• Nenhum resultado encontrado

Distribuição de Aedes aegypti e do dengue no Estado do Maranhão, Brasil.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Distribuição de Aedes aegypti e do dengue no Estado do Maranhão, Brasil."

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Dist ribuição de Aedes aegypti e do dengue

no Est ado do M aranhão, Brasil

Distrib utio n o f

Ae d e s ae g yp ti and d e ng ue

in the State o f Maranhão , Brazil

1 N ú cleo d e Patologia Trop ica l e M ed icin a Socia l, Dep a rt a m en t o d e Pa t ologia , Un iv ersid a d e Fed era l d o M a ra n h ã o. Pra ça M a d re Deu s 2, Sã o Lu ís, M A 65025- 560, Bra sil.

José M a n u el M a cá rio Reb êlo 1 Ja ck son M a u rício Lop es Cost a 1 Fra n cin a ld o Soa res Silv a 1 Yrla N ív ea Oliv eira Pereira 1 Jocelm a M a t os d a Silv a 1

Abst ract Den gu e a n d Aed es a egyp tia re w id esp rea d in t h e St a t e of M a ra n h ã o. Du rin g 1995, 87 of t h e 136 of t h e St a t e’s cou n t ies, in clu d in g 176 t ow n s a n d 480,687 h ou seh old s, w ere st u d ied , of w h ich 30 cou n t ies (34.4%), 118 t ow n s (67.0%) a n d 10,357 h ou seh old s (2.1%) w ere p osit iv e for

Aed es aegyp ti. Th e p osit iv e cou n t ies are d ist ribu t ed as follow : 3 on São Lu ís Islan d , 7 in t h e Am a-z on ia of M a ra n h ã o, 12 in t h e sou t h ern a-z on e of t h e cerra d os or sa va n n a s, a n d 5 in t h e m ix ed for-est /sa v a n n a /p a lm grov e z on e. On e p osit iv e cou n t y for Ae. a egyp tiw a s loca t ed in ea ch of t h e fol-low in g: a llu v ia l field s, forest /p a lm grov e, a n d sa n d d u n e/sh oa ls a rea s. T h e Ae. a e gyp ti- p osit iv e h ou seh old rat es w ere h igh er in t h e Am az on ia of M aran h ão (3.5%) an d on São Lu ís Islan d (2.5%), b eca u se t h ey a re t h e m ost h ea v ily t ra v eled m igra t ory a n d t ra d e rou t es b et w een M a ra n h ã o a n d n eigh b orin g st a t es a n d a re a lso t h e St a t e’s m a in econ om ic cen t ers. Hou seh old in fest a t ion ra t es for Ae. a egyp tia n d rep ort ed d en gu e ca se ra t es w ere h igh er d u rin g t h e ra in y sea son , sh ow in g t h e im p ort an ce of rain in form in g p rim e breed in g sit es for Aed esan d sp read in g d en gu e.

Key words Aed es; Den gu e; Disease Vect ors

Resumo O d en gu e e o Ae d e s a e gyp t ien con t ra m - se d issem in a d os em m u n icíp ios d e t od a s a s regiões d o M a ra n h ã o. N o a n o d e 1995, fora m t ra b a lh a d os 87 d os 136 m u n icíp ios em q u e se d i-v id e geogra fica m en t e o Est a d o, 176 loca lid a d es e 480.687 im ói-veis. Fora m con sid era d os p osit ii-vos p a ra Ae. aegyp tit rin t a m u n icíp ios (34,4%), 118 localid ad es (67,0%) e 10.357 im óv eis (2,1%). Dos m u n icíp ios p osit ivos, t rês p ert en cem à Ilh a d e Sã o Lu ís, set e à Am a z ôn ia M a ra n h en se, 12 à z on a d os cerra d os m erid ion a is, cin co à z on a m ist a d e m a t a s-cerra d os-coca is. N a s z on a s qu e segu em – ca m p o s a lu v i a i s, m a t a s- co ca i s e d u n a s- rest i n ga –,Ae. a e gyp t if o i en co n t ra d o em a p en a s u m m u n icíp io. Os ín d ices d e p osit iv id a d e p red ia l fora m m a is elev a d os n a Am a z ôn ia M a ra n h en se (3,5%) e n a Ilh a d e São Lu ís (2,5%), p or con st it u írem as rot as d e m aior flu x o m igrat ório d a p op u -la çã o e d e escoa m en t o d e p rod u t os en t re o M a ra n h ã o e os est a d os v iz in h os e t a m b ém p or serem á rea s on d e est ã o loca liz a d os os gra n d es cen t ros u rb a n os e econ ôm icos d o Est a d o. Os ín d ices d e i n f est a çã o p red i a l p o r Ae. a e gyp t ie d e ca so s d e d en gu e n o t i f i ca d o s f o ra m m a i o res n o s m eses ú m i d o s, m o st ra n d o a i m p o rt â n ci a d a s ch u v a s n a f o rm a çã o d e cri a d o u ro s d o v et o r e n a d i s-t ribu ição d e Aed ese d o d en gu e.

(2)

Introdução

A d istrib u içã o d o veto r d o d en gu e, o Aed es a egyp t i, é cad a vez m ais ab ran gen te. O ráp id o crescim en to e u rb an ização d as p op u lações n as á rea s tro p ica is, sem in fra -estru tu ra b á sica d e sa n ea m en to, a m p lio u a fa ixa d e o co rrên cia d esta arb ovirose, em razão d a d ifu são d o m quito em áreas an tes livres da doen ça. Esse m os-qu ito é tam bém vetor u rban o da febre am arela, a u m en ta n d o o risco d e u rb a n iza çã o d essa d o en ça , m a n tid a p rim a ria m en te em á rea sil-vestre p or m ais d e m eio sécu lo (Mon d et et al., 1996). En tretan to, ao con trário d a feb re am arela , o d en gu e a p resen ta u m ú n ico ciclo ep id e -m iológico, o u rb a n o. Os p rin cip a is ele-m en tos d esse ciclo são o h om em (o h osp ed eiro) e o Ae. aegyp ti (o vetor).

O Ae. a egyp t i é u m vetor oriu n d o d o con ti-n eti-n te africati-n o (Ch iaravalloti-Neto, 1997), trazi-d o ju n tam en te com os escravos (Ch ieffi, 1985). Fo i erra d ica d o d o Bra sil p ela p rim eira vez em 1958, m as, em 1967, reap areceu em São Lu ís e Belém , sen d o em segu id a elim in a d o (Fra n co, 1976). Em 1976, co m o rigem em u m fo co em Sa lva d o r, in icia -se a reco lo n iza çã o n o Bra sil. Em 1977, fo i en co n tra d o n o Rio d e Ja n eiro e San tos; em 1979, em Natal, e em 1981, n o Para-n á (Marqu es, 1985; Neves et al., 1995). Du raPara-n te esses an os, as m ed id as d e con trole eram esp o-rá d ica s e iso la d a s. Isso fez co m q u e em 1985-1986, o Ae. aegyp t ifosse en con trad o em p rati-ca m en te em to d o s o s esta d o s b ra sileiro s (Ne-ves et al., 1995).

O co n tro le d o d en gu e vem sen d o u m d o s m aiores desafios n a saú de p ú blica do País. Des-d e q u e foi Des-d etectaDes-d a a p resen ça Des-d o Ae. aegyp t i em Sã o Pa u lo, em 1985, a té m ea d o s d e 1995, 595 m u n icíp io s p a u lista s en co n tra va m se in -festad os p or esse vetor (Neves & Pin h o, 1996). Na regiã o d e Sã o José d o Rio Preto, Sã o Pa u lo, d e 1981 a 1991, Ae. a egyp t ia p resen to u co n tí-n u o p ro cesso d e co lo tí-n iza çã o, p ro p a ga tí-n d o -se a lé m d o m u n ic íp io se d e d a re giã o (Ch ia r a -valloti-Neto, 1997).

No Nord este, a situ ação n ão é d iferen te. Pa-ra se ter u m a id éia, n o an o d e 1995, d o total d e casos d e d en gu e n otificad os n o Brasil até o m ês d e setem b ro, 74,9% era m o riu n d o s d essa re -gião. O Estad o d o Maran h ão ap resen tou -se com o o d e com a io r in cid ên cia , co com 38,8% d o s ca -sos n ord estin os e 29% d os ca-sos registrad os em to d o o Bra sil. O segu n d o esta d o m a is im p o r-ta n te foi o Cea rá , com 29% e 21,8% d os ca sos, resp ectivam en te. Dos estados n ordestin os, ap e-n as Sergip e e Bah ia d eixaram d e e-n otificar. Isso m o stra a exten sã o d o d o m ín io d o Ae. a egyp t i n o Bra sil. Na q u ele a n o, já h a via registro d e

d en gu e tam b ém n o Rio d e Jan eiro, Mato Gros-so d o Su l e Goiás.

Com este trab alh o, p reten d e-se d eterm in ar a d istrib u ição d o Ae. aegyp tin os m u n icíp ios d o Ma ra n h ã o, ten d o co m o b a se in q u érito s en to -m ológicos realizad os n o an o d e 1995 n as d iver-sas zon as ecológicas existen tes n o Estad o e os casos d e d en gu e n os an os d e 1995-1996.

M et odologia

As in form ações ap resen tad as e d iscu tid as n es-t e es-t ra b a lh o d e r iva m d o le va n es-t a m e n es-t o d e fo r-m a s a d u lta s e ir-m a tu ra s d e Ae. a egyp t irea liza-d o p e la Fu n liza-d a çã o Na cio n a l liza-d e Sa ú liza-d e (FNS), Re gio n a l d o Ma ra n h ã o, n o s a n o s d e 1995 e 1996. Os d ad os referen tes à d istrib u ição d o Ae. aegyp tin o Maran h ão corresp on d em ao an o d e 1995 e estão organ izados de acordo com os m u-n icíp ios, localidades e im óveis p ositivos. Os da-dos sobre a flu tu ação m en sal da-dos m osqu itos n a in festa çã o p red ia l e a va ria çã o m en sa l n a fre-qü ên cia de casos de den gu e n otificados corres-p on dem ao an o de 1996. Os dados corres-p lu viom étri-co s u tiliza d o s étri-co rresp o n d em ta m b ém a o a n o d e 1996 e foram ob tid os n o In stitu to Brasileiro d e Geografia e Estatística (IBGE)/ São Lu ís-MA.

A ro tin a d e ca p tu ra d a s fo rm a s a d u lta s in -clu ía o exam e d e tod os os côm od os d as casas, co m eça n d o a in sp eçã o à d ireita d a p o rta q u e d á acesso ao côm od o im ed iato, e circu lan d o d e m o d o a m a n ter a p a red e sem p re à d ireita d o cap tu rad or. Tod as as p ared es, m óveis, ob jetos e ro u p a s era m verifica d a s à lu z d a la n ter n a , q u an d o n ecessário. Para a cap tu ra d as form as im a tu ra s, to d o s o s d ep ó sito s q u e co n tin h a m águ a eram cu id ad osam en te exam in ad os. A in sp eção in iciava sp elo sp erid om icílio (sp átio, q u in -tal, jard im ), segu in d o sem p re p ela d ireita. Ter-m in ad a a visita extern a, p rossegu ia-se a in sp eção d en tro d as casas. Esse m étod o foi ad ap ta -d o -d aq u ele u tiliza-d o n o Program a -d e Con trole d a Feb re am arela (MS, 1989).

(3)

Fig ura 1

Map a d o e stad o d o Maranhão mo strand o as zo nas e co ló g icas e o s municíp io s o nd e fo ram d e te ctad o s a p re se nça d e Ae d e s ae g yp ti e caso s humano s d e d e ng ue .

2

5 6

7 1

4

Barra do Corda

Timon Coelho Net o

Caxias

Chapadinha

Codó 3

PIAUÍ PARÁ

TOCANTINS

Zo nas Eco ló g icas

1 – Áreas de dunas e resting as 2 – Cerrado s meridio nais 3 – Campo aluvial flúvio marinho 4 – Zo na mista de matas, co cais e cerrado s 5 – Zo na mista de matas e co cais 6 – Amazô nia maranhense 7 – Zo na de cerrado e caating a 8 – Ilha de São Luís

Maranhão

8

Açailândia

Imperat riz

João Lisboa

Mont es Alt os

Port o Franco

Est reit o

Carolina

Riachão

Balsas

São Raimundo das Mangabeiras

Benedit o Leit e São João dos Pat os

Barão de Grajaú Paraibano Colinas

Pindaré

Paço do Lumiar

Sant a Inês Anat ajuba Pinheiro

Bacabal

Tut óia São Luís

(4)

Resultados

No total, foram trab alh ad os 87 m u n icíp ios, 176 localid ad es e 480.687 im óveis. Foram con sid e-rad os p ositivos p ara Ae. aegyp titrin ta m u n icí-p io s (34,4%), 118 lo ca lid a d es (67%) e 10.357 im óveis (2,1%). Na Figu ra 1 e n as Tab elas 1 a 5, são ap resen tad os som en te os m u n icíp ios com localid ad es e im óveis p ositivos.

Na Am azôn ia Maran h en se, foram trab alh a-d o s 15 m u n icíp io s, en treta n to so m en te sete (46,7%) resu ltaram p ositivos p ara o Ae. aegyp ti, co n fo rm e a Ta b ela 1. O m o sq u ito esta va p re -sen te em 76,5% (26) d as 34 localid ad es in

vesti-gad as. O ín d ice d e p ositivid ad e p ara os im óveis fo i n a o rd em d e 3,5%. Os m u n icíp io s co m m a io res in festa çõ es n o s im ó veis fo ra m Aça i-lân d ia (13,3%) e Am aran te (13%), m as o m aior n ú m ero d e esp écim en s foi en con trad o em Im -p eratriz e Porto Fran co.

Em d ireção ao su l d o Maran h ão, n os cerra-d os m ericerra-d ion ais, o Ae. aegyp ti foi d etectad o em 12 d os 17 m u n icíp ios trab alh ad os, estan d o p rsen te em 12 (70,6%) d a s 17 loca lid a d es in sp e-cion ad as. O ín d ice d e p ositivid ad e d os im óveis foi d e 2% (Tab ela 2).

Na s á rea s m ista s d e m a ta s, cerra d o s e co -ca is, o Ae. a egyp t i en co n tra va -se d istrib u íd o

Tab e la 1

Le vantame nto d as lo calid ad e s e imó ve is p o sitivo s p ara Ae d e s (S.) ae g yp ti no s municíp io s d a Amazô nia Maranhe nse , e m 1995.

M unicípios Localidades Imóveis (%) Imóveis

Insp e cio nad as Ae d e s ae g yp ti Insp e cio nad o s Ae d e s ae g yp ti

Açailând ia 4 2 724 96 13,3

Amarante 1 1 5.519 718 13,0

Po rto Franco 6 4 20.759 1.019 4,9

Grajaú 3 2 1.196 67 5,6

Imp e ratriz 14 14 105.629 2.576 2,4

Jo ão Lisb o a 3 1 4.389 396 9,0

Santa Inê s 3 2 2.222 69 3,1

Tot al 34 26 14.0438 4.941 3,5

Tab e la 2

Le vantame nto d as lo calid ad e s e imó ve is p o sitivo s p ara Ae d e s (S.) ae g yp ti no s municíp io s d o s ce rrad o s me rid io nais d o Maranhão , e m 1995.

M unicípios Localidades Imóveis (%) Imóveis

Insp e cio nad as Ae d e s ae g yp ti Insp e cio nad o s Ae d e s ae g yp ti

Balsas 1 1 35.029 1.511 4,30

Barão d e Grajaú 1 1 7.789 1 0,01

Barra d o Co rd a 2 1 16.355 148 0,90

Be ne d ito Le ite 1 1 1.683 56 3.32

Caro lina 1 1 15.310 53 0,34

Co linas 1 1 4.900 1 0,02

Mo nte s Alto s 2 1 2.333 70 3,00

Paraib ano 1 1 1.034 47 4,54

Estre ito 1 1 20.852 472 2,30

Riachão 2 1 13.663 178 1,30

São Jo ão d o s Pato s 2 1 23.609 361 1,52

São Raimund o 2 1 14.352 206 1,43

d as Mang ab e iras

(5)

em cin co (45,5%) d os 11 m u n icíp ios trab alh ad o s e em 13 (52%) ad a s 25 lo ca liad a ad es estu ad a -d as. Nessa região, o ín -d ice -d e p ositivi-d a-d e -d os im óveis foi 2,3% (Tab ela 3). A m aioria d os m u -n icíp ios m a-n teve u m certo p ad rão -n o -n ú m ero d e casos, o qu e d em on stra qu e o Aed esestá h o-m o gen ea o-m en te d isseo-m in a d o n essa regiã o d o Estad o.

Na zo n a d e ca m p o a lu via l flu vio m a rin h o, a ú n ica localid ad e in sp ecion ad a d o Mu n icíp io d e An a ja t u b a re su lt o u p o sit iva e o ín d ice d e p o sit ivid a d e d o s im ó ve is fo i 1,2%. Na zo n a d a s m a t a s e co ca is, o Ae. a egyp t ie st e ve p re -sen te em u m a d a s 11 lo ca lid a d es in sp ecio n ad a s ad o Mu n icíp io ad e Ba ca b a l. O ín ad ice ad e in -festa çã o p red ia l fo i m u ito b a ixo. Na zo n a d a s d u n a s e restin ga , fo ra m p o sitiva s d u a s d a s 12 lo ca lid a d e s in sp e cio n a d a s, to d a s p e rte n ce n

-tes a o Mu n icíp io d e Tu tóia . O ín d ice d e in fes-tação p red ia l fo i m en o r q u e a u n id a d e ( Ta b e-la 4).

Já n a Ilh a d e Sã o Lu ís, ta m b ém lo ca liza d a a o n o rte d o Esta d o, to d o s o s três m u n icíp io s estavam in festad os p elo Ae. aegyp ti, sen d o p o-sitivas 63 (84%) d as 75 localid ad es in vestigad as e 2,5% d os im óveis (Tab ela 5).

In fe lizm e n t e, n ã o se d isp õ e d e d a d o s so -b re o n ú m ero d e im ó veis in festa d o s, m en sa l-m en te, p elo Ae. aegyp ti, p ara estab elecer a flu -tu ação d a in festação p red ial d u ran te o an o d e 1995. Tod a via , os ín d ices m en sa is d e ca sos d e in fecção p elo d en gu e n aq u ele an o estão ap re-se n t a d o s n a Figu ra 2. Co n fo rm e p o d e o b re-se r-va r-se, o s ín d ice s d e ca so s n o t ifica d o s fo ra m m u it o m a is e le va d o s n o s d o is p r im e iro s m e -se s d o a n o (co in cid in d o co m a s p rim e ira s

Tab e la 3

Le vantame nto d as lo calid ad e s e imó ve is p o sitivo s p ara Ae d e s (S.) ae g yp ti no s municíp io s d o s ce rrad o s, matas e co cais d o no rd e ste d o Maranhão , e m 1995.

M unicípios Localidades Imóveis (%) Imóveis

Insp e cio nad as Ae d e s ae g yp ti Insp e cio nad o s Ae d e s ae g yp ti

Caxias 12 4 6.879 301 4,37

Co d ó 1 1 5.578 213 3,81

Co e lho Ne to 1 1 1.517 1 0,06

Timo n 1 1 5.916 290 4,90

Chap ad inha 10 6 27.190 258 0,94

Tot al 25 13 47.080 1.063 2,30

Tab e la 4

Le vantame nto d as lo calid ad e s e imó ve is p o sitivo s p ara Ae d e s (S.) ae g yp ti, no Estad o d o Maranhão , d e aco rd o co m a zo na e co ló g ica – 1995.

M unicípios Localidades Imóveis (%) Imóveis

Insp e cio nad as Ae d e s ae g yp ti Insp e cio nad o s Ae d e s ae g yp ti

Campo aluvial fluviomarinho

Anajatub a 1 1 231 15 1,20

Zona das mat as e cocais

Bacab al 11 1 12.023 10 0,08

Áreas de dunas e rest inga

Tutó ia 12 2 9.711 24 0,25

(6)

ch u vas), cain d o sen sível e p rogressivam en te a p artir d e m arço p ara n ú m eros p ou co sign ifica-tivos a té o m ês d e d e zem b ro, fin a l d a esta çã o seca.

Com relação ao an o de 1996, o in qu érito en -tom ológico realizado m ostrou qu e o Ae. aegyp ti esteve p resen te n o s im ó veis o a n o in teiro, in -d ep en -d en te -d a região -d o Esta-d o -d o Maran h ão on d e foi en con trad o. Os ín d ices d e in festação p red ia l fo ra m m a io res n o s m eses d e ja n eiro e m a io, n o p eríod o ch u voso, e n ovem b ro, n o fi-n al d o p eríod o seco (Figu ra 3). Na Figu ra 4, se-le cio n a ra m -se o s Mu n icíp io s d e Im p e ra t r iz, Ca xia s, Sã o Lu ís e Ba lsa s, t o d o s lo ca liza d o s em á rea s extrem a s d o Esta d o, com o p rop ósit o d e co m p a ra r o p a d rã o m e n sa l d e in cid ê n cia d o d en gu e co m a va ria çã o sa zo n a l d o s ín -d ices -d e in festação p re-d ial p or Ae. aegyp tie d a

p recip ita çã o p lu vio m étrica n essa s á rea s eco-lo gica m en te d iferen tes. Em to d a s a s á rea s, a s ch u va s fo ra m m a is fre q ü e n t e s n o p r im e iro se m estre (esta çã o ch u vo sa ), a tin gin d o o p ico em m arço e/ ou ab ril. Os m eses d e ju n h o a se-tem b ro foram os m ais secos. A in cid ên cia d os ca so s d e d e n gu e se gu e u m p a d rã o sim ila r à q u ele a p resen ta d o p elo regim e p lu via l, co n -cen tran d o-se n o p eríod o d e m aior p lu viosid a-d e. O p re a-d o m ín io a-d e Ae. a egyp t in e st e p e río -d o fico u e vi-d e n t e n o s q u a t ro m u n icíp io s e m q u estã o, en treta n to, em Ca xia s e Ba lsa s, h o u -ve u m a ten d ên cia d o Ae. a egyp t i ressu rgir n os m e se s m a is se co s d o se gu n d o se m e stre, se n -d o o clim a va riá vel en tre sem ú m d o e sem i-árid o.

Tab e la 5

Núme ro s d e lo calid ad e s e imó ve is p o sitivo s p ara Ae d e s (S.) ae g yp ti na Ilha d e São Luís – MA, e m 1995.

M unicípios Localidades Imóveis (%) Imóveis

Insp e cio nad as Ae d e s ae g yp ti Insp e cio nad o s Ae d e s ae g yp ti

São Luís 65 55 38.820 1.141 2,93

S. J. d e Rib amar 8 4 6.045 16 0,26

Paço d o Lumiar* 2 4 2.587 43 1,66

To tal 75 63 47.452 1.200 2,52

* Em 1996 o municíp io fo i d e sme mb rad o , criand o -se o Municíp io d e Rap o sa.

Fig ura 2

Flutuação me nsal d o núme ro d e caso s d e d e ng ue d iag no sticad o s no p e río d o d e jane iro a d e ze mb ro d e 1995, no Estad o d o Maranhão .

0 1000 2000 3000 4000 5000

D meses N

O S A J J M A M F J

ca

so

s

d

e

d

e

n

g

u

e

(

n

(7)

Discussão

O m o sq u ito Ae. a egyp t i era , p rim a ria m en te, u m a esp écie florestal com larvas b rom elícolas, m as se ad ap tou aos h áb itos d om iciliares. Esse in seto p refere a u m id ad e, sen d o m ais com u m n o litoral e ao lon go d os cu rsos d’águ a, m as is-so n ã o im p lica a su a in existên cia em lu ga res árid os. É o q u e se verificou com a d istrib u ição ru ral em vastas áreas sem i-árid as d o n ord este b rasileiro (Pessôa & Martin s, 1978).

No Maran h ão, o Ae. aegyp tien con tra-se em fra n ca exp a n sã o, esta n d o p resen te n a s á rea s u rb an as d a Ilh a d e São Lu ís, n a zon a d o litoral e até n os m u n icíp ios m ais m erid ion ais. O Ma-ran h ão é u m estad o com p lexo d o p on to d e vis-ta ecológico, p or cau sa d a su a p osição en tre as regiões árid as n ord estin as e ú m id as am azôn i-cas, ten d o o lad o lim ítrofe com o Pará d om in a-d o p ela Floresta Am azôn ica, e o laa-d o lim ítrofe co m o Pia u í d o m in a d o p elo s cerra d o s e m a n -ch as d e caatin gas. En tre estas d u as form ações, d om in a u m m isto d e m ata e p alm eira b ab açu , a zon a d os cocais. Mais p ara o su l, o d om ín io é d o s cerra d o s, q u e se esten d em d esd e o s Esta-d o s Esta-d e Go iá s e To ca n tin s, co m ca ra cterística s clim á tica s m a is seca s. To d a s essa s á rea s, sem d istin çã o, en co n tra m -se co lo n iza d a s p elo Ae. a egyp t i.Pa ra se ter u m a id éia , b a sta verifica r q u e, n a s zo n a s m a is á rid a s d o Esta d o, o Ae. aegyp tisu rge in festan d o u m gran d e p ercen tu al d os m u n icíp ios. Assim , até 19951996, já se en -con travam colon izad os p or este m osqu ito

cer-ca d e 52,2% d os 23 m u n icíp ios trab alh ad os, n a o ca siã o, n a zo n a d o s cerra d o s m erid io n a is, e 44,4% d os n ove m u n icíp ios estu d ad os n a zon a d o s co ca is. Esse fa to m o stra a ca p a cid a d e d e a d a p ta çã o d essa esp écie à s d iferen tes regiões clim áticas. Até 1995-1996, as zon as m en os afe-tad as p elo Aed esforam os cerrad os d o m éd io e b a ixo Pa rn a íb a , a b a ixa d a o rien ta l e o lito ra l orien tal.

A Ilh a d e Sã o Lu ís, en treta n to, su rge co m o u m a d a s zo n a s d e m a io r in cid ên cia d esse vetor. Tod os os m u n icíp ios qu e form am a Ilh a en con tram se p ositivos, com u m gran d e p ercen -tu al d e localid ad es in festad as. Neste asp ecto, a Ilh a vem con stitu in d o-se com o cen tro p rin ci-p al d e d isci-p ersão d o m osqu ito.

A a lta d en sid a d e d e im ó veis in festa d o s n a Ilh a d e Sã o Lu ís d evese, en tre ou tros, à gra n d e co n ce n tra çã o p o p u la cio n a l e m a glo m e ra -d os -d e h a b ita ções sem sa n ea m en to b á sico n a p eriferia d a cap ital, o p rin cip al cen tro econ ô-m ico d o Estad o. O flu xo ô-m igratório d a p op u la-ção en tre o in terior e a cap ital tem -se in ten si-fica d o n o s ú ltim o s a n o s e p ro p icia d o a d isse-m in a çã o d o isse-m o sq u it o d e Sã o Lu ís p a ra á re a s a n t e rio rm e n t e livre s d o ve t o r. De ve se m e n cio n a r ta m b ém q u e a Ilh a sed ia u m d o s p rin -cip a is p o rto s h id roviá rio s d o Pa ís, o Ita q u i, o q u a l p o d e servir d e ro ta p a ra o flu xo d o m o s-q u ito en tre os d iversos estad os d o p aís e o ex-terior.

O p re d o m ín io d o Ae. a egyp t in o s m u n icí-p ios d e áreas ú m id as ficou evid en te n a am icí-p la

Fig ura 3

Flutuação me nsal d o núme ro d e caso s d e d e ng ue e índ ice s p e rce ntuais d e infe stação p re d ial p o r Ae d e s ae g yp ti d e jane iro a d e ze mb ro d e 1996, no Estad o d o Maranhão .

0 1000 2000 3000 4000 5000

0 1 2 3 4 5 6

deng ue

Aedes

D meses

N O S A J J M A M F J

ca

so

s

d

e

d

e

n

g

u

e

(

n

)

%

d

e

in

fe

st

ão

p

re

d

ia

(8)

Fig ura 4

Flutuação me nsal d o núme ro d e caso s d e d e ng ue , índ ice s p e rce ntuais d e infe stação p re d ial p o r Ae d e s ae g yp ti e d o re g ime p luvial d e jane iro a d e ze mb ro d e 1996, no Estad o d o Maranhão .

0 50 100 150 200 250 300 0 1 2 3 4 5 6 pluvio sidade deng ue Aedes D meses N O S A J J M A M F J ca so s d e d e n g u e ( n ) / p lu vi o si d ad e ( m m ) % d e in fe st aç ão p re d ia l Imperatriz

d istrib u ição d o m osq u ito e d o d en gu e, n ão só n a Ilh a d e São Lu ís, com o tam b ém n a Am azô-n ia Ma ra azô-n h e azô-n se. Est a ú lt im a re giã o a d q u ire gra n d e im p o rtâ n cia n a d isse m in a çã o d e a m -b o s, p o is se r ve d e co rre d o r p a ra im p o rta n te s vias rod oviárias (São Lu ís-Belém e Belém -Bra-sília ) e fe rroviá r ia s (Ca ra já s e No rt e -Su l), a s q u a is sã o u t iliza d a s t a n t o n o flu xo m igra t ó -r io, q u a n t o p a -ra o e sco a m e n t o d e p -r o d u t o s en tre os Estad os d o Pará, Maran h ão e aq u eles d o Cen tro-Su l d o Brasil. É p ossível q u e o m os-q u it o d o d e n gu e t e n h a - se d isp e r sa d o a t é o s m u n icíp io s m e rid io n a is d o Est a d o p o r e ssa s ro ta s.

ca so s d e d e n g u e ( n ) / p lu vi o si d ad e ( m m ) % d e in fe st aç ão p re d ia l Caxias pluvio sidade deng ue Aedes 0 50 100 150 200 250 300 0 2 4 6 8 10 9 1 3 5 7 D meses N O S A J J M A M F J

(9)

d im in u ição n a in cid ên cia d o d en gu e e n a ativid a ativid e rep ro ativid u tiva ativid a s fo rm a s a ativid u lta s. No en tan to, ao con trário do qu e ocorre n as áreas su b -trop icais, a tem p eratu ra con stan te qu ase o an o in teiro p arece n ão exercer q u alq u er in flu ên cia n a a b u n d â n cia m en sa l d esse m o sq u ito, u m a vez q u e va ria m u ito p o u co d u ra n te o a n o, em to rn o d e três gra u s. O fa to r lim ita n te, a o q u e p arece, vem sen d o a p lu viosid ad e.

Em o u tra s p a rtes d o Bra sil, em p a rticu la r n as regiões Su d este e Cen tro-Oeste, com a ch gad a d o in vern o, caem d rasticam en te a tem p era tu era e o ín d ice p lu vio m étrico, d eterm in a n -d o a -d im in u içã o -d a a tivi-d a -d e -d a fo rm a a la -d a .

Fig ura 4 (co ntinuação )

Flutuação me nsal d o núme ro d e caso s d e d e ng ue , índ ice s p e rce ntuais d e infe stação p re d ial p o r Ae d e s ae g yp ti e d o re g ime p luvial d e jane iro a d e ze mb ro d e 1996, no Estad o d o Maranhão .

ca so s d e d e n g u e ( n ) / p lu vi o si d ad e ( m m ) % d e in fe st aç ão p re d ia l São Luís pluvio sidade deng ue Aedes 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 0 2 4 6 8 9 10 1 3 5 7 D meses N O S A J J M A M F J ca so s d e d e n g u e ( n ) / p lu vi o si d ad e ( m m ) % d e in fe st aç ão p re d ia l Balsas 0 50 100 150 200 250 300 0 1 2 3 4 5 6 7 8 D meses N O S A J J M A M F J pluvio sidade deng ue Aedes

Con seqü en tem en te, o ín d ice d e in festação p re-d ia l re-d im in u i e re-d eixa re-d e o co rrer tra n sm issã o. Esse p eríod o corresp on d e aos m eses d e m aio a setem b ro. Du ra n te o verã o ocorre o op osto. O au m en to d a tem p eratu ra e d as ch u vas p rovoca u m a exp losão n a eclosão d os ovos, com su rgi-m en to d e rgi-m ilh ares d e rgi-m osqu itos ad u ltos.

Agradeciment o

(10)

Referências

CHIARAVALLOTI-NETO, F., 1997. Descrição d a colo-n ização d e Aed es aegyp tin a região d e São José d o Rio Preto, São Pau lo. Rev ist a d a Socied ad e Brasi-leira d e Med icin a Trop ical,30:279-285.

CH IEFFI, P. P., 1985. Algu m a s q u e stõ e s d e co rre n te s d a re in tro d u çã o d o Aed es a egyp t i n o Bra sil. Ca -d ern os -d e Saú -d e Pú blica, 1:193-199.

FRANCO, O., 1976. Hist ória d a Feb re Am a rela n o Brasil. Rio d e Jan eiro: Min istério d a Saú d e. MARQUES, A. C., 1985. So b re a via b ilid a d e a tu a l d e

errad icação d o Aed es aegyp tin o con trole d a feb re am arela n o Brasil. Rev ist a Brasileira d e M alario-logia e Doen ças Trop icais, 37:37-46.

MS (Min isté rio d a Sa ú d e ), 1986. Com b a t e a o Ae d e s aegyp ti. In stru ção p ara Gu ard as, Gu ard as-Ch efes e In sp et ores. Brasília: Su p erin ten d ên cia d e Cam -p an h as d e Saú d e Pú b lica, Min istério d a Saú d e.

MONDET, B.; ROSA, A. T. & VASCONCELOS, P. F. C., 1996. Urb an ização d a feb re am arela: Um p rob le-m a p reocu p an te. Rev ista d a Socied ad e Brasileira d e Med icin a Trop ical, 29(Su p.):51.

NEVES, V. L. F. C. & PINH O, L. A. C., 1996. Aed es a e-gyp t i e Aed es a lb op ict u sn o Mu n icíp io d e Sã o Pau lo – SP, 1991 a 1995. Revista d a Socied ad e Bra-sileira d e Med icin a Trop ical, 29(Su p.):55. NEVES, D. P.; MELO, A. L.; GENARO, O. & LINARDI, P.

M., 1995. Cu licíd e o s. In : Pa ra sit ologia Hu m a n a

(D. P. Neves, org.), p p. 383-397, São Pau lo: Ed itora Ath en eu .

Imagem

Fig ura 1
Fig ura 2
Fig ura 3
Fig ura 4
+2

Referências

Documentos relacionados

Nesse sentido, as estratégias epistemológicas do estudo priorizam as abordagens que questionam as assimetrias de poder entre masculino e feminino e os saberes produzidos por

18 Ver, por exemplo, AUMONT. “Cine de prosa contra cine de poesia”. In: Cuadernos Anagrama. Crítica da imagem eurocêntrica. Introdução ao documentário. Documentário, realidade

Para atingir tal meta, imaginamos sua possível consecução compreendendo dois objetivos específicos: primeiro, analisar o conteúdo de um livro didático e um paradidático de

 Descreve a sequência que os minerais são formados a medida que o magma resfria;..  Os cristais minerais ficam maiores e alguns se

Recomenda-se a aplicação de GLIZMAX PRIME na dessecação das plantas daninhas para o plantio direto do milho geneticamente modificado resistente ao glifosato ou convencional e entre

A Parte III, “Implementando estratégias de marketing”, enfoca a execução da estratégia de marketing, especifi camente na gestão e na execução de progra- mas de marketing por

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

(2015), em seus achados histopatológicos também encontraram características histológicas semelhantes, ressaltando a importância da presença de células gigantes