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Do que é feito um país campeão? Análise empírica de determinantes sociais e econômicos para o sucesso olímpico.

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Academic year: 2017

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Do que é feito um país campeão?

Análise empírica de determinantes sociais e econômicos para o sucesso olímpico

Edimilson Torres de Oliveira Neto* Geovana Lorena Bertussi**

Resumo

Este trabalho analisa os determinantes sociais, econômicos e políticos do sucesso olímpico para o período pós-guerra. Para isso, realizamos uma regressão de painel de efeito fixo, com uma amostra de  países para o período de  a . As variáveis dependentes utilizadas são: a

soma do total de medalhas que o país ganhou em uma edição dos JogosOlímpicos e o total de medalhas de ouro que o país conquistou. Os resultados obtidos demonstram que os de-terminantes mais significantes para essas vari-áveis explicadas são o PIBper capita, o nível de autocracia, a média do total de anos de estudo e o fato de o país sediar os Jogos.

Abstract

This paper analyzes the social, economic and political determinants of Olympic success in post-war games. To this end, a panel data regression with fixed effects, using a sample of  countries for the years  to  was employed. The dependent variables used were: the sum of medals won by a country in a given edition of the Olympics and the total gold medals earned by a nation. The results obtained show that the most significant determinants for these variables are the GDP per capita, the autocracy level, the average total years of study and whether the country is hosting the Olympics.

Palavras-chave

Jogos Olímpicos, determinantes econômicos,

determinantes sociais, painel de efeito fixo.

Classificação JEL

F52, O50, Z00.

Keywords

Olympic Games; Economic Determinants, Social Determinants, Fixed Effects Panel.

JEL Classification

F52, O50, Z00.

(2)

1_Introdução

A economia do esporte é um tema que vem sendo cada vez mais abordado como fonte de estudo com centenas de artigos publicados na última década, tendo surgido até mesmo um jornal especializado na área, o Journalof Sports Economics.

Diversos fatores fizeram com que o interesse de eco-nomistas por essa área aumentasse. Dentre eles, podemos destacar: o aumento da importância do esporte mundial-mente; o crescente número de litígios relacionados à orga-nização de torneios esportivos; a crescente demanda por ensinar economia do esporte em universidades; além do reconhecimento de que o mercado esportivo fornece boa quantidade de experimentos naturais, que podem ser usa-dos no estudo de teorias de incentivo e de comportamento do mercado de trabalho (Szymanski, ).

A indústria esportiva também possui significante im-pacto na economia de um país, gerando benefícios sociais e econômicos diretos por meio de empregos, receitas de eventos, consumo e tributação em geral. De fato, o setor de esportes é um setor composto, já quecontribui, por exem-plo, para a hospitalidade e o turismo, para a indústria têxtil e para a produtividade dos assalariados através de ativida-des físicas e saúde (Luiz; Fadal, ). Além desses aspectos

internos a um país, o esporte contribuiu largamente com o processo de globalização e com a renovação da identidade nacional em diversos países (Nauright, ).

O esporte também possui uma popularidade que atra-vessa o globo e uma capacidade de criar forte elo entre es-pectadores e atletas. Pode ser dito que isso ocorre em razão da capacidade que o esporte possui de engajar mais pessoas em uma experiência compartilhada, maior do que qualquer outra instituição ou atividade cultural atual (Burstyn, ).

O sucesso de atletas e equipes em competições espor-tivas internacionais impacta nações produzindo um sen-timento de orgulho nacional, identidade e prestígio, assim

como um “feel-goodfactor” geral na população, que pode ser visto na comunicação entre amigos sobre o evento, mas que também se refere a um aumento de bem-estar (Forrest; Sim-mons, ). Esse “feel-goodfactor” leva também a maior co-esão social e aoaumento do orgulho cívico. Johnson ()

sugere ainda que o sucesso esportivo tem o potencial de unir as pessoas e unificar cidades e países.

Dentre os eventos esportivos realizados na atualidade, os Jogos Olímpicos se destacam. Esse evento é realizado re-gularmente, a cada quatro anos, e move bilhões de dólares da economia mundial através do mercado de ações,1 da

construção de estádios, deinvestimentos em infraestrutura (necessários para receber um megaevento como tal), detrei-namento de atletas e dereceitas geradas nas atividades que ocorrem durante o evento (como venda de ingressos, comi-da e bebicomi-da, merchandising, patrocínio e renda provenien-te da transmissão das atividades). Com isso, são geradas receitas para o país-sede, e, graças à grande atenção dada aos medalhistas, também são geradas receitas para os pa-íses vencedores. Nações investem vultosas quantidades de recursos no treinamento de seus atletas para que eles sejam bem-sucedidos e levem a sua bandeira ao topo do pódio.

Neste contexto de grande importância econômica, so-cial e política dos Jogos Olímpicos, o presente trabalho bus-ca avaliar empiribus-camente quais os principais determinantes sociais e econômicos na “produção” de medalhas olímpicas de um país. Para esta análise, será utilizada uma estimação por meio de um painel de efeito fixo, abrangendo os anos de  a , para um grupo de  países. A relevância

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abrangente dos fatores responsáveis pelo sucesso olímpico de um país.

Este trabalho será dividido em cinco seções. Após esta breve introdução, a segunda seção será composta da revi-são da literatura existente sobre o tema; na terceira seção, apresentaremos a metodologia e os dados utilizados na análise; na quarta seção, serão mostrados os resultados, e a última seção trará a conclusão.

2_Revisão literária

Dada a grande importância política e econômica que os Jogos Olímpicos possuem, existe também uma grande va-riedade de estudos que buscam explicar as diferenças de su-cesso olímpico entre países (Luiz; Fadal, ; Bernard; Busse

(), Johnson; Ali (, ), dentre outros). A maioria

dos artigos aponta o PIB ou o PIBper capitacomo o melhor previsor de sucesso olímpico, seguido pela população. O PIB

serve como medida de recursos disponíveis. A população representa o universo onde potenciais talentos podem ser encontrados. Portanto, quanto maior a população, maior a probabilidade de se encontrar um atleta olímpico, tudo o mais mantido constante.

Outros fatores, porém, também devem influenciar esse resultado, visto que somente esses dois determinantes não conseguem explicar, por exemplo, as ótimas performances cubanas e as decepcionantes performances indianas nos Jo-gos de , por exemplo, quando Cuba ganhou  medalhas

no total, ao passo que a Índia conquistou apenas uma; em Sidney, por sua vez, esses dois países ganharam, respectiva-mente,  e uma medalhas (Moosa; Smith, ).

Para explicar tais anomalias, pesquisadores esforçaram--se para identificar outros fatores. Por meio desses estudos, foi revelada a importância de algumas outras variáveis explicati-vas, como variáveis dummy representando países comunistas

e nações anfitriãs.2 Sediar os Jogos Olímpicos é uma das

formas existentes para aumentar o apoio público aos es-portes nos anos anteriores aos jogos; por isso, a variável relativa à nação anfitriã também é testada na maioria dos estudos já realizados (Hoffman;Ging; Ramasamy ();

Rathke; Woitek (); Bernard; Busse (, dentre outros).

Pesquisas sobre as Olimpíadas são principalmente foca-das no sucesso em termos de medalhas. Esses estudos podem ser divididos principalmente entre aqueles que estudam ape-nas uma edição dos jogos (Condon et al., ; Vagenas;

Vla-chokyriakou, ; dentre outros) e aqueles que analisam a

performance agregada em diversos torneios (Johnson; Ali,

; Bernard; Busse, ; dentre outros). Outros estudos

examinaram variados aspectos das Olimpíadas, inclusive a hipótese de que a diferença no sucesso olímpico é par-cialmente influenciada pela satisfação entre os medalhis-tas olímpicos (Medvec et al., ) ou pela performance de

atletas do bloco soviético (Schughart; Tollison, ).

O estudo feito por Ball () foi um dos primeiros a

ser realizado sobre esse tema. Ele desenvolveu um sistema de pontos para cada medalha (ouro,  pontos; prata, ;e

bronze, ) e, através de um estudo de correlação, analisou 

diferentes variáveis independentes para entender o quan-to elas se relacionavam com o resultado obtido pelo país nos Jogos Olímpicos de , para  países. Neste estudo,

não foi analisado quantos pontos um país faria nos jogos, mas sim se, de acordo com suas características, ele estaria na lista de países bem-sucedidos (pontuação maior que a média) ou não.

Curiosamente, Ball () encontrou que área, população

(4)

pontuações altas nas Olimpíadas estão relacionadas à alta urbanização, àalta taxa de alfabetismo, àhomogeneidade linguística e racial, ànão homogeneidade religiosa e apaí-ses com religiões tipicamente ocidentais. Economicamente, o sucesso olímpico está atrelado a um alto PNB, um alto PIB per capita, bom status financeiro internacional (tamanho das contribuições para apoio da ONU) e uma economia bem desenvolvida e autossustentável.

Dentre os estudos mais recentes, está o de Bernard e Busse (). Eles fazem a seguinte pergunta: “Quantas

medalhas olímpicas um país deve esperar ganhar nos Jo-gos Olímpicos?”. Para respondê-la, esses autores apresen-tam uma teoria baseada na população de um país,3todavia

acabam percebendo que esse indicador sozinho não con-segue explicar os resultados olímpicos de uma nação. De acordo com eles, levando-se em consideração somente o nível populacional de um país, a China, aÍndia, aIndonésia e Bangladesh, que possuíam em torno de % da população mundial, de acordo com os autores, deveriam ter ganha-do mais ganha-do que as  medalhas (aproximadamente ,%

do total de medalhas disponíveis para disputa na edição) que conquistaramem . Por essa razão, foi adicionado

à análise o PIBper capita, além de variáveis dummy para representar o país-sede, asnações soviéticas, asnações co-munistas e as edições dos Jogos Olímpicos que foram alvo de grandes boicotes.

A variável dependente adotada neste estudo foi o sha-re de medalhas de um país naquela edição dos Jogos. Atra-vés da estimação de um painel Tobit, para o período de 

a  e considerando-se uma amostra composta de mais

de  países, ficou constatado que o log população, o log

PIBper capita e a dummy de país-sede são positivos e signi-ficantes ao nível de %. Em três testes realizados, ficou cons-tatado que, além do PIB e dapopulação, as nações soviéticas e as comunistas tendem a ter um share de medalhas ,%

e ,% maior do que as outras nações, respectivamente, e nenhum desses efeitos é sensível à exclusão dos Jogos boi-cotados da análise.

Apesar da inclusão dessas outras variáveis e de dum-mies, o modelo ainda não demonstrou um poder de previ-são consistente quando comparadas suas previsões com os reais resultados das Olimpíadas de . Por isso, foi

adicio-nada ao modelo uma variável temporal que representa um ganho de medalhas defasado. Esse parâmetro se baseava no argumento de que investimentos em uma edição dos Jogos podem levar a um aumento na chance de conquista de medalhas na edição seguinte. Assim, foi realizado um último teste, em que foram excluídos da análise os anos de boicotes ( e ) e  (já que os shares de medalhas de  estão distorcidos pelo boicote). Neste estudo, os

coeficientes da população e o PIBper capita se mostraram novamente significantes; os efeitos de país-sede, soviético e comunista são equivalentes a ,%, ,% e %, respectiva-mente; a variável de share de medalhas defasado apresenta o valor de , e é significante; por fim, as previsões se

mos-tram mais condizentes com os reais resultados.

Através de uma abordagem próxima a de Bernard e Busse (, Johnson e Ali () fazem uma análise dos

Jogos Olímpicos do pós-guerra, de  a , utilizando

uma amostra de  países e . observações, a fim de

encontrar os determinantes econômicos da conquista de medalhas nos Jogos. As variáveis independentes aplicadas neste estudo são: PIBper capita, população, nação anfitriã, vizinhos geográficos, estrutura política (representada por dummies que correspondem aos diferentes sistemas po-líticos existentes como monarquia, ditadura, partido úni-co, etc.), número total de medalhas disponíveis no evento e elos históricos4 (referente a nações que possuem laços

(5)

uma estrutura política que envolvia o voto, a importância de gastos do governo e de consumidores no PIB e interações entre estruturas políticas e o PIB; porém, essas apresenta-ram melhora mínima no poder explicativo do modelo. Os autores fizeram uso detais variáveis para explicar tanto o somatório simples de todas as medalhas conquistadas pelo país quanto o total de medalhas de ouro adquiridas.

Os resultados encontrados mostram que o PIBper capi-ta e a população possuem um impacto positivo no quadro de medalhas dos JogosOlímpicos; contudo, ambas apre-sentam retornos decrescentes de escala e possuem maior influência no número de medalhas de ouro do que no nú-mero total de medalhas. O fato de uma nação ser anfitriã ou vizinha do país anfitrião também é estatisticamente significante ao nível de %. Com relação aos sistemas políti-cos, as variáveis relativas à monarquia e apartido único ou comunista são estatisticamente significantes e mostram que monarquias tendem a ter um desempenho pior, ao passo que as nações comunistas ou ascom partido único se saem melhor do que o esperado.

Em , esses mesmos autores realizam outro estudo,no

qual é testada, primeiramente, a capacidade de um país enviar atletas para os Jogos. Através de uma regressão de mínimos quadrados ordinários, Johnson e Ali () chegam à

con-clusão que, em média, a cada mil dólares a mais no PIBper capita de uma nação, são enviados para os Jogos quatro ou cinco atletas a mais. Para o caso das participantes mulhe-res, esse mesmo aumento no PIBper capita levaria a um aumento de duas atletas.

Para a população, Johnson e Ali () concluem que

a cada  ou  milhões de habitantes a mais em uma nação,

um atleta a mais é enviado para as Olimpíadas. O efeito de país vizinho e regimes políticos também se mostram no-vamente estatisticamente significantes na análise. Todavia, nessa análise do tamanho da equipe por país, o efeito mais

importante é dado pelo país-sede. Este, de acordo com a análise, envia, em média,  atletas a mais para os Jogos (

dos quais são mulheres). Com relação ao número de meda-lhas conquistadas por um país, Johnson e Ali ()

encon-tram, por meio de um painel de efeito fixo, que, a cada mil dólares a mais no PIBper capita, o país tende a ganhar, em média, uma medalha a mais. Nações populosas, por sua vez, ganham uma medalha a mais, em média, a cada  milhões

de habitantes (e uma medalha de ouro para cada  milhões).

Condon et al. () examinam os determinantes do

su-cesso de  países representados nas Olimpíadas de ,

em Atlanta(USA), construindo diversos modelos de rede neural e de regressões lineares. Foi tomado, para este estu-do, como variável dependente, a soma ponderada da pon-tuação em todos os eventos da amostra, em queo primeiro colocado recebia o equivalente a cinco pontos; o segundo, três pontos; o terceiro colocado, dois; e foi dado um ponto para os que finalizassem a competição entre o quarto e o oitavo lugares. Os autores utilizaram  variáveis

inde-pendentes, a saber: área, população, percentual de cresci-mento da população, taxa de nascicresci-mento por ., taxa de

mortalidade por ., mortalidade infantil para cada .

nascimentos, expectativa de vida para a população total, número de aeroportos, extensão da malha ferroviária do país, comprimento total de estradas pavimentadas e não pavimentadas, PIB, PIBper capita, capacidade elétrica, to-tal de valor de bens importados e exportados em um ano, produção elétrica e consumo elétrico per capita.

Foram testados  modelos diferentes ( de mínimos

quadrados, e  de rede neural). Nessas simulações,

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um país de ganhar medalhas olímpicas. Contudo, de acordo com Hoffman, Ging e Ramasamy (), essa pesquisa foi

desenhada a fim de testar o poder da análise de rede neural, em vez de prover teoricamente explicações para o sucesso olímpico. Apesar da crítica, oestudo é bastante referenciado e consegue testar a significância de diversos fatores não tes-tados anteriormente.

Moosa e Smith () realizam um estudo usando a

técnica deExtreme BoundAnalysis sobre os resultados das Olimpíadas de Sidney(Austrália), em , analisando uma

amostra de  países. Esses autores tomaram como variável

dependente uma soma ponderada das medalhas conquis-tadas, definindo um peso de , para medalhas de ouro; ,

para as de prata, e , para as de bronze. As variáveis

explica-tivas escolhidas para comporem o modelo foram: população,

PIB, número de atletas que representavam o país, porcen-tagem da população do país acima de  anos, população

urbana, gastos com o setor militar em porcentagem do PIB, gastos com educação em porcentagem do PIB, gastos com saúde em porcentagem do PIB e per capita, expectativa de vida ao nascer, fornecimento de calorias diária per capita, número de médicos a cada  pessoas na população e

índi-ce de igualdade de gênero. Na análise realizada, os autores concluem que existem quatro parâmetros que determinam o sucesso olímpico: PIB, população, número de atletas que representavamo país e gastos em saúde em porcentagem do

PIB, mostrando que tais variáveis não poderiam ser excluí-das do modelo, sujeito a perda de poder explicativo.

Outro estudo mais recente foi realizado por Vagenas e Vlachikyriakou (), que fazem uso de uma amostra de 

países que ganharam pelo menos uma medalha nas Olim-píadas de  em Atenas(Grécia). O sucesso olímpico para

esse estudo foi dado pelo número de medalhas que cada país ganhou. As variáveis independentes usadas foram: tamanho da equipe, área em km², população, PIBper capita em valores

do ano , porcentagem da força de trabalho,

porcenta-gem da inflação, porcentaporcenta-gem da taxa de crescimento anual, gastos com saúde em porcentagem do PIB, porcentagem da população urbana, porcentagem de desemprego e uma

dummy para identificar nações que foram sede dos Jogos. Para testar esse modelo, foram realizadas regressões lineares múltiplas e a significância testada ao nível de %.

As duas primeiras estimações realizadas pelos autores apresentaram, como variável dependente, o total de meda-lhas e  outras variáveis independentes. O resultado da

pri-meira regressão linear apontou somente o tamanho da equi-pe como estatisticamente significante. No segundo modelo rodado, após a exclusão da variável ex-host (dummy para países que já foram sede dos Jogos), o tamanho da equipe e o desemprego se revelaramcomo significantes. Assim, foram realizadas mais duas regressões que mostraram a signifi-cância de cinco variáveis em todos os casos: população, ex--host, gastos com saúde, taxa de crescimento e desemprego, em que somente o desemprego é negativamente relacionado à variável dependente (total de medalhas, inicialmente, e a soma ponderada do total de medalhas).

(7)

Outros estudos também foram realizados a fim de en-tender os principais indicadores de sucesso em países espe-cíficos. Luiz e Fadal () realizaram um estudo a fim de

encontrar quais fatores seriam determinantes no sucesso olímpico para o caso dos países africanos por meio de uma análise de corte transversal. Os autores observaram que os estudos anteriores apontam que países como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália teriam uma vantagem nas competições esportivas em razão de sua situação eco-nômica privilegiada; porém, essas pesquisas não explicam porque países pobres como Quênia e Etiópia, por exemplo, são capazes de competir de forma exitosa em competições internacionais.

O estudo efetivado por esses autores realiza dois testes, nos quais as variáveis dependentes são dadas pela soma ponderada do total de medalhas conquistadas por um país na competição, tendo a medalha de ouro peso ; a de prata, , e a de bronze, . O primeiro teste foi realizado com os

re-sultados de todos os países medalhistas nas Olimpíadas de Pequim(China), , e tendo como variáveis

independen-tes a população, oPIB, oclima (dado pela latitude média do país) e aelite (variável dummy para representar países que possuem um centro de treinamentos de alta performan-ce). Os resultados mostram que somente a variável clima é estatisticamente não significante (provavelmente graças à diversidade de esportes presentes nos JogosOlímpicos, al-gunsaté realizados em ambientes fechados, ou seja, alheios ao clima) ao nível de %, reforçando, assim, os resultados de estudos anteriores.

O segundo teste foi feito baseado no resultado dos jogos Pan-Africanos de , tomando como variáveis

indepen-dentes o PIB, oclima (dado pela existência ou não de clima seco), aeducação (porcentagem da população que possui educação secundária formal), asaúde (total de gasto com saúde em porcentagem do PIB) e acorrupção (baseado no

índice de percepção de corrupção). Para esse caso, educa-ção, clima e PIB mostraram-se estatisticamente significan-tes, ao nível de %, e positivamente correlacionados com a variável explicada.

Hoffman, Ging e Ramasamy () fazem, por sua vez,

uma análise para os indicadores de sucesso dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se diferencia dos estudos anteriores, já que, em vezda utiliza-ção de valores absolutos da populautiliza-ção, esses autores fazem uso do share da população mundial que o país possui.O

PIB, assim como a população, também é analisado através de seu share. O modelo foi testado usando o método de mínimos quadrados. A amostra possuía  países, dentre

os quais  ganharam medalhas nas Olimpíadas de Sidney,

em . Foi realizado um teste para analisar qual o

im-pacto que cada uma das variáveis testadas5possuía sobre

o total de medalhas.6 Os resultados mostram que tanto o

PIB quanto a população se revelamsignificantes sob um intervalo de confiança de % e explicam % da variável dependente. Em seguida, os autores demonstram que, da-do o padrão de crescimento da-do PIB e população dos países do Sudeste Asiático, a melhor maneira para enriquecer seus resultados é através de criação e dodesenvolvimento de políticas específicas para o crescimento dos esportes nesses países.

Sob outra perspectiva, Lozano et al. () analisam a

eficiência dos países na “produção” de medalhas olímpicas por meio de uma análise envoltória de dados. Para este estudo, é tomado, como variável dependente, o número de medalhas de ouro, prata e bronze ponderadas e, como variáveis independentes, o PNB e a população de um país. O teste é realizado para cinco edições dos Jogos Olímpicos (Sidney, ; Atlanta, ; Barcelona, ; Seoul, ; e Los

Angeles, ) e, além da eficiência de cada país, a

(8)

Os resultados mostram que, dos  participantes que

ganharam medalhas nas Olimpíadas de , somente

no-ve (Austrália, Bahamas, Barbuda, Cuba, Estônia, Alemanha, Moldávia, Rússia e EUA) são eficientes independentemente do peso dado às diferentes medalhas. A análise também reforça o efeito de país-sede já demonstrado por outros autores, mostrando que a eficiência, no ano dos Jogos em casa, é maior do que a média dos outros anos.

Rathke e Woitek () também buscam medir a

efici-ência dos países em ganhar medalhas olímpicas. Para isso, fazem uma análise de fronteira estocástica, medindo a dis-tância que os países possuem até a fronteira de possibilida-de possibilida-de produção, ou seja, até a eficiência máxima. A análise abrange o período de  até  e toma, como medidas de

sucesso, primeiramente o share de medalhas e, em segui-da, o share de medalhas somado à quantidade de diplomas olímpicos7 de um país. Como variáveis independentes,

fo-ram usadas a população, o PIB, variáveis dummy para nação soviética, nação anfitriã e para economias planificadas.

Dentre os resultados, destacam-se: o fato de uma na-ção sediar os Jogos não altera a sua distância para a frontei-ra de possibilidade de produção, ou seja, não melhofrontei-ra a sua eficiência, diferentemente do encontrado por Lozano etal. (); e o PIB sempre possuir elasticidade positiva, ou seja, quanto maior o PIB de um país, maior será seu share de medalhas. O ponto mais surpreendente deste artigo, porém, é que, ao calcular a elasticidade estimada para a população, os autores encontram que essa possui sinal negativo, dife-rentemente do que era esperado e do que foi encontrado pelos estudos anteriores. Para tentar explicar tal resultado inesperado, os países da análise foram divididos em países

ricos (PIBper capita acima da média da amostra) e pobres (PIBper capita abaixo da média); assim, foi encontrado que os países ricos com população relativamente pequena apre-sentavam elasticidade positiva, ao passo que os países po-bres mostravam o inverso. Os autores concluíram que, para os países pobres, um aumento populacional reduziria os recursos disponíveis para a produção de sucesso olímpico.

Com a leitura desses artigos, podemos perceber a difi-culdade dos economistas em chegar a um consenso quan-to aos principais indicadores de sucesso olímpico. Para que possamos contribuir para esta discussão e realizar um estudo relevante sobre o tema, tomaremos os resultados encontrados e as análises feitas por esses autores como base para definição das variáveis, do modelo e do método a ser utilizado aqui e que será definido na próxima seção.

3_Modelo e método

A busca dos fatores determinantes do sucesso olímpico de um país vem gerando cada vez mais interesse dos econo-mistas de diversas áreas de pesquisa. Uma grande variedade de modelos já foi previamente testada na literatura, porém ainda existem diversas variáveis que não foram alvo de es-tudos. Neste contexto, investigamos quais os determinantes sociais e econômicos que um país possui que apresentam maior impacto no quadro de medalhas das Olimpíadas.

Realizamos nossa análise para o período dos Jogos Olímpicos que aconteceram após a Segunda Guerra Mun-dial, compreendendo o período entre  e ,

totalizan-do  Jogos Olímpicos.

O modelo estimado pode ser representado pela seguin-te equação:

()

Med

it

=

β

0

+

β

1

PIBpc

it

+

β

2

Pop

it

+

β

3

dem

it

+

β

4

aut

it

+

β

5

Educ

it

+

β

6

Infl

iit

it it it it it

vid

FBCF

Sede

Front

Boic

Sov

(9)

de prata. Portanto, acreditamos que a melhor alternativa para o presente estudo é usar asoma simples do total de medalhas, e, a fim de complementar a análise realizada, é proceder da mesma maneira com o total de medalhas de ouro de cada país.

Optamos também por empregar oPIBper capitaem vez do PIB, por este refletir de melhor forma o desenvolvimento de um país, visto que a Índia, por exemplo, apresenta um alto

PIB, mas, em contrapartida, ainda configura comoum país em desenvolvimento. Portanto, o PIBper capita tende a ser um melhor indicador para o grau de desenvolvimento de um país e é esperado que, com maior desenvolvimento, haja a disponibilidade de melhores instituições de treinamento para os atletas olímpicos e, consequentemente, que o país ganhe mais medalhas a partir disso. Foram utilizados na análise os valores do PIBper capita relativos ao ano anterior aos Jogos, já que julgamos que esses seriam mais representa-tivos das reais condições do país do que os valores referentes ao ano emque os Jogos aconteceram.

Considerando uma distribuição normal de potenciais atletas olímpicos na população mundial, os países que pos-suírem maior população tendem a ganhar mais medalhas, tudo o mais constante. Desta forma, é necessário que a população seja incluída no modelo, assim como foi feito anteriormente na literatura. Para a estimação dos modelos, utilizamos, assim como para o PIB per capita, os valores relativos ao ano anterior aos Jogos pelas mesmas razões já apresentadas.

O nível de democracia e autocracia de um país é prove-niente do “Projeto Polity IV: Características de Regimes Po-líticos e Transições” (Polity IV Project: Political Regime Cha-racteristics and Transitions), que realiza um levantamento de características de regimes políticos. Tais índices se apresentam em uma escala de  a  e são divididos em quatro categorias:

competitividade da participação política, competitividade Foram realizados dois testes em nosso estudo; o primeiro

teve como variável dependente (Med) o total de medalhas, enquanto o segundo teve o total de medalhas de ouro co-mo variável explicada. As variáveis independentes são da-das pelo PIBper capita (PIBpc);8 População (

Pop); pontos relativos ao nível de democracia e autocracia de um país (dem e aut, respectivamente); educação (Educ);9 inflação

(Infl);10 expectativa de vida total da população (

vidt), For-mação Bruta de Capital Fixo (FBCF);11 em seguida,

inclu-ímos uma série de variáveis dummy para país-sede dos Jogos (Sede); países que fazem fronteira com o país-sede (Front); países que boicotaram determinadas edições dos Jogos (Boic) e países soviéticos (Sov).

Existe, na literatura, uma discussão sobre qual seria o melhor indicador para o sucesso olímpico de um país. Co-mo dito anteriormente, a literatura conta com estudos que fazem uso de diversas medidas de sucesso. Johnsone Ali () usam como variável explicada o total de medalhas

de ouro e o total de medalhas; Bernard e Busse () fazem

uso do share de medalhas de um país em cada edição dos Jogos; Condon et al.() e Moosa e Smith () fazem uso

de uma soma ponderada do total de medalhas de cada país. O número de medalhas de ouro pode ser considerado, por muitos, como o real sucesso; porém, para países de pequeno porte ou que não possuem tradição em compe-tições internacionais, uma medalha de bronze pode sig-nificar um sucesso maior do que uma medalha de ouro para um país tradicional como os EUA, por exemplo. Sendo assim, decidimos por levar em consideração a quantida-de total quantida-de medalhas quantida-de um país, contudosem qualquer ponderação, por essas se tratarem de valores arbitrários dados pelos autores, que podem, muitas vezes, não refle-tir a realidade. Para um atleta, por exemplo, Medvecet al. () argumentam que um medalhista de bronze tende a

(10)

no recrutamento de dirigentes governamentais, abertura no recrutamento de dirigentes governamentais e restrições do chefe de Estado. Portanto, apesar de democracia e au-tocracia serem variáveis antagônicas, uma não necessaria-mente vai anular a outra, visto que um país pode se mostrar extremamente democrático, mas mesmo assim apresentar características autocráticas em seu regime político.

As demais variáveis do modelo buscam capturar outros aspectos que possam ser relevantes para a determinação do ganho de medalhas olímpicas, sendo que a expectativa de vida ao nascer representa as condições de saúde de um país, a inflação representa a estabilidade econômica, e a forma-ção bruta de capital fixo, o investimento do país. As variáveis

dummy foram incluídas baseadas na literatura previamente existente. A variável fronteira já foi testada previamente por Johnson e Ali (). Bernard e Busse (), por sua vez,

tes-taram as variáveis relativas a boicotes e a países soviéticos, ao passo que a variável de país-sede foi testada pela maioria dos estudos já realizados.

Todas as variáveis incluídas no modelo foram escolhidas com base na sua disponibilidade para o período de tempo e os países da amostra, bem como o seu uso e relevância perce-bidos em estudos anteriores. Também buscamos incluir uma variável inédita: autocracia. Como é dito no início do artigo, como pode a performance indiana ser tão inferior à perfor-mance cubana? Porque, durante o período de ocupação so-viética da Hungria, o seu desempenho olímpico se destacou tanto? Apesar de o Comitê Olímpico Internacional pregar a competição entre atletas, e não entre nações, os quadros de medalhas são largamente difundidos no mundo todo e servem de motivo de orgulho para cidadãos dos países ven-cedores. Sendo assim, o sucesso olímpico é muito buscado por governantes autocráticos, visto que essa é uma forma de validar o regime vigente perante os outros países. Por seu tur-no, regimes autocráticos são famosos por buscar a vitória a

todo custo. É comum encontrarmos, ainda hoje, histórias de atletas chineses que são separados de suas famílias para que possam se concentrar nos treinamentos de forma mais efeti-va. Portanto, entendemos que a autocracia de um país tende a ser um aspecto relevante quanto ao desempenho olímpico de uma nação.

Cabe aqui uma ressalva. Apesar de variáveis como o número de medalhas conquistadas por um país na edição anterior dos Jogos e o número de atletas enviados aos Jo-gos para competir já terem sido testadas anteriormente na literatura e provado sua significância, essas não foram incluídas, já que o intuito deste trabalho é realizar um es-tudo dos determinantes do sucesso olímpico, e não uma previsão de quantas medalhas serão obtidas por um país futuramente; portanto, decidimos focar o estudo em vari-áveis socioeconômicas, em vez de nesses previsores.

Tendo em vista a natureza dos dados desta pesquisa e os objetivos inerentes a ela, realizamos a estimação da equação através de um painel de efeito fixo. A principal vantagem deste modelo é que qualquer variável explicativa omissa que seja constante no tempo não afeta a consistência do es-timador, mesmo que a variável omissa seja correlacionada com as variáveis explicativas do modelo, além de não ser necessário elaborar nenhuma hipótese quanto à correlação entre o efeito não observado e as variáveis explicativas. Es-te método também se mostra pertinenEs-te em razão do, aqui, de um painel nãoequilibrado, no qual assumimos que a falta de alguns períodos de tempo é não sistematicamente relacionada a erros idiossincráticos (Wooldridge, ).

3.1_Dados

(11)

(, ) e Bernard e Busse (), neste tema que

tam-bém trataram de dados em painel.

O PIBper capitaem dólares constantes do ano ,

população, expectativa de vida total ao nascer, formação bruta de capital fixo em porcentagem do PIB e inflação fo-ram todos retirados de dados disponíveis no Banco Mun-dial.12 Graças a grande quantidade de dados nesse domínio,

para a maioria dos países ganhadores de medalhas nos Jo-gos pós-guerra, tomamos essa como a principal fonte para os nossos dados.

Os dados relativos à democracia e àautocracia foram obtidos mediante o “Projeto Polity IV: Características de Re-gimes Políticos e Transições, -”:13 (

Polity IV Project: PoliticalRegime CharacteristicsandTransitions, -). Os

valores relativos à média do total de anos de estudo da po-pulação acima de  anos foram retirados da versão . do

estudo realizado por Barro e Lee ().

As dummies para país-sede e fronteiriços foram confec-cionadas por nós, por meio de pesquisa em diversos mapas históricos. Quanto aos países soviéticos, utilizamos a mesma listagemusada por Bernard e Busse () em seu artigo.14

Para toda a análise e estimação dos modelos, foram empregados os dados relativos ao ano anterior ao dos Jo-gos, visto que a preparação para os Jogos Olímpicos se dá nos quatro anos anteriores ao evento; portanto, o estado socioeconômico do país ao final do ano dos Jogos possui menor validade teórica quando comparado às caracterís-ticas presentes ao final do ano anterior. As únicas exceções a esse fato aconteceram para o caso das Olimpíadas de 

(pelo fato de os dados do Banco Mundial estarem dispo-níveis somente para os anos a partir de , foram

utiliza-dos, para a análise desse ano, os valores relativos a )15 e

quanto aos valores relativos à educação (foram utilizados, neste caso, o ano mais próximo anterior à realização dos Jogos em questão).

A nossa análise teve início com a listagem de todos os países que ganharam ao menos uma medalha de bronze nas Olimpíadas de  a . Após o término dessa etapa,

reali-zamos uma lista de variáveis potencialmente relevantes para o nosso estudo e iniciamos a busca dos dados para esses pa-íses listados. Contudo, graças a grande diversidade de papa-íses, anos e as grandes mudanças políticas internacionais desse período, não foi possível que todos os países fossem incluí-dos na análise, assim como foi bastante complicada a adição de novas variáveis por causa da falta de dados disponíveis para muitos deles. Portanto, a fim de dar maior relevância à nossa análise, fomos obrigados a retirar do nosso estudo

 países ou territórios16 que haviam ganhado uma medalha

nesse período, além da retirada dos dados relativos aos anos de  e  por não estarem disponíveis no sítio do Banco

Mundial, nossa principal fonte de dados.

Para os países que restaram na análise, não foram fei-tas extrapolações, e somente foram usados os anos para os quais os países possuíam todos os dados disponíveis. Por-tanto, nossas estimações foram feitas com uma base de da-dos com . observações para o período de  a , que

inclui  países que receberam ,% de todas as medalhas concedidas nas  edições dos Jogos Olímpicos desse período.

4_Resultados

Como salientado anteriormente, este estudo foi dividido em duas partes. Na primeira, analisamos o impacto que as vari-áveis apresentadas na equação () possuem sobre o total de

medalhas conquistadas por um país nas edições dos Jogos Olímpicos. Em seguida, estimamos novamente a equação (), porém, nesse caso, tomamos como variável dependente

(12)

4.1_Estimação I

Os resultados da primeira estimação, realizada com a so-ma simples das medalhas conquistadas por um país, estão explicitados na Tabela , abaixo:

Ao analisarmos os resultados, percebemos que as va-riáveis mais significantes, na nossa regressão, são: PIBper capita e as dummies de país soviético, país-sede e boicote. Esses resultados confirmam as conclusões feitas por Ber-nard e Busse () e Johnson e Ali (, ). O

coeficien-te da variável PIBper capita (,) mostra que, quando

essa variável aumenta em  ponto, ou seja, quando o PIBper capita de um país cresce em US$ dólar do ano , esse

país ganhará , medalhas a mais nos Jogos.

Portan-to, através de uma regra de três simples, percebemos que é necessário que o PIBper capita aumente em US$,

dólares do ano  para que o país ganhe uma medalha a

mais nos Jogos. Isso acontece porque o PIBper capita age como uma proxy para desenvolvimento do país, e o alto desenvolvimento, por sua vez, leva à existência de melho-res instalações para treinamento, treinadomelho-res mais prepa-rados e, portanto, melhor desempenho nas Olimpíadas.

O fato de sediar os Jogos Olímpicos também faz com que um país obtenhamais medalhas. De acordo com a nossa estimação, o país-sede logra em média,  medalhas a mais

do que esse mesmo país ganharia se não estivesse sedian-do os Jogos.

A variável relativa ao boicote também se mostra signifi-cativa e sugere que um país que está boicotando os Jogos ten-de a ganhar menos medalhas do que ganharia, caso estivesse participando do evento de forma diferente. Sendo assim, um país deixaria de ganhar, em média, , medalhas por estar

boicotando os Jogos.

Como havíamos ressaltado, o fato de um país perten-cer ao Bloco Soviéticotambém se mostra estatisticamente significante ao nível de %, confirmando a conclusão obtida previamente e reafirmando os resultados encontrados por Bernard e Busse (). Isso pode ser explicado porque, de

acordo com Schughart e Tollison (), antes da queda do

comunismo, eram concedidos aos atletas olímpicos do Blo-co SoviétiBlo-coprivilégios não gozados pelo cidadão Blo-comum, dando acesso a um estilo de vida comparável somente àque-le da elite do partido comunista.

Outra conclusão importante que pode ser feita nesta análise faz referência à educação. Esta variável havia sido testada por Luiz e Fadal (), tomando, entretanto, outra

fonte de dados. Ela, porém, mostra-se novamente relevante, ao nível de %, na análise empírica do quadro de medalhas

Tabela 1_Resultados da Estimação I

Variável Dependente: Soma Simples das Medalhas Conquistadas por país

Variável Explicativa Coeficiente Estimado

Estatística t Robusta

Constante 4,80 (0,96)

PIB per capita 3,83e-4 (2,89)***

População 4,73e-8 (1,11)

Autocracia 0,30 (2,42)**

Democracia 0,20 (1,66)*

Educação 0,93 (2,07)**

Inflação -4,93e-4 (-0,15)

Expectativa de Vida -0,18 (-1,48)

Formação Bruta de Capital

Fixo 0,06 (1,19)

País-Sede 21,82 (4,25)***

País Fronteiriço -1,64 (-0,59)

Boicote -6,74 (-2,68)***

País Soviético 8,78 (7,4)***

R² 0,3412

Valor Teste F 12,32

Prob> F 0,0000

Número de Observações 1039

(13)

olímpicas, indicando que, em média, a cada , ano a mais

na média de anos de estudo da população acima de  anos,

o país ganhará uma medalha a mais nos Jogos Olímpicos. A população, por sua vez, aparece na nossa regressão surpreendentemente como não significante, contradizendo os resultados encontrados por Bernard e Busse (),

John-son e Ali () e Luiz e Fadal (). Todavia, essa não

signi-ficância da população também foi encontrada por Ball ()

e Condon et al. ().

Outro ponto importante, dentre os resultados, refere-se à significância estatística das variáveis autocracia e democra-cia.17 O coeficiente estimado para ademocracia mostrou-se

positivo e significante a %. O coeficiente da variável auto-cracia também se revelou positivo e significante a %. Levan-do-se em consideração que os países soviéticos sempre se mostraram bem-sucedidos olimpicamente, essa conclusão não causa surpresa, porém a variável autocracia não havia si-do testada anteriormente na literatura. Fazensi-do uma análise na base de dados referente aos pontos de democracia e auto-cracia, percebemos que todos os países soviéticos incluídos na análise apresentaram  pontos em autocracia e  ponto

em democracia, ao passo queos países não soviéticos apre-sentaram, em média, , pontos em autocracia e , pontos

em democracia (porém, os países não soviéticos apresentam pontuação muito mais abrangente, existindo países com 

pontos em autocracia e  em democracia e vice-versa).

Os resultados relativos à inflação, àexpectativa de vida total da população ao nascer, à formação bruta de capital fixo e aopaís fronteiriço mostraram-se estatisticamente in-significantes. Condon et al.() apresentam conclusões

que vão de encontro às nossas, encontrando a expectativa de vida como significante quanto à análise do quadro de me-dalhas olímpicas. Contudo, diferentemente do nosso estudo, Condon et al. () não fornecem nenhuma explicação

teó-rica que mostre o porquê de essa variável influenciar a

capa-cidade de um país em ganhar medalhas. Ademais, os autores utilizaram metodologia e amostra distintas das nossas.

A formação bruta de capital fixo, usada aqui como proxy

para investimento, também se apresentou estatisticamente não significante. Podemos atribuir esse resultado encontra-do ao dito anteriormente neste trabalho. O investimento, por si só, não gera medalhas olímpicas, visto que os esportes co-letivos são mais onerosos e possuem peso menor no quadro de medalhas; portanto, o investimento só será realmente significante quando for direcionado aos esportes com maior número de medalhas disponíveis a serem conquistadas.

A análise quanto ao país fronteiriço também merece des-taque. Nos dois artigos de Johnson e Ali (, ), nos quais

é testada, essa variávelmostra-se positiva e estatisticamente significante, ou seja, países vizinhos aos países-sede aumen-tam o número de medalhas conquistadas nos Jogos Olímpi-cos, resultado diferente do apresentado pelas nossas estima-tivas na Tabela . A explicação teórica que encontramos para

este resultado é que países que fazem fronteira possuem, em geral, o mesmo clima e, portanto, maior especialização nas mesmas categorias esportivas. Como o país-sede costuma apresentar performance melhor do que a média, isso faz com que os países vizinhos não se beneficiem do fato de estarem geograficamente próximos ao país que será o anfitrião.

O modelo dessa primeira estimação apresentou um po-der de explicação de ,%.Através do teste F, podemos con-cluir que o modelo rejeita H ao nível de %, e os resultados encontrados aqui, em sua maior parte, reforçam os estudos feitos na literatura.

4.2_Estimação II

A segunda estimação da equação () foi realizada tomando

(14)

Por-tanto, a fim de analisar a consistência dos resultados, vamos comparar os valores encontrados por nós com os apre-sentados por eles em seus estudos. Os resultados da nossa análise estão presentes na Tabela , abaixo.

À primeira vista, percebemos que, ao analisar os resul-tados da estimação referente às medalhas de ouro, existem algumas diferenças quanto ao estudo anterior. Nessa regres-são, somente a variável de país-sedese mostra significante ao nível de %, demonstrando que, em média, o país-sede tende a ganhar aproximadamente  medalhas de ouro a mais do

que ganharia se não o fosse.

Ao nível de % de significância, temos, como variáveis significantes, o PIBper capita, a autocracia e o boicote. Per-cebemos, nesse caso, que, somente com um aumento de

US$, dólares do ano  no PIBper capita, o país ga-nhará uma medalha de ouro a mais nas Olimpíadas.Esse valor corresponde a mais de trêsvezes o crescimento do PIB per capitanecessário para que um país ganhe mais uma medalha nas Olimpíadas, como calculado anteriormente.

A população mostra-se não significante novamente, contrariando, de novo, os resultados encontrados por John-son e Ali (, ). A expectativa de vida apresentou-se

no-vamente não significante estatisticamente. O investimento, ou a Formação Bruta de Capital Fixo e a dummy para país vi-zinho, por sua vez, também exibiram resultados semelhantes à estimação anterior, esta última contradizendo, novamente, os resultados encontrados por Johnson e Ali (, ).

A variável relativa ao boicote mostrou-se significante novamente, porém teve sua significância reduzida quando comparada ao resultado anterior, e indica que, no caso de um boicote, o país deixará de ganhar , medalhas de

ou-ro. Como o resultado da Estimação I mostra que um país deixaria de ganhar, em média, , medalhas, então

perce-bemos que aproximadamente um terço dessas medalhas “perdidas” seria de ouro.

A variável de país soviético perdeu sua significância quando comparada à análise anterior. Esse fato expõe que os países soviéticos possuíam um diferencial na conquista de qual-quer tipo de medalha, e não somente para a conquista de medalhas de ouro.

Nesse segundo momento, a democracia revela-se não significante, ao passo que a autocracia mantém sua signi-ficância estatística. Assim como aconteceu com as outras variáveis, porém,a queda no valor do coeficiente também é notória. Com base nessa análise, é possível concluir que países autoritários tendem a ter maior sucesso olímpico; uma das razões para que isso aconteça é o fato de que po-líticos veem esses grandes eventos esportivos como uma

Tabela 2_Resultados da Estimação II

Variável Dependente: Total de Medalhas de Ouro Conquistadas por país

Variável Explicativa Coeficiente Estimado

Estatística t Robusta

Constante 1,85 (0,83)

PIBper capita 1,14e-4 (2,07)**

População 2,05e-8 (1,03)

Autocracia 0,10 (2,22)**

Democracia 0,07 (1,52)

Educação 0,32 (1,67)*

Inflação 1,70e-3 (1,67)*

Expectativa de Vida -0,07 (-1,22)

Formação Bruta de Capital Fixo 0,03 (1,17)

País-Sede 11,99 (3,61)***

País Fronteiriço -1,32 (-1,38)

Boicote -2,21 (-2,4)**

País Soviético 1,45 (1,38)

R² 0,3186

Valor Teste F 4,55

Prob>F 0,0000

Número de Observações 1039

Notas: *Significante ao nível de %; ** Significante ao nível de %;

(15)

forma de conseguir um aval para seus regimes políticos não democráticos, como aconteceu nas Olimpíadas de Berlim

(Alemanha) e Pequim  (China) e nas Copas do

Mundo de , na Itália de Mussolini, e de , durante

a ditadura Argentina. Portanto, a busca pela medalha de ouro mostra-se mais significativa em regimes não demo-cráticos (Szymanski, ).

A educação aparece novamente como significante e positiva, mostrando, mais uma vez, que um país que possui uma população acima de  anos com mais anos de estudo

tende a conquistar mais medalhas de ouro nas Olimpíadas. A inflação, por sua vez, apresenta-se significante, dife-rentemente da estimação anterior, e positiva, ou seja, um país que possui índices positivos de inflação tende a ganhar mais medalhas de ouro. A base de dados utilizada pelo nos-so estudo inclui apenas os países que já ganharam ao me-nos uma medalha olímpica desde ; portanto, podemos

perceber que, apesar de haver países emergentes, somente países com certo grau de desenvolvimento estão presentes na nossa base de dados. Assim, dentre os países presentes na estimação, percebemos que aqueles emergentes, que apresentam taxas de inflação superiores, estão em amplo crescimento, e isso leva a um maior número de medalhas obtidas. Tal fato, aliado a boa fase de transição demográ-fica que esses países se encontram, pode fazer com que o número de medalhas conquistadas por países emergentes aumente, tornando a inflação significativa e positiva.

Por meio deste estudo, reafirmamos, portanto, a impor-tância do PIBper capita, da educação e da variável país-sede na determinação de sucesso olímpico. Torna-se clara tam-bém a relevância do nível de autocracia de um país, e não so-mente o seu sistema político (como já testado previaso-mente na literatura) na conquista de medalhas olímpicas.

5_Conclusão

Estudos anteriores acabaram, em sua maioria, demonstran-do que os fatores determinantes recorrentes demonstran-do êxito olímpi-co de um país são o seu PIB e sua população (Bernard; Busse (), Johnson e Ali (, ), dentre outros). A inclusão

de novas variáveis, porém,aliada à adição de resultados de Olimpíadas mais recentes, fez com que encontrássemos al-guns resultados diferentes dos presentes na literatura.

Neste estudo, analisamos o peso que algumas variáveis possuem sobre a glória olímpica. Primeiramente, definimos o triunfo nos Jogos como a soma simples de todas as meda-lhas conquistadas por um país e, em seguida, realizamos a mesma análise, tomando como variável explicada o total de medalhas de ouro para um país, dentro de uma amostra de

 países para os Jogos de  a , totalizando  edições.

O método de regressão de painel por efeito fixo utili-zado no presente estudo foi pouco aplicado na literatura sobre o tema aqui escolhido, principalmente em razão da escassez de dados para certos países e períodos. Entretanto, através de extensa busca de informações, fomos capazes de montar uma base de dados ampla e diversificada, na qual todos os países presentes na amostra ganharam ao menos uma medalha de bronze olímpica, a partir da ª edição dos

Jogos Olímpicos modernos até o ano de .

(16)

fortemente autocrática, com uma média de total de anos de estudo alta e que esteja sediando os Jogos Olímpicos.

Portanto, podemos inferirque o sucesso olímpico é dado por um conjunto de fatores. Não é possível, através de uma única variável, determinar o número de medalhas a serem conquistadas por um país. Além disso, a definição de sucesso também é extremamente importante, uma vez que, ao definir-mos sucesso como o número de medalhas de ouro conquista-das, obtivemos um resultado ligeiramente diferente do que ao definirmos sucesso como o somatório de todas as medalhas.

A literatura no campo da economia dos esportes e das Olimpíadas vem crescendo nos últimos anos. Contudo, ainda são necessárias futuras pesquisas, aliadas a maior utilização de análises por painel (apesar da escassez de dados) para que diversas questões, como os efeitos que variáveis como infla-ção e expectativa de vida possuem no quadro de medalhas olímpicas, possam ser mais bem explicadas.

Notas

de bronze, além de gerar uma ambiguidade nos resultados.

Os atletas que terminam a

competição entre o quinto e o oitavo lugares recebem um diploma olímpico, dado pelo Comitê Olímpico Internacional, algo como um atestado de competência em nível mundial (Felizes, ).

Em dólares constantes do ano .

Dado pela média do total de

anos de estudo da população acima de  anos.

 Inflação anual dada pelo

deflator implícito do PIB.



Variável proxy para investimento.

 Disponível em: <http://data.

worldbank.org/>.Acesso em:  de março de .

 Os dados do Polity IV

apresentam, em sua base, a presença de valores padronizados, fora da escala de  a , relativos a regimes transitórios ou intervenções externas (valores -, - e -) Para os casos de

valores relativos à “interrupção” estrangeira, interregno ou anarquia (i.e. - e -, respectivamente),foi atribuído 

ponto tanto para a democracia quanto para a autocracia. Para os casos de regimes de transição (i.e. -), os valores foram atribuídos de forma a representar um momento médio desse período, levando em consideração a pontuação antes da transição e a contagem após

Abordado em Floros ( ).

Ver Ball,

; Bernard e Busse, ; Johnson e Ali, ; dentre outros.

Eles afirmam que atletas

de calibre olímpico estariam igualmente distribuídos pelo Globo; sendo assim, quanto maior a população de um país, maior o número de medalhas que se poderia esperar conquistar nos JogosOlímpicos.

Para a análise deste elo, foram inseridas três variáveis no modelo, referentes ao PIB per capita, àpopulação e àcontagem

de medalhas da principal nação colonizadora do país.

Governo atual ou anteriormente socialista, país em zona climática mais fria e úmida, país-sede dos Jogos de , países que foram sede dos Jogos uma vez desde

, países que foram sede dos Jogos duas vezes desde  e as variáveis relativas a população e PIB.

Não é definida nenhuma forma de ponderação nas medalhas, pois os autores argumentam que não é possível definir quantas medalhas de prata seriam equivalentes a uma de ouro e o mesmo para as

essa terminar. Disponível em: <http://www.systemicpeace.org/

polity/polity.htm>.



Sendo assim, a dummy relativa a países soviéticos inclui: Bulgária, Tchecoslováquia, Polônia, URSS, Alemanha Oriental, Hungria e Romênia, durante o período de

 a , o time unificado no ano de , e Cuba por todo o período.



Acreditamos, todavia, que tal adaptação não altera de maneira significante o estudo, pois, dentre as . observações utilizadas na estimação, apenas  são referentes ao ano de .

 São eles: Afeganistão,

Azerbaijão, Bahamas, Barbados, Bielorrússia, Bermuda, Federação das Índias Ocidentais, Djibuti, Alemanha Oriental, Eritreia, Etiópia, Geórgia, Granada, Hong Kong, Islândia, Líbano, Luxemburgo, Macedônia, Montenegro, Antilhas Holandesas, Nigéria, Coreia do Norte, Porto Rico, União Soviética (URSS), Suriname, Taiwan, Tonga, Ilhas Virgens Americanas, Uzbequistão e Iugoslávia.



(17)

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E-mail de contato dos autores:

edimilson.torres@gmail.com geovanalorena@gmail.com

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