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Orientação cardial de parcelas experimentais e radiação solar.

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Academic year: 2017

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ORIENTAÇÃO CARDIAL DE PARCELAS EXPERIMENTAIS

Ε RADIAÇÃO SOLAR*

Zilmar Z. Marcos** Antonio Cadima Z.*** Nilson A. Villa Nova****

RESUMO

O efeito da orientação cardial de uma parcela experimental sobre a variação de temperatura do solo foi estudado. Ve-rificou-se que à latitude de 15°S, a par-cela com uma inclinação de rampa de 5% apresentou diferenças mensuráveis entre as temperaturas do solo nas diversas fa-ces de exposição, sendo mais salientes as diferenças entre as faces Norte e Sul. Os dados obtidos foram coerentes com as

de-terminações de radiação solar recebida.

* Entregue para publicação em 20.12.1979.

Parte do trabalho de dissertação de Mestrado, apresen-tada à ESALQ/USP por A. Cadima Z., em 1977.

** Departamento de Solos, Geologia e Fertilizantes, E.S.A. "Luiz de Queiroz", USP.

*** Centro de Pesquisas do Cacau, CEPLAC.

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INTRODUÇÃO

A orientação cardial de parcelas, em experimentos de campo, deve receber especial atenção nos casos em que varia çoes na temperatura do solo, balanços de energia e radiação" solar sejam considerados de importância para os efeitos que se pretende observar. Esta orientação se refere nao so às parcelas em sí, como também às linhas de plantas nas

parce-las .

Ha espécies vegetais cujo ciclo vegetativo, desde a germinação ate a frutificação, abrange mais de uma estação climática; consequentemente, estão sujeitas à variações ter micas, em função dos ângulos zenital e azimutal da radiação" solar, durante seu crescimento e desenvolvimento. Estas va riaçoes sao, por sua vez, afetadas pela situação geográfica e topográfica do local onde se encontra o experimento.

Os trabalhos sobre o efeito da orientação de parcelas sobre o regime térmico do solo, em condições de campo, sao relativamente escassos na literatura, embora o método para a sua avaliação nao seja complexo. VILLA NOVA et alii

(1974) apresentaram uma programação, para analise em compu-tador, das equações básicas que permitem determinar a ener-gia solar recebida pela superfície do terreno, na ausência de atmosfera, no decorrer do ano. Nesse trabalho os auto-res apauto-resentaram a tabulaçao completa da radiação solar men

sal para latitudes de 5°N a 45°S, combinadas com declives de 0° a 90°.

No presente trabalho os autores relatam observações fei tas em um experimento de campo com cacaueiro (CADIMA & MAR-COS, 1978), com o intuito de verificar o efeito da variação do angulo de incidência da radiação solar sobre a variação de umidade do solo

MATERIAL Ε MÉTODOS

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de Pesquisas de Cacau (CEPEC), situado no km 22 da Rodovia Ilheus-Itabuna, Estado da Bahia, nos arredores do ponto em que o meridiano de 39° 1 11

intercepta o paralelo de 14°45T . 0 clima da região onde se localiza o CEPEC enquadra-se,

se-gundo Lopes da Costa, citado por SILVA & MELO (1970), no tipo Af de Koppen, caracterizando-se por apresentar um

cli-ma de selvas, quente e úmido, sem estação seca.

0 solo da ãrea foi classificado por SILVA & MELO (1970) como pertencente â serie Germoplasma, compreendendo solos com Β textural, saturação de bases alta, argila de ativida-de alta, medianamente profundos, argilosos, bem drenados e de permeabilidade moderada.

0 experimento constou, basicamente, de um bloco de terra com 6 cacaueiros. Este bloco, tendo as dimensões de 6mx9mx2m, foi isolado do restante do terreno por uma vale-ta de 0,70m, escavada ao seu redor. Foi, em seguida, irri-gado ate a saturação e recoberto com um lençol plástico de cor preta com as dimensões de 10mxl3m. Foram colocados geo^ termômetros nas quatro faces verticais do bloco, as profun-didades de 2cm e 10cm. A Figura 1 mostra, esquematicamen-te, as dimensões e orientação do bloco e disposição dos ca-caueiros com seus respectivos números de ordem.

As leituras de temperatura foram feitas durante o mes-mo período em que foram efetuadas as ames-mostragens para a

de-terminação de umidade do solo, isto e, durante os meses de Agosto, Setembro e Outubro. Foram estabelecidos tres

horá-rios para as leituras: 9, 12 e 15 horas.

CALCULO DE ÂNGULOS ZENITAIS

Os ângulos zenitais para o local do experimento foram calculados para o 15° dia dos meses de Agosto, Setembro, Ou tubro, Novembro e Dezembro, por meio da equação astronômi-ca básiastronômi-ca:

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onde, Zn = angulo zenital da hora

o = declmaçao do dia

φ = latitude do local

h = angulo horário

Os valores de δ , φ e h para a situação da parcela nes-te trabalho foram os seguinnes-tes:

a) declinaçao do dia - fornecidos por tabelas

astronô-micas, os valores de δ foram os seguintes para o 159 dia de cada mes do período experimental:

15 de Agosto = +14,06°

15 de Set. = + 3,07°

15 de Out. = - 8,48°

15 de Nov. = - 8,45°

15 de Dez. = -23,25°

b) latitude do local - para a parcela experimental = - 14,75°

c) angulo horário - para os horários de observação, 9, 12 e 15 horas tem os valores de 45°, 0° e 45°, res-pectivamente.

Substituindo os valores apropriados na Equação 1, fo-ram obtidos os valores dos ângulos zenitais apresentados na Tabela 1.

ENERGIA SOLAR RECEBIDA

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Os dados de VILLA NOVA et alii (1974) foram obtidos

em termos de cal/cm^/dia e correspondem â radiação direta ao nível do solo, desprezando-se o efeito da atmosfera. Em-bora o efeito amortecedor da atmosfera tenha sido despreza-do, os dados permitem ter uma idéia relativa da disponibili dade de energia para as diversas exposições de superfícies de terrenos ao longo do ano.

RESULTADOS

Os dados médios de temperatura do solo obtidos sao a-presentados na Tabela 3. Estes dados correspondem à media de duas leituras.

Comparando os dados de temperatura da Tabela 3 com os relacionados na Tabela 2, observa-se que para a inclinação de 59 a energia solar recebida durante o mes de Agosto e maior para a orientação Norte (769) do que para a

orienta-ção Sul (677). Coincidentemente a temperatura do bloco ex-perimental para esse mes foi maior na face Norte em todos os

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A Figura 2 mostra uma representação esquematica da va-riação do angulo zenital em relação ao plano da superfície do bloco experimental. Observase que durante os tres m e

-ses em que as leituras de temperatura do solo foram feitas (Agosto, Setembro e Outubro), os ângulos localizam-se no quadrante Norte. Considerando-se que a rampa da parcela ex perimental tinha uma inclinação de 5%, que corresponde a 2,86°, os ângulos zenitais tomados em relação à normal da superfície de reflexão teriam um valor menor que os calcula dos (diminuídos de 2,86°), Ainda assim a declinaçao seria para o Norte. Consequentemente a face Norte a latitude de 15° aquece mais que a face Sul ate o mes de Outubro. Como se pode deduzir das Tabelas 2 e 3, a face Sul aquece mais que a face Norte a partir do mes de Novembro.

Estas considerações explicam as variações de tempera-tura observadas entre as faces do bloco experimental.

As observações relatadas neste trabalho permitiram ex-plicar em parte, as variações de umidade do solo do experi mento original descrito por CADIMA & MARCOS (1978). 0 e f e ir

to da radiação solar e considerado de importância para a correta interpretação dos dados de umidade do solo.

CONCLUSÕES

Os dados apresentados permitem concluir que ha uma re-lação direta entre a orientação cardial de parcelas expe-rimentais e a quantidade de radiação solar recebida â sua

superfície. Esta relação ê variável durante o decorrer do ano. Alem disso verifica-se que a face que recebe radiação mais intensa pode mudar de norte para sul durante o ano e

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SUMMARY

ORIENTATION OF EXPERIMENTAL PLOTS AS RELATED TO SOLAR RADIATION

The effects of cardinal orientation of experimental plots on soil temperature were studied. The results indicated

that the experimental plot located at 15°S latitude, with a 5% slope, had distinct soil temperatures in the north face as compared with the south face. The soil temperature data was coherent with previously published soil radiation measurements.

LITERATURA CITADA

CADIMA, Z.A.; MARCOS, Z.Z., 1979. Absorção de água pelo ca¬ caueiro. Revista Theobroma, Itabuna (aceito para publi-cação).

SILVA, L.F.; MELO, A.A.A. de, 1970. Levantamento detalhado dos solos do Centro de Pesquisas do Cacau. Itabuna, Bahia, CEPLAC, 86 p. (Boletim Técnico nº 1 ) .

VILLA NOVA, N.A.; GODOI, C.R. de Melo; FERRAZ, Ε.S.Β.; OMETTO, J.C.; DECICO, A.A.; PEDRO JUNIOR, M.J., 1974. Radiação

solar disponível a diferentes exposições na ausência da atmosfera (radiação direta). Universidade Federal da Pa-raíba, Centro de Tecnologia, Laboratório de Energia

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