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Estudo do potencial da técnica de nanossísmica para o monitoramento de hidrofraturamento em reservatórios de hidrocarbonetos

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PROGRAMA DE PESQUISA

E P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM GEODIN ˆAMICA E GEOF´ISICA

DISSERTAC

¸ ˜

AO DE MESTRADO

ESTUDO DO POTENCIAL DA T´

ECNICA DE NANOSS´ISMICA

PARA O MONITORAMENTO DE HIDROFRATURAMENTO

EM RESERVAT ´

ORIOS DE HIDROCARBONETOS

Autor:

Aline Gomes da Silva

Orientador:

DR. ADERSON FARIAS DO NASCIMENTO

Disserta¸c˜ao no

90 / P P GG

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIˆENCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PESQUISA E P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM GEODIN ˆAMICA E GEOF´ISICA

DISSERTAC

¸ ˜

AO DE MESTRADO

ESTUDO DO POTENCIAL DA T´

ECNICA DE NANOSS´ISMICA

PARA O MONITORAMENTO DE HIDROFRATURAMENTO

EM RESERVAT ´

ORIOS DE HIDROCARBONETOS

Autor:

Aline Gomes da Silva

Disserta¸c˜ao apresentada `a Uni-versidade Federal do Rio Grande do Norte como requesito `a obten¸c˜ao do grau de MESTRE em Geof´ısica.

Comiss˜ao Examinadora:

Dr. Aderson Farias do Nascimento (Orientador) Dr. Marcelo Sousa de Assump¸c˜ao

Dr. Joaquim Mendes Ferreira

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Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. ii

AGRADECIMENTOS

Antes de agradecer a todas as pessoas e institui¸c˜oes que contribuiram para a realiza¸c˜ao desse trabalho, agrade¸co a Deus. Sem Ele, nada disso seria poss´ıvel. Agora, agrade¸co:

Ao professores Dr. Aderson Farias do Nascimento e Dr. M´ario Koechi Takeya, orientador e coloborador, por terem acreditado em mim, pelo acompanhamento prestado no decorrer da elabora¸c˜ao desta disserta¸c˜ao.

Ao professor Dr. George Sand Le˜ao Ara´ujo de Fran¸ca, principalmente, pela paciˆencia em responder minhas d´uvidas.

Aos professores do DFTE e do DGEF, em especial, Dory H´elio, Nilson Sena e Walter Medeiros, por terem contribu´ıdo na minha forma¸c˜ao acadˆemica.

Ao programa PET-F´ısica, tamb´em pela forma¸c˜ao acadˆemica.

Aos funcion´arios do DFTE, DGEF, DG e PPGG.

Aos t´ecnicos do Laborat´orio Sismol´ogico da UFRN Carlos dos Anjos e Eduardo Alexan-dre, pela receptividade, amizade e por estarem sempre dispostos a ajudar.

Aos colegas de sala do PPGG, Heleno Carlos, Bonnie Ives, Irenaldo Pessoa, Fl´avio Lemos, Paulo Henrique, Rosana Nascimento e Paulo Duarte, pelo companheirismo e momentos de descontra¸c˜ao.

Ao PPGG, pelos recursos materiais.

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pelo apoio financeiro.

Ao Projeto “Determina¸c˜ao de Geometria de Fratura atrav´es de Microssismicidade In-duzida: MICROSIS”. FUNPEC-CENPES-PETROBRAS.

`

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Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. iv

RESUMO

O fraturamento hidr´aulico consiste em injetar um fluido pressurizado na forma¸c˜ao em volta do po¸co produtor a fim de criar novos caminhos para o hidrocarboneto fluir. A inje¸c˜ao de fluido em reservat´orio de hidrocarboneto durante o processo de fraturamento hidr´aulico induz eventos micross´ısmicos. Medir a eficiˆencia dessa estimula¸c˜ao do reservat´orio pode ser feita, de forma indireta, identificando os locais afetados atrav´es da localiza¸c˜ao dos mi-crossismos induzidos. Mas hoje, isso tem um custo elevado por que o sistema de aquisi¸c˜ao e interpreta¸c˜ao de dados no monitoramento s´ısmico s´o funciona bem em ambientes onde a raz˜ao sinal-ru´ıdo ´e consideravelmente alta, implicando na necessidade de acoplar sensores em po¸cos de observa¸c˜ao a uma mesma profundidade do fraturamento. Nesse trabalho, propo-mos a aplica¸c˜ao de um novo m´etodo de registro e localiza¸c˜ao de microssispropo-mos, o m´etodo nanoss´ısmico (Joswig, 2006). O m´etodo consiste em um monitoramento cont´ınuo no tempo, deixando o usu´ario distinguir ru´ıdos e eventos s´ısmicos atrav´es da an´alise do conte´udo espec-tral do sinal. O programa de an´alise do m´etodo, HypoLine, permite a localiza¸c˜ao de eventos sem fases clara de onda P e S. Dessa forma, pode-se identificar e localizar eventos de raz˜ao sinal - ru´ıdo de at´e 0 dB. Essa ´e a principal vantagem do m´etodo. Sua aplica¸c˜ao para detec-tar microssismos induzidos por inje¸c˜ao de fluido pode trazer grande retorno financeiro, caso n˜ao se tenha mais a necessidade de acoplar sensores a uma mesma profundidade do fratura-mento hidr´aulico. Neste trabalho, testes foram realizados, onde o tempo de origem do sinal e a localiza¸c˜ao da fonte eram conhecidos, a fim de conhecer a potencialidade do m´etodo para aplica¸c˜ao futura em monitoramento de fraturamentos hidr´aulico. Em um primeiro teste, fontes s´ısmicas (simuladas com fogos de artif´ıcios) foram localizadas a 28 m do sensor e magnitude −2.4 ≤ ML ≤ −1.6. Em um segundo teste, um monitoramento de canhoneios

em um po¸co de petr´oleo, fonte foi detectada e localizada a uma distˆancia do sensor de 861 mcom magnitude de−2.4ML. Dados obtidos nestes testes permite dizer que o m´etodo tem

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ABSTRACT

Hydraulic fracturing is an operation in which pressurised fluid is injected in the geological formation surrounding the producing well to create new permeable paths for hydrocarbons. The injection of such fluids in the reservoir induces seismic events. The measurement of this reservoir stimulation can be made by location these induced microseismic events. How-ever, microseismic monitoring is an expensive operation because the acquisition and data interpretation system using in this monitoring rely on high signal-to-noise ratios (SNR). In general, the sensors are deployed in a monitoring well near the treated well and can make a microseismic monitoring quite an expensive operation. In this dissertation we propose the application of a new method for recording and location of microseismic events called nano-seismic monitoring (Joswig, 2006). In this new method, a continuous recording is performed and the interpreter can separate events from noise using sonograms. This new method also allows the location of seismic sources even when P and S phases onsets are not clear like in situations of 0 dB SNR. The clear technical advantage of this new method is also economi-cally advantageous since the sensors can potentially be installed on the surface rather than in observation well. In this dissertation field tests with controlled sources were made. In the first test small explosives using fire works at 28 m (slant distances) were detected yealding magnitudes between −2.4≤ ML ≤ −1.6 . In a second test, we monitored perforation shots

in a producing oilfield. In this second test, one perforation shot was located with slant distances of 861 m and magnitude −2,4 ML. Data from the tests allow us to say that the

method has potential to be used in the oil industry to monitor hydrofracture.

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´

Indice

AGRADECIMENTOS ii

RESUMO iv

ABSTRACT v

Lista de Figuras viii

1 Introdu¸c˜ao 1

2 Mecanismo de Sismicidade Induzida por Inje¸c˜ao de Fluido 6

2.1 Introdu¸c˜ao . . . 6

2.2 Mecanismo de ativa¸c˜ao de falha preexistentes . . . 6

2.3 Influˆencia da press˜ao de poro . . . 9

3 M´etodo Nanoss´ısmico 12 3.1 Introdu¸c˜ao . . . 12

3.2 Sistema de aquisi¸c˜ao de dados . . . 13

3.3 Identifica¸c˜ao dos eventos . . . 14

3.4 Localiza¸c˜ao dos eventos . . . 16

3.4.1 Localiza¸c˜ao absoluta . . . 16

3.4.2 Localiza¸c˜ao relativa . . . 22

3.5 Magnitude . . . 23

4 Aplica¸c˜oes com Dados de Campo 25 4.1 Introdu¸c˜ao . . . 25

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4.2 Teste I . . . 26

4.3 Procedimento para localiza¸c˜ao e determina¸c˜ao da magnitude de um evento com o programa HypoLine . . . 32

4.3.1 Localiza¸c˜ao . . . 32

4.3.2 Magnitude . . . 33

4.4 Teste II: Po¸co I . . . 43

4.5 Teste III: Po¸co II . . . 48

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Lista de Figuras

1.1 Esquema representativo da influˆencia do fraturamento hidr´aulico no reser-vat´orio. Do lado esquerdo da figura a representa¸c˜ao antes do fraturamento e do lado direito depois do fraturamento. . . 2 1.2 Endocarpo com resina. . . 2 1.3 Fraturamento hidr´aulico a uma profundidade h, induzindo microssismos. Na

esquerda o po¸co de inje¸c˜ao. Na direita o po¸co de observa¸c˜ao com os sensores dispostos verticalmente. h´e a profundidade de inje¸c˜ao do fluido exa distˆancia entre o po¸co de inje¸c˜ao e o po¸co de observa¸c˜ao. Em m´edia,x ´e 150 m. Mod-ificado do cartazMicroseismic Monitoring - GEOSPACE TECHNOLOGIES. 3 2.1 Modelo bidimensional de esfor¸cos cisalhante e normal a uma ruptura.

Modi-ficado de do Nascimento (1998). . . 7 2.2 C´ırculo de Mohr. Ele representa a rela¸c˜ao entre os esfor¸cos principais e os

esfor¸cos normal e de cisalhamento. Modificado de Rubbert e Rubey (1959). . 8 2.3 Envelope de Mohr-Coulomb e sua rela¸c˜ao com os esfor¸cos principais e os

esfor¸cos normal e de cisalhamento. Modificado de Lay & Wallace (1995). . . 9 2.4 Modelo bidimensional de esfor¸cos agindo sobre uma rocha com press˜ao de

porop. Modificado de do Nascimento (1998). . . 10

3.1 Seismic Navigation Systems (SNS). O triˆangulo verde, no centro, representa o sensor tri-axial e os triˆangulos vermelhos representam os sensores axiais. R ´e a distˆancia que separa o sensor tri-axial dos axiais. . . 13

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3.2 Janela do programa HypoLine (Sonograma). Na parte superior da janela, um intervalo selecionado de aproximadamente 3 segundos de um sismograma. Na parte inferior, o sonograma do intervalo selecionado. O eixo vertical ´e a frequˆencia do sinal na escala logar´ıtmica que vai de 7.8 Hz a 750.0 Hz, indicada no lado esquerdo da figura. . . 15 3.3 Intersec¸c˜ao das semi-esferas geradas portS−tP em cada uma das trˆes esta¸c˜oes

com o plano que cont´em o evento (Joswig, 2008). . . 16 3.4 Interse¸c˜ao entre o semi-hiperbol´oide e um plano paralelo a superf´ıcie (Joswig,

2008). . . 17 3.5 Hip´erboles com sensores nos focos. Hip´erbole definida pela diferen¸ca de

distˆancia entre a fonte aos sensores. . . 18 3.6 Intersec¸c˜ao entre as trˆes hip´erboles obtidas pela diferen¸ca de distˆancia entre

a fonte aos sensores. A princ´ıpio ter´ıamos duas posi¸c˜oes onde poderia se encontrar a fonte. Mas, de acordo com a sequˆencia temporal em que os raios incidem nos sensores, apenas uma posi¸c˜ao ser´a a correta. A interse¸c˜ao entre as hip´erboles, representadas pelas linhas cont´ınuas, ser´a a solu¸c˜ao. . . 18 3.7 Frente de onda incidindo no sensor S1 no tempo t1. E ap´os um tempo ∆t =

t2−t1 no sensor S2. . . 20 3.8 Frente de onda incidindo no sensor S1 no tempo t1. E ap´os um tempo ∆t =

t2−t1, diferente do exemplo anterior, no sensor S2. . . 20 3.9 Frente de onda de velocidade α incidindo na superf´ıcie da Terra com um

ˆanguloi. Modificada de Lay & Wallace (1995). . . 21 3.10 Localiza¸c˜ao de um evento master usando apenas a interse¸c˜ao entre as

hip´erboles e os c´ırculos no plano na profundidade do evento, utilizando apenas trˆes sensores (S1, S2 e S3). Modificado de Hage & Joswig (2009c). . . 23 3.11 Localiza¸c˜ao relativa de um evento secund´ario. A cruz de cor verde representa

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Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. x

4.2 Disposi¸c˜ao dos SNS e das explos˜oes. N, C, E e W siginificam, respecti-vamente, norte, central, leste e oeste. Z indica que o sensor de axial de componente vertical. . . 27 4.3 Janela do programa HypoLine. Amostra do ru´ıdo nos sensores S21−W Z e

S25−N Z que est˜ao separados por uma distˆancia de aproximadamente 11,5m. 28 4.4 Explos˜ao 1. Essa figura mostra o sismograma da primeira explos˜ao registrada

nos quatros sensores do S21. . . 28 4.5 Explos˜ao 2. Essa figura mostra o sismograma da segunda explos˜ao registrada

nos quatros sensores do S21. . . 29 4.6 Explos˜ao 3. Essa figura mostra o sismograma da terceira explos˜ao registrada

nos quatros sensores do S21. . . 29 4.7 Explos˜ao 4. Essa figura mostra o sismograma da ´ultima explos˜ao registrada

nos quatros sensores do S21. . . 30 4.8 Mapa contendo o local da fonte, sensores e a localiza¸c˜ao obtida pelo programa

HypoLine. Cada cruz de cor preta representa uma localiza¸c˜ao das quatro explos˜oes utilizando o programa HypoLine. . . 31 4.9 Sismograma da Explos˜ao 4. Na parte superior o sismograma da Explos˜ao 4

e na parte inferior numa janela de tempo menor que ´e definida pelo usu´ario. Do lado esquerdo da figura tem-se a sele¸c˜ao do filtro na faixa de frequˆencia de 0 a 3 Hz. . . 34 4.10 Janela do programa Hypoline.Determina¸c˜ao do instante de chegada da onda

P no sensor S21−W Z. . . 35 4.11 Janela do programa HypoLine. Determina¸c˜ao do instante de chegada da onda

P nos sensores S21−W Z e S21−EZ. No lado direito da janela a hip´erbole gerada. . . 36 4.12 Janela do HypoLine. Determina¸c˜ao do instante de chegada da onda P nos

sensores S21−W Z, S21−EZ e S21−C. No lado direito da janela as trˆes hip´erbole geradas. . . 37 4.13 Janela do HypoLine. Interse¸c˜ao entre as trˆes hip´erbole ´e a localiza¸c˜ao do evento. 38 4.14 Janela do HypoLine. Escolha da fase no sensorS21−W Z para determina¸c˜ao

(13)

4.15 Janela do HypoLine. Dire¸c˜ao do evento e velocidade aparente de propaga¸c˜ao da onda. . . 40 4.16 Janela do HypoLine. Determina¸c˜ao do m´aximo e m´ınimo do maior pulso

presente na componente horizontal do sinal. . . 41 4.17 Janela do HypoLine. Determina¸c˜ao da magnitude do evento. . . 42 4.18 M´aquinas presente em volta do po¸co para o processo de fraturamento

hidr´aulico a uma profundidade de aproximadamente 470 m. . . 43 4.19 Disposi¸c˜ao das esta¸c˜oes com rela¸c˜ao ao po¸co. . . 44 4.20 Janela do programa HypoLine. Amostra do ru´ıdo proveniente das m´aquinas

em volta do po¸co de inje¸c˜ao antes do fraturamento. . . 45 4.21 Janela do programa HypoLine. Amostra do ru´ıdo proveniente das m´aquinas

em volta do po¸co de inje¸c˜ao durante o fraturamento. . . 46 4.22 Amplitude do ru´ıdo em fun¸c˜ao da distˆancia ao po¸co de inje¸c˜ao. O gr´afico

mostra a varia¸c˜ao da velocidade do ru´ıdo, proveniente das m´aquinas re-spons´aveis pelo processo de fraturamento, com a distˆancia ao po¸co de inje¸c˜ao. 47 4.23 Os X em vermelho representam o local dos tiros de canhoneios. A linha

em verde a interface arenito-calc´ario. A linha de cor azul a zona do tiro de canhoneio detectado. . . 48 4.24 Disposi¸c˜ao das esta¸c˜oes com rela¸c˜ao ao po¸co e o resultado obtido com o

mo-nitoramento nanosss´ısmico. . . 49 4.25 Raios emitidos por fontes em diferentes profundidades ter˜ao alcance diferente

na superf´ıcie da terra. A camada de calc´ario possui maior velocidade que a de arenito, consequentemente, os raios ao imergirem nela na camda de calc´ario s˜ao desviados com um ˆangulo maior que o ˆangulo de incidˆencia. . . 50 4.26 Janela do HypoLine com o sismograma do evento (tiro de canhoneio). . . 51 4.27 Sismogramas de canhoneios. Parte superior da figura temos a componente

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Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. xii

4.28 Janela do programa HypoLine. Dire¸c˜ao do evento determinada pela coerˆencia entre os sinais nos sensores S28−N Z, S28−EZ e S28−CZ. . . 54 4.29 Janela do programa HypoLine. Localiza¸c˜ao do canhoneio obtida pela

(15)

Introdu¸

ao

Na ind´ustria do petr´oleo, durante a vida produtiva dos po¸cos de petr´oleo s˜ao necess´arias interven¸c˜oes para manter a produ¸c˜ao ou at´e mesmo melhor´a-la, designadas de workover. Essas interven¸c˜oes s˜ao classificadas como: avalia¸c˜ao, recompleta¸c˜ao, restaura¸c˜ao, limpeza, estimula¸c˜ao e mudan¸ca no m´etodo de eleva¸c˜ao.

Por sua vez, a estimula¸c˜ao pode ser de dois tipos: fraturamento hidr´aulico e acidifica¸c˜ao. Mas, o m´etodo mais utilizado para estimula¸c˜ao ´e o fraturamento hidr´aulico (Alberto,et al., 2001).

O primeiro fraturamento hidr´aulico que se tem not´ıcia na ind´ustria do petr´oleo ocorreu no campo de g´as de Hugoton, Estados Unidos, no po¸co Kelpper 1, em julho de 1947 (Fernandes, 1991).

O fraturamento hidr´aulico ou hidrofraturamento consiste em injetar um fluido com alta press˜ao na rocha-reservat´orio, mudando o estado de esfor¸cos, at´e sua ruptura ou a expans˜ao de rupturas j´a existentes. Assim, criam-se novos caminhos ou aumentam-se os existentes para o hidrocarboneto fluir.

Esse processo ´e feito em campos que j´a atingiram seu pico de produ¸c˜ao ou possuem baixa permeabilidade, possuindo um baixo fator de recupera¸c˜ao.

Juntamente com o fluido ´e injetado um agente de sustenta¸c˜ao para manter a fratura aberta, criando assim uma permeabilidade artificial (Figura 1.1). Na Figura 1.2 temos uma amostra de um agente de sustenta¸c˜ao natural muito utilizado, o endocarpo triturado (cujo nome popular ´e quenga de coco) com resina.

A energia desprendida pela ruptura ou atrito entre rochas, no fraturamento hidr´aulico,

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Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 2

Figura 1.1: Esquema representativo da influˆencia do fraturamento hidr´aulico no reservat´orio. Do lado esquerdo da figura a representa¸c˜ao antes do fraturamento e do lado direito depois do fraturamento.

Figura 1.2: Endocarpo com resina.

se propaga em forma de ondas s´ısmicas (ondas de compress˜ao e de cisalhamento) pela Terra, gerando pequenos terremotos. Esses pequenos terremotos induzidos em hidrofraturamentos s˜ao da ordem de -3 a 1ML, gerados por fraturas da ordem de 1 a 10m (Jupe,et al., 1998).

(17)

(2003) sugere o termo nanossismos para eventos com ML < 0.0. Esses microssismos s˜ao

induzidos devido ao aumento da press˜ao de poro na rocha, durante a inje¸c˜ao do fluido, que faz com que o stress efetivo normal da falha diminua (Braun, 2007).

Desde 1980, esses microssismos podem ser registrados utilizando sensores s´ısmicos em po¸cos de observa¸c˜ao (esquema representativo na Figura 1.3) a uma mesma profundidade do hidrofraturamento para que seja m´ınima a distˆancia entre a fonte e o receptor e se tenha uma maior raz˜ao sinal-ru´ıdo poss´ıvel, j´a que o sistema de aquisi¸c˜ao de dados, que n˜ao ´e cont´ınuo, e s´o ´e ativado quando essa raz˜ao ´e igual ou superior a 3 dB (Jupe, et al., 1998). A localiza¸c˜ao do evento pode ser obtida usando a diferen¸ca de tempo de chegada da onda P pela onda S e a polariza¸c˜ao da onda P (Calvez, et al, 2005).

Figura 1.3: Fraturamento hidr´aulico a uma profundidade h, induzindo microssismos. Na esquerda o po¸co de inje¸c˜ao. Na direita o po¸co de observa¸c˜ao com os sensores dispostos verticalmente. h ´e a profundidade de inje¸c˜ao do fluido e x a distˆancia entre o po¸co de inje¸c˜ao e o po¸co de observa¸c˜ao. Em m´edia, x ´e 150 m. Modificado do cartazMicroseismic Monitoring - GEOSPACE TECHNOLOGIES.

(18)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 4

Essas informa¸c˜oes permitem analisar e diagnosticar a propaga¸c˜ao de fraturas, a fim de que se possa conhecer com precis˜ao a influˆencia de cada parˆametro envolvido na opera¸c˜ao, e, desse modo, melhorar a qualidade dos projetos de fraturamento hidr´aulico e ajudar no gerenciamento de produ¸c˜ao do campo.

Mas, para alguns campos de hidrocarboneto, o custo com as t´ecnicas atuais para moni-toramento da microssismicidade induzida n˜ao compensam, ainda que a produ¸c˜ao aumente. Dessa forma, o uso corriqueiro dessas t´ecnicas ´e proibitivo para esses campos (Fernandes, 1991).

A s´ısmica passiva tamb´em vem sendo utilizada para monitoramento de hidrofratura-mento. Nesse m´etodo os sensores s˜ao acoplados na superf´ıcie e a partir do empilhamento dos dados e aplica¸c˜ao de t´ecnicas de migra¸c˜ao, e obtida uma estimativa da localiza¸c˜ao (Cham-bers,et al, 2008). Mas, requer um grande n´umero de sensores e n˜ao determina a localiza¸c˜ao da hidrofratura individualmente. Apenas determina que regi˜ao do espa¸co que emitiu energia s´ısmica (Joswig, 2008; Kochnev, 2007).

O objetivo desta disserta¸c˜ao ´e apresentar uma alternativa economicamente vi´avel para o monitoramento s´ısmico durante o fraturamento hidr´aulico em po¸cos rasos. A alternativa proposta ´e a utiliza¸c˜ao do m´etodo nanoss´ısmico desenvolvido por Joswig (2006).

O m´etodo nanoss´ısmico foi desenvolvido para detectar e caracterizar pequenas fontes s´ısmicas com uma (ou mais) rede s´ısmica durante um curto tempo de monitoramento cont´ınuo (Hage & Joswig, 2009a). Essa rede sismogr´afica ´e constitu´ıda de quatro sensores, um de trˆes componentes no centro de um triˆangulo equil´atero com um sensor de componente vertical em cada v´ertice do triˆangulo.

Esse m´etodo permite detectar e localizar eventos com sensores em ambientes onde a raz˜ao sinal-ru´ıdo ´e baixa (0 dB), atrav´es de um monitoramento cont´ınuo no tempo. Essa ´e a prin-cipal vantagem da aplica¸c˜ao desse m´etodo para o monitoramento durante um fraturamento hidr´aulico. Isso implica que possivelmente pode-se detectar e localizar microssismos com sensores na superf´ıcie da terra em vez de acoplados em po¸cos de observa¸c˜ao a uma mesma profundidade do fraturamento. Essa nova t´ecnica tornaria o monitoramento economicamente vi´avel.

(19)

a localiza¸c˜ao, alterando-o e obtendo o resultado instantaneamente.

Testes preliminares para investigar a potencialidade desse novo m´etodo, para monitora-mento de fraturamonitora-mento hidr´aulico, foram feitos. Os resultados, bastante satisfat´orios, ser˜ao apresentados neste trabalho.

No Cap´ıtulo 2 desse trabalho, apresentaremos o modelo para o mecanismo de ativa¸c˜ao de rupturas (falhas), devido `a inje¸c˜ao de fluido em uma rocha, de acordo com a literatura.

Na continuidade, no Cap´ıtulo 3 apresentaremos o sistema de aquisi¸c˜ao de dados do m´etodo nanoss´ısmico, como o m´etodo permite identificar os eventos s´ısmicos e localizar o hipocentro em ambiente com baixa raz˜ao sinal-ru´ıdo.

No Cap´ıtulo 4, mostraremos o resultados de trˆes testes realizados:

• Teste I: O primeiro foi realizado no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde simulou-se eventos de baixa energia, utilizando-se fogos de artif´ıcios de poucos gramas.

• Teste II: O segundo foi realizado em um po¸co produtor, durante um fraturamento, com a finalidade de apenas analisar o decaimento do ru´ıdo (proveniente das m´aquinas respons´aveis pelo processo de fraturamento) com a distˆancia ao po¸co. A partir deste decaimento, pode-se conhecer a que distˆancia do po¸co de inje¸c˜ao poder´ıamos instalar os sensores sem que esse ru´ıdo interferisse.

• Teste III: Em um segundo po¸co foram monitorados doze tiros de canhoneios. O can-honeio ´e um procedimento que utiliza-se explosivos para romper o revestimento do po¸co e coloc´a-lo em produ¸c˜ao. Como a localiza¸c˜ao e o tempo de origem do evento s˜ao conhecidos previamente, esse tipo de monitoramento torna-se uma ´otima forma de testar o m´etodo.

As localiza¸c˜oes dos po¸cos nos Testes II e III n˜ao poder˜ao ser informadas a pedido da PETROBRAS, empresa respons´avel pelos po¸cos.

(20)

Cap´ıtulo 2

Mecanismo de Sismicidade Induzida

por Inje¸

ao de Fluido

2.1

Introdu¸

ao

O fraturamento hidr´aulico consiste em injetar um fluido pressurizado na regi˜ao que se quer aumentar os caminhos favor´aveis para o hidrocarboneto fluir. Criando, o que podemos chamar de permeabilidade artificial.

A inje¸c˜ao de fluido no reservat´orio ocasiona um aumento na press˜ao de poro no local, diminuindo o stress normal efetivo em falhas preexistentes, consequentemente, favorecendo a ativa¸c˜ao dessas falhas. Esse ´e o mecanismo de fonte de microssismos induzidos no fratu-ramento hidr´aulico e ser´a descrito neste cap´ıtulo.

2.2

Mecanismo de ativa¸

ao de falha preexistentes

Considere os esfor¸cos sobre uma amostra de rocha na Figura 2.1, onde σn e τ, s˜ao os

esfor¸cos normais e de cisalhamento, respectivamente. θ´e o ˆangulo entre o plano de fratura e o eixo de esfor¸co principalσ1. Desse modo, temos que o esfor¸co normal e esfor¸co cisalhante, s˜ao respectivamente (Hubbert & Rubey, 1959):

σn=

σ1+σ2

2 +

σ1−σ2

2 cos 2θ (2.1)

(21)

Figura 2.1: Modelo bidimensional de esfor¸cos cisalhante e normal a uma ruptura. Modificado de do Nascimento (1998).

τ = σ1−σ2

2 sin 2θ (2.2)

Calculando o σm´edio sobre a rocha e o valor m´aximo da tens˜ao cisalhante, teremos:

σm´edio=

σ1+σ2

2 (2.3)

τm´aximo=

σ1−σ2

2 (2.4)

Substituindo as equa¸c˜aoes 2.3 e 2.4, nas equa¸c˜oes 2.1 e 2.2 e reorganizando, ficamos com:

σn−σm´ed =τm´axcos 2θ (2.5)

τ =τm´axsin 2θ (2.6)

(22)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 8

(σn−σm´ed)

2

+τ2 =τm´2ax (2.7)

Obtemos a equa¸c˜ao de um c´ırculo, no plano σn versus τ, conhecido como C´ırculo de

Mohr (Timoshenko & Gere, 1994), representado na Figura 2.2. O seu centro est´a no ponto 1

2(σ1+σ3) no eixo das abscissas e raio igual `a 1

2(σ1−σ3) (Hubbert & Rubey, 1959).

Figura 2.2: C´ırculo de Mohr. Ele representa a rela¸c˜ao entre os esfor¸cos principais e os esfor¸cos normal e de cisalhamento. Modificado de Rubbert e Rubey (1959).

Coulomb e Mohr, s´eculo XVIII e XIX, respectivamente, introduziram uma teoria que afirma que a tens˜ao cisalhante necess´aria para dar in´ıcio `a ativa¸c˜ao de uma falha ´e igual `a tens˜ao cisalhante caracter´ıstica da rocha mais o produto do coeficiente de fric¸c˜ao da rocha pelostress normal,σn, de acordo com a Equa¸c˜ao 2.8, representada no gr´afico da Figura 2.3.

Essa reta ´e chamada de envelope de Mohr (Lay & Wallace, 1995).

τ =τo+µ.σn (2.8)

(23)

Figura 2.3: Envelope de Mohr-Coulomb e sua rela¸c˜ao com os esfor¸cos principais e os esfor¸cos normal e de cisalhamento. Modificado de Lay & Wallace (1995).

raio do c´ırculo de Mohr, como mostrado na Figura 2.3. A orienta¸c˜ao da falha,θ, ´e dada pela rela¸c˜ao na Equa¸c˜ao 2.9, onde φ ´e o ˆangulo entre o envelope de Mohr e o eixo das abscissas e sua tangente ´e o coeficiente de fric¸c˜ao.

θ= 1

2

π

2 +ϕ

(2.9)

2.3

Influˆ

encia da press˜

ao de poro

Ao injetar um fluido em uma rocha a uma press˜ao p, como mostra a Figura 2.4, a esfor¸co normal e esfor¸co cisalhante, de acordo com as Equa¸c˜oes 2.1 e 2.2, ser˜ao:

τ′ = (σ1−p)−(σ2−p)

2 sin 2θ (2.10)

σ′

n =

(σ1−p) + (σ2−p)

2 +

(σ1−p)−(σ2−p)

2 cos 2θ (2.11)

Reorganizando e simplificando, temos:

(24)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 10

Figura 2.4: Modelo bidimensional de esfor¸cos agindo sobre uma rocha com press˜ao de poro p. Modificado de do Nascimento (1998).

σ′

n =σn−p (2.13)

A presen¸ca de um fluido com press˜aop, contribui para diminui¸c˜ao do esfor¸co normal e n˜ao altera o esfor¸co cisalhante, facilitando a fratura (ou ativa¸c˜ao da falha j´a existente) da rocha (do Nascimento, 1998). Esse ´e o mecanismo de forma¸c˜ao de uma hidrofratura que predomina no processo de fraturamento hidr´aulico (Braun, 2007; Maxwel, 2007; Phannavong & Manzari, 2005; Bruno & Nakagawa, 1991). Mas, deve ficar claro que essa sismicidade induzida em um determinado local indica conex˜ao de press˜ao, e n˜ao necessariamente um caminho perme´avel entre o local e o po¸co de inje¸c˜ao (Phillips, et al, 2002).

Mukuhira (2009) afirma tamb´em que o aumento da press˜ao de poro durante a inje¸c˜ao induz sismos, mas que a magnitude desses sismos n˜ao est´a relacionada com a press˜ao de poro cr´ıtica (press˜ao no instante da ativa¸c˜ao ou gera¸c˜ao da falha).

(25)
(26)

Cap´ıtulo 3

etodo Nanoss´ısmico

3.1

Introdu¸

ao

O m´etodo nanoss´ısmico foi desenvolvido por Joswig (2006) com o objetivo de determinar fontes de energia s´ısmica a uma distˆancia de 10 m a 10 km com magnitude abaixo de zero durante um monitoramento cont´ınuo no tempo.

Esse m´etodo tem sido aplicado inicialmente para monitorar r´eplicas de sismos naturais e induzidos. Como exemplo de r´eplicas de sismo natural, o monitoramento de colapso de cavi-dades n˜ao consolidadas, criadas pela dissolu¸c˜ao do sal devido ao contato entre aqu´ıfero e sal, no Mar Morto (Wust-Bloch & Joswig, 2006). E, um exemplo de r´eplicas de sismo induzido, o monitoramento de colapso de cavidades geradas por explos˜oes abaixo da superf´ıcie, servindo como ferramenta para projetar inspe¸c˜oes da CTBTO (Comprehensive Test Ban Treaty Or-ganization)(Joswig, 2008).

Essa t´ecnica tamb´em foi aplicada para monitorar microssismos nos Alpes Vorarlberg, na ´

Austria, regi˜ao ativa sismicamente ap´os fortes chuvas. Os resultados refor¸caram a suposi¸c˜ao que se tinha: a dinˆamica da ´agua em subsuperf´ıcie provocava flutua¸c˜ao dos sedimentos das montanhas que deslocavam-se, provocando microssismos (Walter & Joswig, 2008).

Outro exemplo de sua aplica¸c˜ao foi um monitoramento de 39 horas ap´os o maior terremoto da Alemanha de magnitude 5.4 ML, no dia 5 de dezembro de 2004. Os resultados obtidos

(mapeamento da falha) coincidiram com os resultados utilizando dados da rede sismogr´afica padr˜ao. Mas, o n´umero de sismos detectados pela rede nanoss´ısmica foi maior por abranger uma faixa de−1.7≤ML≤3.0 (Hage & Joswig, 2009c).

(27)

Joswig (2008) introduziu a concep¸c˜ao de monitoramento nanoss´ısmico como um terceiro m´etodo pra registrar sinais de fraturas na crosta superior e localiz´a-los no espa¸co e tempo. Sendo o primeiro e segundo m´etodo, o monitoramento micross´ısmico e a s´ısmica passiva, respectivamente.

Neste cap´ıtulo mostraremos as t´ecnicas do m´etodo nanoss´ısmico para aquisi¸c˜ao de dados, identifica¸c˜ao de eventos, localiza¸c˜ao de eventos (absoluta ou relativa) e determina¸c˜ao de magnitude.

3.2

Sistema de aquisi¸

ao de dados

O sistema de aquisi¸c˜ao de dados da t´ecnica nanoss´ısmica ´e constitu´ıdo de quatro sensores, dispostos de acordo com a Figura 3.1. Os triˆangulos na Figura 3.1 representam sensores de per´ıodo curto (1Hz). O sensor central (verde) ´e tri-axial. J´a os demais, s˜ao de componente vertical (vermelho). Todos os verticais est˜ao a uma mesma distˆancia do central, ocupando os v´ertices de um triˆangulo equil´atero. Essa distˆancia pode ser de 30 m a 100 m, dependendo da tarefa a ser realizada. Esse sistema ´e denominado de Seismic Navigation Systems (SNS) (Joswig, 2008).

Figura 3.1: Seismic Navigation Systems (SNS). O triˆangulo verde, no centro, representa o sensor tri-axial e os triˆangulos vermelhos representam os sensores axiais. R´e a distˆancia que separa o sensor tri-axial dos axiais.

(28)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 14

para facilitar a distin¸c˜ao entre sinal e ru´ıdo. Idealmente, os sensores precisam estar bem acoplados `a superf´ıcie. Geralmente o monitoramento ´e feito no per´ıodo da noite, onde poss´ıveis ru´ıdos oriundos de tr´afego, tubula¸c˜oes, etc., interferem menos.

Para o monitoramento de hidrofraturamento, o per´ıodo de monitoramento tem que ser simultˆaneo ao hidrofraturamento e se estender por mais algum tempo, para que detecte eventos associados `a acomoda¸c˜ao das rochas devido ao novo estado de esfor¸cos no reservat´orio ap´os a inje¸c˜ao.

Quanto ao local, h´a de se encontrar um meio termo entre a distˆancia das fontes de ru´ıdo (m´aquinas para opera¸c˜ao de hidrofraturamento, tr´afego, tubula¸c˜oes, etc.) e da fonte s´ısmica ao sensor.

3.3

Identifica¸

ao dos eventos

O grande diferencial do m´etodo nanoss´ısmico para os demais m´etodos ´e o programa de an´alise HypoLine, o novo m´odulo do SparseNet (Joswig, 1999).

Uma das principais vantagens desse programa ´e seu car´ater interativo, onde os resultados obtidos pelo programa, como: hipocentro, tempo de origem do evento, magnitude, podem ser alterados com um simples comando e a atualiza¸c˜ao dos demais parˆametros ´e instantˆanea. Permite-se assim, um monitoramento s´ısmico em “tempo real”.

O mesmo esquema interativo se aplica a parˆametros intr´ınsecos para localiza¸c˜ao do evento, como velocidades e espessuras das camadas ou corre¸c˜ao da curva magnitude-distˆancia.

O objetivo dessa interatividade ´e testar as poss´ıveis combina¸c˜oes entre as diferentes fases para um mesmo evento, devido a baixa raz˜ao sinal-ru´ıdo, com os parˆametros intr´ınsecos para a solu¸c˜ao e chegar a uma solu¸c˜ao plaus´ıvel (Joswig, 2008).

Em uma situa¸c˜ao de baixa raz˜ao sinal-ru´ıdo, o HypoLine permite distinguir entre um evento e o ru´ıdo atrav´es da an´alise de sonogramas obtidos pelo programa (Joswig, 2008).

(29)

Dessa forma, conhecendo o conte´udo espectral caracter´ıstico de alguns tipos de ru´ıdos ou de eventos de interesse, podemos identific´a-los no sinal (Joswig, 2006).

Como exemplo, a Figura 3.2, mostra a janela do HypoLine, para um intervalo de cinco segundos, dos registros de um teste realizado no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde explos˜oes foram simuladas com fogos de artif´ıcio na superf´ıcie do terra. Na parte superior da figura temos um sismograma e abaixo o sonograma do intervalo de tempo selecionado no sismograma. No sonograma, temos uma das explos˜oes, que pode ser percebida devido a mudan¸ca do conte´udo espectral (representada pela mudan¸ca de cores) na Esta¸c˜ao 21.

(30)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 16

3.4

Localiza¸

ao dos eventos

3.4.1

Localiza¸

ao absoluta

Para a localiza¸c˜ao dos eventos o HypoLine utiliza trˆes informa¸c˜oes: diferen¸ca de tempo da chegada da onda S pela onda P do evento, diferen¸ca de tempo de chegada da onda P entre quaisquer dois sensores e determina¸c˜ao da dire¸c˜ao do evento pelo m´etodo denominado de feixe.

Como exemplo, vamos considerar que as esta¸c˜oes est˜ao na superf´ıcie, e a abaixo da superf´ıcie supomos um semi-espa¸co homogˆeneo.

A primeira informa¸c˜ao ´e a diferen¸ca do tempo da chegada da onda S pela onda P (tS−tP)

em cada sensor, gerando uma semi-esfera que vincula a localiza¸c˜ao espacial em trˆes dimens˜oes abaixo da superf´ıcie, como mostra a Figura 3.3.

Figura 3.3: Intersec¸c˜ao das semi-esferas geradas por tS−tP em cada uma das trˆes esta¸c˜oes

com o plano que cont´em o evento (Joswig, 2008).

A intersec¸c˜ao entre os c´ırculos (proje¸c˜ao da esfera na superf´ıcie) na superf´ıcie fornecer´a a localiza¸c˜ao do epicentro (x, y). J´a a estimativa da profundidade ´e considerada como um parˆametro “externo”que pode ser modificado pelo int´erprete, em vez de ser determinado pela invers˜ao dos dados, como ´e feito comumente (Joswig, 2008).

A segunda informa¸c˜ao ´e a diferen¸ca de tempo de chegada da onda P (tP1 −tP2) entre

quaisquer dois sensores, gerando um semi-hiperbol´oide que se reduz a uma hip´erbole com a intersec¸c˜ao com qualquer plano paralelo a superf´ıcie, como mostra a Figura 3.4.

(31)

Figura 3.4: Interse¸c˜ao entre o semi-hiperbol´oide e um plano paralelo a superf´ıcie (Joswig, 2008).

dois sensores S1 e S2 tamb´em na superf´ıcie da Terra. Se t1 ´e o intervalo de tempo que a onda emitida por F leva para alcan¸car o sensorS1 e t2 ´e o intervalo de tempo que a mesma onda emitida por F leva para alcan¸car o sensor S2, ent˜ao a diferen¸ca entre a distˆancia da fonte a S1 e a distˆancia da fonte a S2 ´e dada pela Equa¸c˜ao 3.1. Essa equa¸c˜ao ´e a defini¸c˜ao matem´atica do lugar geom´etrico de uma hip´erbole, com os sensores S1 e S2 ocupando os focos.

A Figura 3.5 mostra os sensores nos focos. Na Equa¸c˜ao 3.3 teremos infinitas combina¸c˜oes deF S1 e F S2 que resulta na constante ∆t.v (v ´e a velocidade de propaga¸c˜ao da onda).

F S1 −F S2 = ∆t.v (3.1)

Dessa forma, podemos dizer que a fonte est´a em algum ponto da hip´erbole. Sendo assim, necess´arios trˆes sensores, S1, S2 e S3 (consequentemente trˆes hip´erboles), para encontrar a localiza¸c˜ao da fonte, como mostra a Figura 3.6. Nesta figura, existem dois pontos onde as hip´erboles se interceptam. Mas, a sequˆencia temporal em que a onda P incide nos trˆes sensores determina qual conjunto de hip´erboles ser´a considerada para a solu¸c˜ao (hip´erboles representadas por linhas pontilhadas ou cont´ınuas). Nesse exemplo, o conjunto de hip´erboles representadas por linhas cont´ınuas.

(32)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 18

Figura 3.5: Hip´erboles com sensores nos focos. Hip´erbole definida pela diferen¸ca de distˆancia entre a fonte aos sensores.

Figura 3.6: Intersec¸c˜ao entre as trˆes hip´erboles obtidas pela diferen¸ca de distˆancia entre a fonte aos sensores. A princ´ıpio ter´ıamos duas posi¸c˜oes onde poderia se encontrar a fonte. Mas, de acordo com a sequˆencia temporal em que os raios incidem nos sensores, apenas uma posi¸c˜ao ser´a a correta. A interse¸c˜ao entre as hip´erboles, representadas pelas linhas cont´ınuas, ser´a a solu¸c˜ao.

(33)

Para o caso do SNS que s˜ao quatro sensores, permutando cada trˆes sensores, gera quatro pontos triplo, P1 = f(t1, t2, t3), P2 = f(t1, t2, t4), P3 = f(t1, t3, t4) e P4 = f(t2, t3, t4), consequentemente quatro solu¸c˜oes.

O programa HypoLine permite a visualiza¸c˜ao dos quatros pontos triplo devido a con-tribui¸c˜ao de cada fase. Nesse caso, a medida do espalhamento dos pontos triplo ser´a a medida da consistˆencia da localiza¸c˜ao do hipocentro.

Generalizando, o n´umero de hip´erboles H ´e dado pela Equa¸c˜ao 3.2, onde N ´e o n´umero de sensores e k um n´umero inteiro que varia de 1 at´e N −1. O n´umero de pontos triplo T (solu¸c˜oes) ´e dado pela Equa¸c˜ao 3.3, com N sendo o n´umero de sensores e k um n´umero inteiro que varia de 1 at´e N −2. A Tabela 4.1 mostra o n´umero de ponto triplo (T) e hip´erboles (H) em fun¸c˜ao do n´umero de sensores (N).

H =

N1 X

k=1

k = N!

(N −2)!2! (3.2)

T =

N2 X

k=1

k(N −1−k) = N!

(N −3)!3! (3.3)

N 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

H 3 6 10 15 21 28 36 45 55 66

T 1 4 10 20 35 56 84 120 165 220

Tabela 3.1: N´umero de hip´erboles e pontos triplos em fun¸c˜ao do n´umero de sensores. N ´e o n´umero de sensores, H o n´umero de hip´erboles geradas pelo n´umero N de sensores e T ´e o n´umero de ponto triplo gerados por N sensores (Joswig, 2006).

Se fossem mais que quatro sensores, o n´umero de solu¸c˜oes seria muito alto, como pode ser visto na Tabela 3.1. Desse modo, a solu¸c˜ao ficaria imposs´ıvel (dif´ıcil visualiza¸c˜ao gr´afica no programa HypoLine), sendo necess´aria uma an´alise residual da diferen¸ca de tempo de chegada da onda P no sentido dos m´ınimos quadrados. Isso diminuiria as vantagens do m´etodo nanoss´ısmico, como rapidez para encontrar a solu¸c˜ao.

(34)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 20

O primeiro modo consiste em registrar as trˆes componentes da primeira onda do evento que incide no sensor triaxial e calcular o vetor resultante, que dar´a a dire¸c˜ao do evento.

O segundo modo ´e chamado de feixe (Joswig, 2006), que consiste em calcular a dire¸c˜ao do evento com base na diferen¸ca de tempo que a mesma frente de onda incide em dois sensores. Para ilustrar, imaginamos uma frente de onda plana se propagando em duas dimens˜oes, de acordo com a Figura 3.7, incidindo no tempot1 no sensor S1 e no tempot2 no sensor S2. A distˆancia que a frente de onda percorre no intervalo de tempo ∆t =t2−t1 ´e igual a v.∆t. J´a na Figura 3.8, devido a frente de onda est´a incidindo de outra dire¸c˜ao, a distˆancia v.∆t ´e menor. Ent˜ao, haver´a apenas uma dire¸c˜ao que permite o valor dessa distˆancia, que ser´a a dire¸c˜ao do evento.

Figura 3.7: Frente de onda incidindo no sensorS1 no tempot1. E ap´os um tempo ∆t=t2−t1 no sensor S2.

(35)

A ferramenta feixe trata a frente de onda sendo plana por que a frente de onda esf´erica emitida por uma fonte s´ısmica pode ser aproximada por uma frente de onda plana devido `a separa¸c˜ao entre os sensores ser pequena (m´aximo 100 m).

Para uma frente de onda se propagando em trˆes dimens˜oes, a velocidade v na Figura 3.7 e 3.8 ser´a a velocidade aparente da frente de onda dada pela rela¸c˜ao na Equa¸c˜ao 3.4. α ´e a velocidade de propaga¸c˜ao da onda e i o ˆangulo de incidˆencia da onda, de acordo com a Figura 3.9.

Figura 3.9: Frente de onda de velocidade α incidindo na superf´ıcie da Terra com um ˆangulo i. Modificada de Lay & Wallace (1995).

v = α

sini (3.4)

A Equa¸c˜ao 3.4 tamb´em pode ser expressa pela Equa¸c˜ao 3.5, em termos da vagarosidade horizontal.

v = 1

p (3.5)

(36)

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3.4.2

Localiza¸

ao relativa

A localiza¸c˜ao relativa consiste em determinar a distˆancia de um evento secund´ario a um evento que tenha o menor erro poss´ıvel na sua localiza¸c˜ao, evento principal. Esse m´etodo permite ter uma maior precis˜ao na localiza¸c˜ao dos eventos. Mas, s´o poder´a ser usado quando a distˆancia dos eventos `as esta¸c˜oes ´e maior que a distˆancia entre eles.

Sua utiliza¸c˜ao tem m´axima eficiˆencia quando a varia¸c˜ao da velocidade de propaga¸c˜ao da onda (P ou S) no meio ´e a maior causa do res´ıduo temporal entre as esta¸c˜oes.

A t´ecnica consiste em calcular o res´ıduo temporal (causado pela varia¸c˜ao de velocidade no meio) para o evento principal nas esta¸c˜oes e utilizar como corre¸c˜ao para os demais even-tos. Assim, a diferen¸ca de tempo de propaga¸c˜ao das ondas entre o evento principal e um secund´ario, ser´a apenas devido a distˆancia entre os dois eventos.

No programa HypoLine, a localiza¸c˜ao relativa ´e feita manualmente. Como exemplo, temos um esquema representativo da localiza¸c˜ao de um evento principal na Figura 4.14, usando apenas trˆes esta¸c˜oes, para facilitar o entendimento.

Uma vez que a localiza¸c˜ao do evento principal ´e obtida, podemos dizer qua a distˆancia de um evento secund´ario `a esta¸c˜ao, vai ser a soma da distˆancia do evento principal `a esta¸c˜ao com a distˆancia do evento secund´ario ao evento principal.

Com exemplo, considere trˆes sensores. Usando-se o m´etodo de localiza¸c˜ao atrav´es das interse¸c˜oes entre as hip´erboles, temos que para cada par de sensores (S1-S2, S1-S3 e S2-S3), a diferen¸ca de tempo de chegada da onda P do evento secund´ario, relativa ao evento principal ´e dada pela rela¸c˜ao abaixo:

∆tRelativaE12 = ∆tM12+ ∆tM12−∆t

Absoluta E12 ∆tRelativaE13 = ∆tM13+ ∆tM13−∆t

Absoluta E13 ∆tRelativaE23 = ∆tM23+ ∆tM23−∆t

Absoluta

E23 (3.6)

(37)

Figura 3.10: Localiza¸c˜ao de um eventomasterusando apenas a interse¸c˜ao entre as hip´erboles e os c´ırculos no plano na profundidade do evento, utilizando apenas trˆes sensores (S1, S2 e S3). Modificado de Hage & Joswig (2009c).

3.5

Magnitude

Para encontrar a magnitude, o HypoLine simula o sinal do sensor triaxial sendo detec-tado por um sism´ografo de Wood-Anderson (Joswig, 2005), para obten¸c˜ao da magnitude de Richter.

Uma vez que o m´aximo e o m´ınimo da onda de maior amplitude contida no sinal s˜ao determinados com apenas dois comandos no programa, a magnitude ´e mostrada junto com as curvas de corre¸c˜ao distˆancia - magnitude.

A magnitude de um evento ´e dada pela Equa¸c˜ao 3.7, onde o primeiro termo dessa equa¸c˜ao refere-se ao deslocamento m´aximo da Terra, A, no local da esta¸c˜ao e o segundo termo ´e o fator de corre¸c˜ao devido a atenua¸c˜ao do sinal entre a distˆancia da fonte ao receptor, R.

A corre¸c˜ao da magnitude com a distˆancia proposta por Joswig (2006), e utilizada no programa HypoLine, est´a mostrada na Figura 3.12.

(38)

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Figura 3.11: Localiza¸c˜ao relativa de um evento secund´ario. A cruz de cor verde representa a localiza¸c˜ao do evento principal e a de cor vermelha a localiza¸c˜ao do evento secund´ario. Modificado de Hage & Joswig (2009c).

M = log(A) + log(R) (3.7)

(39)

Aplica¸

oes com Dados de Campo

4.1

Introdu¸

ao

Nesse cap´ıtulo, inicialmente mostraremos o resultado de um teste no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, utilizando fogos de artif´ıcio para simular eventos s´ısmicos de baixa emiss˜ao de energia.

Logo ap´os, mostraremos passo a passo como ´e obtida a localiza¸c˜ao e a magnitude de um evento s´ısmico com o programa HypoLine, utilizando uma das explos˜oes no teste.

Em seguida, voltaremos ao problema proposto por esse trabalho, que ´e a utiliza¸c˜ao do m´etodo nanoss´ısmico para medir a eficiˆencia do fraturamento hidr´aulico em reservat´orios de hidrocarboneto. Primeiramente, faremos uma an´alise do decaimento do ru´ıdo proveniente das m´aquinas respons´aveis pelo fraturamento hidr´aulico, presente em volta do po¸co durante o fraturamento, em fun¸c˜ao da distˆancia ao po¸co. Essa an´alise foi feita com base em re-gistros obtidos durante um fraturamento hidr´aulico em um po¸co produtor, pertencente `a PETROBRAS.

Por fim, mostraremos e discutiremos os resultados obtidos em um monitoramento s´ısmico durante o processo de canhoneio em um segundo po¸co produtor, tamb´em pertencente `a PETROBRAS.

(40)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 26

4.2

Teste I

No dia 18 de dezembro de 2008, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, realizamos um teste do m´etodo nanoss´ısmico, simulando eventos s´ısmicos com fogos de artif´ıcio (utilizados em festas juninas), cada um com aproximadamente 8 gramas cada (Figura 4.1).

Figura 4.1: Fogos de artif´ıcio.

Os sismˆometros utilizados para o monitoramento foram os do fabricante Lennartz, trans-dutores de velocidade. O sismˆometro vertical foi o LE −1D e o triaxial LE −3D. S˜ao sensores de per´ıodo curto com frequˆencia natural de 1Hz e ganho (ou sensibilidade), para ambos, de 400V /ms−1

(Havskov & Alguacil, 2002).

O digitalizador foi o Summit II Monitoring que possui uma frequˆencia de digitaliza¸c˜ao m´axima de 16 kHz. Al´em dos sismˆometros e digitalizadores, um GPS port´atil e baterias foram utilizados.

A taxa de amostragem utilizada foi de 2 kHz que permite registrar sem perda de in-forma¸c˜ao um sinal com frequˆencia de at´e 1 kHz, de acordo com o teorema de Nyquist.

(41)

Figura 4.2: Disposi¸c˜ao dos SNS e das explos˜oes. N,C,E eW siginificam, respectivamente, norte, central, leste e oeste. Z indica que o sensor de axial de componente vertical.

A fim de analisar a diferen¸ca de ru´ıdo com a profundidade na Terra, o S21 foi instalado a uma profundidade de aproximadamente 1,5 m. O S25 ficou sobre a superf´ıcie da Terra.

Como os sensores S25−N Z eS21−W Z eram os que estavam mais pr´oximos, separados por uma distˆancia de 11,5 metros, pressup˜oem-se que ambos est˜ao expostos `as mesmas condi¸c˜oes de ru´ıdo.

No sismograma (Figura 4.3), podemos comparar o ru´ıdo nesses sensores. A diferen¸ca no n´ıvel de ru´ıdo ´e de f´acil percep¸c˜ao. Aproximadamente, o ru´ıdo no sensorS25−N Z´e o dobro do valor no sensor S21−W Z.

A velocidade de propaga¸c˜ao para a onda de compress˜ao P que utilizamos foi de 0,6km/s, velocidade m´edia para a areia (n˜ao consolidada) (Lay & Wallace, 1995).

Das seis explos˜oes realizadas, quatro foram detectadas. As figuras 4.4, 4.5, 4.6 e 4.7 mostram os sismogramas de todas as explos˜oes, na ordem cronol´ogica, apenas no S21.

(42)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 28

Figura 4.3: Janela do programa HypoLine. Amostra do ru´ıdo nos sensores S21−W Z e S25−N Z que est˜ao separados por uma distˆancia de aproximadamente 11,5 m.

(43)

Figura 4.5: Explos˜ao 2. Essa figura mostra o sismograma da segunda explos˜ao registrada nos quatros sensores do S21.

Figura 4.6: Explos˜ao 3. Essa figura mostra o sismograma da terceira explos˜ao registrada nos quatros sensores do S21.

Para a localiza¸c˜ao utilizamos somente a informa¸c˜ao da diferen¸ca de tempo de chegada da onda P entre os sensores, j´a que explos˜oes s˜ao caracterizadas por apresentar somente onda de compress˜ao (Bullen, 1976).

(44)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 30

Figura 4.7: Explos˜ao 4. Essa figura mostra o sismograma da ´ultima explos˜ao registrada nos quatros sensores do S21.

mostra o instante em que ocorreu as explos˜oes, as coordenadas em graus e a magnitude dos eventos.

Evento Tempo de Origem Latitude Longitude ML

Explos˜ao 1 14:05:13.3755 -5.84249 -35.19750 -2.3

Explos˜ao 2 14:19:02.8575 -5.84244 -35.19750 -2.4

Explos˜ao 3 14:22:10.0505 -5.84243 -35.19749 -2.3

(45)
(46)

Disserta¸c˜ao de Mestrado - PPGG - UFRN Silva, A.G. 32

4.3

Procedimento para localiza¸

ao e determina¸

ao da

magnitude de um evento com o programa

Hypo-Line

Para todas as explos˜oes detectadas o procedimento para localiza¸c˜ao e determina¸c˜ao de magnitude foram os mesmos. Escolhemos a Explos˜ao 4 para mostrar passo a passo a obten¸c˜ao do resultado.

4.3.1

Localiza¸

ao

Quanto a localiza¸c˜ao, na Figura 4.9 temos o sismograma da explos˜ao na parte superior da janela do HypoLine e na parte inferior o mesmo sismograma numa janela de tempo menor, definida pelo usu´ario.

Utilizou-se um filtro (pode ser visualizado na parte superior esquerda da Figura 4.9) na faixa de 0 a 3 Hz para eliminar o ru´ıdo nessa faixa de frequˆencia.

Em seguida, marcamos o instante que o sinal chegou no sensor S21−W Z (o Z apenas indica que o sensor ´e de componente vertical), como pode ser visto na Figura 4.10. Ao indicar o instante em que o sinal incidiu em um segundo sensor, S21−EZ, a diferen¸ca de tempo de chegada nos sensores define uma hip´erbole que cont´em a solu¸c˜ao, como mostrado no cap´ıtulo anterior, indicada na Figura 4.11.

Ap´os marcar o tempo de chegada no sensor S21−CZ, o programa obt´em a diferen¸ca de tempo de chegada do sinal entre dois sensores. Combinando os trˆes sensores em pares, obt´em-se trˆes hip´erboles (Figura 4.12).

N˜ao utilizamos o sensor S21−N Z, devido n˜ao ser claro o instante de chegada do sinal em compara¸c˜ao aos demais sensores, consequentemente, introduziria erros. Como os demais sensores apresentam uma fase clara, a interse¸c˜ao entre as trˆes hip´erboles define o local da Explos˜ao 4 (Figura 4.13).

Para determinar a dire¸c˜ao do evento usa-se a ferramenta feixe do programa, discutida no cap´ıtulo anterior. Inicialmente, escolhe-se uma fase do sinal em um sensor e encontra-se a fase correspondente nos demais sensor.

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corres-pondentes nos sensores S21−EZ e S21−CZ e a dire¸c˜ao da fonte est˜ao na Figura 4.15. Essa dire¸c˜ao n˜ao corresponde a dire¸c˜ao correta da localiza¸c˜ao da fonte.

A velocidade aparente tamb´em est´a muito maior que o previsto, que ´e de aproximada-mente 0,6 km/s, j´a que a onda que chega ao sensor apenas se propaga pela superf´ıcie da terra.

Esse erro ´e devido `a localiza¸c˜ao da fonte ser muito pr´oxima dos sensores, praticamente entre eles. O instante que o sinal chega a cada sensor ´e praticamente o mesmo, resultando numa alta velocidade aparente e introduzindo erros.

Essa ferramenta do HypoLine s´o ser´a eficiente quando a distˆancia fonte - receptor for bem maior que distˆancia entre os sensores.

Como consequˆencia do solo ser sedimentar (areia n˜ao consolidada), podemos observar na Figura 4.15 que a forma de onda do sinal difere bastante de um sensor para outro, devido ao efeito de atenua¸c˜ao, difra¸c˜ao, etc, ser mais acentuado em compara¸c˜ao com ambientes cristalinos. Consequentemente, dependendo da composi¸c˜ao do solo no monitoramento, a distˆancia de 24 metros dever´a ser menor ou maior.

4.3.2

Magnitude

Para determinar a magnitude do evento, ao escolher a op¸c˜ao magnitude na barra de ferramenta, instantaneamente o programa simula o mesmo sinal sendo detectado pelo sensor de Wood-Anderson, para obten¸c˜ao da magnitude de Richter.

A determina¸c˜ao da magnitude ser´a obtida pela defini¸c˜ao do pulso de maior amplitude (na componente horizontal), atrav´es da marca¸c˜ao do minimo e do m´aximo do pulso. A Figura 4.16 mostra esse passo. O X em vermelho (lado esquerdo inferior da Figura 4.17) indica a magnitude.

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4.4

Teste II: Po¸

co I

Durante o processo de fraturamento hidr´aulico v´arias m´aquinas ficam presente em volta do po¸co, como mostra a Figura 4.18, gerando um alto ru´ıdo.

No dia 20 de junho de 2009, foi realizado um monitoramento, em um po¸co produtor pertencente `a PETROBRAS (Figura 4.18). O fraturamento ocorreu, em m´edia, `a 470metros de profundidade, segundo o engenheiro respons´avel pela opera¸c˜ao, Jos´e Altamiro Mota.

Figura 4.18: M´aquinas presente em volta do po¸co para o processo de fraturamento hidr´aulico a uma profundidade de aproximadamente 470 m.

A finalidade desse monitoramento foi tentar definir a que distˆancia do po¸co de inje¸c˜ao poderia-se instalar os sensores, sem que o ru´ıdo proveniente das m´aquinas no processo de fraturamento interferisse da detec¸c˜ao dos microssismos.

Os sensores, digitalizadores e taxa de amostragem foram os mesmos utilizados no teste no campus da UFRN, discutido na se¸c˜ao anterior.

Foram instalados dois SNS, denominados de S21 e S25, e um sensor vizinho ao po¸co de inje¸c˜ao (S29). Todos foram instalados a uma mesma profundidade de, aproximadamente,

50cm. A disposi¸c˜ao dos SNS encontra-se na Figura 4.19.

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Figura 4.19: Disposi¸c˜ao das esta¸c˜oes com rela¸c˜ao ao po¸co.

de prepara¸c˜ao. Na Figura 4.21 temos uma amostra do ru´ıdo durante o fraturamento. Ao comparar, verifica-se um aumento de aproximadamente 1000 %.

Somente foi verificado o ru´ıdo com a presen¸ca de m´aquinas para o fraturamento hidr´aulico. O ru´ıdo natural do ambiente n˜ao foi verificado.

A distˆancia entre cada sensor de componente vertical ao sensor central, em ambos SNS, n˜ao foi mantida constante. Foi realizado dessa forma, a fim de variar o m´aximo poss´ıvel a distˆancia entre o po¸co de inje¸c˜ao e os sensores, para uma an´alise do decaimento do ru´ıdo com a distˆancia ao po¸co.

A an´alise foi realizada manualmente, lendo-se a cada 1 minuto de dado a amplitude do sinal, pico a pico, em cada sensor, durante a dura¸c˜ao do fraturamento, 25 minutos. Depois de feito isso, tomou-se a m´edia do valores, para cada sensor. O resultado est´a no gr´afico da Figura 4.22.

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Figura 4.20: Janela do programa HypoLine. Amostra do ru´ıdo proveniente das m´aquinas em volta do po¸co de inje¸c˜ao antes do fraturamento.

Para fraturamento em zonas superior a 500 m de profundidade, o afastamento lateral dos sensores ao evento ´e pequeno com rela¸c˜ao ao afastamento vertical. Consequentemente, o sinal chegar´a aos sensores praticamente no mesmo instante, gerando alto erro na localiza¸c˜ao do evento (Hage & Joswig, 2009b). Tamb´em, se aumentarmos a distˆancia dos sensores ao po¸co, aumentar´a mais ainda a distˆancia do evento ao sensor, diminuindo a raz˜ao sinal-ru´ıdo e dificultando tamb´em a localiza¸c˜ao.

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4.5

Teste III: Po¸

co II

No dia 20 de outubro de 2009 foram monitorados doze canhoneios em um mesmo po¸co, tamb´em pertencente `a PETROBRAS. Esse po¸co ´e localizado na parte terrestre de uma bacia sedimentar e tem profundidade de 794,8 m (valor fornecido pela empresa respons´avel pelo canhoneio).

O canhoneio consiste em utilizar explosivos em uma determinada zona do po¸co para romper seu revestimento a fim de preparar essa zona para coloc´a-la em produ¸c˜ao.

No total foram 12 conhoneios em zonas de profundidades diferentes. Todos ocorreram em uma camada de arenito sobreposta por uma de calc´ario que se entende at´e a superf´ıcie da Terra. A Figura 4.23 mostra a profundidade dos canhoneios e a profundidade m´edia da interface arenito - calc´ario no campo de petr´oleo em trabalho.

Figura 4.23: Os X em vermelho representam o local dos tiros de canhoneios. A linha em verde a interface arenito-calc´ario. A linha de cor azul a zona do tiro de canhoneio detectado.

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anteriores. Foram utilizados trˆes SNS, denominados de S21, S28 e S29. Suas localiza¸c˜oes, em rela¸c˜ao ao po¸co, est˜ao na Figura 4.24.

Figura 4.24: Disposi¸c˜ao das esta¸c˜oes com rela¸c˜ao ao po¸co e o resultado obtido com o moni-toramento nanosss´ısmico.

Sinais de canhoneio n˜ao s˜ao de f´acil detec¸c˜ao por que apesar de ser grande a quantidade de energia dispredidada pelos explosivos, parte ´e gasta para romper o revestimento do po¸co e parte retorna pela coluna do po¸co (Phillips,et al, 1998).

Entre os doze canhoneios, apenas um pode ser detectado (representado pela linha de cor azul na Figura 4.23, com profundidade de 707 m) pelo S28. Trˆes canhoneio foram a uma profundidade superior e oito a uma profundidade inferior, ao detectado.

Os canhoneios de maior profundidade possivelmente n˜ao foram detectados devido a pe-quena quantidade de energia incidente nos sensores, sendo sobrepostos pelo ru´ıdo. J´a os demais, por serem mais rasos, os raios emitidos tem um menor alcance na superf´ıcie da terra, podendo n˜ao atingir os sensores, como mostra a Figura 4.25.

O S28, SNS que detectou o sinal, foi instalado `a aproximadamente 440 m do po¸co de

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Figura 4.25: Raios emitidos por fontes em diferentes profundidades ter˜ao alcance diferente na superf´ıcie da terra. A camada de calc´ario possui maior velocidade que a de arenito, consequentemente, os raios ao imergirem nela na camda de calc´ario s˜ao desviados com um ˆangulo maior que o ˆangulo de incidˆencia.

mais pr´oximo do po¸co, o local era favorecido por apresentar menor ru´ıdo (oriundo de tr´afego, animais, po¸cos em produ¸c˜ao, etc) em compara¸c˜ao aos demais.

Na Figura 4.26 temos os sismograma do evento. Entre os quatros sensores doS28, apenas um, o S28−W Z, n˜ao o registrou.

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Figura 4.27: Sismogramas de canhoneios. Parte superior da figura temos a componente vertical do sismograma do sensorS28−C obtida no monitoramento nanoss´ısmico. Na parte inferior o sismograma obtido com o monitoramento micross´ısmico em Texa, no campo de Giddings (Phillips, et al, 1998). Os valores de tempo dos sinais apresentados na figura s˜ao aproximados.

Na Figura 4.28 temos a dire¸c˜ao do evento determinada pela coerˆencia do sinal utilizando os sensores S28−N Z,S28−EZ e S28−CZ.

A velocidade aparente de propaga¸c˜ao da onda obtida foi de 4,8 km/s, indicada pelo c´ırculo vermelho do lado esquerdo da Figura 4.28.

Para a localiza¸c˜ao considerou-se um semi-espa¸co homogˆeneo com velocidade de propaga¸c˜ao para onda de compress˜ao de 2,6 km/s calculada a partir do valor da veloci-dade aparente, a profundiveloci-dade do tiro de canhoneio no instante de registro de sinal (707m) e a distˆancia do S28 ao po¸co.

O instante de chegada do sinal s´o ´e claro nos sensores S28−EZ e S28−CZ. A Figura 4.29 mostra esses instantes e a hip´erbole obtida. Fazendo variar a profundidade no programa, quando atinge 742m tem-se a interse¸c˜ao entre a dire¸c˜ao do evento e a hip´erbole que cont´em as poss´ıveis solu¸c˜oes. Essa interse¸c˜ao ´e a localiza¸c˜ao do evento (Figura 4.29).

O erro da localiza¸c˜ao na profundidade foi de 35 m e horizontal de 126 m, mostrado na Figura 4.30.

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(Eisner, et al, 2009).

A magnitude obtida para esse evento foi de −2,4 ML, indicada na Figura 4.27. A

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Figura 4.28: Janela do programa HypoLine. Dire¸c˜ao do evento determinada pela coerˆencia entre os sinais nos sensores S28−N Z,

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Cap´ıtulo 5

Conclus˜

oes e Recomenda¸

oes

A ind´ustria do petr´oleo tem investido em novas tecnologias a fim de minimizar custos financeiros e trabalho, e maximizar a produ¸c˜ao de hidrocarboneto.

O m´etodo nanoss´ısmico ´e uma nova tecnologia para detectar microssismos em ambientes com baixa raz˜ao sinal-ru´ıdo, funcionando bem com essa raz˜ao no valor de at´e 0 dB.

Ap´os o estudo, realizado nesse trabalho, podemos concluir que esse m´etodo pode ter essa nova aplicabilidade, medir a eficiˆencia de um fraturamento hidr´aulico em reservat´orios, mas suas limita¸c˜oes ainda s˜ao desconhecidas.

Confirmamos nossas expectativas, quanto a potencialidade do m´etodo nanoss´ısmico, ao detectar e localizar um canhoneio a 867 metros de distˆancia dos sensores. Disprendendo energia equivalente a um microssismo de ML−2,4.

A estimativa da localiza¸c˜ao est´a na margem de erro dos demais m´etodos (s´ısmica passiva e monitoramento micross´ısmico tradicional, com sensores em po¸cos de observa¸c˜ao) (Eisner,

et al, 2009).

As principais vantagens desse m´etodo, do ponto de vista financeiro, s˜ao o baixo n´umero de sensores necess´arios e o acoplamento ser pr´oximo `a superf´ıcie da terra. Do ponto de vista de esfor¸co computacional, o programa de an´alise permite um r´apido resultado, onde o usu´ario interfere no processo de constru¸c˜ao desse resultado, minimizando os erros.

Para se ter um maior sucesso em testes futuros, recomenda-se que:

• A distˆancia das esta¸c˜oes ao po¸co n˜ao deve exceder 300 m, para um fraturamento em po¸cos rasos (por volta de 500m).

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• A profundidade em que devem ser acoplados os sensores deve ser de 1,5m (ou mais), profundidade utilizada no Teste I. Como verificado no teste no Campus Central da UFRN, o ru´ıdo cai, aproximadamente, de 50 %.

• A escolha do local para colocar os sensores ´e extremamente importante. Embora seja de dif´ıcil acesso, ´e fundamental que seja no local de menor ru´ıdo poss´ıvel (seja natural ou n˜ao) j´a que o sinal que se quer detectar ´e de baix´ıssima energia.

• A distˆancia entre cada sensor vertical ao sensor triaxial n˜ao deve ser superior a 40 m, principalmente em ambientes sedimentar. Isso, por que a forma de onda alterasse

rapidamente com a distˆancia, dificultando encontrar fases correspondentes em cada sensor do SNS, e consequentemente a dire¸c˜ao do evento.

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Referˆ

encias Bibliogr´

aficas

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Imagem

Figura 2.1: Modelo bidimensional de esfor¸cos cisalhante e normal a uma ruptura. Modificado de do Nascimento (1998).
Figura 2.4: Modelo bidimensional de esfor¸cos agindo sobre uma rocha com press˜ao de poro p
Figura 3.2: Janela do programa HypoLine (Sonograma). Na parte superior da janela, um intervalo selecionado de aproximadamente 3 segundos de um sismograma
Figura 3.4: Interse¸c˜ao entre o semi-hiperbol´oide e um plano paralelo a superf´ıcie (Joswig, 2008).
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