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Influência da complexidade do trabalho na formação de reserva cognitiva em idosos saudáveis

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Academic year: 2017

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BEATRIZ BALDIVIA

INFLUÊNCIA DA COMPLEXIDADE DO TRABALHO NA

FORMAÇÃO

DE

RESERVA

COGNITIVA

EM

IDOSOS

SAUDÁVEIS.

São Paulo 2008

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BEATRIZ BALDIVIA

INFLUÊNCIA DA COMPLEXIDADE DO TRABALHO NA

FORMAÇÃO

DE

RESERVA

COGNITIVA

EM

IDOSOS

SAUDÁVEIS.

Orientador: Prof. Dr. Orlando Francisco Amodeo Bueno Co-orientadora: Profª. Drª. Andrea Parolin Jackowski

São Paulo 2008

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Baldivia, Beatriz.

Influência da complexidade do trabalho na formação de reserva cognitiva em idosos saudáveis. Beatriz Baldivia. - - São Paulo, 2008.

(xvii), 69 fls.

Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Psicobiologia.

Título em inglês: The influence of occupational attanitment on the formation of cognitive reserve in healthy elderly: contribuitions of neuropsychology.

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BEATRIZ BALDIVIA

INFLUÊNCIA DA COMPLEXIDADE DO TRABALHO NA

FORMAÇÃO

DE

RESERVA

COGNITIVA

EM

IDOSOS

SAUDÁVEIS.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Leonardo Ferreira Caixeta

Prof. Dr. Paulo Bertolucci

Prof. Dr. Ricardo Nitrini

(5)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE PSICOBIOLOGIA

Chefe do departamento: Maria Lúcia Souza-Formigoni

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(8)

A D´ us, por ter sido minha fortaleza em todos os momentos da minha vida, pela ajuda constante e por permitir que cada obstáculo fosse superado, possibilitando a concretização desse projeto.

Ao prof. Dr. Orlando, pela orientação, confiança, amizade e pelas lições práticas de que o bom-humor e a tranqüilidade ajudam a superar qualquer dificuldade. Agradeço também a oportunidade de ter sido sua aluna e pela agradável convivência.

Ao prof. Dr. Sérgio Tufik, pelo incentivo à formação de novos pesquisadores. Ao meu irmão André (Gordo), pela convivência repleta de aprendizado, por ser um dos exemplos mais fortes para mim de alegria, superação de limites e perseverança. Agradeço especialmente a compreensão e paciência despendida nas fases finais da elaboração desse manuscrito.

Aos meus voluntários, que me proporcionaram muito mais que aprendizagem teórica: por ensinarem lições de vida maravilhosas, pela gentil participação no projeto e por me mostrarem a beleza do ciclo da vida.

À Maria Cláudia (Pricu), por ter aparecido em um momento tão especial de nossas vidas e por mostrar o quão importante é estarmos próximos de nossa família.

Agradeço imensamente à Cacau, uma das pessoas que eu mais amo, por sempre me acompanhar em todos os momentos, pelo apoio incondicional, por acreditar em mim e por todo carinho.

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perto. A amizade de vocês enche minha vida de significados e a torna muito mais divertida.

À Ivanda (mamis), pelas conversas, pelas valiosas lições de praticidade, eficiência, pela amizade e por sempre estar disposta a ajudar. Obrigada, I!

À Akikolina, minha irmãzinha, pela amizade, pela convivência, pelas idas ao verdinho, ao cinema, pelos ensinamentos, pelas risadas, pelos inúmeros momentos divertidos e por simplesmente existir.

À Ana Luíza (Anita) e à Perla, por também estarem sempre perto e por acreditarem em mim como pessoa e profissional. Pelos auxílios, disposição e pela suas amizades, que pra mim são muito importantes!

À Mari (Maricota), pela alegria e companhia nas fases finais e pelas dicas na confecção do artigo e da tese. Mari, muito obrigada especialmente pela ajuda na última semana!!!

Ao Francisco (Chicó) e ao Vinicius (Shrek), pela ajuda, incentivo, caronas até o metrô e por me convencerem de que as coisas dariam certo.

Ao Léo da informática, pela ajuda para formatar o Branquelo!

Ao Departamento de Psicobiologia, por ter me proporcionado ao longo desses dois anos, conhecer pessoas maravilhosas e ótimas companheiras de trabalho.

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Ao grupo de Memória. Agradeço especialmente à Sabine e ao Léo, por me ajudarem a tornar coisas complicadas, tão simples!

À prof. Dra. Vivian Maria Andrade, por ter me trazido ao Depto de Psicobiologia e me apresentado à Neuropsicologia.

Ao Grupo Chaverim, aos monitores (especialmente à Adriana) e à Dani, pela compreensão, pela solidariedade e incentivo despendidos nesses dois anos.

À Dra. Maria Sheila G. Rocha, Dra. Sonia D. Brucki e à toda equipe de profissionais do Ambulatório de Neurologia do Hospital Santa Marcelina.

Ao grupo LiNC, do Depto de Psiquiatria da UNIFESP, pelos agradáveis encontros e pelos conhecimentos adquiridos nesses anos.

À Nereide e a todos funcionários da secretaria pela eficiência, profissionalismo e carinho com o qual desempenham suas atividades.

Agradeço à Cris, chefe da bilioteca, pela competência com a qual realiza suas tarefas e pela fundamental ajuda nesse período.

(11)

Dedicatória...vi

Agradecimentos...vii

Lista de figuras...xiv

Lista de tabelas...xv

Lista de abreviações...xvi

Resumo...xvii

Abstract ...55

1INTRODUÇÃO...1

1.1Modelo Passivo...1

1.2. Modelo Ativo...2

1.2.1. Reserva Cognitiva ...3

1.2.2. Compensação Neuronal...3

1.3. Reserva Cognitva e Envelhecimento...4

1.4. Reserva Cognitiva e Doença de Alzheimer...6

1.5. Formadores de Reserva Cognitiva...6

1.5.1. Escolaridade...7

1.5.2.Engajamento em atividades cognitivamente estimulantes...8

1.5.3. Ocupação profissional...9

(12)

3 MÉTODO... 12

3.1. Sujeitos...12

3.2. Triagem dos sujeitos...12

3.3. PROCEDIMENTO...13

3.3.1.Ocupação Profissional...13

3.3.2.Demandas psicossociais do trabalho ...15

3.3.3. Estimulações Cognitivas ...15

3.3.4. Avaliação Neuropsicológica ...16

3.3.4.1. Escalas e testes de rastreio ...16

3.3.4.2. Testes neuropsicológicos ...17

3.3.5.Análise Estatística ...22

4 RESULTADOS...23

4.1. Características Demográficas ...23

4.2.Correlações entre Complexidade do Trabalho e desempenho cognitivo ...25

4.3.Efeito da complexidade do Trabalho no desempenho de testes neuropsicológicos..28

4.4. Fatores confundidores e desempenho dos grupos de diferentes níveis de complexidade do trabalho...30

5 DISCUSSÃO ...33

6 CONCLUSÕES...40

7 ANEXOS ...41

(13)

ANEXO 2: Guia de entrevista semi-estruturada ...44 ANEXO 3: Questionário JCQ...48

(14)

Figura 1. Cópia da Figura Complexa de Rey (p. 20)

Figura 2. Correlações entre complexidade de trabalho total e desempenho nos testes

(15)

Tabela 1. Variáveis sócio-demográficas e demandas ocupacionais dos grupos (média ± DP). (p.23)

Tabela 2. Correlações entre complexidade de trabalho, variáveis demográficas e

desempenho nos testes. (p.26)

Tabela 3. Desempenho dos grupos de complexidade ocupacional nos testes cognitivos

(p.28)

Tabela 4. Efeito de anos de estudo, desempenho no Raven e estimulações cognitivas sobre o funcionamento cognitivo de grupos com diferentes níveis de complexidade do Trabalho (p.32).

Gráfico 1. Níveis de complexidade de trabalho (CT) e envolvimento com coisas, dados

(16)

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ANOVA - Análise de co-variância ANOVA - Análise de variância

CBO - Classificação Brasileira de Ocupações CCEB – Classificação Classe Econômica Brasil CCL – Comprometimento Cognitivo Leve

CDR- Escala de Classificação de Demência (Classification Dementia Rate) CRC - Capacidade de reserva cerebral

DA – Doença de Alzheimer

DTI – Imagem por tensor de difusão

GDS – Escala de Depressão Geriátrica (Geriatric Depression Scale) IRMf – Imagem de ressonância magnética funcional

JCQ – Questionário demandas psicossocias do trabalho (Job Content Questionnaire) MEEM – Mini Exame do Estado Mental

RC - Reserva Cognitiva

WAIS – Escala de Inteligência para adultos

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(18)

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A idéia de reserva contra o prejuízo cerebral surgiu após inúmeras observações de que não há uma relação direta entre o grau da patologia cerebral e a manifestação clínica desse prejuízo (Stern, 2007). Em 1988, Katzman e colaboradores descreveram 10 casos de idosas saudáveis que foram diagnosticadas com Doença de Alzheimer (DA) apenas no exame post mortem. Os pesquisadores atribuíram a ausência de sintomas pelo fato de as idosas terem cérebros e neurônios maiores em relação à média, e que tais fatores constituíam uma reserva capaz de atenuar a expressão dos sintomas da doença (Katzman, 1989). Assim, o conceito de reserva é entendido pela quantidade de prejuízo causado poruma doença que o cérebro pode sustentar antes da manifestação clínica dos sintomas. Além disso, tal conceito sugere que há diferenças individuais em como as pessoas processam cognitivamente as informações e em como enfrentam patologias neurodegenerativas (Stern, 2002).

Dois modelos relacionados entre si têm sido usados para explicar o conceito de reserva: o modelo passivo e o ativo.

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Por exemplo, considera-se que dois pacientes apresentem lesão de mesma magnitude e apenas um deles apresenta sintomatologia clínica. A expressão clínica da doença só ocorreu porque a extensão da lesão excedeu o limite de proteção que o cérebro podia lidar sem manifestar os sintomas. Entretanto, uma pessoa com maior nível de CRC poderia permanecer ileso porque seu limiar não foi excedido. Desse modo, mais CRC poderia ser considerado como efeito protetor ao passo que menos CRC aumentaria a vulnerabilidade à doença.

Assim, os modelos da reserva cerebral e do limiar são considerados modelos passivos da reserva por a) assumirem que há um limiar ou “ponto de corte” de prejuízo funcional que ocorrerá para todos indivíduos; b) serem extremamente quantitativos e postularem que uma lesão cerebral específica terá o mesmo efeito em todas as pessoas e que as diferenças entre os indivíduos está na capacidade cerebral total, sendo o dano cerebral suficiente ou insuficiente par acabar com a CRC no nível crítico. O modelo não considera a diferença em como o cérebro processa as tarefas cognitivas e funcionais frente à interrupção causada pelo prejuízo cerebral, tampouco considera as diferenças qualitativas entre diferentes tipos de prejuízo cerebral. Desse modo, apenas o modelo do limiar não é suficiente para explicar todos os fatores envolvidos na compreensão da reserva.

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diferentes áreas neuronais para responder a diversas tarefas. Tal variabilidade pode ocorrer também quando uma patologia altera a função específica de uma região cerebral, possibilitando a compensação da função prejudicada (compensação neuronal).

A RC pode ser definida como a habilidade de aperfeiçoar ou maximizar o desempenho por meio de recrutamento de redes cerebrais e que, por vezes, refletem o uso de estratégias cognitivas alternativas. As mudanças no recrutamento cerebral são respostas naturais para o aumento da demanda da tarefa e, desse modo, o conceito de RC pode ser aplicado tanto a pessoas saudáveis quanto em pessoas com dano cerebral (Stern, 2002). As mudanças também podem ocorrer em função da idade: jovens e idosos saudáveis diferem na topografia ou na ativação de conexões funcionais em função da demanda da tarefa, sugerindo reorganização funcional e engajamento de vias compensatórias usadas para manter a função cognitiva diante de mudanças fisiológicas relacionadas à idade (Stern et al, 2004).

(21)

resposta normal à dificuldade imposta pela tarefa. Implica o esforço de maximizar o desempenho frente a um dano cerebral, usando estruturas cerebrais e redes não envolvidas quando o cérebro não está danificado. Por esses fatores, compensação difere da reserva cognitiva e a distinção desses fatores é importante para auxiliar na interpretação de resultados de sujeitos com lesão cerebral e indivíduos saudáveis.

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(-O envelhecimento saudável é acompanhado de alterações cognitivas, sendo algumas funções mais suscetíveis às mudanças do que outras. Conhecimentos gerais, vocabulário e habilidades cristalizadas (Rabitt, Lowe, 2000) estão preservados, enquanto declínios no funcionamento executivo e na memória episódica são observados (Rabittt, Lowe, 2000; Brucki, 2004). Assim, idosos saudáveis apresentam bom desempenho em tarefas que exijam seqüências automatizadas e práticas, que envolvam os conhecimentos adquiridos ao longo da vida, mas podem demonstrar algumas dificuldades em manipular materiais utilizando novas estratégias ou que requeiram interferência e abstração da informação recebida (Flicker et al, 1993).

Diversos estudos têm sugerido que essas mudanças cognitivas são decorrentes de alterações primárias relacionadas à idade, tais como o declínio generalizado na velocidade de processamento (Salthouse, 1996) e ao declínio na integração da informação, controle e inibição de interferências e na seqüência de comportamentos; atividades relacionadas ao funcionamento executivo (West, 1996).

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e perda de neurônios em áreas do córtex pré-frontal (DeCarli et al., 1994). Atrofia no volume do hipocampo e da amígdala está relacionada ao risco de desenvolvimento de DA (Den Heijer et al, 2006) e o decréscimo do volume do tálamo está relacionado com pior desempenho em tarefas de velocidade de processamento (Der Werf et al, 2001).

Prejuízos na memória episódica e no funcionamento executivo podem ser observados em decorrência de efeitos diferenciais dos circuitos fronto-estriatais e do sistema de memória do lobo temporal medial (Buckner, 2004).

Todavia, o cérebro é dotado de considerável adaptação frente às alterações cognitivas relacionadas ao envelhecimento, à medida que continua utilizando suas capacidades neuroprotetoras (Mattson et al, 2002) e neurorreparadoras (Gage, 2000), isto é, à medida que é capaz de se auto-organizar e remodelar suas funções, fenômeno conhecido por neuroplasticidade (Trachtenberg et al, 2002).

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(/-A Doença de (/-Alzheimer (D(/-A) tem sido amplamente estudada para a compreensão dos mecanismos subjacentes à ação da RC. Tal patologia afeta progressivamente circuitarias corticais, responsáveis por diversas funções cognitivas, permitindo melhor compreensão do mecanismo envolvido no efeito protetor bem como a generalização de sua atuação para outras condições (Stern, 2002).

A incidência de DA é maior para sujeitos com baixa escolaridade (Stern et al, 1994; Caramelli et al, 1997; Nitrini et al, 2004) e com ocupações manuais (Jorm et al, 1998; Stern et al, 1994). Indivíduos com alta escolaridade conseguem lidar com maior extensão neuropatológica da doença antes da manifestação dos sintomas (Stern et al, 1992). Contudo, quando a sintomatologia emerge, o declínio cognitivo é mais acelerado (Stern et al, 1999) e acarreta em menor tempo de vida (Helmer et al, 2001; Stern et al, 1995), maior déficit de perfusão parietotemporal (Stern et al, 1992; Alexander et al, 1997), maior prejuízo em raciocínio abstrato (Le Carret et al, 2005) e declínio de memória acentuado (Stern et al, 1999); sugerindo que a RC atua minimizando a sintomatologia da doença (Stern, 2002). Quando a proteção não consegue lidar mais com a extensão da patologia, o curso da doença torna-se acelerado.

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cognitiva (RC). (Meguro et al, 2001; Scarmeas e Stern, 2002; Manly et al, 2003; Le Carret et al, 2003; Staff et al, 2004).

A aquisição de habilidades como leitura e escrita mudou a percepção visual, o raciocínio lógico e as estratégias de recordação (Laboratory of Comparative Human Cognition, 1983), redefinindo o funcionamento cognitivo (Ostrosky-Solis et al, 1998). Além dessas modificações, a alta escolaridade está relacionada ao melhor desempenho em testes neuropsicológicos (Ostrosky-Solis et al, 1998), à capacidade de fazer abstrações e operar de modo descontextualizado (Luria, 1990), ao desempenho em tarefas que envolvem cópia de figura, compreensão e fluência verbal (Le Carret et al, 2003), testes neuropsicológicos que exigem velocidade (Le Carret et al, 2005) e menor risco de desenvolver demência (Scarmeas et al, 2001).

O efeito da educação sobre a cognição tende a uma curva negativa de aceleração (Ardila, 2000). Ostrosky-Solis e colaboradores (Ostrosky-Solis et al, 1998) mostraram que, em relação a um grupo de analfabetos, dois anos de estudo traziam diferenças significativas em atividades relacionadas à linguagem e quatro anos de escolaridade acarretam diferenças significativas na maioria dos testes neuropsicológicos aplicados.

(25)

A análise de uma amostra de idosos residentes em Catanduva, interior de São Paulo, mostrou que a escolaridade é um fator independentemente associado ao maior risco de desenvolver demência. Nessa cohort, a prevalência de demência variou de 3,5% em idosos com oito ou mais anos de escolaridade para 12% em idosos analfabetos (Herrera et al, 2002).

O mecanismo pelo qual a educação retarda o declínio cognitivo não é claro, mas sua contribuição pode ser relacionada ao tempo que o indivíduo gastou durante a vida em atividades cognitivamente estimulantes (Benett et al, 2003; Evans et al, 1997).

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Embora a escolha da ocupação profissional esteja relacionada ao nível de escolaridade e de alfabetização recebidos pelo sujeito, ela pode ser compreendida como uma forma de educação não formal, pois possibilita uma espécie de treinamento e conseqüentemente desenvolve habilidades específicas. Todavia, há dificuldade em distinguir fatores diretamente relacionados à ocupação, uma vez que, ao mesmo tempo em que a ocupação reflete o nível sócio-econômico, o acesso à educação e as possibilidades de emprego, sugere a exposição do sujeito a fatores de risco ambientais e ao tipo de estimulação cognitiva recebida (Helmer et al, 2001).

Condições de trabalho que oferecem desafios e possibilitam que o sujeito auto-gerencie suas atividades aumentam a flexibilidade cognitiva (Kohn, Schooler, 1978; 1983) e mantêm o funcionamento cognitivo ao longo dos anos; indicando reciprocidade entre a complexidade do trabalho e funcionamento cognitivo (Schooler et al, 1999).

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utilizar dicas visuo-espaciais para chegar a um destino, ao passo que um motorista de ônibus de frota necessita ter bom desempenho na recuperação de rotas previamente aprendidas.

Estes estudos corroboram postulados como a lei do uso e desuso (Salthouse, 1991) e de plasticidade cerebral (Whalley et al, 2004), demonstrando que a ação da ocupação profissional sobre o funcionamento cognitivo ocorre pelo aumento e diversificação das vias neurais ou ainda por facilitar a eficiência e o uso adaptativo do processamento cognitivo (Stern, 2002).

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Noventa idosos foram recrutados no período de junho de 2006 a agosto de 2007. Dezoito foram excluídos da amostra, pelos seguintes motivos: pontuação no Mini Exame do Estado Mental (MEEM) abaixo do esperado para escolaridade (n= 4), indicativo de depressão pela Escala de Depressão Geriátrica (GDS) (n= 7), antecedente neurológico ou psiquiátrico (n= 3) e desinteresse em participar da pesquisa (n= 4). Setenta e dois idosos participaram do projeto de pesquisa, embora alguns deles não realizaram todos os testes neuropsicológicos. Alguns por serem analfabetos e não conseguirem realizar testes dependentes de escolaridade e outros porque não puderam comparecer a todas as sessões de avaliação.

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Os critérios de exclusão adotados foram: (a) história pregressa ou atual de transtornos psiquiátricos; doenças neurológicas ou abuso de substâncias químicas, (b) tratamento atual com fármacos com ação no sistema nervoso central e (c) existência de doenças crônicas descontroladas.

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Foram selecionados somente aqueles voluntários que não estavam com patologias crônicas descompensadas e que não preencheram critérios para depressão, com pontuação inferior a cinco na versão reduzida e adaptada à população brasileira da GDS. O MEEM (Brucki et al, 2003) foi adotado como teste de rastreio de funcionamento global e o critério de exclusão foi um ponto inferior para a nota de corte esperada para a escolaridade de cada sujeito. Não foi adotado nenhum critério de exclusão para a escolaridade.

Cada voluntário recebeu informação quanto às etapas do procedimento, leu e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em seguida, foram submetidos à três grandes blocos de avaliação:

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pelo trabalho (ANEXO 1). Tais informações foram disponibilizadas a três avaliadores (todos com formação acadêmica em Psicologia) que utilizaram essas informações para determinar o nível de complexidade do trabalho exercido pelo voluntário, nos seguintes domínios: 1- com coisas, 2- com dados, 3- com pessoas e 4-complexidade do total do trabalho (Kohn et al, 1983 apud Schooler et al, 1992). O grau de complexidade para coisas e dados era medido por uma escala que variava de um (sem relações significativas) a nove (montar máquinas e equipamentos; síntese de dados), enquanto o envolvimento com pessoas variava de um (sem relações significativas) a dez (aconselhamento de pessoas), e a complexidade total do trabalho variava de um (trabalho nada complexo) até sete (criação de análise de sistema complexo). A escala pode ser visualizada no ANEXO 2.

O consenso da avaliação dos três julgadores definia o escore de cada voluntário em cada domínio. Quando havia discordância entre eles, o seguinte critério era utilizado: se o desvio padrão calculado a partir da soma dos escores dos avaliadores fosse inferior a 0.55, a média dos escores era utilizada como medida da complexidade do trabalho do voluntário. Contudo, se o desvio padrão ultrapassasse o valor de 0.55, era solicitado aos avaliadores que revisassem suas notas.

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O questionário Job Content Questionnaire (ANEXO 3) (Araújo, 2003; Karasek, 1979)é composto por 49 afirmações, cada uma com quatro opções de respostas que variam em uma escala de zero (discordo fortemente) a quatro (concordo fortemente). As sentenças abrangem aspectos como demandas psicológicas (tempo, velocidade e pressão para execução das tarefas), controle sobre o trabalho (possibilidade de desenvolver habilidades especiais e criatividade no trabalho, tomar decisões e exercer influência sobre o grupo) e suporte social (apoio e colaboração do chefe e dos colegas). Tal instrumento foi utilizado para investigar as demandas psicossociais da ocupação exercida.

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religiosas e atividades físicas, sendo atribuído a seguinte pontuação: 1- raramente, 2- às vezes e 3-sempre.

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Foi composta por uma parte de testes e escalas de rastreio e outra por testes neuropsicológicos.

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1. Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB): usado para identificar o nível socioeconômico dos voluntários,abrangendo questões sobre quais e quantos utensílios domésticos a pessoa tem em casa e qual a escolaridade do chefe da família (ABEP, 2008). A pontuação para escolaridade foi desconsiderada da pontuação total a fim de isolar a contribuição de anos de estudo no escore total deste instrumento.

2. Escala Geriátrica de Depressão – (Geriatric Depression Scale) - GDS. Possui uma série de 15 perguntas cujas possibilidades de resposta variam entre “sim” ou “não”, a cada resposta que se aproxima de um humor entendido como deprimido pontua-se 1 ponto. Nota de corte: pontuação igual ou superior a cinco pontos (Almeida OP, Almeida, OS; 1999).

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espaciais. O escore varia de zero a trinta pontos e a pontuação esperada depende da escolaridade do examinando (Brucki et al, 2003).

4. Entrevista semi-estruturada: consiste num esquema de perguntas que visa elucidar os principais aspectos relacionados à ocupação profissional, engajamento em atividades sociais e cognitivas e questões sobre escolaridade. Material não publicado (ANEXO 1).

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A revisão da literatura sobre avaliação neuropsicológica em reserva cognitiva determinou a composição da bateria de testes (Scarmeas, 2003; Le Carret et al, 2005; Meguro et al, 2001). Foram utilizados os seguintes testes:

1. Matrizes Progressivas de Raven escala geral (Bateria CEPA) – Oxford England: teste que avalia as principais funções cognitivas envolvidas na inteligência, como raciocínio e resolução de problemas.

2. Escala Wechsler de Inteligência – WAIS-III-padronização brasileira de Nascimento, 2004: avalia as principais funções mentais tidas como constituintes da cognição humana. Os seguintes subtestes foram utilizados:

2.1. Dígitos:

Ordem direta: avalia a amplitude de memória de curto prazo para conteúdos verbais. Consiste na apresentação de seqüências de ordem crescente de números, que deverão ser repetidos pelo sujeito.

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seqüência apresentada pelo examinador, porém, na ordem contrária ao que foi apresentada.

2.2-Vocabulário:

Medida de funcionamento intelectual pré-mórbido e de inteligência. O sujeito é solicitado a descrever o significado de palavras apresentadas oralmente pelo avaliador e dispostas em um caderno de estímulos ao voluntário.

2.3. Cubos

O voluntário deve manipular cubos compostos de faces vermelhas, brancas e vermelhas e brancas com o objetivo de montar uma figura apresentada no livro-estímulo. Avalia habilidades visuo-construtivas e velocidade de processamento.

3. Escala Wechsler de Memória, versão revisada (WMS-R) (Wechsler, 1987). Bateria para avaliação de memória, composta de diversos subtestes para avaliação de memória declarativa. Foram utilizados os seguintes subtestes:

3.1. Pares Associados

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3.2. Memória Lógica

São apresentadas duas estórias com vinte e cinco itens cada uma. Após a apresentação da estória, o indivíduo deve contar ao avaliador a estória apresentada, utilizando os mesmos vocábulos. Após trinta minutos, é solicitada ao voluntário a evocação do conteúdo previamente apresentado.

4. Cubos de Corsi

Mede a amplitude vísuo-espacial da memória de curto prazo e a capacidade de manipular conteúdos visuo-espaciais (Lezak, 1995). É constituído por um tabuleiro com cubos dispostos irregularmente, no qual o sujeito deve repetir a seqüência apresentada pelo examinador na ordem direta (memória de curto prazo). A repetição na ordem inversa avalia capacidade de manipulação das informações, medida de memória operacional. A seqüência de movimentos vai sendo aumentada gradualmente a fim de aumentarem o grau de dificuldade.

5. Figura Complexa de Rey

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6. Fluência verbal.

6.1. Fluência verbal fonológica

É solicitado que o sujeito fale no intervalo de um minuto fale a maior quantidade de palavras iniciadas com a letra “F”, depois com a letra “A” e por último a letra “S”, entretanto. Não é permitido usar palavras que sejam nomes próprios, marca de produtos, nomes de cidades tampouco flexões de verbos conjugados. Avalia controle inibitório (funções executivas) e fluência verbal.

6.2. Fluência verbal semântica

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7. Stroop Color Test (Lezak, 2004)

São apresentados sucessivamente três cartões. No primeiro cartão, o sujeito deve nomear as cores que vê linha por linha, o mais rápido que puder. No segundo cartão, palavras são escritas nas cores apresentadas anteriormente. É solicitado que o sujeito não leia as palavras, apenas nomeie as cores. No terceiro cartão, nomes de cores são escritas nas cores antes visualizadas. Novamente é solicitado que o sujeito apenas nomeie as cores. Esse teste mede funcionamento executivo (controle inibitório e sensibilidade à interferência) e velocidade de processamento.

8. Trail Making

Teste que avalia atenção e funções executivas (Lezak, 2004). Possui duas formas A e B. Nas duas formas o teste é precedido por um exemplo ou treino. Na forma A é apresentada uma folha impressa contendo 25 círculos numerados, distribuídos ao acaso, que devem ser ligados pelo participante em uma linha contínua. Na forma B os círculos apresentam 13 números e 12 letras, que devem ser unidos alternando-se número e letra (1-A, 2-B, etc). Os erros são apontados e devem ser corrigidos pelo próprio testando. O teste é encerrado após três erros ou 5 minutos.

Os participantes foram avaliados nos testes neuropsicológicos em três sessões com duração máxima de uma hora e meia. Não foram todos os voluntários que realizaram todos os testes, alguns por não terem nível de escolaridade suficiente para a realização dos testes e outros não comparecerem a todas as etapas da avaliação.

(39)

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A análise estatística incluiu a análise descritiva e demográfica das variáveis. Correlações de Spearman foram conduzidas para ver a relação entre desempenho cognitivo e complexidade de trabalho com coisas, dados, pessoas e complexidade total. O grau de complexidade total variou de 1 a 6 (3,79 ±1,17) e dividiu a amostra em três grupos pela pontuação de cada voluntário, formando os seguintes grupos: baixa complexidade de trabalho (BCT), média complexidade de trabalho (MCT) e alta complexidade de trabalho (ACT), com média e desvio padrão (média ± DP) de 2.54± 0.55, 4.00± 0.29 e 5.43± 0.48, respectivamente.

Análise de variância de uma via e análise de variância para medidas repetidas (ANOVA) foram conduzidas a fim de verificar se havia diferença entre os grupos. Essas análises foram seguidas pelo teste post hoc de Tukey. O nível de significância adotado foi de p < 0,05.

(40)

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As estimulações cognitivas mais realizadas pelos voluntários foram: atividades intelectuais (52,45 %), artesanato (19,67 %), jogos (16,39 %), atividades musicais (6,55%) e sociais (4,91 %). Setenta por cento dos idosos relataram a realização de apenas um tipo de estimulação cognitiva, 25 % realizavam dois tipos de atividades diferentes e apenas 5% relataram a realização de três tipos de atividades diferentes concomitantes.

A Tabela 1 mostra as variáveis sócio-demográficas e demandas ocupacionais dos grupos. Os grupos não diferiram quanto à idade, variando de 60 a 80 anos. ANOVA de uma via mostrou que os grupos diferiram entre si em relação à média de anos de estudo [F (2,69) = 16,07 p <0,001] e o nível socioeconômico [F (2,69) = 9,97; p <0,000]; em ambos: BCT e MCT< ACT, todos os ps< 0, 001.

TAB 1. VARIÁVEIS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS E DEMANDAS OCUPACIONAIS DOS GRUPOS (MÉDIA ± DP)

BCT (n= 26) MCT (n= 30) ACT (n= 16) Idade

Anos de estudo CCEB

MEEM GDS

JCQ: controle sobre o trabalho JCQ: autoridade decisória

JCQ: autoridade decisória nível macro JCQ: demandas psicológicas

JCQ: demandas físicas JCQ: insegurança no trabalho JCQ: suporte supervisor

JCQ: suporte colegas de trabalho Média complexidade trabalho: coisas Média complexidade trabalho: dados Média complexidade trabalho: pessoas Média complexidade trabalho total

66,69±5,22 6,31±3,80* 14,23±3,36* 25,8±2,30 3,33±1,42 28,33±4,37 8,40±1,84 32,33±9,66 23,07±5,66 11,07±2,34 9,27±3,53 27,93±13,62 14,07±4,98 4,01±2,31* 2,60±1,29* 2,74±1,45* 2,55±0,55* 65,67±5,37 8,80±4,03* 15,03±3,06* 27,89±17,3 3,52±0,88 29,19±4,38 7,78±0,89 27,93±7,03 22,70±2,12 12,00±2,35* 11,56±4,24 22,04±13,16 15,48±6,22 5,80±2,62* 4,20±2,63* 4,26±2,62* 4,00±0,29* 67,69±5,43 13,69±4,67* 19,43±5,00* 28,16±1,69 2,07±1,73 31,77±4,67 10,42±6,90 34,69±15,57 20,85±5,52 9,15±2,60* 11,62±3,17 20,00±11,59 14,25±7,65 5,14±2,12 6,81±2,64* 6,49±2,87* 5,43±0,48*

(41)

Os desempenhos no MEEM e no GDS foram semelhantes entres os grupos. Conforme mostra o gráfico 1, o grau de demanda física [(F 2,52) =6,10; p< 0,004] do grupo MCT foi significativamente superior ao grupo ACT (p< 0,002). O nível de complexidade de trabalho com coisas diferiu entre os grupos [F (2,69) =3,86; p <0,02], tendo o grupo BCT menor envolvimento com coisas do que o MCT (p< 0,01). Houve efeito de grupo para complexidade com dados [F (2,69)=17,35 p <0,001] e também em relação à complexidade de trabalho com pessoas [F (2,69)= 12,78; p <0,001], sendo ambos BCT< MCT< ACT (todos os ps< 0.002) e demonstrando que maiores níveis de complexidade de trabalho com dados e pessoas está relacionado a graus mais elevados de complexidade total do trabalho. Os grupos diferiram entre si quanto o nível de complexidade total (ps <0,001).

Gráfico 1. Níveis de Complexidade de Trabalho (CT) e de envolvimento com coisas, dados e pessoas.

0

1

2

3

4

5

6

7

CT coisas

CT

dados

CT pessoas

Baixa CT

Média CT

Alta CT

* *

* *

*

(42)

& % , ) # $ $

As correlações bi-variadas (Tabela 2) revelaram que a complexidade do trabalho com coisas, dados, pessoas e a complexidade total estão inter-relacionadas entre si, sendo a complexidade de trabalho com dados fortemente correlacionada à complexidade de trabalho com pessoas (R= 0,92; p <0,05). Todos os domínios de complexidade do trabalho estiveram modesta, porém significantemente associados ao desempenho de alguns testes e escalas. A complexidade total do trabalho só não esteve significativamente relacionada ao desempenho na recordação tardia da Figura Complexa de Rey, Vocabulário, Stroop cartão 3, Pares Associados e ao questionário JCQ .

(43)

TAB 2. CORRELAÇÕES ENTRE COMPLEXIDADE DE TRABALHO, VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS E DESEMPENHO NOS TESTES.

CTC CTD CTP CTT

Pares Associados fácil 4 -0,04 0,14 0,08 0,24

Complexidade de Trabalho com Coisas (CTC) 0,22 0,21 0,33*

Complexidade de Trabalho com Dados (CTD) 0,22 0,92* 0,54*

Complexidade de Trabalho com Pessoas (CTP) 0,21 0,92* 0,50* Complexidade de Trabalho Total (CTT) 0,33* 0,54* 0,50*

Idade 0,00 -0,02 0,04 0,01

Anos de estudo -0,03 0,37* 0,27* 0,54*

JCQ controle sobre o trabalho -0,00 0,27 0,15 0,32*

JCQ autoridade decisória -0,03 0,09 0,16 0,11

JCQ autoridade decisória nível macro 0,08 -0,09 -0,05 -0,01

JCQ demandas psicológicas -0,08 -0,14 -0,08 -0,19

JCQ demandas físicas 0,13 -0,30* -0,18 -0,25

JCQ insegurança no trabalho 0,20 0,14 0,13 0,17

JCQ suporte supervisor -0,12 -0,25 -0,11 -0,13

JCQ suporte colegas 0,12 0,21 0,12 -0,02

GDS 0,00 -0,29* -0,24 -0,25

Dígitos Ordem Inversa 0,10 0,21 0,18 0,26

Corsi Ordem Inversa 0,30* 0,22 0,22 0,33*

Trail Making B -0,03 -0,06 -0,01 -0,33*

F A S total 0,14 0,37* 0,32* 0,45*

Cubos 0,21 0,09 0,11 0,40*

cópia FCR 0,28* 0,46* 0,36* 0,47*

Memória Lógica imediata 0,26* 0,22 0,26* 0,35*

Memória Lógica tardia 0,15 0,20 0,21 0,47*

FCR imediata 0,14 0,11 0,04 0,19

FCR tardia 0,06 0,18 0,15 0,26*

Vocabulário 0,26* -0,09 -0,15 0,23

Fluência Verbal animais 0,07 0,09 0,03 0,38*

Stroop cartão 1 -0,00 -0,33* -0,24 -0,27*

Stroop cartão 2 -0,02 -0,09 -0,03 -0,27*

Stroop cartão 3 0,08 0,05 0,12 -0,14

Dígitos Ordem Direta -0,04 0,19 0,16 0,28*

CORSI Ordem Direta 0,16 0,12 0,15 0,25*

Trail Making A -0,10 -0,25 -0,19 -0,46*

Pares Associados fácil 1 0,12 0,26* 0,27* 0,29*

Pares Associados difícil 1 -0,09 0,20 0,19 0,20

Pares Associados fácil 2 -0,05 0,21 0,15 0,04

Pares Associados difícil 2 0,23 0,17 0,16 0,21

Pares Associados fácil 3 0,23 -0,06 -0,06 0,09

Pares Associados difícil 3 0,07 0,04 0,05 0,12

Pares Associados difícil 4 -0,14 0,21 0,18 0,09

Raven 0,08 0,23 0,18 0,46*

CTC= Complexidade de Trabalho com Coisas; CTD= Complexidade de Trabalho com Dados; CTP= Complexidade de Trabalho com Pessoas; CTT= Complexidade de Trabalho Total; MEEM= Mini Exame do Estado Mental; GDS: Escala de Depressão Geriátrica; JCQ= Job Content Questtionnaire; FCR= Figura Complexa de Rey. * Indica p<0,05

(44)

Figura 2. Correlações entre complexidade de trabalho e testes.

CTC= Complexidade de Trabalho com Coisas, CTP= Complexidade de Trabalho com Pessoas, CTD= Complexidade de Trabalho com Dados, CTT= Complexidade Total do Trabalho. Memória Lógica 1= imediata, OI= Ordem Inversa, P. Associados I= Pares Associados Fácil I 1ª apresentação. Todos os valores são de p < 0,05, exceto os sinalizados NS (não significativo).

CTT

CTC

0,33

0,50 0,54

0,46

0,21 NS

0,36 0,30

0,28

0,27 0,26

CTP CTD

CORSI OI

MEMÓRIA

LÓGICA 1 F A S

STROOP 1

TRAIL A

P. ASSOCIADOS I

- 0,25

Cópia da Figura Complexa de Rey

0,92 VOCABULÁRIO

0,26

0,33

0,26

0,32

(45)

& , # $ $

(

A tabela 3 mostra o desempenho (média ± DP) e as diferenças entre os níveis de complexidade do trabalho nos testes neuropsicológicos.

TAB 3. DESEMPENHO DOS GRUPOS DE COMPLEXIDADE DE TRABALHO NOS TESTES COGNITIVOS.

BCT MCT ACT P (ANOVA)

Dígitos OI 0,17

Corsi OI 0,05

Trail Making B 0,16

Erros Trail Making B 0,32

F A S total 0,01*

Cubos 0,05*

Cópia FCR 0,012*

Memória Lógica imediata 0,04*

Memória Lógica tardia 0,00*

FCR imediata 0,30

FCR tardia 0,07

Vocabulário 0,13

Fluência Verbal animais 0,00

Stroop cartão 1 0,02*

Stroop cartão 2 0,09

Stroop cartão 3 0,90

Dígitos OD 0,06

CORSI OD 0,15

Trail Making A 0,04*

Pares Associados fácil 1 0,18

Pares Associados difícil 1 0,12

Pares Associados fácil 2 0,90

Pares Associados difícil 2 0,11

Pares Associados fácil 3 0,49

Pares Associados difícil 3 0,58

Pares Associados fácil 4 0,45

Pares Associados difícil 4 0,46

Raven 3,46±1,03 3,81±1,13 186,26±80,68 2,04±4,18 25,26±13,09* 18,81±8,67* 31,71±4,35* 19,21±6,70* 13,83 ±5,86*#

18,07±7,70 15,69±7,66 29,92±6,04 13,36±4,25* 21,39±7,40* 29,04±11,36 37,96±13,56 5,38±0,94 4,31±0,74 73,41±28,78* 2,46±1,14 0,42±0,58 3,63±0,71 1,46±0,88 3,88±0,34 2,25±1,19 3,75±0,44 1,67±1,20 22,81±9,57* 3,66±0,94 4,10±0,99 159,1±72,96 0,81±1,18 28,50±9,65# 22,93±7,25 34,77±1,42 24,07±8,22 19,68±8,26 21,48±7,86 20,03±6,89 33,57±7,59 15,39±3,98 19,67±6,43 26,56±9,84 38,85±19,07 5,28±0,96 4,57±0,82 62,29±32,29 2,93±1,05 0,50±0,75 3,64±0,56 1,86±1,04 3,96±0,19 2,57±1,03 3,79±0,42 2,11±1,20 27,80±10,56* 4,07±1,03 4,64±0,84 136,50±82,66 1,64±2,82 40,85#±14,112*#

8,20±10,86* 34,03±4,48 23,47±5,88 19,87±5,26*#

20,30±7,14 20,90±9,13 32,13±6,09 18,67±6,16* 15,43±2,53* 21,57±7,04 40,86±26,58 6,00±1,07 4,86±1,10 48,14*±22,50* 3,08±1,19 0,92±0,95 3,54±0,97 2,15±1,07 3,92±0,28 2,31±1,38 3,92±0,28 1,92±1,55

41,73±21,54* 0,00*

* e # indicam diferenças entre os grupos para p< 0,05.

OI= ordem inversa; FCR= Figura Complexa de Rey; OD= ordem direta: PA= Pares Associados.

(46)

Figura Complexa de Rey [F(2,59) = 4,68; p< 0,01] em relação ao grupo MCT (p <0,01). Não houve efeito de grupo para MANOVA do desempenho na Figura Complexa de Rey (p= 0,14) tampouco diferença entre as recordações (p =0,17).

Para a análise da recordação das histórias do teste de Memória lógica, realizou-se MANOVA com grupo como variável independente e recordação (imediata e tardia) como fatores repetidos. Verificou-se efeito de grupo [F (2,63) = 5,17; p< 0,008] e de recordação [F (2,63) = 71,44; p< 0,001]. O grupo BCT teve desempenho inferior aos demais (ps <0,01) e a recuperação imediata dos grupos foi superior à tardia (p< 0,0001). Não foi observada interação entre grupo e recordação.

Efeito de grupo também foi observado no Trail Making A [F(2,61) =3,21; p< 0,04], sendo o grupo BCT significativamente mais lento em relação ao ACT (p< 0,03).

(47)

& & - $ +

, # $

Conforme descrito acima, os grupos de complexidade de trabalho diferiram no desempenho obtido em testes de fluência verbal fonológica e semântica (F A S e categoria animais), habilidades visuo-construtivas e planejamento executivo (Cubos e cópia da Figura Complexa de Rey), atenção (Trail Making A), recordação imediata e tardia de histórias (Memória Lógica imediata e tardia), desempenho de medida de inteligência (Raven) e nível socioeconômico. Tais diferenças foram submetidas a diversas ANCOVAS e as diferenças entre os grupos estão elucidadas na Tabela 4.

Inicialmente, a variável ‘estimulações cognitivas’ foi co-variada e os resultados mostraram que ao controlar o efeito, as diferenças foram mantidas em todos os testes e assim, atribuídas à complexidade de trabalho. Ao co-variar anos de estudo, essa variável não explicou o desempenho no Raven, e então, para garantir que a diferença entre os grupos não decorria da inteligência, o Raven foi utilizado como co-variada. Em seguida, ANCOVAS com a associação dos preditores foram realizadas para controlar o efeito conjunto de tais co-variadas sobre o desempenho nos testes e revelaram que:

F A S: a diferença inicialmente atribuída à complexidade do trabalho pode ser melhor compreendida pela ação das co-variadas, exceto para o efeito do desempenho no Raven sobre o teste F A S [F (2, 59)= 2,81; p= 0,06].

(48)

Fluência verbal semântica, Trail Making A e Memória Lógica imediata: o desempenho nesses testes foram explicados por todas co-variadas isolada ou associadamente.

Memória Lógica tardia: As diferenças não são explicadas pelo desempenho no Raven [F (2, 62)= 3, 79 p= 0,02], pela ANCOVA de Raven + estimulações cognitivas [F (2,61)= 3,55 p= 0,03] e tendem a não serem explicadas por anos de estudo [F (2,63)= 2,79, p= 0,06] e pela associação das variáveis Raven e anos de estudo [F (2,61)= 2,73 p= 0,07].

(49)

TAB 4. EFEITO DE ANOS DE ESTUDO, DESEMPENHO NO RAVEN E ESTIMULAÇÕES COGNITIVAS SOBRE O

FUNCIONAMENTO COGNITIVO DE GRUPOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE COMPLEXIDADE DO TRABALHO.

ANOVAS

Grupos de CT

ANCOVA

anos de estudo

ANCOVA anos de estudo +

desempenho no Raven

ANCOVA anos de estudo +

estimulações cognitivas

ANCOVA anos de estudo +

estimulações cognitivas +

desempenho no Raven

Teste F P Post hoc F P Post hoc F p Post hoc F p Post hoc F p Post hoc

F A S 7, 41 .01* B <A

M <A

0,81 .44 B <A M <A

0,50 .60 B <A M <A

0.80 .45 B <A M <A

0.51 .59 B <A M <A

FV semântica 6,15 .03* B <A 1,02 .36 B <A 0,66 .66 B <A 1.02 .36 B <A 0,41 .66 B <A

Cubos 5,70 .05* B <A 2,23 .11 B <A 1,66 .19 B <A

M <A

2.41 .09 B <A 1,84 .16 B <A

M <A

Cópia FCR 4,68 .01* B <M 3,40 .03* B <M 3,85 .02* B <M 3.26 .04 B <M .3,86 .02* B <M

Trail Making A 3,21 .04* A <B 0,34 .71 A <B 0,23 .79 A <B 0.33 .71 A <B 0,23 .79 A <B

Raven 9,81 .01* M < A 3,28 .04* B <A

M <A

- - 2.97 .05 B <A - - -

Memória Lógica Imediata

3,22 .04* B <M B <A

1,92 .15 B <M 2,21 .11 B <M 1.88 .16 B <M 2,19 .12 B <M

Memória Lógica Tardia

5,70 .01* B <M 2,79 .06* B <A 2,61 .07* B <M

B <A

2.73 .07* B <M B <A

2.19 .12 B <M B <A

Nível

socioeconômico

9,97 .01* B <A M <A

3,08 .05* B <A M <A

2,39 .09 B <A M <A

3.23 .04 B <A M <A

B <A M <A

(50)

0%

5

Investigamos se a complexidade do principal trabalho realizado por idosos ao longo da vida está relacionada às ações da RC no envelhecimento cognitivo saudável e essa relação é independente de variáveis confundidoras.

Anos de estudo, engajamento em atividades sociais, inteligência e nível sócio-econômico tiveram efeito sobre o desempenho cognitivo dos grupos de complexidade de trabalho. Entretanto, a ação isolada de cada uma dessas variáveis e suas associações mostraram diferentes contribuições. Isso sugere que o reflexo dessas variáveis no desempenho cognitivo afeta diferentemente as funções.

(51)

O efeito isolado de anos de estudo não explicou as diferenças encontradas para o nível socioeconômico e para a inteligência, indicando que a ocupação profissional e outros fatores associados representam uma possibilidade de interferir e modificar o nível do funcionamento cognitivo.

Inteligência também teve efeito em vários testes, melhorando o desempenho na fluência verbal semântica (animais), no Trail Making A e na recordação imediata da Memória Lógica. Sua associação com o efeito de anos de estudo explicou as diferenças encontradas e anteriormente descritas, reforçando a idéia de que a escolaridade aumenta o funcionamento intelectual prévio (Scarmeas, Stern; 2003). Todavia, a inteligência não explicou as diferenças encontradas para a cópia da Figura Complexa de Rey e para a recuperação tardia da Memória Lógica (p <0,07). Outros estudos encontraram que o nível intelectual mensurado na infância (inteligência) não está associado ao funcionamento da memória, ao raciocínio e ao estado cognitivo geral de idosos saudáveis, sendo melhor explicado pela ação da escolaridade e da complexidade de trabalho, respectivamente (Staff et al, 2004; Potter et al, 2007).

(52)

Até o exposto percebe-se que as diferenças no funcionamento cognitivo de idosos saudáveis inicialmente atribuídas ao nível de complexidade de trabalho são melhor explicadas por outras variáveis confundidoras. A ação dessas variáveis, isolada ou associadamente, modula o funcionamento de funções como memória verbal (recordações imediata e tardia), habilidades visuo-construtivas e que requeiram planejamento executivo e melhoram o desempenho em tarefas de fluência verbal (fonológica e semântica).

Entretanto, a contribuição do nível de complexidade de trabalho sobre o funcionamento cognitivo foi observada apenas no desempenho na cópia da Figura Complexa de Rey. A cópia da Figura Complexa de Rey é uma medida de funcionamento executivo, pois reflete o uso de estratégias e organização durante sua reprodução (Whalley et al, 2004; Newman, 2001). Esse fato sugere que o nível de complexidade de trabalho está relacionado a padrões de organização perceptual e de planejamento executivo.

O desempenho na cópia da Figura Complexa de Rey também está associada a alterações na escala de classificação de demência (CDR) (Watanabe et al, 2005) ao declínio da percepção espacial e ao avanço da DA (Kasai et al, 2006).

(53)

A diferença entre os grupos para o desempenho na cópia da Figura Complexa de Rey ocorreu no pior desempenho do grupo BCT em relação ao MCT. Esse mesmo padrão de diferença foi observado no nível de complexidade de trabalho com coisas, sugerindo que o grau de complexidade nesse domínio pode estar especificamente relacionado ao planejamento executivo, contradizendo trabalho anterior em que não foi encontrada associação entre complexidade de trabalho com coisas e funcionamento cognitivo (Schooler et al, 2004). Todavia, não houve relação entre outros testes que avaliam funcionamento executivo (Stroop e Trail Making) e complexidade do trabalho. Uma possível explicação é que a cópia da Figura Complexa de Rey pode ser considerada uma tarefa mais difícil em relação às demais. Desse modo, o cérebro recrutaria áreas frontais para manter o nível de desempenho nas tarefas de funções executivas (Buckner, 2004), compensando as alterações fisiológicas do envelhecimento. Assim, é possível que as diferenças entre os grupos de complexidade de trabalho apareceram apenas quando os mecanismos compensatórios não suportaram as demandas solicitadas na cópia da Figura Complexa de Rey, sugerindo que este teste é mais sensível aos níveis de reserva cognitiva.

A complexidade de trabalho com dados e pessoas foi associada a melhores desempenhos em tarefas que envolviam velocidade de processamento, atenção e memória verbal e fluência verbal, respectivamente. Nossos resultados corroboram estudo anterior no qual escores elevados no MEEM foram associados a menores taxas de prejuízo cognitivo, mesmo quando variáveis demográficas estavam controladas. Além disso, a complexidade de trabalho com dados esteve associada a melhores escores no MEEM mesmo quando a classe ocupacional foi controlada (Andel et al, 2007).

(54)

et al, 2004) e sugerem que esse efeito pode ser observado no envelhecimento. Tais resultados também vão ao encontro da literatura sobre pacientes com DA. Complexidade de trabalho com dados e pessoas reduziu o risco de desenvolver DA em uma amostra de gêmeos (Andel et al, 2005) e em indivíduos portadores de DA, elevados níveis de escolaridade foram associadas à complexidade de trabalho com dados e pessoas predisseram taxas mais aceleradas de declínio cognitivo (Andel, 2006).

Possivelmente o envolvimento de elevadas demandas de trabalho com dados e pessoas cria um efeito protetor que se reflete no melhor desempenho cognitivo de idosos saudáveis, ao passo que nos idosos com DA a sintomatologia clinica da doença passa a ser expressa quando a ação protetora se esgota e assim, o declínio cognitivo torna-se acelerado. Desse modo, o mecanismo protetor da complexidade de trabalho ocorre também pelo seu grau de envolvimento com dados e pessoas e medeia as mudanças cognitivas relacionadas à idade e a expressão e curso da DA.

O mecanismo associado à complexidade ocupacional e ao funcionamento cognitivo pode ser a freqüência e a intensidade de desafios intelectuais, que permitem maior estimulação intelectual no ambiente de trabalho (Scooler et al, 2004).

(55)

sociais, intelectuais e medidas ordinais sobre ocupação-educação) e volume cerebral, porém RC foi relacionada à diminuição da ativação em diversas regiões corticais e subcorticais, incluindo lobo frontal, o cerebelo o córtex temporal direito e o tálamo esquerdo. Quando as medidas de RC foram analisadas separadamente, apenas nível de educação-ocupação teve efeito significativo sobre ativação dessas áreas cerebrais. Nos idosos com CCL e DA, maior RC esteve relacionada a volumes cerebrais menores e ao aumento da ativação cerebral no cíngulo anterior direito e no giro lingual. Em suma, idosos saudáveis com mais reserva mostram menos ativação cerebral ao passo que em processos patológicos essa relação é direta, sugerindo ação da RC nesses padrões. Adicionalmente, Stern (Stern et al, 2003) mostrou que a RC permite aos indivíduos lidarem com as mudanças e desafios em geral, ao invés de apenas mostrarem melhor desempenho em um domínio cognitivo. Nossos resultados corroboram essa afirmação, pois mostram que a complexidade de trabalho como medida de reserva cognitiva está relacionada ao desempenho na cópia da Figura Complexa de Rey, esta sendo uma medida de funcionamento executivo, ou seja, o desempenho do sujeito está relacionado ao quanto este consegue manipular e planejar a demanda imposta pela tarefa e não apenas pela simples reprodução da figura.

(56)

alterações decorrentes do envelhecimento e seja bom indicador dos limites entre a senescência saudável e patológica.

É possível ainda que a atuação da complexidade de trabalho, como medida direta de RC no desempenho cognitivo de idosos saudáveis, module o desempenho de tarefas que incluam planejamento executivo e habilidades visuo-construtivas (cópia da Figura Complexa de Rey) enquanto a agregação de estimulações cognitivas recebidas ao longo da vida (anos de estudo, complexidade de trabalho, engajamento em atividades cognitivas e inteligência) estejam associadas à manutenção de conteúdos episódicos verbais (Memória Lógica). Com estes resultados, podemos supor, baseado na revisão de Kolb e colaboradores (1998), que quanto mais estimulações ao longo da vida, maior a plasticidade neuronal. Nesse sentido, o engajamento em atividades intelectuais serve para proteger indivíduos contra o declínio cognitivo relacionado à idade (Hultsch et al, 1999).

Nosso estudo agrega valor a estudos anteriores que afirmaram que a análise da complexidade do trabalho deve ter prioridade na investigação das demandas cognitivas envolvidas na sua execução, bem como nas relações existentes com coisas, dados e pessoas. Naturalmente o presente trabalho apresenta inúmeras limitações, algumas decorrentes do desenho experimental. Não foi possível compreender plenamente os mecanismos subjacentes à formação da RC, à medida que seria necessária a utilização de técnicas de neuroimagem. Outra limitação foi a impossibilidade de investigar como a complexidade do trabalho e as demais variáveis confundidoras atuam continuamente sobre o envelhecimento, indicando a necessidade de novos estudos longitudinais.

(57)

6%

(

7

1. O nível de complexidade de trabalho com coisas está relacionado ao melhor desempenho na cópia da Figura Complexa de Rey, sugerindo que estimulações ocupacionais nesse domínio auxiliem idosos saudáveis em tarefas que exigem planejamento executivo e habilidades visuo-espaciais, sendo essa relação independente de variáveis confundidoras.

2. Complexidade de trabalho com dados está relacionada ao melhor desempenho em tarefas que envolvam atenção e velocidade de processamento ao passo que o grau de envolvimento com pessoas está relacionado ao melhor desempenho em tarefas de memória e fluência verbal.

(58)

8%

9

(59)

(-Nível de Complexidade de Trabalho (Schooler et al, 1999)

Complexidade de Trabalho com Dados

Definição Dados: Informação e conhecimento obtidos por observação, investigação, interpretação e criação mental. Incluem números, palavras, símbolos, idéias, conceitos e verbalização oral também.

Níveis: 1-Sem relações significativas, 2-Ler instruções, 3-Copiar dados, 4-Comparar dados, 5-Computar dados, 6-Compilar dados, 7-Analisar dados, 8-Coordenar dados, 9-Sintetizar dados.

Complexidade de Trabalho com Coisas

Definição Coisas: Objetos inanimados. Inclui substâncias ou materiais, máquinas, teclas, equipamentos e produtos. É tocável e possui uma forma e outras características físicas.

Níveis: 1-sem relações significativas, 2- manipulação manual, 3- retirar- colocar

materiais, 4- controle de máquinas, 5- manipular, 6- dirigir- operar, 7- operar- controlar, 8- trabalhos com precisão, 9- criar máquinas e equipamentos,

Complexidade de Trabalho com Pessoas

Níveis: sem relações significativas, 2- servir, 3- receber instruções e ajudar, 4- falar ou sinalizar, 5- persuadir, 6- divertir, 7- supervisionar, 8- instruir, 9- negociar,10-

aconselhar.

Complexidade de Trabalho Total

(60)
(61)

Anexo 2. Entrevista Semi-Estruturada.

I. Ocupação

Cargo: Classificação CBO:

Nos últimos quinze anos, esteve afastado do trabalho por algum motivo?Quanto tempo?

Foi promovido, houve mudança de cargo? _______________________________________

1- Descreva minuciosamente um dia rotineiro do seu trabalho.

______________________________________________________________________ Quais principais atividades que você precisa realizar? (em algumas ocupações como agricultores, dias podem ser substituídos por período do ano).

______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Quanto do seu trabalho você consegue realizar E pensar em outras coisas ao mesmo tempo?

( )não consigo ( )pouco tempo ( )alguma parte do tempo ( )boa parte do tempo ( ) todo o tempo

______________________________________________________________________ 3- Em sua rotina de trabalho, qual a necessidade de planejamento das atividades? Em qual ocasião isso ocorre?

( ) todo o tempo ( ) a maior parte do tempo ( ) alguma parte do tempo ( ) não preciso

(62)

5- Em sua rotina de trabalho, qual a necessidade de planejamento de solução de problemas? Em qual ocasião isso ocorre? As decisões são tomadas individualmente(1) ou em conjunto (2)?

( ) todo o tempo ( ) a maior parte do tempo ( ) alguma parte do tempo ( ) não preciso

______________________________________________________________________ 6- Responda sim (0) ou não (1) para as seguintes perguntas:

1- Você tem influência sobre as decisões/ atividades do seu trabalho? ( ) __________ 2- Seu trabalho é monótono? ( )_________________

3- Você está exposto a grandes quantidades de trabalho? ( )____________________ 4- Seu trabalho exige muita concentração e raciocínio? ( ) _____________________ 5- Seu trabalho exige alta precisão? ( ) _____________________

6- Você trabalha regularmente sobre pressão? ( ) _____________________

7- Em uma escala de 0 (ausência) a 10 (grau elevado), o quanto você atribui para: 1- Nível de stress vindo das tarefas do trabalho ( )

2- Nível de stress decorrente das relações com colegas de trabalho ( ) 3- Nível de stress decorrente da relação com supervisor/ chefe ( ) 4- Nível de satisfação em exercer tal ocupação ( )

5- Nível de significância do seu trabalho ( )

II. Escolaridade

1- Grau de escolaridade: 1- Ensino Fundamental 2- Ensino Médio 3- Ensino superior

2- Fez supletivo ( )/ Reprovou ( )

3- Interrompeu os estudos em algum momento, se sim por qual motivo e por

quanto tempo:

_____________________________________________________________ 4- Tem conhecimento em outras línguas?

( )sim ( )não .Qual: _______________________________________________ ( ) le e escreve ( ) só lê

(63)

III. Estimulações

Realiza alguns desses “passatempos”?

( ) jogar xadrez ( ) joga baralho ( ) palavra- cruzada, nível_______ ( ) Sudoku ( ) Outros: ___________________________

Há quanto tempo? _____________ qual freqüência? _____________

Lê livros? ( ) não ( ) sim: ( ) freqüentemente ( ) às vezes ( ) raramente Vê filmes? ( ) não ( ) sim: ( ) freqüentemente ( ) às vezes ( ) raramente Visita amigos? ( ) não ( ) sim: ( ) freqüentemente ( ) às vezes ( ) raramente Viaja/ faz passeios? ( ) não ( ) sim: ( ) freqüentemente ( ) às vezes ( ) raramente Atividades religiosas: ( ) não ( ) sim: ( ) freqüentemente ( ) às vezes ( )

raramente

Realiza trabalho voluntário?

_______________________________________________ Observações:

___________________________________________________________________

V- Saúde e antecedentes familiares

1-- Doenças Crônicas: ( ) não ( ) sim, qual? ________________________________ 2-Uso de medicamentos:

_________________________________________________ 3-Antecedentes de Demência na família:

4-Tabagismo:

( ) nunca fumou ( )parou de fumar ( ) fuma, de 1-9 cigarros/ dia ( )fuma, 10-19 cigarros dia ( ) 20 ou mais cigarros/ dia.

Parou há quanto tempo: __________ Há quanto tempo fuma: ___________

5- Prática de Atividade Física:

(64)
(65)

Elaborado por: Robert Karasek (University of Massachusetts, Lowell)

Tradução e adaptação: Tânia Araújo – Núcleo de Epidemiologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Epidemiology Group - State University of Feira de Santana, Bahia, Brazil) – E-mail:araujotania@hotmail.com

Final data of approaval (JCQ Center):12/18/2001

Para as questões abaixo assinale a resposta que melhor corresponda a sua situação de trabalho. Às vezes nenhuma das opções de resposta corresponde exatamente a sua situação; neste caso escolha aquela que mais se aproxima de sua realidade.

1. Meu trabalho requer que eu aprenda coisas novas.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

2. Meu trabalho envolve muita repetitividade.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

3. Meu trabalho requer que eu seja criativo.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

4. Meu trabalho permite que eu tome muitas decisões por minha própria conta.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

5. Meu trabalho exige um alto nível de habilidade.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

(66)

7. Em meu trabalho, posso fazer muitas coisas diferentes.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

8. O que tenho a dizer sobre o que acontece no meu trabalho é considerado. 1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

9. No meu trabalho, eu tenho oportunidade de desenvolver minhas habilidades especiais.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

10. Quantas pessoas estão em seu grupo de trabalho ou unidade/setor ?

1( ) Trabalho sozinho 3( ) 2-5 pessoas 8( ) 6-10 pessoas 15( ) 10-20 pessoas

30( ) 20 ou mais pessoas

11A. Eu tenho influência significativa sobre as decisões em meu grupo de trabalho/unidade

8( ) Trabalho sozinho 1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

11B. Meu grupo de trabalho ou unidade toma decisões democraticamente. 8( ) Trabalho sozinho 1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

12. Eu tenho, pelo menos, alguma possibilidade de que minhas idéias sejam consideradas em relação às políticas da empresa (ex.: demissão, contratação, nível salarial,

fechamento de setores, compra de novos equipamentos etc.)

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

(67)

1( ) Não 2( ) Sim, de 1-4 pessoas 3( ) Sim, de 5-10 pessoas 3( ) Sim, de 11-20 pessoas 5( ) Sim, 20 pessoas ou mais 14. Eu sou um membro do sindicato ou da associação de empregados. 2 ( ) Sim 1( ) Não

15. Meu sindicato ou associação de empregados tem influência sobre as políticas adotadas pela empresa.

8( ) Não sou um membro 1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo

fortemente

16. Eu tenho influência sobre as políticas do sindicato ou associação de empregados. 8( ) Não sou um membro 1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo

fortemente

17. Meu trabalho requer que eu trabalhe muito rapidamente.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

18. Meu trabalho requer que eu trabalhe muito duro.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

19. Meu trabalho exige muito esforço físico.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

20. Eu não sou solicitado para realizar um volume excessivo de trabalho.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

21. O tempo para realização das minhas tarefas é suficiente.

(68)

22. Sou freqüentemente solicitado a mover ou levantar cargas pesadas no meu trabalho. 1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

23. Meu trabalho exige atividade física rápida e contínua.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

24. Eu estou livre de demandas conflitantes feitas por outros.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

25. Meu trabalho exige longos períodos de intensa concentração nas tarefas.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

26. Minhas tarefas, muitas vezes, são interrompidas antes que eu possa concluí-las, adiando

para mais tarde a sua continuidade.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

27. Meu trabalho é desenvolvido de modo frenético.

1( ) Discordo fortemente 2( ) Discordo 3( ) Concordo 4( ) Concordo fortemente

28. Freqüentemente, meu trabalho exige que eu mantenha meu corpo, por longos períodos,

em posições fisicamente incômodas.

Referências

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