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Aplicação de Diferentes Programas de Exercício Físico em Idosos em Diferentes Contextos - Relatório de Estágio.

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Academic year: 2021

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(1)Aplicação de Diferentes Programas de Exercício Físico em Idosos em Diferentes Contextos – Relatório de Estágio. Relatório de Estágio apresentado com vista à obtenção do 2º ciclo em Atividade Física para a Terceira Idade ao abrigo do artigo 20º do Decreto-Lei nº74/2006 de 24 de março.. Orientadora: Professora Doutora Joana Carvalho. Joana Portilho Magalhães. Porto, 2014.

(2) Magalhães, J. I. P., (2014). Aplicação de Diferentes Programas de Exercício Físico em Idosos em Diferentes Contextos – Relatório de Estágio. Porto: J. Magalhães. Relatório de Estágio para a obtenção do grau de Mestre em Atividade Física para a Terceira Idade, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. Palavras-chave: IDOSOS, EXERCÍCIO FÍSICO, MUSCULAÇÃO, TREINO MULTICOMPONENTE, INSTITUCIONALIZAÇÃO..

(3) Este trabalho foi realizado no âmbito do trabalho do CIAFEL suportado pelo PEst-OE/SAU/UI0617/2014..

(4)

(5) Aos cinco mais um. Aos meus pais por tudo o que alcancei e pelo contínuo apoio e incentivo neste meu percurso académico. À minha irmã pela ajuda e apoio incondicional em todos os momentos, mas especialmente nos maus. Ao Arnaldo e ao Martim por me distraírem constantemente dos estudos e proporcionarem momentos divertidos. Ao Piti Bitocas pela companhia durante a realização do relatório..

(6)

(7) Agradecimentos Agradeço a todos os que de alguma forma me acompanharam e ajudaram ao longo destes dois anos de Mestrado, mas em especial às pessoas que passo de seguida a citar. Aos meus pais e irmã, pois sem vocês eu não teria chegado até aqui. À Professora Doutora Joana Carvalho por todos os conhecimentos que me foram transmitidos e pela sua disponibilidade e orientação sempre que solicitada. À Professora Susana Carrapatoso por todo o apoio, paciência e disponibilidade sempre em doses desmedidas, o meu sincero obrigada. Aos meus colegas de mestrado, Tiago Resende e Sofia Silva pela vossa amizade nestes dois anos. À Lara Pinto por tudo, mas principalmente pela paciência e ajuda. Aos idosos, pela contribuição exemplar ao longo de todo o estágio, proporcionando-me uma experiência inesquecível. Sem vocês, este estágio não seria o mesmo. O meu muito obrigada a todos vocês.. VII.

(8) VIII.

(9) Índice Geral. Índice Geral Agradecimentos ........................................................................................................................ VII Resumo ..................................................................................................................................... XIX Abstract ..................................................................................................................................... XXI Lista de Abreviaturas ............................................................................................................ XXIII 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... XXVII 2. REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................................... 31 2.1. Envelhecimento............................................................................................................ 33 2.1.1. Conceito de Idoso................................................................................................... 33 2.1.2. Conceito de envelhecimento ................................................................................ 35 2.1.3. Dados Demográficos ............................................................................................. 37 2.1.4. Patologias ................................................................................................................ 39 2.2. Institucionalização ....................................................................................................... 44 2.3. Atividade Física e Exercício Físico ........................................................................... 47 2.3.1. Definir conceitos ..................................................................................................... 47 2.3.2. Importância e benefícios ....................................................................................... 47 2.3.3. Fatores determinantes para a prática AF e EF.................................................. 50 2.3.3.1. Determinantes individuais e interpessoais ................................................. 50 2.3.3.2. Determinantes ambientais e políticos ......................................................... 51 2.3.4. Princípios do exercício físico, programas e recomendações .......................... 52 2.3.4.1. Estrutura e princípios do exercício físico .................................................... 53 2.3.4.2 Musculação ...................................................................................................... 56 2.3.4.2.1. Estrutura e princípios do treino de musculação ................................. 58 2.3.4.2.2. Recomendações ..................................................................................... 60 2.3.4.3. Treino Multicomponente................................................................................ 62 2.3.4.3.1. Estrutura e componentes do treino multicomponente ...................... 63 2.3.4.3.2. Recomendações ..................................................................................... 68 3. ESTÁGIO................................................................................................................................. 73 3.1. Expectativas Iniciais .................................................................................................... 75 3.2. Contexto Prático .......................................................................................................... 76 3.2.1. Grupo de idosos da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto ....... 77 3.2.1.1. Caraterização da Turma ................................................................................ 77 3.2.1.1.1. Questionário.......................................................................................... 77 IX.

(10) Índice Geral. 3.2.1.1.2. Bateria de testes .................................................................................. 83 3.2.1.2. Planeamento Anual ........................................................................................ 98 3.2.1.3. Justificação do planeamento anual............................................................ 100 3.2.1.4. Resultados ..................................................................................................... 104 3.2.1.5. Reflexão sobre o efeito do treino de Musculação na aptidão física do idosos 108 3.2.1.6. Reflexão geral do estágio com a turma de musculação da FADEUP .. 110 3.2.2. Grupo de Idosos da Santa Casa da Misericórdia do Porto........................... 111 3.2.2.1. Caracterização da turma ............................................................................. 111 3.2.2.1.1. Questionário .......................................................................................... 111 3.2.2.1.2. Bateria de Testes .................................................................................. 116 3.2.2.2. Planeamento anual ...................................................................................... 126 3.2.2.3. Justificação do planeamento anual ........................................................... 128 3.2.2.4. Resultados ..................................................................................................... 130 3.2.2.5. Reflexão sobre o efeito do treino Multicomponente na aptidão física dos idosos 133 3.2.2.6. Reflexão geral do estágio com a turma de ginástica de manutenção da SCMP 134 4. CONCLUSÃO E PERSPETIVAS DE FUTURO .......................................................................... 137 5. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 141 6. ANEXOS ............................................................................................................................. CLXV. X.

(11) Índice de Figuras. Índice de Figuras Figura 1 - Pirâmide Etária de Portugal, 2007-2012. ........................................................... 38 Figura 2 - Relação entre os métodos de treino da força e os pré-quesitos de que depende a força. ....................................................................................................................................... 59 Figura 3 - Género dos alunos da turma de musculação. ................................................... 77 Figura 4 - Número de indivíduos do género masculino por escalão de idades. ............ 78 Figura 5 - Número de indivíduos do género feminino por escalão de idades. ............... 78 Figura 6 - Estado civil dos alunos da turma de musculação. ............................................ 79 Figura 7 - Patologias dos alunos da turma de musculação. .............................................. 80 Figura 8 - Estado de saúde dos alunos da turma de musculação. .................................. 81 Figura 9 - Prática desportiva anterior e atual dos alunos da turma de musculação. ..... 81 Figura 10 - Tipo de AF praticada atualmente pelos alunos da turma de musculação. . 82 Figura 11 - Objetivos de participação nas aulas dos alunos da turma de musculação. 83 Figura 12 - Género dos alunos da turma do lar................................................................. 111 Figura 13 - Número de indivíduos do género masculino por escalão de idades. ........ 112 Figura 14 - Número de indivíduos do género feminino por escalão de idades. ........... 112 Figura 15 - Estado civil dos alunos da turma do lar. ......................................................... 113 Figura 16 - Patologias dos alunos da turma do lar. .......................................................... 114 Figura 17 - Estado de saúde dos alunos da turma do lar. ............................................... 114 Figura 18 - Prática desportiva anterior e atual dos alunos da turma do lar. ................. 115 Figura 19 - Objetivos de participação nas aulas dos alunos da turma do lar. .............. 116. XI.

(12) XII.

(13) Índice de Quadros. Índice de Quadros. Quadro 1 - Algumas evidências dos benefícios da atividade física regular durante o envelhecimento. ........................................................................................................................ 48 Quadro 2 - Recomendações para o treino aeróbio em idosos. ........................................ 69 Quadro 3 - Recomendações para o treino de força em idosos. ....................................... 70 Quadro 4 - Recomendações para o treino de flexibilidade em idosos. ........................... 71 Quadro 5 - Planeamento anual para o grupo de idosos de musculação da FADEUP. 99 Quadro 6 - Planeamento anual inicial para o grupo de idosos da ginástica de manutenção da SCMP. ......................................................................................................... 126 Quadro 7 - Reajustamento do planeamento anual para o grupo de idosos da ginástica de manutenção da SCMP. .................................................................................................... 127. XIII.

(14) XIV.

(15) Índice de Tabelas. Índice de Tabelas Tabela 1 – Estatística descritiva dos resultados da avaliação inicial da totalidade da turma de musculação. ............................................................................................................. 85 Tabela 2 - Avaliação inicial segundo o escalão etário do género masculino da turma de musculação da FADEUP......................................................................................................... 86 Tabela 3 - Avaliação inicial segundo o escalão etário do género feminino da turma de musculação da FADEUP......................................................................................................... 87 Tabela 4 - Valores de referência da Associação Portuguesa de Dietistas para o IMC de idosos. ........................................................................................................................................ 89 Tabela 5 - Valores de referência do teste “Levantar e sentar na cadeira”, validados para a população portuguesa. ......................................................................................................... 91 Tabela 6 - Valores de referência do teste “Flexão do antebraço”, validados para a população portuguesa. ............................................................................................................ 92 Tabela 7 - Valores de referência do teste “Sentado e alcançar”, validados para a população portuguesa. ............................................................................................................ 93 Tabela 8 - Valores de referência do teste “Sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar”, validados para a população portuguesa. .............................................................................. 95 Tabela 9 - Valores de referência do teste “Alcançar atrás das costas”, validados para a população portuguesa. ............................................................................................................ 96 Tabela 10 - Valores de referência do teste “Andar 6 minutos”, validados para a população portuguesa. ............................................................................................................ 97 Tabela 11 - Equações de predição de 1RM....................................................................... 102 Tabela 12 – Resultados médios da turma de musculação por parâmetro, no Momento 1 e no Momento 2. ..................................................................................................................... 105 Tabela 13 - Resultados do teste não paramétrico para amostras relacionadas nas variáveis AI: Flexão do Antebraço e AF: Flexão do Antebraço. ..................................... 107. XV.

(16) Índice de Tabelas. Tabela 14 - Estatística descritiva dos resultados da avaliação inicial da totalidade da turma do lar. ............................................................................................................................ 117 Tabela 15 - Avaliação inicial segundo o escalão etário do género masculino da turma de ginástica de manutenção da SCMP. ................................................................................... 118 Tabela 16 - Avaliação inicial segundo o escalão etário do género feminino da turma de ginástica de manutenção da SCMP. ................................................................................... 119 Tabela 17 – Valores do teste “Dois Minutos Step” validada para os homens da população americana. ............................................................................................................................... 124 Tabela 18 - Valores do teste “Dois Minutos Step” validada para as mulheres da população americana. ........................................................................................................... 124 Tabela 19 - Resultados da turma do lar por parâmetro, no Momento 1 e no Momento 2. ................................................................................................................................................... 130 Tabela 20 - Avaliação inicial e final de 1RM. ..........................................................CLXXXIII. XVI.

(17) Índice de Anexos. Índice de Anexos. Anexo 1 – Questionário Turma Musculação ............................................................... CLXVII Anexo 2 – Questionário Turma Lar............................................................................... CLXXII Anexo 3 – Bateria de Testes de Rikli & Jones (2001) ............................................. CLXXVI Anexo 4 – Avaliação Inicial e Final de 1RM ............................................................CLXXXIII. XVII.

(18) XVIII.

(19) Resumo Com o aumento da esperança de vida e, consequentemente, aumento do número de idosos, urge a necessidade de aplicação de programas de atividade física, de forma a combater a incapacidade funcional e a aumentar a independência e qualidade de vida deste grupo etário. O principal objetivo deste estágio foi implementar programas de exercício físico a dois grupos de idosos em contextos distintos (8 idosos institucionalizados e 17 não-institucionalizados). Em função das capacidades físicas dos indivíduos de cada grupo, do contexto onde se encontravam inseridos e dos recursos materiais disponíveis, foram construídos dois programas de exercício físico específicos: um de treino multicomponente (ginástica de manutenção), para os idosos institucionalizados; e outro de treino de reforço muscular (musculação), para o grupo nãoinstitucionalizado. Os programas tiveram uma duração de 9 meses, com 2 sessões semanais de 50 a 60 minutos cada. Para avaliação da aptidão física dos idosos participantes, realizada no início e final dos programas, foi utilizado o “Functional Fitness Test” de Rikli e Jones (2001). Após verificar a normalidade das populações através do teste de Shapiro-Wilk, as diferenças entre momentos de avaliação (Pré vs Pós) foram analisadas pelo Teste T para amostras emparelhadas, no caso de populações normais. e. pelo. Teste. não-paramétrico. de. Wilcoxon. para. amostras. emparelhadas, no caso das populações não normais. Os resultados obtidos evidenciam diferenças significativas entre a avaliação inicial e a avaliação final para cada um dos grupos na maioria dos parâmetros avaliados, o que sugere uma melhoria na aptidão física dos idosos e a eficácia dos programas de exercício físico aplicados, contribuindo deste modo para um envelhecimento mais ativo e saudável.. Palavras-chave: IDOSOS, EXERCÍCIO FÍSICO, MUSCULAÇÃO, TREINO MULTICOMPONENTE, INSTITUCIONALIZAÇÃO.. XIX.

(20) XX.

(21) Abstract The increase in the number of elderly adults of nowadays arises the need for implementation of physical activity programs for this population in order to increase their independence and quality of life. The main objective of this study was to implement exercise programs in two groups of elderly in different contexts (8 institutionalized elderly and 17 noninstitutionalized). According to their physical fitness, context and material resources two specific exercise programs were built:. (I) multicomponent training for the. institutionalized elderly; (II) and another of muscle strength training for the noninstitutionalized group. The programs were applied for a 9 months period with two sessions per week of 50-60 minutes each. To assess the physical fitness of elderly participants the “Functional Fitness Test” of Rikli and Jones (2001) was applied at the beginning and at the end of the programs. After checking the normality (Shapiro-Wilk Test), a paired t-test for normal cases and a Wilcoxon Test for non-normal data were applied. The results show significant differences between baseline and the final evaluation for each group in the majority of parameters, suggesting an improvement in the physical fitness of the elderly and the effectiveness of applied exercise programs, thereby contributing to an active and healthy aging.. Key words: ELDERLY, EXERCISE, STRENGTH, MULTICOMPONENT TRAINING, INSTITUTIONALIZATION.. XXI.

(22) XXII.

(23) Lista de Abreviaturas %MG - Percentagem de Massa Gorda < - Sinal de Menor <P25 – Abaixo do percentil 25 = - Sinal de Igual > - Sinal de Maior >P75 – Acima do percentil 75 ♀ - Mulheres ♂ - Homens 1 RM – Uma Repetição Máxima 2min Step – Teste “Dois Minutos Step” A6 – Teste “Andar 6 minutos” AAC – Teste “Alcançar atrás das costas” ACSM – American College of Sports Medicine AF – Atividade Física AHA - American Heart Association ApF – Aptidão Física Cit. – Citado por cm – Unidade de medida Centímetros D.G. – Dinâmicas de Grupo EF – Exercício Físico ESE - Escala Subjetiva de Esforço. XXIII.

(24) et al. – e outros F.M. – Festa do Magusto F.P. – Festa da Páscoa FA – Teste “Flexão do Antebraço” FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Flexi. – Flexibilidade i.e. – isto é IMC – Índice de Massa Corporal INE – Instituto Nacional de Estatística J. Lúdicos – Jogos Lúdicos Kg – Unidade de medida Quilogramas LS – Teste “Levantar e Sentar na cadeira” m – Unidade de medida Metros M1 – Momento 1 M1+M2 – Avaliação inicial (Momento 1) e Avaliação Final (Momento 2) M2 – Momento 2 MI – Membros Inferiores mmHg – Unidade de medida Milímetro de mercúrio MS – Membros Superiores N – Número de indivíduos Neuro. – Treino Neuromotor NU – Nações Unidas OMS – Organização Mundial de Saúde. XXIV.

(25) OND - Observatório Nacional da Diabetes ONU – Organização das Nações Unidas P25 – Dentro do percentil 25 P25-P50 – Entre o percentil 25 e o percentil 50 P50 – Dentro do percentil 50 P50-P75 – Entre o percentil 50 e o percentil 75 P75 – Dentro do percentil 75 pág. – Página PNS – Plano Nacional de Saúde R.A. – Resistência Muscular Alta R.M. – Resistência Muscular Média R.B. – Resistência Muscular Baixa Resist. – Resistência Aeróbia SA – Teste “Sentado e Alcançar” SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia SC – Teste “Sentado e Caminhar” SCMP – Santa Casa da Misericórdia do Porto SFT - Senior Fitness Test VO2máx - Consumo Máximo de Oxigénio. XXV.

(26) XXVI.

(27) 1. INTRODUÇÃO. XXVII.

(28) XXVIII.

(29) Introdução. Atualmente deparamo-nos com uma população cada vez mais envelhecida. Este aumento do envelhecimento resulta do aumento da esperança de vida assim como da diminuição das taxas de mortalidade, natalidade e fecundidade (Carvalho 2009; Mota-Pinto et al., 2011). Dados publicados pelas Nações Unidas (2011) indicam uma expectativa de que o número de idosos em todo o mundo irá triplicar entre 2010 e 2050, passando de 760 milhões de idosos para 2 biliões. Apesar deste aumento da longevidade ser um objetivo há muito esperado, este é acompanhado por um aumento no aparecimento de doenças crónicas e incapacidades (Duca et al., 2012; Lima et al., 2011), uma vez que o envelhecimento leva a alterações no estilo de vida e, com isto, a alterações nas suas capacidades físicas e funcionais (Lima et al, 2011). Desta forma, os idosos apresentam-se como o grupo etário com as maiores taxas de debilidades, incapacidades funcionais e recursos a serviços de saúde (Nylen et al., 2010). As debilidades e limitações apresentadas pelos idosos e associadas a baixos níveis de atividade física têm sido identificadas como os principais fatores associados à institucionalização (Duca et al., 2012). No entanto, estes fatores também são uma consequência da institucionalização devido à falta de atividade física promovida pelas instituições (Ferreira et al., 2013; Pintagui et al., 2012). Verifica-se assim uma crescente preocupação a nível mundial para a aplicação de políticas públicas que promovam a manutenção da independência e bem-estar dos idosos e respondam eficazmente a todos os desafios inerentes a este grupo etário (Strine et al., 2008). A prática de atividade física (AF) regular parece ser uma solução, uma vez que apresenta benefícios para a manutenção de um estilo de vida saudável, assim como para a promoção da capacidade funcional, independência, qualidade de vida e composição corporal (ACSM, 2014; Gudlaugsson et al., 2012; Lima et al., 2011). Assim sendo, ao longo dos anos foram desenvolvidas – por organizações como o American College of Sports Medicine (ACSM) e o American Heart Association (AHA) – várias estratégias e recomendações de AF, dentro das quais. 29.

(30) Introdução. destaco o trabalho de reforço muscular -. musculação e o treino. multicomponente, que se enquadra na ginástica de manutenção. A musculação tem sido cada vez mais utilizada como um meio para o desenvolvimento da capacidade funcional dos idosos, mantendo e promovendo a saúde (Carvalho & Mota, 2012). Também o treino multicomponente se apresenta bastante benéfico em idosos, especialmente nos que nunca realizaram exercício físico (Gudlaugsson et al., 2012). Desta forma, com a realização do meu estágio, vou desenvolver estes dois métodos de treino em função das capacidades, limitações e motivações dos dois grupos de idosos em questão: o grupo de musculação da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) e o grupo de ginástica de manutenção da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP).. 30.

(31) 2. REVISÃO DA LITERATURA 31.

(32) 32.

(33) Revisão da Literatura. Apenas com conhecimento do conteúdo podemos adquirir conhecimento pedagógico do mesmo (Siedentop, 2002). Segundo Amade-Escot (2000), o conhecimento do conteúdo permite aos estudantes-professores: reconhecer os problemas e dificuldades presentes nos seus alunos; delinear planos com mais facilidade e detalhe; desenvolver estratégias de ensino e aprendizagem; e lecionar as suas aulas com mais “conforto” e entusiasmo. Assim, de forma a compreender o contexto, particularidades e temáticas inerentes ao meu estágio, decidi efetuar uma revisão de literatura com ênfase sobre os seguintes temas: envelhecimento, institucionalização e AF e exercício físico (EF).. 2.1. Envelhecimento Uma atenta revisão literária demonstra a dificuldade existente em encontrar unanimidade de conceitos, como é o caso do conceito de idoso, de envelhecimento e de velhice.. 2.1.1. Conceito de Idoso. Segundo Veras (cit. por Lopes, 2012) “Envelhecer é um termo impreciso, e a sua realidade difícil de perceber. Nada flutua mais do que os limites da velhice em termos de complexidade fisiológica, psicológica e social”. De facto, verificamos que os diversos critérios existentes, critérios médicos, sociais e socioeconómicos, divergem entre si e apresentam a mesma dificuldade em definir o momento em que nos tornamos velhos (Comerlato et al., 2007). Enquanto uns priorizam os critérios de independência funcional (aparecimento dos primeiros sinais de dependência); outros baseiam-se em critérios socioeconómicos (momento de entrada na reforma); ou ainda na hierarquia cronológica do indivíduo (Farinatti, 2008). Sendo os critérios socioeconómicos os menos utilizados devido à dificuldade de universalização, os critérios funcionais e as hierarquias. 33.

(34) Revisão da Literatura. cronológicas são as classificações mais utilizadas para definir o indivíduo idoso. Desta forma, irei então apresentar os exemplos mais frequentemente empregues. Para uma classificação cronológica, Spirduso (1995) apresenta uma divisão em cinco categorias: meia-idade (45 a 64 anos); idosos jovens (65 a 74 anos); idosos (75 a 84 anos); idosos-idosos (85 a 99 anos); e extremamente idosos (mais de 100 anos). A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta uma categorização ligeiramente diferente, considerando “idosos” os indivíduos com idades compreendidas entre os 60 e os 74 anos; “velhos” os que se encontram entre os 75 e os 90 anos; e “grandes velhos” aqueles com mais de 90 anos (OMS, 1995). Já a Organização das Nações Unidas (ONU) utiliza apenas uma classificação em duas categorias: idoso (a partir dos 60 anos) e extremamente idoso (a partir dos 80 anos) (ONU, 1999). Relativamente à classificação funcional, Shephard (1997) apresenta a seguinte categorização: meia-idade (segunda parte da vida profissional, entre os 40 e os 65 anos); idoso (reformado, diminutas dificuldades funcionais, entre os 65 e os 75 anos); muito idoso (percetíveis dificuldades funcionais, mas relativamente independente, entre os 75 e os 85 anos); e extremamente idoso (necessidade de cuidados constantes, mais de 85 anos). Outros autores como Birrem e Cunningham (1985) referem a existência, não de uma mas de três idades: a idade biológica, que se encontra relacionada com o envelhecimento orgânico; a idade psicológica, que está relacionada com as capacidades cognitivas utilizadas para se adaptar às mudanças ambientais; e a idade social, que se encontra relacionada com a cultura do meio. Ainda assim, e apesar da exposta redução da categorização do idoso aos exemplos mais frequentemente utilizados, as várias sugestões de classificação, a explicação e interpretação das mesmas, continua a não apresentar muita universalidade de conceitos. Desta forma, todo o critério escolhido para classificar o adulto será sempre discutível.. 34.

(35) Revisão da Literatura. 2.1.2. Conceito de envelhecimento. À semelhança do conceito de idoso, também o conceito de envelhecimento apresenta uma variedade de hipóteses junto da literatura, sendo difícil o consenso na definição deste conceito. Os precursores do estudo do processo de envelhecimento, Metchnikoff (em 1903) e Nascher (em 1909), acompanharam com atenção a evolução da humanidade e instituíram as bases da geriatria e da gerontologia (Netto, 2006). A definição mais básica do seu conceito consiste no processo de envelhecer e, segundo Uddid et al. (2013), apresenta-se como um processo biológico, contínuo, complexo e dinâmico, tendo início no momento do nascimento e fim no momento da morte, sendo este vivido pela humanidade em todos os tempos. Os autores referem ainda que não morrendo nos primeiros anos de vida, todos envelhecerão e vivenciarão os efeitos deste processo. Da mesma forma Farinatti (2008) refere que o envelhecimento não é um fenómeno estático, mas sim o ponto culminante e o prolongamento de um processo contínuo que envolve vários fatores e ultrapassa os parâmetros cronológicos. Spirduso et al. (2005) também vão de encontro às definições anteriormente descritas ao definir o processo de envelhecimento como um processo ou um conjunto de processos que ocorrem no nosso organismo e que levam à falta de funcionalidade, de adaptabilidade e consequentemente à morte. Já Meneses et al. (2013) apresentam o envelhecimento como um fenómeno biológico que envolve a perda da capacidade funcional necessária para a realização das atividades de vida diária. Uma definição mais simples é apresentada por Morrison e Newell (2012) e Thompson (2009), afirmando que o envelhecimento é caracterizado por um declínio geral nas funções fisiológicas e psicológicas. Lima et al. (2008) expõem no seu trabalho uma definição para envelhecimento e outra definição para velhice, uma vez que estes termos são muitas vezes confundidos. Segundo os autores, o envelhecimento é um evento. 35.

(36) Revisão da Literatura. progressivo e multifatorial; e a velhice uma experiência potencialmente bem sucedida, heterogénea e vivida com muita ou pouca qualidade de vida. Da mesma forma, Fontaine (2000) distingue os dois termos. Para o autor o envelhecimento consiste num conjunto de fenómenos que provocam alterações no organismo em função do tempo e a velhice num estado próprio da respetiva faixa etária. Todas estas definições permitem-nos concluir que envelhecer consiste num processo que tem início no momento em que nascemos, sendo o mesmo lento, gradual e fatal para todos nós. Este é responsável por provocar alterações biológicas, fisiológicas, psicológicas e psicossociais que decorrem de vários fatores. Foi no século XX, com Papaleo Netto, que surgiram grandes avanços na ciência do envelhecimento, tendo sido este o responsável por salientar a fronteira entre a senescência e a senilidade, ou seja, entre o envelhecimento primário e secundário (Netto, 2006). Autores como Spirduso et al., (2005) e Barreto (2005) referem que o envelhecimento primário é o resultado dos processos degenerativos associados a fatores genéticos e que o envelhecimento secundário é o resultado de doenças ou traumatismos que aceleram o processo natural de envelhecimento. De forma a compreender as alterações decorrentes deste processo, várias hipóteses e teorias têm sido formuladas. As principais teorias interpretativas são as Teorias Evolucionistas ou Deterministas e as Teorias Mecanistas ou Estocásticas. Segundo as Teorias Mecanistas ou Estocásticas o envelhecimento decorre de contínuas lesões que levam ao desgaste e, naturalmente, à disfunção celular e morte (Pinto & Botelho, 2007). De acordo com as Teorias Evolucionistas ou Deterministas, o envelhecimento é resultado do declínio na força da seleção natural, ou seja, a longevidade do mesmo só é alcançada se for benéfica para a sua capacidade de reprodução (Hughes & Reynolds, 2005).. 36.

(37) Revisão da Literatura. Estas teorias permitem compreender que diferentes espécies têm uma longevidade máxima marcada e, no caso dos humanos, essa ronda os 120 anos (Pinto & Botelho, 2007). Com tudo isto, podemos constatar que o envelhecimento constitui um complexo processo que apresenta implicações tanto para o indivíduo que o vivencia, assim como, para a sociedade em que está inserido. Por se tratar de um processo inerente e irreversível a que todos os seres vivos estão sujeitos, carece e merece um conhecimento mais aprofundado, principalmente, nesta fase em que Portugal enfrenta um aumento do envelhecimento populacional.. 2.1.3. Dados Demográficos. A esperança média de vida tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos. Este aumento deve-se a diversos fatores que incluem avanços na medicina, evolução das técnicas de fisioterapia, melhores conhecimentos sobre nutrição, prática de AF regular e ainda, mas não menos importante, a rápida difusão de informação pelos meios de comunicação (ACSM, 2009; Filho et al., 2013). Atualmente, instituições médicas e sociais estão a focar as suas atenções na saúde e bem-estar dos idosos e no impacto do seu crescimento numérico nas sociedades nos próximos anos. A sociedade ocidental, a Europa e os Estados Unidos da América, enfrenta as grandes mudanças do equilíbrio etário da população que irá, certamente, reestruturar a organização etária nos próximos 20 anos (Bergamin et al., 2012). Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal continua a apresentar uma propensão para o envelhecimento demográfico, o que está a provocar uma reestruturação do perfil das pirâmides etárias (INE, 2013). Este facto pode ser observado na Figura 1, onde é notório um estreitamento da base da pirâmide e um alargamento do segmento correspondente às pessoas idosas, ou seja, o topo da pirâmide.. 37.

(38) Revisão da Literatura. Fonte: INE (2013). Figura 1 - Pirâmide Etária de Portugal, 2007-2012.. Esta reestruturação apresenta como resultado um aumento do índice de envelhecimento que, entre 2007 e 2012, aumentou de 114 para 131 pessoas idosas por cada 100 jovens (INE, 2013). Portugal é hoje um dos países do mundo onde a população está cada vez mais envelhecida. Com base na proporção de indivíduos na população, que têm idade igual ou superior a 60 anos, Portugal ocupa o 7º lugar no ranking dos países mais envelhecidos (ONU, 2012). As estimativas mais recentes, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística em 2013, apresentam um quadro de envelhecimento demográfico bastante acentuado, com uma população idosa de 19,4% e uma população jovem de 14,8%, sendo a esperança média de vida à nascença de 79,63 anos. Dados publicados pela Organização das Nações Unidas (ONU), apontam, ainda, para a existência em Portugal de 300 pessoas com 100 ou mais anos de idade, prevendo-se que em 2025 esse número ascenda aos 1.800 e, em 2050, atinja 6.400 pessoas (ONU, 2002).. 38.

(39) Revisão da Literatura. Segundo os dados publicados na “Worlds Population to 2300”, prevê-se que para o ano de 2050 um décimo da população mundial terá mais de 65 anos e o segmento etário com um crescimento mais rápido, será o que inclui pessoas com idades superiores a 80 anos (ONU, 2004). Assim, importa não apenas conhecer o processo de envelhecimento e as suas consequências para funcionalidade e saúde, mas sobretudo, tentar encontrar formas que aumentem a qualidade de vida desta crescente população. Passemos de seguida a analisar as patologias mais comuns deste escalão etário.. 2.1.4. Patologias. O processo de envelhecimento aumenta a fragilidade da estrutura e funcionalidade do nosso organismo, facilitando o desenvolvimento de várias doenças (Merquiades et al., 2009). Segundo o Plano Nacional de Saúde (PNS) elaborado em 2011, o envelhecimento e os estilos de vida pouco saudáveis são responsáveis pelo incremento da prevalência de doenças crónicas. Da mesma forma, Civinski et al. (2011) referem que as alterações ocorridas durante o envelhecimento estão mais relacionadas com o estilo de vida do que com a idade cronológica. Civinski et al. (2011) referem ainda que a perda da funcionalidade e da adaptabilidade característica do envelhecimento, e referida anteriormente, acarreta desequilíbrios para o organismo e deixa o idoso mais fragilizado, chegando mesmo a diminuir a sua esperança de vida. Segundo. Alves. et al.. (2007) as. doenças. crónicas. são mais. frequentemente diagnosticadas em idosos, verificando-se um aumento da ocorrência das mesmas à medida que a incapacidade funcional diminui. Shephard (1997) refere que o envelhecimento afeta o bem-estar geral, a saúde metabólica, a função endócrina, a função mental, a função respiratória, a função músculo esquelética (Merquitades et al., 2009; PNS, 2011), a função renal (Merquitades et al., 2009) e a função cardiovascular (Merquitades et al., 2009; PNS, 2011).. 39.

(40) Revisão da Literatura. Vários autores referem que as principais doenças relacionadas com o envelhecimento são: artrite (Civinski et al., 2011); osteoartrose (Civinski et al., 2011; Felipe & Zimmermann, 2011); osteoporose (Civinski et al., 2011; Felipe & Zimmermann, 2011); doenças cardiovasculares (Alves et al., 2007; Civinski et al., 2011; Felipe & Zimmermann, 2011); hipertensão arterial (Alves et al., 2007; Civinski et al., 2011; Felipe & Zimmermann, 2011); diabetes (Alves et al., 2007; Civinski et al., 2011; Felipe & Zimmermann, 2011); doenças neurodegenerativas (Ferreira et al., 2013); doenças pulmonares (Alves et al., 2007); e cancro (Alves et al., 2007). Desta forma, torna-se pertinente para os profissionais relacionados com a área da geriatria, o domínio das patologias mais frequentes nos idosos, uma vez que contribuem, através de terapias e programas de promoção de saúde, para a melhoria da qualidade de vida dos mesmos (Felipe & Zimmermann, 2011).. Artrite A artrite consiste numa inflamação das articulações e é um motivo de sofrimento para muitas pessoas idosas, sendo dada à dor e à rigidez mais importância que à própria inflamação (Thomas et al., 2004). São vários os tipos de doenças reumáticas, existindo mais de 100 tipos, no entanto as mais comuns são a osteoartrite e a artrite reumatóide (ACSM, 2014). A osteoartrite apresenta uma elevada incidência em pessoas idosas perto dos 70 anos e consiste numa alteração crónica da cartilagem, ossos e alguns tecidos que envolvem as articulações (Civinski et al., 2011; Nieman, 2003; Thomas et al., 2004). Os sintomas mais comuns decorrentes desta patologia são a dor (acentuada no início do movimento e diminuta com a continuidade do movimento), rigidez, inchaço, deformação e perda de funcionalidade (Thomas et al., 2004). Desta forma, torna-se explícita a diminuição que a osteoartrite causa na qualidade de vida dos idosos. Como forma de prevenção e tratamento, é recomendada a realização de EF, fisioterapia e tratamento farmacológico (Thomas et al., 2004).. 40.

(41) Revisão da Literatura. Relativamente à artrite reumatóide, é uma doença sistémica, severa e progressiva, de origem desconhecida (Civinski et al., 2011; Thomas et al., 2004) que causa cansaço, dor nas articulações, inflamação, rigidez e inchaço (Nieman, 2003; Thomas et al., 2004). Esta patologia também pode afetar outros órgãos e estruturas como o coração, os pulmões, os nervos, os gânglios linfáticos, os olhos e a boca (Civinski et al., 2011). A artrite reumatóide leva assim o indivíduo a uma condição de incapacidade (Nieman, 2003; Thomas et al., 2004) e morbidez, reduzindo em média a esperança de vida em 4 anos para os homens e em 10 anos para as mulheres (Civinski et al., 2011), sendo a sua incidência mais frequente nestas (Civinski et al., 2011; Nieman, 2003). Como forma de tratamento recomenda-se o tratamento farmacológico, assim como a fisioterapia, a terapia ocupacional e o EF (Thomas et al., 2004).. Osteoporose A osteoporose consiste numa desordem esquelética, localizada ou generalizada, que compromete a força óssea, reduzindo gradualmente a sua massa e densidade (Civinski et al., 2011; Dishman et al., 2004; Nieman, 2003), ou seja, tornando os ossos menos densos ou mais porosos (Thomas et al., 2004). Estas alterações estruturais levam a uma fragilidade óssea que influencia a qualidade de vida, uma vez que leva a um estado de incapacidade e aumenta o risco de fraturas (Civinski et al., 2011; Dishman et al., 2004 Nieman, 2003). Uma grande parte das pessoas com mais de 50 anos apresenta uma baixa densidade óssea (osteopenia), o que aumenta o risco de desenvolver osteoporose ao longo do tempo (Thomas et al., 2004). Existem dois tipos de osteoporose: a primária e a secundária. A osteoporose primária não apresenta uma causa específica, mas sim um conjunto de fatores de risco como: a idade avançada, ser-se do sexo feminino, ter história familiar de osteoporose, ter uma reduzida exposição ao sol, consumir quantidades insuficientes de vitamina D e Cálcio e não praticar EF (O’Sullivan & Schmitz, 2004; Thomas et al., 2004). Já a osteoporose secundária apresenta como causas: doenças específicas como os desequilíbrios hormonais,. 41.

(42) Revisão da Literatura. insuficiências renais e hepáticas ou fármacos como os corticosteroides (Thomas et al., 2004). Os principais sintomas da osteoporose não são percetíveis numa fase inicial, no entanto numa fase mais avançada expressam-se através da dor e das fraturas. As fraturas são consequência das quedas e esforços, mesmo sendo insignificantes (Dishman et al., 2004; Nieman et al., 2003; Thomas et al., 2004). Como tratamento e prevenção recomenda-se o EF, principalmente o que suporte o peso corporal (estimulando a formação óssea), assim como o consumo de vitaminas, exposição ao sol e o tratamento farmacológico (O’Sullivan & Schmitz, 2004; Thomas et al. 2004).. Diabetes A diabetes é uma doença resultante da deficiente produção de insulina ou utilização da mesma para o transporte de glucose no sangue até aos tecidos. Esta é muito frequente na população idosa, sendo que 15 a 25% da mesma sofre de diabetes (Thomas et al., 2004). A diabetes conduz a várias complicações como ataques cardíacos, insuficiência renal, cegueira, perda de sensibilidade e até mesmo amputação (Dishman et al., 2004; Thomas et al., 2004). Dishman et al. (2004) referem ainda que a diabetes leva a um aumento do risco de hipertensão arterial ou acidente vascular cerebral entre 2 a 4 vezes. Segundo o Observatório Nacional da Diabetes (OND), a prevalência da diabetes é de 11,7%, afetando maioritariamente idosos. O OND (2012) refere ainda que mais de um quarto da população portuguesa entre os 60 e os 79 anos tem diabetes. Tanqueiro (2013) afirma que o atual envelhecimento da população pode agravar este problema, uma vez que se espera que o número de diabéticos aumente à medida que a população idosa aumenta, existindo ainda uma relação inversa entre o nível educacional e a prevalência da diabetes (OND, 2012). Segundo o INE (2014) a diabetes é a responsável por 4,5% das mortes em Portugal, sendo a sua maioria mulheres com uma média de idades de 81,1 anos. Existem vários tipos de diabetes, no entanto, a mais comum e frequente em idosos é a diabetes tipo 2, em que o organismo dos mesmos não responde. 42.

(43) Revisão da Literatura. adequadamente à insulina produzida (O’Sullivan & Schmitz, 2004; Thomas et al., 2004). Os principais fatores de risco são a obesidade (80 a 90% dos diabéticos tipo 2 têm excesso de peso), a idade e a hereditariedade (Thomas et al., 2004). Os sintomas mais comuns são a produção de grande quantidade de urina, sede anormal, visão turva, vertigens e pouca resistência ao esforço (Thomas et al., 2004). Segundo Mohapatra (2014) e Thomas et al. (2004), a diabetes requer um rigoroso regime diário de medicação, uso de insulina, dieta e EF.. Doenças Cardiovasculares As doenças cardiovasculares constituem um conjunto de doenças que comprometem o coração e os vasos sanguíneos (Nieman, 2003). A doença arterial coronária e a cerebrovascular (acidente vascular cerebral) são as doenças cardiovasculares mais comuns (Dishman et al., 2004). A hipertensão arterial também se apresenta com uma prevalência elevada na população idosa. A doença arterial coronária resulta de um estreitamento das artérias coronárias devido à presença de placas de aterosclerose (Nieman, 2003). A aterosclerose consiste numa forma de arteriosclerose na qual se formam placas amarelas (ateromas) dentro das paredes vasculares. A arteriosclerose consiste num endurecimento das paredes das artérias (O’Sullivan & Schmitz, 2004). Segundo Nieman (2003) a aterosclerose é um dos fatores presentes em 85% das doenças cardiovasculares. O acidente vascular cerebral resulta de um rompimento ou obstrução dos vasos sanguíneos responsáveis pelo suprimento de oxigénio ao cérebro (Nieman, 2003). Segundo dados publicados pelo INE (2014) a média de idades de óbito é de 78,7 anos para os homens e de 83,1 anos para as mulheres. A hipertensão arterial é uma doença crónica não transmissível (Civinski et al., 2011) e de natureza multifatorial (Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC, 2010). Esta caracteriza-se por um aumento da pressão arterial, com um nível sistólico igual ou superior a 140 mmHg e/ou diastólico maior ou igual a 90mmHg (SBC, 2010) e associa-se com frequência a alterações funcionais e/ou. 43.

(44) Revisão da Literatura. estruturais dos órgãos-alvo como coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos, assim como, a alterações metabólicas, levando a um aumento do risco de eventos cardiovasculares (Dishman et al., 2004; Thomas et al., 2004) fatais e não-fatais (SBC, 2007; 2010). Em Portugal, segundo os dados do PNS (2011), estima-se que a prevalência de hipertensão arterial seja de aproximadamente 46%, resultando num fator determinante das elevadas taxas de morbi-mortalidade (SBC, 2010). Os sintomas da hipertensão nem sempre estão presentes, no entanto, cefaleias, hemorragias do nariz, zumbidos nos ouvidos e vermelhidão na pele encontram-se associados (O’Sullivan & Schmitz, 2004). Como prevenção e tratamento é recomendado um estilo de vida saudável, com um peso corporal adequado e a prática regular de desporto, e em último caso, o tratamento farmacológico (Thomas et al., 2004).. Exposto isto, convém ter em atenção todos os sinais e sintomas presentes nos idosos, de forma a prevenir o aparecimento ou agravamento destas patologias. Assim, os idosos devem ser corretamente acompanhados pelos familiares ou cuidadores responsáveis pelos mesmos, como no caso dos idosos institucionalizados.. 2.2. Institucionalização Como conseguimos observar anteriormente, a população envelhecida tem vindo a crescer mais rapidamente do que qualquer outro grupo etário. Este aumento do número de idosos é acompanhado por um conjunto de problemas de saúde que gradualmente levam a uma diminuição da capacidade física e a um aumento da dependência (Kawamoto et al., 2004). Desta forma os serviços de saúde e as instituições para idosos são cada vez mais uma solução. Considera-se instituição de longa permanência, lar ou residência, todo o estabelecimento de atendimento institucional em que o público-alvo são pessoas com 60 ou mais anos de idade, dependentes ou independentes, que não possuem condições para permanecer no domicílio ou com a família (Davim et. 44.

(45) Revisão da Literatura. al., 2004; Leite, 2014; Medeiros, 2012). As instituições devem então prestar um conjunto de serviços nas mais variadas áreas, de forma a suprimir as demandas desta faixa etária (Medeiros, 2012), ou seja, dar resposta às limitações do idoso, proporcionando segurança, conforto e independência para a realização das suas atividades de vida diárias (Leite, 2014). São vários os fatores que levam à institucionalização do idoso. Chaimowicz e Greco (1999) referem o suporte social precário, os rendimentos reduzidos, as doenças crónicas assim como as suas sequelas, a dependência na realização de atividades de vida diária e hospitalizações recentes, como fatores determinantes para a institucionalização. Os mesmo autores referem ainda que o declínio cognitivo e o stress dos familiares na prestação dos cuidados como fatores igualmente significativos. Num estudo realizado por Dagneaux (2008), os principais motivos de institucionalização, são os problemas psiquiátricos (31%) e os problemas gerais, como as quedas e a perda de autonomia (24%). Da mesma forma, Heyn et al. (2004) verificaram no seu estudo que idosos que desenvolvem disfunções cognitivas terminam muitas das vezes em instituições. Relativamente aos problemas gerais, num estudo realizado por Duca et al. (2012), observou-se que os baixos níveis de AF e de capacidade funcional estão associados à entrada em instituições. Apesar das limitações físicas e mentais representarem maior significância na tomada de decisão para a institucionalização, estes não são os únicos motivos. O isolamento e a viuvez também influenciam bastante este processo (Chaimowicz & Greco, 1999; Dagneaux, 2008; Duca et al., 2012). Esta nova modalidade de residência, apesar de ser a solução mais recorrente nestas situações, desloca a pessoa idosa para fora de seu habitual convívio familiar e exige uma necessidade de adaptação às rotinas das instituições, forçando os idosos a alterar hábitos de vida mantidos ao longo de anos. Apesar de algumas mudanças serem quase impercetíveis, estas podem desencadear modificações comportamentais e psicossociais, levando a um estado de depressão e isolamento (Jesus et al., 2010).. 45.

(46) Revisão da Literatura. Autores como Jesus et al. (2010) e Tomasini e Alves (2007) referem um conjunto de prejuízos decorrentes da institucionalização, tais como o isolamento, a perda da autonomia e identidade, e a segregação inter-geracional (ausência de convívio com indivíduos de diferentes idades, como ocorre normalmente num ambiente familiar). Vários autores referem ainda a falta de AF e, consequentemente, as quedas como prejuízos decorrentes da institucionalização (Arcoverde et al., 2008; Coelho et al., 2009; Ferreira et al., 2013; Kawamoto et al., 2004; Pitangui et al., 2012). Segundo Pintagui et al. (2012) e Ferreira et al. (2013) existe uma correlação entre a institucionalização e o risco de quedas, uma vez que os idosos possuem menores níveis de força, equilíbrio e resistência física, decorrentes da falta de AF. Ferreira et al. (2013) referem ainda que a falta de formação dos profissionais aumenta a dependência dos idosos, visto que a maioria dos profissionais preferem realizar uma ação do que estimular o idoso a realizá-la. Exposto isto, verifica-se uma necessidade de reformular os papéis das instituições, de forma a dar resposta às necessidades dos idosos, promovendo assim a qualidade de vida e reduzindo os prejuízos anteriormente descritos (Tomasini & Alves, 2007). A implementação de atividades variadas, assim como, de programas de EF adaptado aos idosos institucionalizados, é recomendada como forma de prevenir o comprometimento cognitivo e o aumento da capacidade funcional (Arcoverde et al, 2008; Coelho et al, 2009; Kawamoto et al., 2004). Duca et al. (2012) referem ainda como forma de prevenir ou adiar a institucionalização, a criação de ações de prevenção e controlo da inatividade física, doenças crónicas e incapacidade funcional. Assim, podemos observar que a institucionalização se deve em grande parte à falta de independência, sendo esta resultante da ausência de AF. Desta forma, torna-se essencial dominar e compreender a importância da AF e do EF no processo de envelhecimento, pelo que este tema será abordado de seguida.. 46.

(47) Revisão da Literatura. 2.3. Atividade Física e Exercício Físico. 2.3.1.. Definir conceitos. A atividade física e o exercício físico são dois termos atualmente muito falados e erradamente utilizados. Estes termos não se apresentam como sinónimos e descrevem diferentes conceitos, no entanto, são constantemente confundidos. A AF consiste na realização de qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requer e resulta em dispêndio energético (ACSM, 2009, 2014; Caspersen et al, 1985). Segundo Faria (1999) a AF definese em um qualquer movimento humano produzido pelos músculos esqueléticos (que não seja organizado, utilitário ou terapêutico) que leve a um aumento do dispêndio de energia através de jogos ativos, desportos e forma de lazer ativo. O EF constitui uma subcategoria da AF, que se apresenta de uma forma planeada, estruturada e repetitiva e tem como objetivo a melhoria ou manutenção de uma ou mais componentes da aptidão física (ApF) (ACSM, 2009; Caspersen et al., 1985; Corbin et al. 2000). A ApF é definida segundo Caspersen et al. (1985) como um conjunto de atributos inerentes ao indivíduo ou alcançados pelo mesmo, estando estes relacionados com a sua capacidade para realizar atividade física. Já o ACSM (2009) compreende que a ApF representa um estado de bem-estar e de baixo risco de problemas de saúde, com energia para participar em várias atividades físicas.. 2.3.2.. Importância e benefícios. Ao longo destes últimos anos, o interesse e as evidências sobre os benefícios do EF regular e da AF para idosos tem vindo a aumentar (ACSM, 2009; 2014; Bergamin et al., 2012). Sendo o envelhecimento um processo contínuo, com a sua progressão vai ocorrendo a perda de adaptabilidade e deficiência funcional (Spirduso et al., 2005). Desta forma a AF e o EF regular são não só eficientes, como essenciais para retardar e/ou abrandar esse processo,. 47.

(48) Revisão da Literatura. diminuindo os fatores de risco para doenças crónicas e debilidade motora (ACSM, 2009; Booth et al., 2011; Daley & Spinks, 2000; Spirduso et al, 2005; Stockwell et al., 2012), permitindo aos idosos a manutenção de um determinado nível de performance. São várias as sustentações literárias que apoiam a ideia de que uma vida ativa pode melhorar as funções mentais, sociais e físicas da pessoa idosa (ACSM, 2009; Farinatti, 2008). Farinatti (2008) expõe na sua obra, um quadro (Quadro 1) com algumas evidências dos benefícios da AF regular durante o envelhecimento. Quadro 1 - Algumas evidências dos benefícios da atividade física regular durante o envelhecimento.. Algumas evidências dos benefícios da atividade física regular durante o envelhecimento Menor risco de doenças cardiovasculares, respiratórias e metabólicas. Melhor controlo da obesidade, composição corporal, composição sanguínea e assimilação de nutrientes. Melhor padrão de sono e função imunológica. Melhor controlo da pressão arterial. Melhor manutenção da massa óssea e prevenção da osteoporose. Melhor desempenho cognitivo, maior motivação, maior estabilidade emocional e menor ansiedade. Melhor função cerebral geral. Manutenção da capacidade cardiorrespiratória, maior tolerância ao esforço e menor sensação subjetiva de fadiga e sobrecarga cardíaca nas atividades quotidianas. Manutenção da massa muscular, força, função neuromuscular, tempo de reação e movimento. Melhor amplitude de movimentos, equilíbrio dinâmico e estático, manutenção das habilidades motoras e independência funcional na vida quotidiana. Manutenção da aptidão psicossocial e menor risco para o desenvolvimento de demência senil, melhor senso de autogoverno, autoeficácia e independência, bem como preservação da autoestima. Fonte: Farinatti (2008).. A AF/EF apresenta ainda resultados muito positivos na prevenção de quedas e fraturas ósseas, uma vez que melhora a densidade mineral óssea (Gerdhem et al., 2003; Nordstrom et al., 2013; Rianon et al., 2012).. 48.

(49) Revisão da Literatura. Em termos psicológicos, verifica-se uma diminuição da ansiedade, stress e depressão (ACSM, 2009; Netz et al., 2005; OMS, 2010), melhorando assim a sensação de bem-estar. No que concerne à função cognitiva, alguns estudos têm demonstrado um melhor funcionamento da mesma e a diminuição do risco de demência (ACSM, 2009; Anderson-Hanley et al., 2010). Perante todos os benefícios da AF e/ou EF expostos, os ganhos na capacidade funcional tornam-se bastante relevantes, uma vez que são responsáveis pela autonomia e qualidade de vida do idoso (Franchi & Junior, 2005). Segundo Garatachea e Lucia (2013), esta independência funcional depende diretamente da aptidão física. Relativamente à ApF, verifica-se uma melhoria das suas componentes relacionadas com a saúde e performance física. A AF/EF regular melhora a capacidade aeróbia (ACSM, 2009), aumenta a massa e força muscular (ACSM, 2009; Chen et al., 2011), diminui a gordura corporal (Gaba et al., 2010), potencia a flexibilidade (ACSM, 2009; Seguin et al., 2012), melhora o equilíbrio (Daly et al.,2008; Li et al., 2001), melhora a coordenação (Spirduso et al., 1995; Williams et al., 1998) e melhora a mobilidade (Eynon et al., 2009). A melhoria das componentes da ApF, decorrentes da AF e/ou EF, permitem a redução do risco de patologias crónicas como a doença coronária, a hipertensão, o cancro do cólon e da mama, a diabetes tipo 2, a obesidade, a osteoporose, o prejuízo cognitivo, a ansiedade e a depressão (ACSM, 2009; 2011; OMS, 2009). Assim, podemos dizer que há cada vez mais um reconhecimento que a adoção de uma vida ativa durante o nosso processo de desenvolvimento promove a saúde, permitindo-nos alcançar uma velhice mais positiva e produtiva, ou seja, com uma melhor qualidade de vida (Spirduso, 2005; Velardi, 2003). Segundo Ribeiro (2002) num estudo realizado na cidade do Porto, o grupo de idosos que realizava EF apresentou melhores resultados em todas as dimensões da bateria de testes SF-36 (questionário que avalia a perceção subjetiva de saúde) do que o grupo de idosos que não realizava EF.. 49.

(50) Revisão da Literatura. Constatando este valor do EF como estratégia para um envelhecimento positivo, a OMS tem vindo a disponibilizar vários artigos onde põe em evidência estes factos. Da mesma forma, outra instituição com uma influência normativa incontestável que também tem vindo a evidenciar este facto e a divulgar recomendações sobre a prescrição do EF é o ACSM.. 2.3.3.. Fatores determinantes para a prática AF e EF. A prática de AF contribui para a manutenção da saúde física e mental no envelhecimento (Hamer & Chida, 2009). No entanto, tem-se verificado que os níveis de AF presentes nos idosos são muito baixos (Stathi et al., 2012), sendo este o grupo etário menos ativo (ACSM, 2009). Desta forma, parece pertinente compreender o porquê dos baixos níveis de AF quando esta se apresenta essencial à manutenção da funcionalidade e à qualidade de vida. Segundo Stokols et al. (1996) existem vários fatores que influenciam as escolhas da população, são eles: pessoais, interpessoais e ambientais. Assim, estudos qualitativos e quantitativos foram desenvolvidos de forma a expôr as barreiras e as facilidades da AF no envelhecimento (Mathews et al., 2010).. 2.3.3.1. Determinantes individuais e interpessoais Os fatores individuais têm sido cada vez mais estudados devido à sua importância e maior associação com a AF do que os fatores ambientais (King, 2008). Num estudo realizado por Mathews et al. (2010), os problemas de saúde apresentaram-se como a principal barreira para a prática de AF, seguindo-se o medo de cair. Da mesma forma, Stathi et al. (2012) observaram que os problemas de saúde, funcionalidade e o medo de lesão são as principais barreiras. Henderson e Ainsworth (2000) reportaram que o suporte social também influencia a prática de AF.. 50.

(51) Revisão da Literatura. Desta forma, podemos observar que a manutenção de uma boa saúde, funcionalidade e independência, juntamente com um bom suporte social influenciam a prática de AF pelos idosos. Estes fatores podem ainda reduzir o impacto das barreiras ambientais (Stathi et al., 2012). Assim é notório que os fatores pessoais e interpessoais se encontram relacionados entre si e interagem com outros fatores, como os ambientais e políticos.. 2.3.3.2. Determinantes ambientais e políticos Os fatores ambientais são muito importantes para a prática de AF/EF pelos idosos, no entanto, estes nem sempre se encontram adequados a esta população (OMS, 2007). Segundo Sallis (2003) são várias as barreiras existentes para a prática de AF/EF, como a falta de rampas de acesso, calçadas ausentes ou mal conservadas, ausência de bancos, excesso de tráfego e velocidade do mesmo, e os sinais pedestres que não dão tempo aos idosos de atravessarem as ruas. Assim, o ambiente que envolve a área residencial, como as ciclovias, os passeios, os ginásios e as piscinas encontram-se associados a um aumento da prática de AF/EF (Humpbel et al., 2002). Os autores referem ainda a importância do acesso às instalações e a sua relação com a AF. Num estudo realizado por Sugiyama e Thompson (2007) observou-se que os idosos que vivem em zonas de acesso fácil e agradável ao exterior, torna-os mais propensos a serem fisicamente ativos, saudáveis e mais satisfeitos com a vida. Desta forma, para melhorar os níveis de AF é necessária a criação de ambientes favoráveis à sua prática, no entanto, são ainda necessários programas e políticas que promovam cada vez mais a AF/EF. Para a criação, desenvolvimento e implementação de programas de AF/EF nas sociedades é necessário um suporte institucional, legislativo e político.. 51.

(52) Revisão da Literatura. Relativamente aos direitos da pessoa idosa, a Constituição Portuguesa determina no artigo 72.º que: “As pessoas idosas têm direito à segurança económica e a condições de habitação e convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem e superem o isolamento ou marginalização social.”; “A política de terceira idade engloba medidas de carácter económico, social e cultural tendente a proporcionar às pessoas idosas oportunidades de realização pessoal, através de uma participação ativa na vida da comunidade”. Desta forma, o envelhecimento deve ser acompanhado de iniciativas que assegurem. a. participação. e. interação. dos. idosos. no. processo. de. desenvolvimento das sociedades, evitando assim que os mesmos sejam sujeitos a um papel passivo e marginal (Farinatti, 2008).. 2.3.4.. Princípios do exercício físico, programas e. recomendações. Não existe uma quantidade de AF e/ou EF que impeça o progresso do processo biológico de envelhecimento, no entanto, a sua prática regular minimiza os efeitos fisiológicos que advêm de um estilo de vida sedentário (OMS, 2010). Desta forma, as recomendações para a sua prática tornam-se essenciais, uma vez que são adaptadas às necessidades físicas dos idosos. São várias as recomendações e diretrizes existentes para a prática de EF pelos idosos, no entanto, destaco as recomendações da OMS (2011) e do ACSM (2009) onde ambas incluem exercícios de resistência aeróbia, exercícios de resistência muscular e exercícios de flexibilidade. O ACSM (2011) inclui ainda nas suas recomendações exercícios neuromotores de forma a estimular a coordenação, o equilíbrio, a agilidade e a proprioceção. Num estudo realizado por Salvador et al. (2009), verificou-se que as atividades mais praticadas pelos idosos são a caminhada, praticado maioritariamente por homens, seguindo-se a ginástica geral, bicicleta e o Tai Chi, sendo estas praticadas maioritariamente por mulheres. Da mesma forma, Zaitune et al. (2007) observaram que a caminhada é a atividade mais praticada. 52.

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Figura 2 - Relação entre os métodos de treino da força e os pré-quesitos de que depende a força
Figura 3 - Género dos alunos da turma de musculação.
Figura 5 - Número de indivíduos do género feminino por escalão de idades.
Figura 6 - Estado civil dos alunos da turma de musculação.
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Referências

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