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Aplicação em pré-colheita, de dessecante em duas cultivares de soja (Glycine max (L.) Merril) I - Efeitos imediatos sobre a germinação e produção de sementes

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Academic year: 2017

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(1)

PLANTA DANINHA III (2), 116 -121, 1980

AP LI CA ÇÃ O EM PR É -CO LH EI TA , DE DE SS EC AN TE

EM DUAS CULTIVARES DE SOJA

(Glycine max (L.)

Merril)

II — EFEITOS SOBRE A INCIDÊNCIA DE FUNGOS NAS

SEMENTES.

J.C. DURIGAN*eN.M. CARVALHO**

* Prof. da Disciplina de Herbicidas e Plantas Da-ninhas da FCAV de Jaboticabal-UNESP

** Pro f. da Disciplina de Tecnologia de sementes da FCAV de Jaboticabal-UNESP.

Parte da dissertação do primeiro autor para obtenção do grau de Mestre em Ciências, pela UNESP.

RESUMO

Plantas de soja das cultiva res Santa Rosa e IAC -2 foram tratadas, em difere ntes épo cas após o início d o flo re scime nto , co m o de sse cante paraquat na dose de 2 l/ha do produto comercial.

Objetivou - se avaliar os possíveis efeitos sobre a infecção de sementes por microorganismos pre-judiciais a sua qualidade.

As aplicações do produto foram feitas sema-nalmente a partir dos 72 e 75 dias após o início do fl ore scime nto, para as cultiva res IAC -2 e Santa Rosa. respectivamente (teores de umidade das sementes de 56,8 e 57,5%). Para todas as épocas tra tadas, ex ist iam as suas respe ctivas comparações que não receberam o produto.

As tes tem unhas foram colhidas segui ndo -se os critérios usuais dos agricultores que trabalham com soja, aos 100 e 103 dias após o inicio do flores-cime nto , re sp ectiva me nte p ara as cu ltiva re s IAC-2 e Santa Rosa.

A incidência de fungo s prejudiciais à qualida de das semente s foi se mpre menor para as par -celas que receberam desse camento e au men tou com o retard ame nto da colhe ita, princ ipa lme nte nas parcelas não tratadas.

PALAVRAS CHAVE: Dessecante, fungos, se-mentes, soja.

SUMMARY

The plant desiccant paraquat was applied on soybean plants at different stages of development 1972 and 75 days after flowering, weekly) and the harvested seeds examined as to fungus incidence.

The data showed that the incidence of seed deteriorating fungi was always lower in the treated plots and increased when the harvest was delayed, mainly in the untreated plots.

KEY WORDS: desiccant, fungi, seeds, soybean.

INTRODUÇÃO

O cult ivo da soja, que na anti guid

a-de

er a

re al iz ad o

pe lo s

po vo s

or ie ntais, sofreu um grande incremento

no começ o deste sécul o, expan dindo - se

para outras regiões do mundo, nas mais

variadas condições de clima e solo.

(2)

APLICAÇÃO DE DESSECANTE EM CULTIVARES DE SOJA – II 117

altas temperaturas e intensas

precipi-taç ões plu viomé tri cas, o ret ard ament o

na retirada do produto do campo pode

levar a sérias perdas tanto na sua

quan-tidade como na sua qualidade.

A ap li ca çã o de um pr od ut o de ss e

cant e por épo ca da ma turidad e fisioló

-gica (teor de umidade ao redor de 50%),

seg undo Andr ews, (1); Jac into & Carv

a-lho (13), além de facilitar e antecipar a

colheita, minimiza a exposição das

se-mentes de soja, aos fatores que podem

reduzir sua viabilidade, favorecendo a

deterioração.

O efeito do dessecamento sobre a

incidência de patógenos nas sementes a

serem colhidas, também deve ser

estu-dado, pois muitas vezes tal tratamento

pod e elimin ar as con di çõe s fa vo ráv eis

ao

desenvolvimento

de

determinadas

doenças. Na cultura da mamoneira, a

de ssecação po de ser cog it ada com o

uma das ferramentas para a diminuição

da in ci dê nc ia do "m of o ci nz en to " (B

o-try tis cin ere a).

que é alt ame nte pre jud

i-cial à produção (14).

Na cultura da batatinha, aplicações

de dessecantes como o diquat, ácido

sulfúrico e clorato de sódio,

proporcio-naram menor potencial de inóculo para

os tubérculos. constantando-se menor

pod rid ão de

Pho ma exi gua

var.

fo vea ta

em pla nt as tr at ada s ant es da col heit a

(15 ). Menor incidência de vírus também

já foi constatada em plantas cujas

bata-tas eram provenientes de clones

desse-cados anteriormente ( 16 ).

Objetivou-se neste trabalho,

deter-minar o efeito do dessecamento, em

di-ferentes épocas após o inicio do

floresci-mento, sobre a incidência de fungos nas

sementes

de

duas cultivares de soja.

MATERIAIS E MÉTODOS

As cul tivares uti lizadas nos ens aios foram a Santa Rosa (crescimento determinado) e IAC- 2 (crescimento indeterminado). O delineamento ex-perime ntal adotado foi o de blocos ao acaso, com 9 tratamentos e 4 repetições.

Os tratamentos constaram de aplicações do produto dessecante, semanalmente. a partir dos pr im eir os 72 e 75 di as ap ós in ic ia do o fl or esc imento para as cultivares IAC-2 e Santa Rosa, respe ct ivam en te . Ta is ép oc as fo ram es tabe le cida s em função dos teores de umidade dos grãos, que est av am ao re do r de 56 ,8% pa ra Sa nt a Ro sa e 57.5% para IAC-2. Cada tratamento semanal teve sua respectiva comparação (não tra tado). e além disso houve a testemunha geral ou seja, aquele tratamento no qual as plantas foram colhidas obedecendo-se o critério usual dos agricultores.

O produto usado foi o paraquat* (1. 1' dimetil-4,4' bipiridilium-ion 20%, na dose de 2.0 litros de produto comercial por hectare.

Em cada placa de Petri, cujo fundo havia sido ante rio rme nte fo rrado com trés unid ad es de pap el de fil tro do mesmo tamanho. foram coloca-das vinte e cinco sementes bem distribuicoloca-das. Para cada tra tame nto foram fe itas quatro repe tições com cin quent a seme nt es ca da uni a. ou seja , foram necessárias duas placas por repetição.

Tanto as placas quanto a água usada para umidecer os papéis de filtro, foram previamente est eri li za da s. As se me nt es fo ra m de po si ta da s dentro das placas usando-se da melhor técnica de assepsia possível, além de todo processo ter ocor-rido em condições de câmara asséptica.

O te ste te ve du ração de sete dias e du rante esse tempo alternaram-se doze horas de escuro e do ze horas de luz a uma altura de 50 centi me-tros). fazendo-se as identificações dos fungos exis-tentes, nó último dia. Todas as sementes de cada placa foram observadas e. quando não foi possível a identificação visual do gênero do fungo através da sua frutificação. procedia-se a preparação de lâminas e observação em microscópio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se, através dos dados do

Quadro 1 que a incidência dos

microor-ganismos aumentou com o atraso na

co lh eita , e de ma ne ir a mu it o mais ev

i-dente para as parcelas que não foram

dessecadas.

(3)

118 J.C. DURIGAN & N.M. CARVALHO

QUADRO 1. Número de sementes infectadas por 50 sementes e porcentagem de infecção, de plantas artificialmente dessecadas ou não com paraquat, em diferentes épocas após o início do florescimento, nas cultivares Santa Rosa e IAC-2.

Tod os os tip os de fun gos ide nti fic

a-dos podem trazer prejuízos à qualidade

das sementes através das lesões e do

a p o d r e c i m e n t o q u e c a u s a m . A l é m

disso, os gêneros

Phomopsis,

Colletotri-chum

e

Fusarium

são patógenos que

podem

ser

transmitidos

através

das

sementes, para as plantas delas

prove-nientes.

Os gêneros iden tifica dos no presen te

tra balh o foram tam bém

enc ontr ados

em sementes de soja por Bolkan èt

al.

(2)

e Fulco

et al. (9).

Vários autores já concluiram que as

sementes mais atingidas pelo ataque de

mi cr oo rg a ni sm os se mp re g er mi n am

meno s e que uma das principais razõ es

do aumento de infecção de sementes é o

atraso da colheita em relação à época

normal (4, 7, 8, 9, 11, 18, 20, 21, 22, 23,

24) . Tam bém , El lis

et al.

(7) e Pas chal

(19) identificaram, além disso, um forte

c o m p o n e n t e v a r i e t a l i n f l u i n d o n a

in te ns id ad e de co nt am in aç ão fú ng ic a

das sementes. Nesse sentido, inclusive,

constatou-se que a cultivar Santa Rosa

sempre mostrou-se mais suscetível ao

ataque de fungos que a IAC-2, em todos

os tratamentos realizados, com

porcen-tagem de infecção total sempre maior.

A di fer en ça de sens ib ilid ade da

cu lt iv ar Sant a Ro sa em re la çã o às

ou-tr as cu lt iv ar es ta mb ém já foi de mo

ns-trada por Dhingra

et al. (6).

Estes

auto-res

encontraram

nela,

uma

maior

porcentagem de infecção de

Phomopsis

sojae, Cercospora Kikuchii

e

Fusarium

semitectum,

do que nas cultivares

UFV-2, UFV-72-3 e UFV-72-4.

(4)
(5)
(6)

Referências

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