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Origens e aplicações de recursos das companhias abertas industriais e comerciais no período 1980-1985

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(1)

ORIGENS E APLICAÇOES DE RECURSOS DAS COMPANHIAS ABERTAS INDUSTRIAIS E COMERCIAIS NO PERfoDO 1980-1985

JOS~ AUGUSTO VEIGA DA COSTA MARQUES ORIENTADOR: Prof. Dr. MOACIR SANCOSCHI

(2)

ORIGENS E APLICAÇOES DE RECURSOS DE COMPANHIAS ABERTAS INDUSTRIAIS E COMERCIAIS NO PERrODO 1980-1985

DISSERTAÇÃO APRESENTADA AO INSTIT~

TO SUPERIOR DE ESTUDOS CONTÁBEIS DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS DO RIO DE JANEIRO COMO REQUISITO PARA A OB-TENÇÃO DO TfTULO DE MESTRE EM CON-TABILIDADE.

(3)

JOS~ AUGUSTO DA COSTA MARQUES

Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto Superior de Estudos Contábeis - ISEC - da Fundação Getúlio Vargas como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de mestre em Ciências Contábeis (M.Sc.)

APROVADA POR:

PRO . DR. MOACIR SANCOVSCHI (Presidente/Orientador)

PR~EGOMES

PROF. DR. MARCOS DE ANDRADE REIS VILLELA

(4)

A Banca Examinadora, designada pela Determi naçio n9 17/88 do Diretor do ISEC/FGV, para julgar a dissertação intitulada: "ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS DAS COMPANHIAS ABER-TAS INDUSTRIAIS E COMERCIAIS NO PERIoDO 1980 - 1985", de autoria do aluno JOS~ AUGUSTO DA COSTA MARQUES e composta pelos abaixo as-sinados, após a apresentação pública da mesma pelo candidato e de ter este respondido às argUições que por seus membros foram feitas, concorda em que a referida dissertação merece ser aprovada com louvor, s e,!! do sugerida a sua publicação.

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1988

PRolV. DR. MOACIR SANCOSVSCHI

(Piesi~t Orientador)

PROF. JOSIR

PROF. DR. MARCOS DE ANDRADE REIS VILLELA

1. Merece ser Aprovada

2. Merece ser Aprovada com louvor

(5)

Rio de Janeiro, FGV, ISEC, 1988.

IX, 200f.

Tese: Mestre em Contabilidade

1. Recursos 2. Estratégia 3. Empresas

I - Fundação Getúlio Vargas - Instituto

de Estudos Contãbeis

11 - Título

4. Tese

(6)

Este trabalho tornou-se possível graças ao de muitas pessoas, as quais são aqui citadas. Agradeço •••

auxílio

A equipe de professores e funcionários do Instituto Superior de Estudos Contábeis, notadamente a meu orientador profes-sor Moacir, que me indicou caminhos possíveis para o desenvolvime~

to da pesquisa, inclusive nos momentos de dificuldades, e ao profe~

sor Josir, que criou oportunidades e estímulos ao andamento deste e de outros estudos na área contábil-financeira como coordenador do Instituto.

A equipe de professores e técnicos do Setor de Estu dos Empresariais do Instituto Brasileiro de Economia - Jose Fran-cisco, Augusto, Ronie eJane - equipe esta que, com muita paciência e trabalho, conseguiu realizar a parte técnica de processamento de dados e datilografia da pesquisa.

A meus familiares Carlos, Ottilia e Arthur, que con-seguiram conviver com meu humor, até certo ponto instável, durante estes últimos três anos de estudos, e que procuraram me incentivar nos bons e maus momentos.

A meus amigos Antonio Lucio - esclarecedor de inúme ras dúvidas, inclusive aquelas surgidas em finais de semana e feria dos-e Jose Mário.

(7)

This research had for objective to fammi1iarize the

user of accounting information to an efficient instrument in the

modern financiaI ana1izes of eva1uation of entities: the Statement

of Sources and App1ication of Resources. This statement goes on,

ti11 today, to be 1ess used by the financiaI ana1ists because it is

not understood concerning its objectives, concepts of Resources and

shares of to bui1d and disc10sure the statement.

During the period of time between 1980 and 1985 the

Brazi1's economy spent of a situation of recession to another of

prosperity and growth. In the first four years of the historiaI

series, the country had a recession period and it was kept unti1 the

end of 1983: the national private company increased its debt degree

and decreased its 1iquidity. After 1984 the economy began to grow

and that was pushed by the export entities: the entities decreased

its debt degree and increased its 1iquidity.

The Statement of Sources and Uses of Resources has

been bui1t and pub1ished in United States since the 1ast 50 years of

nineteenth century, and it has been known as Statement of Funds.

In Brazi1 it has just introducted after the Security Exchange Law

in 1976 that put 1imits for obrigatority to disc10sure by the

companies. This 1aw described, summari1y, the objective, cQII1position

(8)

relationed to the long-term's strategy of the company because it disclosure the policy of application of resources in long-term

assets, the policy of dividends that has been used, and the structure of resources provided by long-t:erm financing, the resources of the operations, and so on.

There are several means of Resources. The concept more used in Brazil is Working Capital, till for orientation of the law. Concepts as Cash and Equivalent-Cash and Net Realizable Assets can be more informatives to the users because they show informations with better complexity, including informations concerning to the short-term. Concerning to the building methods, there are three that are known: the Transations Analizing method, the T-Account method and the Work-Sheet method. AlI of them are efficient, but it's recomendable that the method used can be in accordance with the disclosured formato

The statement, despite of others statements, fell

\�

the effects of 'the lose of purchase powerof money. Objectiving to reduce this effects, the Securities Exchange Comission (CVM)emitted the Normative Instrution number 64 in 1987, that oriented

-". the ,

(9)

and padronized 180 staternents, 6 to each one oí the 30 cornpanies

chose. A lot oí entities were throw out because it were incornplete

to one or two years of the sequency, or because problerns that were

found concerning the disclosure. After the data had been obtained

(staternents) an consolidated vertical analysis was rnade to the

group and to the two halfs of the original group obtained in terrns

(10)

CAPl'TULOS PÃGlNA

1 - INTRODUÇÃO . . . 1

1 - Objetivo do Estudo e Justificativa . . . •••..••.•.. 3

2 - Questõe's a Investigar .•.•...•....•••••.•...••..••. 3 - Pressupostos Conceituais 4 4 4 - Delimitação do Assunto... .•...•. .•..•...•..•.••.•.• ..• 5

5 - Organização dos Capítulos deste Estudo . . . 6

2 - O PANORAMA ECONÔMICO 1980/85 ... . . . . . . 7

1 - Introdução . . . 7

2 - Período Anterior: o Início da Crise... . . . 7

3 - 1980: Recursos Caros e Pouco Investimento . . . ... 8

4 - 1981: Aumenta o Nível de Endividamento . . . 10

5 - 1982: Economia Cresce mas Problemas Continuam... 11

6 - 1983: A Recessão Atinge seu Pior Momento . . . 14

7 - 1984: Exportações Financiam o Crescimento . . . 16

8 - 1985: Mantêm-se a Recuperação da Economia ...••... 18

(11)

1 - Introdução 21

2 - Objetivos da Demonstração 22

3 - Os Conceitos de Recursos 24

3.1 - Fundos como Recursos Financeiros~otais 25

3.2 - Recursos como Capital Circulante Líquido •.••.... 27

.

3.3 - Recursos como Ativos Realizáveis Líquidos .•..•.. 31

3.4 - Recursos como Caixa e Equivalentes.··· .. ··· 33

4 - Breve Histórico da Demonstração... . . . .•• 35

4.1 - A Demonstração de "Fundos" nos Estados Unidos.. 36

4 . 2 - A De m o n s t r a ç ã o d e O r i g e n s e A p 1 i c a ç õ e s no B r a s i 1 38 4.3 - Apreciação Comparativa dos Procedimentos Legais 40 5 - Metodos de Elaboração da Demonstração . . . •••.•• 43

5.1

-

Metodo da Análise das Transações

...

43

5.2

-

Metodo da Conta-T

...

58

5.3

-

Metodo da Folha de Trabalho

...

64

5.4 - Comentários Gerais sobre os Metodos de Elaboração 69 6 - O Problema da Inflação ...•.•••..•...•• 70

7 - Resumo . . . • • • • • . . • . . . • . • . . • . . . • . • . . • . • . . • . . . . • 75

4 - PRQCED;rMENTOS METODOLÕGICOS . . . 78

1 - Introduçao . . . :... 78

-2 - Modelo de Estudo . . . . . . . . . . . . 78

3 - Seleção da Amostra... ...• 79

4 - Instrumentaçâo ... .••... ...•...•.•••.... •••..•... 80

5 - Coleta de Dados ...•••...•...• 82

6 - Problemas Encontrados com as Demonstrações Pesquisadas ....•.. 84

(12)

1 - Introdução ... 88

2 - Contribuições de Acionistas e Outros o 00 o o o o o o 000 o o o 000 o 89

3 - Realização de Ativos de Longo Prazo 0 00000000 0000 o o o o 0 0 o 95

4 - Aumento do Exigível de Longo Prazo 00 o o o o o 00 o o.... • • • • • • • 100

5 - Pagamento de Dividendos e Bonificações em Dinheiro ... 105

6 - Aumento de Ativos de Longo Prazo ... 109

7 - Redução de Passivo Exigível de Longo Prazo .. ... . . .. 113

8 - Recursos Gerados das Operaçoes .. . ... . . . . ... . . ... ... o 117

8.1 - Recursos Gerados das Operações ... 118

8.2 - Recursos Consumidos pelas Operações . . . .... . . ... 122

9 - Capital Circulante Liquido ... ... 124

9.1 - Capital Circulante Liquido -Aplicação de Recursos 125

9.2 - Capital Circulante Liquido -Origem de Récursos.. 129

10 - Resumo 131

6 - SUMÁRIO, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 132

BIBLIOGRAFIA . . . 139

ANEXOS:

I - Relação das 30 (trinta) empresas constan tes da amo stra.. 145

11 - Demonstração de Origens e Aplicações de Rec;'rsos

dro ni zada ... . . ... . . . o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 146

II I - Gráfico do Compor tamento 'do Percentual Re1at.i vo Médio

(13)

Durante o período compreendido entre 1980 e 1985 a eco

nomia brasileira passou por urna fase de recessão e outra de

cresci-mento, que certamente condicionou o comportamento dos diversos

seg-mentos econômicos do país. As empresas, por exemplo, procuravam ava

liar da melhor maneira possível os acontecimentos e repercussões do

momento econômico ao qual participavam de forma a adequar suas

polí-ticas financeiras àquele momento, e prosseguir na continuidade de

suas operaçoes.

A maneira mais utilizada de mensurar e avaliar as modi

ficações na posição financeira das empresas durante um período tem

sido, ate hoje, a análise de quocientes, normalmente estruturados e

obtidos do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados do

Exercício. Diversos periódicos bastante difundidos no mundo financei

ro tem avaliado anualmente o perfil da empresa brasileira, ou de um

setor especificamente, por meio da utilização de índices que, apos

consolidados para o conjunto de empresas e confrontados uns aos

ou-tros, permitem uma avaliação aproximada da situação daquelas

empre-sas naquele período.

(14)

-Das demonstrações financeiras explicitadas na Lei 6404

de 1976, também fazem parte a Demonstração de Lucros ou Prejuízos A­

cumulados, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e as

Notas Explicativas. Notadamente, a Demonstração de Origens e Aplica­

ções de Recursos permanece ainda hoje um instrumento contábil pouco

utilizado pelos analistas de mercado e outros usuários da Informação

contábil. Estes concordam com a finalidade e importância da

demons-tração na avaliação da política de financiamento e investimento ado­

tada pela empresa, mas continua sendo pouco utilizada em suas análi­ ses para tomada de decisão.

A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos evi

dencia as modificações da posiçâo financeira da empresa e, como tal,

possui grande importância na análise financeira moderna.

O fato da DOAR nao ser utilizada com frequência pelos

usuários tem contribuído para a apresentação de relatórios de

análi-se que, no mínimo, deixam de explorar todo o potencial informativo

da contabilidad�pelo menos no tocante a avaliação da política finan ceira adotada pela(s) empresa(s) em dado período.

,

Por outro lado, a pouca utilização da demonstração pa­

ra análise pode ser explicada pelo redu��do número de textos especi�

lizados que abordam didática e objetivamente o assunto, notadamente

aquelas em língua portuguesa. Podem ser enumeradas as poucas obras

que tratam, no país, sobre Demonstração de Origens e Aplicações de

(15)

Um outro fator que tem contribuído para isso consiste

na fragilidade da metodologia utilizada a nível de graduação na abor

dagem do assunto. Grande parte dos docentes de Contabilidade que

mi-nistram este tema o fazem de maneira sumária e teorizada, ou seja,e~

focam o aspecto legal, citam seus objetivos e elaboram exemplos ilu~

trativos menos complexos. Poucos se aprofundam na análise de seus ob

jetivos e apresentam exemplos completos de elaboração da

demonstra-ção a partir de outros demonstrativos.

-Estes fatores, o reduzido numero de bibliografias esp~

cializadas e a maneira como tem sido tratado o assunto na graduação,

podem estar contribuindo para a falta de entendimento do que

consis-te e representa a Demonstração de Origens de Aplicações de Recursos

para a anãlise financeira da empresa.

I - 'OBJETIVO DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA

Este estudo se propoe a avaliar o comportamento da

po-lítica de financiamento e investimento adotada pela empresa privada

nacional aberta, do ramo comercial ou industrial, durante o período

compreendido entre 1980 e 1985, mediante a utilização da

Demonstra-ção de Origens e Aplicações de Recursos como instrumento de análise.

Um segundo objetivo que pode ser colocado, de certa forma um

desdo-bramento do primeiro, consiste em se investigar se aquela política

se alterou quando comparamos grandes e pequenas empresas segundo

(16)

Como justificativa pode-se afirmar que este estudo ad­

vem da necessidade de se entender e utilizar a Demonstração de Ori­

gens e Aplicações como instrumento essencial para análise financeira

de empresas. Conforme .exposto anteriormente, diversos fatores teriam

contribuído para o limitado entendimento da finalidade e pouca utili

zação da demonstração.

Este estudo pode auxiliar o analista de mercado, ou

qualquer outro usuário da informação contábil, a compreender melhor

a demonstração, e orientá-lo na adoção deste importante instrumento

na avaliação do desempenho e estratégia de longo prazo adotada pelas

empresas.

2 - QUESTOES A INVESTIGAR

Procuram-se respostas a duas questões básicas:

1 - Qual o comportamento das origens e aplicações de recursos adotado pela

empresa privada nacional aberta, comercial ou industrial, du­

rante o período compreendido entre 1980 e 1985?

'��

2 - Até que ponto a política financeira adotada pelas empresas

se diferenciou quando comparamos grandes e pequenas empresas

por Ativo Total e Patrimônio Líquido?

-"..

3 - PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS

Um pressuposto foi considerado para a realização deste

(17)

1 - As demonstrações financeiras, notadamente a Demonstração de

Origens e Aplicações de Recursos, foram elaboradas e public!

das em conformidade com a Lei rlas~Sociedades por Ações e

le-gislação complementar emitida pela Comissão de Valores

Mobi-liários.

4 - DELIMITAÇÃO DO ASSUNTO

Esta pesquisa limita-se a analisar o comportamento de

uma forma jurídica específica de empresa (a empresa de capital

na-cional e com ações negociadas no mercado), de apenas duas atividades

econômicas (do ramo comercial ou industrial), e para um horizonte de

terminado de tempo (1980 a 1985). Deste modo, outras formas

jurídi-ca-econômicas de sociedades estão alheias a esta pesquisa, mesmo du

rante aquele período de tempo.

Outra delimitação consiste em apenas se utilizar as

informações (demonstrações) da empresa controladora. Mesmo dentro da

quelas especificações citadas no parágrafo anterior, as demonstrações

consolidadas do grupo da empresa não serão consideradas.

Além disso, o instrumento básico tomado para a análise

do comportamento da política financeira adotada por aquelas empresas

resume-se na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Não

(18)

5 - ORGANIZAÇÃO DOS CAP!TULOS DESTE ESTUDO

A seção de Revisão de Literatura compoe-se de dois

ca-pítulos. O primeiro apresenta a conjuntura econômica pela qual o

país passou entre 1980 e 1985. São comentados aqui os principaiseve~

tos econômicos de cada ano que condicionaram provavelmente a

políti-ca financeira adotada pelas empresas. No segundo políti-capítulo é

apresen-tada a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos como

instru-mento de analise financeira de empresas. Neste capítulo sao

aborda-dos: o aspecto da evolução histórica da demonstração, seus objetivos

e finalidades, alguns conceitos de Recursos existentes, os métodos

de elaboração mais utilizados e o significado de Capital Circulante

Líquido na analise financeira.

Na seçao seguinte, Metodologia, sao abordados os

proce-dimentos metodológicos adotados para a realização deste estudo. São

apresentados: o modelo do estudo, a população e a amostra, a

instru-mentação, a coleta de dados e as dificuldades encontradas no

desen-volvimento do trabalho.

Na terceira seção sao apresentados, analisados e discu

tidos os resultados da pesquisa. Esta seção sera dividida em sub-se

çoes, cada qual representando um item da demonstração.

Por fim, na última seçao sao apresentados um

do estudo, as conclusões deste e as recomendações.

(19)

CAPfTULO 2

o

PANORAMA ECONOMICO 1980/85

1 - Introdução

O objetivo deste capítulo é apresentar o panorama eco

nSmico brasileiro entre 1980 e 1985, enunciando as principais

medi-das econSmicas adotamedi-das pelo governo, e também os fatores externos

relevantes, e suas prováveis repercurssões sobre a empresa privada

nacional, quer sob o aspecto de financiamento quanto de

investimen-to.(*) Inicialmente serão mostrados os fatores relevantes que

ante-cederam ao período de estudo para, em seguida, serem apreciados cada

um dos seis anos.

2 - Período anterior: o início da crise

Nos anos que antecederam a década de 80, notadamente

1979, a economia brasileira sofreu os efeitos de dois fatores

prove-nientes da economia internacional: a alta de preços do petróleo e a

elevação das taxas internacionais de juros.

A alta dos preços do petróleo, que subiu de 12 para

34 dólares o barril (183%), pode ter contribuído para o excessivo

encarecimento das importações nacionais (o país ê ainda hoje

bastan-(*) Este capítulo consiste de um resumo de artigos publicados pelas revistas

Con-juntura Economica, Quem é Quem, Balanço Anual e Maiores e Melhores, das Res-pectivas edições de 1979 até 1985, edições estas de caráter analítico do com

(20)

te carente desta fonte energética), o desequilíbrio da estrutura de

preços relativos int~rnos e, também, para o crescimento da inflaçio.

o

segundo fator, a alta das taxas internacionais de

juros (prime-rate e libor), parece ter sido causado pela controvert!

da política monetária norte-americana e pode haver contribuído para

um início de recessão às economias ocidentais na medida em que enca

recia o custo dos empréstimos internacionais e onerava as dívidas e~ _

ternas já existentes - sobretudo de países em desenvolvimento como o

Brasil. As economias menos desenvolvidas parecem ter adotado medidas

protecionistas como forma de equilibrar suas balanças de pagamentos.

Em suma, o país encontrou maiores obstáculos a suas ex

portações e passou a gastar mais nas importações, enquanto o serviço

da dívida externa e a inflação interna aumentavam. O Brasil entrava

em 1979 numa crise econômica.

3 - 1980: Recursos Caros e Pouco Investimento

Os problemas surgidos no ano anterior podem ter

con-tribuído para uma redução do ritmo de crescimento do país (variação

do PIB) em 1980. Além disso, a Balança Comercial (exportações menos

importações ocorridas no periodo) registrou um déficit substancial

de reservas. Os grandes investimentos de retorno a longo prazo, que

levaram o país a um alto endividamento externo e interno, parecem h~

verem sido reduzidos neste ano drasticamente, o que pode ter

(21)

a governo procurou rolar a dívida interna recolocando

seus títulos a taxas mais atrativas no mercado financeiro, ao mesmo

tempo em que elevava a carga tributária. Estas políticas podem ter

causado a elevação das taxas de juros internas, a queda das vendas

das empresas pela redução do consumo (embora existisse naquela data

uma política salarial que permitia ganhos reais de salários a

traba-lhadores na faixa de até três salários mínimos, parece haver

ocorri-do urna perda no poder aquisitivo geral da população) e o aumento do

nível do desemprego.

As empresas privadas nacionais não-financeiras

apre-sentaram apenas um razoável desempenho no ano. a nível de

endivida-mento auendivida-mentou possivelmente devido aos crescentes custos financei

ros dos empréstimos bancários, reduzindo, conseqUentemente, a liqui

dez destas empresas. Mesmo assim, obtiveram boa rentabilidade e

produtividade. Outras origens de recursos corno os gerados das

opera-ções e provenientes de acionistas foram pouco relevantes tendo em

vista provavelmente a pesada tributação que incidia sobre os lucros

e dividendos. O Quadro 1 abaixo relaciona o volume de recursos

obti-dos pelas empresas abertas por meio da emissão de Ações e Debêntures.

ANO

1980 1981 1982 1983 1984 1985 FONTE:

QUADRO 1

EMISSÃO DE AÇOES E DEBENTURES PELAS EMPRESAS ABERTAS NO PERIaDO 1980/85 (valores em Cz$ milhoes)

EMISSÃO DE EMISSÃO DE CRESC. AÇOES CRESC.DEB~

AÇOES DEBENTURES n m. o nome rea. I" real

34.281,49 13.662,44

27.108,38 162.029,30 -21% 1086% . -162% 508%

84.504,73 316.117,53 212% 95% 56% -2%

144.608,70 404.019,50 71 % 28% -45% -59%

975.593,27 552.417,13 57S% 37% 108% -58%

3.641.597,40 713.838,70 273% 29% 11% -62%

(22)

Alguns setores que apresentaram bons resultados em

1980 foram finanças (beneficiado pelo alto spread bancário)~ têxtil,

confecções e alimentos (setores de demanda bastante ine1ástica).

Ou-tros como serviços públicos, siderurgia e farmacêutico, ao

contrá-rio, apresentaram mau desempenho.

A despeito desta situação adversa, algumas empresas já

vislumbravam uma solução: o mercado exterior.

4 - 1981: Aumenta o Nível de Endividamento

1981 parece ter sido um ano ruim para a economia

bra-sileira. A recessao persistiu, os crescentes gastos do setor público

podem ter mantido a inflação em nível alto e o resultado da balança

comercial não foi ainda satisfatório. O fator básico apontado como o

provável causador da crise econômica foi o crescente déficit do

se-tor público (excesso das despesas efetuadas sobre as receitas obti

das pelo governo). Enquanto as empresas privadas aparentemente

corta-vam investimentos e pessoal a fim de se adaptarem

ã

crise, as

esta-tais, ao contrário, investiam e contratavam funcionários, sempre

subsidiadas pelo Estado. Certamente para sanar este rombo, o governo

aumentou a carga tributária (onerando ainda mais os lucros das empr~

sas)} lançou mais titulos no mercado aberto (elevando as taxas

inter-nas de juros) e emitiu moeda Eelevando a base monetária e mantendo a

inflação alta).

Possivelmente, a elevação das taxas reais internas de

juros fazia parte de uma estratégia do governo para que as empresas

(23)

o que lhe permitiria equilibrar a balança de pagamentos em 81. Esta

política parece ter acentuado ainda mais o problema de endividamento

das empresas não-financeiras e, ao contrário, contribuído para o

ex-celente resultado apresentado pelas empresas ligadas ao setor

finan-ceiro.

No geral a empresa privada nacional apresentou queda

real das vendas e lucros, alto endividamento, baixos Índices de

li-quidez e queda da rentabilidade. Estas empresas podem ter sido

leva-das a captar novos recursos no mercado financeiro mais para garantir

o cumprimento de compromissos efetuados nos anos anteriores e manter

o Capital de Giro em nível razoável, do que propriamente para

inves-tir na capacidade produtiva. Além disso, os parcos recursos

exceden-tes supostamente foram aplicados no mercado financeiro, o qual apr!

sentava lucros de forma mais rápida e certa'do que quando injetados

na a ti vidade produtiva.

As médias e pequenas empresas parecem ter conseguido

se adaptar a nova realidade econômica mais rapidamente que as

gran-des, a custa, certamente, de cortes de pessoal e outras despesas, e

da alienação de bens ou direitos do Ativo Permanente.

5 - 1982: Economia Cresce mas Problemas Continuam

Em 1982 o país apresentou uma ligeira melhora em

re1a-çao ao ano anterior, chegando a crescer economicamente perto de 1%,

conforme evidencia o Quadro 2. Entretanto, os mesmos problemas dos

(24)

desem-penho da balança comercial e altas taxas de inflação e juros. As

al-tas taxas de juros podem ter aumentado o peso das despesas

financei-ras em relação ao total das despesas operacionais: de 12% em 1980 e

17% em 81. atingiu perto de 18% em 82. Entretanto. o nível de endivi

damento das empresas foi um pouco menor neste ano que nos

anterio-res.

QUADRO 2

CRESCIMENTO ECONOMICO E INFLAÇÃO ANUAL NO PERfoDO 80/85

ANO CRESCIMENTO DO PIB INFLAÇÃO ANUAL

IGP - DI (FGV)

1980 7.2% 110.2%

1981 -1.6% 95.2%

1982 0.9% 99.7%

1983 -3.2% 211.0%

1984 4.5% 223.8%

1985 8.3% 235.1%

FONTE: CONJUNTURA ECONOMICA

O déficit público cresceu quase sem controle. o que p~

de ter levado o governo a emitir moeda e a colocar novos títulos no

mercado aberto mantendo •. desta forma. as taxas de inflação e

altas. respectivamente. Soluções corno corte de gastos com

juros

pessoal

e investimentos. ou mesmo a privatização de algumas estatais.- não fo

ram efetivadas.

A queda do volume das exportações em 1982 pode ser

(25)

nor-te-americano e de outros países ocidentais, a queda de preços

inter-nacionais para algumas culturas exportáveis e a adoção de uma polít!

ca cambial pouco realista pelo governo (era praticada uma politicade

desvalorização periódica da moeda nacional, mas mesmo assim o

cru-zeiro estava supervalorizado frente ao dÓlar).

A partir deste ano as empresas passaram a utilizar com

maior ênfase fontes de recursos como a emissão de debêntures e a

subscrição de açoes novas (Quadro 1). Presumivelmente tais origens

permitiram is empresas o pagamento de obrigações contratadas nos

anos anteriores a um custo mais baixo e a um período mais longo que

se fossem efetuados novos empréstimos bancários.

Entre 80 e 82, o excessivo endividamento e a retração

do consumo parece haver levado muitas empresas privadas nacionais a

pedirem concordata ou falência, bem ao contrário das estatais que,

mesmo amargando prejuízos consecutivos, cresceram sempre tuteladasp~

lo Estado.

·Alguns setores como finanças e comércio apresentaram

bons resultados neste ano. No geral, a empresa privada nacional evi

denciou uma melhoria nos níveis de endividamento e rentabilidade e

certa estabilidade nos índices de liquidez em relação ao ano

rior.

(26)

ante-6 - 1983: A Recessão Atinge o Pior Momento

1983 foi um péssimo ano para a empresa privada

nacio-nal: a inflação e os juros persistiram em níveis altos, ocorreu um

aumento de impostos-sobretudo IR, ICM e IPI - e o desemprego

aumen-tou. O governo federal, como nos anos anteriores, gastou mais do que

arrecadou, emitindo moeda e lançando novos títutlos no mercado. Esta

política monetária pode ter levado a uma explosão das taxas de infl!

ção e juros que alcançaram 211% e 23% reias no ano, respectivamente

(Quadro 2). Além desse descontrole monetário, a retirada

dos subsídios ao trigo e o excessivo grau de indexação da

parcial

economia

brasileira foram outros fatores prováveis do crescimento da

infla-ção. A União. e também os Estados. promoveram um aumento da arrecada

ção do IR, IPI e ICM elevando sua alíquotas. Esta atitude trouxe

re-flexos negativos às empresas. já abaladas pela retração da demanda e

o elevado custo do dinheiro no mercado. As empresas financeiras, ao

contrário. apresentaram bons lucros neste ano. embora algumas delas te

nham sido prejudicadas por concordatas ou falências de alguns

clien-tes.

Por sua vez. a significativa redução do nível da deman

da interna parece ter sido conseqUência do arrocho salarial imposto

pelo governo à classe trabalhadora. Durante 1983 diversos Decretos,

todos de curta duração, procuraram inedexar a correçao dos salários

a uma parcela inferior. ou no máximo igual, à variação do INPC ín

dice este que não refletia integralmente a variação de preços da

cesta básica. Tanto a alta na inflação e dos juros quanto a queda do

consumo podem ter agravado a recessão e inibido novos investimentos

(27)

o

melhor resultado econômicó de 83 foi o superávit da

balança comercial que alcançou perto de US$ 6,5 bilhões conforme mos

tra o Quadro 3 abaixo. Este fato possivelmente deveu-se

ã

prática de

uma maxidesvalorização do cruzeiro (30%) no primeiro semestre do

ano,

ã

redução de impostos aos produtos exportáveis,

à

redução do va

10r das importações de petróleo - quer pela queda dos preços interna

cionais desta matéria-prima, quer pelo aumento da produção

na1 - e

à

retração do mercado consumidor interno.

QUADRO 3

nacio-COMPORTAMENTO DA BALANÇ~ COMERCIAL BRASILEIRA ENTRE 1980/85

( em US$ milhões )

ANO EXPORTAÇOES IMPORTAÇOES COMERCIAL SALDO EXPORT. CRESC. CRESC. IMPORT.

(relativo a 80)

1980 20.132 22.955 - 2.823

1981 23.680 22.085 1. 595 18% -3%

1982 20.213 19.396 817 0,4% -16%

1983 21.900 15.428 6.480 4% -33%

1984 27.005 13.937 13.068 34% -39%

1985 25.639 13.189 12.450 27% -43%

FONTE: CONJUNTURA ECONOMICA

O problema da dívida externa se agravou neste ano.

As autoridades econômicas efetuaram, e em seguida descumpriram,

di-versos acordos com o FMI e os bancos credores, os quais, em

respos-ta, atrasaram novos empréstimos ao país, agravando ainda mais o

pa-gamento dos juros vencidos. A obtenção de um superávit comercirufoi,

possivelmente, a única exigência do FMI cumprida pelas autor~desbra

(28)

à exceçao das empresas exportadoras, do setor de

ali-mentos e financeiro, as demais evidenciaram quedas nos índices de

rentabilidade e liquidez, e relativa piora no nível de endividamento.

A maxidesva10rização certamente beneficiou muitas empresas, mas

tam-bém prejudicou outras já endividadas em moeda estrangeira (sobretudo

em dólar) ou excessivamente dependentes de importações. Os

investi-mentos, além disso, parecem ter sido mais rentáveis quando aplicados

no mercado financeiro que na capacidade produtiva - que, inclusive,

ficou mais ociosa este ano.

7 - 1984: Exportações Financiam o Crescimento

Este foi um ótimo ano para as empresas privadas

nacio-nais. Fatores como a recuperação da economia norte-americana, a qu~

da das taxas internacionais de juros e a estabilidade das taxas reais

internas de juros e da inflação podem ter contribuído para o recorde

no superávit da Balança Comercial, a redução das taxas de desemprego,

a redução da capacidade ociosa do parque industrial e,

consequente-mente, para o crescimento da economia no ano (o PIB cresceu 4,5% em

84 contra - 3,2% no ano anterior).

Com efeito, o crescimento econômico do país

provavel-mente foi puxado pelo bom desempenho das empresas exportadoras que

vinha aproveitando as condições favoráveis da política cambial e

dos subsídios oferecidos pelo governo desde o ano anterior. Novas

perspectivas surgiram no decorrer de 84 como, por exemplo, a

recupe-ração do mercado internacional e a quebra de safra de alimentos nos

Estados Unidos. Este panorama favorável pode ter feito com que novos

(29)

te do poder de consumo da população, elevando as vendas em termos

reais - demanda esta controlada pela oscilação das taxas de juros.

As taxas internacionais de juros caíram em 84, alivia~

do um pouco o serviço da dívida externa. Diversas negociações ocorre

ram e, graças ao bom nível das reservas cambiais, o país pode ter

conseguido negociar sua dívida em condições mais adequadas.

o

déficit do setor público manteve-se alto. A explic~

çao apontada mais colocada foi que, dentro dos gastos do governo (pe~

soaI, investimentos, subsídios ... ), o item investimentos foi o mais

afetado - justamente o item que mais poderia beneficiar as empresas

privadas - enquanto os gastos com pessoal e subsídios

(principalmen-te às exportações e

ã

agricultura) continuaram crescentes. Exemplo

disso foram as estatais que, mesmo evidenciando prejuízos

consecuti-vos, cresceram.

Dois aspectos importantes e curiosos mereceram a

aten-çao dos analistas financeiros neste ano. O primeiro diz respeito ao

substancial crescimento nominal de 577t na obtenção de recursos por

meio de subscrição de ações novas - provavelmente por ser esta fonte

de recursos menos onerosa que outras neste momento. O segundo está

relacionado ao grande número de empresas que reavaliaram seus ativo~

algumas delas com o intuito de evidenciar lucros maiores, ou prejui

zos menores, em seus resultados líquidos, talvez não em acordo com o

objetivo da lei das S/A. Quanto ao primeiro aspecto a empresa obteve

recursos, enquanto no segundo não - reavaliação consiste num

(30)

mercado sem, contudo, conseguir novos recursos para a empresa.

No geral, inserida neste contexto a empresa nacional

não-financeira apresentou urna sensível redução do nível de

endivida-mento e urna melhoria nos índices de liquidez e rentabilidade. Os

re-cursos gerados das operações foram sensivelmente maiores neste ano,

o que pode ter permitido, sobretudo, o pagamento de parte das obrig!

ções contraídas nos anos anteriores e, também, investimentos em

Ati-vos Imobilizados.

8 - 1985: Mantém-se a Recuperaçã6 da Economia

Este foi um bom ano para a empresa privada nacional. A

economia prosseguiu seu crescimento iniciado no ano anterior,

alcan-çando urna taxa próxima de 9%. Três foram os motivos prováveis deste

crescimento: (1) a recuperação do salário real da massa trabalhadora,

que pode ter estimulado a demanda interna; (2) a folga da política

monetária e fiscal durante os três primeiros trimestres do ano; e

(3) o comportamento favorável dos preços das matérias-primas no

pe-ríodo. A recuperação do poder de compra da população não foi conside

rado um fator estimulador da inflação devido·i existência de

capaci-rode ociosa entre as empresas. Mesmo assim a inflação sofreu alguma

elevação.

A Balança Comercial apresentou bom

do graças possivelmente i queda dos juros internacionais e,

qUentemente,

ã

recuperação das economias desenvolvidas.

(31)

conse-o

déficit público persistiu crescente. O governo

uti-lizou a política de lançamento de títulos no mercado aberto durante

a maior parte do ano e. em fins de 85. adotou urna política fiscal

mais restritiva a fim de reduzir aquele rombo. As taxas internas

reais de juros mantiveram-se estáveis em relação ao ano anterior (mas

ainda altas).

As empresas privadas não-financeiras evidenciaram

me-lhoria nos níveis de rentabilidade e de liquidez, a redução no grau

de endividamento. Os ramos que mais cresceram foram o de

comunica-ções, comércio e agropecuário - a agricultura foi beneficiada pela

política de preços mínimos e pelas boas condições climáticas

enquan-to o seenquan-tor de comunicações e o comércio foram favorecidos pelo aume~

to da demanda interna. O setor financeiro evidenciou ainda grandes

lucros.

Alguns economistas atentaram para o fato de algumas

empresas privadas evitarem excessivamente os empréstimos bancários,

fato este que evitaria urna maior alavancagem financeira e a obtenção

de maiores lucros a longo prazo para aquelas empresas. Outros sinal,!

zaram para o perigo de crescimento da demanda não ser acompanhado p~

la elevação da oferta de bens e serviços no curto prazo e, assim,ca~

sar mais inflação. Esta segunda hipótese foi abandonada depois tendo

em vista a existência de ociosidade no parque industrial nacional,e~

te provavelmente poderia absorver a demanda excedente sem a

necessi-dade de investimentos de longo prazo para expansão da capacinecessi-dade p~

(32)

Em situação oposta, as estatais tiveram sua saúde

fi-nanceira agravada decorrente de alto nível de endividamento gerado

pela tomada de excessivos recursos no setor externo.

9 - Resumo

Pode-se perceber nitidamente os prováveis efeitos das

políticas nacionais e internacionais sobre o desempenho da empresa

privada nacional no período 1980/85. Nos primeiros quatro anos, quer

devido a alta do petróleo, dos juros internacionais ou do elevadopr~

tecionismo das economias desenvolvidas, quer devido ao crescente dé

ficit público interno e/ou ao intervencionismo do Estado na

econo-mia, o país amargou um período recessivo, o que pode ter inibido no

vos investimentos, agravado o nível de endividamento e liquidez e

reduzido severamente a rentabilidade das empresas privadas

nais.

nacio-Nos dois anos finais a economia recuperou-se talvez p~

xada pelo bom desempenho das empresas exportadoras que, por sua vez,

eram incentivadas pelo governo e estimuladas pela abertura de novos

mercados. Estas empresas possivelmente contribuíram para a

recupera-ção da economia oferecendo empregos, elevando as encomendas a outras

empresas e, assim, reabilitando a demanda. As empresas privadas

na-cionais melhoraram sua saúde financeira e conseguiram obter boa ren

tabilidade de recursos gerados das operações.

Infelizmente este bom desempenho nao foi repetido p~

las empresas estatais: o governo nao conseguiu até hoje reduzir seu

(33)

CAPfTULO 3

A DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇOES DE RECURSOS

1 - Introdução

Este capítulo possui por finalidade introduzir um

lm-portante instrumento contábil de análise financeira de empresas - a

Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos - com vistas a um

melhor entendimento de seus objetivos, formas de apresentação,

méto-dos de elaboração e sua validade informativa num contexto inflacioná

rio.

Esta demonstração foi introduzida legalmente no Brasil

por meio da Lei 6404/76 a qual evidenciou apenas sumariamente seus

objetivos, formato de apresentação e terminologias. Esta lei elevou

a demonstração ao mesmo nível de importância das demais - Balanço p!

trimonial, Demonstração de Resultado e Mutações do Patrimônio

Liqui-do - e considerou-se obrigatória para divulgação pelas sociedades ~

açoes. A despeito de estar sendo publicada e elaborada há mais de

dez anos, poucos a entendem e a utilizam para análise financeira de

empresas.

Como veremos adiante, a Demonstração de Origens e Apl!

caçoes de Recursos explica a variação observada nos recursos das

em-presas em um determinado período por meio da análise da movimentação

(34)

Patrimo-nial e, portanto, seu entendimento é de fundamental importância para

avaliação da liquidez e da estratégia das empresas.

2 - Os Objetivos da Demonstração

A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos

a-presenta duas finalidades básicas:

1) "Sumarizar as atividades de financiamento e investimento da

enti-dade, incluindo a extensão na qual o empreendimento tem gerado re

cursos das operações durante o período, e

2) Completar a evidenciação das mutações na posição financeira duran

te o período". (1)

Estes objetivos englobam aspectos de grande

importân-cia na análise financeira tais corno: a política de inversões a longo

prazo adotada pela empresa, o endividamento a longoa prazo em

compa-raçao ao aumento por subscrição do capital - estrutura de capital

e aAdequabilidade na distribuição de dividendos.

-O artigo 188 da Lei 6404 de 1976 aponta de forma

suma-ria a finalidade da demonstração corno sendo a apresentação das

modi-ficações na posição financeira da companhia. Porém, "Não está defini.

do em lei nem há, tampouco, um limite preciso, na bibliografia cont~

bil-financeira para a expressão "posição financeira". Seria Posição

(35)

Financeira o Caixa? O Ativo Monetário Líquido? O Ativo Circulante?

O Capital Circulante Líquido? Se ficasse em aberto o significado de

"Posição Financeira" também o ficaria o modelo da DOAR e as empresas

poder~am adotar qualquer deles. Entretanto, o mesmo caputa de que cuidamos determina que se descrimine alguns elementos .classificados

em origens e aplicações, cuja diferença é o aumento ou a redução do

Capital Circulante Líquido. Está claro então que "Posição

Financei-ra" para a Lei é o Capital Circulante Líquido,,(2) Estes conceitos

de recursos serao discutidos em seção adiante.

Segundo ANTHONY, "as modificações na origem do capital

permanente e a aplicação que dele se faz talvez sejam de maior

inte-resse comum tanto à administração corno a terceiros, visto que

refle-tem os resultados de importantes decisões financeiras de significat!

vas consequências a longo prazo.,,(3)

Corno podemos perceber, o objetivo da Demonstração de

Origem e Aplicações de Recursos possui um significado muito mais com

plexo e importante intrinseco nas palavras "posição financeira". O

aspecto de avaliação da estratégia de longo prazo adotada pela empr~

sa pode, algumas vezes, passar despercebido pelo analista financeiro.

( 2) MATTARAZZO, Dante - Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos;

Funda-mentos' Aspectos Legais, Elaboração e Análise, Dissertação defendida de ~fus­

trado em Contabilidade na FEA da Universidade de São Paulo, pg. 86.

(36)

3 - Os Conceitos de Recursos

Como já foi visto, a Demonstração de Origens e Aplic!

çoes explica as variações de recursos, ou fundos, por meio das

modi-ficações nos elementos de longo prazo, algumas das quais citadas na

Lei 6404/76. O conceito de recursos, que indicará a "posição

finan-ceira" da empresa, pode assumir diferentes conotações.

Bastante eclético, MOST aponta que a "palavra fundos

aqui utilizada deriva-se do termo mais específico "fundo" para

deno-tar uma propriedade sujeita a um conjunto de restrições. Em

finan-ças, um fundo é uma soma de dinheiro ou outros conjuntos de

proprie-dades utilizadas com um propósito específico como um fundo rotativo

para certos tipos de gastos, um fundo de caixa pequeno, um fundo de

pensa0 ou um "sinking fund", com os quais as obrigações serão

liqui-dadas. Desde que a entidade pode ser vista como um conjunto de pr~

priedades sujeitas i restrições colocada~ sobre seu uso pelos propr!

etários, financiadores ou regulações do Estado, a entidade pode ser

representada como um conjunto de fundos". (4)

Do ponto de vista estritamente contábil, quatro concei

tos sao identificáveis na elaboração da Demonstração de Origens e

Aplicações: Recursos financeiros totais, o Capital Circulante

Líquido (ou Capital de Giro), os Ativos Monetários Líquidos e o

Cai-xa - dispostos em ordem decrescente de abrangência.

(4) MOST, Kennett S. - Accounting Theory, Grid Publishers Inc., Second Edition,

(37)

3.1 - Fundos como os Recursos Financeiros Totais

Esta abordagem constitui-se no conceito mais antigo de

Recursos, tendo sido utilizado inicialmente na Demonstração devido ã

simplicidade das técnicas contábeis até então existentes, embora apr!

sentando limitado valor de análise. Sob este enfoque sao mostradas

todas as modificações dos elementos de curto e longo prazos durante

o período. As variações nos ítens de curto e longo prazo não são

ob-tidas separadamente.

A Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos

Financeiros Totais possui o formato apresentado no modelo a seguir.

Obtidas as variações nos grupos (ou itens) circulantes e

não--circu-lantes do balanço, e efetuado o preenchimento dos valores nas

posi-ções respectivas.

QUADRO 3.1: QUADRO DE VARIAÇOES DE BALANÇOS PATRIMONIAIS

GRUPO BALANÇOS VARIAÇÃO

xi xo D C

Ativo Circulante AC

l ACo 1 O

Ativo Realizável L.P. ARLPl ARLPo 2 O

Ativo Permanente AP l AP 3 O

o

Arl ATo ÕT LiT

Passivo Circulante PCl PC O 4

o

Passivo Exigível. de O 5

Longo Prazo PELPl PELP

o

Patrimônio Líquido PLl PL O 6

o

PT l PTo lIT .óT

(38)

FIGURA 3.1

DEMONSTRAÇÃO DE ORI GENS E APLICAÇOES DE RECURSOS FINA~IROS TOTAIS

Origens

Diminuição do Ativo Circulante

Diminuição no Realizável a L.P.

Diminuição do Ativo Permanente

Aumento do Passivo Circulante

Aumento do Exigível a L.P.

Aumento do Patrimônio Líquido

Aplicações

O O

O 4 5

6

Aumento do Ativo Circulante 1

Aumento do Realizável a L.P. 2

Aumento do Ativo Permanente 3

Diminuição do Passivo Circulante O

Diminuição do Exigível a L. P. O

Diminuição do Patrimônio Líquido O

O primeiro quadro mostra as variaçôes ocorridas nos

grupos do Balanço durante o período. Estas variações são dispostas

na coluna dos saldos como débitos ou créditos, caracterizando

apli-caçoes e origens, respectivamente. O total (T) das Origens deve igu~

lar-se ao das Aplicações. Em seguida a Demonstração é preenchida por

aqueles valores, conforme evidencia a Figura 3.1.

A desvantagem da adoção deste conceito consiste no

(39)

curto prazo - liquidez da Empresa. As informações obtidas aqui nao

acrescentam praticamente nada ao conhecimento obtido pela leitura de

balanços comparativos.

3.2 - Recursos como Capital Circulante Líquido

o

Capital Circulante Líquido (CCL) , ou capital de

gi-ro, conforme enunciado na Lei 6404/76, é obtido pela diferença entre

os montantes do Ativo e Passivo Circulantes.

Por outro lado, a variação do CCL pode ser explicada

também pelas modificações dos grupos (ou ítens) não-circulantes do

balanço. Um modelo da.Demonstraçao de Origens e Aplicações do

Capi-tal Circulante Líquidos que considera as modificações nesses

elemen-tos, é apresentado a seguir, tendo sido recém implantado na

Comis-sao de Valores Mobiliários para evidenciação pelas companhias

aber-tas (Figura 3.2).

As Origens sao classificadas em três categorias: Recur

sos provenientes das operações, de acionistas e de terceiros

(alie-nação de Ativos de Longo Prazo e Aumento no Exigível de Longo

,Pra-zo). Os recursos (CCL) gerados das Operações são obtidos pelos resul

tados da eliminação dos acréscimos/decréscimos ao Lucro/Prejuízo

Lí-quido do Exercício, das transações que não constituem entradas ou

saídas de CCL para a empresa. Além dos itens apresentados na Lei

6404 (artigo 188) - Depreciação, Amortização, Exaustão e Variações

no grupo Resultados de Exercícios Futuros. - existem outros que, da

(40)

monetária do Balanço, as variações monetárias ativas e passivas de

longo prazo, o resultado de equivalência patrimonial para investimen

tos relevantes e as provisõespara perdas de investimentos de

prazo.

FIGURA 3.2

DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇOES DE RECURSOS

ORIGENS/APLICAÇOES

r Origens de Recursos · das Operações

Lucro ou prejuízo líquido do Exercício

(+) Resultados que nao afetam o CCL

(-) Resultados que nao afetam o CCL

(+) Variações dos Resultados de Exercícios Futuros

(-) Variações dos Resultados de Exercícios Futuros

· de Acionistas

contribuições para Aumento de Capital contribuições para Reservas de Capital

· de Realização de Ativos de Longo Prazo Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo Redução do Ativo Permanente

· de Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo

~ Aplicações de Recursos

· Pagamento de Dividendos e Bonificações em Dinheiro

· Em ativos de Longo Prazo

Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo Aumento do Ativo Permanente

· Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo

VARIA OES NO CAPITAL CIRCULANTE Lf UIDO

longo

(41)

o

montante destas transações deve ser incorporado ao

Resultado Líquido do Exercício para obtenção dos Recursos Gerados

nas Operações. Caso ocorram Prejuízos Gerados das Operações, ou

se-ja, o Recurso Gerado das Operações seja negativo, entretanto, este

valor deverá ser evidenciado em aplicações.

A segunda categoria das origens abrange as

contribui-çoes, em dinheiro ou Ativos de Longo Prazo, para o Capital Social e

Reservas de Capital. As contribuições efetuadas em dinheiro afetam

diretamente o CCL da empresa. As efetuadas em bens do Ativo permanen

te, porém, não influenciam o CCL, mas devem ser evidenciadas

representam modificações na posição financeira da Companhia.

pois

As origens provenientes de terceiros (exceto

contri-buições para reservas de capital, ex. doações) agrupam as reduçõesde

ativos de Longo Prazo e os acréscimos no Exigível de Longo Prazo.

As transações mais comuns desta categoria são: a aquisição de novos

empréstimos de longo prazo (excluídas as variações monetárias

passi-vas), as transferências de contas do Ativo Realizável a Longo Prazo

para o Circulante, e as alienações do Ativo Permanente Investimento

ou Imobilizado.

Por seu turno, as Aplicações dividem-se normalmente em:

Dividendos pagos a Acionistas, Acréscimos aos Ativos de Longo Prazo

e Decréscimos do Exigível de Longo Prazo. As transações mais caracte

rísticas dos grupos de longo prazo representam as aquisições de

in-vestimentos em Companhias controladas ou coligadas e em Bens ou

Di-reitos do Imobilizado e Diferido, e a transferência para o

Circulante de parcelas do Exigívelcte Longo Prazo.

(42)

HENDRIKSEN aponta quatro vantagens principais da

De-monstração que utiliza o conceito de capital de giro: primeiro, ~

e

prontamente articulada com o balanço patrimonial e a demonstração de

resultado. Segundo, segue estritamente a definição tradicional utili

zada em administração financeira e, assim, é melhor entendida pelos

usuários, já familiarizados com aquele conceito. Terceiro, devido ao

fato da definição tender a concentrar a informação apresentada nas

transações intra-firma, menos freqUentes, ao invés das transações di~

rias resultantes das operações rotineiras. Por fim, a quarta

vanta-gem colocada é de que o conceito tem sido proposto como uma medida

da liquidez geral da empresa.

o

autor aponta, entretanto, duas desvantagens da utili

zaçao do conceito na demonstração. A primeira refere-se ao fato do

capital de giro não evidenciar certas mudanças estruturais nas ativi

dades de investimento e financiamento de ativos circulantes. "A

De-monstração com base na definição de Capital de Giro é usualmente uma

apresentação sumarizada, e muitas transações inter-firma significat!

vas não são evidenciadas. Por exemplo, adições aos inventários fina~

ciados por títulos a pagar de curto prazo não são mostrados devido a

estes dois ítens serem confrontados no cálculo das mudanças líquidas

do Capital de Giro. Além disso, as transações que não afetam o

Capi-tal de Giro, como a aquisição de máquinas e equipamentos pela

emis-sao de açoes ordinárias, não são incluídas na Demonstração".

(5)Quan-to a este último, deve-se ressaltar que estas transações podem ser

evidenciadas na demonstração tendo em vista o fato de que modificam

a estrutura de capital da empresa.

(43)

Uma segunda desvantagem colocada por HENDRIKSEN

re-fere-se

à

distorção causada pela inclusão dos itens não-monetâriosno

cálculo do Capital de Giro. "Ativos não-monetários, como inventários

e despesas pagas antecipadamente, e alguns passivos não~netários

co-mo receitas recebidas antecipadamente por serviços a serem

realiza-dos não-ganhos (ou créditos diferirealiza-dos

à

resultado), sao incluídos. A

inclusão daqueles ativos não-monetários no conceito de fundos

é,

pa~

ticularmente, perturbador se a informação for relevante para invest!

dores e credores em suas predições dos fluxós de fundos e caixa

fu-turos. A principal razão disso

é

que os dólares atribuídos aos inven

tários e despesas pagas antecipadamente sao o resultado de alocações

de custo ou outras mensurações sobre diversos períodos. Um aumento

no montante contabilizado desses itens poderia, por exemplo, nao ser

interpretado como um aumento no poder geral de compra disponível

pa-ra outros fins." (6)

Uma análise mais acurada das vantagens e desvantagens

apresentadas pelo conceito será abordada em seção posterior deste ca

pÍtulo.

3.3 - Recursos como Ativos Realizáveis Líquidos

o

montante dos ativos circulantes monetários líquidos

é obtido pela diferença entre o total dos ativos circulantes

monetá-rios e a parcela correspondente ao exigível monetário de curto prazo.

(44)

tiA vantagem desta definição é que muit~das transações de caixa rela

tivas

à

efetuação de empréstimos ou pagamento de dívidas de curto

prazo são irrelevantes para as decisões básicas de investidores e

credores com relação

à

firma. Isto é, tornando líquidos muitos

des-tes movimentos de caixa de curto prazo, o fluxo de caixa básico pode

ser realçado. Isto é restrito ao que é freqUentemente referido como

ativos rápidos ou ativos circulantes monetários líquidos. Entretanto,

a inclusão da parcela do exigível de longo prazo no passivo circulan

te (*) leva a uma distorção no fluxo de ativos circulantes

monetá-rios líquidos".(7) Em outras palavras, apenas o exigível monetário

de curto prazo deve participar no cálculo do ativo circulante

mone-tário líquido. A Figura 3.3 apresenta um modelo da Demonstração de

acordo com este conceito de Recursos.

Este conceito de recursos ê pouco difundido no Brasil,

nao se conhecendo inclusive empresa que tenha adotado tal

Demonstra-çao.

(*) No Brasil a lei das Sociedades por Ações estavelece qu~ parcel~

dos ativos e passivos com prazo de realização apos o

exer-cício seguinte deverá ser evidenciada ao realizável e exigível de longo prazo, respectivamente.

(45)

IDDNSTAAÇÃO DE ORIGENS E APLlCAÇOES DE ATIVOS REALIZÁVEIS LfçuIOOS

ORIGENS

- Das Operações

Lucro Líquido do Exercício

(+) Despesa de Depreciação/Amortização

(+) Prejuízo na Baixa de Imobilizado

(+) Decréscimo de Estoques

(-) Ganho na Baixa de Imobilizado

(-) Acréscimo às Despesas Pagas Antecipadamente - Contribuições de Acionistas

Subscrição de Ações Novas

- Redução de Ativos de Longo Prazo Venda de Ativo Permanente

- Aumento do Exigível de Longo Prazo Novos Financiamentos de Longo Prazo

APLICAÇÕES - Dividendos

- Aumento de Ativos de Longo Prazo Aquisição de Ativo Imobilizado - Reduçao de Exigível a Longo Prazo

Transferências de Obrigações p/Circulante

Variação dos Ativos Realizáveis Líquidos

Acréscimo/Decréscimo de A~ivos Realizáveis Líquidos

3.4 - Recurs~comoCaixae Equivalentes

A Demonstração de Recebimento e Pagamentos de Caixa,

ou Fluxo de Caixa, evidencia as variações no Caixa e Ativos

Equiva-lentes através das modificações de todos os outros Ativos e Passivos

circulantes. Os Ativos equivalentes ao Caixa são: os depósitos

(46)

pra-~ ~ .

zo - 1tens convers1ve1s em caixa quase que de imediato a um custo

bastante reduzido para a Empresa. A Lei 6404/76 classificou tais

~

1tens em sub-grupo do Ativo Circulante denominado Disponibilidades.

Conforme enunciado no Boletim IOB 10/85 (página 98

Temática Contábil e Balanços), "Esta Demonstração reveste-se de grag

de importincia pois pode auxiliar a se administrar um dos itens mais

estratégicos da empresa, especialmente em uma economia inflacionária,

que é o Caixa. Através deuma eficiente gestio desse item pode ser

obtida uma grande contribuiçao à rentabilidade da 8mpresa. Uma neces

sidade muito grande de análise também existe, pois muitos problemas

de liquidez das empresas decorrem da falta de uma adequada gerência

de fluxo de caixa". Esta colocação reafirma, assim, a importincia da

Demonstração para efeito de análise gerencial interna da Companhia.

Um modelo de Demonstração de Recebimento e Pagamentos

de Caixa é apresentado a seguir. A disposição das categorias de

Ori-gens e Aplicações é semelhante àquela apresentada para o conceito

de Capital Circulante Líquido. Contudo, são mostradas também as

/

variações de itens do curto prazo na empresa.

Sua principal vantagem em relação aos demais conceitos

de Recursos consiste na capacidade de evidenciar a posição

financei-ra da empresa de maneifinancei-ra mais completa, inclusive as altefinancei-rações nos

(47)

FIGURA 3.4

DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇOES DE DISPONIBILIDADES

ORIGENS

Das Operações

Recebimento de Clientes

(-) Pagamento de Fornecedores

(-) Pagamento de Despesas que envolveram saídas

de Caixa (Vendas, Administrativas, Financei

Diversas)

-raso

De Acionistas

Contribuições ao Capital e Reservas de Capital

De Terceiros

Aquisição de Empréstimos de Curto e Longo Prazo Alienação de Investimentos e Imobilizado Permanente

APLICAÇOES

Dividendos

Redução de Passivo Circulante e Exigível Longo Prazo Aquisição de Investimentos e Imobilizado

VARIAÇÃO NO DISPONfvEL

Sua principal vantagem em relação aos demais conceitos

de Recursos consiste na capacidade de evidenciar a posição

financei-ra da Empresa de maneifinancei-ra mais completa, inclusive as altefinancei-rações nos

ativos e passivos circulantes não-monetários.

4 - Breve Histórico da Demonstração

Antes de ser introduzida legalmente no Brasil pela Lei

6404/76 a DOAR já era elaborada nos Estados Unidos e outros países

Imagem

Figura  5.1.1:  Esquema  pritico  para  classificação  das  'transa  çoes  contibeis  (Recursos=CCI)
Figura  5.1.2:  Relação· entre  CCL  e  {tens  circulantes

Referências

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