1198602121HGFEDCBA
1 1 1 1 '1 1 '''1 1 '1 1 1 '1 1 '' I IzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA11I 1 / I 11I 1 1 1 1 1 1 1 IzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FUNDACÃO GETÚLIO VARGAS
HGFEDCBA. J
ESCOLA
DE ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
DE SAO
PAULO
HELOISA
ORlA
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de P'ós"':Gr'aduaçãoda FGV/EAESP" ,'o •..•','''I .•.. ,""l -' ,.. - ." •• ..,'. •
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Adminis-,',;-, .. ., "o "tf"':ição Hos pf tel erYe "de Sistemas
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T ítu lo d e o Mes tre emXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAF u n d a ç ã o G e t u l i o V a r g a s
E s c o l a d eA d m i n i s l r a ç . A o ,VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d e E m p r e ! l & ! ld e S i l oP a u l o
B i b l i o t e C A
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Orientador:
~rof.Or. Ernesto Lima Gonçalves
SÃO PAULOÍ.1935
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....---_. - .---_ ..- ~."___,---r--- __
.-r-ORlA, H. Int8graç~~ de Serviços de SaGde: Obser
vações sobre o planejamento, implantação e con
trole de um sistema de atendimento. São Paulo,
FGV~EAESP,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1985, 185VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAp . (Dissertação de Mes
trado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em
Administração da FGV/EAESP, ~rea de
Concentra-ção: Administração Hospitalar e de Sistemas de
Saúde.)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
,
,"---\ ".
Resumo: Historia, em linhas gerais, a formação
d~ Sistema de Saúde, no Brasil, e o desenvolvi
menta da Assistência ao Escolar, no Estado de
são Paulo. Descreve o Siste~a de Ateridimento
elaborado para organizar o atendimento médico
a escolares· das redes estadual e municipais de
ensino, do Es~ado de são Paulo, por meio da
ação integrada de instituições dos setores saú
de e educação, a nível de município. Mencionã
a a tua ç ã o deu m p r o f e s s o r, 8sp e c i a.lm e n t e ~:tr ei
nado pará observar aspectos da saúde de escolã
res. Apresenta dados de avaliação relativos
ã
abrangência do Sistema, encaminhamento e aten
di~entode escolares. Tece alguns coment~rio~
sobr~ fatores que facilitaram ou dificültaram~
a implantação e execu~ao desse Sistema.
..
-
" ,'. ..- o ' . . . , Pélavras-Chave: S~stema de Saúde. Brasil,
Atendimento Medico ao Escolar, Estado de são
·p~ui~, Rede de Ensino Oficial, Saúde, ·Escola
res, Int8graç~0 entre ~nstituições Oficiais
S a ú de, Edu c.eç ã o..~-.
\ \
SP-00020893-4HGFEDCBA
ii.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A
meus pais e meus mestres a
quem devo quase tudn aqui
lo que sou.
À
minha tia Christina que me
introduziu no misterioso
mundo da leitura ~ da es
OBSERVAÇOES
SOBRE
O PLANEJAMENTOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
JIMPLANTAÇAO
E CONTROLE
DE UM SISTEMA
DE ATENDIMENTO
TSRQPONMLKJIHGFEDCBABanca Examinadora:HGFEDCBA
1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
Prof·Orientador _
.
SUMÁRIO
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAINTRODUÇÃO
CAPíTULO
I - REFERENCIAL
TEÓRICOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1
SISTEMA
DE SAÓDE
NO BRASIL
2 -
pOlíTICA
NACIONAL
DE SAÓDE
3 -
ASSISTÊNCIA
AO ESCOLAR
NO ESTADO
DE
SÃO PAULO
CAPíTULO
11 -
METODOLOGIA)
MATERIAL
E ANÁLISE
1
MÉTODO
2 -
MAT~RIAl
3 -
APRESENTAÇÃO
E ANÁLISE
DOS
RESULTADOS
4 -
COMENTÁRIOS
CAPíTULO
111 -CONCLUSÕES
1 -
ESTADO
DE SÃO PAULO
2 -
SISTEMA
JPROPR1AMENTE
DITO
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
i
·ANEXO
1 -
ESTRUTURA
DO SISTEMA
DE SÁÚDE
I
ANEXO
2 -
LISTAGEM
ÚE MUNICfPIOS
v •
ANEXO
3
MAPA
DA COORDENADORIA
DE ENSINO
DO
INTERIOR
..
ANEXO
4
- MAPA DA COORDENADORIA
DE ENSINO
DA
REGIÃO
METROPOLITANA
".
DA GRANDE
SÃO PAULO
ANEXO
5
MAPA DO MUNICfPIO
DE SÃO PAULO
ANEXO
6
QUESTIONÁRIO
DE AVALIAÇÃO
DE
1981
ANEXO
7
QUESTIONÁRIO
DE AVALIAÇÃO
DE
1984
ANEXO
8
QUESTIONÁRIO
DE AVALIAÇÃO
DE
HGFEDCBA1 9 8HGFEDCBA1 •- __ o
,;
.•••.•••• e ,
\. -
-
\
~"
!' .
--1: N
o
I C E
Pág.
INTRODUÇ.ã.ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
...
01CAPITULO I - REFERENCIAL TEdRICO ..••...•..•...ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA06
1 - SISTEMA DE SAODE NO BRASIL
...
202 - POL1:TICA NACIONAL DE SAODE
...
493·- ASSIST~NCIA AO ESCOLAR NO ESTADO DE SÃO PAULO .•.VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA" 0 5 8
CAPITULO 11 - METODOLOGIA. MATERIAL E ANALISE 70
1 -XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAM E T O D O • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 1 ' 1 • • • • 1 1 • • • • • • • • • • • ' - 1 ' 7 1
2 - MATERIAL. O SISTEMA DE ATENDIMENTO. PROPRIAMENTE OITO 73
2 • 1 - Origens ••••••••••••••••••••••• li •• I' ••••••••••• 73
75 -2.2 - Preparo e Planejamento ( 1976. 1977)
2;3 - Projeto Piloto e Primeira Fase de Implantaç~o
(1978. 1979. 1980) •••o ••••••••••••••
0...
79"2.4 - Segunda Fase de Implantaç~o (1981) .•••••••.•.• 86
2.5 - Terceira Fase de Implantaç~o (1982.1983.1984). 87
3 - APRESEN1AÇAo ~ ANALI!! DOS RESUCTAôOS ....•.••....•.. 9 1
3.1 - Abrang~ncia do Sistema ••••••.••••••••.••••••• 9 1
3.2 - Encaminhamento e Atendimento de Escolares •••• 93
3.3 - Questionários de Avaliaç~o .•••••••••••••••••• 108
4 - COMENT~R lOS ...•.... I • • • • • • • • • • • • • • " : . • • • • • • • • • • • • 122
" 4~- Sistema. Propriamente Oito •.••••••••••••••••• 123 4.2 - R esu ltado s Obt ido s .••• ~ • • • . • • • • • • • • • • • . • • • • • •• 124
4.3 - Resumo Geral dos Encaminhamentos e Atendimentos 143
- 4.4 Questionários de Avaliaç~o ..••.•••••••••••••• 145
CAPITULO III - CONCLUSOES
...
1481 ESTADO DE SÃO "PAULO •.• ~".• . . • . • • • • • • • . . • • . . . • . • . • . •• 149
2 - SISTEMA IMPLANTADO
...
150BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ••••••• 'I •••••••••••••••••••••••• 152
vii.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Pág.
ANEXO 1 - ESTRUTURA 00 SISTEMA DE SAOoE .... ;... 162
ANEXO 2 - LISTAGEM DE MUNIC!PIOS .•...•....•..•••.•.. 164
ANEXO 3 - MAPA DA COORDENADORIA DE ENSINO 00 INTERIOR. 169
ANEXO 4 - MAPA DA COORDENADORIA DE ENSINO DA REGI~O
ME-TROPOLITANA DA GRANDE S~O PAULO ...••.••... 171
ANEXO 5 - MAPA 00 MUNI~rPIO DE ~~O PAULO ...••... 173
ANEXO 6 - QUESTIoNARIO DE AVALIA~~O DE 1981
ANEXO 7 - QUESTIoNARIO DE AVALIAÇÃO DE 1984
ANEXO 8 - QUESTIONARIO DE AVALIAÇÃO DE 1984
175
179
182zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- Ao-Departamento de Assistência ao Escolar que me indicou p~ ra trabalhar nesse Sistema Integrado, durante todos esses 'anos.
- A
Fundação Getúlio Vargas e ao PROHASA, por terem oferecidocondiç6es que me permitiram elaborar uma dissertação de mes
trado.
- Ao Prof. Dr. Ernesto de Lima Gonçalves, cisa e segura atuação como orientador, ,balho não chegaria ao fim.
por sua valiosa, pr.§.
sem a qual este tra
Ao Prof. Luiz Felipe Valle da Silva, por seu apoio em alguns
momentos de muita angústia.
A
minha mãe e todos os meus familiares 8 aos amigos, part!cularmente Hebe da Silva Coelho, por seu incentivo constante.
Um agradecimento especial a Guiomar Aparecida Santos,
apoio foi um fator decisivo para que esta dissertação gasse ao seuZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfim.
cujo che
- A Elvira Puvill Vidal, verdadeira artista, a quem devo a ar
te final deste trabalho, por seu esforço e dedicação. - A Ro~a TSreza ,de Camargo, bibliotec~ria da F~V e ao
Bruno Sant'Ana, pela correção da bibliografia.
Rizio
- Aos meus companheiros de trabalho e todos os que,
têm trabalhado em favor dos escolares.
'comigo,
- Ao~ meus colegas qu~ ajudaram a vencer alguns momentos baazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA -,
ta~t~ d~ffceis, durante o curso.
AAng~lica e todos os demais que, de alguma forma. colabora
\
--
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA\
,'~'''::''.."
"
'.ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
No presente trabalho. procura-se descrever e anali
sar um Sistema de Atendimento M~dico e um projeto a ele vincu
lado. destinado a uma população - escolares - que. por suas
características de morbidade e mortalidade. não é considerada
prioritária nos programas das instituições prestadoras de ser
viços de saúde do Estado de São Paulo. estabelecendo como es
tratégia a realização de açoes integradas entre dois setores
sociais: educação e saúde.
Esse Sistema tem como objetivo promover e organizar
esse atendimento médico. fixando como sua população alvo aluzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• ~ a - a ~
nos da pre-escola e da 1. a '8. series do Primeiro Grau. dos
estabelecimentos das redes oficiais de ensino do Estado de são Paulo.
Tal Sistema vem sendo planejado desde 1977 e posto
em execução desde 1979. tendo como unidade básica de seu de
senvolvimento. o município. Sua expansão tem sido lenta e gr~
dativa. desde um projeto piloto em um Município. em 1979. até
abranger 101 municípios. ao final de 1984.HGFEDCBA
I
As açoessão desencadead1s dentro da Unidade Escolar
e envolvem instituições pres~adora~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAda serviços de saúde e a
comunidade. buscando proporcionar ~ntegração entre
\
\ l'
-f~o.ram realizadas algumas tentativas de e v e ra eç e o e.
deu m-,tno do g e r aVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1 . o S i s tem a tem s id o c o n s i de r a d o c o m o~_bem.._su
cedido e. dessa forma. aceito por sucessivas administrações
dentro do Estado q~e estimul~ram sua continuidade_
Tendo participado da evolução do mesmo, desde 1980,
atª hoje, a autora se propõe a relatar as diferentes etapas.de
seu desenvolvimento. usando a metodologia da descrição histó
rica e a' analisar, atravªs da abordagem sistêmica, os fatores
condicionantes que facilitaram ou dificultaram o processo de
execuçao das ações, bem como a estratªgia utilizada e os re
03.
Segundo Mário ChaveszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(1), para se trabalhar, em nzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI
vel de sistema de saúde, lia abordagem sistêmica, sincrônica e
a abor~agem hist6rica, diacrônica,
to: não há oposição entre ambas.
podem ser usadas em conju~
A
hist6rica, se usada isoladamente, é mais explicativa, enquanto que a sistêmica é mais
operativa, pois parte de dados da realidade atual, através da
análise situacional, inclui neste as coações do suprassistema
e, com base em uma visão do futuro, propoe atuação imediata.
A
abordagem hist6rica tende a proporcionar visão determinística e escolher um futuro desejado entre os vários futuros po~
s Lv e f s'! ,
o
estudo isolado de um sistema altera a visão deseus meios e fins; esta distorção desaparece, quando se con
fronta o subsistema com o sistema de que faz parte.HGFEDCBA
" P . abordagem sistêmica nao muda em nada a realidade;
ela e apenas um novo modo de ver as coisas. Serve de di sei
plina mental para o estudo de situações complexas, no tempo e
no espaço, nas quais a relação entre as partes componentes ~m
sempre 'e ób v í e • ,
Introduz elementos novos, como as relações
do sistema com seus subsistemas e com o metassistema em que
está inserido; permite ter sempre presente a meta do sistema
e a relação que têm com essa meta, as metas parciais dos sub
sistemas" ( 2 ) •
o
Sistema em estudo. constitui-se em um subsist~ma inserido em'dois sistemas maiores: o sistema saúde e o sistema
educação; estes, por sua vez, fazem parte do amplo metassis
tema que é o sistema social, .a sociedade. Dentro desta Socie
d e d s , existem, também, sistemas políticos e administrativos,
um dos quais e o Estado, com suas subdivisões menores, os Mu
nicípios.
(1) .CHAVES,TSRQPONMLKJIHGFEDCBAM.M. Saúde e Sistemas. 2~ ed. Rio de Janeiro, Fundação Ge túlio Vargas, 1978. 205VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAp .
(~J CHAVES, M.M. Saúde e Sistemas.
I ..
mais e informais, que o Sistema de Atendimento vem se desenvol
vendo, desde 1977, até hoje. são estas relaç6es que se tenta
rá descrever e analisar, buscando mostrar o quanto foi alcan
çado dos objetivos propostos, isto é, atendimento de escolares
e integração entre escola e agências prestadoras de serviços
de saade.
Simultaneamente, estará sendo examinada a validade
d-B-a+g-l:J-ma-sh-ip_ót;-ses complementares,-levantadas ao longo dozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.
desenvolvimento das aç6es:
- o Sistema beneficia a população escolar, que apresenta pr~
blemas desaade, proporcionando-lhe encaminhamento organiz~
do e facilitando seu atendimento pelos Serviços de
e~istentes em cada município do Estado de são Paulo, foi implantado;
Saade onde
- a estratégia proposta produz entrosamento entre as institui
çoes,
I
daszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
/
a política geral do momento, a pdlítica de saGde, tanto g~
facilitando a integração açoes;
ral quanto local, e .aspectos culturais das regiões das, influem nos resultados obtidos;
envolvi
- exiitem dificuldades grandes para se atingir a integração
pois. embora ela seja mencionada como importante no
so oficial, nao existe o hábito e, por vezes, nem a
discur inten
çao. de levá-la a efeito pelos dirigentBs das entidades en
volvidas, nos diferentes níveis de atuação;
- parece vantajoso dar prosseguimento às açoes do Sistema da
--
mesma forma que vêm sendo ~~alizadas até agora.\
-
-
\
05.
Trata-se de verdadeiros subprodutos do trabalho ori
ginal, os quais envolvem, certamente, contribuição
para a reflexão sobre o tema.
relevante
Considerando:
- que o Sistema de Atendimento vem se desenvolvendo há vários
anos, sem nunca ter sido descrito, nem analisado;
- que a filosofia de atuação por ele proposta vai ao encontrozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à do Sistema Nacional de Saúde e a de outras proposições g~
ver na m e n t ai s , t ai s c o m o PR E VS A
O
O E (3) e PIa no d o C ONAS P (4);- que embora em escala reduzida propoe uma estratégia que te~
de a melhorar o entrosamento entre as
de levar a uma atuação integrada;
instituições, capaz
- que, a c om p a n ha nd o a te s e da mu n i c ipe I i z a ç
ã
o, de se n v o1ve sua satividades na á~ea do município;
que é uma solução de baixo custo, pois nao introduz recursos
novos, mas .preconiza à melhor utiiização dos já existentes
no 1oca 1;
- que há pouca referência, na literatura, a projetos semelha~
tes, integrando ações na área de saúde e envolvendo dois se
tore~ sociais, saúde e educação;
justifica-se seu estudo no presente trabalho.
(3) BRASIL. Ministerio da Saúde. Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde. PREVSAÚDE; ante-projeto. Brasí,lia, Ministeri.o da Sau
. .~
\
\
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA• • ~-,.~ " _o, -XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
' . ..- :. - - - .. -'~-.-~~---~-..--.•...-'-- ..
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' - ~ - ' ~ ' " ,1 •.
-i-..
..
\.
'"o,
"
.jI .ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
CAPtTUlO'
I
,REFERENCIAL
TEÓRICO
,I ••_.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
07.
Considerando-se que vai ser analisado um sistema.p~"
rece oportuno tecer-se algumas considerações gerais sobre o
assunto.
Pode-se definir sistema como "um complexo agregado
ou uma combinaç~o de coisas ou partes. formando um todo org~
nzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí ze d o , complexo. integral" (5). ou como um "conjunto de elemen
tos din~micos interligados e interdependentes que operam 3u~
tos. de acordo com certas leis e de tal forma a produzir aI
gum efeito total caracteristico. para alcançar determinado ob
jetivo": (6).
Vive-se num mundo de sistemas. os quais. de um modo
geral. podem ser agregados em quatro linhas diferentes. sempre
interrelacionadas. Assim. o mundo físico se apresenta como
uma série de sistemas. partindo do átomo. passando pelo plan~
ta. pela estrela. chegando à galáxia e finalmente ao universo.
No mundo biológico. evoluindo da partícula viva mais
simples e passando dos seres unicelulares aos seres vivos mais
complexos. vegetais e animais. chega-se. finalmente. ao ho
mem.
No mundo social. partindo-se de um indivíduo. elemento" básico. e possível observar Q_ue este. em suas
como rela
çoes com seus semelhantes. forma grupos de diferentes tipos e
tama~hos e organiza-se em sistemas sociais cada vez mais com
plexos. até abarcar toda a humanidade.
Finalmente. o mundo tecnológico. isto e. o das coi
sas feitas pelo homem. tem origem nos implementos pré-histór! cos os mais rudimentares. passando por máquinas de complexid~
-" (5) KAST, F.E. & ROSENWEIG, J.E. Organização e Administração: um enfo que sistêmico. são Paulo, Pioneira, 1976.
(6) ALLPORT, F.H. Citado em: CHAVES, M.M. Saude e Sistemas. 2~ ed. Rio de Janeiro, Fundação Getulio Vargas, 1978. p.60.
-
---.
-_.---.-...,,-..
_,...-...,...,..--...-•.--~~•..•...•.~_
..•.•....-
"-_."--'
_--_.~ ,. ~--
~.-."----
-_._--.;-_.--_
...
"--,---~~_
...--~
"de crescente, até chegar aos sistemas altamente complexos do mundo atual como computadores, misseis, satélites artificiais e muitos outros.
Essa separaçao, porem, é artificial, porque, na pr~
tica, o mundo em que se vive constitui-se num entrelaçamento de sistemas de todos os tipos, influenciando-se mutuamente,na
formação de um único e grande todo, tanto no espaço quanto no
tempo.
Os sistemas podem ser decompostos em subsistemas,
que são as partes que o comp6em; estes, por sua vez, também
podem ser subdivididos e assim por diante. O sistema que en
globa os subsistemas é, para este, um suprassistema e recebe
o nome de metassistema.
Todo ser vivo pode ser considerado como um sistema. A caiacteristicaTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Vida
permite coloc~-lo na linha dos sistemasbiológicos. A
Vida
está inserida num meio físico, nao vivo,o meio ambiente.
Cada um dos .indivíduos que povoa a Terra
apresenta--se, pois, como um sistema biológico complexo e aberto, em
permanente interação com o seu ambiente.
Esse ambiente, no qual o ~o~em vive, recebe o nome
de ecos~istema ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé o resultado das interaç5es entre popul~
çoes de se~es vivos e o meio físico em que habitam, em equilí
brio dinãmico permanente.
o
meio ambiente nao e, apenas, alguma coisa externaao sistema e fora de seu controle, mas determina, em parte, a
maneira como o sistema funciona (7).
09.
"ATSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Vida,
fen6meno biol6gico, de um lado e uma batalha constante pela sobrevivência, uma competiç~o cega e selva
gem; de outro. ~ um milagre de interdependência. ajuda matua
e relaç6es intimamente entrelaçadas. Nessa dualidade, coop~
raç~o-competiç~o há o aspecto da necessidade da Morte, sem a
qual a continuaç~~ da
Vida
seria impossível.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAA decomposiç~o desempenha papel primordial. pois aVida
floresce da d e c o mp o síçao. Uma tarefa fundamental da
Vida
~
adaptar-se ao ambientesempre em mudança. ao meio que circunda e influencia os seres
vivos e que sofre alteraç6es. as vezes, sabitas
v e i se. a t ~ m e smo, c a tas t r ó f i c as" (.8 ) •zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA e imprevisi
o
ser .vivo sobrevive. no Ecossistema, enquanto ascondiç6es deste o permitem; ultrapassadas essas condiç6es. o
ser morre e passa a integrar a natureza morta do Ecossistema;
portanto. o fen6meno
Vida
~
um episódio temporário no Ecossistema.
/
Dentre os seres que habitam o Ecossistema. o Homem
possui imensa capacidade de alterá-lo. sobretudo gr~ças a sua
evoluç~o tecnol6gica. criando e construindo ambientes novos,
t~o radicalment~ modificados que, freq~entemente. se faz ne
cessário que ele. por sua vez. se modifique e consiga nova
adaptaç~o. para continuar a existir nesse mesmo ambiente.
Quando o Homem altera o Ecossistema. para obter de
termi~~dos resultados, pode desencadear efeitos secundários
que, por vezes. anulam o objetivo inicial d e e eje do v : Assim, o
Homem age sobre o meio ambiente que o rodeia e este. por sua
vez, reage e ví c e+v e r s e , Da intensidade dessa açao e reaçao
resultam consequências maiores 6u menores na mãnutenç~o do
equilíbrio dinâmico entre os sistemas.
( 8 ) ORlA, H. Para onde vamos? Alterações do ambiente natural e suas con
Como todos os outros seres vivos, oTSRQPONMLKJIHGFEDCBAHomem - sistema
biológico - está inserido em um Ecossistema - a Natureza. Po
rem, duas diferenças importantes o separam dos demais: uma
socialização mais evoluída e a possibilidade de usar a
logia.
tecno
Os indivíduos que po~oam a Terra, agrupam-se em ins
tituições sociais as mais diversas e de graus variáveis de com
plexidade: estados, naçoes, comunidades ~tnicas e de interes
se. Existem infinitas interações entre indivíduos e institui
ç o e s de. d i f e r e n t e s n í ve i s e ti P os, f o r m a n doS i s tem asSozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAciai s , cujo conjunto forma a Sociedade.
A
Sociedade ~6
Metassistema dos sistemas sociais ~ por sua vez, ~ um subsistema inserido no Ecossistema,HGFEDCBAb sistema maior, que inclui a Natureza e as modificações nela feitas
pelo Homem, por interm~dio da tecnologia.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A grande complexidade das sociedades humanas e o l0.!l go período de desenvolvimento do ser, humano, apos 0- na~cimen
to, tornam o Homem altamente influenciávelpelo meio sócio-cul
tural em que vive, o qual, t ernb árn , I~ Um dos determinantes de
sua conduta.
A tecnologia propiciou transformações tão acentuadas
no Ecossistema que permitiu à esp~cie humana viver em toda a
'-o
par~e,facilitando a ocupaç~o de espaços vazios, a concentra
çao de pes~oas em determinadas regiões, al~m de ação predató
ria sobre recursos naturais e poluição do ambiente físico. Re
ciprocamente, criou condições que poderão levar a
a auto-destruição.
humanidade
"A
Sociedade como um todo. e em qualquer país. pr~cura organizar-se de modo que cada indivíduo possa obter aqui
\
-
\--l"-'-11.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
lo que deseja com perfeita eficiência e, além disso, seus desejos em continua expans~o" (9).
tenha
Todo ser vivo tem uma força vital que lhe provem do
potencial g~nético de que é portador e que lhe d~ uma din~mi
ca própria, geradora de sua capacidade de adaptaç~o ao ambien
te. ATSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Vida
toda é um longo ap~endizado. Os mecanismos de regulagem dos sistemas biológicos lhes permitem captar do Ecos
sistema mensagens que produzem sensações de prazer ou de so
frimento e os orientam em direç~oao
teZos
ou objetivo do sistema. O objetivo -
teZos
-
daVida
é viver plenamente.Às metas individuais somam-se as sociais: es tas sao
incorporadas no processo de vida de relaç~o, à medida que se
agregam grupos humanos e evolui o processo civilizatório, for
mando-se culturas diferentes.
Com o desenvo.lvimento e a s o czyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí e Ld z eç à o , gr-e d atí.verneq
te, mais e mais, o comportam~nto do ser humano vai sendo eX
plicado com base em metas que aHGFEDCBAB oHGFEDCBAc - i e d a d e lhe impõe .,eqU,e re
primem cada vez mais a sua estrutura instintiva, a qual é mais
I
evidente nas idades mais jovens. N o chegar à idade adulta, o
conjunto de suas aspirações e st á , na maior parte, ligado à cul
tura a que ele pertenGe.
A~esar da enorme diversidade de culturas, é possível
<.
perceber uma unidade básica nas aspirações do homem moderno.
Esse elemento parece ser a aspiraç~o de' realizar uma vida pl~
na, a busca da felicidade individual. Isto inclui, além da
satisfaç~o das necessidades de sobrevivência (alimento, abri
g oL, de c o n s er-v eç é o da espécie (sexo), outras aspirações como
saúde, e d u c eç ê o , segurança social, trabalho satisfatório I o o n vívio social e aceitaç~o do indivíduo pelo grupo,
recreativas, manifestações artísticas.
atividades
C9 ) ACKOFF, R.L. Citado em: CHAVES, M. Saúde e Sistemas. de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1978. p.60.
2~ ed. Rio
\ -
-
\
Outro elemento fundamental a ser considerado. por
sua presença dominante neste trabalho. e o conceito de Saade.
Saade e um atributo individuaIs o seu conceito e
'amplo.
No Preâmbulo da Constituição da Organização Mundial
da Saade ela e definida como "o completo bem-estar físico.men tal e social e não apenas a ausªncia de doença".
Segundo a definição atribuída a H.Spencer e ampli~
da por Wylie. ~ "a perfeita e contínua adaptação do organismo ao seu ambiente". ('10).
A noçao de homem sadio. adquirida pela observação
da realidade. deve incluir a de homem doente. A cada momento
existe a possibilidade de se poder comparar a estrutura e fun
cionamento dos v~rios subsistemas do sistemaTSRQPONMLKJIHGFEDCBAHomem. em rela
ção aos padrões mais frequentes para a esp~cie. numa determi
nada cultura e estabelecer. assim, um perfil de saade .
As pessoaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAnao... podem ser rigi~amente separadas em
sadias e doentes. Dentro do que se poderia chamar de estado
de saúde, existem variações, em determinado período de tempo.
entre limites de nível alto e baixo do bem-estar.
E
possível medir o estado de sanidade dos indivíduos. por ~eio de ~ma escala de diferentes graus. empiricame~
t~ construídos. M~rio Chaves (11) propõe um gradiente de sa
nidade. que permite identificar estados intermedi~rios~ segu~
dou m a e s c a Ia c o m 1 1 graus, que vai d e O O .- màrte - a1 O - s a a
de plena -. de acordo com a capacidade e o grau de sucesso de
funcionamento do indivíduo. num dado momento, no Ecossistema. (10) WYLIE, C.M. The definition and measurement of health and disease
Public Hea1th Reports. Washington,.85:100-4, 1970. (11) CHAVES, M.M. Saúde e Sistemas .
•- .,...-,:"- r.,. •
1: .
-I· '
13.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Para Ilich (12), saúde é uma tarefa, um processo de
adaptaç~o ao "ambiente, que constantemente se modifica. Suces
so nessa tarefa é, em grande parte, resultado da disciplina do
pr6prioTSRQPONMLKJIHGFEDCBAeu e, também, da mobilizaç~o de recursos interiores,
pelos quais cada indivíduo regula suas açoes, seu ritmo diá
rio; da mesma forma, é resultado da aprendizagem e aquisiç~o
de conhecimentos sobre atividades desejáveis e consequente de
sempenho competente, que fazem parte da cultura, na qual o in
divíduo se desenvolve e é moldado; também, resultado de p~
drões longamente testados, pr6prios de determinada area ge~
gráfica ou de um grupamento étnico ou cultural.
""O indivíduo - sistema biol6gico - vive de equilíbrio
dinâmico, resultante de adaptações constantes, tanto com o Me
tassistema - Sociedade - quanto com o Ecossistema - Natureza
-resultarido disso o nível de sua saúde física e mental.
Os dois conceitos, anteriormente examinados. o de
Sistema e o de Saúde. entrelaçam-se, estreitamente, no mundo
contemporâneo.
A Sociedade Humana constitui-se no M~tassistema do
Sistema Homem, ser social. Ela resulta de agregações de indi
víduos, que se organizam em instituições sociais as mais di
versas, visando o bem comum.
As tarefas sociais do Metassistema sao divididas en
tre os vários sí s tema s que o compõem; cada um desses siste
mas componentes existe em funç~o de uma necessidade social.de
uma aspiraç~o coletiva como. por exemplo, a aspiraç~o ~ saúde,
que origina o Sistema de Saúde:
O objetivo - telos - do Meta~sistema
é
o já mencionado bem" comum. O Sistema de S~úde, como um dos sistemas es
pecializados do Metassistema, tem por missão alcançar uma fra
ção desse objetivo, agindo em coordenação e interação com ou
tros sistemas componentes, cada um dos quais, por SUa vez,ta~
bém está engajado na realização de outras frações do mesmo ob
jetivo.
A essência de um sistema e que seus elementos comp~
nentes trabalhem pelo objetivo global do conjunto; caso con
trário, o sistema nao pode sobreviver por muito tempo, mesmo
q~e cada elemento esteja operando efetivamente para
seu próprio objetivo individual (13).
alcançar
o
Sistema de Saade existe para permitir que os indivíduos de uma sociedade mantenham, durante o maior tempo po~
sível, o mais alto nível de saúde permissível pelo seu
cial genético.
pote~
A dimensão "maior tempo possível" refere-seHGFEDCBAB "qua~
tidade" deTSRQPONMLKJIHGFEDCBAVida. Vida longa e de boa qualidade resultam da
atuação combinada de vários sistemas sociais, todos
a melhorar os níveis de vida.
tendendo
I
o
objetivo do Sistema de Saúde é a saade coletiva,que e uma resultante da média das saúdes individuais dos me~
bras de uma Sociedade. O Sistema de Saúde visa aumentar o va 'lar dessa média - qualidade - e visa au~entar a duração média
da Vida - quantidade. Os dois objetivos se entrelaçam~ em
grande parte: o aumento de expectativa de. vida ao nascer
um acompanhante natural da melhoria das condições de vida.
saúde.
O Sistema de Saúde realiza funções que sao açoes de
Sendo o estado de saúde uma resultante das interaçõ~s
--
do indivíduo com seu meio ambiente, as açoes de saúde se apli. cam ora sobre um, ora sobre o outro.
(13) LEVEY, S.
&
LOOMBA, P. Administração hospitalar: sistemas. S.n.t.MImeo. (Material Didático da FGV/EAESP.)
-
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA-
\
•.>' ~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 5 •zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
As açoes sobre o indivíduo, podem exercer-se nas va
rias etapas de sua trajetória vital, desde a concepção até aTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Morte. Em alguns momentos, o risco de agravos é maior, como
o período de ges~ação e as idades extremas da Vida.
A magnitude da mortalidade perinatal e neonatal,nas
estatísticas, mostra a extrema vulnerabilidade do ser humano
nos seus primeiros contatos com o Ecossistema. Vencida essa
primei ra barreira, s egue- s e um per-Io d o , até o fi na I do' qua rto
ano de vida, que requer grande concentração de ações de saúde,
para permitir a sobreviv~ncia, sobretu~o nas condições hostís
de muitas areas de países em desenvolvimento. E preciso nao
esquecer, também, a influ~nc~a do ambiente social, principal
mente nesse período, talvez mais do que em outros, e sua açao
sobre o desenvolvimento mental do indivíduo.
Seguem-se a idade escolar, adolescência, idade adul
ta, velhice. Cada época recebe diferentes impactos do ambien
te sobre o orgánismo. Mesmo em condições em que as necessida
des humanas estejam garantidas, não faltam pressões fisicas
ou psíquicas sobre o indivíduo, atuando como causas potenciais de desequilíbrios, gerando doenças.
As açoes sobre o Ecossistema fazem parte do que se
chama processo gerador de saúde. Indiretamente, elas incluem
açoes de vários sistemas sociais, que, em conjunto, levam a
melhoria das condições de vida. Isto se traduz pela melhoria
dos comp~nentes do bem-estar, entre os quai~ se incluem ali
me n t a ç ã o, m o r a d i a, ve st uá r i o, r e c r e a ç a o , c o n d i ç õ e s de t r a b a
lho, saúde e educação. Na prática, estas melhorias concorrem
para o aumento da c e p e c Ld e de total de produção e transformação da estrutura econõmica que se denomina desenvolvimento.
Além de açoes sobre o indivíduo e sobre o Ecossiste
ma, existem açoes sobre o Metassistema - a Sociedade. Inúme
pelo ambiente social em que ele vive. A sociedade de consumo.
o sistema de aferiç~o do ~xito. as expectativas da familia e
do grupo. a competiç~o por namero limitado de posiç6es em hi~
rarquias da organizaç~o. a frustraç~o em trabalhosmon6tonos.
a insatisfaç~o em plena afluência. a incapacidade de gozer um
namero crescente de horas de lazer. o isolamento na multid~o.
sao algumas das fontes de problemas do individuo na
çao industrial.
civiliza
Como todo sistema aberto, o Sistema de Saade tem os
três componentes:
insumos -TSRQPONMLKJIHGFEDCBAinput - representados por aquilo que entra no sis
tema, isto é. SUa clientela. a população de um modo geral.
com diferentes tipos de demandas e necessidades: potenciais, técnicas;
sentidas,
- processo, isto e. a sequência de operaçoes e transformações
efetuadas. no interior do sistema, sobre ou com os insumos,
representado pelas ações de saade executadas por um àgreg~
do de instituições, que prestam serviços ou distribuem bens
de saade;
- produto - output - que e o resultado dessas açoes sobre a
população, o benefício que o sistema traz para sua cliente
la. seja para a comunidade ou ~eja para Os doentes ou para
os-fornecedores de bens e serviços; e o avanço em direçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
..
ao seu objetivo, o bem comum.
o
maior ou menor grau de satisfação ou insatisfação da população atingida. manifestado através da. opinião p úb lI c eou de novos tipos de demanda, constitui-se na retro-alimentaçãoHGFEDCBA
---
HGFEDCBAt o "zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
, I
1-,I HGFEDCBA•zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E
possível reconhecer uma estrutura para o sistemade sa~de, com m~ltiplas relações entre as partes que o compoem
e fluxos de comunicação em todos os sentidos C*) (ver Anexo I)~
- O sistema nuclear, propriamente dito, contendo as institui
çoes p~blicas e privadas fornecedoras de serviços de prom~
çao, proteção e recuperação dasa~de.
- Dois subsistemas que o alimentam: um que produz recursos
materiais - sistema de produção industrial - como equipame~
tos, instrumentos, medicamentos, material de consumo; outro
que produz recursos humanris - sistema de formação de recur
sos humanos - ou seja a formação e treinamento do pessoal de
sa~de.
- Dois c6mponentes constituídos pela~ restrições e condicionan tes,impostos pelo Metassistema:
.um representado pelos recursos financeiros, isto e o qua~
to existe disponível no Metassistema para atender as neces
sidades totais daTSRQPONMLKJIHGFEDCBASociedade; ,
.outro representado pela opinião pública e pelas opçoes p~
liticas e, fazendo parte destas, o sistema político de de
cisão, o planejame~to governamental e a estrutura, legal e
. ,
organizacional existente no momento, isto e, quanto a
ciedade está disposta a gastar no Sistema de Saúde.
So
Nesse grande agregado existem fluxos permanentes de
informações, quer entre a clientela consumidora e profissi~
na~s fornecedores de serviços e bens de saúde, quer entre as
instituições entre si, assim como no interior das institui
çoes, nos seus vários nlvelS.
..
.
(~r
GONÇALVES,ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAE.L. Comunicação pessoal. Trabalho ainda não publicado.,
\
\ \
Para que os mecanismos decis6rios do Metassistema
funcionem com efici~ncia,
ª
preciso que o conjunto de informaç6es sobre saGde n~o seja um dep6sito, um monop6lio de um gr~
po. mas seja disseminado de forma inteligível e esteja ao a1
cance de todos.
o
conjunto forma um sistema aberto. em equilíbrio d_~ nâmico, com interaç6es mGltiplas. que geram. muitas vezes.con fI itos e t e n s 6 es , ten d e n t e s a p r o d u z i r d e s equí Ií b r i os; po..rém,ao mesmo tempo. surgem mecanismos corretivos que procuram res
tabelecer aquele equilíbrio.
A expressa0 final do conjunto de decis6es e opçoes
políticas que procuram restabelecer ou manter o equilíbrioTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
steady state - do sistema. recebe o nome de política Nacional de SaGde.
6xistindo uma divisão de atribuições dentro do Metas
sistema, as aç6es .de saGde são compartilhadas pelo Setor SaG
de com outros setores da Sociedade.
de. exercidas fora do Setor SaGde, te dele.
Porém. as eç ó e s de se u
s6 indiretamente fazem pa~
A
coordenação intersetorial e, pois. essencial. Setor SaGde e o setor da Sociedade que é abarcado pelo Sistema
,SaGde.
o
sistema institucional abrange toda a empresa de saude que presta serviços e distribui qens aos consumidores de
serviços de saGder A empresa
ª
um grande agregado de subsistemas envolvidos nessa pre~tação de serviços e distribuição de
bens.
A organização dos serviços de um país e, habitualmen
te, dividida em setor pGblico e setor privado; porem. costu
ma ser ~uito mais complexa do que isso; por exemplo, o desen
vol~imento de serv~ços de saGde de organismos de ~revid~ncia
~ocial, ceM contribuiç6es de empreg~dor. empregado e· governo
1 9 •zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ou, p e 10m enos, co m c o n t r o 1e g o ver na me n tal,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAj u'st i f i c a que s e considere este grupo de instituições como um setor intermediá
rio entre o público e o privado.
As interações entre as instituições dos três seto
res sao inúmeras. As vezes, a Previdência Social em vez de
prestar serviços diretamente ao segurado, contrata serviços de
instituições do setor privado ou, mesmo, do setor público; ou
tras vezes, o setor público subvenciona organismos privados.
A imbricaç~o entre os três setores ª de ~al monta que, do po~
to de vista sistêmico, o que se busca
ª
melhor coordenaç~o e~tre eles, maior racionalizaç~o no funcionamento de cada um,em
relação aos outros.
A tendência à integração ou maior coordenação nao
se limita ao relacionamento interinstitucional. Procura-se,
tambªm. maior racionalização dentro de cada subsistema, atra
vªs de especialização e diferenciação dos diversos níveis de
prestação de serviços, de modo que, cada serviço seja prest~
do no local em que se possa obter maior eficiência dos instru
mentos usados .
._._...'":---_.-'"':."
._-_._-
.,
.
--.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1 - SISTEMA DE SAOOE NO BRASIL
O Sistema de SaadB, no Brasil, vem se desenvolvendo
por etapas, acompanhando mudanças que tiveram lugar no siste
ma político-administrativo e na economia e procurando satisf~
zer as necessidades de assistência à saúde da mão-de-obra in
dispensável ao desenvolvimento.
No primeiro período da Repablica, chamado de "RepQ blica Velha" e que vai ~t~ 1919, 0erifica-se uma das primeiras
afirmações da ação estatal no campo da Saúde PÚblica,por oc~
sião do combate à febre amarela, com Oswaldo Cruz, como
dor e primeiro chefe da Diretoria Geral da Saúde, ent~e
cria 1902
e 1904. Nessa epoca, ainda não se constata a presença gover
namental, no que diz respeito às ações individuais de saade.
Do ponto de vista da assistência médica, há predomi
nio da medicina liberal e atendimento pela rede hospitalar,r~
presentada, basicamente, pelas Santas Casas de
herdadas do período colonial.
Misericórdia,
Ainda antes de 1930, inicia-se um sistema de atendi
mento, através de Caixas Beneficient~s, organizadas por conta
própria, por empresas.e empregados, que são regulamentadas,im 1923, pela Lei "Eloy Chaves" (Decreto Legislativo n" 4682, de
24.01.23). 'Em 1926, o Estado estende o benefício dessas Cai
",
funcionários pablicos (14). xas Individuais aos
Essas Caixas, iniciais sao criadas 'no âmbi't'b'd o": Mi
nistério da Agricultura que, então, tinha a seu cargo uma in
cipiente proteção ao trabalho. As Caixas vâo sofrendo uma fu
são progressiva de 1933 a 1939 e, a altima delas, já reunindo
as demais, é trans"formada, mais tarde, em 1960, em Lnstí.ttrtoLí s).
\
(14) "ROSSI, S.S. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil. 'são Pau
10, s.c.p., 1980. MImeo. 103 p.
21 .
A Revolução dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1930 significa uma renovaçao da es .
trutura do poder, possibilitando a participação do capital in
dustrial e a regulamentação das relaç6es entre trabalho e ca
pitaI.
Data desta fase, imediatamente posterior a 1930, a
criação dos Institutos de Aposentadoria e Pens6es que.
tarde. viriam a ser os agentes da atenção curativa e
dual, pelo Estado. ,As empresas se unem por categorias
móis indivt
ocup~
cionais e, em aproximadamente. uma década, criam-se os IAP's:
Marítimos, em 1933; Comerciários e Bancários, em 1934; Indus
triários, emTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1936/38; Trarisportes e Cargas, em 1938; Servi dores do Estado. em 1938.
Criam-se, também. dois importantes orgaos do Minis
tério do Trabalho: o Conselho Superior da Previd~ncia Social
e o Departamento de Pr-e v í dê nc í e Social (16).
Esses'. Ln st.ã tuzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAto s , .epe rres urbanos', s ur g ern sob o Mi
nistério de Indústria e Comércio. mais tarde desdobrado em
dois: o de Indústria e Comércio e o de Trabalho e Previd~ncia Social (17).
A a~sist~ncia médica. da~ priméiras Caixas é prest~ da por médicos particulares em seus pr6prios consult6rios(i8),
A e s ststê n cí.e médica está prevista. embora sem a sua
atual amplitu~e. desde a criação da Previd~ncia Social Brasi
leira. em 1923 e, curiosamente, ela vem antes das demais pre~
tações instituídas; o motivo poderia ser a idéia de proporci~
nar ao trabalhador doente a recuperação de sua capacidade de
trabalho.
(16) ROSSI, S.S. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil. (17) LEITE~ C.B. Um secu10 de Previdência Social.
(18;) BAPTISTA, H.V.A. et alii. Assistência medica. In: LEITE, C.B. Um seculo de Previdência Social. Rio de Janeiro, Zahar, 1983,
p.52--70.
Progressivamente. há absorção da assistência médica
ou da medicina curativa. em geral. pela Previdência Social.
Uma das razoes apontadas e que as Caixas e Institutos dispõem
de mais recursos e possuem estruturas mais ágeis do que o Mi
nistério da Saúde (19).
Em 1930. as atividades de saúde. de responsabilid~
de federal. passam do âmbito do Ministério da Justiça e Negá
cios Interiores ao recem criado Ministério da Educação e Saú
de (Decreto n? 19402. de 14.11.30),
Em 1937. é instituído o Departamento Nacional de Saú de (Lei n? 378. .de 13.01.37). que passou a desempenhar ativi dades fundamentais no campo da saúde. tanto em âmbito federal,
como por ação direta e indireta sobre Departamentos de Saúde
Estaduais (20).
De 1930 a 1945. observa-se o crescimento das insti
tuições previdenciárias que começam a difersnci~r-se. em suas
a c a n h a das e s t r u t u r as. p e los s e r v i ç o s d e a s s i s t ê n c i a ,méd ic a que,
aos poucos. um e outro iniciam. Esse crescimento é acompanh~
do de desiguald~des. quanto a legislação e a recursos finan
ceiros (21).
são um reflexo da estratificação social. caracter:í.s tica da sociedade urbana desse momento. as quais são. tambÉm.
e v i d e"r,c i á v e i s nas c ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAnd i ç õ e s d e v i d a e d e t r a b a 1 h o .
, As categ~
rias profissionais mais bem 'assalariadas recebem uma assistên
cia médica mais ampla e de melhor qualidade (por exemplo. ban
cários em relação a industriários); além disso. trabalham em
condições mais salubres. Com o crescimento ~ndustria1. as con
dições de trabalho oferecidas aos industriários são precárias. (19) LEITE, C.B. A crise da ,Previdência Social. Rio de Janeiro, Zahar,
1981. 127 p.
(20) SINGER, P. et a1ii. versitãria, 1978.
Prevenir e Curar. 166 p.
Rio de Janeiro. Forense-UniHGFEDCBA
( 2 T ) ROSSI, S.S. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil.
" '
23.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
aumentando os riscos de vida e de saúde a que estão submeti
dos. Paralelamente, os direitos sociais da legislação traba
lhista, vao sendo gradativamente suspensos, no período de
1937/1945.
Em 1940, tem lugar a organização do Serviço
mentação da Previd~ncia Social - SAPS - que veio dar
~ assist~ncia alimentar e durou at~ 1967, quando da
çao dos Institutos e criação do INPS (22).
de Ali ~nfase unifica
Em 1942, há uma expansao da Saude Pública, com azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfu n
dação do Serviço Especial de Saúde Pública - SESP - criado em
decorr~ncia de um acordo entre os governos brasileiro e ame ri
cano e, mais tarde, em 1960, transformado em Fundação - FSESP
(23) .
Em 1941, e criada a Legião Brasileira de Assist~ncia - LBA - para prestarassist~ncia ~ população carente (2_).
A partir de 1942, quando passa a ser e s s d mf Le d o o p~
drão norte-americano de Saúde Públi~a, abandonando-se a ·~in
flu~ncia francesa que 0igorava no i~ício do s~culo, os Centros
de Saúde passam a enfatizar a Educação Sanitária como
f u n d a me n t a I de m u d a n ç a sem s a ú d e (2 5) •
agE:)nte
A·preocupação em manter a força de trabalho em con
,
diç6ei de produzir. assim como a de reintegrar, rapidamente,~
produção o trabalhador afastado por motivos de saúde, leva as
instituiç6es a criar serviços médicos e de reabilitação. Os
rLsc o s são tão frequentes, que, em 1944, um decreto ·'estabele
ce a obrigatoriedade das indústrias, com mais de cem empreg~
(22) OLIVEIRA, LEITE, Zahar,
M.V.C. Os serviços sociais e a seguridade social. C.B. Um seculo de Previdência Social. Rio de Janeiro
1983.
Ín:
(23) SINGER, P. et alii. Prevenir e Curar.
(2_) OLIVEIRA, M.V.C. Os serVl.ços sociais e a seguridade social. (25) ROSSI, S.A. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil.
dos, de organizar um~ Comiss~o Interna de Prevenç~o de Acide~· tes - CIPA - que, entretanto, não sa:i.do aspecto formal (26).
TambÉÍm em 1944, ÉÍ criado o Serviço de Assistência Mé
dica Domiciliar e de Urgência - SAMDU - custeado pelos Insti
tutos para atender os segurados e seu~ dependentes, nos. casos urgentes e de tratamento no domicílio (27).
Em 1945, pela Lei Drg~nica dos Serviços Soci~is do
Brasil (Decreto-Lei n9 5726, de 01.05.45), realiza-se a pr!
meira tentativa de Uniformizaç~o dos Institutos para criar o
Instituto de Serviços Sociais do Brasil, que nunca chegou a
ser instalado, pela alteraç~o das condiç6es políticas do País
(28).
Em 1953, desmembra-se o Ministério da Educaç~o e
Saúde, criando-se o MinistÉÍrio da Saúde (Lei n9 1920,
25.07.53), que passa a se encarregar das atividades do
de Depa.!:.
tamento Nacionál de Saúde, porem, com uma estrutura t~o frá
gil que continua ocupando o mesmo pequeno espaço anterior(29).
E~ compensaçao, alguns Estados, como S~o Paulo, de
senvolvem uma hipertrofia administrativa que se explica no
populismo. Sucedem-se a criaç~o de 6rgãos e serviços, muitas
vezes sem nenhuma utilidade, a n~o ser beneficiar favorecidos· políticoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(30).
Na década de 50, além do MinistÉÍrio da Saúde, ou
tros ministÉÍrios exercem aç6es de Saúde Pública. como o Minis
tério do Trabalho e Previdência Social e o Ministério da Via
çao, com programas sobre o meio ambiente (31).
(26) ROSSI, S.S. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil. (27) BAPTISTA, H.V.A. et alii. Assistência medica.
(28) ROSSI, S .A. A Cons titui<iãodo Sistema de Saúde no Brasil. (29) ROSSI, S .A. A Constitui<ião do Sistema de Saúde no Brasil.
(30) ROSSI, S .A. A Constitui~ão do Sistema de Saúde no Brasil.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
·.,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
25.
Além desses orgaos federais, da administração dire'
ta e indireta, h~ organismos de coordenação regional, muitos
dos quais organizam suas Divis6es de SaGde e, também, as Se
cretarias Estaduais e Municipais de Saúde. A essa multidão de
orgaos públicos se agrega o setor privado, tanto beneficiente quanto de finalidade lucrativa (32).
Em 1954, h~ *usão de todas as antigas caixas .de ap~ sentadoria e pensoes em uma única - CAPFESP - que, em .. 1960, passa a ser IAPFESP.
Em 1955, a economia brasileira se abre para o cap~
tal estrangeiro que, a partir desse mom8nto, lentamente, se
expande para todos os setores, alcançando inclusive o
saúde, tanto na produção de bens como na de serviços.
setor
Nessa mesma epoca, e concebido o Plano de Metas p~
ra o "governo brasileiro. Pela .primeira vez no Brasil, a pr~ dução industrial ultrapassa o volume da produção agrícola.
Ainda em 1955, no Congresso de Hospitais, os empr~
s~rios recla~am da baixa efib~cia dos serviços dos Institutos
e que, por isso, as empresas são obrigadas a constituir seus
pr6prios serviços médicos. Encontra-se, aí, o germe dos futu
ros convênios de empresas, modalidade de assistência chamada "Medicina de Grupo" (33) •
médica
.~m1960, a Previdência Social sofre uma redefinição,
com a Lei Drgãnica da Previdência Social (Lei n9 3807, de
26;D8.60, regulamentada pelo Decreto n9 48.959-A, de setembro
de 1960). Este é o primeir? documento que explicita os deve
res do Estado, do patrão e do empregado. Determina uma uni
'formização dos mesmos direitos a todos os trabalhadores, inde
pendentemente da categoria profissiona.l (34). (32) SINGER, P. et alii. Prevenir e Curar.
Para melhor uniformizar a assistência médica dos di
versos Institutos ent~o existentes, a lei Org~nica institui o
Conselho de Medicina da Previdência Social - CMPS (35).
Em 1963, com a lei que institui o Fundo de Assistên
cia ao Trabalhador Rural - FUNRURAL - o governo procura esten
der o ~eneficio da assistência médica a praticamente 100% da
p o p u LazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAç á o do Pais (36).
Em 1964 h~ mudança do regime PQlítico do Pais, com
aumento da centralização do poder. A situação de classe e as
relações de trabalho são reguladas por nova política salarial e pe16 Fundo de .Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, mecanis
mo que substitui a antiga estabilidade no emprego, por aumen
to da rotação da mão-de-obra. H~ baixa do poder aquisitivo do
sal~riominimo, com intensa concentração de renda de 1960 a
1970 .. As condições de vida refletem-se nas estatísticas de
mort~lidade, morbidade e acidentes do trabalho (37),
Dentro de um contexto politico centralizado e possi.
vel por em pr~tica a metodôlogia do planejamento que vai in
tervir, nos set6re~ so~iais, como ação técnica.
o
planejame~to, no Brasil, penetra pelo setor econômico e se estende aos
demais setores, tais como educação, saúde, habitação,. mento.
sanea
A ~aúde começa a ser institucionalizada como, por
exemplo, acontece com a restruturação da Secretaria de Saúde
do Estado de são Paulo, cuja reforma é implantada a partir de
1967. Discute-se a questão do desperdíCio entre os diversos
orgaos de saúde) com funções que se multiplic~m e se
poem (3S),
supeE.
(35) BAPT~STA, H.V.A. et alii. Assistência medica.
(36) LUZ, M.T. A Saúde e as Instituições Medicas no Brasil. In: GUIMA RAES, R. Saúde e Medicina no Brasil. Rio de Janeiro, Graal
1978. p.157-74.
(37) ROSSI, S.S. A Constituição do Sistema de Saiíde no Brasil..
(3S) ROSSI, S.A. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
27.
Em maio de 1964, por iniciativa do presidente do In~
tituto de Aposentadoria e Pens6es dos Industri~rios - IAPI, e
firmado o primeiro "Conv~nio com Empresa", em S~o Paulo, com a filial brasileira da· f~brica de autom6~eis Volkswagen. Esta
e uma modalidade de prestaç~o de assistência médica que con
siste, em princípio, na transferência, aos empregadores, da
responsabilidade do atendimento aos seus empregados, com ser
viço próprio ou contratadozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(39).
Em 1966 tem início a unificaç~a dos Institutos (De
creto-Lei n9 72, de novembro de 1966), que se completa em
1967, com a implantaç~o do Instituto Nacional de Previdência
Social -INPS (02.01.67), o qual assume proporções gigantescas
no fornecimento de assistência médica (~o).
o
INPS nao só unificou e substituiu os seis Institutos de Aposentadoria e Pens6es ent~o existentes, com os respe~
tivos setores de assistência médica, .como também, extinguiu o
SAMOU e o Serviço de Alim8ntaç~0 da Previdência Social - SAPS. O IPASE n~o foi atingido pela unificaç~o (~1).
Para dar continuidade a prestação d9 seus serviços,
a Previdência prefere, cada vez mais, comprá-los da rede hos
pitalar particular, em vez de aperfeiçoar seus serviços pr~
,prios e utilizá-los plenamente .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
..•..
• Essaintenç~o manifestada sobretudo a partir de
1968, impulsionou o aparecimento de empresas médicas, chamadas de "Medicina de Grupo" que, através de convênios e contratos, parciais e globais de assistência médica, prestam atendimento aos contribuintes do INPS (~2).
(39) MELLO,HGFEDCBAC . C . d e . Saúde e Assistência Médica no Brasil. são Paulo, C~
bes-Hucitec, 1977, 269 p.
(~O) FACULDADE DE CIÊNCIAS MEDICAS DA SANTA CASA DE MISERIC6RDIA DE SÃO
PAULO. Organização da Assistência Médica no Brasil. são Paulo, s.d. Mímeo. (Curso de Administraçao dos Serviços de Saúde Públi ca e Organização da Assistência Médica.)
(41) BAPTISTA, H.V.A. et alii. Assistência. médica.
(42) FACULDADE DE CIÊNCIAS MEDICAS DA SANTA CASA DE MISERIC6RDIA DE SÃO PAULO. Organização da Assistência Médica no Brasil.
1·
A i n dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa em 1 966HGFEDCBAr nasc eIn o r g a os de re.p r ese n t a ç ã o de h os
pitais e clinicas credenciadas e propriet~rios de empresas e
medicina de grupo, respectivamente, Federação Brasileira de
Hospitais - FBH - nascida Federação Brasileira dos Hospitais
Credenciados pela Previd~ncia Social e Associação _.Brasileira de Medicina de Grupo - ABRAMGE.
Desde então, essas entidades e suas federadas regi~
nais al~m dos empres~rios, isoladamente, t~m exercido ~ma peE
manente e intensa pressão sobre a Previdência, em defesa de
seus interesses.
Em 1967, com a Reforma Administrativa Federal (De
ereto-Lei n9 200, de 25.02.67), fica definida a área de comp~
tzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAê n cí e do Minsitério da Saúde, o qual, posteriormente, vai so
frendo sucessivas reformas, a fim de adaptar sua
as funções que lhe vão sendo atribuidas (43).
organização
Em 1968.e elaborado o ~lano de Coordenação das Ati
vidades de Proteção e Recuperação da, Saúde, pelo qu aI a dico
tomia entre saúde coletiva e individual ~ assumida pelo goveE
no, cabendo ao Ministério da Saúde as medidas de caráter cole
tivo e ao setor privado, conveniado com o governo, a prestação
das outras; dentro deste quadro, o recem criado INPS vai de
sempenhar importante papel (41+).
--o
Em 1968, o INPS liga-se ou sustenta 90% de todos os
serviços médicos do Pais e, em 1970, seu orçamento é o tercei
ro da Nação (45).
(1+3) SINGER, P. et alii. Prevenir e Curar.
(44) LUZ, M.T. A Saúde e as Instituições Médicas no Brasil.
(45) FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO
PAULO. Organização da Assistência· Médica no Brasil.
Em 1970, tem lugar a primeira exper~~ncia de inte
graçao total das ações de saúde, com a elaboração do Primeiro
Plano Nacional de Desenvolvimento - PND (46).
Em 1971, e estabelecido o Plano Nacional de Saneamen to - PLANASA - sob a coordenação do Ministério do Interior
que propicia nova expansão das atividades de Saúde
agora na área de controle ambientalzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(47). Pública,
Ainda em 1971, é criado o Programa de Assistência ao
Trabalhador Rural - PRO RURAL - a ser executado pelo FUNRURAL
(Lei Complementar n? 11, de 25.05.71) e, também, a Central de
Medicamentos - CEME, destinada a prestar assistência farmacêu
tica.
Em junho de 1972, há nova tentativa de alterar a p~
lítica assistencial, pela portaria n9 48 da Secretaria de As
sistência Médico-Social do Ministério do Trabalho e Previdên
cia Social, determinando que a assisiência médica deva ser
prestada pelos serviços próprios do INPS, só se recorrendo a
contratos 8 convênios, quando se esgote a capacidade atendimento (48).
'desse
Ainda em 1972, cria-se o Instituto Nacional de Ali
mentaçãoe Nutrição - INAN - autarquia vinculada ao Ministério
da Saúde (Lei n9 5829, de 30.11.'72), unidade técnica de orien
tação'da política de planejamento e coordenação da execução de
programas de ~limentação e nutrição.
Dois anos mais tarde, em 1974, logo apos ter sido
instalado. o Ministério da Previdência e Assistência
Social-_ MPAS - para o qual foi transferido o INPS, é aprovado o PIa
no de Pronta Ação'da Previdência Social - PPA (Portaria nzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA939,
de 05.10.74), que retomoú a política de privilegiar os servi
(46) BRASIL. Presidência da República. I Plano Nacional de Desenvolvi-mento Econômico - PND (1970-1974). Bras~lia, s.d.
(47) SINGER, P. et alii. Prevenir e Curar.
'(48) ROSSI, S.A. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil.
ços da area privada; seu objetivo imediato e tornar os servi
ços de sa~de mais acessí~eis ~ populaç~o previdenci~ria, mas
acaba expandindo uma demanda reprimida, descontroladamente, o
que produz um aumento extraordin~rio de despesas para a Previ
dência SocialzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(49).
Nesse ano, o orçamento do INPS so e superado dazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAUn í ê o (50).
pelo
Ainda em 1974, cria-se o Minist~rio da
e Assistência Social (Lei n9 6036, de 01.05.74),
Previdência responsável pela política de previdência e assistênciam~dica, farmacêuti
ca e social. Inclui na sua estrutura o INPS. IPASE. SASSE.
LBA. FUNABEM, CEME, entre outros, como orgaos autônomos, pa~
sando o Estado a ser o grande fornecedor de açôes de
( 5 1 ).
sa~de
Em outubro de 1974,
ª
criado o Fundo de Apoio ao Desen~olvimento Social - FAS ~ com finalidade de financiar pr~
gramas da área social, ficando sua administraç~o sob a respo~
sabilidade da Caixa Econômica Federal (52).
Tamb~m em 1974, cria-se o Conselho de Oesenvolvimen
to Social - COS, tendo como competência o assessoramento do
President~ da RepGblica, na formulaç~o da política social e
coord~naç~o das atividades dos Minist~rios interessados (Lei
n9 6 1\8. de 09. 1O .74) ~
E ainda a partir de 1974, que se iniciam convênios, sob moldes especificos, da Previdência com Hospitais Universi
tários e de Ensino (53). S~o os convênios MEC-MPAS, pelos
(49) ROSSI, S.S. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil. (50) ROSSI, S.S. A Constituição do Sistema de Saúde no Brasil. (51) LUZ, M.T. A Saúde e as Instituições Medicas no Brasil.
(52) MELLO, C.G.de. O Sistema de Saúde em c.rise. são Paulo, Cebes-Huci-tec, 1981. 205 p.
(53) MELLO, C.G.de. Saúde e Assistência Medica no Brasil.VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
31 .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
quais os hospitais universitários se comprometem a prestar as
sist~ncia m~dica aos previdenciários.
Em 1975, 011 PND (5lt) dá continuidade a do Plano anterior, no que diz respeito
à
saúde.orientação
Ainda em 1975, a Lei n9 6229/75 institucionaliza o
Sistema Nacional de Saúde.
"Esta lei nao cria um sistema ~~vo, mas procura re
organizar o setor saúde de forma sistêmica, onde cada comp~
nente se comporta como elemento de uma totalidade articulada e
harmoniosa, desempenhando função relacionada a um objetivo co
mum: elevação do nível de saúde da população.
A ordenação proposta, com delimitação das areas de
açao d~ cada Minist~rio e defini~ão de relaç5es interinstitu
cionais, baseia-se no referencial te6rico da perspectiva sis
tàrn í c e aplicada à saúde" (55).
São estabelecidas as compet~ncias dos Ministérios,
Estados, Distrito Federal, Territ6riose Municípios, como se
segue:
- Minist~rio da Saúde: formular a política Nacional de Saúde
e promover ou executar ações de caráter coletivo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
<.
Minist~rio da Previd~ncia 8 Assist~ncia Social: atendimento m~dico-assistencial individualizado.
prestar
- Ministério de Educação e Cultura: formar e' habilitar recur
sos humanos necessários ao setor saúde.
(5lt) BRASIL. Presidência da :República. 11 Plano Nacional de Desenvolvi-mento - PND (1975-1979). Brasília, s.d.