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Academic year: 2017

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FACULDADE DE SAÚDE PÚBLI CA

POSSI BI LI DADES E LI MI TES DE UMA I NTERVENÇÃO NO AMBI ENTE DE TRABALHO DE SERVI DORES PÚBLI COS DA ÁREA DA

SAÚDE: PRÁTI CAS CORPORAI S COMO ESTRATÉGI A DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Vanessa Alm eida Tese apr esent ada ao Pr ogr am a de Pós- Graduação em Saúde

Pública, para obt enção do t ít ulo de Dout ora em Ciências. Ár ea de concent ração: Ser v iços de Saúde Pública

Or ient ador a: Pr of. Dr a. Cláudia Maria Bógus

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POSSI BI LI DADES E LI MI TES DE UMA I NTERVENÇÃO NO AMBI ENTE DE TRABALHO DE SERVI DORES PÚBLI COS DA ÁREA DA

SAÚDE: PRÁTI CAS CORPORAI S COMO ESTRATÉGI A DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Vanessa Alm eida

Tese apr esent ada ao Pr ogram a de Pós- Gr aduação em Saú de Pública, da Faculdade de Saúde Pública da Un iver sidade de São Paulo para obt enção do t ít ulo de

Dout ora em Ciências Ár ea de concent ração: Ser v iços de Saúde Pública

Or ient ador a: Pr of. Dr a. Cláudia Maria Bógus

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DED I CATÓRI A

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AGRADECI M EN TOS

Aos m eus m ent ores espir it uais que m e dem onst r ar am o cam inho a per cor rer com m uit a sut ileza e pr ofundo am or.

Aos m eus pais Mar t inho e Alber t ina, que m e t r oux er am à v ida, deix ando com o legado o ex em plo de pessoas que se esfor çam sem pre na realização dos sonhos, não só dos m eus, m as de t odos seu s filhos. Minha quer ida m ãezinha, obr igada pela for m a de dizer que nos am a por m eio do cuidado n a prepar ação de alim ent os com t ant o am or que nut rem cor po e alm a. Em especial, ao Pr of. Mar t inho que coincident em ent e com plet a 70 anos esse ano e inicia um a nov a fase de sua v ida deix ando m ar cado, em sua hist ór ia, a cer t eza de seu br ilhant ism o profissional. Obr igada pai, pelas leit ur as car inhosas da t ese e pela dedicação no abst r act . Você sem pre ser á m eu ex em plo!

Aos m eus ir m ãos Mar t inho Jú nior , Vladim ir , Leo e Pr i, m inhas cunhadas Már cia, Chr is e Má, e m eus sobrinhos Thiagão, Brun eca ( afilhadin ha) , Gú, Digo, Heleninha e Thú, que sem pre part icipam at iv am ent e em t odas as fases de m inha v ida e em especial nessa. Em especial à m inha quer ida ir m ã Pr i, que não m e deix ou esquecer da for ça que ela m e deu ao t r anscrever par t e das film agen s, v aleu Sis!

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À m inha t erapeut a Mar bel Saad que acom panhou o pr ocesso de t r ansfor m ação do casulo ao v ôo da bor bolet a.

À m inha am iga, br ilhant e psicóloga, Fabiana Benet t i ( Fabi) e seu et er no filho Tigr e, que com par t ilhar am longas e produt iv as conv er sas div idindo seu cam inho e fazendo m e sent ir em casa.

A am iga- ir m ã Luciana Bar r oso Goulart ( Lucr écia Mar ia de Jesus) pelo apoio na Secr et ar ia durant e as disciplinas e pr incipalm ent e nos m om ent os m ais difíceis.

A Lar issa que m e inspir ou nas hor as onde achav a que não ir ia conseguir, m esm o ela achando que est av a sendo aj udada e a fam ília Maciel Zam bolim , especialm ent e a Cr ist iane por t er cedido gent ilm ent e seu cant inho de São Paulo na r et a final.

Ao Sham y r, que em 2006 m e apresent ou a Faculdade de Saúde Pública depois de nos encont r ar m os em um concur so público, lá no nordest e.

Ao Pr of. Ch est er que m e recebeu com o aluna da disciplina de Epidem iologia e m e apr esent ou para a Pr of. Márcia West phal.

À Pr of. Már cia que aj udou j unt o com a Cláudia e a Prof. Cecília a desconst r uir m eus conhecim ent os ant igos e t r ansfor m ar em novos desafios.

Ao Pr of. Ruben s, pelas indicações de leit ur as preciosas.

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À Pr of. August a, pela aj uda cru cial e det alhada no desenvolv im ent o da m et odologia duran t e do pr ocesso, desde a disciplina à pré- ban ca, pelo est ím ulo à ev olu ção espir it ual, pelo ex em plo de dedicação, det er m inação, confiança em v iv er , dem onst rado pela sua ev olução espir it ual.

À Prof. Elizabet h Dias pela cont r ibuições v aliosas na área de saú de do t r abalhador dur ant e a pré- banca e que gen t ilm ent e m e aux iliou na r eleit ur a do m at erial final e por est ar sem pr e present e no pr ocesso de cr escim en to profissional.

À Prof. Cleide pelas v aliosas sugest ões dur ant e a pr é- banca r efor çando a im por t ância do t r abalho.

À Pr of. Anna Chiesa pelas cr ít icas const r ut iv as e fundam ent al or ient ação em r elação à sist em at ização da int erv enção, dur ant e a pr é- banca.

Em especial, à Prof. Cláudia que m e aceit ou com o alun a de dout or ado em um a das épocas m ais difíceis da m inha v ida, por t oda sua dedicação e paciência dur ant e t odas as m udanças ao longo desses 4 anos e por t er m e ensinado a r espeit ar e com preender a m agia do “ pr ocesso edu cacional” ! Sem pr e agr adecida!

À pr ofessor a de por t uguês, Gisele ( Gí) , pelo incent iv o e apoio em t odos os “ novos” desafios.

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especial Paulinha e sua com panheir a Ana, Andrezza Moret t i e Sílv ia Rigon.

À Lucian a Bahia Zola, que desem penh ou com m aest r ia seu br ilhant e t r abalho pr ofissional e m e m ost rou a realidade da vida.

À Maria Ther eza Mar inho, por acredit ar no ser hum ano e aceit ar par t icipar da pesqu isa, m esm o com t odas as dificuldades, cont r ibuindo de m odo essencial no sucesso desse t rabalho.

Ao Ant ônio de Pádua, qu e m esm o sem ent ender o significado de um t r abalho acadêm ico, est ev e present e e m e apoiou com paciência e com preensão dur ant e m inhas ausências necessár ias.

E a t odas as pessoas que passar am na m inha vida dur ant e essa fase, da bibliot eca, da lanchonet e, da secr et ar ia, da port ar ia doando sent im ent o, apoio, com preensão, incent ivo e paciência.

Aos m eus v er dadeir os am igos que com preender am a m inha ausência dur ant e t odos esses anos do dout orado.

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Re su m o

O conceit o de prát icas cor por ais ainda se encont r a em const ru ção e m uit as v ezes é ut ilizado apenas com o sinônim o de m ovim ent o do corpo, principalm ent e no am bient e de t r abalho. O cor po pode ser um a das form as de apr endizado de n ov as habilidades pessoais no am bient e de t rabalho quando se reconhece e r espeit a o r eper t ório de cada pessoa.

A pr opost a desse est udo foi de elabor ar , analisar e sist em at izar um a int er v en ção de prom oção da saúde que ut ilizou as pr át icas cor por ais com o est r at égia. O público priorizado const it uiu- se de funcionár ios de um a inst it uição pública est adual da saúde. Opt am os pela pesquisa- int er venção, num a abor dagem hum anist a e qu alit at iv a. O est udo foi realizado durant e quat r o m eses no ano de 2009 e as at iv idades for am desenvolv idas no pr ópr io am bient e de t r abalho dos ser v idor es. Ent re 6 a 8 m eses após o t ér m ino da int er v enção ent r ev ist as em pr ofundidade foram r ealizadas com cada par t icipant e. Mesm o considerando a det er m inação hegem ônica causada pela r elação capit al- t rabalho, algum as br ech as puder am ser const ruídas na int er v enção r ealizada no am bient e de t rabalho dos serv idor es públicos. Os pr incípios fundam ent ais da int er v enção for am o t r abalho em equipe m ult idisciplinar , os pr essupost os part icipat ivos, as pr át icas cor por ais e os m om ent os de r eflex ão sobr e os pr ocessos v iv enciados, além do t r abalho com cont eú dos t eór icos da pr om oção da saúde. Os inst r um ent os de colet a foram : dinâm icas de gr upo, obser v ação das v iv ências, film agens, fot ogr afias, discussões reflex iv as e ent r ev ist as em pr ofundidade.

O uso das pr át icas cor por ais, com o um a est r at égia facilit adora da pr om oção da saúde nos am bient es de t rabalho, apr esent ou nesse est udo os segu int es r esult ados: a possibilidade de v iven ciar nov as for m as de apr endizado pela linguagem não v er bal, desencadeando m elhor ias nas r elações int er pessoais, aum ent ando a par t icipação, est im ulando a aut onom ia e o em poderam ent o indiv idual e colet ivo.

A escassez de ações int egr adas e efet ivas, no próprio am bient e de t r abalho, v olt adas par a a saúde do t r abalhador , com o os ser v idor es públicos da saúde, m ost r a a dificuldade ex ist ent e no desenvolv im ent o de in t erv enções que possibilit em aprox im ações do que sej a um am bient e de t r abalho prom ot or de saúde.

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ABSTRACT

The concept of body pract ices is st ill in t he pr ocess of const ru ct ion and m any t im es it is used as sy nony m ous of only body m ovem ent , m ainly in t he wor k ing env ir onm ent . Body can b e one of t he m any form s of lear ning new per sonal abilit ies in t he wor k ing env ironm ent , m ainly when t he indiv idual r epert oir e is recognized and r espect ed.

This st u dy aim ed t o elabor at e, analyze and t o sy st em ize an int er v ent ion of healt h prom ot ion t hat used body pr act ices as a st r at egy . The focus public const it ut ed of st aff of a st at e health pu blic inst it ut ion. We decided for an int er v ent ion r esearch in a hum anist ic and qualit at ive approach. The st udy was car r ied out du ring four m ont h of y ear 2009 and all t he act iv it ies wer e per for m ed in t he work ing en v ironm ent of t he civ il ser v ant . Bet ween 6 and 8 m ont hs aft er t he end of t he of in t erv ent ion, each civ il serv ant was deeply int er viewed. Ev en consider ing t he hegem onic det er m inat ion caused by capit al- wor k r elat ionship, som e br eaches could be const r uct ed in t he int er v ent ion- resear ch per for m ed in t he wor k ing env ir onm ent of t he civil ser v ant . Th e m ain pr inciples involv ed in t he int er v ent ion -r esea-rch we-r e t he m ult idisciplina-r y wo-rk , t he assum ed an d p-r oposed par t icipat ion, body pr act ices and reflect ion about t he deeply ex perience besides t he wor k t heor y cont ent of healt h pr om ot ion. The collect inst r um ent s wer e: gr oup dy nam ic, obser v at ion of ex perience of liv e, film ing and phot ogr aphy , r eflex iv e discussions and deep int er view. Body pr act ices as a m ean of pr om ot ion healt h facilit at or in t he work ing envir onm ent in t his st udy showed t he following r esult s: a possibilit y of ex per iencing deeply new for m s of learning by m eans of non or al language, br eak ing out im pr ov em ent in t he in terpersonal r elat ionship, in cr easing t he par t icipat ion, st im ulat ing t he aut onom y and t he indiv idual and collect iv e m an ifest at ion of power.

The lack of int egr at ed and effect iv e act ions, in t he own work ing env ir onm ent , direct ed t o t he work er h ealt h, as t he civ il ser v ant , shows t he difficu lt y we m eet in t r y ing t o dev elop int er v ent ion s t hat near ly appr oaches t he healt h wor k ing envir onm ent pr om ot ion.

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Í NDI CE

Ap re se n t a çã o

1 - I N TROD UÇÃO- - - 1 7 1.1- Prom oção da saú de- - - 18 1.2- Saúde do Tr abalhador - - - 26 1.3- Prát icas Corporais- - - 35

2 - O BJETI V OS- - - 4 6 2.1- Obj et iv o Geral- - - 46 2.2- Obj et iv os Específicos- - - 46 3 - PROCEDI M EN TO S M ETOD OLÓ GI CO - - - 4 8 3.1- Nat ur eza da pesquisa- - - 48 3.2 Cam po de est udo - - - 49 3.3- Lev ant am ent o dos dados - - - 51 3.4- En t r ev ist as em profun didade r ealizadas após o processo da int er v enção - - - 5 4 3.5- Trat am ent o e int er pr et ação dos dados - - - 55 3.6- Aspect os ét icos - - - 56

4 - RESULTAD OS E DI SCUSSÃO - - - 5 8 4.1- Caract er ização dos suj eit os no m om ent o da int erv enção - - - - 58 4.2- Sist em at ização das oficinas de pr om oção da saúde- - - 6 8 4.3- A dinâm ica da int er v enção- - - 70 4.4- Cat egor ias t em át icas em er gent es- - - 91

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An e x os

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Ap re se n t a çã o

No ano de 19 99, for m ei- m e em Fisiot er apia na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Ger ais, u m a das m ais ant igas do país nessa ár ea e, com obj et ivo de realizar o m est rado, aproxim ei- m e da ár ea de saúde do t r abalhador e da epidem iologia n a Univer sidade Federal de Minas Gerais ( UFMG) . A pesquisa foi sobre acident es de t rabalho no set or infor m al, j unt o aos car roceir os de Belo Hor izont e. Nessa época, t iv e a oport unidade de ser or ient ada pela Pr of. Elizabet h Dias.

Essa conv iv ência fez- m e cr escer t ant o profissional com o pessoalm ent e, pelos ex em plos de post ura ét ica que pr esenciei dur ant e esse percur so. Tiv e o pr ivilégio de part icipar das disciplinas de pós- graduação da UFMG que t inham r elação com o t em a saúde do t rabalhador. Est iv e nos depar t am ent os de Medicina Prevent iv a, Engenh aria de Pr odução, Psicologia Social, Educação Física e Epidem iologia, ent r e out r os.

Dur ant e o m est r ado, um a opor t unidade de t r abalho sur giu , quando part icipei de um a r eunião na Secr et ar ia de Est ado de Saúde de Minas Ger ais, saindo de lá com um conv it e par a ser consult or a t écnica da inst it u ição. Tr abalhei dur ant e cinco anos no setor de hiper t ensão e diabet es, sendo que, nos t r ês últ im os anos, com o coordenador a.

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t eór icos adquir idos dur ant e t odo o m eu per cu rso pr ofission al, um a gr ande v ont ade su rgiu de pr opor essa pesquisa.

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1 - I N TROD U ÇÃO

Em decor rên cia da com plex idade da sociedade cont em por ânea, a art iculação de nov as for m as de pensar as r elações de saú de e de v ida são v it ais no sent ido de enfrent arm os os desafios cot idianos v inculados às con dições de t rabalho e consequent em ent e de v ida da população.

A con dição h egem ônica do capit alism o influencia t odas os am bientes de t r abalho prej u dicando as relações int er pessoais e inv iabilizando int erv enções que v isem , de fat o, a m elhor a da qualidade de v ida do t r abalhador no am bient e de t rabalho. A m aior ia das propost as de int er v enções no am bient e de t r abalho são const ruídas em basadas no m odelo biom édico, focadas no adoecim ent o dos t r abalhador es e em seus fatores de risco par a o desenvolv im ent o de doenças e pr ev enção de acident es.

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As Polít icas Públicas, form u ladas no nív el feder al, com o a Polít ica Nacional de Saúde do( a) Tr abalhador ( a) ( BRASI L, 2004a) a Polít ica Nacional de Hum anização ( BRASI L, 2004b) e a Polít ica Nacional de Prom oção da Saúde ( BRASI L, 2006 ) ofer ecem subsídios par a a discussão e reflex ão sobre a ausência de int er v enções pr oposit iv as, par a além do m odelo biom édico, no am biente de t rabalho de serv idor es públicos. Par a q ue as polít icas públicas sej am im plant adas de for m a ar t iculada é prim or dial iniciar m os o t rabalho com funcionários que desem penham essa função, pr opiciando, ent ão, m elhor ias nas condições de t r abalho.

A par t ir disso, o pr esent e est udo pr et ende dar v isibilidade à ar t iculação das ár eas de conhecim en to da prom oção da saúde, saúde do t r abalh ador e pr át icas cor por ais, com o pr át icas de saúde e de cuidado no am bient e de t r abalh o dos ser v idor es públicos da ár ea de saú de.

1 .1 - Pr om oçã o da sa úde

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Ent r e as dir et r izes ex t er nas, pr opost as pela OMS, dest aca- se a Est r at égia Global par a a Prom oção de Alim ent ação Saudáv el, At iv idade Física e Saúde, for m ulada em 2004 . As linhas de ação r ecom endadas nest e docum ent o obj etivam a redução da m ort alidade e a m or bidade m undial por m eio de m edidas pr ev ent iv as e de pr om oção da saúde sobr e fat or es de r isco com por t am ent ais e m odificáv eis, j ust ificando a adoção de est rat égias int egr adas e sust ent áv eis. Com o u m a dir et riz de saúde, a est r at égia global não é abr angen t e no sent ido de considerar a det erm inação social do pr ocesso dinâm ico de saú de/ doença que ocor r e t ant o no indiv íduo com o na população.

Com o desdobr am ent o dest as dir et rizes, em 2005, o Minist ér io da Saúde definiu a Agenda de Com prom isso pela Saúde que agr egou t rês eixos t em át icos: O Pact o em Defesa do Sist em a Único de Saúde ( SUS) , O Pact o em Defesa da Vida e o Pact o de Gest ão. Dent r o das dir et r izes oper acionais do Pact o em Defesa da Vida dest aca- se a Polít ica Nacional de Prom oção da Saúde ( PNPS) .

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esquem át ica no m odelo de at uação de Dahlgr en e Whit ehead das ações de Prom oção da Saúde div ididas em difer ent es nív eis de abor dagens.

Distais Intermediários

Proximais Inter-setorialidade

Participação social

Intervenções sobre os DSS baseadas em evidências e promotoras da eqüidade em saúde

Font e: CNDSS, 200 8 p.142

As int erv enções que env olv em polít icas est r at égicas dir ecionadas par a os det er m inant es sociais de saúde se or ganizam em t r ês nív eis de abordagem : pr ox im al, int er m ediár io e dist al. O pr im eir o est im ula escolhas saudáveis, m u danças de com por t am ent o par a redução de r iscos à saúde, além do for t alecim ent o de v ínculos, solidar iedade e confiança nos ser v iços de saúde.

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necessár io a siner gia e a int egração nos diferentes set or es da adm inist r ação pública.

O t er ceir o nível at ua nas polít icas est rut ur ant es m acr oeconôm icas e de m er cado de t r abalho, de prot eção am bient al e da m ot iv ação de u m a cult ur a de paz, visando pr om ov er o desenvolv im ent o sust ent áv el e a j ust iça social.

É im por t ant e r essalt ar que os t rês nív eis de abor dagem dev em ser consider ados sim u lt âneos e conv er gent es, for t alecidos pela int er set or ialidade e pela par t icipação social, par a não ser em ent endidos com o ações fr agm en t adas e sim per t encent es a um a polít ica pública v olt ada par a o enfrent am ent o dos determ inant es sociais de saúde.

Um a análise hist ór ica do conceit o de Pr om oção da Saúde m ost r a qu e a ex pressão ganhou dest aque com o docum ent o int it ulado I nfor m e Lalonde, pu blicado no Canadá em 1 974. Por ém , “ a r efer ência m ais r em ot a à ex pr essão Pr om oção da saúde foi feit a por aut or es com o Winslow em 1920 e Siger ist em 1946” ( CASTRO & MALO, 2006) . Out r o m ar co significat ivo foi a I Conferência I nt ernacion al sobre Prom oção da Saúde com a div ulgação da Car t a de Ot t awa no Canadá em 198 6. No Br asil, os debat es sobr e o assunt o ev idenciam v ár ias for m as de ent endim ent o e de propost as de pr om oção da saúde.

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social do processo de saúde- doença v inculada às condições de vida da população incluindo nesse olhar os det er m inant es sociais, t ais com o: educação, habit ação, saneam ent o, acesso a bens e ser viços básicos de t r abalho, alim ent ação e lazer .

A m aior ia das int er v enções est á dir ecionada à im plant ação de pr ogr am as educat ivos que buscam m odificar o com por t am ent o e o est ilo de v ida do indiv íduo e da com unidade. Out r as am pliam o cam po de observ ação e com pr een são dos cont ex t os, r essalt ando a im por t ância dos det er m inant es sociais da saúde.

Todos os am bient es da v ida cot idiana, t ais com o: o t r abalh o, o lazer, o dom ést ico e out ros podem influenciar na prom oção da saúde dos suj eit os à m edida em que est es apr esent em fat or es que cont r ibuam par a um a m elhor qualidade de v ida.

De acordo com a Car t a de Ot t awa

“ Prom oção da saúde é o nom e dado ao processo de capacit ação da com unidade para at uar na m elhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo um a m aior part icipação

no cont role dest e processo. Para at ingir um est ado de com plet o bem - est ar físico, m ent al e social, os indivíduos e grupos dev em saber ident ificar aspirações, sat isfazer

necessidades e m odificar favoravelm ent e o m eio am bient e... ... enfat iza os recur sos sociais e pessoais, bem com o as capacidades físicas. Assim , a prom oção da saúde não é responsabilidade ex clusiva do set or saúde, e v ai para além

de um est ilo de v ida saudável, na direção de um bem - est ar

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A Polít ica Nacional de Prom oção da Saúde ( BRASI L, 2006: 8 ) consider a a saúde

“ com o produção social de det erm inação m últ ipla e com plexa, exige a part icipação at iv a de t odos os suj eit os envolvidos em

sua produção – usuários, m ovim ent os soci ais, t rabalhadores da saúde, gest ores do set or sanit ário e de out ros set ores – , na análise e na form ulação de ações que visem à m elhoria da qualidade de vida.”

Ao longo da análise da hist ór ia é possív el afir m ar que a Saúde Pública t em se const it uído com o área de saber nor m at izador a da condut a colet iv a, encon t r ando- se m uit as v ezes den t r o de um a per spect iv a r est rit iv a e pur am ent e biom édica. Os av anços da Medicina e r espect iv as t ecnologias biom édicas t erm inam ocupando um lugar de poder no im aginário popular e t endo grandes cont r ibuições na int er venção sobr e o corpo das pessoas com o nor m a de saúde pública, além de influenciar as r ecom endações m undiais baseadas nas t ransições epidem iológica, n ut r icional e dem ogr áfica, m edicalizando o pr ocesso dinâm ico de saúde/ doença e culpabilizando a v ít im a, fr agm ent ando o ser hum ano ( MOULI N, 2005: 79) .

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cont ex t o onde esse usuár io est á inser ido, alegando que esses aspect os não são de r esponsabilidade do set or saúde. WESTHPAL ( 2 006) dem on st r a que a “ Prom oção da Saúde, v ist a na per spect iv a socioam bient al, é um a nov a for m a de abor dagem , um conceito posit iv o que segue os pr incípios da v isão am pliada da saúde, da equidade, da int er set or ialidade, da part icipação social e da sust ent abilidade.

As aut or as SI LVA & SENA ( 2010) ressalt am qu est ões sobr e a nor m at ização ut ilizada nas ações de saúde v olt adas à colet iv idade, no seguint e t recho:

“ as const ru ções no cam po da prom oção da saúde carregam um discur so sobre saúde e cuidado que im põem um a ordenação à v ida: ‘t em de fazer exercícios físicos, ‘não pode fum ar, ‘sexo só com cam isinha’, at uando no ‘cont role dos

corpos sociais’ const it uindo o poder das prát icas sanit árias na det erm inação dos m odos de vida. Ao m esm o tem po que a prom oção da saúde, com o prát ica individual, coloca os

suj eit os sob v igilância const ant e, com o prát ica colet iva, regulam ent a condut as ‘saudáveis’ e norm at iza ações que não represent em risco para o colet ivo. Assim em nom e das norm as sociais e necessidades colet ivas, a prom oção da

saúde sust ent a- se na rest rição das liberdades indiv iduais e subsunção das escolhas dos m odos de cam inhar pela v ida em nom e de regulação social.” ( SI LVA & SENA, 2010 p.42 e 47)

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sociais da doença. Par a além do m odelo biom édico é pr eciso dar ênfase à det er m inação social da saúde e da doença. A saúde colet iv a, segundo CAMPOS ( 2007) , r essalt a a est r eit a r elação ent r e polít ica e dir eit o à saúde, t razendo par a o cam po sanit ár io, conceit os com o dem ocr acia, m ov im ent os sociais, polít icas públicas, ent re out r os. A v isão am pliada de saúde consider a o desenvolv im ent o indiv idual e colet ivo dos cidadãos na m elhor ia das condições de v ida e saúde, e cont em pla não só a r edução dos fat or es de r isco par a o adoecim en to, m as t am bém os det er m inant es sociais de saúde pr incipais, r espon sáv eis pela con st it uição das condições de v ida da colet iv idade.

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Out ro aspect o que influencia as ações dos pr ofission ais de saú de at u alm ent e é a com plex idade cult ur al da sociedade capit alist a que m odela as pr át icas de saúde t ran sfor m ando- as em padr ões par a a colet iv idade. O cam po t eór ico da pr om oção da saúde ent ende os det er m inan t es sociais do pr ocesso de saúde e doença com o um r esult ado da pr odução social:

“ um a concepção que não rest rinj a a saú de à ausência de doença, m as que sej a capaz de at uar sobre seus det erm inant es, incidindo sobre as condições de vida da população, ext rapola a prest ação de serv iços clínico-assist enciais, supondo ações int erset oriais que envolvam a educação, o saneam ent o básico, a habit ação, a renda, o

t r a ba lh o ( grifo nosso) , alim ent ação, o m eio am bient e, o

acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, ent re out ros det erm inant es sociais de saúde” ( SÍ COLI , 2003) .

1 .2 - Sa ú de do Tr a ba lha dor

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Consider ando as con cepções do m undo do t r abalho que buscam um t r abalh ador poliv alent e e m ult ifuncional que necessit a de plena saú de e disposição par a m ant er- se qualificado em m últ iplos aspect os, é fundam ent al pensar ações efet iv as e polít icas volt adas à v alor ização e desenvolvim en to das habilidades pessoais e com unit árias dest es t rabalhadores com o at or es prot agonist as de t r ansfor m ação social.

Segu ndo DI AS ( 2002) , as condições de t r abalho guar dam um a r elação dir et a com a saú de e a qu alidade de v ida dos t r abalhador es. A aut ora r efor ça que as est r at égias de Pr om oção da Saúde no am biente de t r abalho t êm a função de r econhecer a saúde com o dir eit o de cidadania dos indivíduos, além do bem social das colet iv idades. Ent r et ant o, os m ét odos de abor dagem das sit uações de t rabalho ainda priv ilegiam o lado negat iv o, enfocando um a list a m edicalizada de fat or es de r isco que causam doenças e acident es ( FERREI RA, 1993 ) .

(28)

desenvolv a ações que sej am nort eadas por abor dagens t r ansv er sais e int er set or iais, con sider ando as r elações de pr odução- consum o, am biente e saú de. A PNST v isa à r edução dos acident es e doenças r elacionadas ao t r abalho, m ediant e a ex ecução de ações de pr om oção, reabilit ação e v igilância na área de saúde.

Um av anço decor r ent e da Polít ica Nacional foi a const r ução da Rede Nacional de At enção I nt egr al à Saúde do Tr abalhador - RENAST, com post a por 150 Cent ros Est aduais e Regionais de Refer ência em Saúde do Tr abalhador ( CRST) e por u m a rede de 500 ser v iços sen t inelas de m édia e alt a com plex idade capaz de at ender v ít im as de agr av os à saúde do t r abalhador ( DI AS, 2005 ) . Out r o av anço são as possibilidades de at uação dos Agent es Com unit ários de Saúde ( ACS) , v inculados à at en ção pr im ár ia, em relação às quest ões de saúde do t rabalhador nas Unidades Básicas de Saúde ( UBS) . Em est udo r ecent e, DI AS ( 2011) observ ou que os ACS ainda não possuem pr epar ação pr év ia específica par a lidar com as quest ões que envolvem a relação t r abalho- saú de- doença e são necessár ios pr ocessos de capacit ação e edu cação per m anent e par a a incorporação dessas qu est ões, perm itindo o desenv olv im ent o de ações r esolut iv as de cuidado dos t r abalhador es.

(29)

biom édico/ epidem iológico ainda v igent e. Na m aior ia das v ezes, esse m odo assist en cial que enfat iza os fat ores de r isco, no qual a população est á ex post a, influencia t an to os profissionais da saúde, no ex er cício de suas ações, quant o a população dur ant e a assist ência que os at endem .

Ao longo do desenv olv im ent o da ár ea de saúde do t r abalhador const at a- se um a configur ação dividida em t r ês v ert ent es: a produção acadêm ica, a rede pú blica de assist ência ao t r abalhador e os m ovim ent os dos próprios t r abalhador es ( LACAZ, 2007) . Segundo o aut or , a produção acadêm ica lev ant a um a discussão que esclar ece as difer enças ex ist ent es ent re saúde ocupacional, volt ada para as quest ões da assist ência ao adoecim ent o do t rabalhador, à saúde do t rabalhador qu e com preende as r elações t r abalho e saúde- doença pela análise da det er m inação social do processo saúde- doença, pr iv ilegiando n esse caso o t r abalho ( LACAZ, 2007) .

Um a das dir et rizes da PNSST, em esfera int erm inist er ial, que se dest aca nesse sent ido são:

I I - Harm onização de norm as e art iculações das ações de prom oção, prot eção e reparação da saúde do t rabalhador;

I I I - Precedência das ações de prevenção sobre as de

reparação;

V- Reest rut uração da Form ação em Saúde do Trabalhador e em Segurança do Trabalho e incent ivo a

(30)

Cada dir et riz apresent a est r at égias de ação com o int uit o de v iabilizar a im plant ação da polít ica a nível nacional. A segunda dir et r iz apr esent a as seguint es est r at égias:

1- I nst it uir um Plano Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, pact uado ent re os div ersos órgãos do Gov erno e da sociedade civil, at ualizado periodicam ent e;

2- Norm at izar, de form a int erm inist erial, os assunt os

referentes à Segurança e Saúde do Trabalhador, em m at érias que requeiram ações int egradas ou apresent em int erfaces ent re os div ersos órgãos do gov erno;

3- Adot ar regras com uns de Segurança e Saúde do Trabalhador para t odos t rabalhadores, observando o princípio da equidade;

4- Art icular e int egrar as ações de int erdição nos locais de

t rabalho.

Assim , essas est r at égias de ação confir m am a im por t ância de se prom ov er ações, v isando um a condição de v ida m ais sau dáv el par a os t r abalhador es, com o um a fer r am ent a v aliosa na m elhoria dos padr ões de saúde. E as pr át icas cor por ais no am bient e de t rabalho car act er izam - se por um int en so dinam ism o de ex t rem a im por t ância na socialização, na autonom ia e part icipação dos t rabalhador es.

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fragm ent ação e dispersão da pr odução cient ífica da ár ea, pr ej udicando a im por t ant e colabor ação que a Academ ia poder ia ofer ecer para fundam en t ar as necessidades dos agent es políticos, m ovim ent os sociais, gest or es e pr ofissionais de saúde.

O bem - est ar consider a, no refer ent e à Qualidade de Vida no Tr abalho, as dim ensões biológica, psicológica, social e or ganizacional de cada pessoa e não, sim plesm ent e, o at endim ent o a doenças e out ros sint om as de st r ess que em ergem ou pot encializam - se no t rabalho. Tr at a- se do bem - est ar no sent ido de m ant er - se ínt egra com o pessoa, cidadão e profissional ( LI MONGI - FRANÇA, 2004) .

Tr adicionalm ent e, as polít icas v em sendo t raçadas de m aneira par alela ou pouco ar t iculadas com out r as polít icas sociais, sendo que essa desar t iculação agr av a o pr ópr io adoecim ent o e suas consequências na população t r abalhador a, além da degr adação am bient al.

Nesse sen tido, a Polít ica Nacional de Hum anização ( PNH) ( BRASI L, 2004b) t r az, em sua apr esent ação, algum as quest ões im por t ant es par a subsidiar a discussão, det alhadas a seguir : a quest ão da desv alor ização dos t r abalh ador es de saúde, a ex pr essiv a pr ecarização das relações de t r abalho, os baix os inv est im ent os num pr ocesso de educação per m anent e e a pouca part icipação na gest ão dos ser v iços, além do baixo vínculo com o usuár io.

(32)

t ransv er salidade; o com pr om isso com a dem ocr at ização das r elações de t r abalho e a v alorização dos pr ofissionais da r ede, est im ulando pr ocessos de edu cação per m anent e.

Um aspect o que diz r espeit o aos processos de t r abalho e de gest ão do set or saúde é r efor çado na PNH pela pr esença de m odelos v er t icais desapr opr iando o t r abalhador do seu pr ópr io pr ocesso de t rabalho. Segundo o Minist ér io da Saúde, durant e a im plant ação da PNH, os pr ocessos de t rabalho e de gest ão for am eleit os os pr incipais alv os das ações hum anizador as, com as quais se pret ende m udar a cult ur a inst it ucional da at enção à saúde par a os usu ários e t rabalhadores ( BRASI L, 2004 b) .

As consider ações sobr e a educação em saúde com o agent e pr om ot or da qualidade de v ida, a fim de at ingir ações e condições conducent es à saúde da população no cont ex t o brasileiro, é algo r ecent e, quando se considera a int egr ação do saber popular ao t écnico. O t r abalho educacional t em com o desafio a int egr ação de conhecim ent os disper sos das áreas hum anas e biológicas aos saber es populares, pr essupondo nov as int er faces de at uação no m odelo de assist ên cia à saúde.

(33)

saú de, ut ilizando as est r at égias int egrador as de um saber colet iv o, que t r aduz no indiv íduo sua aut onom ia e em ancipação.

Diant e disso, os v alor es que nort eiam a PNH são a aut onom ia e o pr ot agonism o dos suj eit os, a co- responsabilidade ent r e eles, o est abelecim ent o de v ínculos solidár ios e a par t icipação colet iv a no pr ocesso de gest ão ( BRASI L, 2004a) .

Segundo MI NAYO ( 2 006) hum anização, “ para o set or saúde, significa um m ov im ent o inst it uint e do cuidado e da v alorização da int er subj etiv idade n as r elações” . Out r o conceit o de hu m anização, desenvolv ido por AYRES ( 2006) apr esent a- se com o:

“ um com prom isso das t ecnociências da saúde, em seus m eios e fins, com a realização de valores cont rafat icam ent e relacionados à felicidade hum ana e dem ocrat icam ent e validados com o bem com um ” .

O au t or ainda r efor ça que dev em os t er caut ela com essa definição pr im eir am ent e com o seu ‘hor izont e norm at iv o’ sendo or ient ada pela ét ica e m oral, deslocando o at o da hum an ização das r efer ências rest r it as à nor m alidade m or fofuncional em dir eção à ‘felicidade’, am pliando assim a dim ensão da v isão do pr ocesso de saú de e doen ça ( AYRES, 2006) .

(34)

saú de ( OPAS, 2010) . Em 2005, durant e a r eunião r egional dos observ at ór ios de r ecur sos h um anos em saúde prom ov ida pela OPAS/ OMS, j un t am ent e com o Minist ér io da Saúde do Canadá, foi const ruído o Cham ado à Ação de Tor ont o para um a Década de Recur sos Hum anos em Saúde, 2006- 2015, que anunciou a per spect iv a de for t alecer polít icas específicas para a pr ot eção dos r ecur sos hum anos em saúde ( OPAS, 2005) . No Br asil, o Min ist ér io da Saúde j unt o à Organização Pan- Am ericana de Saúde ( OPAS) ex pôs o t em a “ gent e que faz saúde” , dem onst r ando a ar t iculação das inst it uições em t or no dessa qu est ão.

Com o desdobr am ent o, em 2009 foi cr iado o Com it ê Nacional de Pr om oção da Saúde dos Tr abalhador es do Sist em a Único de Saúde ( SUS) . O Com it ê foi um a das r espost as do Minist ér io da Saúde do Brasil ao Cham ado de Toront o. Dent r e os obj et iv os do com it ê dest acam - se a for m ulação das Diret rizes da Polít ica Nacional de Pr om oção da Saúde do Tr abalhador do SUS, cont endo pr ogr am as e ações que t enham com o obj et iv o aperfeiçoar , garan tir e ( ou) r ecuperar as con dições e am bient es de t r abalho no SUS; e a ar t iculação de inst it uições de pesquisa e univ er sidades par a a ex ecução de est udos e pesquisas em saú de do t r abalhador , int egr ando um a r ede de colaborador es par a o desenv olv im ent o t écnico- cient ífico na ár ea.

(35)

que t enham com o base a m elhor ia das con dições de t r abalho de quem é r esponsável pelo acom panham ent o da im plant ação das polít icas públicas, est im ulando seu pr ot agonism o na viv ência de pr át icas de saúde e de cuidado par a, assim , t er em o ent endim ent o da im por t ância de incluí- las nas m et as das agendas polít icas dos gest ores.

1 .3 - Pr á t ica s Cor por a is

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Concom it ant em ent e, o cor po er a cult iv ado por m eio de pr át icas espor t iv as que se ar r anj av am na sociedade, com o for m a de r endim ent o com par at ivo e de m elhor “ per for m ance física” ent re os indiv íduos. Nov as regras sur gir am im pondo a r egulação das t écnicas de ginást ica, do cálculo dos espaços e do t em po de ex ecução da at iv idade. As ações cor por ais er am m edidas por um apar elho descober t o no final do século XI X, cham ado dinam ôm et r o, que ainda t em o obj et ivo de quant ificar a for ça pr oduzida dur ant e a pr át ica da at iv idade física. A r elação en t r e at iv idade física e a r epet ição de m ovim ent os para se alcançar m elhor r endim ent o cor por al é assim r efor çada. Out ras prát icas de at iv idades físicas, n ão individuais, iniciam - se com o os j ogos br ut ais, a esgr im a e as escolas de n at ação, que se r elacionam com o ócio at iv o ou a pr át ica com o at iv idade de lazer e de encont ro social. A respir ação t am bém foi per cebida com o um a m aneir a de alim ent ar a v ida e enr iquecer o sangue dem onst rando assim for ça e saúde. Alguns m édicos, no final do século XI X, pr escr ev iam diet a e at ividade física com o for m a de m ant er a saúde ou m elhor ar a apar ência física ( VI GARELLO, 2 005) .

(37)

m ovim ent o, sent ido do equilíbr io, sent ido do calor, sent ido da palav ra, sent ido do pensar e sent ido do eu.

Par a fins desse est udo, dest acar em os dois sent idos: o do m ovim ent o e do equilíbr io. O sent ido do m ov im ent o significa per ceber que os m em br os do nosso or ganism o m ov im ent am - se em conj u nt o. A r efer ência não é de um m ov im ent o t odo do corpo hum ano e sim a per cepção in t erna do cor po, da m udança de posição de cada m em bro e de cada órgão ao se m ov im ent ar . Já o sent ido do equ ilíbr io or ient a o cor po dur ant e a realização do m ov im ent o. Esses sent idos ocorr em int er nam ent e no corpo de cada pessoa. Port ant o, o que viv enciam os é algo que acont ece int er ior m ent e na nossa corporalidade e depende do quant o est im ulam os essa percepção. Quando um gest o é r ealizado ex t er nam ente ao corpo, int ern am ent e esse m ov im ent o é sent ido.

Aos doze sent idos desenv olv idos por STEI NER ( 1997 ) são acr escen t ados set e pr ocessos v it ais: o da r espiração, do aquecim ent o, da nut r ição, da secreção, da m anut enção, do cr escim en to e o da geração. O processo v it al qu e m er ece dest aque é o da r espir ação. Ao per ceber m os conscient em ent e a r espir ação, segundo STEI NER ( 1 997) , beneficiam os t odos os âm bit os sensoriais ex ist ent es. O aut or r efor ça que t em os que im aginar o hom em com o possuidor de doze sent idos separados ent r e eles, tendo um a vida pulsando por m eio dos set e pr ocessos v it ais.

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at ualm ent e em andam ento, que usam a at iv idade física com o r ecur so, apóia- se n um a per spect iv a biom édica. I st o as t or na r educionist as e fr agm ent adas, pois t êm nessa at uação o obj et ivo pr incipal de com bat er o sedent ar ism o, apenas com a r epet ição de m ovim ent os ao inv és de usá- la dir et am ent e com um a per spect iv a de em poderam ent o t ant o individual qu ant o colet iv o e r efor ço das habilidades pessoais e com unit ár ias.

A Polít ica Nacion al de Pr om oção da Saúde ( BRASI L, 2 006) pr opõe ent r e out r as ações, a capacit ação dos t r abalh ador es de saúde em cont eúdos de pr om oção à saúde e at iv idade física/ pr át icas cor por ais na lógica da educação perm anent e, incluindo a av aliação com o par t e do processo.

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car diov ascular es, diabet es, ost eo- m uscular es e alguns t ipos de cân cer . A p rát ica r egular de at iv idade física j á é bem con hecida com o um inst r um ent o poderoso no com bat e par a a pr ev enção e desenvolv im ent o das doenças cr ônicas.

Ent r et ant o, na descr ição das linhas de int erv enção pr opost as por est a polít ica, observ a- se seu car át er lim it ador por ela ser focada som ent e nos fat or es de risco, est ilos de v ida e m udança de com port am ent o por par t e do indiv íduo. Com o exem plo, cit am - se os seguint es subit ens pr esentes nas ações propost as relacionadas às at iv idade física/ pr át icas corporais:

“ I a) organizar os serviços de saúde de form a a desenvolver ações de aconselham ent o j unt o à população, sobre os benefícios de est ilos de v ida saudáv eis; e

I I b) desenvolv er cam panhas de div ulgação, est im ulando m odos

de viver saudáveis e obj et ivando reduzir fat ores de risco para doenças não t ransm issív eis.

I I I a) pact uar com os gest ores do SUS e out ros set ores nos t rês

nív eis de gest ão a im port ância de desenvolver ações volt adas para est ilos de v ida saudáveis, m obilizando recursos ex ist ent es; I V a) desenv olv er est udos e form ular m et odologias capazes de produzir ev idências e com provar a efet ividade de est rat égias de

prát icas corporais/ at ividades físicas no cont role e na prevenção das doenças crônicas não t ransm issív eis; ” ( BRASI L,2006: 33- 34)

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da at iv idade física reforça a pr eocupação com a doença e t em um car át er nor m at izador do com por t am ent o do indiv íduo.

Essa configuração reduz o significado das at iv idades, dit as de saú de, em um m odelo de fit ness, com o ideal de corpo e beleza ( LUZ, 2007) reforçado pelo cálculo de per das e ganhos de calor ias e subsidiado pelo paradigm a da saúde com o bem de consum o ou da pr ev enção dos adoecim ent os ( NAHAS, 2 003) . CARVALHO ( 2006 ) r essalt a a im port ân cia da “ in dúst r ia cult ur al” com o in t uit o de “ orient ar ” a população a r espeit o da at enção ao cor po e est ím ulo à pr át ica da at iv idade física consider ada com o “ aqu ela at ividade chat a, im posit iv a, aut or it ár ia, m edida, cr on om et r ada, inser ida no t em po da obr igação” . O conceit o de at iv idade física feit a por NAHAS ( 2003) é:

“ qualquer m ovim ent o corporal produzido pela m usculat ura esquelét ica, que result e num gast o energét ico acim a dos níveis de repouso. Esse com port am ent o inclui as at ividades ocupacionais,

at ividades de vida diária, o deslocam ent o e as at ividades de lazer.” NAHAS ( 2003: 38- 39) .

Já os pr ogr am as de pr át icas cor por ais podem ser direcion ados aos cam pos de at uação pr opost os pela pr om oção da saúde, t ais com o o desenv olv im ent o de habilidades pessoais, o fom ent o à par t icipação, na “ per cepção” de ent or nos saudáv eis e, pr incipalm en te, à adv ocacia na const r ução de polít icas públicas saudáv eis e na reor ient ação de ser v iços de saú de.

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“ at ividade física é considerada com o um a at ividade que

apresent a gast o de energia suficient e para prevenir ou rem ediar as doenças e as prát i cas corporais nos rem et em à descobert a e à consciência do corpo. Priv ilegia a dim ensão educat iv a e a subj et ividade no cuidado e na at enção à

pessoa ... form a grupo het erogêneos, no que diz respeit o à idade e à ocorrência, est im ulam o aprendizado v olt ados para a const ru ção de vínculos, de responsabilidades, para aut onom ia ( individual e colet iva) e para a capacidade de

provocarem a m udança do pensar e agir em saúde.” ( CARVALHO 2006: 34- 36)

Conv ergent e a essa v isão, as prát icas de saúde, descrit as por LUZ ( 2007) v in culam - se com o par adigm a da “ v it alidade” ora associado com o “ bem - est ar ” or a com a j u v ent ude e com a beleza. O que int er essa à aut or a é:

“ exam inar com o essas prát icas se orient am por det erm inados valores, que valores são esses, e se esses

valores são ou não im port ant es para a t ransform ação dos sent idos e significados at ribuídos ... à saúde e à vida, ao relacionar se o suj eit o com seu próprio ser, corpóreo e espirit ual, e com out ros seres, bem com o a t ransform ação

dos valores hegem ônicos da sociedade. E, por int erm édio dessa t ransform ação, podem ser geradas nov as form as de viv er a vida em com um e de represent ar a saúde em plano

pessoal e colet ivo, com o consequência significat iva para o cam po da saúde colet iva” ( LUZ, 2007 p: 152) .

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“ em relação” , abrindo a possibilidades de encont ros e nov as ex perim ent ações que r em et em à necessidade de ret om ar m os a noção de v ida e a fav or dela. As pr át icas cor por ais, nesse sent ido, am pliam as possibilidades da qualidade de encont r os, de escut a, de observ ação e de m obilização das pessoas no sent ido do pr ocesso de cuidado de si e de pr odução da saúde ( CARVALHO, 2010) .

Ao falar de pr át icas cor por ais com o est r at égia de prom oção da saú de é im por t ant e consider ar os seguint es desafios: o aum ent o das desigualdades sociais, as iniquidades, a inj ust iça social e n ão só pr opor indicador es que quan t ificam o núm er o de v ezes que os usuários par ticipam de um a pr át ica ou a r epet ição dos m ov im ent os em t em po det erm inado com o na ex ecu ção das at ividades físicas.

As ações de int er v enção que ut ilizam as prát icas cor por ais dev em ser alicer çadas nos pr incípios da j ust iça social de m odo a v alor izar as potencialidades indiv iduais e colet iv as das com unidades cont r ibuindo na t r ansfor m ação da r ealidade social, por m eio de pr ocessos inclusivos que at endam ao senso com um , obj et iv ando o for t alecim ent o de um a sociedade m ais j ust a e consequent em ent e m ais saudáv el.

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gar ant ir a m elhor ia das condições de v ida e de saúde da população” . Tal v isão t orna- se fundam ent al par a o enfr ent am ent o n ão só das doenças, m as da det er m inação social do pr ocesso saúde e ou doença a qual as populações est ão su bm et idas.

Ex ist em v ár ias iniciat iv as inseridas no am bient e de t r abalho que se concent r am em div ulgar a pr át ica r egular da at iv idade física som ent e com o um a est r at égia para m inim izar o im pact o das doenças e agr av os não t r ansm issíveis na população, m as t am bém as v inculam com um discur so de pr om ov er a saúde, além da qualidade de v ida. Essas iniciat iv as apresent am - se lim it adas, pois a v isão am pliada de saú de não é consider ada no m om ento de const r ução dessas pr opost as, m uit o m enos a perspect iv a da pr odução social da saúde.

Essa nov a for m a de pensar pode ser t raduzida pelo conceit o: “ A p rom oção da saúde é um m ovim ent o int egrador na con st rução de consensos e sinergias, e na execução das agendas gov ernam ent ais a fim de que as polít icas públicas

sej am cada vez m ais favoráv eis à saúde e à v ida, e est im ulem e fort aleçam o prot agonism o dos cidadãos em sua elaboração e im plem ent ação, rat ificando os preceit os

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pr incípios que, segundo ROOTMAN ( 2001) , dev em ser lev ados em consider ação.

AKERMAN & NADANOVSKY ( 1992: 362) m ost r a que há um a am pliação das discussões, assim com o “ o ent endim ent o de que a saú de das populações e das pessoas, indiv idualm ent e, é det er m inada pelo que acont ece no dia a dia da vida, e que esse dia a dia é for t em ent e det er m inado pelas r elações sociais e econôm icas” .

Ex ist e um descom passo ent r e a im plant ação efet iv a das polít icas públicas e a r ealidade v iv ida no cot idiano do am bient e de t rabalho. O dia a dia do am bient e de t r abalho dem onst r a a com plex idade que dev e ser considerada par a qu e as difer ent es polít icas públicas sej am conver gen tes no m om ent o de sua im plant ação.

É n est e univer so qu e se r ev ela a im por t ância da im plant ação de polít icas públicas de pr om oção da saúde no am bient e de t rabalho dos serv idor es públicos com a incor por ação de propost as e m et as à agenda polít ica de gest or es.

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2 – OBJETI V O

2 .1 - Obj e t iv o Ge r a l

Analisar as possibilidades e lim it es da int er v enção que ut iliza as pr át icas cor por ais com o est rat égia de pr om oção da saúde no am biente de t r abalho de ser v idor es públicos de um a inst it uição est adual de saúde.

2 .2 - Obj e t iv os Espe cíf icos

1- Elaborar , im plant ar e sist em at izar um a propost a de int er v enção par t icipat iv a num am bient e de t r abalho de funcionários públicos; 2- Sensibilizar os par t icipant es por m eio das pr át icas cor por ais v iv enciadas a desenvolver em habilidades pessoais para o aut oconhecim ent o corporal e par a o “ cuidado de si” ;

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“ Ant es arr iscar t riunfos e glór ias m esm o ex pondo- se à der rot a, do que enfr ent ar os pobres de espír it os que não conhecem o sabor da v it ór ia ou da der r ot a.”

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3 - PROCED I M EN TOS M ETOD OLÓGI COS

3 .1 - N a t u r e z a da Pe squ isa

Em razão do t em a de pesquisa pr opost o ut ilizou- se um conj u nt o de t écn icas qualit at iv as, para o desenv olv im ent o da pesquisa- in t erv enção.

A pesquisa cont ou com duas et apas: a int er v enção e as ent r ev ist as em profundidade. A int er v enção foi desenvolv ida e sist em at izada em oficinas ut ilizando pr át icas cor por ais com o um a possív el est r at égia facilit ador a de prom oção da saúde, j unt os aos funcionár ios públicos no am bient e de t r abalho. A m et odologia da pesquisa- in t erv enção foi escolh ida consider ando a definição de ROCHA & AGUI AR ( 200 3)

“ busca acom panhar o cot idiano das prát icas, criando um cam po de problem at ização para que o sent ido possa ser ext raído das t radições e das form as est abelecidas inst aurando t ensão ent re represent ação de expressão, o que facult a novos m odos de subj et iv ação.”

O segundo m om ent o da pesquisa- interv enção cont ou com ent r ev ist as em pr ofun didade sem i- est r ut uradas r ealizadas com cada par t icipant e, seis a oit o m eses após o t ér m ino das oficinas.

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cor por ais e m om ent os de r eflex ão j unt o aos t r abalhador es em seu am biente de t rabalho.

Par a realizar o est udo, for am ut ilizados os seguint es inst r um ent os de colet a: dinâm icas de gru po, observ ação part icipan t e, film agens, fot ogr afias, discussões reflex iv as e ent r ev ist as em pr ofundidade.

3 .2 - Ca m po de Est u d o

O gr upo de par t icipant es do est udo foi com post o, na sua t ot alidade, por funcion ár ios públicos de um a inst it uição est adual de saú de qu e at uam com o acom panham ent o das polít icas públicas de saú de.

O Est ado de Minas Ger ais apr esent a um t ot al de 853 m unicípios div ididos em 28 Ger ências Regionais de Saúde ( GRS) e pelo Plano Diret or de Regionalização ( PDR) e os m unicípios são adscr it os aos r espect iv os t er r it ór ios assist enciais, definidos por 13 m acr or r egiões e 75 m icr or regionais.

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equidade assist encial, as or ganizações de redes assist enciais e a acessibilidade. A m acror região é r esponsáv el pela at enção t er ciár ia ou at endim ent os de alt a com plex idade t ecnológica, a m icr or r egião pela at enção secundár ia e o m unicípio pela at enção pr im ár ia.

A GRS- BH at ua com os m unicípios qu e est ão localizados no colar m et ropolit ano de Belo Horizont e e apr esent am sob sua j ur isdição o t ot al de 39 m un icípios subdiv ididos em 05 m icr or regiões: Belo Horizont e, Bet im , Cont agem , I t abirit o e Vespasiano. O t ot al de t rabalhadores da GRS/ BH- Gerência Regional de Saúde- Belo Horizont e, no ano de 2009 era cer ca de 380 t rabalhador es.

No caso da GRS- BH, as pr incipais t ar efas de t r abalh o são adm inist r at iv as, r ealizadas por m eio de com unicação int er na v ia m em or andos com obj et ivo de solicit ar , or ient ar ou esclarecer as at iv idades de im plant ação das polít icas públicas ent r e os difer ent es set or es. A com unicação ext er na é feit a por ofícios que são r epassados aos m unicípios, a fim de acom panhar a ex ecução das polít icas pr opost as pelo nív el feder al. Out r a t arefa de t r abalho r ot ineir a dos funcionár ios é a de organização de ev ent os de educação cont inuada das r efer ências t écnicas ou de t roca de ex periências sobr e a im plant ação das polít icas ent r e os m u nicípios.

3 .3 - Le v a n t a m e n t o dos da dos

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par t icipant e definida por MI NAYO ( 1996 ) com o “ um processo qu e é const ruído du plam ent e ent r e e pelo( s) pesquisador( es) e os at or es sociais” .

Out ra for m a de colher os dados foi durant e as ent r ev ist as em pr ofundidade sem i est ru tu radas r ealizadas após a in t erv enção com cada funcionár io. ALMEI DA ( 2008) considera “ a ent rev ist a com o um encont ro int er pessoal no qual é incluída a subj et iv idade dos pr ot agonist as, podendo se const r uir um m om ent o de const r ução de um novo conhecim ent o, nos lim it es da r epr esent at ividade da fala e na busca de um a hor izont alidade nas r elações de poder ” .

A in t erv enção pr opost a in iciou- se com a for m alização de um a declar ação de anu ência e t er m o de com pr om isso assinado pelo Subsecr et ár io de Vigilância em Saúde da I nst it uição.

O Conv it e in st it ucional par a a part icipação dos funcionár ios na Oficina foi r ealizado pela Assessoria de Pr om oção da Saúde, set or r espon sáv el pelas ações de prom oção da saúde da inst it uição, dur ant e os m eses de agost o e set em bro do an o de 2009.

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que foram inscr it os via e- m ail in st it ucional. O convit e par a a par t icipação na oficina, divulgado na in t r anet est á abaix o apr esent ado:

Oficina de Promoção da Saúde

PÚBLICO- PRIORITÁRIO

Funcionários da SES-MG, efetivos que tenham o interesse de desenvolver seus conhecimentos sobre Promoção da Saúde. O número máximo de vagas da Oficina será de até 25 participantes. OBJETIVO GERAL (PROPÓSITO)

A oficina de Promoção da Saúde faz parte de uma pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Saúde Pública da USP. O objetivo é socializar conhecimentos sobre empoderamento e participação, além de experenciar o corpo, por meio do movimentos e de reflexão. Além disso, sensibilizar os funcionários da instituição a re-significarem seus processos de trabalho, como uma estratégia de promoção da saúde.

NOME DO EVENTO

Oficina de Promoção da Saúde FICHA DE INSCRIÇÃO

Nome:_____________________________________________ Data de Nascimento:__/__/__

Setor que trabalha: _____________________________________________________ Trabalhos desenvolvidos que tenham interface com a Promoção da Saúde:

_____________________________________________________________________________ ______________________________________________________________

Breve relato sobre a intenção de participar da Oficina de Promoção da Saúde:

_____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________

As oficinas de Prom oção da Saú de ocorr er am no am bient e de t rabalho ao longo de oit o encont ros com o gr upo de funcionár ios ent r e os m eses de set em br o a novem br o de ano de 2009. Segundo Ent re os dez inscrit os, qu at ro par t icipant es est iv er am present es em t odos os encont r os. A ausência do rest ant e foi j ust ificada por não ser em liber ados pelas suas chefias im ediat as ou por não conseguir em conciliar a part icipação com suas at ividades cot idianas de t rabalho.

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ínt egr a. Os t ex t os passaram por pequenas cor r eções linguíst icas, por ém , não per der am o car át er espont âneo das falas e das per cepções.

As at iv idades das oficin as for am desenv olvidas j unt am ent e com os t r abalhador es no pr ópr io am bient e de t r abalho. Essas at iv idades t iv eram com o foco o desenv olv im ent o das habilidades pessoais, um dos cam pos de at uação da Pr om oção da Saúde. O conceit o ut ilizado sobr e oficinas foi o de aut or ia de CHI ESA e WESTPHAL ( 199 5) no qu al as oficinas são apresent adas com o espaços de r eflex ão e discussão de v iv ências, per m it indo a ident ificação de t em as fundam ent ais par a m elh or com pr eender o pr oblem a em pau t a. Refor ça ain da que o t r abalho das oficinas gera um a possibilidade de conj u gar a reflex ão e a ação e f acilit a o em ergir de nov os conhecim ent os.

A est r ut ur a das at iv idades ut ilizada em t odos os encont r os foi a de apr esent ação t eór ica de um t em a r elacionado à Pr om oção da Saúde, o desenvolv im ent o das pr át icas cor por ais e os m om ent os de r eflexões sobre t odas as ex periências v iv idas.

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3 .4 - En t r e v ist a s e m p r of u n d ida de r e a liz a da s a pós o pr oce sso da in t e r v e n çã o.

Após o desenv olvim ent o da in terv enção, ent r ev ist as em pr ofundidade for am realizadas com cada par t icipant e, a fim de capt ar alguns pont os consider ados im port an tes após a part icipação das oficinas, t ais com o: as possíveis m udanças no am bient e de t r abalho, a im por t ância do desenvolvim en to de um a pr opost a com o a que foi r ealizada, suas possibilidades e lim it es, além das r elações de poder ex ist ent es no am bient e de t rabalho.

Ressalt am os que as ent revist as em pr ofundidade foram r ealizadas ent r e 6 a 8 m eses após as oficinas, com o int uit o de av aliar o que de fat o t eria sido absor vido da par t icipação nas oficinas pelos ser v idor es públicos.

A ent r evist a buscou capt urar dos par t icipant es o ent endim ent o sobre as possív eis m udanças no am bient e de t r abalho ocor r idas após a int er v enção. Além disso, ou t r o aspecto que se buscou com pr eender foi a im por t ância at r ibuída por cada part icipant e no desenvolv im ent o de int er v en ções com o a que foi pr opost a no am bient e de t r abalho dos ser v idos públicos.

Foram ut ilizadas as seguint es quest ões nor t eador as para desencadear as conver sas:

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b) Pensando nas oficinas: o que dessa v iv ência ( de pr át ica cor por al e r eflex ões decor ren t es) r eper cut iu na sua com pr eensão do am bient e de t r abalho, na sua r elação com esse espaço físico, social e psicológico? Por quê?

c) Dur ant e a int er v enção, v ocê ex pr essou a im por t ância desse t ipo de propost a no am bient e de t rabalho. Hoj e isso ainda faz sent ido par a você? Por quê?

d) Você acha possív el desenv olv er um a pr opost a per m anent e de qualidade de v ida n o am bient e de t r abalho? Quais são as possibilidades e as lim it ações?

e) Com o consider ar as “ r elações de poder” qu e apar eceram na int erv enção realizada e que sem pr e est ão present es, m esm o que não de form a ex plícit a?

3 .5 - Tra t a m e n t o e in t e rp r e t a çã o dos da dos

I nicialm ent e, t odo o m at er ial colhido dur ant e as oficinas foi t ranscr it o, t ot alizan do 960 m inut os de v ídeos. A cor reção das t ranscr ições foi r ealizada para facilit ar o entendim ent o do m at er ial.

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Após a r ealização das ent rev ist as em pr ofundidade, t odas as nar r at iv as das oficinas e das ent r ev ist as com puseram a análise do discur so.

Consider ando a nat ur eza or al dos dados colet ados nessa pesquisa, opt am os por ut ilizar a análise de discur so que segundo ROCHA ( 2003) consider a o significado, o efeit o e a const it uição dos sen t idos do que é dit o e pr incipalm ent e o v iv enciado. A língua é consider ada com o a r ealidade social e a fala com o r ealidade indiv idual. Há, por ém , a possibilidade de concr et ização dos elem ent os não–v er bais, viv enciados dur ant e o período da par t icipação nas oficinas.

3 .6 - Aspe ct os Ét icos

Os part icipant es do est u do r eceber am no pr im eir o encont r o o Ter m o de Consent im ent o Liv r e e Esclarecido, sendo lido par a t odos. Os part icipant es, m ediant e ex plicação dos obj et ivos do est udo, aceit ar am ser infor m ant es com garant ido sigilo das infor m ações de nom e. Par a t an to, foi ut ilizado u m núm ero par a ident ificá- los, além da liber dade que cada um t er ia de desist ir , a qualquer m om en to, da pesquisa.

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4 - RESULTAD OS E DI SCUSSÃO

Por t r at ar- se de um a pesquisa qualit at iv a que ut ilizou um conj u nt o de t écnicas, pode- se consider ar que t odo o pr ocesso v iv ido, da elabor ação das oficinas à sua sist em at ização, até as ent r ev ist as em pr ofundidade r ealizadas post erior m ent e, fazem part e dos r esult ados desse est udo.

4 .1 - Ca r a ct e r iz a çã o dos suj e it os no m om e n t o d a in t e r v e n çã o.

Ent ende- se com o ser viço público, segundo CHANLAT ( 1996) , o m odo de gest ão t ecnobur ocr át ico, no qual se encont r a: fort e hier ar quia, div isão do t rabalho par celada, pr esença de nor m as e padr ões for m ais, gran de im por t ância at r ibuída aos especialist as, can ais de com unicação ent re os difer ent es nív eis hier ár quicos inexist ent es ou pr ecár ios, cent r alização do poder , fr aca aut onom ia par a os car gos hier ar quicam ent e infer ior es, lim it ação na ex pressão. A ação hum ana nest e t ipo de or ganização é bast ant e lim it ada pelas nor m as ex ist ent es, ficando o t r abalhador im pedido, m uit as vezes, de r espon der às dem andas ou sit uações inesperadas, qu e não for am pr ev ist as. Essas sit uações acont ecem a t odo m om ent o num a inst it uição pública, ficando o t r abalh ador com a sensação de im possibilidade de cum pr ir t odas as t ar efas diárias que for am or ganizadas par a ser em desenv olv idas.

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m ediante inv est idur a legal. São t odas as pessoas legalm ent e aut or izadas a agir em nom e do Poder Público, nas m ais div ersas sit uações e exer cendo as m ais div er sas at r ibuições. Dent re os gr upos conhecidos com o agent e pú blicos, podem os dest acar os serv idor es públicos que são os que t rabalham par a a adm inist r ação pública em car át er pr ofissional, não ev ent ual, sob v ínculo de subor dinação e depen dência, r ecebendo r em un eração paga diret am ent e pelos cofr es públicos.

No Br asil, o set or público de saúde é regido pela Lei nº 8080/ 90 que est abelece o Sist em a Único de Saúde- SUS com o

“ o

conj u nt o de ações e serv iços de saúde, pr est ados por órgãos e inst it uições públicas feder ais, estaduais e m unicipais, da adm inist r ação diret a e indiret a e das fundações m ant idas pelo Poder Público” .

Com pete ao nív el est adual desem penhar difer ent es funções, com o as descr it as no Ar tigo 17 da r efer ida Lei:

“ I - prom over a descent ralização, para os Municípios, dos serviços e das ações de saúde;

I I - acom panhar, cont rolar e avaliar as redes hierarquizadas do

Sist em a Único de Saúde- SUS.

I I I - prest ar apoio t écnico e financeiro aos Municípios e execut ar suplet iv am ent e ações e serviços de saúde; ” ( BRASI L, 1990)

Imagem

Fig. 1 -  M apa  sobre a s qu e stõe s a borda do s no  e st udo.

Referências

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