• Nenhum resultado encontrado

Comportamento de parâmetros fisiológicos de homens e mulheres em condições de estresse laboral submetidos à técnica Watsu

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Comportamento de parâmetros fisiológicos de homens e mulheres em condições de estresse laboral submetidos à técnica Watsu"

Copied!
74
0
0

Texto

(1)

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA MESTRADO EM PSICOBIOLOGIA

COMPORTAMENTO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE HOMENS E MULHERES EM CONDIÇÕES DE ESTRESSE LABORAL SUBMETIDOS À

TÉCNICA WATSU

(2)

COMPORTAMENTO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE HOMENS E MULHERES EM CONDIÇÕES DE ESTRESSE LABORAL SUBMETIDOS À

TÉCNICA WATSU

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de mestre em Psicobiologia.

Orientadora: Maria Teresa da Silva Mota Co-orientadora:Vera Maria da Rocha

(3)

SUBMETIDOS À TÉCNICA WATSU Autora: Larissa Bastos Tavares

Data da apresentação: 29/10/2004

Banca Examinadora:

_________________________________________ Prof. ª DR.ª Maria Teresa da Silva Mota

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN

_________________________________________ Prof.ª Dr.ª Maria Bernardete cordeiro de Sousa

Universidade Federal do Rio grande do Norte, RN

(4)

A Deus Ser supremo, criador de todas as coisas, pelas oportunidades e acontecimentos que surgem no momento certo com as devidas soluções.

À minha família, Bel e Nununo que foram os alicerces para a minha educação e formação pessoal. Às minhas primas Nana e Lili, pelo incentivo em acreditar que sou capaz, além das ajudas nas “panes” do computador, quando na minha burrice de operadora sempre pedia ajuda. À minha filha Luíza, desculpa pelos momentos de ausência e obrigada por me proporcionar sempre alegria, mesmo nos meus momentos de maiores angústias e por ser a força que me impulsiona diariamente a crescer e viver. Em especial, à minha mãe Cilene, por estar sempre presente, por agüentar os meus “estresses”, por me fazer a acreditar que sou capaz e por me acalmar nas madrugadas de angústia quando pensava que não ia conseguir. Minha pequena família, minha grande conquista de Sabedoria e Amor.

À empresa que aceitou a realização do experimento, na pessoa de Rosângela e especialmente aos voluntários que participaram do estudo, pois sem eles não teríamos resultados.

Agradecimento especial à Ilse, psicóloga colaboradora, pelas vastas viagens para a Zona Norte, mesmo aventurando não ser pega na “blitz”, por compartilhar dos momentos de desespero, sempre ouvindo, aconselhando e incentivando o término do trabalho.

(5)

desculpas pelo trabalho que dei...

Um imenso agradecimento a Vera pelo incentivo, conselhos, conhecimentos e pelos “puxões de orelha”, não esqueço que essa relação é de amor e ódio; mais eu te adoro! Obrigada por tudo.

À Selma pelo fornecimento de material literário, pelos testos lidos em conjunto, pelas dúvidas estatísticas e por estar sempre disponível a me ajudar.

Agradecimento aos pacientes da clínica por terem entendido minha ausência, em especial a Paulo pela compreensão, sabedoria, paciência, dignidade e companheirismo, sempre acreditando no meu trabalho e na minha pessoa. Por disponibilizar a clínica para a realização da pesquisa e ainda por ter aplicado as sessões de Watsu. Paulo, obrigada de coração.

Quero agradecer às minha amigas Karina e Kátia pela força, companheirismo e pelas farras é lógico. Obrigada a Andressa pela amizade, incentivo e por ter suportado às altas demandas de pacientes na clínica. Andressa obrigada. Lauir, não esqueci você, obrigada também pela força.

(6)

FIGURA 1 - Começando na parede 57

FIGURA 2 - Dança da respiração na água 57

FIGURA 3 - Sanfona 57

FIGURA 4 - Sanfona rotatória 57

FIGURA 5A - Rotação com a perna próxima ao corpo 58 FIGURA 5B - Rotação com a perna próxima ao corpo 58

FIGURA 6 - Captura 58

FIGURA 7A- Balanço braço e perna 58

FIGURA 7 B - Balanço braço e perna 59

FIGURA 8 A - Torção 59

FIGURA 8 B - Torção 59

FIGURA 9 - Joelho na cabeça 59

FIGURA 10 - Valores médios das variáveis fisiológicas de homens e mulheres antes e após imersão em água aquecida e a aplicação a Técnica Watsu

28

FIGURA 11 - Comparação dos parâmetros fisiológicos entre homens e mulheres na condição basal

29

FIGURA 12 - Variação dos parâmetros fisiológicos antes e após imersão em água e aplicação da Técnica Watsu entre homens e mulheres

30

FIGURA 13 - Comparação dos parâmetros fisiológicos nas fases folicular e luteal do ciclo ovulatório das mulheres na condição basal

31

FIGURA 14 - Variação dos parâmetros fisiológicos antes e após imersão em água e aplicação da Técnica watsu entre as fases folicular e luteal do ciclo ovulatório

32

FIGURA 15 - Variação dos parâmetros fisiológicos entre homens e mulheres nas fases folicular e luteal do ciclo ovariano na condição basal

(7)
(8)

Quadro 1 ESCALA INDIVIDUAL DA ANSIEDADE TRAÇO-ESTADO PARA HOMENS E MULHERES

(9)

TABELA 1 - Estatística descritiva para os parâmetros fisiológicos de homens e mulheres na condição basal

27

TABELA 2 - Estatística descritiva para os escores do PEQL geral de homens e mulheres

(10)

ANEXO 1 Termo de Consentimento Livre e esclarecido 60

ANEXO 2 Inventário de Identificação 61

ANEXO 3 Ficha de Controle do Ciclo Ovariano 62

ANEXO 4 Cartilha de Orientação 63

ANEXO 5 Questionário do Estresse Percebido de Levenstein-Forma Geral

64

ANEXO 6 Instrumento para Avaliação do Estado de Humor – POMS

65

(11)

COMPORTAMENTO DE PARÂMETOS FISIOLÓGICOS DE HOMENS E MULHERES EM CONDIÇÕES DE ESTRESSE LABORAL SUBMETIDOS À TÉCNICA WATSU

Autora: Larissa Bastos Tavares

Orientadora: Maria Teresa da Silva Mota Co-orientadora: Vera Maria da Rocha

(12)
(13)

PHYSIOLOGICAL BEHAVIOR OF PARAMETERS OF MEN AND WOMEN IN CONDITIONS OF LABORAL STRESS SUBMITTED TO THE TECHNIQUE WATSU

Author: Larissa Bastos Tavares Adviser: Maria Teresa da silva Mota Co-adviser: Vera Maria da Rocha

(14)
(15)

LISTA DE TABELA ix

QUADRO x

LISTA DE FIGURAS xi

LISTA DE ANEXOS xii

RESUMO xiii

ABSTRACT xiv

1. INTRODUÇÃO 1

1.1. ESTRESSE 2

1.2. MECANISMOS FISIOLÓGICOS DO

ESTRESSE

4

1.2.1. EIXO

HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL

4

1.2.2. RESPOSTA AUTONÔMICA DO

ESTRESSE

5

1.3. PERCEPÇÃO DO ESTRESSOR:

POSSÍVEIS INFLUÊNCIAS

6

1.3.1. GÊNERO 8

1.3.2. ESTADO DE HUMOR: O TRAÇO DE

ANSIEDADE E O ESTADO DE ANSIEDADE

9

1.4. AMBIENTE DE TRABALHO: POSSÍVEL

MECANISMO ESTRESSOR?

11

1.5. RELAXAMENTO COMO AGENTE

REDUTOR DOS EFEITOS DELETÉRIOS DO ESTRESSE

13

2. OBJETIVO 15

(16)

3. MATERIAL E MÉTODO 18

3.1. Caracterização da Pesquisa 18

3.2. Sujeitos 18

3.3. Monitoramento do Ciclo Ovariano 19 3.4. 3.5. 3.5.1. 3.5.2. 3.5.3. 3.5.4. 3.6. 4. 5. 5.1. 5.1.1. 5.1.2. 5.2. 5.3. 5.3.1. 5.3.2.

Caracterização do Grupo Controle e do Grupo Experimental

Experimento Local

Parâmetros Fisiológicos Basais

Parâmetros Fisiológicos Após Período de Imersão em Água Quente

Parâmetros Fisiológicos Associados à Aplicação da Técnica Watsu

Avaliação da Percepção do Estresse, do Humor e da Ansiedade

ANÁLISE ESTATÍSTICA RESULTADOS

Parâmetros Fisiológicos e o Gênero

Comparação dos Parâmetros Dentro de Cada Gênero

Comparação dos Parâmetros Entre os Gêneros

Perfil dos Parâmetros Fisiológicos nas Fases do Ciclo Ovariano

Percepção do Estresse, Estado de Humor, Traço-Estado de Ansiedade

Percepção do Estresse de Homens e Mulheres pelo PEQL Geral

Estado de Humor para Homens e Mulheres através do POMS

(17)

6. 6.1. 6.1.1. 6.1.2. 6.1.3. 6.2.

Estado pelo IDATE DISCUSSÃO

Parâmetros Fisiológicos e Gênero Condição 1: Basal

Condição 2: Imersão em Água Condição 3: Aplicação do Watsu

Parâmetros Fisiológicos versus Fases do

Ciclo Ovariano

37 37 37 38 41 43

6.2.1. Condição 1: Basal 43

6.2.2. Condição 2: Imersão em Água 44

6.2.3. Condição 3: Aplicação do Watsu 45 6.3. Associação entre os Parâmetros Fisiológicos

e a Percepção do Estresse, o Estado de Humor e o Traço-Estado de Ansiedade

45

7. CONCLUSÕES 48

(18)

1. INTRODUÇÃO

Durante o processo de formação em Fisioterapia, bem como na prática profissional, é comum a queixa de pacientes com dores de caráter crônico que estão muitas vezes relacionadas à atividade laboral. Atividades exercidas por bancários, motoristas de ônibus, plantonistas, dentistas, entre outros, normalmente são definidas como estressoras, podendo levar a alteração de mecanismos fisiológicos e comportamentais do organismo. Essas alterações parecem estar relacionadas com o surgimento de algias crônicas e alterações cardiovasculares, como a hipertensão, que apresentam uma alta incidência de morbidade e mortalidade em nosso país (Silvestre, Kalache e Ramos, 1996; Lotufo, 1996).

Essas queixas fazem com que os fisioterapeutas utilizem-se dos mais variados procedimentos, como técnicas eletrotermoterápicas, cinesioterapia, acupuntura, como também técnicas de relaxamento como o Watsu a fim de minimizar, ou de preferência debelar, esse quadro que tanto interfere no bem-estar do indivíduo, já que os organismos buscam o equilíbrio entre seu meio interno e o ambiente que os rodeia, de forma a melhor se adaptarem as demandas associadas à sobrevivência e reprodução (Clayton, 1998, Kisner & colby, 1992, Georgeakopoulos, 1996).

Dentre os procedimentos citados, o Watsu tem sido uma alternativa, pois considera o indivíduo não só como corpo, mas como um conjunto formado também pela psique, pela alma e pelo espírito (Georgeakopoulos, 1996). É nesse tipo de abordagem que se busca a Medicina psicossomática quando os aspectos físico e psicológico do indivíduo tornam-se fundamental no processo saúde x doença (Oliveira, 1998; Bio, 1999). Nesse sentido, um tema particularmente interessante tem sido a influência do estresse sobre o desenvolvimento de doenças (Levenstein et al,

(19)

1. 1. ESTRESSE

O termo estresse é derivado da engenharia e foi adotado pelos biólogos para definir um evento ou situação que cria um estado de desequilíbrio de natureza física ou psicológica, ou a resposta elaborada por nosso corpo a essa perturbação (Sapolvsky, 2000). O estresse é definido ainda como a maneira que o indivíduo reage, a nível físico ou psicológico, diante de um desafio (MacFadden, 1999). Esse termo pode incluir três componentes: o agente estressor, a resposta ao estresse e os mecanismos fisiológicos entre esse agente e sua resposta (Nelson, 2000). Ou seja, definições de estresse envolvem tanto as características do estímulo estressor como as da resposta, sendo, entretanto a soma de todos os efeitos não-específicos dos fatores que podem atuar sobre o corpo para aumentar o gasto energético (Nelson, 2000; Siegel e Cheu, 2001). Assim, o conceito de estresse é ainda abstrato para a biologia e a medicina, mostrando não haver consenso quanto ao termo.

A resposta fisiológica ao elemento estressor é dividida em três componentes: comportamental, autonômico e endócrino, que tem como finalidade a manutenção da homeostase, sendo, portanto, adaptativa para o organismo (Mc Ewen, 2000; Sapolsky, 2000; Lovallo e Thomas, 2000). No entanto, quando os organismos são submetidos a agentes estressores por um longo período de tempo, essa resposta pode se tornar deletéria culminando no aparecimento de alguns distúrbios que incluem danos ao tecido muscular (atrofia muscular), amenorréia, infertilidade e impotência sexual, diminuição no crescimento e no reparo tecidual, inibição da resposta inflamatória, diminuição da sensibilidade à insulina, que aumentam os riscos de diabetes, hipertensão, hiperlipidemia e hipercolesterolemia, que associados ao aumento da pressão arterial, favorecem o surgimento de desordens cardiovasculares (Meaney et al, 1993; Carlson, 1994; Nelson, 2000; Lovallo e Thomas, 2000; Sapolsky, 2000;

(20)

De acordo com Selye (1993), considerado o pioneiro na pesquisa moderna sobre o estresse, a exposição prolongada do indivíduo a estressores resulta em adaptação, sendo essa resposta classificada como Síndrome Geral de Adaptação (GAS: General Adaptation Syndrome). A GAS é dividida em três estágios: a) reação

de alarme, que consiste na detecção do agente estressor, b) resistência, associada à reação ao agente estressor, e c) exaustão, caracterizada pelo início do estresse patológico, que em casos extremos pode levar a morte.

Durante a Reação de Alarme é ativado o Sistema Nervoso Autônomo e o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA) que desencadeiam respostas rápidas e prolongadas que permite a adaptação do organismo à condição estressante. Se os agentes estressantes desaparecem, tais reações tendem a regredir, no entanto, se o estímulo continua presente, inicia-se a fase de Resistência, caracterizada basicamente pela reação de hiperatividade do eixo HHA. Nessa fase, as reações adaptativas que surgem durante a fase de Alarme, desaparecem dando lugar a uma sensação de desgaste e cansaço (Mello Filho, 1992; Lipp, 2003). Se os estressores continuarem a agir tornando-se crônicos, o organismo exaure sua reserva de energia e a fase de Exaustão manifesta-se, surgindo desordens fisiológicas as quais originam as doenças (Mello Filho, 1992; Lipp, 2003). Nessa condição, haverá um aumento na capacidade de secreção de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e glicocorticóides (cortisol) pelas glândulas adrenais (Sapolsky, 2002). Em situações semelhantes, a resposta hormonal diminui ao longo do tempo, em vista da adaptação do indivíduo ao estressor e não ao esgotamento na produção desses hormônios.

(21)

Considerando a abrangência do tema e sua importância para o desenvolvimento deste estudo, é essencial a caracterização dos mecanismos endócrino e autonômico da resposta ao estresse.

1. 2. MECANISMOS FISIOLÓGICOS DO ESTRESSE

A resposta fisiológica ao estresse inclui a ativação das porções cortical e medular das glândulas adrenais localizadas nos pólos superiores dos rins. A resposta mediada pela porção cortical é caracterizada pela ativação do eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA), que é o principal responsável pelo controle da resposta aos estressores físicos e psicológicos (Lovallo e Thomas, 2000; Domes et al, 2001). Diante

de um evento ameaçador, o hipotálamo, formado por um conjunto de células e fibras nervosas, localizado na base do cérebro, é ativado e libera o fator de liberação de corticotropina (CRF), que é liberado no Sistema Porta-Hipotalâmico-Hipofisário, ativa as células corticotróficas da hipófise anterior, promovendo a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). Este atua na camada intermediária do córtex adrenal, a zona fasciculada, promovendo a secreção de glicocorticóides (Selye, 1993; Guyton e Hall, 1996; Sapolsky, 2000). Por outro lado, a porção medular das adrenais faz parte da divisão simpática do Sistema Nervoso Autônomo, e libera adrenalina e noradrenalina na corrente sangüínea as quais são responsáveis pela rápida resposta neurovegetativa ao estressor.

1. 2. 1. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL

(22)

da taxa de utilização da glicose pela maioria dos tecidos. Ademais, o cortisol reduz as reservas de proteínas em todos os tecidos, exceto no fígado, além de favorecer o metabolismo de gorduras (Guyton e Hall, 1996; Smyth et al, 1997). Outros efeitos do

cortisol estão associados com a adrenalina, noradrenalina, serotonina, endorfinas, esteróides gonadais entre outros, e consistem no aumento da entrada de oxigênio nos tecidos, diminuição do fluxo sangüíneo nos sistemas gastrointestinal e reprodutivo, diminuição da digestão, do crescimento, da resposta imune, da função reprodutiva e da percepção dolorosa, além de influenciar o mecanismo de consolidação da memória (Nelson, 2000). Essas respostas são dependentes da concentração do hormônio, como também da presença de receptores específicos para o cortisol (Gratsias et al, 2000).

Ademais, Bassett, Marshall e Spillane, (1987) e Jones, Rollman e Brooke (1997), apontam os fatores ambientais, emocionais, cognitivos, sociais, biológicos e individuais como influentes na resposta fisiológica a um mecanismo estressor.

Juntamente com a ativação do eixo HHA, a ativação da resposta autonômica consiste outro importante mecanismo que medeia à resposta ao estresse (Selye, 1993).

1. 2. 2. RESPOSTA AUTONÔMICA DO ESTRESSE

(23)

ativação em longo prazo da resposta autonômica contribui para o surgimento de várias desordens fisiológicas.

No que diz respeito a resposta hemodinâmica, Tan, Gan e Knuepfer (2003) sugerem que o perfil hemodinâmico de humanos diante de um estressor agudo é bastante variado, com alguns indivíduos respondendo com um aumento na resistência vascular sistêmica, e outros apresentando um aumento no rendimento cardíaco. Segundo Guyton e Hall (1997), essa resposta está associada às concentrações de epinefrina e norepinefrina liberadas, já que enquanto a norepinefrina causa vasoconstricção em essencialmente todos os vasos do corpo, favorecendo o aumento da resistência vascular periférica e aumento da pressão arterial, a epinefrina atuando nos receptores beta do coração, tem um efeito mais significativo no débito cardíaco.

Adicionalmente, Everson et al (1996) e Markovitz et al (1998) observaram que

(24)

1. 3. PERCEPÇÃO DO ESTRESSOR: POSSÍVEIS INFLUÊNCIAS

De acordo com Guerra et al (2001), as características pessoais do indivíduo

como gênero, idade, traços de personalidade, situação social, bem como características, genéticas, parentais e sócio-familiares, são possíveis moduladores da resposta fisiológica a estressores (físico e psicológico). Nesse sentido, Carlson (1994) e MaCafadden (1999) sugerem que as diferenças de temperamento ou a experiência com uma situação particular influenciam também o grau de reatividade do indivíduo ao estressor, se severo ou não; sendo nesse caso, a percepção individual um fator predominante.

Além dos fatores citados, uma variável importante que determinará se um estímulo aversivo causará uma reação de estresse de diferente magnitude é o grau de controle que o indivíduo tem sobre a situação. Carlson (1994) sugere que situações que permitam um menor nível de controle são menos prováveis de produzirem sinais de estresse que aquelas cujo controle é nulo ou inexistente. Ademais, Sapolsky (1994) aponta a previsibilidade como um fator modulador dessa resposta, ou seja, a possibilidade de prever um possível estressor pode favorecer o controle do indivíduo sobre a situação estressora, influenciando, portanto, a resposta do estresse, cujos efeitos deletérios podem ser minimizados.

De acordo com Heim, Ehler e Hellhammer (2000), o gênero é um fator a ser considerado quando da avaliação de reatividade. O sexo masculino apresenta uma melhor habilidade na resolução de uma situação ameaçadora imediata, enquanto que as mulheres elaboram por mais tempo essa resposta. Esse fato parece ser apoiado pelos achados de Powell et al (2002) que verificaram um maior índice de queixas

(25)

estresse, através da escala de 4 pontos de Likert (1: raramente estressado, 2: às vezes estressado, 3: quase sempre estressado e 4: excessivamente estressado). Os autores acreditam que a dupla jornada de trabalho (trabalho e obrigações domésticas) verificada entre as mulheres atualmente pode estar associada a essas queixas. Entre os homens, o estudo mostrou que o grau de percepção de estresse foi inversamente proporcional à prática de atividade física. Todavia, a percepção de níveis elevados de estresse foi diretamente proporcional à percepção negativa da condição de saúde, o que foi semelhante entre os gêneros.

1. 3. 1. GÊNERO

Segundo Kudielka, Hellhammer e Kirschbaum (2000), homens e mulheres apresentam diferentes estratégias de enfrentamento associadas ao estresse. Homens utilizam instrumentos ou estratégias orientadas ao problema enquanto as mulheres fazem uso de soluções com maior foco emocional. No que diz respeito ao caráter hemodinâmico da resposta ao estresse, os autores citam a meta-análise realizada por Stoney et al (1987) e o estudo de Allen et al (1993), que mostraram maiores níveis de

freqüência cardíaca entre as mulheres na condição de repouso. Em situações de desafio, os homens apresentaram maiores variações de pressão sistólica, enquanto que as mulheres responderam com mudanças mais acentuadas nos valores de freqüência cardíaca.

Estudo longitudinal de Kapuku et al (1999) usando uma população de

indivíduos jovens (entre 10 e 19 anos) submetidos a avaliações antropométrica e hemodinâmica (em repouso, sob estresse agudo e após cessação do estímulo) através de um dispositivo fixado ao braço dominante avaliando fatores de risco a doenças cardiovasculares na juventude, não verificaram diferença entre gêneros quanto à pressão arterial sistólica. Grossman et al (2001) compararam um grupo de indivíduos

(26)

drogas cardioativas semelhante e, que foram solicitados a falar em público (estímulo estressor). Foi verificado que as mulheres com desordem de ansiedade apresentaram maiores índices de pressão arterial e freqüência cardíaca em resposta ao mecanismo estressor que os homens, na mesma condição e que os indivíduos sem traço de ansiedade.

Vale ressaltar que entre as mulheres, uma variável a ser considerada é a fase do ciclo reprodutivo, já que as flutuações hormonais características das fases: folicular e luteal estão associadas à variação na percepção de mecanismos estressores. Acredita-se que os esteróides Acredita-sexuais, particularmente o estradiol, tem efeito sobre a atividade cardíaca, visto que mulheres menopausadas apresentam um aumento na responsividade cardiovascular e um maior risco de morbidade e mortalidade por doença arterial coronariana (Kirschbaum et al, 1999; Kudielka, Hellhammer e

Kirschbaum, 2000). Nesse sentido, Deane et al (2002) dosaram os níveis urinários de

hormônios do estresse em enfermeiros de ambos os sexos em diferentes idades e verificaram um aumento nos níveis de cortisol, adrenalina e noradrenalina, com as mulheres menopausadas apresentando níveis mais baixos desses hormônios que homens na mesma faixa etária. Mulheres na pós-menopausa, sob tratamento de reposição hormonal, apresentaram níveis mais baixos dos hormônios investigados. Alguns estudos mostram que os estrógenos parecem representar um fator de proteção contra desordens relacionadas ao estresse, já que reduzem a atividade da porção simpática do Sistema Nervoso Autônomo e a secreção de cortisol pelas glândulas adrenais (Kirschbaum et al, 1999; Seeman et al, 2001; Deane et al. 2002; Tsigos e

Chrousos, 2002).

(27)

1. 3. 2. ESTADO DE HUMOR: O TRAÇO DE ANSIEDADE E O ESTADO DE ANSIEDADE

Lipp (2001) cita Lazarus (1966) ao dizer que a fonte de tensão do organismo pode ser de origem externa, como a exigência de algo ou de alguém, ou origem interna, como a autodemanda ou autocobrança. Com relação aos fatores internos, MacFadden (1999) e Lipp (2001) sugerem alguns estados emocionais como geradores de estados tensionais, tais como um transtorno de ansiedade, já que o indivíduo tende a ver o mundo de modo ameaçador. Assim, o que para alguns é apenas um desafio, para um indivíduo ansioso parece uma grande batalha sendo, portanto, mais susceptível às respostas deletérias do estresse.

Com relação a esse aspecto, Carrilo et al (2001) utilizando um estressor

psicológico como falar em público avaliou a resposta hemodinâmica de homens e mulheres, bem como a influência dos estados de ansiedade e humor (hostilidade, agressividade, tensão, depressão, vigor, fadiga) nessas respostas. As condições de ansiedade e humor foram positivamente correlacionadas com o aumento dos batimentos cardíacos em todas as fases do estudo (pré-teste, teste e pós-teste) apenas no sexo feminino, ou seja, mulheres ansiosas e em estado de humor negativo, apresentaram maiores valores de batimentos cardíacos antes, durante a aplicação do estressor, como também após cessação do estímulo.

Semelhantemente, Grossman et al (2001) estudando a disfunção autonômica em

(28)

Lipp (2001) aponta fatores externos, a exigência de algo ou de alguém, como provável fonte de tensão do organismo. Dentro dessa abordagem, algumas profissões como bancários, motoristas de ônibus, plantonistas, dentistas, operadores de táxi aéreo, entre outros, submetem os indivíduos a altas demandas de trabalho, baixas remunerações e pouca influência sobre as decisões dos postos de trabalho. Esses fatores podem estar associados com estados de insatisfação podendo facilitar o surgimento de desordens psicofísicas fazendo, portanto do ambiente de trabalho um possível mecanismo estressor (Lipp, 1984; Lundberg et al, 1999; Van der Ploeg,

Dorresteijn e Kleber, 2003).

1. 4. AMBIENTE DE TRABALHO: POSSÍVEL MECANISMO ESTRESSOR?

No que diz respeito à relação entre o ambiente de trabalho e a resposta ao estresse, sugere-se que as exigências diárias enfrentadas pelos indivíduos que desempenham as mais diversas funções, tais como problemas de trabalho, perda de posição na empresa, não concessão de um objetivo de trabalho, perda de dinheiro ou dificuldades econômicas, risco de desemprego, dentre outras, podem ser classificados como mecanismos estressores externos (Lipp, 1984). Segundo Kyriacow e Sutcliffe (1981), o estresse ocupacional pode ser definido como um estado emocional desagradável associado à tensão, frustração, ansiedade, exaustão emocional decorrente de alguns aspectos do ambiente de trabalho que são caracterizados pelos sujeitos como ameaçadores.

(29)

Rodrigues e Gasparini, 1992). Nesse contexto, o modelo teórico de Karasek, que enfoca o par demanda-latitude de decisão, ou seja, situação de trabalho com alta demanda e baixa latitude de decisão, levam ao esgotamento dos trabalhadores. Por outro lado, o contrário leva a menor taxas de esgotamento (Jones e Fletcher apud

Palácios, Duarte e Câmara, 2002). A relação carga de trabalho e influência sobre as decisões do cargo (condições físicas e psicossocial do trabalho) foi investigada por Lundberg et al (1999), e Van der Ploeg, Dorresteijn e Kleber (2003), que verificaram

um efeito negativo de estressores crônicos (intensas jornadas de trabalho e baixa influência quanto decisões do cargo), sobre a saúde física e mental dos trabalhadores pelo relato de queixas associadas à fadiga, absenteísmo e exaustão.

Para Lundberg et al (1999), trabalhadores de linhas de montagem, caixas de

supermercados, entre outras, são populações susceptíveis a desordens corporais de natureza musculoesqueléticas, devido a grande pressão imposta pelo trabalho, a limitada influência sobre as tarefas a serem executadas e a participação em tarefas repetitivas de curta duração, que são determinantes para o surgimento dessas desordens e considerados estressores físicos e psicossociais.

Bishop et al (2003) em estudo com oficiais de polícia de Singapura

investigaram a relação entre a percepção do ambiente de trabalho como potencial estressor com traços de personalidade e a variação na resposta cardiovascular (pressão arterial e batimentos cardíacos). Foi observada uma relação entre a percepção da alta demanda de trabalho, a baixa influência dos funcionários sobre as atividades desenvolvidas e a freqüência de batimentos cardíacos, ou seja, a maior percepção e a menor influência nas atividades levaram a um aumento na freqüência cardíaca. Todavia, não foi observada relação entre a pressão arterial sistólica e pressão arterial média e as condições mencionadas. Sugere-se que a relação evidenciada pode servir como um fator identificador de futuros acometimentos à saúde.

Estudo realizado com caixa de supermercado do sexo feminino (Lundberg et al,

(30)

sintomas musculoesqueléticos através da dosagem de cortisol, adrenalina e noradrenalina, e pela avaliação da tensão muscular. Foi visto um aumento na pressão arterial sistólica e diastólica, batimentos cardíacos, níveis de adrenalina e noradrenalina em coletas realizadas duas horas antes do encerramento do dia de trabalho, sugerindo que os indivíduos estão sujeitos a estresse físico e mental. As voluntárias relataram maior sensação de estresse, tensão muscular e exaustão após a rotina de trabalho. Os níveis de cortisol salivar não apresentaram variação significativa durante as duas coletas realizadas ao longo do dia de trabalho (duas horas após o início e duas horas antes do fim da jornada de trabalho), sugerindo uma adaptação aos estressores presentes na rotina diária de trabalho, o que justificaria a não variação nos níveis de cortisol.

Ademais, Rocha et al. (2002) avaliaram tipos de estresse ocupacional que

ocasionam variação de pressão arterial e freqüência cardíaca em trabalhadores do sexo masculino de uma indústria processadora de madeira. Indivíduos do setor de produção submetidos a ruídos de 81 a 93 dB, variação de temperatura ambiental (de 24 a 48ºC) e esforço físico moderado apresentaram maior variação na pressão arterial e freqüência cardíaca que trabalhadores do setor administrativo (ruídos em torno de 60 dB, temperatura ambiente entre 22 e 24ºC e esforço físico leve), sugerindo que o ambiente de trabalho deve ser levado em consideração na avaliação da pressão arterial dos indivíduos e, que o estresse ambiental crônico pode ser mais um fator na gênese da hipertensão arterial.

(31)

1. 5. RELAXAMENTO COMO AGENTE REDUTOR DOS EFEITOS DELETÉRIOS DO ESTRESSE

Para Stoyva e Carlson (1993), as técnicas de relaxamento consistem nas melhores formas não farmacológica no tratamento de desordens relacionadas ao estresse. Segundo os autores, o relaxamento atuaria como um redutor da resposta ao estresse, por modular a intensidade dessa resposta, ou ainda por auxiliar no retorno ao estado fisiológico basal após a cessação do estímulo estressor. Assim, várias técnicas vêm sendo sugeridas, de acordo com as diferentes tradições culturais e intelectuais, como o objetivo de diminuir os sintomas relacionados ao estresse como a insônia, as dores de cabeça, a hipertensão e a ansiedade crônica. Dentre essas técnicas algumas apresentam destaque como o relaxamento progressivo de Jacobson, o treino autogênico, o feedback EMG, a meditação transcendental modificada de Benson e o

Watsu.

(32)

motivacional do indivíduo, diminuindo a sensação de fadiga corporal (Georgeakopoulos, 1996). Apesar de ter sido criado como uma técnica de massagem para a promoção do bem-estar, o Watsu vem sendo difundido e utilizado por vários terapeutas com o objetivo de proporcionar a melhora de quadros clínicos de pacientes com distúrbios musculoesqueléticos e neuromusculares. Apesar da expansão quanto ao seu uso, o Watsu não apresenta bibliografia de acesso e seus resultados, mesmo favoráveis, são empíricos (Dull, 2001).

(33)

2. OBJETIVO

2. 1. Objetivo Geral

Investigar o perfil de parâmetros fisiológicos (pressão arterial, freqüência cardíaca e freqüência respiratória) de homens e mulheres em condição de estresse laboral submetidos à técnica Watsu.

2. 2. Objetivos Específicos

Comparar a resposta das variáveis fisiológicas (pressão arterial, freqüência cardíaca e freqüência respiratória) de homens e mulheres operadores de caixa de supermercado submetidas à técnica Watsu.

Investigar a relação entre os valores das variáveis fisiológicas investigadas e as fases do ciclo ovariano (folicular e luteal) das mulheres operadoras de caixa e submetidas à técnica Watsu.

(34)

HIPÓTESE 1

Os parâmetros fisiológicos (pressão arterial, freqüência cardíaca e freqüência respiratória) de homens e mulheres serão influenciados pela técnica Watsu.

PREDIÇÃO 1

Os valores de pressão arterial, freqüência cardíaca e freqüência respiratória de homens e mulheres se apresentarão menores após a aplicação da técnica Watsu, tendo em vista que a técnica promove relaxamento.

HIPÓTESE 2

As fases do ciclo ovariano influenciarão os parâmetros fisiológicos e a responsividade à técnica Watsu em mulheres sob condição de estresse laboral.

PREDIÇÃO 2

A fase lútea do ciclo ovulatório, caracterizada por menores concentrações de estrógeno, levará a diminuição nos níveis de pressão arterial, freqüência cardíaca e freqüência respiratória em resposta à técnica.

HIPÓTESE 3

A responsividade dos voluntários à técnica Watsu, avaliadas pelos parâmetros fisiológicos é influenciada pelos estados de ansiedade e humor.

(35)

PREDIÇÃO 3

Indivíduos com maiores escores na percepção do estresse e cujos traços de ansiedade e humor são negativos, apresentarão uma diminuição nos parâmetros fisiológicos (pressão arterial, freqüência cardíaca, freqüência respiratória) após aplicação da técnica.

(36)

3. MATERIAL E MÉTODO

3. 1. Caracterização da Pesquisa

A pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética para Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, apresenta um caráter experimental e teve como população homens e mulheres em idade reprodutiva que exercem a função de operadores de caixa, no período matutino, das 06:00 às 14:00 hs, numa rede de supermercados no município de Natal, Rio Grande do Norte.

3. 2. Sujeitos

Foram avaliados 7 sujeitos, 3 mulheres e 4 homens, com idade entre 20 a 35 anos. A participação no projeto de pesquisa foi de caráter voluntário, e para tal, os indivíduos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido concordando com sua inclusão (ANEXO1). Após a aceitação, cada voluntário preencheu um Inventário de Identificação que constou de informações gerais (ANEXO 2). Os dados obtidos nesses protocolos formaram um banco de dados que serviu para a seleção dos voluntários mediante os seguintes critérios: não fazer uso de contraceptivo e de medicamentos ansiolíticos, apresentar ciclo menstrual regular, não se encontrarem em período gravídico e não apresentarem história de doenças crônico-degenerativa. Os indivíduos que se enquadraram nesses critérios, passaram para a etapa seguinte do experimento, sendo as mulheres submetidas ao monitoramento do ciclo ovariano.

3. 3. Monitoramento do Ciclo Ovariano

(37)

monitoramento foi realizado pelo preenchimento diário de uma ficha de controle do ciclo ovulatório, através da avaliação do muco vaginal (cheiro, cor e viscosidade) pelo Método de Billings e da temperatura oral através da Regra da Variação Térmica (ANEXO 3). Esses métodos estão enquadrados nos Métodos Contraceptivos, caracterizados como de abstinência sexual periódica, onde estão também inclusos o Método Rítmico e o Método Sintotérmico. O método de Billings baseia-se na ocorrência de modificações cíclicas no muco cervical, através dos quais as mulheres podem observar se estão no período fértil. Quando na fase ovulatória do ciclo reprodutivo, ocorre um aumento da quantidade no muco cervical, o qual fica filante e transparente, assemelhando-se à clara de ovo, como resultado da influência do estrógeno, que se encontra em maiores concentrações nessa fase do ciclo, nas características do muco; as quais favorecem o acesso do espermatozóide ao óvulo, facilitando a fertilização. A Regra da Variação Térmica é caracterizada por um aumento da temperatura basal (0.3 – 0.8ºC), após a fase ovulatória do ciclo reprodutivo, devido à ação da progesterona no centro regulador do hipotálamo, que encontra-se em concentrações mais elevadas durante a fase mais elevada durante a fase lútea do ciclo reprodutivo. Após os 3 meses de monitoramento, as mulheres com ciclos ovulatórios regulares, ou seja, com duração entre 28 e 31 dias foram selecionadas para participar do experimento.

As fases do ciclo ovulatório foram caracterizadas como se segue: a) caso o ciclo ovariano da voluntária fosse de 28 dias, o dia 14 (representado no esquema abaixo pela cor azul) equivale ao dia da ovulação, podendo-se considerar ainda os dias 13 e 15 nessa fase. Os dias 26, 27 e 28 do ciclo correspondem à fase pré-menstrual (representados no esquema pela cor lilás), já os dias 1, 2, 3, 4 e 5 equivalem ao período menstrual (representados pela cor vermelha), os dias 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12, equivalem a fase folicular (representados pela cor verde), enquanto os dias 16, 17, 18 ,19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25 correspondem a fase luteal do ciclo ovulatório (representados pela cor preta).

(38)

Essa classificação foi baseada no método da tabela de Ogino_Knauss (tabelinha), também enquadrada como método de Abstinência Sexual Periódica (ABC da Saúde, 2001).

3. 2. 1 . Caracterização do Grupo Controle e do Grupo Experimental

Os sete indivíduos selecionados foram submetidos às três etapas do estudo (grupos dependentes), que consistiu na: Fase 1 de obtenção da medida basal (controle 1), na Fase 2 de imersão na água (controle 2), e Fase 3 da aplicação da técnica Watsu (fase experimental). Antes da realização da coleta de dados, os indivíduos receberam uma cartilha com orientações sobre os procedimentos a serem tomados nos dias anteriores à coleta, como também do dia de coleta de dados, ou seja, na fase experimental (ANEXO 4).

3. 3. Experimento

3. 3. 1. Local

(39)

3. 3. 2. Parâmetros Fisiológicos Basais

Ao chegarem à clínica, os voluntários ficaram em repouso por 15 minutos em sala reservada, sendo em seguida feita a avaliação da freqüência cardíaca (FC), pela pulsação da artéria radial do membro superior esquerdo, e das pressões arteriais sistólica e diastólica (PAS e PAD, respectivamente) através de um tensiômetro e esfignomanômetro, fixado no braço direito dos sujeitos, além da verificação da freqüência respiratória. Os indivíduos foram avaliados na posição supina, em uma maca localizada em ambiente fechado, com temperatura ambiente e bem iluminada. Todos os parâmetros foram coletados por uma aluna colaboradora do estudo. Entre as mulheres, a coleta de dados foi realizada em 2 ciclos ovarianos, sendo avaliadas as fases folicular e luteal de cada ciclo, ou seja, 2 fases foliculares e 2 fases luteais para cada voluntária. Para os homens, foram realizadas duas coletas em cada fase do experimento. O dia da coleta foi definido previamente, tendo como base às informações obtidas através do protocolo de monitoramento do ciclo menstrual, bem como sua disponibilidade. Para os homens, cada fase do experimento constou de duas coletas.

3. 3. 3. Parâmetros Fisiológicos Após Período de Imersão em Água Quente

(40)

3. 3. 4. Parâmetros Fisiológicos Associados à Aplicação da Técnica Watsu

Os voluntários retornaram posteriormente à clínica para realização da Fase 3 do experimento, com à aplicação da técnica Watsu. Nessa fase, os indivíduos foram submetidos à coleta dos parâmetros fisiológicos (pressão arterial, freqüência cardíaca, freqüência respiratória) antes e após a aplicação da técnica realizada por um fisioterapeuta treinado, em piscina com temperatura aquecida (34ºC). Os voluntários foram testados individualmente. Cada sessão durou em média 50 minutos, sendo os 15 minutos iniciais utilizados para a realização de movimentos básicos, seguidos de 30 minutos de movimentos complexos: 15 minutos para o lado direito, 15 minutos para o lado esquerdo e 5 minutos final para a conclusão da sessão. Cada movimento foi repetido em média duas vezes.

Os movimentos básicos consistem de:

Começando na parede: É a posição inicial da sessão de Watsu, onde se orienta o paciente para encontrar a posição mais confortável apoiando suas costas contra a parede, pernas com base alargada e concentração na retificação de sua coluna. Deve-se sentir o suporte proporcionado pela parede. O local de início da sessão deve ser o mesmo do término, quando o paciente sente o suporte da parede em suas costas novamente (FIGURA 1).

Entregando-se à água: O terapeuta fica de pé na frente do paciente sem tocá-lo, ambos com as pernas semiflexionadas e o tronco imerso até aproximadamente o ombro. Nessa fase, o paciente é instruído a regular a inspiração e a expiração com a flutuação corporal, onde, quando inspira deixa o corpo subir na água e quando expira, deixa o corpo afundar na água até o queixo.

(41)

terapeuta ficam em posição de pronação. O paciente é instruído a fechar os olhos, de preferência. Em seguida, o terapeuta submerso na água até aproximadamente o ombro, regula sua respiração com a do paciente, de forma que durante a inspiração, tanto o terapeuta como o paciente suba na água e na expiração afundem (FIGURA 2).

Sanfona: Continuando com a mesma posição do exercício anterior, o terapeuta realiza a flexão dos joelhos e dos quadris do paciente durante a inspiração e a extensão de quadris e joelhos durante a expiração (FIGURA 3).

Sanfona rotatória: Continuando com o movimento descrito anteriormente, o terapeuta nesse momento realiza, no momento da inspiração, a flexão de joelhos e quadris, juntamente com rotação interna da perna direita e externa da perna esquerda do paciente, fazendo com que os membros inferiores sigam em direção á esquerda e o tronco realize uma leve rotação para a esquerda, de forma que o paciente se afaste do terapeuta. Durante a expiração, o movimento que ocorre é o contrário, com extensão de quadris e joelhos, rotação externa do quadril direito e interna do quadril esquerdo e rotação do tronco para o lado direito, de forma que o paciente aproxime-se do terapeuta (FIGURA 4). Rotação com a perna próxima ao corpo: Durante a sanfona rotatória, na

fase de ida, ou seja, da inspiração, o terapeuta libera o membro inferior esquerdo do paciente, fazendo o movimento de volta apenas com o membro inferior direito. Em seguida, o terapeuta realiza os mesmos movimentos descritos na sanfona rotatória, sendo dessa vez realizado apenas com o membro inferior direito, ficando o esquerdo livre (FIGURA 5A E 5B).

Os movimentos complexos consistem de:

(42)

apoiada na dobra do cotovelo seja sustentada pela mão esquerda do terapeuta (berço). Nesse momento, o terapeuta com o fluxo da água faz com que o membro superior direito do paciente antes localizado atrás do terapeuta passe para frente do seu tronco (FIGURA 6).

Balanço de braço e perna: O mesmo movimento da rotação com a perna próxima ao corpo é realizado, no entanto, dessa vez, a cabeça do paciente encontra-se no berço (FIGURA 7A). A seqüência do movimento consiste na colocação, pelo terapeuta, da cabeça do paciente sobre o ombro esquerdo do terapeuta, de forma que o joelho esquerdo do paciente seja sustentado pela mão esquerda do terapeuta e o ombro direito do paciente seja sustentado pelo braço direito do terapeuta. Na seqüência, são realizados os movimentos de flexão e rotação externa do quadril esquerdo e flexão do joelho esquerdo, objetivando o alongamento da musculatura posterior da coxa, bem como o da musculatura adutora. No mesmo momento, realiza-se o alongamento da musculatura peitoral do hemicorpo esquerdo, estando o ombro esquerdo do paciente em abdução horizontal (FIGURA 7B).

Torção: Na posição do exercício anterior, o terapeuta nesse momento solta o ombro direito do paciente e com a sua mão esquerda sustenta o joelho direito do paciente, logo, o terapeuta solta a mão direita do joelho do paciente de forma que essa mão agora seja colocada sobre o ombro direito do paciente. Nessa posição, o terapeuta alonga o músculo peitoral do hemicorpo direito e com o braço esquerdo realiza a flexão de quadril e joelho direito do paciente, juntamente com a rotação externa do quadril, de forma que realize alongamento na musculatura póstero-lateral de coxa, glúteo e tronco (hemicorpo direito) (FIGURA 8A E 8B).

(43)

Movimento livre: Depois de realizado todos os movimentos do outro lado, o terapeuta deixa o paciente na posição joelho e cabeça e com a ajuda do fluxo da água, desliza seu braço direito para o sacro do paciente, retornando a posição inicial.

Volta à parede: Dando continuidade na posição anterior, lentamente o terapeuta coloca o paciente de volta a parede, no local onde iniciou a sessão.

3. 4. Avaliação da Percepção do Estresse, do Humor e da Ansiedade

Para a avaliação da percepção do estresse foi realizada no local de trabalho pela utilização do Percived Stress Questionnaire (PSQ) (ANEXO 5), questionário

traduzido e validado por Costa e Costa (2004) como Questionário do Estresse Percebido de Levenstein (QEPL), sendo aplicado na sua forma geral. O presente instrumento é composto por 30 questões objetivas, que enfatizam particularmente as percepções de caráter cognitivo que os estados emocionais ou eventos de vida específicos (Levenstein et al, 1993).

Para a mensuração do estado de humor foi aplicado o instrumento POMS (ANEXO 6), que foi aplicado em todos os dias de coleta de dados antes dos voluntários serem submetidos às avaliações dos parâmetros fisiológicos. O instrumento consta de 65 questões objetivas, nas quais os indivíduos sinalizam valores em uma escala de 0 a 4, sendo o valor zero correspondente a ausência de sensação dolorosa e 4, quando essa sensação foi extremamente desagradável. Os resultados obtidos equivalem aos estados: vigor, fadiga, tensão, confusão, raiva e depressão apresentados pelos voluntários.

(44)

autoria de Spielberg, Gorsuch e Lushene (1967), que tem se mostrado útil na investigação de dois conceitos distintos de ansiedade: a) estado de ansiedade (A-estado) e o b) traço de ansiedade (A-traço). Esse instrumento avaliou a variabilidade dos escores das escalas de Ansiedade Traço-Estado pela administração dos 2 inventários constituídos de 20 afirmações cada, que requerem dos sujeitos uma indicação de como se sentem ao longo da sua vida, e como encontram-se no momento em que é aplicado o teste.

4. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise dos parâmetros fisiológicos de homens e mulheres, utilizou-se a análise descritiva através da média, do desvio padrão e dos valores mínimos e máximos.

A análise estatística foi realizada através de testes não paraméticos utilizando-se os Programas Statistica e SPSS. O teste Mann-Whitney (U) foi utilizado na

comparação das variáveis fisiológicas entre os homens e mulheres. O teste de Wilcoxon (W) comparou cada grupo de sujeitos individualmente, com relação as

diferentes fases do experimento. O nível de significância utilizado foi igual ou menor que 5% (p 0.05). Esses procedimentos foram utilizados para análise dos parâmetros

fisiológicos PAS, PAD, FC e FR, além da análise do estado de humor dos indivíduos pela aplicação do POMS.

A análise dos escores do PEQL foi realizada através de estatística descritiva, sendo mensurada a média, o desvio padrão e os valores mínimos e máximos.

(45)

5. RESULTADOS

5. 1. Parâmetros Fisiológicos e o Gênero

5. 1. 1. Comparação dos Parâmetros Dentro de cada Gênero

Os parâmetros fisiológicos (PAS, PAD, FC e FR) de ambos os sexos avaliados durante a Fase 1 do experimento (condição basal) mostrou que os valores médios de PAD e FR das mulheres foram semelhantes aqueles apresentados pelos homens, como mostrado na Tabela 1.

Tabela 1. Estatísticas Descritivas para os Parâmetros Fisiológicos de Homens e Mulheres na Condição Basal

Parâmetros Fisiológicos

Feminino Masculino U p

PAS 104.1± 7.92 118.75 ± 7.55 12,50 0,004 PAD 70.83 ± 7.92 75.00 ± 9.91 33,50 0,228 FC 77.58 ± 3.87 71.75 ± 14.95 14,00 0,009 FR 19.83 ± 2.58 16.62 ± 3.99 24,00 0,062

A avaliação desses parâmetros antes e após a imersão dos voluntários na água (Fase 2) mostrou uma redução significativa apenas para os valores de PAS (W = 0.0,03 p

(46)

Com relação ao perfil dessas variáveis antes e após a aplicação do Watsu (Fase 3), foi verificado um aumento significativo (W = 0.1, p 0.05) para a PAS e PAD nas

mulheres. Já os homens, não mostraram variação significativa para todos os parâmetros fisiológicos como mostrado na Figura. 10.

Figura 10. Valores médios dos parâmetros fisiológicas de homens e mulheres antes e após a imersão em água aquecida e a aplicação da técnica Watsu.

* p 0.05 para variação da PAS antes e após imersão em água no gênero feminino.

* p 0.05 para variação da PAS e PAD antes e após aplicação da Técnica Watsu no

grupo das mulheres.

5. 1. 2. Comparação dos Parâmetros Fisiológicos Entre os Gêneros

Foi verificado durante a fase basal (Fase 1) uma diferença significativa entre homens e mulheres nos escores da pressão arterial sistólica (PAS) (U = 12.5, p 0.05) e

de freqüência cardíaca (FC) (U = 14.00, p 0,05). Os homens apresentaram valores mais

elevados de PAS e as mulheres maiores valores de FC como mostrado na Figura 11.

(47)

Figura 11. Comparação dos parâmetros fisiológicos entre homens e mulheres na condição basal.

* p 0.05 na comparação da PAS e FC entre homens e mulheres.

A análise realizada com os valores obtidos durante a condição de imersão na água (Fase 2) não apontou diferença entre os sexos antes da imersão, no entanto após a imersão, foi evidenciada uma variação significativa entre os gêneros para a PAS (U = 24.00, ≤p 0.05) e FC (U = 21,00, p 0.05). Nessa condição, a PAS dos homens não

apresentou variação, mas entre as mulheres foi verificada uma diminuição nesses valores (Figura 12). Quanto a FC, foi evidenciada uma diminuição dos escores entre os dois gêneros após a imersão com os homens apresentando os escores mais baixos.

A comparação dos parâmetros fisiológicos (PAS, PAD, FC e FR) entre os gêneros antes e após aplicação da Técnica Watsu (Fase 3) mostrou que antes da aplicação da técnica as PAS e PAD foram significativamente distintos entre homens e mulheres, com os homens mostrando os valores mais elevados (U = 8.0, p 0. 05 e U

= 18.5, p 0.05, respectivamente). Na mensuração realizada após aplicação da técnica,

(48)

dos homens não foi vista alteração desses parâmetros após a técnica. Quanto a FC, não foi verificada diferença entre os sexos antes da aplicação da técnica. No entanto, após a sessão de Watsu, os valores da FC variaram significativamente (U = 22.0, p 0.05)

entre os gêneros. O parâmetro FC apresentou-se com valores reduzidos após aplicação da técnica para os dois gêneros, com os homens apresentando maior redução nesses escores. Na Figura 12 observa-se a variação desses parâmetros.

Fig. 12: Variação dos parâmetros fisiológicos antes e após imersão em água e aplicação da técnica Watsu entre homens e mulheres.

* p 0.05 entre homens e mulheres para PAS e FC após imersão em água.

5. 2. Perfil dos Parâmetros Fisiológicos nas Fases do Ciclo Ovariano

(49)

Figura 13. Valores Médios dos Parâmetros Fisiológicos nas fases: Folicular e Luteal do Ciclo Ovulatório das mulheres na Condição Basal.

Com relação à Fase 2, antes e após imersão em água, observou-se uma diminuição significativa para a PAS e a FC na fase luteal (W = 5.0,p 0.05; W = 0.0, p 0.05, respectivamente), como mostrado na Figura 14.

A análise das variáveis (PAS, PAD, FC e FR) em resposta à aplicação da técnica Watsu (Fase 3) nas fases folicular e luteal mostrou um aumento significativo

(50)

Fig. 14. Variação dos Parâmetros Fisiológicos Antes e Após Imersão em Água e Aplicação da Técnica Watsu Entre as Fases: Folicular e Luteal do Ciclo Ovulatório. * p 0.05 na variação da PAS e FC antes e após imersão em água com relação às fases

do ciclo ovulatório.

* p 0.05 na variação da PAD e FR antes e após aplicação da Técnica Watsu com

relação às fases do ciclo ovulatório.

5. 3. Percepção do Estresse, Estado de Humor, Traço-Estado de Ansiedade

5. 3 .1. Percepção do Estresse de Homens e Mulheres pelo PEQL Geral

(51)

Tabela 2. Estatística Descritiva para os Escores do PEQL Geral de Homens e Mulheres

Gênero Média N Desvio Padrão Mínimo Máximo

Feminino 0,65 3 0,182 0,44 0,77

Masculino 0,54 4 0,106 0,44 0,69

5. 3. 2. Estado de Humor para Homens e Mulheres através do POMS

A comparação dos escores do Questionário de Humor (POMS) aplicados durante todas as etapas da coleta entre homens e mulheres pela avaliação do estado de vigor, fadiga, tensão, confusão, raiva e depressão, mostrou uma diferença significativa entre os sexos para as condições de vigor (U = 173.0, p 0.05), com os homens

apresentando os maiores escores. As mulheres mostram os maiores escores de tensão (U = 263.0, p 0.05), confusão (U = 206.0, p 0.05) e depressão (U = 215.5, p

0.05) (Figura 15). Esses resultados sugerem que as mulheres apresentam características mais negativas do humor quando comparadas ao grupo dos homens.

A avaliação dos estados de vigor, fadiga, tensão, confusão, raiva e depressão entre as fases folicular e luteal do ciclo ovariano durante todas as etapas da coleta de dados não mostrou diferença significativa, como pode ser evidenciado na Figura. 16.

5. 3. 3. Avaliação Individual da Ansiedade Traço-Estado pelo IDATE

(52)

homens, foi verificada uma tendência de aumento nos escores da escala A-estado em relação à escala A-traço. Por outro lado, as mulheres apresentaram uma constância no que se refere aos escores de A-estado relacionados à escala A-traço, como mostra o Quadro1.

Figura 15. Avaliação do estado de humor entre homens e mulheres através do POMS. * p 0.05 na comparação do vigor, tensão, confusão e depressão entre homens e

(53)
(54)

Quadro 1. Escala Individual da Ansiedade de Traço-Estado para Homens e Mulheres. Rede supermercado Localização geográfica Dados sócios demográficos dos participantes Resultado em Percentil A-Estado Resultado em Percentil A-Traço Nível de A-Estado Nível de A-Traço ALECRIM Sujeito 1(masc). 22a Solteiro

2º G P =56 P =97

Escore A-estado pouco acima

da média

alto escore de A-traço

Sujeito 2 (masc). 26a

Casado 2º G

P = 97 P = 93 alto escore deA-estado

alto escore de A-traço

Sujeito 3 (masc). 37a

Solteiro

2º G P = 3 P = 3

escore de A-estado muito abaixo da média escore de A-traço muito abaixo da média IGAPÓ

Sujeito 4 (femin). 20a

Solteira

2º G P = 64 P = 73

alto escore de A-estado

alto escore de A-traço

Sujeito 5 (femin). 22a

Solteira

2º G P = 61 P = 91

alto escore de A-estado

alto escore de A-traço

PETRÓPOLIS

Sujeito 6 (masc). 24ª

Solteiro 2º G

P = 56 P = 40

escore de A-estado pouco acima da média escore de A-traço em torno da média Sujeito 7 (femin).

27a Solteira

2º G P = 20 P = 81

escore de A-estado Abaixo da

média

(55)

6. DISCUSSÃO

6. 1. Parâmetros Fisiológicos e Gênero

6. 1. 1. Fase 1: Basal

A comparação da PAS e FC entre homens e mulheres mostrou que os primeiros apresentaram maiores escores de PAS, enquanto as mulheres tiveram os valores mais elevados de FC. Os resultados do presente estudo no que diz respeito à PAS são semelhantes àqueles obtidos por Litschauer et al (1998) avaliando a resposta

cardiovascular e endócrina de 2 grupos de 15 mulheres na fase folicular e luteal do ciclo ovariano e um grupo de 15 homens com relação a dois estressores. Os autores encontraram os maiores escores de PAS nos homens comparado aos apresentados pelas mulheres em ambas as fases do ciclo ovariano, na condição basal do experimento. Semelhantemente Lawler, Wilcox e Anderson (1995) verificaram uma diferença na PAS entre homens e mulheres (ciclos não monitorizados) em situação basal, antes e após a aplicação de 3 estímulos estressores distintos. Os homens apresentaram maior pressão arterial sistólica na situação basal, além de maior reatividade aos estressores mensurados pelo aumento no rendimento cardíaco e na pressão arterial sistólica, sugerindo uma maior reatividade miocárdica entre os homens, tanto em condições basais quanto em resposta a estímulos estressores.

Já Kapuku et al (1999) em estudo longitudinal usando homens e mulheres

jovens de diferentes etnias na condição de repouso, sob estresse agudo e durante 24 horas após o teste, também verificaram diferenças na PAS entre homens e mulheres, no entanto, essa diferença foi significativa apenas nos indivíduos de etnia negra, com os homens negros apresentado maiores escores na PAS durante todas as fases do experimento.

(56)

Litschauer et al (1998) e Lawler, Wilcox e Anderson (1995) e em parte o trabalho de

Kapuku et al (1999), que apesar de encontrarem uma variação da PAS entre os

gêneros, apontou uma variação significativa apenas para os indivíduos de etnia negra, sugerindo, portanto, uma influência da raça nesse parâmetro entre os gêneros, variável que não foi investigada em nosso experimento.

Ademais, Reckelhoff (2001) sugere alguns fatores que parecem estar associados aos maiores escores de PAS pelo sexo masculino quando comparados ao feminino na mesma faixa etária (pré-menopausa). De acordo com o estudo, não existe diferença entre os sexos na PAS na idade infantil, mas, na adolescência, os homens tendem a apresentar maiores escores dessa variável. Possivelmente o hormônio testosterona tem papel na regulação da pressão arterial, já que em mulheres com ovário policístico, cujos níveis de testosterona são mais elevados, apresentam também elevação nos níveis de PAS. Alguns autores apontam os estrógenos como fator de proteção contra elevações da PAS e a predisposição a desordens cardiovasculares. Reckelhoff (2001) avaliando estudos realizados com mulheres na pré-menopausa e pós-menopausa sob terapia de reposição hormonal, não encontrou diferença na PAS entre os dois grupos. Foi sugerido que em mulheres na menopausa, os ovários tendem a aumentar a liberação de andrógenos, apoiando a hipótese de que a testosterona parece exercer uma forte influência no aumento nos valores de pressão arterial.

Essas considerações consolidam os achados do presente estudo que ao comparar os parâmetros fisiológicos na condição basal de homens e mulheres identificou diferença significativa entre os gêneros nos escores da PAS, sugerindo uma possível influência dos andrógenos na atividade cardiovascular.

6.1.2. Fase 2: Imersão em Água

(57)

atividade desempenhada na água e da postura adotada durante a imersão (Becker, 2000).

A resposta das variáveis fisiológicas em cada grupo estudado (homens e mulheres) durante a imersão em água aquecida mostrou uma diminuição na PAS nas mulheres após a imersão, o que não foi evidenciado para os homens. Os outros parâmetros fisiológicos não sofreram modificação no presente estudo. Nesse sentido, Yun, Choi e Park (2004) estudram mergulhadoras profissionais, não mergulhadoras na mesma faixa etária (média de 55 anos) e não mergulhadoras em faixa etária mais jovem (média de 22 anos), quanto ao efeito da imersão (cabeça fora da água) na resposta cardiovascular quanto ao condicionamento físico e faixa etária. Os sujeitos foram colocados em uma piscina aquecida a 34.5oC, em repouso sobre bicicleta ergométrica por 20 minutos e, nos 20 minutos seguintes em atividade com os membros inferiores na bicicleta. Não foi evidenciada variação na pressão arterial (verificada por um aparelho oscilométrico automático colocado no braço esquerdo no nível do coração) e na freqüência cardíaca (verificada por onda eletrocardiográficas captadas por eletrodos colocados no pescoço e tórax ao nível da linha axilar) entre os 3 grupos quando estavam imersas em condição de repouso; apesar do aumento no rendimento cardíaco e no volume de ejeção do coração. Esses dados se assemelham aos achados do presente estudo tendo em vista a não variação significativa da FC e PAD no grupo das mulheres, no entanto, a PAS diminuiu significativamente em imersão nesse experimento. A diferença no tempo de imersão entre o estudo de Yun, Choi e Park (2004), imersão sem atividade por 20 minutos, e o presente estudo, que teve tempo de imersão 50 minutos pode ter contribuído para a diferença na resposta sugerindo que o tempo de imersão pode ser determinante da variação das respostas cardiovasculares, tendo em vista o tempo de ativação dos mecanismos responsáveis pelo controle dessas respostas.

(58)

(Parati et al 1987), enquanto outros, não verificam variação significativa (Gabrielsen et al 1993). Com relação ao sexo masculino, o presente estudo não mostrou variação

significativa para as variáveis fisiológicas (PAS, PAD, FC e FR) após imersão, semelhante aos achados de Miwa et al (1996) e Sramek et al (2000). No primeiro

estudo, foi avaliada a atividade simpática nervosa muscular pela da técnica de microneurografia do nervo tibial (fossa poplítea), a freqüência cardíaca por eletrocardiograma bipolar e a pressão arterial por autoesfingnomanômetro em homens em diferentes faixas etária antes da imersão, em imersão ao nível da cicatriz umbilical e ao nível do acrômio, com os indivíduos permanecendo 5 minutos em cada condição. Foi verificada uma diminuição na FC e um aumento na PA após imersão ao nível do acrômio. O segundo estudo avaliou mudanças cardiovasculares e hormonais em homens após 1 hora de imersão em diferentes temperaturas (14, 20 e 32ºC). A FC e a PA apresentaram uma diminuição quando os indivíduos ficaram imersos em água a 32ºC. Miwa et al (1996) sugerem que um dos fatores que parece ter contribuído para o

aumento da PA durante imersão foi o tempo de permanência em imersão (5 minutos), que pode não ser suficiente para ativar o mecanismo diurético, para compensação da pressão arterial como sugerido por Bookspan (2000). Nessa condição, o aumento da pressão arterial durante a imersão ativa o mecanismo de diminuição da PA pela ativação de baroceptores, que favorece a liberação do fator natriurético atrial que influencia a diurese, a vasodilatação e a sede, além de reduzir o volume plasmático por meio de desvio extracelular, favorecendo a diminuição da PA.

(59)

6. 1. 3. Fase 3: Aplicação do Watsu

Foi verificada uma maior responsividade nas mulheres à técnica no que se refere aos parâmetros de PAS e PAD que se mostram aumentados após a técnica. A comparação entre os sexos mostrou que os escores de FC não variaram significativamente antes da aplicação da técnica, mas apresentaram variação significativa após o Watsu tendo em vista que homens e mulheres diminuíram seus valores. Todavia, essa diminuição foi mais significativa para o sexo masculino, o que promoveu a diferença entre os gêneros. De acordo com Stoyva e Carlson (1993), várias técnicas de relaxamento vêm sendo desenvolvidas ao longo dos tempos, e que o relaxamento pode ser utilizado como ferramenta para a diminuição dos sintomas relacionados ao estresse como a insônia, cefaléias, hipertensão arterial e ansiedade crônica. E ainda, que a combinação de diferentes técnicas de relaxamento no tratamento das desordens relacionadas ao estresse é importante, já que cada técnica ressalta diferentes aspectos do relaxamento (controle da respiração, mentalização, percepção da tensão muscular, dentre outros).

Todavia, estudos que investigam a resposta hemodinâmica após a aplicação de técnicas de relaxamento são escassos. Blanchard et al (1986) estudando pacientes

(60)

Considerando o fato da técnica de relaxamento Watsu ser desenvolvida em condição de imersão, deve-se, contudo, considerar a influência de princípios físicos da água como mencionado anteriormente. Apesar das contradições apontadas por Yun, Choi e Park (2004), quanto ao aumento e diminuição da PA em imersão, Cureton (2000) diz que o deslocamento sanguíneo dos membros inferiores para o tórax aumenta a pressão venosa central, o volume diastólico final ventricular esquerdo, o volume ejetado, o débito cardíaco e as pressões arteriais sistólica e diastólica, além de diminuir a resistência vascular sistêmica em repouso e durante exercício submáximo, o que condiz com as variações de pressões obtidas nesse estudo após aplicação da técnica. No entanto, vale salientar as diferentes respostas quanto à variação das pressões arteriais para as mulheres nas condições de imersão e aplicação da técnica Watsu, com uma diminuição da PA na primeira condição e com uma elevação na PAS e PAD após a técnica. Esse fato pode ser justificado pelas diferentes posições adotadas nas duas condições, com a manutenção da postura vertical durante a imersão enquanto que durante a técnica Watsu, houve variação entre as posições vertical e supina, além da utilização de movimentos rotacionais, que podem influenciar o funcionamento do labirinto, e levar a ativação de mecanismos de controle desses parâmetros que influenciam a resposta hemodinâmica (Schmitz, 1993; O´Sullivan, 1993). Ademais, as diferenças hormonais entre os dois gêneros no que diz respeito às fases do ciclo ovariano, podem também ser apontadas como fator modulador do mecanismo de controle, já que o presente estudo mostrou uma variação na pressão apenas para o sexo feminino, validando em parte a Hipótese 1 do experimento, já que nem todos os parâmetros propostos na Hipótese diminuíram.

6. 2. Parâmetros Fisiológicos versus Fases do Ciclo Ovariano

6. 2. 1. Fase 1: Basal

(61)

funcionamento cardiovascular de 23 mulheres durante 5 semanas (ciclo menstrual) com ciclo ovariano regular através da PAS e PAD, pelo monitoramento manual, e FC pela palpação da artéria radial por 30 segundos, durante o período matutino. Não foi evidenciada variação da pressão arterial sistólica e diastólica associada às fases folicular e luteal, semelhante aos dados no presente estudo e àqueles de Minson et al.

(2000) e Hirshoren et al (2002). No entanto quanto aos resultados referentes à

freqüência cardíaca, Moran, Leathard e Coley (2000) verificaram um aumento na FC na fase luteal quando comparada a folicular, diferentemente dos achados do presente estudo que não aponta variação significativa na FC. Sugere-se que as diferentes metodologias, quanto ao número de sujeitos avaliados, o qual foi limitado no presente estudo, além da diferença nos horários das coletas, cujo horário do presente experimento ter sido no período vespertino, podem ter contribuído para essa variação nas respostas da FC entre os estudos.

Já Hirshoren et al (2002) ao comparar a FC, a PA e os níveis de catecolaminas

e hormônios gonadais em mulheres que usavam contraceptivo oral e outras com ciclo ovuriano regular, observaram que apesar das mudanças no padrão hormonal ao longo do ciclo ovariano influenciaram os mecanismos homeostáticos neurohumorais que regulam o sistema cardiovascular (concentrações de epinefrina e norepinefrina), não foi verificada variação na PA e na FC quanto as fases do ciclo. Padrão similar foi obtido no presente estudo, sugerindo que as mudanças hormonais ao longo do ciclo ovariano podem ativar mecanismos homeostáticos de forma que os níveis de pressão arterial e freqüência cardíaca não sofram variações ao longo do ciclo, como mostrado no estudo de Minson et al (2000) ao estudar 8 mulheres em idade reprodutiva e ciclo

Imagem

Tabela 1. Estatísticas Descritivas para os Parâmetros Fisiológicos de Homens e  Mulheres na Condição Basal
Figura 10. Valores médios dos parâmetros fisiológicas de homens e mulheres antes e  após a imersão em água aquecida e a aplicação da técnica Watsu
Figura 11. Comparação dos parâmetros fisiológicos entre homens e mulheres na  condição basal
Fig. 12: Variação dos parâmetros fisiológicos antes e após imersão em água e  aplicação da técnica Watsu entre homens e mulheres
+6

Referências

Documentos relacionados

Neste panorama, o principal objetivo desse estudo é entender a importância da competitividade de destinos turísticos pontuando quais políticas tem sido adotadas

Um percentual expressivo das empresas (83%), está utilizando o balanço social como ferramenta de gestão, considerando-o como parte integrante de suas estratégias de negócios, bem

Este trabalho se refere ao instituto processual conhecido como fundamentação das decisões judiciais, que em razão da divergência doutrinária quanto a nomenclatura

Tabela 4 – Resultados (média e desvio padrão) dos testes de impulsão vertical, impulsão horizontal, sprints de 30m, sprint de 50m e Beep Test das atletas da Seleção Brasileira

The objective of this study was to evaluate the effect of low-level laser therapy (LLLT) on radiotherapy- induced morphological changes and caspase-3 immunodetection in parotids

Os alunos que concluam com aproveitamento este curso, ficam habilitados com o 9.º ano de escolaridade e certificação profissional, podem prosseguir estudos em cursos vocacionais

De acordo com estes resultados, e dada a reduzida explicitação, e exploração, das relações que se estabelecem entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o ambiente, conclui-se

O presente trabalho tem por objetivo pesquisar dados do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), especificamente do Campus Canoinhas, sobre a gestão de patrimônio no tocante