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Profilaxia da infecção por vírus sincicial respiratório: estudo clínico prospectivo de crianças submetidas ao uso de palivizumabe

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ANA ISABEL MELO PEREIRA MONTEIRO

PROFILAXIA DA INFECÇÂO POR VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO: ESTUDO CLÍNICO PROSPECTIVO DE CRIANÇAS

SUBMETIDAS AO USO DE PALIVIZUMABE

São Paulo

2011

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ANA ISABEL MELO PEREIRA MONTEIRO

PROFILAXIA DA INFECÇÂO POR VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO: ESTUDO CLÍNICO PROSPECTIVO DE CRIANÇAS

SUBMETIDAS AO USO DE PALIVIZUMABE

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Ciências

Orientador: Profa. Dra. Lily Yin Weckx

Co-orientador: Profa. Dra. Amélia Miyashiro dos Santos

(3)

Monteiro, Ana Isabel Melo Pereira

Profilaxia da infecção por vírus sincicial respiratório: estudo clínico prospectivo de crianças submetidas ao uso de palivizumabe. / Ana Isabel Melo Pereira Monteiro. -- São Paulo, 2011.

xii, 86f.

Tese (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Pediatria.

Título em inglês: Prophylactic treatment of infection by the sincycial respiratory virus: prospective clinical study of infants to the use of palivizumab.

(4)

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA

DISCIPLINA DE INFECTOLOGIA PEDIÁTRICA

Chefe do Departamento:

Prof. Dr. Mauro Batista de Morais

Chefe da Disciplina:

Profa. Dra Regina Célia de Menezes Succi

Coordenador do Curso de Pós-graduação: Profa. Dra. Olga Maria Silverio Amancio

(5)

iv

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v

Aos meus pais, Antonio e Eliza (in memorian), alicerces da minha formação,

pelo amor que sempre demonstraram aos filhos, cujos estudos e conquistas

representam os sonhos que não tiveram oportunidade de realizar. Embora,

ausentes neste momento, é a eles que dedico cada degrau de minha

conquista.

Ao meu marido, Paulo, pela compreensão e carinho em momentos difíceis.

Obrigado pelo grande pai que tem sido e, na minha ausência, representado o

papel de mãe.

À minha filha Annelise, sua existência tornou-se a razão de minha vida.

Meu único objetivo é sua felicidade.

Aos meus irmãos Adalberto, Carlos e Francisco por torcerem sempre por

minhas realizações.

À minha irmã Elizabeth, por não ter medido esforços, principalmente na

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vi

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Professor,

Obrigado mestre, por ensinar-me a transpor obstáculos em busca de respostas

Por ensinar-me o caminho onde encontrá-las.

Por ensinar-me que pode haver várias respostas ou,

Nem sempre podemos obtê-las.

A maior sabedoria está na humildade de reconhecermos nossa ignorância.

(8)

vii

Aos meus orientadores:

À Profa. Dra. Lily Yin Weckx, por ter acreditado neste estudo e tornado possível sua concretização.

Agradeço, imensamente, o privilégio de tê-la como orientadora. Sua dedicação, atenção, carinho e,

principalmente, sua paciência oriental, ajudaram-me a transpor os obstáculos, para a realização deste

trabalho.

À Profa. Dra. Amélia Miyashiro N. dos Santos, por estar sempre pronta a me auxiliar em todas as

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viii

AGRADECIMENTOS

Aos pacientes que participaram deste estudo, e aos seus pais que, compreendendo a importância deste trabalho, permitiram sua participação.

À Profa. Dra. Nanci Bellei e a toda a equipe do Laboratório de Virologia da Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal de São Paulo, pela dedicação e empenho na realização das análises laboratoriais

A toda a equipe do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Universidade Federal de São Paulo, pela colaboração e empenho durante a realização deste estudo.

À colega Dra. Alessandra Ramos Sousa, por seu empenho, e árduo trabalho no auxílio ao atendimento aos pacientes deste estudo.

À Profa. Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto, por seu auxílio durante a elaboração deste estudo.

À secretária da Disciplina de Infectologia Pediátrica (Unifesp), Edna de Castro, pela gentileza, competência e colaboração constantes.

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ix

À colega Dra. Maria Aparecida Gadiani Ferrarini, pela grande amizade e pelo auxílio e compreensão, não só durante a realização deste estudo, mas em todos esses anos que trabalhamos juntas.

À Dra. Helmar Verlangieri, pela amizade e colaboração em todos esses anos de convívio no trabalho.

À Dra. Sandra Campos por ter influenciado definitivamente em minha escolha profissional.

Ao Prof. Dr. Antonio Vladimir Yazzetti, pelo privilégio de ter sido sua aluna.

Ao saudoso Prof. Dr Calil Kairalla Farhat cujo legado permanecerá em cada um de nós.

A toda equipe da Disciplina de Infectologia Pediátrica, pela colaboração para a realização deste estudo

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x SUMÁRIO

Dedicatória... iv

Agradecimentos... vi

Lista de abreviaturas... xi

1. FUNDAMENTAÇÃO CIENTÍFICA... 1

1.1 Justificativa...24

1.2 Métodos...25

1.4 Referências bibliográficas...29

2. ARTIGO... 43

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 71

4. ANEXOS... 72

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...86

(12)

xi

LISTA DE ABREVIATURAS

IATRI Infecção aguda do trato respiratório inferior

VSR Vírus Sincicial Respiratório

CCA Agente da coriza do chipanzé

RNA Ácido ribonucléico

TRS Trato respiratório superior

TRI Trato respiratório inferior

AAP Academia Americana de Pediatria

DBP Displasia Broncopulmonar

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

CDC Centers for Disease Control

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

ELISA Enzyme-Linked Immunosorbent Assay

RT – PCR Reação em cadeia da polimerase precedida por transcrição reversa

CPAP Pressão positiva continua em vias aéreas

FDA Food and Drug Administration

SPAG Gerador de aerossol de partículas pequenas

IgEV Imunoglobulina policlonal hiper-imune endovenosa

DNA Ácido desoxirribonucleico

EUA Estados Unidos da América

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

CRIE Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais

Unifesp Universidade Federal de São Paulo

(13)

xii

NPA Aspirado de nasofaringe

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1 1. FUNDAMENTAÇÃO CIENTÍFICA

Vírus Sincicial Respiratório

Infecção aguda do trato respiratório inferior (IATRI) é a principal causa de

mortalidade infantil no mundo (Boyce et al, 2005; Rudan et al, 2008). O Vírus Sincicial

Respiratório (VSR) é o principal agente de infecção de vias aéreas inferiores em

menores de cinco anos de idade e a maior causa de hospitalização por bronquiolite e

pneumonia em menores de dois anos de idade (Wright, Cutts, 2000; Nair et al, 2010).

Estima-se que cerca de 33,8 milhões de novos episódios de IATRI devido ao

VSR ocorram anualmente em crianças menores de cinco anos de idade no mundo.

Destes, cerca de 3,4 milhões necessitam de internação hospitalar e, entre 66.000 e

199.000 crianças evoluem para óbito, sendo que 99 % dos óbitos ocorrem em países em

desenvolvimento (Nair et al, 2010).

A infecção primária pelo VSR, na grande maioria das vezes, evolui como um

resfriado comum (principalmente em adultos e crianças acima de 2 anos) e

caracteriza-se por febre, coriza e toscaracteriza-se. No entanto, cerca de 25% das crianças, principalmente em

menores de dois anos, podem apresentar em seu primeiro episódio um quadro de

infecção de vias aéreas inferiores com tosse e chiado, podendo levar à insuficiência

respiratória grave com necessidade de assistência ventilatória e, ocasionalmente, óbito.

(Sharland, Belford-Russell, 2001; Vieira et al, 2001).

A primoinfecção não gera resposta imune protetora, mas as infecções

consecutivas costumam ser mais brandas.

(15)

2

Em 1956, Blount Jr et al isolaram pela primeira vez VSR em chimpanzés com

doença respiratória e o denominaram de “agente da coriza do chimpanzé” (CCA-

Chipamzee coryza agent) (Blount Jr et al, 1956). Em 1957, esse mesmo agente foi

encontrado em dois bebês humanos com sintomas respiratórios. Nessa ocasião, o vírus

foi renomeado de VSR, devido à sua habilidade para induzir a formação de sincício

(massa de protoplasma multinucleada produzida pela fusão de células, ou seja, efeito

citopático) em cultura de tecidos (Chanock, Finberg, 1957).

O VSR pertence à família paramyxoviridae do gênero pneumovirus,

apresentando em seu genoma uma cadeia simples de ácido ribonucléico (RNA), com

polaridade negativa. Possui tamanho médio, com diâmetro entre 150 e 300 nm, não tem

atividade hemolítica ou de hemaglutinação e é muito sensível às mudanças de

temperatura (Hall, McBride, 1991; Benguigui et al, 1998). Seu genoma codifica 11

proteínas, sendo oito proteínas estruturais (N, P, L M, M2-1, F, G, SH), dois não

estruturais (NS1, NS2 – Fatores de virulência) e uma proteína regulatória (M2-2). Entre

as proteínas estruturais, três formam o capsídio viral (N, P, L), 2 estão associadas à

matriz de membrana (M, M2-1) e três são proteínas de superfície (F, G, SH). As

glicoproteínas F e G representam os determinantes antigênicos por induzirem a

formação de anticorpos neutralizantes. A proteína G é a responsável pela união do vírus

à célula do hospedeiro e a F pela fusão das membranas celulares, promovendo, assim, a

penetração do vírus na célula e formação de sincício (Figura 1) (Hall, Walsh, 2009).

Existem pelo menos dois grupos de VSR (A ou 1 e B ou 2) presentes na

população, que se alternam em surtos epidêmicos. Estudos epidemiológicos mostram

que o grupo A é o mais frequente e parece estar relacionado às formas mais graves da

(16)

3

imunidade cruzada; além disso, a infecção pelo VSR não confere imunidade definitiva,

sendo comum a ocorrência de re-infecções em períodos subsequentes.

Fisiopatologia

A fisiopatologia da infecção pelo VSR ainda não é totalmente conhecida.

Sabe-se que o vírus tem grande afinidade pelo epitélio respiratório. A inoculação do vírus

ocorre nas células epiteliais respiratórias do trato respiratório superior (TRS), através da

proteína G, que mostrou ter semelhança estrutural e funcional a uma quimocina

pró-inflamatória (CX3C) que media a migração leucocitária e aderência. A propagação do

vírus pelo trato respiratório ocorre célula a célula, por um processo de fusão celular,

facilitada pela proteína F, com formação de pontes intracitoplasmáticas (sincícios),

permitindo a entrada do vírus na célula e sua propagação do TRS para o trato

Matriz

Complexo Ribo-nucleico

Proteína G (Adsorção) Proteína F

(Fusão e formação de sincício)

Membrana Lipídica

Figura 1. Representação esquemática do VSR

(17)

4

respiratório inferior (TRI). Histologicamente, observou-se infiltrado inflamatório

mononuclear peribronquiolar, necrose epitelial das pequenas vias aéreas, obstrução

luminal com exsudato e edema. Essas alterações levam à disfunção do movimento

ciliar, com acúmulo de secreções e detritos, facilitando a formação de rolhas de muco e

células descamadas. Este quadro, associado ao edema da mucosa brônquica, resulta em

obstrução parcial ou completa das vias respiratórias distais, levando à hiperinsuflação

pulmonar ou atelectasia, respectivamente. Como consequência, ocorre alteração da

relação ventilação-perfusão, com hipoxemia e hipercapnia (Hall, Walsh, 2009).

A diversidade de manifestações clínicas, a evolução com crises de

broncoespasmo, o desenvolvimento de quadro respiratório mais grave nos pacientes que

receberam vacina com o vírus inativado com formalina sugerem o envolvimento de

mecanismos imunológicos (humorais e celulares), tanto na resolução do quadro

pulmonar como na patogênese da infecção aguda e das sequelas tardias produzidas pelo

VSR (Kim et al, 1969; Mejias, Chaves- Bueno, Ramilo, 2005; Hall, Walsh, 2009).

Epidemiologia

O VSR é o principal agente de infecção de vias aéreas inferiores em menores de

dois anos de idade. Acomete crianças em todas as partes do mundo e apresenta

tradicionalmente comportamento sazonal. Em países de clima tropical e subtropical, a

ocorrência de infecções pelo referido vírus é maior no período de outono e inverno,

podendo variar de um ano para outro, com importantes variações regionais (Wright,

Piedimonte, 2011). Estudos sobre a epidemiologia do VSR na região sudeste do Brasil

mostraram que a infecção inicia-se em abril e tem pico nos meses de maio e junho

(Miyai et al, 1999; Vieira et al, 2001; Vieira et al, 2002 ; Bosso et al, 2004; Thomazelli

(18)

5

estação de VSR ocorre de março a julho, podendo ter início um pouco mais precoce ou

estender-se até agosto (Vieira et al, 2007; Pecchini et al, 2008; Kamikawa et al, 2009).

O VSR pode acometer indivíduos de todas as faixas etárias, sendo mais

frequentes em crianças entre dois meses e dois anos de idade. A baixa incidência em

bebês no primeiro mês de vida (menos de 5%) parece decorrer da proteção conferida

por anticorpos maternos, adquiridos no final da gestação ou pelo leite materno.

Estima-se que, a maioria das crianças, ao final do Estima-segundo ano de vida, Estima-seja soropositiva para o

VSR. Entretanto, as re-infecções em crianças maiores e adultos são comuns, chegando a

30% (Glezen et al, 1986). Nos Estados Unidos e na Europa, o VSR é responsável por

50% e 25% das crianças hospitalizadas por bronquiolite e pneumonia, respectivamente

(Ogra, 2004).

A distribuição do VSR na América Latina se compara aos países desenvolvidos.

Os estudos revelam uma incidência elevada de infecções respiratórias baixas pelo VSR

nos primeiros dois anos de idade (Carballal et al, 2000; Carballal et al, 2001; Avedaño

et al, 2003; Baumeister et al, 2003).

Nos estudos brasileiros, a incidência do VSR também se mostrou elevada nas

infecções respiratórias do trato respiratório baixo, principalmente nas crianças menores

de um ano de vida. Nessa população, a incidência é superior a 50% dos casos (Cox et al,

1998; Cintra et al, 2001; Straliotto, Nestor, Siqueira, 2001; Checon et al, 2002; Moura et

al, 2003; Pitrez et al, 2005, Vieira et al 2007, Pecchini et al 2008). O VSR também é o

agente responsável por maior parte das internações por infecções respiratórias em

unidades neonatais (Vieira et al, 2003).

Modos de Transmissão

A disseminação do VSR se faz por meio de grandes gotículas, secreções e

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6

de tecidos por até seis horas (Hall, Douglas, 1981). A principal via de transmissão do

VSR é a auto-inoculação na mucosa nasal ou conjuntiva ocular e pelas mãos

contaminadas com secreções. A contaminação direta via aerossol parece ser pouco

importante na aquisição da infecção. O período de incubação gira em torno de cinco

dias (dois a oito dias), sendo o vírus eliminado por secreções nasofaríngeas até cinco a

dez dias após o início dos sintomas. A duração desse período relaciona-se à idade do

paciente e à gravidade da doença, ou seja, em crianças pequenas e

imunocomprometidos, tal período pode durar até quatro semanas, enquanto que em

crianças maiores e adultos, o tempo de eliminação do vírus normalmente não ultrapassa

três ou quatro dias (American Academy of Pediatrics - AAP, 2009; Hall, Walsh, 2009)

Fatores de risco

Apesar da infecção pelo VSR acometer a maioria das crianças, poucos evoluem

para um quadro respiratório grave, com necessidade de hospitalização, às vezes

prolongada. As crianças mais propensas a desenvolver infecção grave ou fatal pelo VSR

são os prematuros ou aqueles com condições de base que comprometem a função

pulmonar. (Hall et al, 1986; Holberg et al, 1991; Wang, Law, Stephens, 1995; Boyce et

al, 2000; Ericksson et al, 2002; Carbonell-Estrany et al, 2004; Ogra, 2004; Fjaerli,

Farstad, Bratlid, 2005; Cilla et al, 2006; Reeve et al, 2006). O risco de hospitalização

em lactentes com infecção pelo VSR está inversamente associado ao peso de

nascimento e à idade gestacional, com um risco de necessidade de internação 3,7 vezes

maior em crianças nascidas com menos de 36 semanas de idade gestacional,

comparadas àquelas com mais de 36 semanas. (Stevens et al, 2000; Meissner, 2003;

Madhi et al, 2006). Em estudo realizado na Austrália, o maior risco de desenvolver

(20)

7

com menos de 2500 gramas ou que desenvolveram chiado recorrrente (Reeve et al,

2006). O grupo de maior risco de desenvolver infecção grave ou fatal pelo VSR ocorre

em prematuros de muito baixo peso (peso ao nascer <1500g) ou com idade gestacional

abaixo de 28 semanas (Holman et al, 2003).

O desenvolvimento pulmonar divide-se em quatro períodos: pseudoglandular(5ª

a 17ª semanas de gestação); canalicular (16ª a 25ª semanas); sacular ou saco terminal (24ª semanas até o nascimento) e, alveolar (período fetal tardio até os 8 anos). No período sacular é que as células que revestem os futuros alvéolos tornam-se

pavimentosas(pneumócitos tipos I). Nesse período ocorrem aindaintensa diferenciação e proliferação vascularnomesênquima adjacente e o surgimento, entre os pneumócitos

tipo I, de células epiteliais arredondadas, os pneumócitos tipo II que secretam o

surfactantepulmonar. Após o nascimento os alvéolos primitivos expandem-se, porém o aumento em tamanho dos pulmões é resultado de um aumento progressivo do número

de bronquíolos respiratórios e de alvéolos. Após o nascimento até o oitavo ano de vida o

número de alvéolos ainda aumenta e vão se tornando maduros até o início da fase

adulta. É importante ressaltar que a maturidade funcional do pulmão que permitirá a

sobrevida de um feto ao nascimento está relacionada com o desenvolvimento da

vascularização e a produção do surfactante, e não com a quantidade de alvéolos

pulmonares (Friedrich, et al, 2005).

Grande parte dos avanços ocorridos nas últimas décadas em relação à assistência

perinatal e neonatal, tais como o uso de corticosteróides antenatal e o surfactante

exógeno, bem como novas técnicas de ventilação assistida tem permitido a

sobrevivência de recém nascidos com idade gestacional cada vez menor. A melhora na

sobrevida desse grupo de recém-nascidos aumentou o risco para doença respiratória

(21)

8

antes de 32 semanas de idade gestacional apresentam baixos níveis de imunoglobulinas

do tipo IgG, comparados às crianças nascidas a termo, tornando-os ainda mais

suscetíveis às formas graves do VSR (Committee on Infectious Disease and Committee

on Fetus and Newborn, 2003; Carbonel-Estrany et al, 2004; DeVincenzo, 2005).

Além da prematuridade, algumas condições preexistentes aumentam o risco de

infecção grave pelo VSR, destacando-se crianças portadoras de displasia

broncopulmonar e fibrose cística, bem como aquelas com doenças cardíacas congênitas.

Crianças com cardiopatia congênita, especialmente aquelas com hipertensão pulmonar

ou comprometimento hemodinâmico, apresentam um elevado risco de óbito. Além

desses, incluem-se os pacientes com imunodeficiência primária ou secundária, os que

recebem quimioterapia, os transplantados (medula óssea e órgão sólido), os infectados

pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), e os idosos institucionalizados (Feltes et

al, 2003; Infectious Diseases Committee, Canadian Pediatric Society, 2003; Committee

on Infectious Diseases and Committee on Fetus and Newborn, 2003; Centers for

Disease Control-CDC, EUA 2006; AAP, 2006).

O reconhecimento do maior risco de infecção grave pelo VSR em

imunocomprometidos tem sido observado tanto em pacientes com imunodeficiência

como em transplantados de medula óssea ou órgãos sólidos. Esta correlação é mais clara

em pacientes com imunodeficiência congênita combinada grave, com defeito na

resposta imune de células T e B. Em pacientes com deficiência humoral ou celular

parcial ou isolada as informações são ainda limitadas. A ocorrência de infecção pelo

VSR em transplantados de medula óssea é de aproximadamente 50%, geralmente

nosocomial (Abdallah et al, 2003; Mendoza et al, 2006; Hall, Walsh, 2009). Entretanto,

a morbidade e as manifestações clínicas nesse pacientes são altamente variáveis. Os

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9

mas ao tipo de transplante, à ocasião em que se adquiriu o VSR, com maior risco dentro

dos dois primeiros meses, e presença ou não de doença enxerto-hospedeiro. Altas taxas

de mortalidade por infecções respiratórias são observadas nesse grupo de pacientes

(Boeckh, et al, 2007). Entretanto, o VSR frequentemente não é suspeitado ou

reconhecido, pois, o quadro clínico pode ser pobre, podendo ser confundido com outros

agentes oportunistas que comumente acometem imunodeprimidos e, quando suspeitado,

o isolamento viral pode ser dificultado, pois os testes de detecção rápida de antígenos

por aspirados de nasofaringe, geralmente são negativos nesses pacientes (Abdallah,

2003; DeVincenzo, 2005; Boeckh et al, 2007; Hall, Walsh, 2009).

Alguns estudos sugerem morbidade aumentada na infecção pelo VSR entre os

pacientes infectados pelo HIV. Estudo realizado na África do Sul em crianças com

infecção pelo HIV, seguidas por cinco anos, encontrou uma incidência de hospitalização

por ITRI por VSR duas vezes maior, comparado às crianças não infectadas pelo HIV

(Madhi et al, 2006). Estudo retrospectivo realizado na Espanha analisando infecções

respiratórias virais em crianças com infecção pelo HIV, comparadas às crianças com

câncer, encontrou o VSR como o mais comum dos agentes virais identificados,

acometendo cerca de metade de ambos os grupos, no entanto, a hospitalização foi

significativamente maior no grupo com câncer (Mendoza et al, 2006). Outros estudos

sugerem que a infecção pelo VSR em infectados pelo HIV é incaracterística, apenas

com maior tempo de eliminação viral. A variabilidade do curso clínico da infecção pelo

VSR em pacientes infectados pelo HIV parece estar relacionada à diferença de idade,

comprometimento imunológico, localização e terapia utilizada pelo grupo estudado. O

risco de desenvolver doença grave pelo VSR para maioria dos pacientes infectados pelo

HIV parece ser menor que o observado entre pacientes imunocomprometidos

(23)

10

Apesar da infecção pelo VSR ocorrer com maior frequência e gravidade em

crianças que apresentam algum grau de comprometimento imunológico, a infecção por

tal agente pode ocorrer também em crianças saudáveis.

Alguns fatores ambientais aumentam o risco para aquisição do VSR, tais como

exposição ao fumo, superpopulação domiciliar (> 4 pessoas), irmãos em idade escolar,

frequentar creche, baixa escolaridade materna e baixo nível socioeconômico. Ausência

de aleitamento materno, desmame precoce, nascimentos múltiplos, baixo peso ao

nascer, história familiar de asma, doenças neuromusculares, idade inferior a seis meses

durante a estação de VSR e fatores genéticos também podem representar fatores de

risco adicionais (National Advisory Committee on Immunization, Canadá, 2003;

Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP, 2006; AAP, 2009)

Quadro clínico

O VSR acomete pacientes de todas as idades e é uma das doenças mais comuns em crianças. Muitos lactentes são infectados no primeiro ano de vida e a grande maioria

das crianças é infectada, pelo menos uma vez até o final do segundo ano de vida. Na

maioria dos casos a infecção se limita às vias aéreas superiores. A primoinfecção pelo

VSR não costuma ser assintomática. Muitos desenvolvem sintomas do trato respiratório

superior, resultando em quadro semelhante ao de um resfriado comum com coriza,

obstrução nasal, tosse e febre. No entanto, 20 a 30% dos casos desenvolvem sintomas

do trato respiratório inferior já na primeira infecção, levando a quadro de bronquiolite

ou pneumonia. Tais pacientes apresentam um quadro clínico caracterizado por tosse

seca e rouca, dispnéia com retrações intercostal e subcostal, chiado com sibilos e

(24)

11

baixa. A história familiar de asma e/ou atopia é frequentemente observada (Perez-Yarza

et al, 2007; Welliver, 2009).

Na doença mais avançada, pode observar-se o aparecimento de tiragem e

cianose e cerca de 20% dos pacientes podem desenvolver temperaturas elevadas. Nos

casos mais graves, pode-se observar hipotermia, cianose, com sinais gasométricos de

falência respiratória, como hipercapnia e acidose.

Nas primeiras semanas de vida, particularmente entre crianças nascidas

prematuras, a infecção pelo VSR pode apresentar sintomas inespecíficos como letargia,

irritabilidade, inapetência, às vezes, acompanhado de episódios de apneia, ou um quadro

semelhante à sepse (Kneyber et al, 1998; Oray-Schrom et al, 2003; AAP, 2009)

Em geral, os sinais e sintomas respiratórios regridem após cinco a sete dias. A

maioria das crianças que desenvolve bronquiolite não necessita de hospitalização e,

mesmo aquelas que são hospitalizadas, necessitam apenas os cuidados de suporte, na

maioria das vezes. A gravidade da insuficiência respiratória é determinada por alguns

fatores, como idade (especialmente os menores de seis meses e os idosos),

prematuridade, cardiopatias congênitas, doença pulmonar crônica, desnutrição e

deficiência imunológica.

A infecção com VSR pode ocorrer em todas as idades, porém, em infecções

recorrentes e com o aumento da idade, as infecções pelo VSR ficam mais limitadas no

TRS. Um estudo em adultos com VSR mostrou uma média de seis dias de ausência no

trabalho. Os dados também demonstraram que a doença por VSR tem curso mais grave

em idosos (Falsey et al, 2005; AAP, 2009).

(25)

12

A radiografia de tórax é frequentemente realizada em crianças com infecção

grave pelo VSR. Em geral, revela hiperinflação pulmonar, com infiltrado intersticial

difuso. Em 20-25% dos casos, áreas focais de atelectasias e/ou infiltrado pulmonar

também são observadas, podendo ter um curso mais grave da doença.

Complicações

Crianças hospitalizadas com ITRI pelo VSR têm maior risco para chiado

recorrente e testes anormais de função pulmonar após 10 anos, comparados ao grupo

controle (Simões et al, 2007). Vários estudos prospectivos demonstraram que a

bronquiolite por VSR está associada à chiado recorrente subsequente ao episódio inicial

de bronquiolite, com tendência a diminuir no início da adolescência (Stein et al, 1999;

Sigurs et al, 2005). Entretanto, o papel do VSR como causa de doença reativa das vias

aéreas permanece controverso (Wright, Piedmonti, 2011).

Prognóstico

Crianças hospitalizadas devido à infecção pelo VSR geralmente recuperam-se e

recebem alta em três a quatro dias. No entanto, recém-nascidos de alto risco

permanecem hospitalizados por mais tempo e têm maiores taxas de internação em UTI e

necessidade de ventilação mecânica (National Advisory Committee on Immunization,

Canadá, 2003; SBP, 2006; AAP, 2009)

Lactentes hospitalizados com infecção pelo VSR apresentam maior frequência

de chiado recorrente nos próximos 10 anos ou mais, comparadas aos controles, pareados

por idade. Não se sabe se o VSR leva a alterações das vias aéreas e/ou respostas

imunológicas que contribuem para a ocorrência de tais eventos ou é apenas um agravo

(26)

13 Diagnóstico

Clínico-Laboratorial

Nos períodos de epidemia, o diagnóstico das infecções pelo VSR pode ser

presumido por meio de achados clínicos e epidemiológicos. Entretanto, o diagnóstico

etiológico se impõe em algumas situações, como nos pacientes que requerem

hospitalização e necessitam de isolamento de contato ou naqueles que requerem

tratamento antiviral.

O padrão ouro para a confirmação diagnóstica é a cultura do vírus. O VSR

cresce em grande número de células de origem animal ou humana e sua presença é

manifestada pela demonstração do efeito citopático com auxílio da técnica de

imunofluorescência, através de anticorpos monoclonais. O material para cultura deve

ser obtido, preferencialmente, por lavagem nasal seguida de aspiração da nasofaringe,

tão logo se iniciem os sintomas respiratórios (Kellogg, 1991). A sensibilidade varia de

60% a 90%, e a especificidade é de até 100%. No entanto, a cultura de células é de alto

custo e requer cuidados especiais na coleta e acondicionamento do material. Além disso,

são técnicas muito demoradas, podendo requerer até 21 dias.

Para o diagnóstico de VSR, vários testes laboratoriais estão disponíveis, entre

eles, a fixação de complemento para detectar anticorpos específicos. No entanto, para

esse teste são necessárias duas amostras de sangue, uma no início do quadro, e outra,

duas a três semanas após, o que limita o seu uso na prática clínica. Para a confirmação

do diagnóstico, deve-se observar aumento de pelo menos quatro vezes no título de

anticorpos.

Atualmente preferem-se as técnicas de detecção rápida dos antígenos presentes

em secreções da nasofaringe por imunofluorescência direta ou indireta ou

(27)

14

kits comerciais, com sensibilidade e especificidade variáveis, entre 80 e 90%, sendo, de

forma geral, bastante satisfatórios (Michaels et al, 1992; Carraro et al, 2007). Tais testes

podem ser realizados em amostras de secreções obtidas por lavagem, aspiração ou swab

de nasofaringe.

Com os métodos de detecção de antígeno, o diagnóstico pode ser obtido em

poucas horas, de forma acurada. Pode ser de grande valia para tomada de decisões a

respeito da terapia, como retirada de antibióticos desnecessários, isolamento dos

pacientes, e orientação aos pais e funcionários sobre a natureza da doença.

Novas sondas moleculares para VSR em amostras clínicas estão sendo

desenvolvidas e, em alguns estudos, testes de transcriptase reversa seguida de reação em

cadeia da polimerase (RT – PCR) podem ser mais sensíveis que os ensaios descritos e,

embora disponíveis comercialmente, ainda não são utilizados de forma rotineira

(Kuypers et al, 2004; Liao et al, 2008).

Tratamento

Não há tratamento específico para infecção pelo VSR. Vários trabalhos mostram

variações na conduta entre os diferentes serviços (Law, Carvalho 1993). O tratamento, é

em geral, sintomático e de suporte (Hartling et al, 2004; Gadomski, Brower, 2010;

McKean, Ducharme, 2010; Perrota et al, 2010; Spurling et al, 2010). Quando a criança

pode alimentar-se por via oral e permanecer em ar ambiente, pode-se optar pelo

tratamento ambulatorial, com reavaliações clínicas, conforme necessário, especialmente

na ausência de fatores de risco associados. Embora os broncodilatadores tenham sido

utilizados, não há dados convincentes quanto à sua eficácia (Gadomski, Brower, 2010).

Para crianças que necessitam de hospitalização, em geral, por insuficiência

(28)

15

das condições de oxigenação por oximetria de pulso e coletas periódicas de gasometria

arterial, além de oxigenoterapia (inalatória, continuous positive airway pressure-CPAP

ou ventilação pulmonar mecânica) para manter a saturação de oxigênio ao redor de

95%. O oxigênio administrado deve ser umidificado e aquecido, já que o gás frio e seco

pode agravar o quadro de bronscoespasmo. A terapia broncodilatadora com

beta-agonistas (sistêmico ou inalatório), embora frequentemente utilizada, é controversa.

Pode ser útil, nos casos em que a broncoconstricção decorre da contração muscular; no

entanto, naqueles em que predomina edema de mucosa e formação de muco, são

ineficazes (AAP, 2009; Gadomski, Brower, 2010). Os agonistas alfa (por exemplo,

epinefrina vaporizado) não são efetivos. A tendência é não recomendar o uso de

beta-agonistas ou beta-agonistas alfa rotineiramente na bronquiolite.

Recomenda-se a manutenção da nutrição enteral, sempre que possível, porém,

quando necessária, pode-se instituir alimentação por gavagem ou nutrição parenteral.

Quanto ao uso de corticosteróides, vários trabalhos mostram que não existe

diferença na evolução, duração ou gravidade da doença com ou sem uso de

corticosteróide, mesmo em crianças com antecedentes alérgicos. Portanto, o seu uso não

é recomendado na infecção pelo VSR (Richeter, Seddon, 1998; AAP, 2009; McKean,

Ducharme, 2010).

A ribavirina é um nucleotídeo sintético, com atividade, in vitro, contra vários

vírus, incluindo o VSR. Age, interferindo na expressão do RNA mensageiro, inibindo,

assim, a síntese proteica viral. Seu uso, nas infecções pelo VSR, foi aprovado em 1986

nos Estados Unidos pelo Food and Drug Administration (FDA). Tem sido usada sob a

forma de aerossol para o tratamento de crianças com doença grave pelo VSR. A dose

recomendada é de 6g do fármaco em 300 ml de água destilada, através de um gerador

(29)

16

três a sete dias, com base na resposta clínica. Estudos posteriores sugeriram eficácia

equivalente com maior concentração da droga (6g/100 ml de água destilada),

administrado em períodos de duas horas, três vezes ao dia. Com resultados

controversos, não há evidências de que a ribavirina diminua a necessidade de suporte

ventilatório, tempo de permanência em cuidados intensivos, tempo de internação

hospitalar ou a mortalidade (Groothuis et al, 1990; Smith et al, 1996; Law et al, 1997;

Ventre, Randolph, 2010). Além disso, a medicação tem alto custo e, quando

administrada por aerossol, apresenta risco potencial de toxicidade às pessoas expostas.

Dessa forma, a ribavirina não é recomendada para uso de rotina, mas pode ser

considerada em pacientes com infecção pelo VSR e com risco de vida (AAP, 2009).

A imunoterapia com imunoglobulina hiperimune para crianças que apresentam

infecção grave pelo VSR não se mostrou efetiva (Rodriguez et al, 1997).

Prevenção

Imunoprofilaxia ativa

As diversas tentativas de uso de vacinas para prevenir as formas graves da

infecção pelo VSR mostraram-se ineficazes. Na década de 60, o uso da vacina com

vírus inativado por formalina se mostrou ineficaz. Além disso, as crianças que

receberam a vacina, quando em contato com VSR, desenvolveram um quadro

respiratório mais grave, comparadas ao grupo controle, resultando em maior

morbimortalidade (Kim et al, 1969), sendo o seu uso desaprovado. Os mecanismos

imunológicos responsáveis por tal reação permanecem desconhecidos.

Atualmente, as pesquisas estão voltadas para as vacinas com vírus vivo atenuado

e as de vírus quiméricos. Essas vacinas utilizam como determinantes antigênicos as

(30)

17

neutralizantes. Vacinas com vírus geneticamente modificados por mutações ou

exclusões têm sido desenvolvidas num esforço para atenuar a replicação viral sem

comprometer a imunogenicidade e estão em estudos de fase II. Vacinas com vírus

quimérico de baixa replicação em humanos, utilizados como vetores para expressar as

proteínas F ou F e G do VSR estão em estudos de fase I (WHO, 2009).

Apesar dos progressos obtidos, os obstáculos para o desenvolvimento de uma

vacina efetiva ainda permanecem, como a resposta imune limitada aos determinantes

antigênicos do VSR, já que, mesmo a infecção natural pelo vírus não promove uma

proteção duradoura, sendo frequentes as re-infecções. Além disso, a presença de

anticorpos neutralizantes maternos pode limitar a resposta à vacina. O desenvolvimento

de uma vacina bem sucedida contra o VSR deve abordar essa questão e assegurar a

proteção de crianças muito pequenas, para ter um impacto sobre a doença do VSR

grave. Apesar de recentes avanços nesse domínio, o desenvolvimento de uma vacina

que esteja pronta para uso na prática clínica é ainda remota (Graham, 2011).

Imunoprofilaxia passiva

As bases para o uso de imunoglobulinas na profilaxia da infecção pelo VSR

estão centradas em algumas observações epidemiológicas. A menor incidência da

infecção no primeiro mês de vida em crianças nascidas a termo ou que recebem

aleitamento materno sugere que a aquisição de anticorpos maternos pode oferecer

proteção contra o VSR. Tal hipótese é reforçada pela observação de que a gravidade da

doença é inversamente proporcional à quantidade de anticorpos presentes no soro da

criança (Meissner et al, 1996). Aliada aos resultados desapontadores com a imunização

ativa, a imunoprofilaxia passiva surgiu como uma alternativa para o controle das

(31)

18

Os primeiros estudos, utilizando a imunoglobulina padrão em crianças de risco,

não mostraram efeitos benéficos (Groothuis et al, 1991; Meissner et al, 1993),

provavelmente por não promoverem um aumento suficiente do nível de anticorpos

neutralizantes.

Os estudos subsequentes utilizaram a imunoglobulina policlonal hiperimune

(IgEV-VSR) enriquecida com anticorpos contra o VSR em crianças até dois anos de

idade com antecedentes de prematuridade, cardiopatia congênita ou doença pulmonar

crônica. Os pacientes que receberam mensalmente 750 mg/kg/dose de IgEV-VSR

apresentaram uma redução de 47% nas hospitalizações. Tal benefício não foi observado

em portadores de cardiopatias cianóticas (Groothuis et al, 1993; Simões et al, 1996; The

PREVENT, 1997). Tais resultados permitiram o licenciamento da IgEV-VSR

(Respigam®) pelo FDA em 1996, para uso na prevenção das formas graves da infecção

pelo VSR em crianças de risco.

A administração da medicação requer internação, com muitas horas de infusão,

repetidos acessos venosos, uma infra-estrutura de pessoal habilitado e de equipamentos

(bomba de infusão), onerando e dificultando o tratamento. Estima-se que a profilaxia

completa (uma dose mensal de 750 mg/kg intravenosa durante estação de VSR)

apresenta custo médio de US$ 4.000 a US$ 5.000 por paciente (Langley et al, 1997).

Com essas limitações, o IgEV-VSR deixou de ser produzido.

Em junho de 1998, o palivizumabe (Synagis®), um anticorpo monoclonal

humanizado altamente ativo contra os tipos A e B de isolados clínicos de VSR, de

aplicação intramuscular, foi aprovado pelo FDA para profilaxia de infecções graves pelo

VSR (IMpact, 1998; Subramanian et al, 1998).

Palivizumabe é produzido por tecnologia de DNA (ácido desoxirribonucleico)

(32)

19

murinos foram enxertadas em um esqueleto de anticorpo humano, resultando em um

anticorpo monoclonal humanizado composto de 95% de sequências de aminoácidos

humanos e 5% de murinos. É produzido em culturas de células de mamíferos e

purificado por um processo com repetidas depurações virais, em etapas de inativação.

O palivizumabe liga-se à proteína F de fusão do VSR e apresenta atividade

neutralizante e inibitória da fusão do VSR. Em experimentos laboratoriais, essas

atividades inibem a replicação do VSR e, embora possam ser isoladas cepas resistentes

de VSR em estudos laboratoriais, todos os isolados clínicos de VSR de um grupo

analisado foram neutralizados pelo palivizumabe.

Demonstrou-se que concentrações séricas de aproximadamente 30 mcg/ml da

droga reduzem, em média, 99% da replicação pulmonar do VSR em modelo de rato.

Avaliou-se a atividade neutralizante in vivo do palivizumabe em um estudo

randomizado e placebo-controlado, realizado em 35 pacientes pediátricos com

intubação traqueal devido à infecção pelo VSR. Nesses pacientes, o palivizumabe

reduziu significativamente a quantidade de VSR no trato respiratório inferior,

comparados a controles (Johnsons et al 1997).

Nos estudos em voluntários adultos, o palivizumabe apresentou perfil

farmacocinético semelhante a um anticorpo IgG 1 humano em relação ao volume de

distribuição (média de 57 ml/kg) e à meia-vida (média de 18 dias). Nos estudos em

crianças, a meia-vida média do palivizumabe foi de 20 dias e doses intramusculares

mensais de 15 mg/kg alcançaram, em 30 dias, concentrações séricas médias de

aproximadamente 40 mcg/ml após a primeira administração, aproximadamente 60

mcg/ml após a segunda e cerca de 70 mcg/ml após a terceira e quarta administrações

(33)

20

Em um estudo clássico, randomizado, placebo controlado, conduzido em 132

centros, nos Estados Unidos da América (EUA), Inglaterra e Canadá para profilaxia de

doença por VSR em 1.502 crianças de alto risco (crianças prematuras com idade

gestacional menor que 35 semanas e com menos de 6 meses de idade, ou crianças

menores de dois anos de idade com displasia broncopulmonar e que necessitaram de

tratamento nos últimos seis meses (oxigênio, corticoide, broncodilatadores ou

diuréticos) foram selecionadas para o estudo. Foram estudadas, 1002 crianças que

receberam cinco doses de palivizumabe com doses mensais de 15 mg/Kg, e 500

crianças que receberam placebo. No grupo palivizumabe, houve uma redução da

incidência de hospitalização, relacionada ao VSR, em 55% (10,6% placebo vs. 4,8%

palivizumabe, p<0,001), tendo sido segura e bem tolerada (IMpact, 1998). Dessa forma,

o palivizumabe representa um importante avanço na profilaxia da infecção pelo VSR

para um grande número de crianças de alto risco.

Um estudo em crianças menores de dois anos com doença cardíaca congênita

com repercussão hemodinâmica significante também foram observadas a segurança e a

eficácia da profilaxia com palivizumabe (Feltes et al, 2003). Estudos

pós-comercialização continuaram a demonstrar sua eficácia. Em novembro de 2005, uma

preparação líquida estável da droga tornou-se disponível, substituindo a forma

liofilizada, utilizada anteriormente, mantendo-se a mesma dosagem e concentração da

preparação anterior.

O palivizumabe (Synagis®) foi aprovado para a profilaxia de crianças de alto

risco para doença grave pelo VSR. Os ensaios clínicos têm demonstrado eficácia e

segurança em prematuros com menos de seis meses, em crianças menores de dois anos

(34)

21

VSR. Crianças com imunodeficiência ou doença neuromuscular grave não foram

estudados devido às limitações do número de doentes (AAP, 2009).

A segunda geração de anticorpos monoclonais, motavizumab, aumentou a

afinidade pelo VSR em comparação com palivizumabe e está, atualmente, em fase de

estudos. Em um estudo duplo-cego, multicêntrico, a eficácia e a segurança do

motavizumab foram comparadas com palivizumabe em 6635 prematuros com displasia

broncopulmonar (Carbonell-Estrany et al, 2010). A redução na taxa de hospitalização

por VSR foi semelhante nos dois grupos. No entanto, observou-se uma redução

significante em atendimento ambulatorial por doença específica pelo VSR e uma

redução no número de atendimento médico por ITRI em crianças que receberam

motavizumab (2% vs. 3.9%, p=0,005), comparado aos que receberam palivizumabe. O

motavizumab não foi ainda aprovado por agências regulatórias.

Imunoglobulinas são produtos caros e o custo da profilaxia com palivizumabe é

de aproximadamente US$ 5.000 a 6.000 por criança por ano, levando a um debate sobre

quais crianças deveriam receber a profilaxia.

A profilaxia com anticorpo monoclonal específico contra o VSR (palivizumabe)

é restrito para crianças de risco para infecção grave e amplamente recomendada na

literatura médica (Comitê de Doenças Infecciosas da Sociedade Canadense de Pediatria,

2003; Comitê Americano de Doenças Infecciosas e Comitê de Neonatologia, 2003;

Divisão Nacional Canadense de Imunizações, 2003; SBP, 2006; CDC, 2006).

As recomendações atuais da Academia Americana de Pediatria para a profilaxia

VSR, revisto em 2009, prevê uma abordagem racional para a seleção de candidatos para

a profilaxia VSR (AAP, 2009):

 Crianças menores de dois anos de idade com doença pulmonar crônica que

(35)

22

ou corticoterapia de uso crônico) nos últimos seis meses antes do início da

estação de VSR devem receber no máximo cinco doses por estação de VSR.

 Crianças menores de dois anos de idade, com cardiopatia congênita

hemodinamicamente instável.

o Crianças que forem submetidas a cirurgias que usem “bypass”

cardiopulmonar, uma dose de palivizumabe poderá ser considerada no

pós-operatório, assim que a criança estiver clinicamente estável, pois foi

observada uma diminuição média de 58% na concentração de

palivizumabe após esse procedimento.

o Crianças com correção cirúrgica da cardiopatia e que não necessitem

mais de tratamento medicamentoso para falência cardíaca congestiva, a

profilaxia deve ser interrompida.

 Crianças menores de 12 meses de vida, com idade gestacional inferior a 28

semanas sem BDP.

 Crianças entre 29 e 316/7 semanas de idade gestacional, com idade menor ou

igual a seis meses no início da estação de VSR.

Para os grupos referidos, uma vez qualificados para o início da profilaxia, poderão

recebê-la até o final da estação de VSR e não interrompê-la quando a criança completar

seis ou 12 meses.

 Crianças com idade gestacional entre 32 e 346/7semanas e com idade menor ou

igual a três meses no início da estação de VSR, com pelo menos um dos

seguintes fatores de risco:

o Frequentar creches

(36)

23

Para este último grupo, a profilaxia será feita apenas até completarem três meses

de idade, recebendo no máximo três doses, já que o risco de hospitalização por IATRI

atribuído ao VSR, nesse grupo, é reduzido.

Recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para profilaxia com palivizumabe

A SBP, desde 2006, recomenda a administração mensal de 15 mg/kg/dose do

anticorpo monoclonal contra VSR, iniciando um mês antes do início da sazonalidade,

no máximo de cinco doses, para os seguintes grupos de risco (SBP, 2006):

Altamente recomendada:

 Crianças menores de dois anos com doença pulmonar crônica que necessitaram

de tratamento nos seis meses anteriores ao início do período de sazonalidade;

 Prematuros com idade gestacional ≤ 28 semanas, sem doença pulmonar crônica,

estando a menos de 12 meses do período sazonal do VSR;

 Crianças menores de dois anos com cardiopatia congênita cianótica ou

cardiopatias com hipertensão pulmonar severa ou em tratamento para

insuficiência cardíaca congestiva.

Recomendada:

 Crianças nascidas entre 29 e 32 semanas de idade gestacional, sem doença

pulmonar crônica, estando a menos de seis meses da sazonalidade;

 Prematuros nascidos com idade gestacional entre 33 e 35 semanas devem ter sua

indicação individualmente, se apresentarem dois ou mais fatores de risco.

Alguns tópicos da profilaxia continuam ainda controversos. A profilaxia com

palivizumabe não foi ainda avaliada em estudos randomizados, em crianças

(37)

24

pacientes. Entretanto, crianças com imunodeficiência severa (imunodeficiência

combinada grave ou síndrome da imunodeficiência adquirida-AIDS avançado) podem

beneficiar-se da profilaxia (AAP, 2009).

Em crianças hospitalizadas, a melhor medida para reduzir a transmissão do VSR

são as práticas de controle dessa infecção, como as medidas de precaução universal,

precauções de contato e isolamento das crianças infectadas ou alocadas em coortes.

Mesmo em situação de surtos em unidades neonatais, terapia intensiva ou em unidades

de transplante de medula óssea, as medidas de controle de infecção hospitalar pelo VSR

são a melhor maneira de controlar o surto.

No Brasil, o palivizumabe foi usado em um surto de VSR em unidade neonatal

de hospital universitário, tendo contribuído na redução da gravidade da doença VSR e

no tempo de eliminação viral (Calil, 2010). No entanto, o uso de palivizumabe em

controle de surtos não é recomendado (SBP, 2006; AAP, 2009).

1.1 Justificativa

O Vírus Sincicial Respiratório é um patógeno relacionado à morbidade

significante, especialmente, em crianças prematuras e crianças com doenças pulmonares

crônicas ou doenças cardíacas com comprometimento hemodinâmico. Não há

tratamento específico para a infecção por VSR e a terapia é essencialmente de suporte.

A profilaxia é a melhor estratégia contra a doença causada pelo VSR. A

imunização passiva com anticorpo monoclonal humanizado (palivizumabe) fornece a

proteção contra a infecção grave por VSR e reduz significativamente o número de

internações hospitalares de crianças de alto risco.

O anticorpo monoclonal contra o Vírus Sincicial Respiratório é, no entanto, uma

(38)

25

No estado de São Paulo, algumas crianças receberam esta imonoglobulina

através de autorizações/pareceres judiciais. A Secretaria do Estado de Saúde de São

Paulo, através da resolução normativa SS 249 de 13 de julho de 2007, aprovou Norma

Técnica disponibilizando palivizumabe para profilaxia do VSR para os seguintes

grupos:

Crianças menores de um ano de idade que nasceram com idade gestacional

menor ou igual a 28 semanas de gestação, após alta hospitalar;

 Crianças menores de dois anos de idade, portadores de patologia cardíaca

congênita com repercussão hemodinâmica importante ou com doença pulmonar

crônica da prematuridade, que necessitaram tratamento nos seis meses anteriores

ao período da sazonalidade do VSR, nos meses de sazonalidade.

Em 2008, as crianças que preencheram os critérios de inclusão estabelecidos

pela Norma Técnica já referida, foram autorizadas pela Secretaria Estadual da Saúde a

receber palivizumabe gratuitamente e encaminhados a serviços de referência para sua

aplicação. O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Universidade

Federal de São Paulo (CRIE-Unifesp) foi designado pela Secretaria do Estado como um

dos locais responsáveis pela aplicação desse imunobiológico.

Com o intuito de avaliar o impacto do uso da profilaxia ao VSR em crianças de

alto risco, os pacientes que compareceram ao CRIE–Unifesp para receber o

palivizumabe foram convidados a participar do presente estudo. Os objetivos do estudo

foram determinar os agentes etiológicos das infecções respiratórias agudas, determinar

as taxas de internações e óbitos e analisar as características clínicas e demográficas das

crianças submetidas à profilaxia, durante o período do estudo.

(39)

26

Estudo de coorte prospectivo com lactentes que tiveram indicação de receber

palivizumabe no CRIE-Unifesp em 2008, cujos pais/responsáveis aceitaram participar

do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Foram incluídos os pacientes que preenchiam os critérios da Norma Técnica SS

249, os quais receberam palivizumabe na dose de 15mg/kg, via IM, no músculo vasto

lateral, mensalmente, no máximo cinco doses. O início da profilaxia deu-se em abril de

2008, sendo incluídos os lactentes que receberam a primeira dose de palivizumabe até o

último dia do mês de junho. As indicações do palivizumabe obedeceram aos seguintes

critérios:

Crianças menores de um ano de idade que nasceram com idade gestacional

menor que 29 semanas, após alta hospitalar;

 Crianças menores de dois anos de idade, portadoras de cardiopatia congênita

com repercussão hemodinâmica importante ou com doença pulmonar crônica da

prematuridade, que necessitaram tratamento nos seis meses anteriores ao período

da sazonalidade do VSR.

As informações foram coletadas por meio de um questionário aplicado aos pais

(anexo 1), no momento da administração da primeira dose do palivizumabe. Foram

coletados dados sobre a história clínica da mãe e da criança como antecedentes

gestacionais e obstétricos da mãe, idade gestacional ao nascimento, condições de

nascimento, necessidade de medidas de reanimação, complicações neonatais,

malformações, e o motivo da indicação da profilaxia contra VSR.

O CRIE-Unifesp agendou os pacientes por telefone, agrupando o atendimento

em duas vezes por semana.

Os pacientes foram acompanhados durante todo período de sazonalidade (abril a

(40)

27

apresentasse IATR até 30 dias após cada dose de palivizumabe (vigilância passiva). A

IATR foi definida como presença ou não de febre, associada à coriza ou congestão

nasal, dor de garganta, tosse, chiado, taquipnéia ou dificuldade respiratória (WHO,

2007). Também foi realizada busca ativa de intercorrências respiratórias e

hospitalizações, por contato telefônico, para cada paciente, uma vez por semana,

durante todo período do estudo (vigilância ativa).

Na vigência de um quadro respiratório agudo, foi coletado aspirado de

nasofaringe (NPA) para pesquisa dos seguintes vírus respiratórios: influenza A e B,

parainfluenza 1, 2 e 3, adenovírus, VSR, rinovírus e metapneumovírus. A coleta de

NPA foi realizada até o 4° dia após o início dos sintomas no CRIE- Unifesp. No caso da

criança estar internada, o investigador foi ao local para realização da coleta. Em

pacientes que apresentaram quadro respiratório agudo, um segundo questionário foi

preenchido com dados clínicos do evento respiratório (anexo 2).

A incidência de internação pelo VSR foi calculada pelo número de testes

positivos para o VSR em pacientes internados por infecção respiratória, dividido pelo

número total da população estudada subtraída as crianças que internaram por infecção

respiratória e não realizaram a coleta.

Método Laboratorial

Coleta do Aspirado de Nasofaringe (NPA):

Foi coletada uma amostra de aspirado de nasofaringe para cada episódio de

infecção aguda respiratória, realizada por um médico ou enfermeiro, devidamente

treinado. A coleta foi realizada com sonda nº 6 ou 8, introduzida na nasofaringe, após

lavagem com soro fisiológico 0,9%. O aspirado foi colocado em frasco estéril com 5 ml

(41)

28

máximo de duas horas, ao Laboratório de Virologia do Departamento de Doenças

Infecciosas e Parasitária - Unifesp. As amostras foram fracionadas, sendo uma alíquota

centrifugada para realização da Imunofluorescência Direta (IFD) e a outra congelada a

-80ºC para posterior análise (teste molecular).

Imunofluorescência Direta (IFD):

A IFD foi realizada para pesquisa de vírus Influenza A e B, Parainfluenza 1, 2 e

3, Adenovírus e Vírus Sincicial Respiratório, conforme Chemicon International, Inc. -

Light Diagnostics ® Respiratory Screen Kit – Respiratory Panel 1 DFA.

Teste Molecular:

Todas as amostras foram submetidas a RT – PCR para Rinovírus e

Metapneumovírus Humano (Arruda et al, 1997; Falsey et al, 2003; Carraro et al, 2007).

Análise Estatística

As variáveis numéricas com distribuição normal foram comparadas pelo teste t e

aquelas com distribuição não normal pelo teste de Mann-Whitney. As variáveis

categóricas foram comparadas pelo teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher.

Considerou-se significante p<0,05.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

(42)

29

1.3 Referências Bibliográficas

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Referências

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