w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
original
Efeitos
da
suplementac¸ão
nutricional
com
L-arginina
no
reparo
de
lesões
por
estiramento
muscular.
Estudo
experimental
em
ratos
夽
Lauren
Izabel
Medeiros
Couto,
William
Luiz
Wuicik,
Ivan
Kuhn,
Juan
Rodolfo
Vilela
Capriotti
e
João
Carlos
Repka
∗DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,HospitalAngelinaCaron,CampinaGrandedoSul,PR,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem16deabrilde2014 Aceitoem11deagostode2014 On-lineem3dejulhode2015
Palavras-chave: Músculos/lesão Arginina Regenerac¸ão Ratos
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliarainfluênciadasuplementac¸ãooralcomargininanaregenerac¸ãodelesão porestiramentodomúsculotibialanteriorderatos.
Método:Usaram-se24ratosWistar(492,5±50,45gramas),induzidoscomlesãopor estira-mentodosmúsculostibiaisanterioreseseparadosemtrêsgruposcomoitoratoscada.No gruponãotratado(GNT),apósainduc¸ãodaslesões,osratosforamobservadospor24horas, nosgrupossimulac¸ão(GS)earginina(GA)receberam,porgavagemdiariamente, respecti-vamentesoluc¸ãosalinaisotônicaesoluc¸ãodearginina,durantesetedias.Aotérminodos períodosforamcoletadasamostrasdesangueparaasavaliac¸õesséricasdecreatina-quinase (CK),desidrogenase lática(LDH),aspartato-aminotransferase(AST) eproteína Creativa (PCR).Foramressecadososmúsculostibiaisanteriores(direitoseesquerdos)paraavaliac¸ões histopatológicasdaslesõesmuscularesepesquisadeedema,hemorragia,desorganizac¸ão oualterac¸ãomorfométricadasfibrasmusculares.Efoifeitaareparac¸ãotecidual,para pes-quisadaproliferac¸ãodetecidoadiposo,angiogêneseefibrascolágenas.Empregaram-seos testesANOVAetdeStudentcomp≤0,05parasignificac¸ãoestatística.
Resultados: Nasavaliac¸õesséricasoGAmostrouvaloresmenoresnasdosagensdeCPKe maioresnasdosagensdeAST.Nasavaliac¸õeshistopatológicas,noGNTforamevidenciados edemaehemorragiacompatíveiscomlesõesporestiramento,noGSedema,hemorragia comproliferac¸ãodetecidoadiposoefibrascolágenasenoGA.AlémdosachadosdoGS destacou-seintensaangiogênese.
Conclusão:Asuplementac¸ãooralcomargininanãocausoualterac¸õesmetabólicas impor-tantesquecontraindiquemseuusoeinduziuangiogêneseduranteareparac¸ãodelesões muscularesporestiramento.
©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽
TrabalhofeitonaCoordenac¸ãodeEnsinoePesquisa,HospitalAngelinaCaron,CampinaGrandedoSul,Paraná,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mails:repka@hospitalcaron.com.br,jcdrepka@gmail.com(J.C.Repka). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.08.014
Effects
of
nutritional
supplementation
with
L-arginine
on
repair
of
injuries
due
to
muscle
strain:
experimental
study
on
rats
Keywords: Muscles/injury Arginine Regeneration Rats
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Toevaluatetheinfluenceoforalsupplementationwitharginineonregeneration ofinjuriesduetostrainingoftheanteriortibialmuscleofrats.
Method: Twenty-fourWistarratsofweight492.5±50.45gramswereused.Injurieswere inducedthroughstrainingtheanteriortibialmuscles.Theratswereseparatedintothree groupsofeightratseach.Intheuntreatedgroup(UTG),afterinductionofinjuries,therats wereobservedfor24hours.Inthesimulationgroup(SG)andtheargininegroup(AG) res-pectively,theratsreceivedisotonicsalinesolutionandargininesolutionviadirectgavage, overaseven-dayperiod.Attheendoftheperiod,bloodsampleswerecollectedforserum evaluationsofcreatinekinase(CK),lacticdehydrogenase(LDH),aspartateaminotransferase (AST)andC-reactiveprotein(CRP).Therightandleftanteriortibialmuscleswereresected forhistopathologicalevaluationsonthemuscleinjuries,investigatingedema,hemorrhage anddisorganizationormorphometricalterationofthemusclefibers.Thetissuerepairwas investigatedintermsofproliferationofadiposetissue,angiogenesisandcollagenfibers. TheANOVAandStudent’stmethodswereusedandp≤0.05wastakentobestatistically significant.
Results: Intheserumevaluations,theAGshowedlowerCKassayvaluesandhigherAST values. Inthehistopathologicalevaluation,theUTGpresentededema andhemorrhage compatiblewithinjuriesduetostrain;theSGpresentededemaandhemorrhagewith pro-liferationofadiposetissueandcollagenfibers;andtheAGpresentednotonlythefindings oftheSGbutalso,especially,intenseangiogenesis.
Conclusion: Oralsupplementationwithargininedidnot causeanysignificantmetabolic alterationsthatwouldcontraindicateitsuseanditinducedangiogenesisduringtherepair ofmusclesinjuredduetostrain.
©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Atividade físicaé umadas formas de retardar o desenvol-vimento das doenc¸as crônicas não transmissíveis e novos conhecimentossobreosefeitosagudosecrônicosdo exercí-ciofísicocolaboraramparaqueumnúmerocadavezmaiorde estudoscomproveerelateosseusbenefíciosparaasaúde.1 Diantedessaevidência,bemcomodadisseminac¸ãode aca-demiasdeesportesedenovaspossibilidadesdasuaprática, aumentoutambémaocorrênciadediferentesformasde trau-maspelademandaexageradadeforc¸amusculareemespecial pormuitaspráticasmalounãoorientadasporprofissionais daárea.2,3Ostraumasmuscularesrepresentamaltonúmero delesõesnoesporteprofissionalerecreativoepodemocorrer pormeiodeváriosmecanismosetêmresultadonoaumento proporcional de estudos relacionados não somente com o processo deregenerac¸ão muscular,mastambémemnovas opc¸õesterapêuticasdasdiversaslesõesqueacometemo sis-tema musculoesquelético.4 A imobilizac¸ão geralmente é o métododeescolhaparaotratamentodessaslesões,embora incorraemalterac¸õesestruturaiscomo atrofia,proliferac¸ão detecidoconectivo,fibrose,perdadaextensibilidadee resis-tênciamuscular,alémdedesordensmetabólicas.5,6Entreas modalidades terapêuticas são usadas as associac¸ões entre imobilizac¸ão, baixa temperatura no local, compressão e
écontroversoemuitasvezesineficiente.Habitualmente, lon-gosperíodosdeafastamentosãonecessáriosparaqueoatleta retorneplenamenteasuasatividadeseemalgunscasosas sequelaspodemfazer partedoresultado final.18 Diante do exposto,opresenteestudotemporobjetivoavaliara influên-ciadasuplementac¸ãooralcomL-argininanaregenerac¸ãode lesãomuscularporestiramento,induzidanomúsculo tibial anteriorderatos.
Material
e
método
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pes-quisaExperimental(Parecer023/12),conformeprotocolo da instituic¸ãoondefoifeito.Foramusados24ratosdalinhagem Wistar(Rattusnorvegicus,albinus),adultoscompesomédiode 492,5±50,45 gramas,provenientes dobiotério da Universi-dadeFederaldoParaná(UFPR).Forammantidosemambiente específicocomtemperatura(20±4◦C)eumidadeambientais
automaticamentecontroladas,ciclosclaro/escurode12horas ereceberamrac¸ãoespecífica(Nuvilab®,QuimitiaS/A)eágua adlibitum.
Delineamentodoestudo
Osratosforamsubmetidosàtrac¸ãoparaestiramentopassivo domúsculotibialanteriordomembroposteriordireito, por 45minutos,foimantidointactoomembroposterioresquerdo comocontrole.Aseguir,foramseparadosemtrêsgruposcom oitoratoscada.Ogruponãotratado(GNT)após24horasdo períododetrac¸ãoesobplanoanestésicofoisubmetidoaos procedimentosdepunc¸ãocardíacaparacoletadesangue,em volumesuficienteparaainduc¸ãodeparada cardiorrespirató-riaeavaliac¸õesbioquímicas.Apósacomprovac¸ãodamorte, foramressecadososmúsculosanterioresdireitoseesquerdos paraavaliac¸õeshistopatológicas.Ogruposimulac¸ão(GS)foi tratadodiariamenteporviaoral,porsetedias,comsoluc¸ão salinaisotônica.Ogrupocomarginina(GA)foitratado diaria-menteporviaoral,porsetedias,comsoluc¸ãodeargininaem dosesde3g,diluídaemsoluc¸ãosalinaisotônica.Aosétimo diadoprocedimentodeinduc¸ãodaslesõesporestiramento muscular,osratosdosgruposGSeGAsobplanoanestésico foramsubmetidosaosmesmosprocedimentosdoGNT.
Ainduc¸ãoanestésicafoipraticadanosratostantoparaa induc¸ãodalesãomuscularporestiramentocomoparaacoleta de sangue.Para esse propósito os ratos eram previamente sedadosporinalac¸ãocomhalotano(Tanohalo®-Cristália)em circuitofechado,pesadosembalanc¸aeletrônica(Coleman®)e aseguiranestesiadoscomaassociac¸ãode100mg/kgde Ceta-mina(Ketamin®-Cristália)e10mg/kgdeXilasina(Calmiun® -AgnerUnião)porviaintraperitoneal,oquegaranteanestesia pornomínimoquatrohoras.
Induc¸ãodelesãomuscular
Padronizou-se que a trac¸ão somente seria executada nos membrosposteriores direitos.Usou-seumaparelho previa-mentedescrito19eespecialmenteelaboradoparaafinalidade deinduc¸ãodelesãomuscularporestiramento,demonstrado na figura 1, no qual grupos de cinco ratos, sob induc¸ão
Figura1–Detalhesdosistemaempregadoparaainduc¸ão
deestiramentodomúsculotibialanterioremratossob anestesia.Detalhe(*)osmembrosposterioresdireitos sobtrac¸ão,detalhe(**)roldanasquepermitemasuspensão dasbolsasplásticascomágua.
anestésica,eramindividualmentefixadoscomtirasadesivas, emdecúbitodorsal,comodorsodapatadomembroposterior direitopresoporfitaadesivaaumalinha,aqualpassavapor roldanaesustentavaumsacoplásticopendente,comágua numvolumecorrespondentea 150%dopesodorespectivo rato.Dessaformaerafeitaumaflexãoplantar,por45 minu-tos,queprovocavaumalesãopeloestiramentodomúsculo tibial anterior. Após a induc¸ão de lesão muscular os ratos foramtransferidosparaambienteespecífico.OsdoGNTforam mantidospor24horaseosdosGSeGAporsetedias.Após os períodosde manutenc¸ão esuplementac¸õesnutricionais anteriormente descritos, procederam-se às coletas de san-gueeressecc¸õesdosmúsculostibiaisanterioresdeambosos membrosposterioresparaasavaliac¸õesbioquímicasséricase histopatológicas.
Suplementac¸ãocomarginina
Usou-se420gdeL-arginina(Merck®)diluídaemquantidade suficientepara112mlcomsoluc¸ãosalinaisotônica, esterili-zadaporfiltrac¸ãoemmembranasMF(SCWP304F0Millipore®). Parasuaadministrac¸ão,osratoseramsedadosporinalac¸ão com halotano(Tanohalo® -Cristália)emcircuito fechadoe então,porgavagem,eraadministrado0,8mldasoluc¸ãoque continha3gdeL-arginina,umavezaodia,semprenomesmo horárioedurantesetedias.20
Avaliac¸õesbioquímicas
120,8, ± 27
129,8 ± 8,1
188 ± 41,7
0 50 100 150 200 250
GNT GS GA
A Médias e desvios padrões das dosagens de creatina-quinase (p = 0,0014)
B Médias e desvios padrões das dosagens de desidrogenase-lática (p = 0,3331)
C Médias e desvios padrões das dosagens de aspartato-amino-transferase (p = 0,0063)
D Médias e desvios padrões das dosagens de proteína C reativa (p = 0,1149)
p = 0,0391
p = 0,0028 p = 0,0080
p = 0,021 p = 0,0131
p = 0,6221 1.735,5 ± 480,6
1.081,3 ± 129,2
720,8 ± 158,2
0 500 1000 1500 2000 2500
GNT GS GA
1.036, ± 237,8
981 ± 269,8
812,6 ± 170,9
0 500 1000 1500 2000 2500
GNT GS GA
0,0425, ± 480,6
0,055 ± 0,0191
0,03 ± 0,0173
0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08
GNT GS GA
Figura2–Gráficosrepresentativosdasmédiasedosdesvios-padrãodasdosagensbioquímicasentreosgruposGNT(não
tratadosesubmetidosàtrac¸ãomuscular),GS(simulac¸ão)eGA(arginina).
enzimáticofotométricoeproteínaCreativa(PCR-mg/dl)por imunoensaioturbidimétricoultrassensível.
Avaliac¸õeshistológicas
Oprocessamentohistológicofoipadronizadoparatodas as amostras demúsculos tibiais anterioresefoi iniciado pela fixac¸ãodosmúsculosemformalina,seguidadecortes padro-nizados em planos transversais e longitudinais às fibras musculareseaseguiroprocessamentohistológico automa-tizado seguidoda colorac¸ão pelahematoxilina eeosina de Harris.Aslâminashistológicasforamanalisadassob micros-copiaópticaedescritashistopatologicamenteem50,100e400 aumentos,pordoispatologistasindependentes comênfase aos achados compatíveis com lesão porestiramento como edema, hemorragia e desorganizac¸ão ou alterac¸ão morfo-métrica dasfibras musculares. Para evidenciara reparac¸ão tecidualprocuravam-sepadrõeshistológicoscomproliferac¸ão detecidoadiposo,angiogêneseefibrasmusculares.As amos-trasdosmúsculostibiaisanterioresesquerdosquenãoforam submetidosàtrac¸ãoeramconsideradascomocontroles.21
Avaliac¸õesestatísticas
Usaram-seostestesANOVAetdeStudentcomvalorde0,05 paradefinirasignificânciaestatísticaentreasvariáveis avali-adas.
Resultados
Avaliac¸õesbioquímicas
Nas avaliac¸ões bioquímicas, houve diferenc¸a entre os grupos quando foram comparadas as médias das dosa-gens decreatina-quinase (p=0,0014) ede aspartato-amino--transferase (p=0,0150). Entre as médias das dosagens de desidrogenase lática (p=0,3331) e proteína C reativa (p=0,1149) não houve diferenc¸a entre os grupos (fig. 2). Observa-se no detalhe A da figura 2 que as médias das dosagensdecreatina-quinasenogrupoGNTforam significa-tivamentemaioresdoquenosgruposGSeGAeentreesses gruposnoGA foramsignificativamentemenores doqueno GS.NodetalheCobserva-sequehouvediferenc¸asignificativa entreosgruposGNTeGS,masnãoentreosgruposGSeGA.
Avaliac¸õeshistológicas
A
B
C
D
(4)
(2)
(3)
(3)
(5)
(2)
(1)
Figura3–Fotomicrografiasdecorteshistológicosdetecidosmuscularesestriadosesqueléticosdeamostrasdemúsculo tibialanteriorderatos,coradopelahematoxilinaeeosinadeHarris.Nodetalhe[A],cortelongitudinal(×40)demúsculo
controlenãotracionado,semalterac¸ões.Nodetalhe[B],cortelongitudinal(×40)demúsculotracionadoderatonãotratado
(GNT),queevidenciarupturadefibrasmusculares(1),edemaeextravasamentodehemácias(hemorragia)entreasfibras musculares(2).Nodetalhe[C],cortelongitudinal(×40)demúsculotracionadoderatonãotratado(GNT),queevidencia
edemaeextravasamentodehemácias(hemorragia)entreasfibrasmusculares(2),fibrasmuscularestortuosas(3),
hipereosinofílicascomperdadeestriac¸ões,quecaracterizadegenerac¸ãohialina(4).Nodetalhe[D],cortelongitudinal(×100)
demúsculotracionadoderatotratadocomarginina(GA),comaevidênciadeintensaangiogênese(5)entreasfibras
musculares,edemaefibrastortuosas.
estriac¸ões,oquecaracterizoudegenerac¸ãohialina.Nas amos-trasdemúsculostracionadosderatostratadoscomarginina (GA)foievidenciadaintensaangiogêneseentreasfibras mus-culares,edemaefibrastortuosas.
Discussão
Os estudos experimentais contribuem para a elucidac¸ão dosprincipais aspectos doprocesso regenerativo muscular devido ao alto grau de similaridade morfológica dos teci-dosmuscularesesqueléticosentremamíferosepossibilitam umaavaliac¸ãoqualitativadossinaisdelesãoeregenerac¸ão muscular.22 No presente estudo, asamostras de músculos tibiaisanterioresdosratosdoGNTforamavaliadas precoce-mente,nas24horasdainduc¸ãodalesão,paraestabelecero padrãohistológicocompatívelcomlesãomuscularpor esti-ramento,evidenciadapelaocorrênciadeedemaehemorragia emtodasasamostras,oqueconfirmaaefetividadedométodo escolhidoparaainduc¸ão.Diferentesmétodosexperimentais deinduc¸ãodelesãomusculartêmsidousados,pormeiode contusão,23eletroestimulac¸ão,24exercíciosfísicos,25injec¸ões demiotoxinas24edesnervac¸ão26enopresenteestudo optou--seporummodelode estiramentooqualinduz alterac¸ões histopatológicassimilaresàsobservadasemhumanos.19 As doses de anestésicos usados na induc¸ão das lesões foram calculadaspara manteros animaissob induc¸ão anestésica
no aumento da creatina-quinase circulante. Deve ser con-siderado que as dosagensda referida enzimanesse grupo foram executadas 24 horas após a interrupc¸ão do estira-mentomusculareasdosagensnosgruposGSeGAsetedias após.Foiverificadaentreessesgruposdiferenc¸asignificativa (p=0,0080), o que evidencia efeito da L-arginina na possí-velreparac¸ãodoestresseimpostoaomúsculotibialanterior pelatrac¸ãoprovocada.Assimsendo,aargininapodeserum potencialtratamentoparaessaslesões,poisseobservou,nas avaliac¸ões histológicas dosratos tratadosdiariamente, por setedias,com3gdeargininaporviaoral,aintensa angio-gênese,efeitojáconhecidoemtreinamentosmuscularescom pesos,queproporcionammaiorresistênciaeganhodemassa, alémdecontribuirparaadiminuic¸ão dopercentualde gor-duracorporal.28Naavaliac¸ãodaaspartato-aminotransferase observou-seelevac¸ãosignificativadosníveisséricosnosratos dogrupoGA (fig.2).Oaumentodaconcentrac¸ãode proteí-nascitosólicasnacirculac¸ãoapósoexercíciorefletealesão muscular.Asproteínasavaliadasnessassituac¸ões frequente-mentesãocreatina-quinase(CK),lactatodesidrogenase(LDH), aspartatoaminotransferaseemioglobina,que,normalmente, sãoincapazesdeatravessaramembranaplasmática.30Os pro-cessosmetabólicosrelacionados comaatividade física são melhoradoscomousodaarginina,porproporcionar melho-rianaperfusão sanguínea musculareassiminduzir maior liberac¸ãodenutrientes, umavezqueosmúsculos tornam--secapazesdeproduzirenergiaportempomaisprolongado, edeoxigênio,oqueretardaaanaerobiosedoprocesso. Tam-bémfavoreceaeliminac¸ãodesubstânciastóxicasacumuladas durante a prática de atividade física e torna mais fácil a recuperac¸ãomuscular.28
Conclusão
Ousodeargininaporvia oralnãocausoualterac¸ões meta-bólicasimportantesquecontraindiquemseu usoeinduziu angiogênesedurante areparac¸ãodelesões muscularespor estiramento.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. AraújoDSMS,AraújoCGS.Aptidãofísica,saúdeequalidade devidarelacionadaàsaúdeemadultos.RevBrasMed Esporte.2000;6(5):194–203.
2. ThompsonD,WilliamsC,KingsleyM,NicholasCW,Lakomy HK,McArdleF,etal.Musclesorenessanddamageparameters afterprolongedintermittentshuttle-runningfollowingacute vitaminCsupplementationD.IntJSportsMed.
2001;22(1):68–75.
3. ThompsonD,NicholasCW,WilliamsC.Muscularsoreness followingprolongedintermittenthigh-intensityshuttle running.JSportsSci.1999;17(5):387–95.
4. CarazzatoJG.Lesõesmusculoesqueléticaseseutratamento. RevBrasOrtop.1994;29(10):723–8.
5.BoothFW.Timecourseofmuscularatrophyduring immobilizationofhindlimbsinrats.JApplPhysiol. 1977;43(4):656–61.
6.TuckerKR,SeiderMJ,BoothFW.Proteinsynthesisratesin atrophiedgastrocnemiusmusclesafterlimbimmobilization. JApplPhysiol.1981;51(1):73–7.
7.JärvinenTA,KääriäinenM,JärvinenM,KalimoH.Muscle straininjuries.CurrOpinRheumatol.2000;12(2):155–61. 8.SeneGL,ShimanoAC,PicadoCHF.Recuperac¸ãomecânica
muscularcomlaser.ActaOrtopBras.2008;17(2):46–9. 9.LefaucheurJP,SébilleA.Thecellulareventsofinjuredmuscle
regenerationdependonthenatureoftheinjury. NeuromusculDisord.1995;5(6):501–9.
10.KauhanenS,SalmiA,vonBoguslawskiK,Asko-SeljavaaraS, LeivoI.Satellitecellproliferation,reinervation,and revascularizationinhumanfreemicrovascularmuscleflaps. JSurgRes.2003;115(2):191–9.
11.MenetreyJ,KasemkijwattanaC,DayCS,BoschP,VogtM,Fu FH,etal.Growthfactorsimprovemusclehealinginvivo. JBoneJointSurgBr.2000;82(1):131–7.
12.ChiarlaC,GiovanniniI,SiegelJH.Plasmaarginina andcorrelationsintraumaandsepsis.AminoAcids. 2006;30(1):81–6.
13.HardyI,AlanyR,RussellB,HardyG.Antimicrobialeffects ofarginineandnitrogenoxidesandtheirpotentialrole insepsis.CurrOpinClinNutrMetabCare.2006;9(3):225–32. 14.PanM,ChoudryHA,EplerMJ,MengQ,KarinchA,LinC,Souba
W.Argininetransportincatabolicdiseasestates.JNutr. 2004;134Suppl10:2826–9.
15.LuikingYC,PoezeM,RamsayG,DeutzNE.Reducedcitrulline productioninsepsisisrelatedtodiminisheddenovoarginine andnitricoxideproduction.AmJClinNutr.2009;89(1): 142–52.
16.SamelS,KeeseM,LanigS,KleczkaM,GretzN,HafnerM,etal. Supplementationandinhibitionofnitricoxidesynthesis influencesbacterialtransittimeduringbacterial translocationinrats.Shock.2003;19(4):378–82. 17.BogdanC.Nitricoxideandtheimmuneresponse.Nat
Immunol.2001;2(10):907–16.
18.VieiraDFF,GuarnieroR,VazCES,SantanaPJ.Efeito dautilizac¸ãodeumcentrifugadodemedulaósseano tratamentodelesãomuscular:estudoexperimental emcoelhos.RevBrasOrtop.2011;46(6):718–25.
19.NikolaouPK,MacDonaldBL,GlissonRR,SeaberAV,GarretWE Jr.Biomechanicalandhistologicalevaluationofmuscleafter controlledstraininjury.AmJSportsMed.1987;15(1):9–14. 20.SantosR,PachecoMTT,MartinsRAB,VillaverdeAB,GianaHE,
BaptistaF.Studyoftheeffectoforaladministrationof L-arginineonmuscularperformanceinhealthvolunteers.An isokineticstudyIsokineticExercSci.2002;10(3):153–8. 21.CarlsonBM,FaulknerJA.Theregenerationofskeletalmuscle
fibersfollowinginjury:areview.MedSciSportsExerc. 1983;15(3):187–98.
22.TidballJG.Inflammatorycellresponsetoacutemuscleinjury. MedSciSportsExerc.1995;27(7):1022–32.
23.MinamotoVB,BunhoSR,SalviniTF.Regeneratedratskeletal muscleafterperiodiccontusions.BrazJMedBiolRes. 2001;34(11):1447–52.
24.HillM,WernigA,GoldspinkG.Musclesatellite(stem)cell activationduringlocaltissueinjuryandrepair.JAnat. 2003;203(1):89–99.
25.SerrãoFV,FoersterB,SpadaS,MoralesMM,Monteiro-PedroV, TannúsA,etal.Functionalchangesofhumanquadriceps muscleinjuredbyeccentricexercise.BrazJMedBiolRes. 2003;36(6):781–6.
27.McConellGK,HuynhNN,Lee-YoungRS,CannyBJ,WadleyGD. L-arginineinfusionincreasesglucoseclearanceduring prolongedexerciseinhumans.AmJPhysiolEndocrinol Metab.2006;290(1):60–6.
28.GerseliA,BarrosTL,BarrosDFL,LimaM.Investigac¸ãodos efeitosdasuplementac¸ãooraldeargininanoaumentode forc¸aemassamuscular.RevBrasMedEsporte.
2007;13(2):129–32.
29.CoelhoDB,MorandiRF,MeloMAA,Silami-GarciaE.Cinética dacreatinaquinaseemjogadoresdefutebolrofissionalem umatemporadacompetitiva.RevBrasCineantropom DesempenhoHum.2011;13(3):189–94.
30.StupkaN,LowtherS,ChorneykoK,BourgeoisJM,HogbenC, TarnopolskyMA.Genderdifferencesinmuscleinflammation aftereccentricexercise.JApplPhysiol.2000;89(6):