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REVISTA
PAULISTA
DE
PEDIATRIA
ARTIGO
ORIGINAL
Prevalência
e
fatores
associados
à
simultaneidade
de
comportamentos
de
risco
à
saúde
em
adolescentes
Anísio
Luiz
da
Silva
Brito
a,∗,
Carla
Meneses
Hardman
be
Mauro
Virgílio
Gomes
de
Barros
aaUniversidadedePernambuco(UPE),Recife,PE,Brasil
bUniversidadeFederaldeSantaCatarina(UFSC),Florianópolis,SC,Brasil
Recebidoem21deoutubrode2014;aceitoem27defevereirode2015 DisponívelnaInternetem1deagostode2015
PALAVRAS-CHAVE
Comportamentosde
risco; Adolescente; Epidemiologia
Resumo
Objetivo: Analisaraprevalênciaeosfatoresassociadosàsimultaneidadedecomportamentos deriscoàsaúdeemadolescentes.
Métodos: Estudotransversalfeitocomamostrarepresentativadeestudantesdoensinomédio daredepúblicaestadualdePernambuco(n=4.207,14-19 anos).Osdadosforamobtidos medi-antequestionário.Asimultaneidadedecomportamentosderiscoàsaúdefoideterminadapelo somatóriodaexposic¸ãodosadolescentesacincocomportamentosderisco(baixonívelde ati-vidadefísica,comportamentosedentário,consumoocasionaldefrutas/hortalic¸as,consumode bebidasalcoólicasetabagismo).Asvariáveisindependentesforamsexo,faixaetária,turno, portedaescola,escolaridadematerna,situac¸ãoocupacional,cordapele, regiãogeográfica elocalderesidência.Osdadosforamanalisadospormeioderegressãologísticaordinalcom modelodeoddsproporcionais.
Resultados: Aproximadamente10%dosadolescentesnãoestavamexpostosacomportamentos derisco, enquanto58,5% apresentaramdoisoumaiscomportamentosdeformasimultânea. Verificou-se elevac¸ãodasimultaneidadedecomportamentosderiscocomaumentodafaixa etária,comescolaridadematernaintermediária(9-11 anosdeestudo)eresidêncianaRegião Semiárido.Adolescentesquereferiramtrabalhareaquelesqueresidiamem árearural apre-sentarammenorchancedesimultaneidadedecomportamentosderisco.
Conclusões: Osachadosindicamumaaltaprevalênciadeexposic¸ãosimultâneaa comportamen-tosderiscoàsaúdenessegrupodeadolescentes.Identificaram-secincosubgruposdemaior chancedeexposic¸ão(faixaetáriamaisalta,escolaridadematernaintermediária,aquelesque referiramnãotrabalhar,residiremáreaurbanaenaRegiãoSemiárido).
©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Esteéumartigo OpenAccesssobalicençaCCBY(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:anisioed.fisicasje@hotmail.com(A.L.S.Brito).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rpped.2015.02.002
0103-0582/©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublicadoporElsevierEditoraLtda.EsteéumartigoOpenAccesssobalicençaCC
KEYWORDS
Riskbehaviors; Adolescent; Epidemiology
Prevalenceandfactorsassociatedwiththeco-occurrenceofhealthriskbehaviorsin
adolescents
Abstract
Objective: Toanalyzetheprevalenceandfactorsassociatedwiththeco-occurrenceofhealth riskbehaviorsinadolescents.
Methods: Across-sectionalstudywasperformedwithasampleofhighschoolstudentsfrom statepublic schoolsinPernambuco, Brazil (n=4,207, 14-19 years old).Data were obtained usingaquestionnaire.Theco-occurrenceofhealthriskbehaviorswasestablishedbasedonthe sumoffivebehavioralriskfactors(lowphysicalactivity,sedentarybehavior,lowconsumption offruits/vegetables,alcoholconsumptionandtobaccouse).Theindependentvariableswere gender,agegroup,timeofdayattendingschool,schoolsize,maternaleducation,occupational status,skincolor, geographicregionandplaceofresidence.Data wereanalyzed byordinal logisticregressionwithproportionaloddsmodel.
Results: Approximately10%ofadolescentswerenotexposed tohealthriskbehaviors,while 58.5%reportedbeingexposedtoatleasttwohealthriskbehaviorssimultaneously.Therewasa higherlikelihoodofco-occurrenceofhealthriskbehaviorsamongadolescentsintheolderage group,withintermediatematernaleducation(9-11yearsofschooling),andwhoreportedliving inthedriest(semi-arid)regionofthestateofPernambuco.Adolescentswhoreportedhavinga jobandlivinginruralareashadalowerlikelihoodofco-occurrenceofriskbehaviors. Conclusions: Thefindingssuggestahighprevalenceofco-occurrenceofhealthriskbehaviors inthisgroupofadolescents,withahigherchanceinfivesubgroups(olderage,intermediate maternaleducation,theonesthatreportednotworking,thoselivinginurbanareasandinthe driestregionofthestate).
©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-license(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
Introduc
¸ão
Ao longo das últimas décadas, a exposic¸ão a
compor-tamentos de risco à saúde passou a ser um dos temas
maisamplamenteinvestigadosemestudoscompopulac¸ões jovens.1,2 O interesse por investigac¸ões com foco nessa temática pode ser explicado, ao menos em parte, pela constatac¸ãode quetaiscomportamentos podemser esta-belecidos e incorporados ao estilo de vida em idades precoces3,4eporsualigac¸ãocomfatoresbiológicosderisco5 ecomapresenc¸adedoenc¸asmetabólicasou cardiovascula-res(DCV)jáestabelecidas.6
Aprevalênciadesimultaneidadedecomportamentosde risco à saúde em adolescentes foi descrita em diversos estudos.7-17Entretanto,constatou-sequeosestudos desen-volvidosnoBrasil,comexcec¸ãodolevantamentofeitopor FariasJúnioretal.,15contaramcomamostrasmuito especí-ficas:alunosdecolégiodeaplicac¸ão17eestudantesdoturno diurnodaredepúblicadeummunicípionoSuldoBrasil.16 Portantoosresultadosdessesestudosnãopodemser extra-poladosparaoutras regiõesdo paísdevido aoscontrastes socioeconômicos eculturais que sabidamentediferenciam aexposic¸ãoacomportamentosderiscoàsaúde,conforme relatadoporNahasetal.18
Levantamentosepidemiológicossobresimultaneidadede comportamentosderisco à saúdeem adolescentese seus fatoresassociadospodemcontribuirparaidentificargrupos deriscoeparamonitorarosníveisdesaúdedessapopulac¸ão, o que pode subsidiar a elaborac¸ão de políticas públicas
depromoc¸ãodasaúdee tornar maisprecoceasac¸õesde intervenc¸ãoparaprevenc¸ãodesseshábitos.Sendoassim,o objetivodopresenteestudofoianalisaraprevalênciaeos fatoresassociadosàsimultaneidadedecomportamentosde riscoàsaúdeemadolescentes.
Método
Trata-se de uma análise secundária dos dados de um
levantamento epidemiológico transversal,de base escolar e abrangênciaestadual (Pernambuco,Brasil),denominado ‘‘Estilos de vida e comportamentos de risco à saúde em adolescentes: doestudo deprevalênciaà intervenc¸ão’’ O protocolodeinvestigac¸ãofoiaprovadopeloComitêdeÉtica
em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital Agamenon
Magalhães, em atendimento às normas estabelecidas nas Resoluc¸ões196e251doConselhoNacionaldeSaúde.
Considerandooprocessodeselec¸ãoamostral, procurou--segarantirqueosestudantesselecionadosrepresentassem apopulac¸ãoalvoquantoàregiãogeográfica(Metropolitana, ZonadaMata,Agreste,SertãoeSertãodoSãoFrancisco), tamanhodaescolaeturno(diurno/noturno).Adistribuic¸ão regional foi analisada a partir do número de estudantes matriculadosem cada umadas 17Geres (Gerências Regi-onaisdeEnsino). As escolasforamclassificadas deacordo com o númerode alunos matriculados noensinomédio e observaram-seosseguintescritérios:pequeno---menosde 200alunos;médio---200a499alunos;egrandeporte---500 alunos ou mais. Os alunos matriculados nos períodos da manhã e datarde foram agrupadosnuma única categoria (estudantes do período diurno). Todos os estudantes das turmassorteadasforamconvidadosaparticipar.
Usou-seamostragemporconglomeradoemdoisestágios e adotou-se escola e turma como unidade amostral pri-máriaesecundária,respectivamente.Noprimeiroestágio, procedeu-se ao sorteiodas escolas, de modo a incluir no mínimoumaescoladecadaporteporGere.Nosegundo está-gio,foram sorteadas203 turmasentre aquelasexistentes nasescolassorteadasnoprimeiroestágio.
Para coleta dos dados foi usada uma versão adaptada doquestionárioGlobalSchool-BasedStudentHealthSurvey (GSHS). Esse instrumento teve sua validade de face e conteúdo avaliada por especialistas (pesquisadores com experiênciaemestudosepidemiológicoscomfocoem
con-dutas de saúde) e teve seus indicadores de validade
concorrenteereprodutibilidadetestadosemestudo-piloto. Os indicadores de consistência de medida teste-reteste variaram de moderadosa altos (coeficiente kappa=0,52 a 1,00)19-21paraamaioriadositens.Oscoeficientesde repro-dutibilidadeteste-reteste(coeficientekappa)dasmedidas usadas no presente estudo foram: 0,86 para atividade física;0,66paraoconsumodefrutas;0,77paraoconsumo dehortalic¸as;0,76parao consumodeálcool;0,62parao usodetabacoe0,74paraocomportamentosedentário.
Acoletadosdadosfoifeitadeabrilaoutubrode2006. A aplicac¸ão dos questionários foi efetuada em sala de aula.Osestudantesforamassessoradospordoisaplicadores previamente treinados,que esclareceram e auxiliaram no preenchimentodosdados.Todososalunosforaminformados quesuaparticipac¸ãoeravoluntáriaequeosquestionários nãocontinham qualquer tipode identificac¸ão pessoal. Os alunostambémforaminformadosdequepoderiamdesistir emqualqueretapadacoletadedados.Umtermode consen-timentopassivofoiusadoparaobterdospaisdeestudantes comidadeinferiora18 anospermissãoparaque participas-semdoestudo.Estudantescom18 anosoumaisassinavamo própriotermoeindicavamasuaconcordânciaemparticipar doestudo.
Avariáveldependente(simultaneidadede comportamen-tos de risco à saúde) foi obtida a partir do somatório de cinco comportamentos de risco: baixo nível de atividade física(<300 minutos/semana); comportamentosedentário (>4 horas/dia); consumo ocasional de frutas e hortalic¸as (<1 vez pordia); consumode bebidasalcoólicas(ter con-sumidobebidasalcoólicasnosúltimos30dias)etabagismo (terfumadonosúltimos30 dias).Aescolhadessesfatores justifica-seporseremfatoresmodificáveisdoestilodevida que parecem estar maisfortementeassociadosa doenc¸as crônicasnãotransmissíveisequerepresentamamaiorcarga
globaldeadoecimentoemortalidadenomundo.22Jáo com-portamento sedentário foi incluído por ser tratado como umaconduta distintadosbaixos níveis deatividadefísica equeapresentaumaalta prevalêncianapopulac¸ão,além de repercussões importantes na saúde do adolescente.23 Informac¸ões sobre descric¸ão dessas variáveis poderão ser encontradasempublicac¸õesprévias.19-21Asrespostas obti-das resultaram em um desfecho com zero (nenhum fator deriscopresente)acincocomportamentosderisco presen-tes.Posteriormente,paraefeitodeanálise,aocorrênciade comportamentosderiscofoiapresentadaemquatro catego-rias(0,1,2,≥3).Asvariáveisindependentesforam:sexo; faixaetária(14-16 ou17-19 anos); turno das aulas (diur-noounoturno);portedaescola(pequeno,médioougrande); escolaridadematerna(baixa:≤8;média:9-11;oualta:≥12 anos);situac¸ãoocupacional(trabalha/nãotrabalha);corda pele(branca/nãobranca);regiãogeográfica(Metropolitana, ZonadaMataouSemiárido)elocalderesidência(urbanae rural).
O procedimento de tabulac¸ão dos dados foi efetuado em um banco de dados do programa EpiData Entry (ver-são3.1).Paraasanálises,usou-seoprogramaStata(versão 10).Naanálisebivariada,recorreu-seàaplicac¸ãodoteste de qui-quadrado para heterogeneidade e para tendência para verificar a prevalência de simultaneidade de com-portamentosderisco àsaúdepor categoriasdasvariáveis independentes.
Para analisarpossíveis associac¸ões entrevariável inde-pendente e dependente foi feita análise de regressão logística ordinal, com modelo de odds proporcionais. A suposic¸ãodeproporcionalidadefoiverificadapelotestede razão de verossimilhanc¸a e a significância dos coeficien-tes por meio do teste de Wald. As análises foram feitas em duas etapas: primeiro, regressões simples das variá-veis independentes em relac¸ão ao desfecho. Em seguida, análise multivariável com vistas a determinar se os fato-resdemográficos e relacionados à escolaestavam ou não associadosao desfecho.Todas as variáveis independentes entraramnomesmoníveldeanálisenomodelomultivariável eforamexcluídaspormétodobackwardstepwise. Adotou--seumvalorpinferiora0,2comocritérioparaexclusãodas variáveisduranteasetapasdamodelagem.Essesresultados sãoapresentadosnaformaderazõesdeoddserespectivos intervalosdeconfianc¸a.
Apósaselec¸ãodasvariáveisqueiriamconstituiromodelo deregressão,testou-se aexistência depossível colineari-dadeentreascovariáveisregiãogeográfica(Metropolitana, ZonadaMataouSemiárido)elocalderesidência(urbanae rural).Nãofoiidentificada relac¸ãolinear(valoresVIF<10) entreessasduasvariáveis.
Resultados
Tabela1 Característicasdaamostraporsexo
Variável Todos Rapazes Moc¸as
% n % n % n
Faixaetária
14-16anos 42,0 1.766 35,4 598 46,4 1.165
17-19anos 58,0 2.441 64,6 1.089 53,6 1.346
Turno
Diurno(manhã/tarde) 57,6 2.414 53,9 908 60,0 1.506
Noturno 42,4 1.780 46,1 778 40,0 1.002
Escolaridadematerna
≤8 72,5 2.865 69,4 1.086 74,5 1.771
9-11 21,1 833 22,5 352 20,2 480
≥12 6,4 253 8,1 127 5,30 126
Cordapele
Branca 25,2 1.057 24,8 417 25,5 639
Nãobranca 74,8 3.136 75,2 1.262 74,5 1.866
Regiãogeográfica
Metropolitana 41,8 1.757 39,8 670 43,2 1.084
ZonadaMata 17,7 743 18,1 306 17,3 434
Semiárido 40,6 1.707 42,1 711 39,5 993
Localderesidência
Urbana 79,0 3.294 78,1 1.311 79,5 1.983
Rural 21,0 877 21,9 367 20,5 510
Portedaescola
Pequeno 8,9 376 9,0 152 8,8 221
Médio 25,8 1.084 27,0 456 25,0 628
Grande 65,3 2.747 64,0 1.079 66,2 1.662
Situac¸ãoocupacional
Nãotrabalha 78,5 3.276 69,2 1.157 84,8 2.119
Trabalha 21,5 895 30,8 514 15,2 381
Baixoníveldeatividadefísica 65,1 2.731 57,5 971 70,2 1.754
Exposic¸ãoaocomportamentosedentário 18,7 782 16,5 277 20,2 504
Consumoocasionaldefrutase/ouhortalic¸as 51,4 2.145 53,5 893 50,0 1.248
Consumodebebidasalcoólicas 30,4 1.273 38,6 648 24,8 622
Tabagismo 7,6 320 9,8 165 6,2 155
(6,1%),astaxasdequestõessemrespostanãoultrapassou 2,0%.
Na figura 1 estão apresentadas as prevalências de exposic¸ãoaoscincocomportamentosderiscoàsaúde foca-lizadosnopresenteestudo.Osresultadosreferentesaesses comportamentos não serão explorados neste estudo, pois jáforamapresentados,deformaisolada,eminvestigac¸ões prévias.19-21Afigura2apresentaaprevalênciade simulta-neidadedeexposic¸ão acomportamentos derisco à saúde observadanaamostraporsexo.
Naanálisebivariada,identificou-sequea proporc¸ãode adolescentesexpostos a três oumais comportamentosde riscodeformasimultâneafoiestatisticamentemaiorentre osestudantesmaisvelhos(17-19 anos),adolescentescom maior escolaridade materna, estudantes que residem em áreaurbanaeaquelesquemoramnaRegiãoSemiáridoem comparac¸ãocomseuspares(tabela2).
Na tabela 3 estão apresentados os resultados da aná-lisedaregressãologísticaordinalparaasimultaneidadede
Consumo ocasional de frutas/hortaliças Baixo nível de
atividade física
Consumo de bebidas alcoólicas
Exposição ao comportamento
sedentário
Tabagismo
Comportamentos de risco (CR)
80
65,1 57,5
70,2
51,453,550,0
38,6
30,4 24,8
18,7
9,8 6,2 7,6 16,5
20,2 Todos
Masculino
Feminino 70
60
50
40
30
%
20
10
0
Tabela2 Prevalênciadesimultaneidadedecomportamentosderiscoàsaúdedeacordocomvariáveisdemográficas, socioe-conômicas,relacionadasàescolaeadivisõesregionaisemadolescentesdoensinomédiodePernambuco,2006
Variáveis Simultaneidadedecomportamentosderisco(CR)
0CR 1CR 2CR ≥3CR p-valor
% n % n % n % n
Fatoresdemográficos Sexo
Masculino 10,9 180 29,9 491 34,8 571 24,4 400 <0,083
Feminino 9,7 240 32,1 794 39,2 968 19,0 470
Idade
14-16anos 10,5 183 32,2 560 38,3 666 19,0 331 0,028
17-19anos 9,9 237 30,6 730 36,8 876 22,7 540
Escolaridadematerna
≤8anos 9,9 277 32,3 907 38,8 1.091 19,0 535 0,008
9-11anos 11,2 92 28,6 234 33,5 274 26,7 219
≥12anos 11,2 28 26,5 66 35,7 89 26,5 66
Cordapele
Branco 8,8 91 33,8 350 35,4 366 22,0 227 0,732
Nãobranco 10,6 326 30,4 934 38,1 1.172 20,9 644
Regiãogeográfica
Metropolitana 12,0 207 32,0 551 35,3 609 20,7 356 <0,001
ZonadaMata 9,5 69 33,7 246 40,6 296 16,2 118
Semiárido 8,6 144 29,5 493 38,1 637 23,8 397
Localderesidência
Urbana 10,1 328 30,8 994 36,6 1.181 22,5 728 0,009
Rural 9,9 86 33,7 292 40,4 350 15,9 138
Fatoresrelacionadosàescola Turno
Diurno 10,6 252 31,5 749 36,6 870 21,3 507 0,522
Noturno 9,7 168 31,1 541 38,4 669 20,8 363
Portedaescola
Pequeno 10,6 39 27,7 102 39,4 145 22,3 82 0,085
Médio 11,0 117 35,6 378 35,2 374 18,2 193
Grande 9,8 264 30,1 810 38,0 1.023 22,1 596
Fatoressocioeconômicos Situac¸ãoocupacional
Nãotrabalha 9,6 308 31,5 1.017 37,8 1.219 21,1 682 0,209
Trabalha 12,5 109 30,2 263 36,0 313 21,3 186
comportamentosderiscoàsaúdedeacordocomosfatores demográficoserelacionadosàescola.Naanáliseajustada, constatou-sequeidade,situac¸ãoocupacional,escolaridade materna, região geográfica e local de residência foram estatisticamenteassociadosamaiorsimultaneidadede com-portamentosderiscoàsaúde.
Verificou-sequeosadolescentesmaisvelhos(17-19anos) apresentaramchance17%superiordeexposic¸ãosimultânea a mais de três comportamentos de risco à saúde quando comparados com osmais jovens.Os estudantes que rela-taramtrabalhartinhamchance14% inferiordeapresentar
mais de três comportamentos de risco quando
compara-doscom aquelesque nãotrabalhavam.Por outro lado,os
adolescentesquereferirammãescomescolaridade interme-diária(9-11anos)tinhamchance21%superiordeapresentar maiorsimultaneidadedecomportamentosderiscoquando comparadoscomaquelesquerelatarammenorescolaridade materna(≤8 anos).
A chance de coocorrência de maior número de
com-portamentos de risco à saúde foi 22% inferior entre
Tabela 3 Regressão logística ordinal para simultaneidade decomportamentos de riscoà saúde evariáveis demográficas, socioeconômicas,relacionadasàescolaepordivisãoregionalemadolescentesdoensinomédiodePernambuco,2006
Variáveis Simultaneidadedecomportamentosderisco
ORbruta IC95% p ORajustada IC95% p
Sexo
Masculino 1 1
Feminino 0,90 0,80-1,00 0,060 0,91 0,81-1,03 0,140
Idade
14-16anos 1 1
17-19anos 1,13 1,01-1,27 0,028 1,17 1,04-1,32 0,008
Escolaridadematerna
≤8anos 1 0,004 1 0,009
9-11anos 1,21 1,05-1,40 0,010 1,21 1,04-1,40 0,011
≥12anos 1,26 0,99-1,60 0,058 1,21 0,95-1,55 0,121
Cordapele
Branco 1 Excluído
Nãobranco 0,99 0,87-1,13 0,927
Regiãogeográfica
Metropolitana 1 1
ZonadaMata 0,97 0,83-1,14 0,731 1,07 0,90-1,26 0,435
Semiárido 1,27 1,13-1,44 <0,001 1,39 1,22-1,59 <0,001
Localderesidência
Urbana 1 1
Rural 0,83 0,73-0,95 0,008 0,78 0,68-0,91 0,001
Turno
Diurno 1 Excluído
Noturno 1,04 0,93-1,16 0,542
Portedaescola
Pequeno 1 0,084 Excluído
Médio 0,76 0,61-0,94 0,013
Grande 0,97 0,79-1,19 0,782
Situac¸ãoocupacional
Nãotrabalha 1 1
Trabalha 0,93 0,81-1,06 0,285 0,86 0,74-0,99 0,040
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
10,210,9
0 CR 1 CR
Comportamentos de risco (CR)
2 CR ≥3 CR
9,7 31,3
29,9
37,4 34,8
39,2
24,4 21,1
19,0 32,1
Todos
Masculino
Feminino
%
Figura2 Prevalênciadesimultaneidadedecomportamentos deriscoàsaúdeemadolescentesescolaresdoensinomédiodo EstadodePernambuco,Brasil,2006.
Discussão
Os resultados do presente estudo evidenciam que a pre-valência de exposic¸ão simultânea a comportamentos de riscoàsaúdeentreosadolescentespernambucanosfoi ele-vada, assimcomoobservado emestudoscongêneres.8,10-12 Outro resultado importante foi a identificac¸ão de cinco fatoressignificativamenteassociadosàmaiorcoocorrência dessescomportamentos,asaber:faixaetária,escolaridade materna,regiãogeográfica,situac¸ãoocupacionalelocalde residência.
dedois hábitos(tabagismoe alcoolismo),como destaca a OMS.24
No presente estudo, a exposic¸ão simultânea a maior númerodecomportamentos derisco àsaúdefoimais ele-vada entre os adolescentes mais velhos. Como pode ser visto em estudos disponíveis na literatura, a prevalên-ciasdeexposic¸ãosimultâneaacomportamentosderisco à saúdeaumentacomaidade.8,13,25Oquepodeserexplicado pela aquisic¸ão de maior autonomia,independência social e econômica doadolescente,26 o quefavorece o acesso a locaisquevendembebidasalcoólicas,cigarroseoutras dro-gas.
Chamaatenc¸ãonopresenteestudoaassociac¸ãoentrea escolaridade maternaintermediária (9-11anos) e amaior ocorrência de comportamentos de risco à saúdeentre os adolescentes. Isso é curioso porque quanto maioro nível deescolaridade,supostamentemaiorconhecimentoamãe teriasobreosbenefíciosdeseadotaremestilosdevidamais saudáveis e, consequentemente, uma maior possibilidade defomentarmaisapoioa seusfilhos.27 Uma daspossíveis explicac¸ões reside no fato de que níveis de escolaridade maiselevadossãodaquelasmãesqueprovavelmente traba-lhamforadeseusdomicíliose,porconseguinte,despendem menortempocomosfilhosadolescentes.
Verificou-setambémqueosadolescentesquereferiram exerceratividadeslaboraistinhamchancesmaisbaixasde exposic¸ãosimultâneaamaiornúmerodecomportamentos derisco àsaúdequando comparadoscom osquenão tra-balhavam. Numa sociedade em que os jovens enfrentam grandesdesafiosparainserc¸ão nomercadodetrabalho,é possívelsuporqueosjovensqueexercemalgumaatividade laboraltenhammaiorautoestima,autonomiae responsabili-dadepessoal,característicasquepodemfavoreceraadoc¸ão decondutasmaissaudáveis.
AdolescentesqueresidemnaRegiãoSemiárido apresen-tamumaumentode39%nachancedeexposic¸ãosimultânea amaiornúmerodecomportamentosderiscoàsaúdequando comparados aos seus pares que moram na região metro-politana. Estudos comparativos com análise de exposic¸ão simultânea a hábitos de vida são escassos, o que impos-sibilitacomparac¸ões.Entretanto,Matsudoetal.28 fizeram um estudo no Estado de São Paulo e observaram que as pessoas do litoral eram mais ativas do que aquelas que moravam nointerior. Isso podeestar relacionado à baixa oferta de equipamentos de lazer e instalac¸ões para ati-vidades físicas em cidades interioranas. Assimcomo pode estar relacionado à disponibilidade, acessibilidade e qua-lidade de conservac¸ão dos alimentos nessa região, onde háreconhecidaescassezderecursoshídricosfundamentais tantoparaproduc¸ãocomoparaprocessamentodealimentos frescos.
Por outro lado,adolescentes que moramna área rural tinham uma diminuic¸ão de 22% na chance de exposic¸ão simultânea a maior número de comportamentos de risco àsaúdequandocomparadoscomosqueresidiamem área urbana.Issopodeserexplicadopelascaracterísticas espe-cíficas dos tipos de atividades nas áreas rurais, as quais demandammaiorgastoenergéticoparaocumprimento des-sastarefas (ex.agriculturaextensiva efamiliar, pecuária, extrativismovegetal,extrativismomineral,entreoutros),29 alémdomaioracessoaalimentoscomocereaisederivados
(feijão,arrozemilho),raízes(batata,mandiocaeoutros), osquaissãoessencialmenteprodutosdocultivoda agricul-turafamiliar,alémdomenoracesso arefeic¸õesprontas e misturasindustrializadas.30
A carência de estudos semelhantes dificulta a comparac¸ão dos achados do presente estudo. O que foiencontradonaliteraturaficoulimitadoàsinvestigac¸ões queavaliaramaassociac¸ãodessesfatorescomaexposic¸ão isoladaaumououtrocomportamentoderisco.Osestudos congêneresdisponíveis13-17 adotaramprocedimentos meto-dológicosbastantediversificados,particularmentequantoa tipo,quantidadeedefinic¸ãodasvariáveiscaracterizadoras derisco.
Ageneralizac¸ãodosresultadosdopresenteestudodeve serefetuadacomcautela,poissomenteadolescentes estu-dantesdaredepúblicaestadualforamincluídos.Épossível assumirqueosresultadossejamdiferentesemamostrasde adolescentesestudantesdeescolasprivadaseentre aque-lesquenãoestãoengajadosnosistemaformaldeeducac¸ão. Por outro lado, a decisão de não incluir escolas do sis-temaprivadonoplanejamentoamostralfoidecorrente da constatac¸ãodequemaisde80%dosadolescentes pernambu-canosestavammatriculadosemescolaspúblicasestaduais. Vale ressaltar que as prevalências apresentadas neste estudorevelamumcenário observadojá há algum tempo e, portanto, a interpretac¸ão desses parâmetros deve ser efetuada com atenc¸ão, pois algumas mudanc¸as sociais e demográficas que ocorreram na região Nordeste durante esseperíodopodemterafetadoessesindicadores.Poroutro lado,nãoéplausíveladmitirqueasassociac¸õesqueforam identificadas e relatadas neste estudo seriam diferentes emdecorrênciadaeventualmodificac¸ãonaprevalênciade algumfator.
Apesar dos bons níveis de reprodutibilidade do instru-mento, não se pode descartar a possibilidade de viés de informac¸ão,jáqueadolescentestendemasuperestimarou, eemoutrasocasiões,subestimaraexposic¸ãoacondutasde risco.
No entanto, os achados deste levantamento adicio-nam importantes evidências ao corpo de conhecimento disponível sobre prevalência e os fatores associados à simultaneidade de comportamentos de risco à saúde em adolescentes.Alémdisso,oestudofoiconduzidocomuma amostra relativamente grande, representativa dos estu-dantes do ensino médio da rede pública no Estado de Pernambuco. Acredita-se que as evidências apresentadas neste estudo podem auxiliar na identificac¸ão de subgru-posmais vulneráveis e contribuirconsequentementepara tomadadedecisõese paraoplanejamentodeestratégias de intervenc¸ão adequadas. Além disso, podem suscitar o desenvolvimentodeoutrasinvestigac¸ões.
menorchancedeexposic¸ãosimultâneaamaiornúmerode comportamentosderisco.
Financiamento
ConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientífico e Tecno-lógico (CNPq), processo 486023/2006-0, Coordenac¸ão de Aperfeic¸oamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Procad-NF 178/2010, e Fundac¸ão de Amparo à Ciência e Tecnologiado Estado de Pernambuco (Facepe), mediante concessãodebolsasdeestudo.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
AoConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientíficoe Tec-nológico,àCoordenac¸ãodeAperfeic¸oamentodePessoalde NívelSuperioreàFundac¸ãodeAmparoàCiênciae Tecnolo-giadoEstadodePernambucoporseuaportefinanceiro,sem oqualnãoseriapossívelfazeroestudo.
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