Ftrd açào Getuio Vargas
T épico: DIIPP
セセcuioZ@ Diário do Nordeste - Data: 23/0912016
Página: 5 Editoria: ESPECIAL
pesar de ser o veiculo so-bre rodas mais antigo nas cidades brasileiras. as bi-cicletas ainda são curio-samente tratadas como novidade na cultura urbana. E. em matéria de legislação. a situação não
e
muito di ferente. Muitas das leis que citam ou tratam da bicicleta o fazem de forma complementar. tendo o foco principal em outros elementos. como a fluidez dos carros. ou o transporte publico de massa.O nosso Codigo de Trânsito Brasilei·
ro -CTB (Lei n.0 9.503/1997) · cita a pa·
lavra "bicicleta" 13 vezes, em 7 artigos. além dos anexos. Num destes artigos. define a bicicleta como um veiculo. tendo o ciclista o direito a transitar nas vias urbanas, e fazendo parte do trânsito da cidade. Porém, numa análi· se mais atenciosa deste Codigo, encon· tram·se alguns exemplos quando se fala de "velculos" (palavra que aparece 660 vezes no CTB), e estão falando ape· nas de carros e motos, ou apenas de
carros. Como, por exemplo. no art. 27. que afirma' diz que "Antes de colocar o veículo em circulação nas vias publi· cas, o condutor deverã ( ... ) assegurar·se
da existência de combustível suficien· te para chegar ao local de destino." Ou no art 49. que diz: que "O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo .. .". Mesmo nos artigos espe· cificos sobre bicicleta. percebe·se falta de informação sobre o assunto, como por exemplo, quando listam os equi· pamentos de segurança obrigatorios e falam de "campainha" e "espelho retro· visor do lado esquerdo", equipamentos que qualquer ciclista experiente sabe que não passam de decorativos. e es-quecem de outros mais importantes.
OUtra legislação federal importante é a Política Nacional de Mobilidade Ur· bana· PNMU (Lei n. 12.58Jn012). セ@ uma lei bastante recente. que (Tata do plane-jamento e gestão dos transportes nas ci-dades, citando diversas vezes princípios de sustentabilidade ambiental. Porém, ainda trata a bicicleta (e o pedestre, e os demais modos de deslocamento ativo, que usam apenas a energia humana e são os mais sustentáveis) como modos
de transJXlrte "não motorizada::, em
FLrda ção Getulio Vargas
Tópico: DAPP
セセcャiioZ@ Diário cb I'brdeste - Data: 2310912016
Página: 5 Editoria: ESPECIAL
Se investigarmos as legislações mu-nicipais, encontraremos alguns bons exemplos, como a Lei 11303/2014, que institui o Plano Diretor Cicloviário
Jn-tegrado (- POCl). ou a Lei 10.44512016. que obriga os estacionamentos priva-dos a terem vagas para bicicletas. Mas estas são as mais atuais, ainda existin-do em algumas mais antigas que difi-cultam o estacionamento de bicicletas em lugares publicos. apesar da
extre-ma facilidade de estacionar um carro na rua, ou obrigam as construções re-sidenciais a terem um numero mínimo de vagas para carro. e nem citam um
mísero espaço para as bicicletas. Ainda temos que evoluir bastan-te para adequarmos nossa legislação ao veiculo sobre rodas mais antigo (e mais eficiente e sustentável) das cida-des. Pedalemos!
Saiba mais em: www.ciclovida.org. br/legislacao/
(0) Engenheiro Ciuil. graduado pela
Univer-sidade de São Paulo - USP. Possui MBA em Construções Sustentáveis pela Universida-de Paulista - UNlP,
e
é mestrando em En-genharia de Transportes na UniversidadeFederal do Ceard - UFC.
DESAFIOS E SOLUÇOES
Com uma das maiores populações urbanas do mundo, o Brasil
enfrenta impor tantes desafios sociais, econômicos, politicos e ambientais para oferecer serviços
públicos nas suas cidades, com a qualidade deseiada pelos seus
usuaTtos.
Os cidadãos e governantes jã evidenciaram que a dificuldade de deslocamento nas metrópoles
impôe a necessidade de promover melhoras substanciais
na
provisão dos serviços de transporte públicourbano. Mas, por outro lado, hã muitas restrições frente aos des.afios pertinentes aos objetivos desejados, entre as quais se incluem:
urbanização uesrente, faha de políticas (Cerentes de incent ivo ao uso do transporte coletivo,
indisponibilidade de espaço fisico e, a mais recorrente é a justificativa do orçamento limitado.
Para tanto é preciso avaliar (omo a e(Cnom ia da regulação pode aportar soluções para o problema de mobilidade urbana no pais.
Um dos objetivos da regulação é
garantir ao usuãrio a oferta de um bem ou serviço de acordo (om a
FLrda ção Getulio Vargas
Tópico: DAPP
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De セエッイ、ッ@ tom セ@ ー・ウアオセ。@ realizada em 2014, ー・ ャ セ@ Diretoria de Analise de Polititas Públicas da Fundação Getúlio vセイァセウ@ (FGV/DAPP), em cinco regiões metropolitanas do Pais (Rio de Janeiro, Sào pセオャッL@
Belo Horizont e, Porto Alegre e Recife), além de Brasília, em que foram entrevistados usuarios de transport e público com idade não Inferior セ@ 15 セョッウ@ (FGV/DAPP, 2014), o ceninio de ma avaliação dos governos municipais, estaduais e distrital, em conjunto com o セーッゥッ@
a maior intervenção federal, indica que. na ótica dos usuarios, existe esperança de que um organismo catalizador de politicas de
mobilidade urbana possa ュ・ャィッイセイ@