelaionaamudanadoimpulso

verti-aldeumesoamentoomasustenta~ao. Fialaroque

aasamudaouxodeimpulsodoesoamentogerando

asustenta~aoeairula~ao.

NaFig.(21)apresentamosumortedeumaasanum

volumedeontrole. Nateoriadadin^amiadosuidos

existe um lema: A fora apliada a um orpoe dada

pela integral de superfie da press~ao e a varia~ao do

uxodeimpulsoatravesdovolumedeontrole.

Vamosonsideraroasobidimensionaleonsiderar

Figura21. Asadentrodeumvolumedeontrole.

Amdedeterminaravaria~aodeuxodeimpulso

vertialreferimo-nosaovolumedeontroleformadopor

duassuperfiesA eBperpendiularesadire~ao

origi-naldoesoamento(Fig. 22).

Referimo-nosaumtubodeesoamentoom

espes-suraz ede envergaduray (dire~ao perpendiular ao

planodapagina)queortaassuperfiesAeB.Ouxo

damassadearqueeamassadearquepassanaunidade

detempopela superfieBpodeseresritoomo

m_ =zyv

x

: (A:4)

Figura22. Asadentrodeum volumede ontroleom

su-perfienafrenteA,eatras,B.

Ouxodoimpulsovertialnadire~aoze:

_

A=m_ v

z

(A:5)

Substituindoouxodemassanessaequa~ao. obtemos:

_

I =zyv

x v

z

(A:6)

(14)

I

B

=y Z 1 1v z v x

dz: (A:7)

Usandoaaproxima~aoparapequeno,v

x =v 0 os v 0

,ondev

0

eaveloidadedoesoamento,temosque

_

I

B

=yv

0 Z

B v

z

dz : (A:8)

Para a superfie A podemos proeder de forma

analoga. Ent~aoavaria~aodouxo deimpulsoedada

peladiferena

_ I A _ I B

=yv

0 Z B v z dz Z A v z dz (A:9):

Admitindooperursodeintegra~aofehadonoinnito

a express~ao transforma-se em uma integral da linha

fehada,queorrespondeapropria irula~ao,ouseja

= I

vds: (A:10)

Na pratia, o aminho de integra~ao pode ser

fehado se onsideramos uma dist^ania bem grande

quando omparada om as dimens~oes da asa. Nesse

aso as ontribui~oes podem ser desprezadas poiss~ao

pequenas, iguais e de sinais opostos. A varia~ao do

uxodeimpulsoausadapelaasapodeseresritaomo

_ I B _ I A

=yv

0

: (A:11)

Assimonlumosqueaforaapliadanaasaneste

asopodeserdadapor

F =yv

0

(A:12)

queeamesmaformuladeKutta-Joukowski. Podemos

entend^e-la omo se segue: A sustenta~ao de uma asa

equivaleavaria~aodouxodoimpulsovertialausada

pelaasa.

Epossveldesreverestarela~aomediante o

oneitode irula~ao. Masalaroqueairula~ao

nunapodeseraausadasustenta~ao.

2. Confe~ao de um man^ometro sensvel

Todos os experimentos desritos podem ser feitos

usandoumjato deargeradoporumseadorde

abe-los. Amedi~aodepress~oesrequerumman^ometrobem

sensvel, porque asdiferenas daspress~oes s~ao

peque-nas omparadasom apress~aoatmosferia. Todas as

medidas de press~ao s~ao feitas a partir da press~ao

at-mosferia. O esquema na Fig. 23 mostra o arranjo

utilizado.

O man^ometro onsiste de um tubo no de vidro

deomprimentode60a100entmetros omuma das

extremidades urva omo mostra a Fig.23. Esta

ex-tremidadeurvaestaimersanumpequenoreservatorio

(bequer, opo, et.) om agua olorida, para failitar

avisualiza~ao, e umsuporte ajustavel,para regular a

Figura23. Man^ometro sensvel detubooblquo. Medi~ao

dapress~aoestatiadentrodojatodeardeumseadorde

a-belos. (A)Pontadeprovaomdisoperfurado. (B)Seador

deabelos.

Na outra extremidade do tubo de vidro

adapta-se uma mangueira de borraha bastante exvel om

o mesmo alibre do tubo. A outra extremidade da

mangueira possui uma ponta de prova feita de tubo

de vidro no, omo o anteriormente desrito.

A

ex-tremidade da ponta de provadeve ter oladosobre si

um pequeno disoom perfura~ao entral. Estediso

tem porobjetivomanter paralelas aslinhas de

esoa-mentodouxodearnasvizinhanasdaponta. Quando

a extremidade urva for inserida no reservatorio e o

lquido for sugado, deve-se ter o uidado para n~ao

deixar bolhas de ar no tubo nem gotas do liquido na

mangueira exvel,poisambosprejudiamobom

fun-ionamentodoman^ometro. Onveldaaguaeomesmo

noreservatorioenotubo. Seapontadeprovafor

olo-ada numa regi~ao de press~ao diferente da atmosferia

omenisodaaguanotuboreage.A diferenaentreos

nveisdomenisodaaguadentrodo tuboeomeniso

da agua no reservatorio orresponde a diferena das

press~oes nas duas superfies lquidas. Para alibrar

oman^ometromede-seainlina~aodotuboe

maram-seomtarepedist^aniasnotuboomdiferenasde

alturas orrespondentes a diferenas de press~ao de 20

a 40 pasal. Lembre-se de que uma varia~ao de um

1 milmetro na altura equivale a uma varia~ao de 10

pasal. Ent~ao adiferena de press~ao referente auma

dist^anias,entremaras,edadapor

p=gstan;

sendotan=h=lomonaFig.23.

Quando realizarmos medi~oes vale lembrar mais

umavezqueaposi~aoadequadadodisoparamedira

press~aoestatiaeaparalelaemrela~aoaoesoamento.

Seodisoforposiionadoperpendiularmenteao

esoa-mentomede-seapress~aototalqueeasomadapress~ao

estatiaedapress~aodin^amia.

Nota: Se n~ao for possvel usarum tubo de vidro,

pode-seusaruma mangueirade plastiotransparente,

depequenodi^ametro,presanumahastedemadeiraom

tarepeemdist^aniasiguaisparaseremusadasomo

marasalibradoras. Umodeobredeveserinserido

(15)

3 Confe~ao de modelos para

~oes

Para gerar um uxo de ar forte existem tuneis

de vento. Normalmente estes equipamentos n~ao s~ao

disponveis nos laboratorios didatios. Neste aso, o

jatodeargeradoporumseadordeabelosesuiente

parademonstrartodososefeitosfundamentais. Ouxo

de ar produzido pelo seadore estreito por ausa do

di^ametro de sua sada. Por isso, temos que adaptar

os experimentos aestaondi~ao,usandomodelos,que

aibamdentrodojato.

Na se~ao III.5.1 desrevemos experimentos

funda-mentais para agera~ao depress~oes mediante odesvio

do esoamento. Ojato dearpassapor umasuperfie

urva,omoapresentadonaFig.9. Estasuperfiee

to-dos osmodelosforamonstrudosdetiras depapel~ao,

artolina,ouart~oespostais. Duastirasforamoladas

e modeladas omodesejado eforampressionadasuma

ontra a outra ate a ola sear. Sendo o jato de ar

estreito e reomendavelolar o modelo onfeionado

entre duas plaas devidro oude arlio. Adist^ania

das plaas deve ser mais ou menos igual ao di^ametro

dasadadoseador,istoe, entre4e5entmetros.As

plaas onnam o uxo. Assimn~ao existem mais

in-terfer^eniaslateraisno esoamento. AFig. 24 mostra

algunsexemplosfeitosdestaforma. Alemdissoos

mo-delospodemserfeitosusandooutrostiposdemateriais,

porexemploisopor.

Figura24. Modelos paraseremutilizados emmedi~oes de

press~aodentrodeumuxodearproduzidoporumseador

deabelos. (a)Superfieurvaomoautilizadanoarranjo

daFig. 8;(b)asa;()aerofolio.

Referenes

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Fliegekunst. EinBeitrag zurSystematik derFlugtehnik

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[18℄ Prandtl,L.:,\Appliations ofmodernHydrodynamis

Imagem

Figura 2b. Esoamento alulado teoriamente [6℄.
Figura 3. O ^ angulo de ataque e  o ^ angulo entre a dire ~ ao
Figura 5. Elemento de volume de um uido dentro de um
Figura 6. Aelera ~ ao tangenial de um elemento de massa
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Referências

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