FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS
CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL
ANÁLISE DE DESEMPENHO DOS FUNDOS DE
INVESTIMENTO EM AÇÕES BRASILEIROS NO
PERÍODO DE JANEIRO DE 1997 A OUTUBRO DE 2006
Mestrando: Fernando Galvão Egea
Orientador: Prof. Dr. Rogério Sobreira
Dissertação apresentada à EBAPE –
Escola Brasileira de Administração
Pública e de Empresas da Fundação
Getúlio Vargas como requisito para
obtenção do título de Mestre em
Administração.
Rio de Janeiro
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS
CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA
CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL
TÍTULO
ANÁLISE DE DESEMPENHO DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO
EM AÇÕES BRASILEIROS NO PERÍODO DE JANEIRO DE 1997
A OUTUBRO DE 2006
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR:
FERNANDO GALVÃO EGEA
APROVADA EM ____/____/____ PELA COMISSÃO EXAMINADORA:
_____________________________________________________
Prof. Dr. Rogério Sobreira
Doutor em Economia (IE-UFRJ)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Fernando Cerqueira
Doutor em Economia (IE-UFRJ)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Istvan Karoly Kasznar
Resumo
Esta pesquisa analisou a qualidade da gestão dos fundos de ações
brasileiros através da análise do desempenho obtido por eles no período de
janeiro de 1997 a outubro de 2006. A análise foi feita com base na Teoria
Moderna das Carteiras. Ela analisou também a aplicação dos critérios de
desempenho na medida do desempenho deles.
A amostra de 21 fundos foi selecionada do universo composto pelos
126 maiores fundos de aços Brasileiros. Os seguintes critérios de
desempenho foram calculados a partir das cotas mensais dos fundos: retorno
absoluto, retorno Médio Mensal, Índice de Jensen, Índice de Treynor, Índice
de Sharpe, Índice de Sortino, capacidade de prever os movimentos do mercad
(Market Timing) e o Erro Quadrático Médio.
A análise dos dados começou com a classificação dos fundos de
acordo com os tipos ANBID, pois os objetivos e as limitações dos fundos da
amostra não eram homogêneos. Posteriormente, os resultados obtidos nas
medições de desempenho foram ordenados em rankings e analisados.
Dez dos 21 fundos da amostra, todos ativos, tiveram desempenho
superior ao mercado (representado pelo IBOVESPA) nos critérios do retorno
médio mensal e nos Índices de Jensen, Treynor, Sortino e Sharpe. De
acordo com o CAPM, esses gestores devem ter compilado as informações
disponíveis de uma forma superior, e por isso, conseguiram um desempenho
superior ao mercado.
Os seis fundos da categoria IBOVESPA INDEXADO ficaram com as
seis primeiras posições na calcificação pelo Erro Quadrático Médio, o que já
era esperado, pois a missão desses fundos é reproduzir o retorno do índice.
Nenhum dos gestores dos 21 fundos demonstrou ter capacidade de
prever o movimento do mercado (Market Timing), ao nível de significância
de 5%, e movimentar o beta de sua carteira na direção correta a fim de
maximizar o retorno do investidor.
Abstract
This research evaluated the quality of the management of Brazilian
stock funds on the period from January 1997 to October 2006. The analysis
was based on the Modern Portfolio Theory measures of performance. In
addition, this research evaluated the relevance of the performance measures
The sample with 21 funds was extracted from the 126 largest Brasilian
stock options funds because they were the only with quotas on the whole
period. The monthly mean rate of return and the following indexes were
calculated: total return, mean monthly return, Jensen Index, Treynor
Index, Sharpe Index, Sortino Index, Market Timing and the Mean Quadratic Error.
The initial analysis showed that the funds in the sample had different
objectives and limitations. To make valuable comparisons, the ANBID
(National Association of Investment Banks) categories were used to classify
the funds.
The measured results were ranked. The positions of the funds on the
rankings based on the mean monthly return and the indexes of Jensen,
Treynor, Sortino and Sharpe were similar. All of the ten ACTIVE funds of this
research were above the benchmark (IBOVESPA index) in the measures
above. Based on the CAPM, the managers of these funds got superior
performance because they might have compiled the available information in a
superior way.
The six funds belonging to the ANBID classification of INDEXED got
the first six positions in the ranking based on the Mean Quadratic Error.
None of the researched funds have shown market timing skills to
move the beta of their portfolios in the right direction to take the benefit of the
market movements, at the significance level of 5%.
Índice
1. INTRODUÇÃO...1
2. A TEORIA MODERNA DAS CARTEIRAS...4
2.1 A Origem da Teoria Moderna das Carteiras ... 4
2.1.1 Taxa de Retorno de uma Carteira de Investimentos ... 5
2.1.2 Curvas de Indiferença ... 5
2.1.3 Insaciabilidade dos Retornos e da Aversão ao risco ... 8
2.1.4 Conceitos de Retorno e Risco ... 8
2.1.5 A Fronteira Eficiente... 8
2.1.6 Modelo de Mercado de um Índice Único ... 10
2.1.7 Modelo de Índice Único Aplicado a um Ativo... 11
2.1.8 Modelo de Índice Único aplicado a uma Carteira ... 12
2.1.9 Efeito da Diversificação sobre o Risco de uma Carteira ... 13
2.1.10 Ativo Livre de Risco ... 16
2.1.11 Definição do Ativo Livre de Risco ... 16
2.1.12 Investindo em um Ativo Livre de Risco e em um Ativo com Risco... 17
2.1.13 Investindo em Ativo Livre de Risco e em uma Carteira com Risco ... 17
2.1.14 Tomando Emprestado e Emprestando a Taxa Livre de Risco, e investindo em um Ativo com Risco... 18
2.2 O Modelo de Precificação de Ativos CAPM... 19
2.2.1 Pressupostos do CAPM ... 20
2.2.2 O Teorema da Separação... 21
2.2.3 A Carteira de Mercado (The Market Portfolio) ... 23
2.2.4 Linha Principal do Mercado (CML – Capital Market Line) ... 23
2.2.5 Linha de Mercado dos Títulos (SML - Security Market Line)... 25
2.2.6 O Risco de um ativo no CAPM ... 28
2.3 A Avaliação de Desempenho de uma Carteira ... 29
2.3.1 Fazendo Comparações Relevantes... 29
2.3.2 Cálculo da Taxa de Retorno de uma Carteira ... 30
2.3.3 Comparações Diretas ... 30
2.3.4 Medições de Desempenho Baseadas no CAPM... 33
2.3.4.1 Índice de Jensen ... 33
2.3.4.2 Índice de Treynor ... 34
2.3.4.3 Índice de Sharpe ... 35
2.3.4.4 Índice de Sortino ... 36
2.3.4.5 Previsão dos Movimentos do Mercado (Market Timing) ... 38
2.3.5 Medições de Desempenho sem o CAPM ... 39
2.3.5.1 Erro Quadrático Médio ... 39
3. METODOLOGIA...40
3.1 Objetivos ... 40
3.1.1 Objetivo Geral ... 40
3.1.2 Objetivos Específicos ... 40
3.2 Tipo de Pesquisa... 41
4.1 A Coleta dos dados ... 42
4.1.1 O Universo ... 42
4.1.2 A População ... 43
4.1.3 A Amostra... 43
4.2 Cálculo dos Critérios de Desempenho e Análise dos
Resultados ... 45
4.2.1 A Classificação dos Fundos pelo Critério da ANBID ... 46
4.2.2 Análise dos Resultados... 48
4.2.2.1 Retorno Absoluto ... 49
4.2.2.2 Retorno Médio Mensal ... 50
4.2.2.3 Índice de Jensen ... 54
4.2.2.4 Índice de Treynor ... 58
4.2.2.5 Índice de Sharpe: ... 60
4.2.2.7 Previsão dos Movimentos do Mercado (Market Timing) ... 66
4.2.2.8 Erro Quadrático Médio ... 72
5. CONCLUSÃO...73
6. REFERÊNCIAS……….77
ANEXO I – OS 126 FUNDOS DE AÇÕES...80
ANEXO II – COTAS MENSAIS DA AMOSTRA...81
1. Introdução
A redução gradual da taxa dos juros básicos do mercado brasileiro, a
taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), tem gerando um
aumento no interesse do pequeno investidor pelo mercado de renda variável.
Ele tem ingressado nesse mercado através da compra direta de ações, ou
através da compra de cotas de fundos de ações, e por isso, agora passou a se
preocupar com a qualidade da gestão destes fundos.
Para avaliar a qualidade da gestão de um fundo de ações é
necessário saber inicialmente o que o investidor deseja do fundo. A resposta,
é que ele deseja que o retorno seja adequado ao nível de risco que ele está
correndo, e principalmente, que ele seja previsível. Em outras palavras, o
investidor quer retorno com consistência. Assim sendo, para analisar a
qualidade da gestão dos fundos de investimentos são necessários os dados
históricos de um longo período de tempo. Esta pesquisa avaliou a qualidade
da gestão dos fundos de ações brasileiros através da análise do desempenho
obtido por eles no período de janeiro de 1997 a outubro de 2006.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão do governo
brasileiro cuja principal meta é a proteção do investidor, define, através da
Instrução n. 409, de 18 de Agosto de 2004, o que vem a ser um fundo de
investimento: “uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de
condomínio, destinado à aplicação em títulos e valores mobiliários, bem como
em quaisquer outros ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais".
Através dos fundos, os pequenos investidores têm acesso a melhores
condições de mercado, menores custos e contam com gestão profissional,
colocando-se em igualdade de condições com os grandes investidores.
Além disso, devido ao grande volume de recursos reunidos nos
fundos, o pequeno investidor consegue diversificar seus investimentos,
diluindo seu risco e aumentando seu potencial de retorno.
Os fundos de investimentos existem desde o século XIX. O primeiro
França e Inglaterra. Nos Estados Unidos, o primeiro fundo mútuo iniciou suas
operações em 1924 e existe até hoje. No Brasil, o primeiro fundo iniciou suas
atividades em 1957.
De acordo com o informe mensal da CVM, em outubro de 2006, havia
6.021 fundos de investimento registrados na instituição, totalizando um
patrimônio líquido de R$ 902,8 milhões trilhão e 11,1 milhões de cotistas.
A maioria desses fundos é gerida por instituições financeiras, que
empregam gestores profissionais, que tomam as decisões de investimento em
nome dos cotistas, com o objetivo de atingir as metas pré-estabelecidas,
respeitando as limitações expressas na política de investimento dos fundos.
A avaliação do desempenho das carteiras formadas por esses
gestores é de suma importância para o investidor na hora de selecionar um ou
mais fundos onde vai investir seus recursos. Uma vez feito o investimento, ele
precisa acompanhar o trabalho realizado pelo gestor, avaliando quão bem o
fundo está operando em relação a outros fundos e em relação aos índices de
mercado. O investidor também precisa compreender os riscos que está
correndo e se certificar que o administrador está seguindo as políticas gerais
do fundo.
A avaliação de desempenho também é importante para que as
instituições financeiras possam avaliar o desempenho dos gestores
profissionais contratados por elas.
Finalmente, a avaliação de desempenho é útil para que os próprios
gestores acompanhem o desempenho de seus fundos e possam fazer os
ajustes necessários na sua gestão.
A necessidade de se desenvolver critérios adequados para a
avaliação dos fundos de investimento tem gerado inúmeros trabalhos
acadêmicos, patrocinados principalmente pelos fundos de pensão, que são
um dos principais interessados no assunto, pois eles têm que gerir grandes
volumes de recursos por longos períodos de tempo, para posteriormente,
prover os benefícios contratados.
Dentre os trabalhos acadêmicos, merece destaque especial o de
carteiras), que é considerado o marco inicial da Teoria Moderna das Carteiras
de investimento. Desde então, a avaliação de desempenho das carteiras de
investimento tem evoluído substancialmente, sobretudo nas últimas décadas.
Até Markowitz (1952), os investidores analisavam o risco e o retorno
de cada ativo individualmente na hora de compor suas carteiras. Desta forma,
eles poderiam concluir, por exemplo, que as ações das companhias de
transporte ferroviário apresentavam uma boa relação de risco-retorno e, então,
formariam uma carteira de investimentos somente com essas ações.
Intuitivamente, percebe-se que essa não seria uma boa decisão, por
“colocar todos os ovos em uma única cesta”. Mas foi Markowitz (1952) quem
demonstrou isso. Detalhando a matemática da diversificação, ele propôs que
os investidores deveriam selecionar suas carteiras de investimento baseados
na relação de risco-retorno das carteiras, ao invés de selecionar ativos que
individualmente possuíssem relação de risco-retorno atrativas.
Utilizando a Teoria Moderna das Carteiras de Investimentos, esta
pesquisa analisou os fundos de ações, um dentre os 7 tipos de fundos
definidos pela Instrução 409 da CMV. Os tipos são: Fundos de Curto Prazo,
Fundos Referenciados, Fundos de Renda Fixa, Fundos de Ações, Fundos
Cambiais, Fundos de Dívida Externa e Fundos Multimercado. (CVM, Instrução
n. 409, de 18 de Agosto de 2004).
Inicialmente, esse trabalho apresenta uma revisão da literatura da
Teoria Moderna das Carteiras, partindo de Markowitz, passando pela teoria de
precificação de ativos CAPM, e finalmente, apresentando os critérios de
medição de desempenho.
A seguir, é apresentado o critério empregado para a seleção dos
fundos de compuseram a amostra dessa pesquisa, e os resultados das
medições de desempenho pelos critérios do retorno médio mensal, dos
Índices de Jensen, Treynor, Sharpe e de Sortino, o Market Timing e pelo Erro
Quadrático Médio.
Finalmente, é apresentada a análise dos resultados e as conclusões,
quanto a qualidade da gestão dos fundos analisados, e sobre a relevância dos
2. A Teoria Moderna das Carteiras
2.1 A Origem da Teoria Moderna das Carteiras
A teoria moderna das carteiras de investimento teve início em 1952
com a publicação do artigo Portfolio Selection por Harry M. Markowitz.
Nesse artigo, o autor separa o processo de seleção de carteiras em
duas etapas. Na primeira, deve-se observar o comportamento do mercado
para formar as expectativas dos preços futuros dos ativos. Na segunda,
partindo das expectativas de retorno dos ativos, ele demonstrou
geometricamente a importância da diversificação na formação das carteiras de
investimento.
Markowitz (1952) partiu do pressuposto que um investidor teria uma
determinada quantidade de dinheiro para aplicar por um período fixo de
tempo. Ao término deste período, o investidor iria consumir ou reinvestir a
soma resultante do investimento (ou ambos); portanto, a abordagem de
Markowitz (1952) é de um período único. Seu início foi denominado de t = 0 e
seu término de t = 1. No momento t = 0 o investidor tem que escolher os ativos
nos quais vai aplicar seus recursos que serão mantidos até o momento t = 1.
Markowitz (1952) observou que o investidor racional não aplica todos
os seus recursos no ativo com o maior retorno esperado, e demonstrou
geometricamente, que além de não ser esse o comportamento do investidor
médio, essa não seria uma atitude sábia, porque o investidor racional quer um
alto retorno, mas, ao mesmo tempo, quer que esse retorno seja tão certo
quanto possível. Portanto, o investidor racional leva em consideração dois
parâmetros na hora da seleção de sua carteira de investimentos: a média e a
variância do retorno esperado.
Markowitz (1952) demonstrou em seu artigo Portfolio Selection (do
inglês, Seleção de Carteira) que a forma para conciliar esses interesses
carteira. Isto porque a diversificação entre ativos de mesma variância, que não
sejam perfeitamente correlacionados, sempre resulta em uma carteira de
variância menor que a original.
2.1.1 Taxa de Retorno de uma Carteira de Investimentos
O retorno de uma carteira de investimento no período de tempo entre
t=0 e t=1 é calculado da seguinte forma:
0 0 1
W
W
W
r
p−
=
(2.1)onde:
p
r
representa o da carteira de investimentos;0
W representa a somatória dos preços de compra dos ativos que
compõem a carteira no instantante t=0;
1
W representa a somatória dos preços de compra dos ativos que
compõem a carteira no instante t=1.
A equação 2.1 pode ser manipulada algebricamente resultando em:
W1 = W0 (1 + rp ) (2.2)
A equação 2.2 mostra que o valor agregado dos ativos que compõem
a carteira no instante t=1 será igual ao valor inicial W0 mais a taxa de retorno.
O problema da seleção das carteiras é que no momento t=0 o
investidor desconhece qual será o valor das diversas carteiras possíveis no
momento t=1. De acordo com Markowitz (1952), o retorno rp deve ser visto
pelos investidores como uma estatística variável independente, que por sua
vez, pode ser totalmente descrita por seu valor esperado e seu desvio
padrão.
2.1.2 Curvas de Indiferença
Para Markowitz (1952), os investidores selecionam as suas carteiras
de investimento empregando as suas curvas de indiferença. Estas curvas
são representadas em um gráfico de duas dimensões, com o retorno médio
estimado no eixo das abcissas, e o risco, representado pelo desvio padrão, no
eixo das ordenadas.
A figura 1 mostra as curvas de indiferença de um investidor hipotético.
Cada linha curva mostra um conjunto de carteiras igualmente desejáveis para
esse investidor. As letras A, B, C e D representam quatro carteiras. Neste
exemplo, as carteiras A e B são igualmente desejáveis para este investidor,
apesar de terem retornos esperados e desvios padrão diferentes. No entanto,
a carteira C é a mais desejável de todas, e a carteira D é a menos desejável
entre as apresentadas.
Figura 1 – Curvas de indiferença
As curvas de indiferença variam de um investidor para outro, e até
mesmo, para o mesmo investidor em momentos diferentes de sua vida. As
figuras 2a, 2b e 2c apresentam as curvas de indiferença de três investidores
Figura 2a: Investidor mais avesso ao risco
Figura 2b: Investidor moderadamente avesso ao risco
Figura 2c: Investidor pouco avesso ao risco
A figura 2a apresenta a curva de indiferença de um investidor avesso
ao risco, enquanto que a figura 2b apresenta a curva de um investidor
moderadamente avesso ao risco, e a figura 2c apresenta a curva de um
Concluindo, cada investidor tem em sua mente um mapa (geralmente
inconsciente) com suas curvas de indiferença, que é consultado no momento
da escolha de sua carteira de investimentos.
2.1.3 Insaciabilidade dos Retornos e da Aversão ao risco
Outro conceito da teoria moderna das carteiras é o da insaciabilidade
dos retornos e da aversão ao risco. A insaciabilidade dos retornos e a aversão
ao risco são dois pressupostos implícitos na discussão das curvas de
indiferença, pois, podendo optar entre duas carteiras com o mesmo risco
(representado pelo desvio padrão), o investidor sempre vai optar por aquela
com a maior expectativa de retorno. Da mesma forma, podendo optar entre
duas carteiras com o mesmo retorno esperado, ele sempre vai optar por
aquela com o menor desvio padrão.
2.1.4 Conceitos de Retorno e Risco
Pelo modelo de Markowitz (1952), no momento t=0, o investidor
analisa o retorno esperado e o desvio padrão das carteiras possíveis e
seleciona aquela que melhor atenda ao seu interesse de retorno e risco.
Considerando que uma carteira é composta por um conjunto de ativos
financeiros, o retorno da carteira, assim como seu risco, será uma
conseqüência dos retornos e dos riscos individuais de cada um dos ativos que
a compõe, levando em conta seus pesos na carteira.
2.1.5 A Fronteira Eficiente
Markowitz (1952) mostrou geometricamente o benefício da
diversificação dos ativos em uma carteira de investimentos partindo do
pressuposto que todos os tipos de investimentos estariam disponíveis para
todos os investidores. Portanto, cada investidor poderia construir uma carteira
com n ativos de infinitas maneiras diferentes, cada uma combinando os n
ativos em proporções distintas. Ele demonstrou que para cada nível de retorno
A área demarcada na figura 3 mostra graficamente todas as carteiras
possíveis para um conjunto de mais de dois ativos. Sua posição no gráfico
pode variar; no entanto, seu formato geralmente é o de um guarda-chuva.
Somente em situações muito especiais o formato será diferente de um
guarda-chuva.
Na figura 3, as carteiras eficientes, também chamadas de dominantes,
estão na fronteira da figura, entre os pontos E e S. Todas as demais carteiras
possíveis são chamadas de carteiras dominadas, pois, para cada carteira
dominada sempre há uma carteira dominante, com uma melhor relação
retorno-risco.
Fig 3 – Carteiras Possíveis e a Fronteira Eficiente
A carteira ótima de cada investidor está localizada no ponto de
tangência da sua curva de indiferença com a fronteira eficiente. O ponto O* da
figura 4 representa a carteira ótima de um investidor hipotético que tenha as
Figura 4 – Seleção da carteira ótima
2.1.6 Modelo de Mercado de um Índice Único
Para calcular a fronteira eficiente de uma carteira utilizando o modelo
proposto por Markowitz (1952) é preciso estimar o retorno esperado e o desvio
padrão de cada um dos ativos da carteira, calcular as covariâncias entre eles
e, finalmente, encontrar a fronteira eficiente, empregando a programação
quadrática. Elton (2004) nos dá uma idéia da complexidade deste cálculo em
termos práticos:
A maioria das instituições financeiras acompanha entre 150 e 250 ações. Para utilizar a análise de carteiras, as instituições necessitam de estimativas de 150 a 250 retornos esperados e de 150 a 250 variâncias. Vejamos quantos coeficientes de correlação são necessários... precisaria estimar entre 11.175 e 31.125 coeficientes de correlação. O simples volume de dados é impressionante. (ELTON, 2004, p.128).
A complexidade para se estimar um número tão alto de coeficientes
de correlação levou ao desenvolvimento de modelos capazes de simplificar a
A técnica mais utilizada pressupõe que a variação conjunta entre as
ações é devida a uma única influência, ou, a um único índice. Este modelo é
chamado de modelo de índice único e facilita muito o processo de
identificação das carteiras eficientes de Markowitz (1952).
2.1.7 Modelo de Índice Único Aplicado a um Ativo
A observação causal do comportamento dos preços das ações revela
que, quando o mercado sobe (medido por qualquer um dos índices de
mercado disponíveis), o preço da maioria das ações tende a subir, e, quando
o mercado cai, o preço da maioria das ações também tende a cair.
M i i
i
a
r
r
=
+
β
(2.3)onde
ri representa o retorno do ativo i;
i
a
representa a parcela do retorno do título i que não dependente dodesempenho do mercado, portanto, é uma variável aleatória;
rM representa o retorno do índice de mercado. É outra variável aleatória;
βi representa uma constante que mede a variação esperada de ri para
um determinado valor de rM .
O termo ai representa o componente do retorno que não é sensível ao
retorno do mercado. Seu valor é representado pela variável α que tem valor
esperado ai e ei como o componente aleatório de ai.
i i
i
e
a
=
α
+
(2.4)A equação do retorno de uma ação agora pode ser escrita da
seguinte forma:
ri = αi + βi ri + ei (2.5)
O termo ei da equação 2.5 é o erro randômico que existe porque o
modelo de mercado não explica perfeitamente o retorno do ativo i. Ele pode
ser visto como uma variável independente, com média igual a zero e desvio
Como se pode observar, a equação 2.5 é a equação de uma reta com
inclinação β (beta). O β indica, portanto, a sensibilidade do ativo à variação do
índice do mercado. Seu calculo é feito através da equação 2.6:
2 I iI iI
=
σ
σ
β
(2.6)onde:
σiI representa a covariância dos retornos do ativo i com o índice de
mercado
σI 2 representa a variância dos retornos do índice de mercado.
Uma das hipóteses do modelo é a de que:
cov
(
ei,rm)
= E[
(
ei −0)(
rM −rM)
]
=0 (2.7)Isto é, o erro aleatório do ativo não dependente do retorno do
mercado. Estimativas como αi, βi e σei2 são obtidos através de regressões de
séries temporais. Outra hipótese é de que E(ei,ej) =0, ou seja, dois títulos só
variam em conjunto devido a movimentos coordenados do mercado.
A equação 2.8 apresenta o risco total de um ativo i, que é composto
pelo risco de mercado (ou sistemático) e do risco único (ou não sistemático):
σi 2 = βiI2σI 2 + σei 2 (2.8)
onde:
σi 2 representa o risco total do ativo;
βiI2σI 2 representa o componente de risco sistemático do ativo, onde a
variância dos retornos do mercado é uma variável aleatória;
σei 2 é o risco único do ativo i.
2.1.8 Modelo de Índice Único aplicado a uma Carteira
O retorno de uma carteira é calculado pela equação:
∑
=
= N
i i i
p Xr
r
1
(2.9)
Substituindo-se os termos à direita da equação 2.9 pela equação 2.5,
r Xi( i eiI ) N
i
iI
p=
∑
α +βI +=1 (2.10)
∑
∑
∑
= = = + + β α = N i i i N i i N i iI i iIi X r X eI
X
1
1 1
(2.11)
=αpI +βpIri +epi (2.12)
O risco total da carteira corresponde a sua variância, que é
consequência do risco total de seus ativos:
2 2 2 2 ep I pI
p
β
σ
σ
σ
=
+
(2.13)que corresponde a:
Risco Total = Risco Sistemático + Variância residual
da Carteira da Carteira da Carteira
onde: 2 1 2 =
∑
= N i iI i pI X β β (2.14)e assumindo que o erro randômico dos ativos não é correlacionado,
temos:
∑
= ∈=
N i i i epX
1 2 2 2σ
σ
(2.15)Concluindo, da mesma forma que o risco de um ativo, o risco de uma
carteira é composto pelo risco sistemático (de mercado) e o risco único (não
sistemático).
2.1.9 Efeito da Diversificação sobre o Risco de uma Carteira
Conforme foi demonstrado, o risco total de uma carteira é composto
pelo risco sistemático e o risco único (equação 2.13).
O risco único, também chamado de risco não sistemático, é aquele
relativo a uma empresa ou a um setor, e que tende a zero com a
diversificação da carteira, quando os resíduos dos retornos dos ativos não são
diversificação causa um aumento no denominador N, reduzindo o impacto
individual do desvio padrão de cada ativo da carteira:
2 2
1
2
1
i N
i p
N
ε=
ε
σ
=
σ
∑
(2.16)Já o risco sistemático é inevitável, pois o aumento da diversificação
faz com que ele tenda ao risco de mercado, como mostram as equações 2.13
e 2.14.
O efeito da diversificação sobre o risco de uma carteira está
representado graficamente na figura 5:
Figura 5 – Efeito da diversificação sobre o risco de uma
Carteira.
O efeito da diversificação na redução do risco não sistemático de
uma carteira depende da covariância dos seus ativos, como foi observado por
Markowitz (1952) no artigo Portfolio Selection:
especially industries with different economic characteristics, have lower covariances than firms with an industry.”
“...na tentativa de reduzir a variância, investir em diversos ativos não é o suficiente. É preciso evitar que o investimento seja feito em ativos com alta covariância entre si. Devemos diversificar entre industrias, especialmente indústrias com diferentes características econômicas, porque empresas de diferentes industrias tem covariâncias menores que empresas da mesma indústria” (MARKOWITZ, 1952, p. 89, tradução nossa).
A figura 6 mostra que o efeito da diversificação sobre o risco não
sistemático é função do número de ativos (abscissa) e da covariância entre
os ativos que compõem a carteira. Concluindo, maior o número de ativos, e
menor a correlação, menor será o risco não sistemático.
Figura 6 – Efeito da covariância sobre o risco único de uma
2.1.10 Ativo Livre de Risco
Até aqui, foi abordado como o investidor deve proceder para
selecionar sua carteira de investimentos, considerando que todos os ativos
disponíveis possuem riscos individuais e incertos para o período de duração
do investimento. Como nenhum dos ativos têm correlação negativa perfeita
com qualquer outro ativo, todas as carteiras possíveis têm um retorno incerto
no momento em que é feito o investimento, portanto, possuem risco. Nesta
seção é introduzida a possibilidade de o investidor investir também em um
ativo livre de risco. Desta forma, ele passa a ter a opção de investir em N
ativos, sendo N-1 com risco, e um ativo livre de risco.
2.1.11 Definição do Ativo Livre de Risco
Na teoria de Markowitz (1952), em que o investidor aplica seus
recursos pelo horizonte de tempo de um período, o ativo livre de risco será
aquele cujo rendimento é fixo e conhecido no momento em que é feita
aplicação.
Como não há nenhuma incerteza quanto ao retorno desta aplicação,
seu desvio padrão é, por definição, igual a zero. Conseqüentemente, a
covariância entre a taxa de retorno do ativo livre de risco e qualquer outro
ativo com risco também será igual a zero.
Como o ativo livre de risco deve ter, por definição, uma taxa fixa e
certa de retorno, ele não pode ser de nenhuma organização que tenha uma
mínima probabilidade de não honrá-lo.
Considerando que todas as empresas têm alguma probabilidade de
não honrar seus compromissos, esse ativo livre de risco só pode ser um título
emitido pelo Governo Federal. Isto porque o Governo Federal sempre tem a
possibilidade de emitir novos títulos ou dinheiro para pagá-lo.
Assim sendo, o investimento em títulos Federais é a única aplicação
2.1.12 Investindo em um Ativo Livre de Risco e em um Ativo com Risco
Com a introdução do ativo livre de risco, o investidor pode, agora,
destinar parte de seus recursos para esse ativo e o restante para uma carteira
composta por ativos de risco. Esta possibilidade altera o conjunto de carteiras
possíveis, e principalmente, altera a fronteira eficiente.
A figura 8 apresenta o conjunto de carteiras possíveis, combinando
um ativo livre de risco e um ativo de risco. Neste exemplo, a ação da empresa
Able Co, localizada no ponto E é o ativo de risco, e um título do governo
Norte-americano, com retorno fixo de 4% ao ano é o ativo livre de risco. A reta
ligando os pontos A e E representa as carteiras que podem ser formadas
combinando a ação da empresa Able Co. com o ativo livre de risco.
Figura 7 – Combinando um ativo livre de risco com um
ativo com risco
2.1.13 Investindo em Ativo Livre de Risco e em uma Carteira com Risco
No exemplo da figura 9, é apresento o conjunto das carteiras
risco e em uma carteira composta pelas ações de três empresas hipotéticas:
Able Co., Charlie Co. e Baker Co..
O conjunto de carteiras possíveis passa a ser a área formada pelas
duas retas mais o trecho curvo entre o ponto T e Baker Co. A fronteira
eficiente passa a ser a reta entre o ativo livre de risco, o ponto T, e o trecho
curvo até Baker Co..
Figura 8 – Carteiras possíveis combinando um
ativo livre de risco e uma carteira.
2.1.14 Tomando Emprestado e Emprestando a Taxa Livre de Risco, e investindo em um Ativo com Risco
Supondo que o investidor possa tomar recursos emprestados pela
taxa de juros livre de risco e que não haja limite para a tomada de recursos, o
conjunto de carteiras possíveis passa a ser a área entre as duas retas infinitas
(figura 9) e a fronteira eficiente estará localizada na reta que liga o ativo livre
de risco à tangente T.
As figuras 9.a e 9.b ilustram as carteiras ótimas para dois investidores
Figura 9.a – Carteira ótima com aplicação à
taxa livre de Riscos.
Figura 9.b – Carteira ótima com tomada de
recursos à taxa livre de riscos
2.2 O Modelo de Precificação de Ativos CAPM
O CAPM - Capital Asset Pricing Model (do inglês, Modelo Principal de
Precificação de Ativos) é uma teoria sobre a formação dos preços dos ativos
desenvolvida, simultaneamente e independentemente, por John Lintner
(1965), Jan Mossin (1966) e William Sharpe (1964). A seguir, é apresentada a
versão básica do CAPM, também chamada de versão Sharpe-Lintner-Mossin.
Pelo CAPM, o preço dos ativos resulta do equilíbrio entre a oferta e a
e o risco de cada ativo. Ele explica o preço individual de cada ativo partindo da
premissa que todos os investidores empregaram a teoria das carteiras de
Markowitz (1952) para encontrar a fronteira eficiente, e selecionam suas
carteiras entre as que pertencem a essa fronteira.
2.2.1 Pressupostos do CAPM
Um modelo é uma simplificação da realidade a fim de permitir que o
foco esteja nos elementos mais importantes do fenômeno que ele procura
explicar. Com o CAPM não é diferente, e essa simplificação é feita através de
10 pressupostos. Vários deles coincidem com os utilizados na abordagem de
Markowitz (1952) apresentada na seção 2.1.
Os pressupostos do CAPM são:
1. Todos os investidores selecionam suas carteiras para o
horizonte de um período baseados no retorno esperado e no
desvio padrão.
2. Os investidores nunca estão satisfeitos. Quando lhes é dada a
opção de uma carteira com maior retorno, e mesmo risco, a
carteira com maior retorno sempre é a selecionada.
3. Os investidores são avessos ao risco. Quando lhes é dada a
possibilidade de escolha entre duas carteiras com retornos
idênticos e riscos diferentes, eles sempre optam pela carteira
com o menor risco.
4. Os ativos individuais são infinitamente divisíveis, significando
que um investidor pode comprar uma fração de uma ação, se
ele assim desejar.
5. O investidor pode emprestar (investir) ou tomar recursos
emprestados pela mesma taxa de juros, que é a taxa livre de
risco.
6. Os custos e taxas das transações são irrelevantes.
7. Todos os investidores têm o mesmo horizonte de tempo de
aplicação, que é de um período.
8. A taxa de juros livre de risco é a mesma para todos os
9. A informação corre livremente e fica disponível para todos os
investidores no mesmo instante.
10. Os investidores têm expectativas homogêneas, isto é, a
mesma percepção em relação aos retornos esperados,
desvios-padrão e covariâncias dos ativos.
(SHARPE, 1995, p. 262, tradução nossa)
Examinando os pressupostos do CAPM, nota-se uma simplificação ao
extremo. Isso permite que se mude o foco do investidor individual para o que
ocorreria com os preços dos ativos se todos investissem da mesma forma.
Examinando o comportamento coletivo de todos os investidores do mercado, é
possível desenvolver um modelo que explique o equilíbrio resultante da
relação entre o risco e o retorno de cada ativo.
2.2.2 O Teorema da Separação
Pelos pressupostos do CAPM, todos os investidores possuem as
mesmas informações, e terão as mesmas expectativas quanto ao retorno, o
desvio padrão dos ativos, e a covariância entre eles. Sendo assim, eles vão
encontrar a mesma fronteira eficiente para o conjunto de todos os ativos de
risco do mercado. Todos os investidores também concordam quanto ao valor
do retorno do ativo livre de risco. Conseqüentemente, vão encontrar a mesma
reta tangente a fronteira eficiente dos ativos de risco, e vão investir na mesma
Figura 10 – Fronteira Eficiente com Aplicação
e Captação à Taxa Livre de Risco
Se todos os investidores enxergam a mesma fronteira eficiente, só
escolherão carteiras diferentes se tiverem curvas de indiferença diferentes.
Desta forma, por terem preferências diferentes em relação ao risco e retorno,
eles vão escolher carteiras diferentes, porém, sempre posicionadas na
fronteira eficiente representada na figura 10 pela reta tangente.
O peso da carteira composta pelos ativos de risco na carteira de cada
investidor depende da sua curva de indiferença, no entanto, o percentual de
cada ativo na carteira de risco será o mesmo. Esta característica do CAPM é
chamada de teorema da separação:
A combinação ótima dos ativos de risco para um investidor pode ser determinada sem que se saiba quais as suas preferências em relação ao risco e o retorno. (SHARPE, 1993, p. 219, tradução nossa).
Em suma, todos os investidores que desejarem um retorno acima
da taxa livre de risco vão investir na mesma carteira de ativos de risco. O que
vai variar será o peso de carteira de ativos com risco na carteira total do
2.2.3 A Carteira de Mercado (The Market Portfolio)
Uma característica do modelo CAPM é que nenhum ativo pode ter
uma proporção igual a zero na carteira tangente (representada pelo ponto P
da Figura 12). A explicação está no Teorema da Separação, pelo qual, a
proporção de cada ativo na carteira de ativos será a mesma para todos os
investidores.
Se algum ativo tivesse uma participação igual a zero na carteira
tangente, significaria que nenhum investidor estaria aplicando seus recursos
neste ativo. Isso faria com que o seu preço caísse, aumentando seu retorno
relativo, até que sua participação na carteira tangente fosse diferente de zero.
A carteira tangente é usualmente chamada de Carteira de Mercado, e
representada pela letra M. A Carteira de Mercado é composta por todos os
ativos do mercado. O valor relativo de cada ativo na carteira de mercado é
obtido dividindo-se seu valor agregado pelo valor total de todos os ativos do
mercado.
De acordo com o CAPM, a carteira de mercado não é composta
somente por ações, mas por todos os títulos de risco disponíveis no mercado,
o que incluí também os imóveis. Na prática, no entanto, considera-se somente
as ações no cálculo da Carteira de Mercado.
2.2.4 Linha Principal do Mercado (CML – Capital Market Line)
Identificada a Carteira de Mercado, encontra-se a fronteira eficiente
do CAPM traçando a reta que liga esse ponto ao ativo livre de risco. A essa
reta dá-se o nome de CML - Capital Market Line (do inglês, Linha Pricipal do
Mercado).
A identificação da CML é fundamental para o CAPM, uma vez que as
carteiras eficientes estarão posicionadas sobre essa linha. Todas as demais
carteiras não serão eficientes, e, portanto, estarão posicionadas abaixo dela,
Figura 11 – Capital Market Line
A linha CML é representada pela equação 2.17:
p f f
p
M M r
r r
r = σ σ
−
+ (2.17)
onde:
p
r é o retorno médio da carteira;
f
r é o retorno do ativo livre de risco;
M
r é o retorno médio da carteira composta por todos os ativos do
mercado;
σp é o desvio padrão dos retornos da carteira;
σM é o desvio padrão dos retornos da carteira do mercado;
A diferença representada na equação 2.17 por
f
M r
r − é chamada de
prêmio de risco do mercado. A equação 2.17 pode ser interpretada como:
2.2.5 Linha de Mercado dos Títulos (SML - Security Market Line)
A linha CML representa o equilíbrio entre o retorno esperado e o
desvio padrão das carteiras eficientes. Ativos de risco individuais estarão
sempre abaixo da linha CML por constituírem carteiras ineficientes.
Para conhecer mais sobre o retorno esperado e o risco de um ativo
individual é necessária uma análise mais profunda.
Na equação 2.18 é apresentada a fórmula para o cálculo do desvio
padrão de um portfólio:
2 1 1 1 / N i N j ij j i
p
X
X
σ
σ
=
∑∑
= = (2.18)
onde:
Xi representa a proporção investida no ativo i
Xj representa a proporção investida nos j,
σij representa a covariância dos retornos dos ativos i e j.
Usando a mesma equação para o cálculo do desvio padrão do
portfólio de mercado, temos:
2 1 1 1 / N i N j ij jM iM
X
σ
X
σ
M
=
∑∑
= = (2.19)
onde:
Xi representa a proporção investida no ativo i
Xj representa a proporção investida nos j,
σij representa a covariância dos retornos dos ativos i e j.
A equação 2.19 também pode ser escrita da seguinte forma:
2 1 1 1 2 2 1 1 1 / N j N j NJ jM NM J jM M N j J jM
M
X
X
X
...
X
X
X
σ
M
Aplicando-se a propriedade da covariância pela qual a covariância do
ativo i com uma carteira de mercado pode ser expressa como a média
ponderada das covariâncias de todos ativos com o ativo i:
iM N
i
ij jM
X
σ
=
σ
∑
=1
2 2
(2.21)
Aplicada a cada um dos N ativos que compõem a carteira
representativa do mercado, resulta em:
[
]
1 23 3 2 2 1 1
/ NM NM NM M
M M M M M
M = X σ +X σ +X σ +...+X σ σ
σ (2.22)
Onde σ1M é a covariância do ativo 1 com o portfólio de mercado, σ2M é
a covariância do ativo 2 com o portfólio de mercado e assim por diante.
Portanto, o desvio padrão da carteira de mercado será a raíz quadrada da
média ponderada das covariâncias de todos os ativos com ele, e as parcelas
serão proporcionais a participação de cada ativo na carteira de mercado.
Pelo modelo CAPM, cada investidor possuí uma parcela de seus
recursos aplicada na carteira do mercado, portanto todos os investidores se
preocupam com o desvio padrão da carteira de mercado, uma vez que ele
influencia na inclinação da linha CML, que por sua vêz, determina a magnitude
de seu investimento no portfólio de mercado.
A contribuição de cada ativo para o desvio padrão da carteira de
mercado depende de sua covariância com a carteira de mercado, como se
pode observar na equação 2.22. Assim sendo, ativos com maiores valores de
σiM são vistos pelos investidores como contribuintes para o aumento do risco
da carteira de mercado. Por outro lado, ativos com maior desvio padrão não
são vistos, necessariamente, como contribuintes para o aumento do risco da
carteira de mercado que outros com menor desvio padrão.
Isto posto, conclui-se que ativos com maiores valores de σiM devem
possuir um retorno esperado proporcionalmente maior para que os
investidores se interessem por eles. Essa relação da covariância do ativo com
a carteira de mercado e seu retorno esperado é chamada de SML-Security
iM M
f f
i
r
r
r
r
Mσ
σ
− +
=
2 (2.23)A SML está represntada na figura 12:
Figura12 – Security Market Line – Versão da Covariância
Outra forma de apresentar a SML é através da equação:
r
ir
fr
Mr
f β
iM
− +
=
(2.24)onde
2 M
iM iM
σ
σ
=
β
(2.25)A equação 2.24 é uma forma alternativa de se apresentar a SML. Sua
Fig-13 – Linha de Mercado dos Títulos (SML) – Versão Beta
O coeficiente beta (β) de uma carteira é a média ponderada dos betas
de cada um dos ativos que a compõe. Ele é calculado pela fórmula:
∑
= = N
i
iM i
pM X
1 β
β (2.26)
2.2.6 O Risco de um ativo no CAPM
O risco de um ativo no CAPM é função somente de seu beta, que por
sua vez, é função de sua covariância com a carteira de mercado. Ele é medido
utilizando-se a equação:
σi 2 = βiM2σM 2 + σ∈i 2 (2.27)
onde
σi 2 representa o risco total de uma carteira
βiM2σI 2 representa o risco de mercado da carteira (ou risco sistemático);
σ∈i 2 representa o risco único do ativo (ou não sistemático)
Pela teoria do CAPM, ativos com maiores betas terão maiores níveis
outro lado, não há razão para que ativos com maiores riscos únicos (risco não
sistemático) tenham retornos superiores, pois no CAPM, não há nenhuma
relação entre o risco único e o retorno esperado.
Em suma, pelo modelo CAPM, os investidores são recompensados
com maiores retornos por correrem o risco de mercado, porém, não são
recompensados por correrem o risco único (risco não sistemático).
2.3 A Avaliação de Desempenho de uma Carteira
A avaliação do desempenho de uma carteira é feita para se verificar a
qualidade da sua gestão. Ela é feita sempre em relação a uma ou mais
carteiras de referência. Para isso, toma-se um intervalo de tempo, que
geralmente é de no mínimo quatro anos, e, utilizando dados mensais ou
trimestrais, para que se tenha uma amostra de tamanho estatisticamente
adequado, calcula-se o rendimento da carteira que está sendo avaliada para
posteriormente compará-lo com o seu benchmark.
2.3.1 Fazendo Comparações Relevantes
A idéia fundamental da avaliação de desempenho de uma carteira de
investimentos está na comparação dos resultados obtidos por ela com os
obtidos por outras carteiras.
É importante que as carteiras escolhidas sejam realmente
comparáveis. Isso significa que devem ter riscos semelhantes, assim como
devem estar sujeitas às mesmas restrições. Por exemplo, uma instituição
onde seus gestores só podem investir em ativos de grandes empresas, não
pode comparar desempenho dessa carteira com outras que não tenham essa
limitação.
A comparação de desempenho entre carteiras com limitações
diferentes também pode ser útil, mas para avaliar a relevância da restrição.
Muitas vezes, o retorno obtido por uma carteira (ou fundo), é
comparado com o obtido por carteiras com risco semelhante. Em outras
comparações, utiliza-se uma medida explicita da relação entre risco e retorno
para que as comparações possam ser feitas entre carteiras com níveis de
risco diferentes.
2.3.2 Cálculo da Taxa de Retorno de uma Carteira
O retorno de uma carteira sempre é calculado para um determinado
intervalo de tempo. A equação, a seguir, calcula o retorno de uma carteira
quando não há depósitos ou resgates entre o momento inicial e o final:
b b e
V V V
r = − (2.28)
onde:
Ve representa o valor da carteira ao término do período;
Vb represnta o valor da carteira no início do período;
r representa a taxa de retorno da carteira
Quando há depósitos ou resgates entre o início e o término do
período, calcula-se o retorno da carteira utilizando a taxa de retorno
ponderada no tempo, que consiste no cálculo do rendimento de cada período
entre os depósitos e os resgates. Calculado o rendimento de cada período,
soma-se um aos valores dos rendimentos e multiplica-se os rendimentos uns
pelos outros. Finalmente, subtrai-se um do total da multiplicação para se obter
o rendimento da carteira no período analisado.
2.3.3 Comparações Diretas
A idéia por trás da avaliação de performance das carteiras é comparar
os retornos obtidos pelo gestor com os retornos que ele poderia ter obtido se
tivesse optado por outra carteira, respeitando as limitações impostas.
A comparação pode ser com outras carteiras, ou com índices de
mercado. À carteira com a qual será feita a comparação se dá o nome de
O benchmark deve ser uma carteira relevante, possível e conhecida
antecipadamente pelo gestor do fundo. O benchmark deve refletir os objetivos
do cliente. Por exemplo, se o objetivo do cliente é que o investimento seja feito
somente em empresas de pequeno porte, o benchmark deverá ser composto
somente por empresas com essa característica.
Outra característica desejável no benchmark é que ele tenha o
mesmo nível de exposição ao risco que a carteira em avaliação, para que se
possa fazer uma comparação direta dos rendimentos obtidos.
A figura 14 apresenta um exemplo comum de comparação direta de
retornos utilizada nos Estados Unidos. Ela apresenta o box plot dos retornos
obtidos por um fundo de ações hipotético denominado de Fund 07632 em
comparação com outros fundos expostos a um nível de risco semelhante:
Figura 14 – Comparando os Retornos dos Fundos
Para se avaliar a qualidade da gestão de uma carteira não basta
saber qual foi o retorno obtido em um determinado período. É preciso saber a
que risco o investidor foi submetido para a obtenção dos retornos.
Se o fundo 07632 for a única carteira de um investidor,
provavelmente, ele estará interessado no risco total do fundo, que é medido
pela variância, e está representado na figura 15. Por outro lado, se esta for
no risco em relação ao mercado, que é medido pelo βe está representado na figura 16.
Figura 15 – Comparando o Risco Total dos Fundos
Figura 16 - Comparando o Risco Sistêmico dos Fundos.
No calculo do desvio padrão e do β das figuras 15 e 16 foram
(
)
1 2 1 2 1 / N t pt pt p T ar r − − =σ
∑
= (2.29)2 1 1 2 1 1 1 − − =
∑
∑
∑
∑
∑
= = = = = T t Mt T t Mt T t T t Mt pt T t pt Mt p er er T er er er erT t t
β (2.30)
onde
erpr = rpt – rft e
erMt = rMt – rf.t
Os gráficos box plot apresentados nas figuras 14, 15 e 16 mostram o
retorno e o risco do Fundo 07632 em comparação com outros fundos.
A relação risco-retorno obtida por ele parece estar acima da média,
no entanto, não é possível afirmar de forma clara e precisa o quanto ele foi
melhor (ou pior) que os outros fundos com os quais ele está sendo
comparado.
Para resolver esse problema, foram criadas medidas de performance
de carteiras baseadas no CAPM que permitem quantificar, em bases
ajustadas de risco-retorno, o desempenho das carteiras em relação a outras
carteiras e também ao mercado.
2.3.4 Medições de Desempenho Baseadas no CAPM
2.3.4.1 Índice de Jensen
Michael C. Jensen (1969) partiu da premissa de que, em uma carteira
diversificada, o risco não sistemático (ou único) seria anulado pelos riscos
específicos de cada ativo. Sendo assim, ele se concentrou no estudo do risco
sistemático da carteira por acreditar que esse seria o único risco relevante em
O método de Jensen (1969) para avaliar o desempenho de uma
carteira utiliza a ex-post SML - Security Market Line (do inglês, Linha de
Mercado dos Ativos) do CAPM. Através dela, ele mede a parcela de retorno
em excesso obtida pelo administrador em relação à carteira de mercado. Seu
índice é insensível ao risco da carteira de mercado, assim como ao retorno do
mercado.
O índice de Jensen, também conhecido como alfa de Jensen, mede
a diferença entre o retorno da uma carteira em estudo e o retorno da carteira
de mercado. Ele é calculado pela equação 2.31.
(
)
[
F M F p]
pp r r r r
J = − + − β (2.31)
Onde:
p
J representa o índice de Jensen da carteira p;
p
r representa o retorno médio da carteira p;
F
r representa o retorno médio do ativo livre de risco;
M
r representa o retorno médio do mercado;
p
β representa o beta da carteira em relação ao mercado
O índice de Jensen mede a capacidade do gestor de prever o preço
futuro dos ativos na hora de montar sua carteira.
O índice pode ser positivo ou negativo. Quando positivo, significa que
o administrador teve um desempenho superior ao do mercado, pelo CAPM.
2.3.4.2 Índice de Treynor
Assim como Jensen, Jack L. Treynor (1965) também separou o
risco em dois blocos (sistemático e não sistemático), e adotou a SML como
benchmark, por concordar que o risco sistêmico é o único relevante para uma
carteira diversificada.
Seu índice também mede o prêmio pelo risco da carteira, mas seu
risco é medido pelo Beta da carteira. Seu cálculo é feito através da equação
p
β
F p p
r r
T = − (2.32)
onde:
p
T representa o índice de Treynor para a carteira p;
p
r representa o retorno médio da carteira p;
F
r representa o retorno médio do ativo livre de risco;
p
β representa beta da carteira p.
O índice de Treynor se diferencia do índice de Jensen por
considerar a possibilidade de alavancagem. Assim sendo, duas carteiras que
tenham o mesmo diferencial de retorno em relação a SML (ou mesmo índice
de Jensen), terão medidas diferentes pelo índice de Treynor se seus betas
não forem idênticos.
Como se pode observar na equação 2.32, o índice de Treynor é o
ângulo da linha que liga o retorno da carteira à taxa de juros livre de risco em
um gráfico, onde o beta é representado na abscissa e o retorno na ordenada.
2.3.4.3 Índice de Sharpe
Diferentemente de Jensen e Treynor, Sharpe (1965) utiliza a linha
CML (Capital Market Line) do CAPM como benchmark. Desta forma, ele
trabalha com o risco total da carteira, e não somente com o risco sistemático.
O índice de Sharpe é calculado dividindo-se o prêmio de risco da
carteira pelo desvio padrão dos retornos da carteira. Sua fórmula é a seguinte:
rp F p p
r r Sharpe
σ
−
= (2.33)
onde:
p
Sharpe representa o índice de sharpe para a carteira p;
p
r representa o retorno médio da carteira p;
F
rp
σ representa o desvio padrão dos retornos da carteira p.
Para avaliar a qualidade da gestão de uma carteira, compara-se o
índice de Sharpe desta carteira com o índice de Sharpe do mercado, pois de
acordo com o CAPM, qualquer gestor que se baseasse somente na
informação pública disponível conseguiria construir uma carteira cujo retorno
estaria localizado sobre a linha CML.
Por utilizar o risco total, o índice de Sharpe é sensível ao nível de
diversificação da carteira, diferentemente do que ocorre com os índices de
Jensen e Treynor, que partem do pressuposto de que o risco único da carteira
em análise foi eliminado através da diversificação.
Sharpe (1994) faz a seguinte comparação do seu índice com os
índices expressos por um único número, como os índices de Jensen e
Treynor, que são medidos em relação ao mercado:
“Clearly, any measure that attempts to summarize even an unbiased prediction of performance with a single number requires a substantial set of assumptions for justification. In practice, such assumptions are, at best, likely to hold only approximately… Despite such caveats, there is much to recommend a measure (the Sharpe Ratio) that at least takes into account both risk and expected return over any alternative that focus only on the latter”
“Claramente, qualquer medida que tente sumarizar a previsão de desempenho em um único número precisa de um conjunto substancial de premissas para se justificar. Na prática, essas premissas são difíceis de sustentar, mesmo que aproximadamente... Apesar das falhar, uma medida de desempenho (o Índice de Sharpe) que considera o risco e o retorno esperado é mais recomendável que as medidas baseadas somente no segundo.” (SHARPE, 1994, p. 16, tradução nossa).
Da mesma forma que o índice de Sharpe, o índice de Sortino trabalha
com o risco total, porém, ele utiliza a semi-variância no lugar da variância por
entender que as oscilações positivas da carteira são benéficas ao investidor,
portanto, não devem ser levadas em consideração no cálculo do risco da
carteira. Assim sendo, somente as oscilações negativas são consideradas no
cálculo do índice de Sortino, como mostra a equação 2.34:
N r r Min MAR r Sortino N t t F t p N t t t p p
∑
∑
= = − − = 1 2 , , 1 , ) 0 ; ( ) ( (2.34) onde: pSortino representa o índice de Sortino da carteira p;
t p
r , representa o retorno mensal da carteira p;
MARt representa o Minimum Acceptable Return (do inglês, Retorno
Mínimo Aceitável)
Outra diferença do índice de Sortino em relação ao índice de Sharpe
é que ele adota o retorno mínimo aceitável (MAR) no lugar da taxa livre de risco, pois retornos abaixo do retorno médio de um fundo podem estar acima
do retorno mínimo aceitável para o investidor, e, portanto, deveriam ser vistos
como positivos. No trecho a seguir, Sortino (1994) defende o uso do retorno
mínimo aceitável:
“We argue that the proper measurement of risk should deal only with the returns that could have been below the MAR. Returns above the MAR should be viewed as reward.”
2.3.4.5 Previsão dos Movimentos do Mercado (Market Timing)
Nas carteiras com gestão ativa, espera-se que o gestor profissional se
antecipe aos movimentos do mercado e ajuste o beta de sua carteira para tirar
proveito desses movimentos.
Se o gestor tiver sucesso em sua estratégia, o beta será alto quando
o mercado estiver em alta (rM >rF), e baixo, quando o mercado estiver em
baixa (rM <rF ).
A capacidade do gestor de prever o movimento do mercado pode ser
avaliada através da regressão quadrática.
Regressão Quadrática
Se o administrador da carteira se antecipou aos movimentos de
mercado e alterou o beta na direção correta, a variável c da regressão
quadrática representada pela equação 2.35 terá um valor positivo.
[
Mt ft]
ptft Mt ft
pt r a b r r c r r e
r − = + ( − )+ ( − )2 +
(2.35)
onde ept representa o erro randômico, que corresponde a medida de
dispersão dos pontos em relação a regressão.
A curva característica dessa regressão é representada pela
equação 2.36:
[
2]
) (
)
( Mt ft Mt ft ft
pt r a b r r c r r
r − = + − + −
(2.36)
Quando o valor da variável c é positivo, a curva assume uma