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Densitometria óssea de dupla absorção de raio-X (DXA) em crianças nascidas pré-termo comparada com seus pares a termo nos primeiros 6 meses.

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ARTIGO

ORIGINAL

Bone

densitometry

by

dual-energy

X-ray

absorptiometry

(DXA)

in

preterm

newborns

compared

with

full-term

peers

in

the

first

six

months

of

life

Virginia

S.

Quintal

a,

,

Edna

M.A.

Diniz

b

,

Valeria

de

F.

Caparbo

c

e

Rosa

M.R.

Pereira

c

aBancodeLeiteHumano,HospitalUniversitário,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,

Brasil

bDepartamentodePediatria,HospitalUniversitário,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,

Brasil

cDivisãodeReumatologia,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil

Recebidoem23dejaneirode2014;aceitoem21demarçode2014

KEYWORDS

Prematurity; Newborn;

Bonemineralization; Densitometry; Humanmilk

Abstract

Objectives: Tolongitudinallyassessbonemineralcontent(BMC),bonemineraldensity(BMD), andwhole-bodyleanmassobtainedthroughbonedensitometrybydual-energyX-ray absorpti-ometry(DXA)inpretermnewborns(PTNs)andcomparethemwithfull-termnewborns(FTNs) frombirthto6monthsofcorrectedpostnatalage.

Methods: Atotalof28adequateforgestationalage(AGA)newbornswerestudied:14preterm and14 full-term newborns.DXA was usedto determineBMC, BMD,andlean massinthree moments:40weekscorrected post-conceptualage,aswellas3and6monthsofcorrected postnatalage.PTNshadgestationalage≤32weeksatbirthandwerefedtheirmother’sown milkormilkfromthehumanmilkbank.

Results: AllinfantshadanincreaseinBMC,BMD,andleanbodymassvaluesduringthestudy. PTNshadlowerBMC,BMD,andleanmassat40weeksofcorrectedpost-conceptualagein rela-tiontoFTNs(p<0.001,p<0.001,p=0.047,respectively).However,therewasanacceleration inthemineralizationprocessofPTNs,whichwassufficienttoachievethenormalvaluesofFTNs at6monthsofcorrectedage.

Conclusions: Thisstudysuggeststhatbonedensitometrybydual-energyX-rayabsorptiometry isagoodmethodfortheassessmentofbodycompositionparametersatbaseline,andatthe follow-upofthesePTNs.

©2014SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.

DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.03.001

Comocitaresteartigo:QuintalVS,DinizEM,CaparboVF,PereiraRM.Bonedensitometrybydual-energyX-rayabsorptiometry(DXA)in

pretermnewbornscomparedwithfull-termpeersinthefirstsixmonthsoflife.JPediatr(RioJ).2014;90:556---62.

Autorparacorrespondência.

E-mail:virginia@hu.usp.br(V.S.Quintal).

(2)

PALAVRAS-CHAVE

Prematuridade; Recém-nascido; Mineralizac¸ãoóssea; Densitometria; Leitehumano

Densitometriaósseadeduplaabsorc¸ãoderaio-X(DXA)emcrianc¸asnascidas pré-termocomparadacomseusparesatermonosprimeiros6meses

Resumo

Objetivos: Avaliarlongitudinalmenteoconteúdo mineral ósseo(CMO), adensidade mineral óssea(DMO)eamassamagradocorpointeiroobtidosatravésdadensitometriaósseadedupla absorc¸ãodeRaios-X(DXA)emrecém-nascidospré-termo(RNPT)ecompararcomseusparesa termo(RNT)desdeonascimentoaté6mesesdeidadepós-natalcorrigida.

Métodos: Foramestudados28recém-nascidosadequadosparaaidadegestacional:14 recém--nascidos pré-termoe14 recém-nascidosatermo.Utilizando-seaDXA,foramdeterminados CMO,DMOemassamagraemtrêsmomentos:40semanasdeidadepós-concepcionalcorrigida, 3e6mesesdeidadepós-natalcorrigida.Osrecém-nascidospré-termoapresentavamao nasci-mentoumaidadegestacionaligualouinferiora32semanasereceberamleitedaprópriamãe ouleitehumanodebanco.

Resultados: Todososrecém-nascidosapresentaramumaumentonosvaloresdeCMO,DMOe massamagraduranteoestudo.Osrecém-nascidospré-termoapresentarammenorCMO,DMO emassamagra,com40semanasdeidadepós-concepcionalcorrigida,emrelac¸ãoaos recém--nascidosatermo(p<0,001,p<0,001,ep=0,047,respectivamente).Entretanto,houveuma acelerac¸ãonoprocessodemineralizac¸ãonospré-termos,suficienteparaatingiremosvalores normaisdorecém-nascidosatermoaos6mesesdeidadecorrigida.

Conclusões: Esteestudosugerequeadensitometriaósseadeduplaabsorc¸ãodeRaios-X cons-tituiumbommétodoparaaavaliac¸ãodosparâmetrosdecomposic¸ãocorporalnoinícioeno seguimentodestesrecém-nascidospré-termo.

©2014SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos reservados.

Introduc

¸ão

Adoenc¸ametabólicaósseaécaracterizadaporalterac¸õesde mineralizac¸ãoesqueléticadecorrentesdodeficiente acrés-cimodoconteúdomineralósseo(CMO). Norecém-nascido pré-termo (RNPT),oCMOé inversamente proporcionalao peso de nascimentoe à idadegestacional; umCMO dimi-nuído também está relacionado ao aporte inadequado de cálcioefósforonavidaextrauterina.1---3

Os fatores de risco relacionados a uma mineralizac¸ão

inadequada são: muito baixo peso ao nascer, restric¸ão

de crescimento intrauterino, uso prolongado de nutric¸ão

parenteral, uso de diuréticos e glicocorticoides, displasia

broncopulmonar, retardo na introduc¸ão da alimentac¸ão,

baixa oferta mineral na dieta e longos períodos de

imobilizac¸ão.4---6Ousodoleitehumanoadicionadode

suple-mentoécapazdeproporcionarcrescimentoemineralizac¸ão

ósseaadequadosemcurtoprazo.7

A doenc¸a metabólica óssea do RNPT não tem

apresentac¸ãoclínicacaracterística.Pode-seobservardesde

uma parada no crescimento longitudinal, manutenc¸ão do

perímetrocefálico,atésinais radiológicossemelhantesao

raquitismo,comfraturasespontâneasdescritasem10%dos

RNPTdemuitobaixopesoaonascer.8

Nos RNPT com deficiência mineral, alguns marcadores

bioquímicospodem estar alterados.Observa-se

hipofosfa-túriaehipercalciúriaqueantecedemasalterac¸õesséricas

(reduc¸ão de cálcio e fósforo e elevac¸ão da fosfatase

alcalina) e radiológicas.5,9 Outros marcadores séricos ou

urináriosmaisespecíficos,comoafosfatasealcalina

espe-cíficadoosso(BAP),deoxipiridinolina(DPD),osteocalcina,

telopeptídeoC-terminaldocolágenotipoI(CTX)e o

pep-tídeonatriuréticotipoC(CNP),podemserutilizadospara

avaliac¸ãodocrescimentoeremodelamentoósseo.10---12

Alémdisso,adensitometriaósseadeduplaabsorc¸ãode

Raios-X(DXA)temsidoconsideradacomométododeescolha

padrãoouroparaavaliaramineralizac¸ãoósseaem

recém--nascidos,mostrandograndeprecisãoeacurácia.4,10,11,13---15

Oobjetivodopresenteestudofoiavaliaramineralizac¸ão

ósseaporDXAnosprimeirosseismesesdeidadecorrigida

em recém-nascidos pré-termo, comparados com

recém--nascidosatermo.

Métodos

Trata-se de um estudo longitudinal envolvendo recém--nascidos admitidos na Unidade Neonatal do Hospital UniversitáriodaUniversidadedeSãoPaulo(USP)comidade gestacional igual ou inferior a 32 semanas, seguidos no períododejulhode2006asetembrode2008.Comogrupo controle, foi selecionado um grupo de recém-nascidos a termo(RNT),nascidosnomesmoperíodo.

Recém-nascidoscommalformac¸õescongênitas, cromos-somopatias ou doenc¸as genéticas foram excluídos, assim comoosfilhosdemãesdiabéticas. Foramtambém excluí-dostantoosrecém-nascidospequenoscomoosgrandespara a idade gestacional. O consentimento livre e esclarecido foiobtido detodos ospais dos recém-nascidosavaliados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital UniversitáriodaUSP.

(3)

foramexcluídospor:nãoteremcompletado oseguimento (10);diagnósticodecardiopatiagrave(1);desnutric¸ão(1); nãoconsentimentoporparte dospais(1);eavaliac¸ão ina-dequadapelaDXA(1).Apósasexclusões, foramavaliados 28 recém-nascidos: 14 pré-termo (nove meninos e cinco meninas); e 14 a termo (dez meninose quatro meninas). OsRNPTapresentaramidadegestacionalentre28,4a32,0 semanas(médiade31,1),eosRNTentre38a41,8semanas (médiade40,1).OpesoaonascerdosRNPTvarioude1.115g a 2.130g (média de 1.540g), e dos RNT variou de 2.900g a3.700g(média de 3.260g).Todos apresentavam pesoentreospercentis10 e90dacurvadereferênciade Alexanderetal.16

Cálculodaamostra

Deacordocomosvaloresdereferênciadoconteúdomineral ósseode recém-nascidos pré-termo e a termo, a variabi-lidade estimada é de aproximadamente 6,5g (DP=6,5g) na idade de 40 semanas corrigida.2 Supondo encontrar a

diferenc¸anoCMOentrerecém-nascidospré-termoeatermo

aosseismesesdeseguimentodepelomenos7g(sendoquea

diferenc¸ainicialerade10gentreosdoisgrupos),espera-se

umamelhoradepelomenos30%nospacientespré-termo,

compoderde80%econfianc¸ade95%.Combaseneste

cál-culo,aamostranecessáriapararealizac¸ãodoestudoseria

de14pacientesemcadagrupo.

Osfatoresderisco paraumamineralizac¸ãoinadequada

(patologiasemedicamentos)encontradosnosRNPTforam:

sepse com hemocultura positiva foi observada em 28,5%;

enterocolitenecrosante(critériosdeBell)comtratamento

clínicoem14,3%;edisplasiabroncopulmonar(necessidade

deoxigenoterapiapor28diasoumais)em35,7%.Dototalde

RNPTcomdisplasiabroncopulmonar,trêsreceberam

hidro-clorotiazida e dois,furosemida. Onze receberamnutric¸ão

parenteral, sendodois por menosdeuma semana e nove

entreumasemanae ummês,e otempomédiodeusoda

nutric¸ãoparenteralfoide12dias.Adietaenteralfoi

intro-duzidano primeiro dia de vida. Durante a internac¸ão na

UnidadeNeonatal,todososRNPTreceberamleitehumano,

sendo tanto o da própria mãe como o dobanco de leite

dohospital.ApenasquatrodosseteRNPTcompesoao

nas-cerinferiora1.500greceberamleitehumanosuplementado

comaditivo (FM85®)emleitematernoordenhadoouleite

humano,pasteurizadoeadministradoatravésdesonda

oro-gástrica ou em copo. Os três RN restantes apresentaram

hipofosfatúria(fósforourinário<1mgkg---1 d---1),eporisso

receberamofertaadicionaldecálcioefósforopara

atingi-remoconsumode200mgdecálcioe110mgdefósforo/kg

pordia.9Todososrecém-nascidos(RNPTeRNT)receberam

suplementac¸ãoenteraldevitaminaDnadosede400UI/dia,

aqualfoimantidaduranteosprimeirosdoisanosdeidade.

Após a alta hospitalar, as crianc¸as foram avaliadas

mensalmente.Duranteoperíododoestudo,todosos

recém--nascidos receberam leite humano exclusivo. As crianc¸as

comindicac¸ãodeaditivac¸ãoreceberamumasoluc¸ão

com-postadegluconatoecálcioefosfatodibásicodecálcioentre

asmamadasaoseio,sendomantidoduranteosprimeirosseis

mesesdevida(idadecorrigidaparaosRNPTeidade

crono-lógicaparaosRNT),nãotendosidointroduzidaalimentac¸ão

complementar.

Todososrecém-nascidosforampesadosemumabalanc¸a

comercialeletrônica(modeloBaby,Filizola,SãoPaulo),ea

estaturafoiobtidaatravésderéguaantropométrica

gradu-adaemcentímetros.

NogrupodeRNPTforamrealizadasdosagensséricasde

cálcio,fósforoefosfatasealcalinanasidadesde40semanas

pós-concepcionaisecomseismesesdeidadepós-natal

cor-rigida.Alémdisso,determinamosaconcentrac¸ãodecálcio

e fósforo emamostras deurinade 6horas entrea3a e a

4asemanasdevida(idadenãocorrigida).

Nogrupo deRNT foramrealizadas dosagensséricas de

cálcio, fósforo e fosfatase alcalina apenas na idade

de40 semanaspós-concepcionais,poisacoletasanguínea

aosseismesesnãofoiaprovadapelacomissãodeética.

Foi realizada a densitometria óssea no Laboratório de

MetabolismoÓsseodaDisciplinadeReumatologiada

Facul-dadedeMedicinadaUSP.Foramavaliados:conteúdomineral

ósseo (CMO); e densidade mineral óssea (DMO) e massa

magra em três momentos: 40 semanas de idade

pós--concepcionalcorrigida,trêseseismesesdeidadepós-natal

corrigida.OCMOtraduzaquantidadetotaldematerial(osso

mineral)medidaporabsorciometria,emgramas.ADMOéo

conteúdomineralósseodivididopelaáreaóssea,emgrama

porcentímetroquadrado,eamassamagraéaquelalivrede

gordura.

Utilizou-se umaparelho de dupla emissãode fonte de

Raios-X(DXA;DiscoveryA;HologicInc.,Bedford,EUA)com

oInfantWhole-Bodyscanningmode(softwareversão12.3.3; HologicInc.).

Osoftwareutilizadoéconsideradosuperioraopediátrico

paraanálisedamineralizac¸ãoóssea,comprecisãovalidada

tanto parao RNT como RNPT.17 Além disso, atécnica fan

bean,utilizadanoestudo,tornaoscannerDiscoveryAmais

precisoquandocomparadoàtécnicaanterior,pencilbean.18

OestudodeBlakeetal.mostrouqueoscannerDiscoveryA

apresentavantagensadicionais,poisrequermenordosede

radiac¸ãoemrelac¸ãoaosmodelosDiscoveryW(HologicInc.,

Bedford,EUA)eQDR4500(HologicInc.,Bedford,EUA)

utili-zadosanteriormente.ParaoRN,adosederadiac¸ãoefetiva

é de 8,9␮Sv parao corpo inteiro,e de 7,5␮Sv parauma

crianc¸adeumanodeidade.19

Osexames foramrealizados sem sedac¸ão, logo após o

aleitamentomaterno.Ocoeficientedevariac¸ãoparaaDMO

de corpo inteiro foi de 0,004g/cm2 (0,4%), e a mínima

variac¸ãosignificativaparaosRNavaliadosnoestudofoide

1,2%(95%deintervalodeconfianc¸a).Estesvaloressão

apro-priados,umavezquenaliteraturasãodescritosvaloresde

coeficientedevariac¸ãode0,8a2,2%.20

Análiseestatística

(4)

Tabela1 Comparac¸ãodopesoaonascer,idadegestacionalegênerodascrianc¸asexcluídaseincluídasnoestudo

RN Pré-termo Termo p

Média DP n Média DP n

Pesoaonascer(kg)

Excluídos 1,65 0,24 3 3,24 0,27 11

0,658

Incluídos 1,54 0,30 14 3,26 0,24 14

IG(semanas)

Excluídos 30,76 0,22 3 39,71 0,99 11

0,366 Incluídos 31,15 1,41 14 40,10 0,99 14

Gênero(masculino)n(%)

Excluídos 2(66,7) 3 6(54,5) 11

0,495a

Incluídos 9(64,3) 14 10(71,4) 14

ResultadodaANOVA.

a ResultadodotesteQui-quadrado.

ANOVA,análisedevariância;DP,desviopadrão;IG,idadegestacional.

Resultados

Foramavaliados 28recém-nascidos: 14 RNPTe 14 RNT. A idadegestacionaldosRNPTvarioude28,4a32,0semanas (média de 31,1 semanas). O peso ao nascer foi de1.115 a 2.130g (média de 1.540g) e de 2.900 a 3.700g (média de 3.260g) para os RNPT e RNT respectivamente, sendo todosadequadosparaaidadegestacional.Foramexcluídas 14 crianc¸as (11 atermo e três pré-termo),que não com-pletaram as análises, sendo semelhantes em peso, idade gestacionalegêneroàquelasincluídasnoestudo(p>0,05) (tabela1).

Afigura1mostraoescore-zdopeso(kg)eestatura(cm) e a figura 2 mostra o CMO(g),o DMO (g/cm2) e amassa

magra(g)dosRNPTeRNatermoaolongodotempode

segui-mento,com40semanasdeidadepós-concepcional,aostrês

eaosseismesesdeidadegestacionalcorrigida.Emtodosos

momentos,foramobservadasdiferenc¸asentreosRNPTeos

RNT,tantonasmedidasdeescores-zdepesoeestaturacomo

tambémdoCMO,doDMOedamassamagra.Acomparac¸ão

entreosRNPTe osRNT mostrouque,na avaliac¸ãoinicial

(40semanasdeidadepós-concepcional),osRNPTtiveram

menoresvaloresemrelac¸ãoaosRNT:peso,escores-zdepeso

eestatura,CMO,DMOemassamagra,(p<0,05)(tabela2).

Contudo,estasdiferenc¸as desapareceramna avaliac¸ão de

seis meses de idade pós-natal, quando todos os

parâme-trosmostrarammédiassemelhantesentreosRNPTeosRNT

(p>0,05)(tabela2).

Os parâmetrosbioquímicosséricos nãodiferiram entre

RNPTe RNT, excetoa fosfatase alcalinaque foi

estatisti-camentesuperiornosRNPTemrelac¸ãoaosRNT(tabela2).

Apenasdoispacientes,ambosRNPT, apresentaramvalores

defosfatasealcalinasuperioresa1.200UI/L,valor

conside-radocomosugestivodedoenc¸ametabólicaóssea.

EntreosRNPT,três(21,4%)apresentaramresultadosdos

examesurináriossugestivosdesíndromedadeficiência de

fósforo (cálcio urinário>4mg/kg por dia e fósforo

uriná-rio<1mg/kg pordia). Por essemotivo, foiindicado o uso

dasoluc¸ãooraldecálcioefósforo,aqualfoimantidaatéa

idadecorrigidadeseismeses.

0,0

–0,5

–1,0

–1,5

–2,0

p < 0,001

p < 0,001

p < 0,001

p = 0,426 40 semanas

Períodos

Períodos

escore-z de peso

escore-z de estatura

3 meses 6 meses

40 semanas 3 meses 6 meses

p = 0,001

p = 0,931

–2,5

–3,0

–3,0 –2,5 –2,0 –1,5 –1,0 –0,5 0,0 0,5 1,0

A

B

Pré-termo

Termo

Pré-termo Termo

Figura1 Evoluc¸ãodocrescimentocomescores-zdepesoe comprimentodosrecém-nascidospré-termocomrelac¸ãoaseus paresatermo,com40 semanas,trêsmeses eseismesesde idadecorrigida.

(5)

Tabela2 Medidasdepeso,escore-zdepesoeestatura,conteúdomineralósseo(CMO),densidademineralóssea(DMO),massa magra,cálcio,fósforoefosfatasealcalinaemrecém-nascidospré-termoeatermocom40semanasdeidadegestacionalcorrigida (inicial)/ouaonascimento,trêseseismesesdeidadecorrigida

Pré-termon=14 Termon=14 p

Peso(kg)

Inicial 2,25±0,21 3,26±0,24 <0,001

3meses 5,03±0,60 6,08±0,59 0,001

6meses 7,29±0,80 7,55±0,81 0,701

Escore-z

Inicial ---2,58±0,54 ---0,16±0,40 <0,001

Peso

3meses ---1,58±1,14 ---0,32±0,60 0,001

6meses ---0,49±0,90 ---0,25±0,70 0,931

Escore-z

Inicial ---2,22±1,63 ---0,25±0,61 <0,001

Estatura

3meses ---2,06±1,12 ---0,06±0,51 <0,001

6meses ---0,59±1,27 0,19±1,01 0,426

CMO(g)

Inicial 31,80±6,10 60,76±7,32 <0,001

3meses 84,57±14,23 117,66±14,10 <0,001

6meses 137,14±22,46 152,86±20,92 0,054

DMO(g/cm2)

Inicial 0,13±0,02 0,19±0,01 <0,001

3meses 0,19±0,02 0,21±0,01 0,008

6meses 0,22±0,02 0,23±0,02 0,618

Massamagra(g)

Inicial 2.377,52±267,75 3.084,82±227,47 0,047 3meses 4.084,72±1.030,99 4.863,21±587,74 0,035 6meses 5.750,13±765,11 5.745,88±726,52 1,000

Cálcio(mg/dL)

Inicial 9,86±0,53 10,25±0,49 0,076

6meses 10,54±0,41 NA

Fósforo(mg/dL)

Inicial 6,50±0,78 5,85±1,12 0,085

6meses 6,13±0,54 NA

Fosfatasealcalina(U/L)

Inicial 959,50±561,64 392,85±101,47 <0,001

6meses 743,42±327,80 NA

Dadosapresentadoscomomédia±DP.

U/L,Unidadesinternacionais/litro;Inicial,40semanasdeidadegestacionalcorrigida;NA,nãoavaliado.

Alémdestasuplementac¸ãocomsoluc¸ãooraldecálcioe fósforo,oaditivo doleitehumanofoiutilizado em quatro RNPT,completandoumtotalde50%dosRNPTque necessi-taramdesuplementac¸ãodoleitehumano.

Discussão

No Brasil, este foi o primeiro estudo realizado sobre evoluc¸ão dacomposic¸ão corpórea derecém-nascidos pré--termoeatermo,alimentadoscomleitehumano,através daDXAapósaaltahospitalar.

A mineralizac¸ão óssea do recém-nascido pré-termo é abordada naliteraturacom relevância,e aDXAtornou-se ométododeescolhaparaavaliac¸ãodacomposic¸ãocorporal dosrecém-nascidos.21---24

O nosso estudo demonstrou, através da avaliac¸ão por

DXA,que crianc¸as pré-termo atingemum conteúdo

mine-ral ósseoe umadensidademineralóssea,após seismeses

deidadecorrigida,semelhantesàscrianc¸asatermo.

Aamostra deste estudo constou de 14 recém-nascidos

pré-termo, sendo a metade de muito baixo peso ao

nas-cer. Para um crescimento adequado destas crianc¸as com

(6)

p < 0,001

p < 0,001

p = 0,008

p = 0,047

p = 0,035

p = 1 p = 0,618 p < 0,001

p = 0,054

40 semanas 3 meses 6 meses

40 semanas 3 meses 6 meses

40 semanas 3 meses 6 meses

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

0,0

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25

Períodos

Períodos

Períodos

Conteúdo mineral ósseo do

corpo inteiro (g)

Massa magra do corpo inteiro (g)

Pré-termo

Termo

Pré-termo

Termo

Pré-termo

Termo

A

B

C

Densidade mineral óssea do corpo

inteiro (g/cm2)

Figura 2 Evoluc¸ão doconteúdo mineral ósseo (g), da den-sidade mineral óssea (g/cm2) e da massa magra (g) dos recém-nascidos pré-termocomrelac¸ão aseus paresatermo avaliadospelaDXA.

Ndaamostra:40semanas(Pré-termoeAtermo)=14;3meses (Pré-termoeAtermo)=12;6meses(Pré-termoeAtermo)=13.

nutricional,comumaofertaelevadadecálcio,fósforoe pro-teínas,umavezqueestasapresentaramumritmoacelerado de remodelac¸ão óssea. Ao nascimento, estes RNPT apre-sentaramummenorconteúdoedensidademineralósseos, em relac¸ão ao RNT, que persistiram até osseis meses de idadecorrigida.Estaobservac¸ãoestádeacordocoma lite-ratura, que aponta relatos de recém-nascidos pré-termo que, mesmo recebendo suplementac¸ão do leite humano, não melhoraram significantemente a mineralizac¸ão óssea atéatingiremotermo.4

Este estudo demonstrou, através da análise por DXA,

que o processo de mineralizac¸ão óssea apresentou uma

acelerac¸ão importante no RNPT, porém ainda aquém dos

RNTatéosseismesesdeidade corrigida,sugerindoo uso

desuplementac¸ãodeminerais porumperíodoprolongado

emrecém-nascidosdemuitobaixopeso.

Nos recém-nascidos pré-termo, as concentrac¸ões

uri-nárias de cálcio e fósforo dependem de uma interac¸ão

complexa entre ingesta, absorc¸ão e func¸ão renal destas

crianc¸as.Algunsautoresrecomendamaanáliseurinária

des-tesíonscomométodoparadeterminac¸ãodanecessidadede

suplementac¸ão, objetivandomelhoraro conteúdomineral

ósseoe reduzira incidência dadoenc¸a metabólica óssea.

Noentanto,estasanálisesnãoparecemsubstituiras

medi-dasdiretasdeCMOeDMO.9,25Defato,nopresenteestudo

encontramosqueoCMOeaDMOforamsignificativamente

menores no RNPT em relac¸ão ao RNT, mesmo naquelas

crianc¸ascomdosagensurináriaseséricasnormais.

Entreosmarcadoresséricosdadoenc¸ametabólicaóssea,

omaisutilizadoéafosfatasealcalina.Entretanto,ovalorde

corteparadefinic¸ãodaosteopeniaémuitovariávelna

lite-ratura,entre300e1.200UI/L.Nessesentido,Figueras-Aloy

etal.avaliaramafosfatasealcalinaeaDMOem336crianc¸as

pré-termo,econsideraramdoenc¸ametabólicaósseaquando

ambasasvariáveisestivessemalteradas(fosfatasealcalina

superiora500UI/LeDMO<0,068g/cm2)naaltahospitalar.26

Embora a doenc¸a metabólica óssea da prematuridade

sejaumprocessoautolimitado,arápidarecuperac¸ãodo

con-teúdo mineral ósseo (catch up) tem inúmeras vantagens:

melhora ocrescimento em estatura e perímetro cefálico,

previnefraturasereduzaosteopeniadoadulto.27

Amassamagratambémtevesuanormalizac¸ãonoRNPT

com seis meses de idade pós-natal corrigida, um achado

semelhanteaorelatadoporCookeetal.,porémemcrianc¸as

avaliadascom12mesesdeidadecorrigida.28Estesautores

encontraramqueamassamagrafoimenornoRNPTquando

corrigidapelaidade.Contudo,quandocorrigidapelopeso,

oRNPTapresentavavaloresdemassamagrasemelhanteao

valordereferênciaparaoRNT.

Assimsendo,opresenteestudodemonstrouque

recém--nascidospré-termoapresentamrecuperac¸ãodoconteúdoe

densidademineralósseosedamassamagracomseismeses

deidadecorrigida,esugereadensitometriaósseacomoum

bommétodoparaaavaliac¸ãodestesparâmetrosnoinícioe,

principalmente,noseguimentodessascrianc¸as.

Financiamento

ConselhoNacionaldeCiênciaeTecnologia(CNPQ).Processo n◦

305691/2006-6.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Imagem

Tabela 1 Comparac ¸ão do peso ao nascer, idade gestacional e gênero das crianc ¸as excluídas e incluídas no estudo RN Pré-termo Termo p Média DP n Média DP n Peso ao nascer (kg) Excluídos 1,65 0,24 3 3,24 0,27 11 0,658 Incluídos 1,54 0,30 14 3,26 0,24 14 I
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