REVISTA
PAULISTA
DE
PEDIATRIA
www.rpped.com.br
ARTIGO
ORIGINAL
Durac
¸ão
do
aleitamento
materno
em
prematuros
acompanhados
em
servic
¸o
de
referência
secundário
Brunnella
Alcantara
Chagas
de
Freitas
a,∗,
Luciana
Moreira
Lima
a,
Carla
Fernanda
Lisboa
Valente
Carlos
b,
Silvia
Eloiza
Priore
ae
Sylvia
do
Carmo
Castro
Franceschini
aaUniversidadeFederaldeVic¸osa(UFV),Vic¸osa,MG,Brasil
bCentroVivaVidadeReferênciaSecundáriaVic¸osaeRegiãodeSaúde,Vic¸osa,MG,Brasil
Recebidoem8dejunhode2015;aceitoem27deagostode2015 DisponívelnaInternetem11denovembrode2015
PALAVRAS-CHAVE
Lactenteprematuro; Aleitamento
materno;
Recém-nascidode muitobaixopeso; Prematuroextremo
Resumo
Objetivo: Identificareanalisarasvariáveisassociadasàmenordurac¸ãodoaleitamentomaterno emprematuros.
Métodos: Coorteretrospectivadeprematurosacompanhadosemcentrodereferência secun-dária,de2010a2015. Inclusão:primeiraconsultanoprimeiro mêsdeidadecorrigida para prematuridade eterfeitotrêsoumaisconsultas.Exclusão:doenc¸asqueimpossibilitassem a alimentac¸ãoviaoral.Desfecho:durac¸ãodoaleitamentomaterno.Avaliaram-se103 prematu-ros,28,8%dosprematurosdomunicípionoperíodo,compoderdoestudode80%.Usaram-se análisedescritiva,teste t,qui-quadradode Pearson,curvas deKaplan-Meiereregressãode Cox.Considerou-sesignificativoop-valor<0,05.
Resultados: A durac¸ão mediana do aleitamento materno entre os prematuros foi de cinco meses. Oriscodeinterrupc¸ãodoaleitamentomaternoentreprematuros deidade gestacio-nalinferiora32semanasfoi2,6vezesmaiorem relac¸ãoaosquenasceramcom32semanas oumaiseoriscodeinterrupc¸ãodoaleitamentomaternoemprematurosqueestavamem alei-tamentomaternocomplementadonaprimeiraconsultaambulatorialfoitrêsvezesmaiorem relac¸ãoaosqueestavamemaleitamentomaternoexclusivonaprimeiraconsulta.
Conclusões: Adurac¸ãomedianadoaleitamentomaternoemprematurosencontrou-seaquém dopreconizadoesuainterrupc¸ãoseassociouàidadegestacionalinferiora32semanaseao fato de não estar mais em aleitamento materno exclusivo naprimeira consulta ambulato-rial.Quandoessas duasvariáveisseassociaram, potencializou-sesuainterferência negativa nadurac¸ãomedianadoaleitamentomaterno.
©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Esteéumartigo OpenAccesssobalicençaCCBY(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.rppede.2016.02.010
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:brunnella.freitas@ufv.br(B.A.C.Freitas).
KEYWORDS
Preterminfant; Breastfeeding; Verylowbirthweight newborn;
Extremelypreterm infants
Durationofbreastfeedinginpreterminfantsfollowedatasecondaryreferralservice
Abstract
Objective: Identifyandanalyzevariablesassociatedwithshorterdurationofbreastfeedingin preterminfants.
Methods: Retrospectivecohortofprematureinfantsfollowedupatsecondaryreferralservice intheperiodof2010-2015.Inclusion:firstappointmentinthefirstmonthofcorrectedageand haveundergonethreeormoreconsultations.Exclusion:diseasesthatimpairedoralfeeding. Outcome:durationofbreastfeeding.Atotalof103preterminfantswereevaluated,accounting for28.8%ofthepreterminfantsborninthemunicipalityinthatperiod,withapowerofstudy of80%.Descriptiveanalysis,t-test,chi-square test,Kaplan-Meiercurves andCoxregression wereused.p-values<0.05wereconsideredsignificant.
Results: Themediandurationofbreastfeedingamongpreterm infantswas5.0 months.The riskofbreastfeedingdiscontinuationamong preterminfantswithgestationalage<32weeks was 2.6-foldhigherthanfor thoseborn at32 weeksormore andtherisk ofbreastfeeding interruptioninpreterminfantswhowerereceivingbreastfeedingsupplementationinthefirst outpatientvisitwas3-foldhigherwhencomparedtothosewhowereexclusivelybreastfedin thefirstconsultation.
Conclusions: Themediandurationofbreastfeedinginpreterminfantswasbelowthe recom-mendedoneanddiscontinuationwasassociatedwithgestational<32weeksandthefactthatthe infantwasnolongerreceivingexclusivebreastfeedinginthefirstoutpatientvisit.Whenthese twovariableswereassociated,theirnegativeeffectonthemediandurationofbreastfeeding waspotentiated.
©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBYlicense(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
Introduc
¸ão
Aelevac¸ão da taxa de sobrevidade prematuros temsido observadaempaísesdesenvolvidoseemdesenvolvimento. Contudo,essesestãovulneráveisacondic¸õesde morbimor-talidadeenecessitamdeacompanhamentodiferenciado.1
São benefícios comprovadamente associados ao
aleita-mentomaternoareduc¸ãodamorbimortalidadeinfantileo
melhorneurodesenvolvimento.2,3Oleitematernoé
preco-nizadocomo idealparaalimentac¸ão debebêsprematuros
e o usode fórmulasó é indicadoquando houver
impossi-bilidadedoaleitamentomaterno.1,4,5Contudo,asmãesde
prematurostêmmenorestaxasdesucessonoaleitamento,
fatoquereforc¸aanecessáriaadoc¸ãodepráticascomvistas
àsuapromoc¸ãonosdiversosníveisdeatenc¸ãoàsaúde.1,5---7
Nessecontexto,destaca-seoCentroIntegradoVivaVida
deReferênciaSecundáriaVic¸osa,noEstadodeMinasGerais,
inauguradoem2010,compostoporequipeinterdisciplinar,
quesetornoureferênciaparaaassistênciaàsaúdede
pre-maturosnomunicípio.
Com base nessas premissas, o presente estudo teve
comoobjetivoidentificareanalisarasvariáveisassociadas
àmenor durac¸ão doaleitamento maternoem prematuros
acompanhadosemservic¸odereferênciasecundária
recém--implantadonomunicípio.
Método
Trata-sedecoorteretrospectivadedadosobtidosde pron-tuários de todos os prematuros acompanhados no Centro
Integrado VivaVidadeReferência SecundáriaVic¸osa (Cen-troViva Vida),noEstadodeMinas Gerais,cadastrados de setembrode2010atéjunhode2015.Osprontuáriosde aten-dimentodoCentroVivaVidasãosemiestruturados,fatoque possibilitou obtenc¸ão de dadosde formaconfiável para o presenteestudo.
OHospitalSãoSebastião,ondeocorremtodosos nasci-mentosdomunicípiodeVic¸osa,éreferênciaparagestac¸ão de alto risco, tem banco de leite humano desde 2009 e unidadedeterapia intensivaneonataldesde2004.O Cen-troVivaVidadedica-seàsaúdematerno-infantil,éoúnico servic¸o dereferência paraatendimentodeprematurosdo município, inaugurado em setembro de 2010. No servic¸o, onde está sendo implantada e intensificada a atenc¸ão à saúde de prematuros, o atendimento é feito pela equipe interdisciplinar --- composta por profissionais das áreas de pediatria,enfermagem,nutric¸ão,psicologia,fisioterapiae assistência social --- e tem convênio com a Universidade FederaldeVic¸osa.Nomomentodaaltahospitalardo Hos-pitalSãoSebastião,todososprematurossãoencaminhados aoCentroVivaVidaparaacompanhamentoambulatorial.
Noperíododeestudo,onúmeroanualdenascidosvivos noHospital SãoSebastião, municípiodeVic¸osa,variou de 632 a959, comtaxasde nascimentoprematuro entre6,1 e9,9%.Odetalhamentodonúmerodenascimentosetotal commenosde37semanasacadaanodoperíodoavaliado encontram-senafigura1.
Critériosdeinclusão:ternascidocommenosde37
sema-nas gestacionais, primeira consulta no Centro Viva Vida
noprimeiro mês deidade corrigidapara aprematuridade
Incluídos no
estudo
9 54
22 11
4 3
2015 2014
2013 2012
2011 2010
Ano
Nascidosvivos
no HSS * 890 632 888 959 942 ***
*** 91
95 78
40 54
Prematuros
10 66
35 16
15 3 ** Cadastrados no
CVV
Figura1 Fluxogramadoprocessodeobtenc¸ãodapopulac¸ãodoestudo.Vic¸osa-MG,2010-2015.Observac¸ão:Aexclusão(diferenc¸a entreosprematuroscadastradosnoCVVeincluídosnoestudo)deveu-seàprimeiraconsultanoCVVapósas44semanascorrigidas e/ouàfeiturademenosdetrêsconsultas;nenhumprematuroapresentoudoenc¸aqueimpossibilitasseaalimentac¸ãoporviaoral. *TodososnascimentosdomunicípioocorremnoHSS.**OCVVfoiinauguradoemsetembrode2010.***Dadosaindanãodisponíveis (oestudoseestendeuatéjulhode2015).Fontes:HospitalSãoSebastião(HSS)eCentroVivaVida(CVV).
períododeacompanhamentoambulatorial.Asdoenc¸asque impossibilitassemaalimentac¸ãoporviaoralforamcritério deexclusão.
A variável dependentepara o estudo foi a durac¸ão do aleitamento materno, ou seja, sua durac¸ão total mensu-rada em meses, de acordo com a idade corrigida para a prematuridade.8
Definiu-se a idade gestacional como a melhor
estima-tivaentrea ultrassonografiagestacionalprecoce, datada
última menstruac¸ão, anotac¸ão obstétrica e exameclínico
pelo escore New Ballard.9,10 Definiram-se a idade
crono-lógica como a idade pós-natal e a idade corrigida para
a prematuridadecomo a idade gestacionalao nascimento
acrescidadaidadepós-natal.11
As variáveis sociodemográficas analisadasforam:idade
materna e paterna, escolaridade maternae paterna (até
oensinofundamentaleapartirdesse),ocupac¸ãomaterna
(trabalharforadecasaounão), estadocivilmaterno
(sol-teira/divorciada,uniãoestável/casada)erendafamiliarem
saláriosmínimos(SM;<2SMe≥2SM).12
Já asvariáveisdoperíodopré-natale perinatal
avalia-dasforam:tipodeparto,sexo,idadegestacional(semanas),
pesoaonascer(gramas),estratificac¸ãopelopesoaonascer
e idade gestacional,adequac¸ão dopeso ao nascer para a
idadegestacional,internac¸ãonaunidadedeterapia
inten-sivaneonatalesuadurac¸ão.Categorizou-seopesoaonascer
em<1.500ge≥1.500geaidadegestacionalem<32
sema-nase≥32semanas.13 Onascimentopequenoparaaidade
gestacionalbaseou-senascurvasdeFenton14efoi
caracte-rizadocomovaloresinferioresaopercentil10depesopara
aidadegestacional.
Aprimeiraconsultafoidefinidacomooprimeiroregistro
noprontuárioambulatorialeaúltimaconsultacomoúltimo
dado registrado no prontuário, que teve como limite o
fim do período de estudo. Documentou-se a ocorrência
de internac¸ão hospitalar e a alimentac¸ão na primeira
consulta---categorizadaemaleitamentomaternoexclusivo,
aleitamento materno complementado e alimentac¸ão
artificial8---, mas para a análise bivariada e multivariada
considerou-se somente o tipo de aleitamento materno
na primeira consulta (exclusivo ou complementado).
Registraram-se também as medidas antropométricas na
primeiraeúltimaconsulta,considerou-seaidadecorrigida
paraaprematuridade:peso,estatura(comprimento/altura)
eíndice demassa corporalpara idade.As medidas
antro-pométricas são feitas pelos pediatras ou nutricionistas
duranteasconsultas,combalanc¸adigitaleantropômetro,
eregistradasnoprontuário.
O tamanho mínimo da amostra foi definido com o
usodo coeficientede variac¸ão obtidonopresente estudo
para a variável durac¸ão do aleitamento materno (70%),
consideraram-se 20% de variac¸ão em torno da média,
obteve-seotamanhoamostralmínimode50indivíduospara
que as diferenc¸as significativas fossem observadas com o
níveldesignificânciade5%epoderdeestudode80%.15
Para a análise descritiva, determinaram-se médias,
desvios-padrão, medianas, valores mínimos e máximos,
frequências e números absolutos. Aplicou-se o teste
Kolmogorov-Smirnov para as variáveis contínuas e as
que apresentaram distribuic¸ão paramétrica foram
apre-sentadas em média e desvio-padrão, enquanto aquelas
comdistribuic¸ão nãoparamétrica foramapresentadas em
medianas e valores mínimos e máximos. As frequências
referiram-seaototalderespostasválidas,nãoforam
consi-deradososdadosausentes.Fez-seanálisecomparativaentre
osprematurosincluídosenãoincluídosnoestudopeloteste
tetestedoqui-quadradodePearson.
Usou-seométodonãoparamétricodeKaplan-Meierpara
estimar a distribuic¸ão dos prematuros de acordo com o
tempodeacompanhamentoambulatoriale paraestimara
durac¸ãomedianadoaleitamentomaterno.Ambasas
variá-veissemantiveram como contínuasemedidas em meses,
considerou-se a idade corrigida para a prematuridade.
permitiu a inclusão de dados censurados para a variável
dependente‘‘tempodealeitamentomaterno’’(prematuros
quepararamdeseracompanhadoseaindaestavamem
alei-tamentomaterno).Averificac¸ãodaexistênciadeassociac¸ão
entreasvariáveisindependentes e avariáveldependente
foifeitaemduasetapas.Asvariáveisindependentesforam
dicotomizadasem func¸ãodeumaprovávelassociac¸ãocom
a durac¸ão do aleitamento materno, o código 1 foi usado
paraacategoriaassociadaapossívelmenortempode
alei-tamentomaternoe ocódigo 2 parapossível maiortempo
de aleitamento materno.Na primeira etapa usou-se
aná-lisebivariada,pesquisou-seaassociac¸ãoentreasvariáveis
independenteseadurac¸ãodoaleitamentomaternocomos
testes deLogrank e Breslow, que comparam ascurvas de
sobrevivênciaemcadacategoriadavariávelindependente.
Ahipótesenulaemambosostesteséaigualdadedasfunc¸ões
desobrevivência.Usou-seomodeloderegressãodeCoxpara
análisedadurac¸ão doaleitamento materno,ajustadopor
covariáveis.Foramincluídas,naanálisemultivariada,todas
asvariáveisqueobtiveramp-valor<0,20emqualquerumdos
doistestesdaanálisebivariada.Omodelofinalcontemplou
asvariáveis significativasnonívelde 0,05.Usou-se o
pro-gramaestatísticoStatisticalPackagefortheSocialScience
(SPSS)versão20.0paraasanálises.
OestudofoiaprovadopeloComitêdeÉticaemPesquisa
comSeresHumanosdaUniversidadeFederaldeVic¸osa(CAAE
19676613.5.0000.5153), integra o projeto ‘‘Crescimento,
desenvolvimentoemorbidadesdelactentesepré-escolares
pré-termo ou com baixo peso ao nascimento’’ e
com-preendetese de doutorado desenvolvida no Programade
Pós-graduac¸ãoemCiênciadaNutric¸ãodoDepartamentode
Nutric¸ãoeSaúdedaUFV.
Resultados
Forampesquisadososprontuáriosde145prematurose,após aplicac¸ãodoscritériosdeinclusãoeexclusão,apopulac¸ão deestudocontoucom103(fig.1),28,8%dosprematurosdo
municípionoperíodo.ComooCVVfoiinauguradoem
setem-brode2010,observa-setendênciaaaumentonacaptac¸ão
de prematuros para acompanhamento ambulatorial a
partirde2013.Aexclusãodosprematurosdeveu-seà
pri-meiraconsultanoCVVapósas44semanascorrigidase/ouà
feiturademenosdetrêsconsultas,vistoquenenhum
prema-turoapresentoudoenc¸aqueimpossibilitasseaalimentac¸ão
porviaoral.
Ascaracterísticassociodemográficaseperinataisdos
pre-maturosestãodescritasnatabela 1,assimcomoaanálise
comparativa entre aqueles incluídos e não incluídos no
estudo.Nãohouvediferenc¸assignificativasentreas
caracte-rísticasdapopulac¸ãoestudadaedosprematurosexcluídos.
A populac¸ão de prematuros se distribuiu da seguinte
forma: 31,1% nasceram com <1.500g (n=32) e 68,9% com
≥1.500g(n=71);31,1%nasceramcomidadegestacional<32
semanas(n=32)e68,9%com≥32semanas(n=71).Entreos
70 prematuros que ficaram hospitalizados em unidade de
terapia intensiva neonatal no período neonatal, o tempo
medianodeinternac¸ãofoide26,8dias(1-135dias).
Observou-se que 50% dos prematuros foram
acom-panhados até os 11 meses de idade corrigida para a
prematuridade(fig. 2).Nomomentodaprimeira consulta,
estavamemaleitamentomaternoexclusivo35,9%dos
pre-maturos,emaleitamentomaternocomplementado39,8%e
emalimentac¸ãoartificial24,3%(tabela2)eadurac¸ão
medi-ana do aleitamento materno foi de cinco meses (fig. 3).
Entre os prematuros commenos de32 semanas, estavam
emaleitamentomaternoexclusivo10,8%(n=4),aleitamento
maternocomplementado26,8%(n=11)ealimentac¸ão
artifi-cial68%(n=17).
Naanálise bivariadapara o desfecho durac¸ão do
alei-tamento materno, pelos resultados dos testes Logrank e
Breslow,asvariáveisrendafamiliar,ocupac¸ãomaterna,tipo
departo,pesoaonascer,idadegestacional,internac¸ãoem
unidadedeterapiaintensivaneonataletipodealeitamento
maternonaprimeiraconsultaapresentaramp-valor<0,20e
foramincluídasparaanálisenomodeloderegressãodeCox
(tabela3).
Tabela1 Análisecomparativaentrecaracterísticassociodemográficaseperinataisdosprematurosincluídosenãoincluídosno estudo.Vic¸osa-MG,2010-2015
Variáveis Populac¸ãodoestudo(n=103) Excluídos(n=42) p-valor
n(%) Média±DP n(%) Média±DP
IG(semanas) 103(100) 33,0±3,0 42(100) 33,3±3,0 0,579
PN(g) 103(100) 1913,7±635,5 42(100) 1918,26±662,7 0,970
Idadematerna 103(100) 25,7±6,3 38(90,4) 27,5±7,9 0,237
Idadepaterna 90(87,3) 28,4±7,7 35(83,3) 31,1±9,8 0,129
NascerPIG 16(15,5) 9(21,4) 0,359
Partocesáreo 67(66,3) 27(65,9) 0,956
Sexomasculino 56(54,4) 20(47,6) 0,460
Internac¸ãoemUTIN 70(68,0) 27(65,9) 0,808
Rendafamiliar<2SM 49(52,7) 16(48,5) 0,678
Escolaridadematerna(≤fundamental) 36(36,0) 10(28,6) 0,425
Escolaridadepaterna(≤fundamental) 47(53,4) 15(46,9) 0,526
Ocupac¸ãomaterna(trabalhafora) 78(75,7) 34(81,0) 0,496
Estadocivilmaterno(solteira/divorciada) 21(27,6) 8(29,6) 0,843
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
,00
% Prematuros (x100)
10,00 20,00
Tempo de acompanhamento ambulatorial (meses)
30,00 40,00 50,00
Percentis P25: 17,0 P50: 11,0 P75: 5,27
Figura 2 Curva de Kaplan-Meier com estimativa do tempo totaldeacompanhamentoambulatorialdeprematuros(n=103). Vic¸osa-MG, 2010-2015. Observa-se que 50% dos prematuros foramacompanhadosatéos11 mesesde idadecorrigida. Os percentis25e75tambémestãodemonstrados.
Omodelofinalparaodesfechodurac¸ãodoaleitamento materno contou com duas variáveis explicativas, idade gestacionaletipodealeitamentomaternonaprimeira con-sulta (tabela 4). A adequac¸ão do modelo foi verificada
pelaelaborac¸ãodegráficosqueenvolveramologaritmoda
func¸ãoderiscoversusotempoeasuposic¸ãoderiscos
pro-porcionaisfoicomprovada.
Pelos testes Logrank e Breslow, a durac¸ão mediana do
aleitamentomaterno,deacordocomotipodealeitamento
maternonaprimeiraconsulta(exclusivooucomplementado)
e ajustadaparaa idadegestacional (<32semanasou≥32
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
,00 2,00 4,00
Duração total de aleitamento materno (meses) 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00
Survival function
% Prematuros (x100)
Censored Percentis P25: 9,0 P50: 5,0 P75: 3,0
Figura3 CurvadeKaplan-Meiercomestimativasdadurac¸ão do aleitamento materno em prematuros (n=71). Vic¸osa-MG, 2010-2015.Observa-semediana decincomeses. Ospercentis 25e75tambémestãodemonstrados.
semanas)ocorreudaseguinteforma:aleitamentomaterno exclusivonaprimeiraconsultaeidadegestacional<32
sema-nas, 4,2 meses; aleitamento materno complementado na
primeiraconsultaeidadegestacional<32semanas,1,2mês; aleitamentomaternoexclusivonaprimeiraconsultaeidade gestacional≥32semanas,novemeses;aleitamentomaterno complementado na primeira consulta e idade gestacional
≥32semanas,quatromeses.Osp-valoresrespectivosforam p<0,001ep=0,001.
Tabela2 Característicasdosprematurosnoperíododeacompanhamentoambulatorial(n=103).Vic¸osa-MG,2010-2015
Variáveis n(%) Média(±DP) Mediana(mín-máx)
Primeiraconsulta 103(100)
ICP(semanas,dias) 40,0(2,2)
---Peso(g) 3124,8(764,5)
---Comprimento(cm) 49,1(3,0)
---Últimaconsulta 103(100)
ICP(meses,dias) 12,1(8,8)
---Peso(g) 8903,0(2411,0)
---Estatura(cm) 73,6(9,9)
---IMC 16,2(1,6)
---Númerodeconsultasfeitas 103(100) --- 6,0(3,0-16,0)
Alimentac¸ãonaprimeiraconsulta
AME 37(35,9)
---AMC 41(39,8)
AA 25(24,3)
Internac¸ãohospitalar ---
---Sim 12(12,0)
Não 88(88,0)
Tabela3 Associac¸ãoentrevariáveisindependentesedurac¸ãodoaleitamentomaterno,deacordocomop-valorencontrado naanálisebivariadapelostestesLogrankeBreslow.Prematuros,Vic¸osa-MG,2010-2015
Variáveis Categorias LogRank Breslow
Escolaridadematerna 1-≤Fundamental
2->Fundamental
0,714 0,938
Escolaridadepaterna 1-≤Fundamental
2->Fundamental
0,353 0,290
Rendafamiliar 1-<2SM
2-≥2SM
0,102 0,294
Ocupac¸ãomaterna 1-Trabalhaforadecasa
2-Nãotrabalhafora
0,018 0,025
Estadocivil 1-Solteira/divorciada
2-Casada/uniãoestável
0,939 0,955
Tipodeparto 1-Cesáreo
2-Vaginal
0,290 0,126
Pesoaonascer 1-<1.500g
2-≥1.500g
0,162 0,355
Idadegestacional 1-<32semanas
2-≥32semanas
0,008 0,032
NascerPIG 1-Sim
2-Não
0,640 0,651
Internac¸ãoemUTINnoperíodoneonatal 1-Sim 2-Não
0,156 0,157
TipodeAMnaprimeiraconsulta 1-AMC
2-AME
0,000 0,000
Internac¸ãohospitalar 1-Sim
2-Não
0,599 0,434
SM,salário-mínimo;AM,aleitamentomaterno;AMC,aleitamentomaternocomplementado;AME,aleitamentomaternoexclusivo;PIG, pequenoparaaidadegestacional;UTIN,unidadedeterapiaintensivaneonatal.
Tabela4 Variáveisassociadascomadurac¸ãodoaleitamentomaterno,deacordocomosresultadosobtidosnaanálise multi-variadapelomodeloderegressãodeCox.Prematuros,Vic¸osa-MG,2010-2015
Covariável Coeficiente Erropadrão p-valor Razãoderiscos
(IC95%)
IG 0,948 0,369 0,010 2,581(1,253-5,317)
TipodeAMnaprimeiraconsulta 1,100 0,331 0,001 3,005(1,571-5,749)
IG,idadegestacional;AM,aleitamentomaterno;IC,intervalodeconfianc¸a.
Pelo modelo de regressão de Cox, as seguintes
associac¸ões foramencontradas: o risco de interrupc¸ão do aleitamentomaternoentreprematurosdeidadegestacional <32 semanas foi de2,6 vezes em relac¸ão aosque nasce-ram com32 semanasoumaise o risco deinterrupc¸ão do
aleitamento materno entre prematuros que estavam em
aleitamentomaternocomplementadonaprimeiraconsulta ambulatorialfoidetrêsvezesemrelac¸ãoaosqueestavam emaleitamentomaternoexclusivonaprimeiraconsulta.
Discussão
No presente estudo, a durac¸ão mediana do aleitamento maternoentreosprematurosavaliadosfoidecincomeses, oqueseencontraaquémdopreconizado.5Osfatores
rela-cionados ao menor tempode aleitamento materno foram
a idade gestacional <32 semanas e estar em aleitamento
maternocomplementadonomomentodaprimeiraconsulta
ambulatorial. Quando essasduas variáveis se associaram,
potencializou-seainterferêncianegativanadurac¸ão
medi-anadoaleitamentomaterno,quefoideapenas1,2mês,em
contrastecomaassociac¸ãoaleitamentomaternoexclusivo
naprimeiraconsultaeidadegestacional≥32semanas,oque
acarretoudurac¸ãomedianadoaleitamentomaternodenove
meses.Corroborandotalassociac¸ão,asrazõesderiscopara
interrupc¸ão do aleitamento materno foram evidenciadas
como2,6vezesmaiselevadasparaosprematuroscomidade
gestacional<32semanaseemtrêsvezesmaiorespara
aque-les em aleitamento materno complementado na primeira
consulta.Além disso,comoaspectosnegativos,devemser
ressaltadosque39,8%dosprematurosnaprimeiraconsulta
ambulatorialestavamemaleitamentomaterno
complemen-tadoe24,3%jánãorecebiamleitematerno.Osresultados
doestudoalertamparaanecessidadedeseadotarem
aleitamentomaternoexclusivo,especialmenteentreos
pre-maturos<32semanas.
O uso de fórmula só é indicado quando houver
impos-sibilidadedouso deleitematerno1,4 e, parao sucessodo
aleitamento maternoapós a alta hospitalar,é importante
queoprematuroestejaemaleitamentomaternoexclusivo
naocasiãodaalta.16Háevidênciasdequemãesde
prematu-rostêmmenorestaxasdesucessonoaleitamentomaterno
e, assim,aadoc¸ão depráticasque visem aestabelecere
manteraofertadeleitematernocomoprimeiraescolhana
alimentac¸ãodeprematuros,consideradospopulac¸ão
vulne-rável,devesercontinuamentereforc¸adaerevista.1,5---7,17
No hospital de referência para a populac¸ão doestudo
existe um banco de leite humano e são feitas práticas
de orientac¸ão necessária à família, incentivo para
man-ter a lactac¸ão com ordenhas frequentes, oferta do leite
materno cru oupasteurizado ao prematuro, contato pele
a pele e succ¸ão não nutritiva, manejo da transic¸ão para
a succ¸ão nutritiva e no seio (por volta das 34 semanas)
e preparo do prematuro e sua família para a alta
hospi-talar.Essas práticassão recomendadasna literatura.1,16,18
Mesmoassim,observaram-semenorestaxasdealeitamento
materno exclusivo dos prematuros estudados noinício do
seu acompanhamento ambulatorial quando confrontadas
com as taxas de aleitamento materno complementado e
alimentac¸ãoartificial.Hárelac¸ãoentreoprematuroestar
em aleitamento maternocomplementado a partir da
pri-meira semana de vida e menor durac¸ão do aleitamento
materno.19
Todososprematurosnascidos<32semanasficaram
hospi-talizadosnaunidadedeterapiaintensivaneonatal.Sabe-se
queasaúdedoprematuronoperíodoperinataléfator
deter-minante da durac¸ão do aleitamento materno,20 contudo
existemoutrosfatoresenvolvidos,comooestímulo
insufici-entedamamaeascausassubjacentesaopartoprematuro
(hipertensão,diabeteeobesidadematerna),todos
influen-ciamnegativamentenaproduc¸ãodeleite.21Poroutrolado,
estudosevidenciamqueamotivac¸ãomaternaeoapoio
rece-bidoparaamamentarsãocapazesdeaumentaradurac¸ãodo
aleitamentomaterno.3,22
Apresenc¸adosbancosdeleitehumanonasinstituic¸ões
hospitalares que atendem prematuros é importante
fer-ramenta de promoc¸ão do aleitamento materno.23 Como
estratégias eficazesna promoc¸ãodo aleitamentomaterno
podemsercitadas:fornecimentodeorientac¸õesàfamília;
ajudaàmãenoestabelecimentoenamanutenc¸ãodaoferta
deleite;garantiadetécnicasadequadasparaomanejodo
leitematerno(armazenamentoemanipulac¸ão);
desenvolvi-mentodeprocedimentoseabordagensparaaalimentac¸ão
doprematuro com o leitematerno;promoc¸ão docontato
pele a pele e oportunidades de succ¸ão não nutritiva no
seio; manejo da transic¸ão para a amamentac¸ão no seio;
preparodoprematuro esuafamília paraaalta hospitalar
e oferecimento de acompanhamento adequado.18
Entre-tanto,o estabelecimentodomomentoidealparainiciara
transic¸ãoparaaamamentac¸ãonoseioemprematurosainda
éumdesafioparaosprofissionaisdesaúde.Muitasvezesos
atrasosinjustificadoserestric¸õesdesucc¸ãopodemocorrer
devidoaopiniõesnãobaseadasemevidências.24
EstudodeWilsonetal.21evidenciaqueamaiorofertade
leitematernodaprópriamãenaprimeirasemana devida
deprematuros <32 semanasse associaa 55% detaxas de
aleitamentomaternoexclusivoàs36semanascorrigidapara
aprematuridade.Issoconfirmaqueépossívelalcanc¸araltas
taxasdealeitamentomaternoexclusivoemprematuros<32
semanas.
Apesarde,nopresenteestudo,areinternac¸ãohospitalar
nãoterinterferidonotempodealeitamento,osprematuros
estãomaissujeitosareinternac¸õesesuasituac¸ãodesaúde
influencianadurac¸ãodoaleitamentomaterno.20,25
São benefícios comprovadamente associadosao
aleita-mento materno a reduc¸ão da morbimortalidade infantil
e melhor neurodesenvolvimento.2,3,26 Assim, a oferta de
acompanhamento e apoio aos prematuros e suas
famí-lias,especialmenteosnascidoscommenosde32semanas,
com foco na promoc¸ão, protec¸ão e apoio ao aleitamento
materno, com vistas a aumentar as taxas de
aleita-mentomaternoexclusivo, équestão prementeedeveser
feitaem todososníveisdeatenc¸ão àsaúde,iniciar-seno
períododehospitalizac¸ãoeestender-seaolongodoperíodo
deacompanhamentoambulatorial.20,27---30
Como limitac¸ão do estudo menciona-se o desenho de
coorteretrospectiva,sujeitoaviesesdeinformac¸ões(fato
minimizadopelomodelosemiestruturadodoprontuáriodo
servic¸o,oquepermitiumelhorqualidadedasinformac¸ões)e
modificac¸õesdotamanhoamostralaolongodotempo
(mini-mizadaspelodesenhometodológicoapropriado).
Pode-se concluir que, no estudo, a durac¸ão mediana
do aleitamento materno entre os prematuros
encontrou--se aquém do preconizado e sua interrupc¸ão se associou
à idade gestacional inferior a 32 semanas e ao fato de
nãoestar maisem aleitamentomaterno exclusivo na
pri-meiraconsultaambulatorial.Quandoessasduasvariáveisse
associaram,potencializou-sesuainterferêncianegativana
durac¸ão medianadoaleitamento materno.Taisresultados
alertamparaanecessidadedeseadotaremestratégiasque
visemaestabelecereaumentaradurac¸ãodoaleitamento
maternoexclusivo,especialmenteentreosprematuroscom
idadegestacionalinferiora32semanas.
Financiamento
Oestudonãorecebeufinanciamento.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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