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Comportamento de diversas plantas daninhas, de ocorrência comum no estado de São Paulo, em relação a duas espécies de nematóides das galhas: segunda parte.

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Academic year: 2017

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DE OCORRÊNCIA COMUM NO ESTADO DE SÃO PAULO , EM RELAÇ ÃO A DUAS ESPÉC IES DE NEMAT ÓIDES DAS GALHAS: SEGUNDA PARTE

L.C.C.B. FERRAZ 1 1

E S A L Q-U S P - P i r a c i c a b a -D e p a r t a me n t o de Zo o l ogi a .

RESU MO

Estudou -se o comportamento de dez espécies de plant as daninhas, comuns no Estado de São Paulo , quando o solo em que vegetavam foi inoculado com os nematóide s das galhas Meloi godyn e

java nica (raça 4) ou M. javanica. As

avaliações fora m feitas 50 dias após a inoculação dos parasitos , baseando-se nos números de galhas e ootecas presen tes nas raízes e nos valores de altura e de pesos secos da parte aérea e siste mas radicular es das plant as. Em relação às duas espécies de nematóide s, comportar am-se como muito resistent es Brachia ria plan tagi nea, Cenc hrus echi natu s, Digit aria hori zont alis e Eleu sine indi ca. Cassi a occi dent alis, Cassi a tora e Indi gofer a truxi llen sis

mostraram baixa suscetibi lidade enqua nto

Hypti s loph anta foi moderadamente

suscetível. Leono tis nepe taef olia foi

altamente suscetível e Echinochl oa colo num toler ante aos parasitos.

PALAVRAS-CHAVE: plantas daninhas hospedeiras; Meloidogyne.

SUMM ARY

The behaviour of ten different weed species belonging to Gramineae, Labíatae

and Leguminosae in relation to the root-knot

nematodes Meloidogyne incognita (race 4)

and M. javaníca was studied under

greenhouse conditions. Evaluations were carried out 50 days after nematode inoculations (28,000 eggs/plant) by means of gall andegg masses indexes observed in the root systems and through the determination of height and/or top dry weight of the plants.Branquiaria plantaginea, Cenchrus echinatus,Digitaria horizontalisand Eleusine indica were very unfavourable hosts for the

parasites, whereasCassia occidentalis, Cassia tora and Indigofera truxillensis showed low

suscetibility and Hyitis lophanta was

moderately susceptible.Leonotis nepetaefolia

was highly suscetible and Echinochloa colonumtolerant to the parasites.

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22 PLANT A DANINHA INTRO DUÇÃO

As plant as danin has podem ser vir de hospe deiros alter nativos a importan tes fitonemat óides assegurando-lhes a sobre-vivência e reproduçã o em suas raízes, o que limita a efici ência de certa s medid as de controle, como a rotação de culturas.

No Brasil, já existem diversos relat os de associações entre plantas danin has e nematóides fitopara sitos, parti cular mente os perte ncentes ao gêner o Meloi dogy ne

(nematóides das galhas), sumarizad os por Ferraz et al.(1983).

O presente trabalho represent a a segunda parte de um estud o conduzido pelo autor sobre o comporta mento de viria s plantas daninhas, comun s nos solos paulistas , em relação as espécies

Meloi dogy ne inco gnit a (raça 4) e M. java nica, verif icando-se, como na prime ira

parte (Ferraz, 1985) , os graus de infes tação dos parasitos e sua possí vel interferê ncia no crescimen to das plantas.

MATE RIAL E MÉTO DOS

As plantas daninha sutilizadas no trabalho foram as seguintes, apresentadas segundo a posição sistemática e nomes populares propostos por Lorenzi (1982): Graminea -Branchiaria plantaginea (Link.) Hitch.

(capim-marmelada), Cenchrus echinatus L.

(capim-carrapicho), Digitaria horizontalis

Willd. (capim-colchão), Echinochloa colonum

Link. (capim - arroz) e Eleusine indica (L.)

Gaertn. (capim pé-de-galinha); Labiatae Hyptis lophantaMart. ex Benth. (fazendeiro) e Leonotis nepetaefolia (L.) R. Br.

(cordão-de-frade); Leguminosae - Cassia occidentalis L.

(fedegoso), Cassia tora L. (fedego so) e Indigofera truxillensisH.B. K. (anileira).

O delineamento experimental e as metodologias referentes às inoculações dos nematóídes, avaliações das infestações e analise do comportamento das plantas ora testadas foram semelhantes aos adotados e descritos na primeira parte do estudo (Ferraz, 1985).

No presente trabalho foram calculados os coeficientes de correlação entre os valores atribuídos às plantas daninhas pelos 3 métodos de avaliação do grau de infestação das raízes utilizadas, ou seja, número de galhas (método 1) x número de ootecas (método 3) e porcentagem do sistema radicular ocupado por galhas (método 2) x número de ootecas (método 3). Para tanto, consideraram-se as dez espécies de plantas ora analisadas e também as dez incluídas na primeira parte do estudo.

RESU LTADO S E DISCU SSÃO

Os resultados obtidos (valores médios de 7 repetições) para grau de infestação dos sistema s radiculares pelos 3 métodos de avaliaço, pesos secos da parte aérea e~das raízes, altura das plantas e número de larvas por 10 g de raízes estão apresen tados no Quadro 1.

Observa-se que ocorreram desde plantas daninhas altament e suscetíveis até muito resistentes, além de uma espécie tolerante.

Entr e as gramíneas estudad as, todas most raram alta resistênci a aos nema tóides, exce to o capi m-arroz.

O ca pi m -ca rr ap ic ho (C . ec hi na -tu s) mo st ro u-se ho sp ed ei ro to ta l

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24 PLANT A DANINHA não se encontrando nenhuma ooteca e

apen as raras galh as nos sistema s radiculares inoculados .

Os capins colchão (D. hori zont ali s L)

e pé-de -galinha (El eus ine ind ica ) sofreram

infestaçõe s muit o leve s das duas espécies de nema tóides, obse rvando -se galh as esparsas e ootecas ocasionais. As galhas só eram bem visí veis ao estereoscópio e em seu interior ocor riam gera lmente larvas infestantes ou parasitas ("salsichas"). As

pou cas fêmeas madu ras enco ntradas estavam com a maior parte do corpo expo sta fora das raízes. Não ocor reram diferenças entre as plantas dos diferentes tratame ntos em relação ao cresci mento e os núme ros de larvas determi nado s por 10 g de raí zes em ambas as espéc ies foram muit o baixos, cons iderando-se os dois capins como hosp edeiros desfavorá veis aos parasitos inoculados .

O capim-marmela da (B. pla nta gin ea)

tamb ém sofreu infestaçõe s leve s ou muit o leve s, enco ntrando -se-algu mas galh as

esparsas e apen as duas ootecas, for madas por M. jav ani ca. As galhas e as fême as

obse rvadas tinham as mesm as características já menc ionadas para os ca-pins colchao e pé-de-galinha. Como não ocor reram diferenças entre os tratame ntos quan to ao cresci ment o das plantas, cons iderou-se tam bém o capim -marmela da como muit o resistente ou desfavo rá vel aos nemató ides em estudo. Comp ortamen to seme lhante foi verificado por An tonio & Dall'Agno l (1983) em experime nto

cond uzido no Estado do Paraná. No entanto, Zem & Lord ello (1976) tiveram a opor tunida de de observa r investação seve ra de M. inc ogni ta e M. jav ani ca em

raí zes da gramínea em ques tão, durante exame de amostras procede n tes de Amam baí (MT), docu mentando o relato com fotografi as. Os

siste-mas radicular es paras itados exibiam áreas necrótica s e galhas muito evidentes na região apical das radicelas , sinto mas não observados no presente trabalho e no de Antonio & Dall'Agnol. Entre as possí veis

explicações para a discrepância apont ada pode-se lembrar a exist ência de raças , com diferente s c cír culos de hospe deir os, dentro das espécies de nematóides das galhas, ou especular sobre uma alter ação no comportamento da planta daninha, no caso do material severamen te infestado, com quebr a de resis tência provocada pela ocorrência de temperaturas muito elevadas no ambiente. Vale acrescentar, na ausência de outros registros de meloidoginose em B. plantaginea, que Ponte et al. (1982) estudaram o comportamento de quatro outras espécies de Brachiaria em relaç ão a

M. inco gnita eM. java nica considerando-as

praticame nte imune s a esses nemat óides. Em vista do expos to, opina o autor por confirmar, pelo menos por ora, o capim-marmelada como hospe deiro desfavorável aos parasitos inoculados, considera ndo o relat o de Zem & Lorde l lo suficient emente impor tante para justificar o prosseguimento das obser vações até o esclareci mento de-finit ivo do assunto.

Nas raízes do capim-arroz (E. colo num), ao contrário das demais

gramíneas, encontram-se numer osas galhas e ootecas, o que pode ser verificad o através das notas atribuídas pelos métod os 1 e 3. Entretanto, como nos capins anteriore s, as galhas forma das no capim-arro z

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in-feriores às do método 1. Os números de ovos e larvas obtidos por 10g de raízes mostraram ter ocorrido intensa infestação e aumento populacional dos parasitos. Como não se observaram diferenças significativas no crescimento das plantas, o capim-arroz foi considera do tolerante aos nematóides inoculados, atuando como hospedeiro fa-vorável e suportando bem seus ataques, ainda que severos. Relatos de meloidoginose em E. colum eram conheci dos do Sudão

(Yassin & Zeidan, 1982) e Zimbabwe (Martin, 1958), sendo as infestações modera das e caracterizadas pela presença de minúsculos engrossamentos radiculares.

O fazendeiro, H. lophan ta foi

parasitado pelas duas espécies de

nematóides, observando-sevariação nos graus de infestação das raízes em função dos diferentes métodos de avaliação e predomi nância de ataques conside rados moderados. As galhas eram bem visíveis e as ootecas externas. Não ocorreram diferenças relativamente ao crescimento das plantas, ficando os sintomas da meloidoginose restrit os aos sistemas radiculares. A planta daninha em pauta foi considerada moderadamente suscetível aos nematóides, isto é, hospedeiro capaz de assegurar, alternativamente, a sobre-vivênci a dos nematóides na área, sem concorrer decisivamente ao aumento de suas populações.

O exame dos sistema s radiculares de L. nepetaf olia, o cordã o de-frade, mostrou ter

ocorrido intenso parasitismo de ambos os nematóides, preponderando infestações tidas como severas pelo método 1 e muito severas pelo método 2. As galhas eram muito evident es e ocorriam também nas raízes mais grossas , ocupando a maior parte dos sistema s radiculares. As

oote-cas eram exter nas e internas,e, embora menos numer osas que as ga lhas, suficient es para evidenciar a suscetibi lidade do hospe deiro . As plantas do tratament o teste munha apresentaram o maior crescimen to, diferindo significativament e das inoculadas na altur a e pesos secos da parte aérea e raíz es. As plantas inoculadas com M. incó gnit a sofreram a maior

reduçã o, mostr ando-se significativament e menores que as inoculadas com M. java ni-ca. Assim, o cordão-de-frade foi

considerado altamente suscetíve l a

M.ínco gnit a. No caso de M. java nica ,

embora se evidenciasse bem a suscetibi lidade ao parasitismo, os danos não foram drást icos, poden do provavelmente comportar -se como toler ante em situa ções de infesta ção menos intensa. E n t r e a s l e g u m i n o s a s t e s t a d a s , as duas espécies de fedegoso (C. occi dent alis e C. tora ) mostraram as raíz es com

infestaçõ es predomina nteme nte leves e ocasionalment e moder adas. As galhas eram peque nas e visíveis, a olho nú, com certa dific uldade. Quando ocorriam ootecas externas, as galhas apre sentavam o dobro do taman ho nor mal. As plant as dos 3 tratamentos não diferiram signifi-cativamente quanto ao crescimen to, mostr ando -se vigor osas e livre s de sintomas de meloi doginose na parte aérea. Ambas as espécies fora m considera das hospe deiros de baixa suscetibilidade, tendo interesse muito re duzido quand o comparadas a outros mais favoráveis.

Finalment e a anileira, I. trux ille nsis ,

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diferen-26 PLANT A DANINHA ças em relação ao crescimento das plantas e a

leguminosa em questão foi, a exemplo das anteriores, considerada hospedeiro de baixa suscetibilidade aos parasitos inoculados.

A eliminação de plantas daninhas consideradas tolerantes, como o capim-arroz, constitui etapa indispensável na elaboração de programas criteriosos de controle de

Meloidogyne spp., principalmente através de

medidas culturais. Cuidados especiais são também recomendados em relação ao cordão-de-frade e ao fazendeiro, sempre que esta última espécie ocorrer em alta densidade populacional na área. As demais plantas daninhas testadas constituem hospedeiros pouco favoráveis ou altamente desfavoráveis aos parasitos, não contribuindo para aumentos em seus níveis populacionais.

Com relação aos três métodos de avaliação do grau deinfesta ção utilizados, praticamente se equivaleram na determinação da suscetibilidade das plantas daninhas aos nematóides inoculados, conforme indicado pelos altos coeficientes de correlação obtidos. Assim, os coeficientes (R) para as correlações entre os métodos 1 (número de galhas) e 3 (número de ootecas) para M. incognita e M. javanica foram respectivamente 0,857 e 0,862,

ambos altamente significativos. Para as correlações entre os métodos 2 (porcentagem do sistema radicular ocupada por galhas) e 3 (número de ootecas) obtiveram-se os valores 0,721 e 0,724, respectivamente para M.

incognita e

M. javanica, também significativos.

Esses resultados, referentes às correlações entre os métodos 1 e 3, concordam com os obtidos por Antonio & Dall'Agnol (1983) em estudo da mesma natureza. Os

coefici-entes deter minados para a correla ção entre os métodos 2 e 3, embo ra significativos, fora m inferiore s aos obtid os no caso dos méto dos 1 e 3, muito prova velme nte devido as dific uldades na visualização e/ou caracteri zaçã o das galhas nas raízes de algumas espécies danin has, como a trapoeraba e o capim-arro z, por exemplo.

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