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O Imposto Único no Congresso
Diário de S. Paulo
Marcos Cinora – 26/12/2011
Nos dezesseis anos de debate sobre a reforma tributária, vários projetos que apenas maquiavam a péssima estrutura de impostos brasileira foram apresentados no Congresso e o fato deles não terem avançado foi positivo. Afinal, eles não atendiam às necessidades do país. Mas vale lembrar que nesse período houve um importante passo para o Nrasil poder contar com um sistema tributário racional, eficiente e simples, que permitiria a modernização da carcomida estrutura fiscal brasileira e serviria de base para o crescimento econômico sustentado. Trata-se da aprovação, em dezembro de 2002, da proposta do Imposto Único Federal (PEC 474/01) na Comissão Especial de Reforma Tributária, criada pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, exclusivamente para avaliá-la.
A PEC 474/01 propõe a criação de uma contribuição de 2,1% sobre o débito e o crédito de cada movimentação financeira para substituir o Imposto de Renda das pessoas físicas e das empresas, Cofins, IPI, CSLL, Salário Educação, INSS patronal e outros. No total seriam substituídos onze tributos federais. Essa proposta poderia ser votada pelo Congresso quando o governo e sua base de apoio quisessem.
A extinção do Imposto de Renda e dos tributos embutidos nos preços proporcionaria maior renda disponível, com consequente impacto na demanda interna. Cairá também o impacto dos impostos sobre o custo de produção empresarial. Com menor custo para as empresas e maior consumo a economia do país poderia iniciar um processo de crescimento autossustentado.
Falta senso de urgência para uma questão primordial para o país que é a reforma tributária. Debater o Imposto Único, parado no Congresso há nove anos, seria o ponto de partida para a racionalização do caótico, ineficiente e injusto sistema de impostos brasileiro.