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Dívida externa: internalização de deságios, conversão de dívida, importação e crescimento econômico - uma estratégia dominante

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(1)

BIBLIOTECA

FUNDAÇÃO GETÜLIO VARGAS

DÍVrPA EXTERNA; INTERNALIZAÇÃO DE DESÃGIOS, CONVER

SÃO DE DÍVIDA, IMPORTAÇÃO E CRESCIMENTO ECONÔMICO

- UMA ESTRATÉGIA DOMINANTE

TESE SUBMETIDA Ã CONGREGAÇÃO DA

ESCOLA DE PÕS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA (EPGE)

PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE EM ECONOMIA

POR

MÁRIO JORGE FRÕES CARDOZO DE PINA

RIO DE JANEIRO, RJ

AGOSTO, 1989

(2)
(3)
(4)

TESE

DE.

MESTRADO

APRESENTADA

À

EPGÉ

£ M :

SWURETOft

de OUvtíro

(5)

ESCOLA DE PÕS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

DA FUNDAÇÃO GETÜLIO VARGAS

CIRCULAR N9 32

Assunto: Apresentação e defesa pública

de Dissertação de Mestrado em

Economia.

Comunicamos formalmente ã Congregação da Escola que está

marcada para o dia 11 de setembro de 1989 (2a. feira), às 18:00 horas,

no Auditório Eugênio Gudin (109 andar) , a apresentação e defesa públi

ca da Dissertação de Mestrado em Economia, intitulada "DIVIDA EXTERNA

INTERNALIZAÇÃO DE DESÃGIOS, CONVERSÃO DE DÍVIDA, IMPORTAÇÃO E CRESCI

MENTO ECONÔMICO - UMA ESTRATÉGIA DOMINANTE?", do candidato ao título

de Mestre em Economia, Mario Jorge Fróes Cardozo de Pina.

A Banca Examinadora "ad hoc" designada pela Escola será

composta pelos doutores: Antônio Salazar Pessoa Brandão, Rubens Penha

Cysne e Carlos Geraldo Langoni (Presidente).

Com esta convocação oficial da Congregação de Professores

da Escola, estão ainda convidados a participarem desse ato acadêmico

os alunos da EPGE, interessados da FGV e de outras instituições.

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 1989

'^/*£^***ít^l

Mario Henr_Íftrer~Simon£

(6)

LAUDO SOBRE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Como membro da Banca Examinadora, designada pela EPGE pa

ra julgar a Dissertação de Mestrado, intitulada "DÍVIDA EXTERNA:IN

TERNALIZACÃO DE DESÂGIOS, CONVERSÃO DE DÍVIDA, IMPORTAÇÃO E CRESCI.

MENTO ECONÔMICO - UMA ESTRATÉGIA DOMINANTE", do candidato ao títu

lo Sr. Mario Jorge Frões Cardozo de Pina, apresento as seguintes

ponderações crue justificam meu parecer e voto:

1. 0 candidato demonstrou, ao longo da elaboração do traba

lho, dominar com suficiência o instrumental técnico relativo ao

grau a que se propõe.

2. 0 trabalho representa uma contribuição original ao estudo

das estratégias de negociação da dívida externa.

Assim e nestas condições, sou de carecer aue a referida

Dissertação seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo can

didato e autor deste trabalho.

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 1989.

Rubens Penha Cysne,

Professor da EPGE

A-4 Formato Internacional

(7)

ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

PRAIA DE BOTAFOGO, 190/10.° ANDAR

RIO DE JANEIRO - BRASIL - CEP 22.250

LAUDO SOBRE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Como integrante da Banca Examinadora, designa

do

pela

EPGE para

julgar

a Dissertação

de

Mestrado,

intitulada

"DÍVIDA

EXTERNA;

INTERNALIZAÇÃO

DE

DESÁGIOS,

CONVERSÃO

DE

DÍVIDA,

IMPORTAÇÃO

E CRESCIMENTO

ECONÔMICO

- UMA ESTRATÉGIA

DOMINANTE",d

o

candidato

ao

título

Sr.

Mário

Jorge Fróes

Cardozo

de

Pina,

sou

de

parecer que a referida Dissertação seja aprovada e outorgado o

título

pretendido

pelo

candidato

e autor deste

trabalho.

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 1989

Antonio^Sdlazar P. Brandão

Professor da EPGE

A-4 Formato Internacional

(8)

LAUDO SOBRE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Como integrante e Presidente da Banca Examinadora, "ad hoc"

designada pela EPGE, Dará julgar a Dissertação de Mestrado, intitula

da "DÍVIDA EXTERNA: INTERNACIONALIZAÇÃO DE DESÃGIOS, CONVERSÃO DA DÍ

VÍDA,

IMPORTAÇÃO

E CRESCIMENTO

ECONÔMICO

- UMA

ESTRATÉGIA

DOMINAN

TE", do candidato ao titulo de Mestre em Economia, Sr. Mario Jorge

Frões Cardoso de Pina, sou de parecer que a referida Tese seja apro

vada e outorgado o título pretendido pelo candidato e autor deste tra

balho.

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 1989

Carlos Geraldo Langoni,

Professor da EPGE e Presidente

da Banca Examinadora.

A-4 Formato Internacional

(9)
(10)
(11)

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer aos meus orientadores, Pro

fessor Carlos Geraldo Langoni e Antônio Salazar Pessoa Bran

dão pelos incentivos que recebi e também pela paciente dis

cussão sobre o tema desta Tese.

Agradeço aos Professores Mario Henrique Simonsen,

Rubens Penha Cysne, Clóvis de Faro, Sérgio Ribeiro da Costa

Werlang e Fernando de Holanda Barbosa pelos ricos comentá

rios no decorrer deste trabalho. Agradeço, também, aos cole

gas Salomão Quadros e Antônio Luis Vianna pelos respecti

vos comentários.

Por fim, agradeço à Leila Gomes Boechat pela dati

(12)

pag.

CAPÍTULO I - AS ORIGENS DA CRISE DA DÍVIDA EXTERNA

1.1 - Introdução 1

1.2 - Choques Externos 1

1.3 - Políticas Internas 2

1.3.1 - A Política Cambial 2

1.4 - A Trajetória dos Recursos Externos 11

1.5 - A Estratégia de "Muddling Through" 12

1.5.1 - Os Resultados da Estratégia de "Muddling

Through" 14

1.5.2 - A Transferência Líquida de Recursos para

o Exterior e a Relação Dívida/Exportação

dos Países Devedores 14

1.6-0 Orçamento do Setor Publico, o Desequilíbrio Ex

terno e a Questão das Transferências de Recursos

para o Exterior 16

TABELAS DO CAPÍTULO I 20

NOTAS DO CAPÍTULO I 24

CAPÍTULO II - DÍVIDA EXTERNA, INTERNALIZAÇÃO DE DESÁGIOS,

CONVERSÃO DA DÍVIDA, IMPORTAÇÃO E CRESCI

MENTO ECONÔMICO - UMA ESTRATÉGIA DOMINANTE?

2.1 - A Estratégia Proposta 25

2.2-0 Modelo 43

2.3-0 Esquema de Resolução do Modelo 52

(13)

2.5 - Poupança Externa, Investimento e Consumo 57

2.6 - Simulação 61

2.6.1.a) A Exportação de Básicos e

Semi-manufa-turados 65

2.6.1.b) A Exportação de Manufaturados 65

2.6.2 - A Taxa Internacional de Juros 77

2.6.3 - Resultados da Simulação do Modelo 83

NOTAS DO CAPÍTULO II 96

CAPÍTULO III - CONCLUSÕES 98

ANEXO 1 106

ANEXO 2 108

ANEXO 3 111

ANEXO 4 117

(14)

AS ORIGENS DA CRISE DA DÍVIDA EXTERNA

1.1 - Introdução

0 tratamento da dívida externa entrou em fase crí

tica com a moratória do México em 1982. 0 agravamento da si

tuação dos países devedores foi um processo, onde contribuí

ram, tanto choques exógenos (externos) aos países devedo

res, quanto medidas de políticas econômicas tomadas pelos

países devedores, que foram incompatíveis com o equilíbrio

do setor externo, e que, portanto, agravaram o desequilíbrio

externo.

1.2 - Choques Externos

No âmbito externo contribuiram: (i) o choque de

preços do petróleo; e (ii) a elevação das taxas reais de ju

ros .

0 choque dos preços havia produzido, em separado,

(15)

.2.

conforme estimativa de Cline , um dispêndio adicional com

importações de petróleo de cerca de 260 bilhões de dólares

no período 1974-82. A estimativa feita por Cline não inclui

efeitos compensadores como redução de importações de outros

produtos e elevação das exportações, não representando, por

tanto, um aumento efetivo da dívida, mas sim aumento poten

cial.

A elevação das taxas de juros, por sua vez, causou

um impacto adicional de cerca de 41 bilhões de dólares sobre

os países devedores. Para a obtenção desta estimativa, Cline

subtraiu a taxa média de juros real das décadas de 60 e de

70 das taxas de 1981 e 1982.

1.3 - Políticas Internas

1.3.1 - A Política Cambial

No âmbito interno, tem-se que diversos países da

América Latina utilizaram a política cambial como instrumen

to de combate a inflação. Com este objetivo de combater a in_

(16)

Uruguai valorizaram suas taxas de câmbio, de modo a tentar

reduzir pressões inflacionárias. 0 resultado da valorização

cambial, no curto prazo, é elevar os salários reais, daí a

popularidade desta política. Sendo o impacto da elevação

de salários reais sobre o nível de emprego, gradual e não

instantâneo, resulta da sobrevalorização cambial um período

2

de certa euforia.

Analiticamente, tem-se, das equações abaixo,

(D et = et + P; - pt

(definição da taxa real de câmbio em logarítmo), onde:

9, representa a taxa de câmbio real,

e, a taxa de câmbio nominal,

p', o índice de preços no exterior, e

p, o índice de preços domésticos.

(2) qt = (l-a).pt + a.(et-p^.)

(definição do índice de custo de vida em logaritmos), onde:

a, representa a participação dos bens domésticos no índice

de preços.

(3) st = qt - qt_1

(17)

.4.

(4)

wt

" wt-l

= "V'Ut+l

+ St

(Curva de Phillips de salários), onde:

w, representa salários nominais, em logarítmos,

u, a taxa de desemprego,

v, a sensibilidade dos salários nominais à taxa de desemprego,

s , a taxa de inflação esperada.

(5) p = wt + (l+mt)

(regra de "mark-up"), onde,

m , representa a margem de lucro na produção doméstica.

(formação de expectativas).

Então, substituindo (3) e (6) em (4), chega-se a

Wt

~ Wt-1

= "V-Ut-1

+ qt

" qt-l'

ou,

(7)

(wt

- qt)

-

(wt_1

- q^j

=

-v.u^

.

E, substituindo (1) em (2), obtém-se:

(8) qt = pt + a.0t .

Substituindo (8) em (5), chega-se a:

(9) (wt - qt) - (wt_1 - qt_x) = -a.(Gt - 0^^ - <mt - m^^

(18)

sobreva-lorização cambial leva ao aumento do salário real.

Um outro resultado pode ser obtido ao combinar as

equações (7) e (9), de modo a relacionar taxa de desemprego

e taxa de câmbio como abaixo:

do) -v.ut+1 = -a.(et - et_1) - (mt

-A equação (10) mostra que para "mark-up" constan

te, a manutenção da taxa de desemprego a níveis mais baixos

no período t+1 requer câmbio mais sobrevalorizado. Assim,

níveis de desemprego mais baixos, de modo a sancionar salá

rios reais mais elevados, vão exigir constante deterioração

das contas externas, e por conseguinte, constante financia

mento externo.

A tabela 1 anexa mostra a valorização do câmbio

real para um grupo de seis países devedores.

No caso do Brasil, verifica-se que a sua políti

ca cambial não seguiu a rota dos outros países, mas sim,

manteve-se aproximadamente neutra, com excessão dos anos

1981 e 1982, quando verifica-se uma ligeira sobrevalorização

do câmbio. No ano de 1980, a taxa de câmbio foi prefixada,

(19)

prá-.6.

tica tenha sido abandonada ao final deste ano, a taxa de

câmbio permaneceu sobrevalorizada até meados de 1982.

Para países como Argentina, Chile e Uruguai, a

valorização cambial serviu como instrumento para a tentati

va de redução da taxa de inflação. Estes países utilizaram o

pré-anúncio da desvalorização do câmbio como veículo para

atuar nas expectativas de inflação. Ao determinar taxas de

desvalorizações cambiais decrescentes, imaginavam os condu

tores da política econômica que a inflação cederia via revi

são das expectativas inflacionárias por parte dos agentes

econômicos. O suporte teórico para o elo entre o pré-anúncio

da desvalorização cambial e a redução das taxas de inflação

encontrava-se nos seguintes pilares teóricos:

(i) Lei do Preço Único para o mercado de bens, ou seja, os

preços internos são determinados pelos preços no mercado

internacional. Analiticamente, tem-se:

P = E.P1, onde,

P, representa o preço do bem comerciado com o exterior, ou

o nível de preços dos "tradables";

(20)

P', o nível de preços no exterior.

A equação que representa a Lei do Preço Único mos

tra que para um dado nível internacional de preços, a

prefi-xação de taxas de desvalorização cambial decrescentes con

duziria o nível de preços internos ao nível de preços inter

nacional .

(ii) Lei do Preço Único para a taxa de juros.

Aqui, supunha-se que a prefixação da taxa de des

valorização do câmbio conduziria a taxa interna de juros ao

nível da taxa de juros internacional, a menos do prêmio de

risco, já descontada a expectativa de desvalorização cambial.

A equação abaixo mostra esta relação.

i = i' + E9 + r, onde:

i, representa a taxa interna de juros;

i1, a taxa internacional de juros;

9, a desvalorização real do câmbio;

E, o operador esperança matemática; e

r, o prêmio de risco para os indivíduos não neutros ao

(21)

.8.

A queda da taxa de inflação era baseada em três

pontos principais : (1) Supunha-se que as expectativas de

desvalorizações cambiais menos acentuadas atuariam sobre os

preços,de modo automático; (2) a taxa de aumento dos preços

dos produtos importados diminuiria; e (3) o setor competiti

vo de importação estaria sujeito a fortes pressões com re

lação a menores aumentos nos preços de seus produtos.

Os resultados obtidos pela Argentina, pelo Uru

guai e pelo Chile foram negativos.

No caso da Argentina, em particular, foi utilizada,

a partir de dezembro de 1978,a "Tablita" para o pré-anúncio

das taxas de desvalorização cambial. De início, as taxas de

juros foram elevadas a níveis tais que permitiram retornos

reais da ordem de 4% a 5% ao mês em dólares aos investido

res não residentes. Neste período os déficits em conta cor

rente eram moderados. No entanto, devido a sobrevalorização

real do câmbio, em função da diferença entre as taxas de ães_

valorização anunciadas e a taxa de inflação, as expectati

vas com relação à eficácia da política do pré-anúncio torna

(22)

efeito

das

taxas

de

juros

elevadas

sobre

a

dívida

interna,

a qual atuando como uma nova fonte de risco fez com que se

iniciasse uma "onda" de fuga de capitais.

Por fim, a sobrevalorização cambial, agora atuando

sobre

o nível

de

importações,

produziu

um

pesado

déficit

no

balanço de pagamentos em conta corrente, passando de um supe

ravit

de

1,9

bilhão

de

dólares

em

1978,

para

um

déficit

de

4,8 bilhões de dólares em 1980.

Estes resultados levaram ao sepultamento da

"Ta-blita"

como

política

cambial

para

o combate

à

inflação.

No caso do Chile, conforme mostrado por

Simon-4

sen , a fixação da taxa de cambio, acoplada à política sala

rial

de

reajustes

trimestrais,

conduziu

à

queda

da

infla

ção,

de

40%

em

1978

para

9%

em

1981,

e ao

aumento

dos

salá

rios

reais

em

31%

entre

1978

e

1981.

No

entanto,

como

sub

produto

indesejável,

as

importações

subiram

de

2,9

bilhões

de

dólares

em

1978,

para

6,6

bilhões

de

dólares

em

1981,

e

embora tenha havido uma melhora nos preços dos produtos ex

portados,

o déficit

em

transações

correntes

subiu

de

1,1 pa

(23)

oca-.10.

sionada pela sobrevalorização do câmbio fez com que a in

dústria

local

reduzisse

suas

atividades,

elevando

a

taxa

de

desemprego para 21%.

Esses resultados foram obtidos a partir do mode

lo abaixo:

Pt - w (1) (regra de "mark-up")

qt « (l-a).pt + a.(e + p^.) (2) (índice do custo de vida)

st = q - <3t_1 (3) (definição da taxa de inflação)

0 = e + p' - p (4) (definição da taxa real de câmbio)

s^. = p^. - P^._1 (5) (definição da taxa de inflação externa)

wt - w = s (6) (regra de indexação salarial)

A solução do modelo conduz à expressão abaixo, que

relaciona a valorização cambial à elevação dos salários re

ais ,

= -a.0t.

Este resultado mostra porque a sobrevalorização

real do câmbio em um contexto de reajustes trimestrais de

salários produz elevação dos salários reais.

(24)

teórico era o mesmo utilizado no combate à hiperinflaçao ale

mã de 1923. Na Alemanha, nessa época, os preços e salários

eram fixados em moeda estrangeira (dólares), e, portanto, a

fixação da taxa de câmbio eqüivalia a acabar com a inércia

inf lacionaria. Assim sendo, como o Chile mantinha uma políti,

ca de reajustes trimestrais de salários, não houve o rompi

mento do elo com a inflação passada, e por conseguinte, a ex.

periência não foi bem sucedida.

1.4 - A Trajetória dos Recursos Externos

Com um terceiro fator importante na formação

da crise da dívida externa, além dos choques exógenos e endcí

genos apresentados nas seções 1.2 e 1.3, pode-se apontar a

brusca alteração do montante de recursos externos concedi

dos por credores privados.

A tabela 2 anexa, mostra que a concessão de cré

ditos privados aumentou em 31,0% entre 1979 e 1980, e em

50,7% entre 1980 e 1981, mostrando a ausência de expectati

(25)

.12.

da, entre 1981 e 1982, os créditos privados caem para 53,0%

do ano anterior, e entre 1982 e 1983 caem para 7,0% do pe

ríodo anterior, ressaltando, agora, a total ruptura na tra

jetória dos recursos privados para os países endividados.

Observa-se, ainda, a elevação gradual dos créditos oficiais

para fazer face, ao menos em parte, à retração dos crédi

tos privados.

Outro fato importante apresentado pela mesma tabe

la é a redução do déficit em conta corrente para este grupo

de países da América Latina. O déficit cai de 42,0 bilhões

de dólares em 1982, para apenas 4,9 bilhões de dólares em

1984, representando uma queda de 88%.

A figura 1 anexa, mostra a evolução dos créditos

privados para os países devedores da América Latina.

1.5 - A Estratégia de "Muddlinq Throuqh"

A defesa para a estratégia de "muddling through",

implementada após a crise de liquidez ocorrida com a morató

(26)

alterações nas principais variáveis exógenas e endógenas que

propiciaram o surgimento da "crise da dívida" . Com a ativi

dade econômica mundial em baixa, com elevadas taxas de juros

internacionais, com preços das principais "commodities" em

baixa, e com o dólar em forte alta, esperava-se uma subse

quente reversão na trajetória de todas estas variáveis.

Além dos efeitos positivos das variáveis interna

cionais (exógenas) sobre os países credores, ter-se-ia tam

bém efeitos positivos a partir da condução de políticas in

ternas aos países devedores mais eficientes. A simples cor

reção de políticas cambial e fiscal inadequadas, que leva

ram à fuga de capital e a déficits orçamentários elevados,

faria com que o serviço da dívida fosse pago com menos cus

tos em termos de redução do padrão de vida.

Acreditava-se, ainda, que as transferências ao ex

terior por parte dos países endividados fosse apenas têmpora

ria, pois, como a relação dívida/exportação destes países

tinha alcançado valores elevados em 1982, havia chegado o mc>

mento de reverter este indicador de capacidade de saldar

(27)

.14.

No entanto, embora as expectativas de queda das

taxas de juros internacionais, do enfraquecimento do dólar,

da

reversão

na

atividade

econômica

mundial

e da

elevação

dos

preços de algumas "commodities" tivessem sido concretizadas,

a posição

dos

países

devedores

da

América

Latina

foi

forte

mente agravada, quando analisada em termos da relação dívi

da/exportação

e da

Transferência

Líquida

de

Recursos

para

o

Exterior.

1.5.1 - Os Resultados da Estratégia de "Muddlinq Throuoh"

Os resultados da estratégia de "muddling through"

são

analisados

em

termos

da

evolução

dos

países

devedores

com

relação

à transferência

de

recursos

para

o

exterior

e

à

relação dívida/exportação.

1-5.2

~ A

Transferência

LÍguida

de

Recursos

para

o

Exterior

a Relação Dívida/Exportação dos Países Devedores

A tabela 3 anexa mostra a evolução da relação dí

vida/exportação para vários países da América Latina6.

(28)

dí-ses, com excessão do Brasil. Entretanto, uma outra estimativa

desta relação aponta para um valor de 4,9 em 1985 . E,

usan-do-se esta última estimativa, não restaria nenhum país desta

relação que tivesse apresentado melhora na relação dívida/ex.

portação após quatro anos de estratégia de "muddling through".

Assim, o retorno ao crédito espontâneo no mercado

internacional para os países da América Latina estava indis

cutivelmente comprometido.

Quanto à Transferência Líquida de Recursos para o

Exterior, observa-se a partir da tabela 4 anexa, que esta

relação vem absorvendo cerca de 30% das exportações da AmérjL

ca Latina no período 1983-86. Para o Brasil e a Argentina,

~ 8

em especial, estes valores alcançam 40% das exportações.

Conclui-se pelos resultados apresentados nas tabe

las 3 e 4 que, embora cerca de 30% das exportações da Amé

rica Latina estejam sendo utilizadas para o pagamento do ser_

viço da dívida externa, a relação dívida/exportação tem es

tado em elevação nos últimos anos. Isto mostra que, dada a

(29)

pa-.16.

ra financiamento dos serviços da dívida, e supondo um dado

nível das taxas de juros internacionais, o esforço de ajus

tamento dos países da América Latina tem sido concentrado na

redução das importações.

1.6 - O Orçamento do Setor Público, o Desequilíbrio Externo

e a Questão das Transferências de Recursos para Ex

terior

A necessidade de gerar recursos para o pagamento

do serviço da dívida passa pela capacidade de geração de re

cursos pelo setor público, visto que grande parte da dívi

da externa dos países latino-americanos é de responsabilida

de do setor público. 0 serviço da dívida que era automatica

mente financiado por recursos externos ou era pago pelo

setor privado é, agora, de responsabilidade do setor públi

co .

Este contexto econômico é semelhante ao verifi

cado na época das transferências efetuadas pela Alemanha

(30)

cerca da diferença ou igualdade entre o superávit orçamentá

rio a ser gerado e o pagamento das transferências. Porém, é

importante frisar que o ajustamento externo pode passar ao

largo da necessidade de gerar qualquer superávit orçamentá

rio, pois pela equação abaixo:

X - M = (S - I ) + (T - G),

P P

é possível que seja gerado um determinado superávit em conta cor

rente sem que haja qualquer melhora no superávit (ou redu

ção no déficit) do governo, bastando para isso que a taxa

real de juros seja elevada, de modo suficiente a gerar um

saldo da poupança privada sobre o investimento privado

equi-- . 9

valente ao superávit externo necessário.

No entanto, o problema de servir a dívida externa

envolve, de modo inquestionável, a participação ativa do se

tor público, quer seja via desvalorização real do câmbio, um

expediente que aumenta a dívida em moeda nacional de um país

cujas dívidas são essencialmente públicas, quer seja via ele

vação da taxa real de juros, que ao ser usada para evitar

(31)

.18.

A necessidade de se fazer uso da desvalorização

cambial como instrumento para gerar divisas decorre da rigji

dez de salários nominais, pois com esta rigidez, a relação

câmbio/salário só será alterada via desvalorização cambial.

A relação câmbio/salários deve ser alterada para que a compe

titividade do país devedor aumente. A desvalorização cambial

é também um instrumento superior, em termos de formação de

desemprego, quando comparada ao ajuste externo via redução

de renda.

Por outro lado, a fuga de capital pode decorrer

de inflações geradas por desvalorizações reais do câmbio, ou

de possíveis emissões de moeda em função do pagamento de dí

vidas internas ou externas pelo setor público.

Outro ponto importante, diz respeito ao modo como

é financiada a transferência para o exterior. Ela pode ser

feita via redução do consumo público ou privado, ou do in

vestimento, como a equação abaixo mostra,

C+I+G+X-M=Y.

0 que tem ocorrido em vários países da América Latina é a re

(32)

redução dos gastos correntes do setor público (redução de sa

larios, etc.).

A redução da poupança externa dada pela transferêin

cia de recursos ao exterior não tem, no caso do Brasil, ge

rado quedas de investimentos no mesmo montante, mostrando

que embora a transferência de recursos para o exterior tenha

significado redução dos investimentos, esta relação não tem

sido de 1:1. No estudo apresentado por Eustáquio Reis, Regis

Bonelli e Sandra Polônia Rios é mostrado que menos da me

tade da redução dos investimentos se deve à redução da pou

pança externa, e, obviamente, a outra parcela é explicada

pela queda da poupança interna, S^, já que: I = Sg + S^.

No capítulo 2 deste trabalho será discutida uma

proposta para a elevação dos recursos externos para os paí

ses endividados, e será suposto, inicialmente, que a eleva

ção destes recursos e os investimentos estarão na proporção

1:1. Posteriormente, será suposto que a relação passa a ser

(33)

.20.

TABELAS DO CAPÍTULO I

TABELA 1

TAXA DE CÂMBIO REAL

Período Argentina Brasil Chile México Venezuela Coréia

1976-78

1979

1980

1981

1982

1983-85

100

62

41

53

96

99

100

117

127

111

103

127

100

95

73

56

71

85

100

100

94

84

116

112

100

101

102

95

84

97

100

97

96

90

88

96

Fonte: Morgan Guaranty "World Financial Markets".

(34)

TABELA 2

DÉFICIT EM CONTA CORRENTE E FINANCIAMENTO - AMÉRICA LATINA

(bilhões em dólares)

Ano Def. em C/C Créditos Oficiais Créditos Privados

2,2 25,8

2,7 27,4

6,1 35,9

6,5 54,1

14.6 28,8

17.7 2,0

10,7 7,0

5,1 -0,6

Fonte: IMF "World Economic Outlook" .

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985

19,4

21,8

30,2

43,3

42,0

11,4

4,9

(35)

.22.

TABELA 3

AMÉRICA

LATINA:

RELAÇÃO

DÍVIDA/EXPORTAÇÃO

ANO EXPORTADORES DE PETRÓLEO NÃO-EXPORTADORES DE PETRÓLEO

MÉXICO

VENEZ.

PERU

ARGENT.

BRASIL

CHILE

URUG.

1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985

1986^

316 262 216 259 335 345 321 353 479 171 170 148 160 200 227 207 227 383 388 229 206 241 278 334 351 386 449 167 207 275 329 475 485 488 481 606 391 359 320 313 414 404 353 368 383 238 188 188 311 370 390 438 454 426 136 141 140 183 276 324 362 392 330

Fonte: ECLA - Simonsen, M.H., nota 6

(36)

TABELA

AMÉRICA

LATINA:

TRANSFERÊNCIA

DE

RECURSOS/EXPORTAÇÃO

ANO 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 TRANSF.DE RECURSOS

AO EXTERIOR (A)

(io6us$)

-3,7 -6,4 -8,7 -11,1 -9,0 -16,0 -15,5 -11,5 -10,4 + 18,7 + 31,2 + 27,0 + 32,9 + 22,1 EXPORTAÇÃO DE

BENS E SERV.(B)

(io6us$)

28,9 43,6 41,1 47,3 55,9 61,3 82,0 107,6 116, 1 103,2 102,4 114,1 109,0 95,2 RELAÇÃO (%) (A/B) -12,8 -14,7 -21,2 -23,5 -16,1 -26, 1 -18,9 -10,7 -9,0

+ 18, 1

+ 30, 5

+ 23,7

+ 30, 2

+ 23,2

(37)

.23a.

FIGURA 1

CRÉDITOS EXTERNOS PRIVADOS PARA A AMÉRICA LATINA

(bilhões de dólares)

CRÉDITOS

EXTERNOS

PRIVADOS

60,

55,

50,

45,

40,

35,

30,

25,

20,

15,

10,

5,

i

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

A

\

1 \

/

\

J

\

\

\

\

\

i . i i i -V ^ fc.p.

(38)

NOTAS

1. Ver William Cline, capítulo 1 da referência bibliográfi

ca .

2. Ver Dornbusch, "Our LDC Debts".

3. Dornbusch, "Fuga de Capitais": Teoria, Questões Políti

cas e Mensuraçao.

4. Simonsen, M.H. "A Dinâmica da Inflação", seção 10.8.

5. Dornbusch, R. e Cardoso, E., "Dívida Brasileira: Requiem

para a Política de "Muddling Throug".

6. Ver Simonsen,M.H., "The Developing-Country Debt Status".

7. Dornbusch, nota 5.

8. Ver nota 6.

9. Simonsen, M.H., "Lições da História", EPGE/FGV, não publi

cado.

(39)

CAPÍTULO II

DÍVIDA EXTERNA. INTERNALIZAÇÃO DE DESÁGIOS;

CONVERSÃO DA DÍVIDA; IMPORTAÇÃO E CRESCIMENTO

ECONÔMICO - UMA ESTRATÉGIA DOMINANTE?

2.1 - A Estratégia Proposta

Com base no insucesso da estratégia de "muddling

through", propõe-se uma estratégia alternativa para o trata

mento da dívida externa.

Esta estratégia alternativa supõe que as expecta

tivas dos credores com relação as suas receitas esperadas

contemplam situações de rupturas parciais ou totais no pro

cesso de pagamento do serviço da dívida externa.

Ela consiste na adoção de internalizações parciais

do deságio internacional dos títulos que representam dívida

externa (perdão parcial da dívida externa no mercado interna,

cional) .

Estas internalizações parciais flutuariam em fun

ção, tanto do deságio acordado pelo mercado internacional,

(40)

onde as conversões ocorrem, quanto do desempenho econômi

co, em termos de crescimento, do país endividado.

A internalização parcial, W, seria uma função do

crescimento econômico dos países endividados, da seguinte

maneira: para valores abaixo de um nível mínimo de cresci

mento econômico, y , digamos, o suficiente para absorver a

nova mão-de-obra fluindo para o mercado de trabalho, a in

ternalização parcial seria, automaticamente acionada, até

que o crescimento do produto alcançasse um valor acima ou

i-m ~ ~

gual a y , quando, então, a internalização parcial seria no

vamente desativada. Por outro lado, a internalização máxima

estaria sempre limitada pelo valor do deságio dos títulos

da dívida no mercado internacional. Algebricamente, teríamos:

t

W = W (dY/Y.dt), c/c W < &.D, c/c: l W(t) < W*, onde:

&, representa o deságio no mercado internacional,

W, a internalização parcial do deságio,

dY/Y.dt, a taxa de crescimento do produto industrial,

(41)

.27.

Então,

se

dY/Y.dt

> ym,

temos

W = 0; e

se

dY/Y.dt

< ym,

0 < W ^

&.D.

Sinteticamente, teríamos:

t

W

= min(f(ym

- dY/Y.dt),

&.D),

c/c:

Z W(t)

«

W*,

com

W

> 0;

f(0) = 0; e f < 0.

A internalização parcial do deságio ampliaria as

importações, ao reduzir a renda líquida enviada para o exte

rior. Dessa forma, a elevação do nível de investimentos, de

corrente do aporte externo, fomentaria o crescimento econô

mico e as exportações dos países endividados, de tal forma a

permitir a redução dos indicadores de endividamento externo:

Dívida/PIB e Juros/Exportação. Estes últimos, por sua vez,

formariam, via expectativas, o deságio dos títulos da dí

vida no mercado internacional; e à medida que os desagios

caíssem, a internalização parcial flutuaria entre o limite

mínimo: zero, quando o crescimento do produto industrial ul

trapassasse um valor pré-determinado, y ; e o limite máxi

(42)

Esta alternativa é uma solução cooperativa para o

jogo da dívida externa. Neste processo, a Ínternalizaçao par_

ciai é limitada pelo mercado, via deságios, apresentando,por

isso, aspectos atrativos também para os credores, visto que

funciona como um processo de conversão informal (para os

devedores, apenas no que se refere à redução do passivo ex

terno líquido) com descontos, no máximo, iguais aos de merca

do. Além disso, numa perspectiva intertemporal, esta interna,

lização tenderia a desaparecer, a medida que o crescimento

econômico e as exportações dos países endividados sinalizas

sem, com base nos indicadores externos, um tratamento adequa.

do do problema da dívida externa.

Com a vinculação da Ínternalizaçao ao crescimento

econômico, é possível que o aporte de recursos necessário

para manter o nível mínimo de crescimento desejado exceda o

volume dado pela Ínternalizaçao máxima, determinada pelo

deságio. Neste caso, o diferencial de recursos, ou seja, o

2 ~

resíduo , deveria ser financiado por instituições

multilate-rais, tais como o FMI e o Banco Mundial, com a participação

(43)

.29.

1988, o Serviço de Financiamento Compensatório e Contingen

te, "com o objetivo de ampliar o respaldo do Fundo às tenta

tivas de ajuste voltado para o crescimento empreendidas pe

los países-membros".

Entretanto, o gerenciamento do resíduo deveria fi

car a cargo de um novo organismo internacional, criado, exa

tamente, para desempenhar o papel de monitor da dívida ex

terna e que seria coordenado pelo Clube de Paris. Este or

ganismo daria mais credibilidade ao tratamento da dívida

externa.

Na aplicação da estratégia de internalização par

cial de deságios à países como o Brasil, por exemplo, tería

mos para cada 10 (dez) bilhões de dólares de recursos exter

nos adicionais, supondo que estes seriam integralmente apli

cados em investimentos, a geração de 10 (dez) bilhões de dó

lares em investimentos, o que para uma relação capital/produ

to constante e igual a 3,5, implicaria um crescimento adicio

nal do produto interno bruto de, aproximadamente 0,8%. Neste

caso, está sendo suposto que a poupança externa aumenta exa

tamente na proporção da redução das transferências líquidas

(44)

Se = M(t) - X(t) + i*[D(t)] - W(t),

e, portanto,

dS = - dX(t),

e

onde,dX(t) < 0, pois

d[i*D(t)] = dW(t) .

No entanto, estamos supondo aqui que haverá impor

tações adicionais no valor da redução do pagamento da renda

líquida para o exterior, fazendo com que a poupança ex

terna não seja alterada. E, desse modo, como será visto

a-diante, a poupança interna é que aumentará.

Os efeitos da internalização de deságios sobre o

produto serão, neste caso em que se considera aumentos nas

importações no mesmo valor das internalizações, inicialmen

te mais suaves do que no caso em que não há elevação das im

portações no valor da internalização de deságios. Para o re

sultado acima, supõe-se, adicionalmente, que (i) a substitui,

ção de capital por mão-de-obra seja nula; e (ii) haja abun

dância de mão-de-obra, ou seja que

(45)

.31.

A manutenção desta taxa de crescimento do produto

mais elevada iria requerer, provavelmente, novos recursos

externos, porém, estas necessidades seriam, agora, substan

cialmente menores, já que a transferência líquida de recur

sos para o exterior, gerado pelo pagamento dos juros e da

amortização da dívida externa, seria significativamente me

nor, pois o estoque da dívida externa estaria situado em um

nível bem inferior quando comparado à situação onde não há

internalizações.

Embora aparentemente pouco significante, um valor

de 0,5% de crescimento adicional do PIB representa 28% da

taxa de crescimento populacional do Brasil projetado para o

período

1987-2000

(1,8%

a.a.).5

0 acúmulo de internalizações deverá ser limitado a

um certo valor a ser combinado entre as partes negociantes.

Esta restrição com relação às internalizações é defendida

(46)

Sob a ótica dos credores, por que estes aceitariam

esta solução cooperativa? A justificativa deve estar cal

cada, certamente, na maximização intertemporal de seus lu

cros ou receitas esperadas.

Assim teríamos E ( tt ) , > E (^^s/w' onde E re

presenta o operador esperança matemática; n , o lucro no pe

ríodo t; os subscritos c/w e s/w, respectivamente, as estra

tégias com internalização de deságios (perdão) e sem

inter-nalização de deságios. Porém, resta, ainda, mostrar como

isto ocorrerá. A explicação mais óbvia consiste na percepção

de que o processo de endividamento apresenta, atualmente,

u-ma trajetória explosiva, ou seja, a comunidade financeira

internacional (incluindo certamente os credores) antecipa a

impossibilidade do pagamento da dívida, dadas as perspec

tivas econômicas internacionais para a próxima década, sobre

tudo, no que diz respeito aos países altamente endividados

(47)

.33.

Para assegurar a superioridade da estratégia com

internalização de deságios, com base na receita esperada

dos credores, é vital supor que a estratégia alternativa, ou

seja, aquela que não contempla internalizações, comportará

em um determinado tempo, t*, a probabilidade da suspensão

temporária ou permanente do pagamento dos serviços da dívida

(juros e amortização). Esta suspensão poderia ter objetivos

políticos e/ou econômicos. Suponhamos que a interrupção do

pagamento ocorresse em função do crescimento econômico acumu

lado, com base no seguinte critério: se o país devedor acu

mular, em um período de 3(três) anos consecutivos taxas de

crescimento econômico inferiores àquelas determinadas pelo

crescimento econômico mínimo desejado, y , haverá suspensão

de pagamento. Isto é, se (dy/y dt). < y , para i = t,t+l, e

t+2, então, iD £ (iD)*, onde (iD)* é um valor limite menor do

que a transferência que se daria em condições normais. De

(48)

de pagamento dos serviços da dívida externa para diversos

países endividados.

É possível que a interrupção do pagamento dos ser

viços da dívida venha a ocorrer, também, em função da escas

sez de recursos externos. E isto poderia acontecer antes

mesmo da adoção do critério do crescimento econômico míni

mo necessário. Ou seja, se a geração de recursos externos

via exportações não é suficiente para saldar os compromis

sos com o serviço da dívida externa, e se não ha influxo de

recursos no montante suficiente para cobrir este hiato de re

cursos, a própria escassez de recursos externos se anteci

pará ao critério do crescimento econômico.

Com relação à posição dos credores, dois outros

pontos são importantes: (i) qual o nível de deságio aplicado

aos títulos da dívida externa dos países endividados que

deve representar o deságio máximo?; e (ii) qual a garantia

que estes credores terão de que a aplicação dos recursos

externos seja direcionada ao investimento e não a gastos cor

(49)

.35.

No que diz respeito à primeira questão, o nível de

deságio que limitaria a internalização parcial deveria ser

o menor nível de deságio esperado pelos devedores e coinci

dente com os níveis que seriam aceitos, embora não revelados

ex-ante, pelos credores. Assim, teríamos & = E {min &-, K i =

1,...,n, onde n é o n- de credores internacionais. Tomemos,

por exemplo, o caso do Brasil. Se um grande banco credor se

dispusesse a dar um deságio de apenas 25%, este deveria ser

o deságio, e não os deságios oferecidos por outros bancos me

nores que não tem representatividade no total da dívida a

ser negociada. Obviamente, este critério resultará em difere_n

tes deságios máximos para diferentes países. Há, ainda, a

questão relacionada a constatação da disposição dos grandes

bancos credores em conceder um determinado nível de desá

gio. Ou seja, como estes bancos atualmente não concedem de

ságios ao negociarem seus títulos de dívida externa em suas

carteiras, como avaliar que o nível de deságio seria, por

exemplo, de 25% para o Brasil? Esta é realmente uma questão

que exigirá uma certa dose de astúcia por parte dos deve

dores .

Quanto à segunda questão, ou seja da aplicação

(50)

credores de que os recursos serão integralmente aplicados em

investimentos. No entanto, este problema poderia ser facil

mente solucionado, ao se impor a seguinte restrição aos paí

ses devedores: caso o estoque acumulado de Ínternalizaçoes

ultrapasse um determinado limite a ser fixado, digamos 40%

do estoque da dívida externa inicial, automaticamente

far-se-á a capitalização de uma parcela expressiva deste estoque

internalizado. Assim, a aplicação ineficiente dos recursos

externos provenientes das Ínternalizaçoes se traduzirá em

perda de parte expressiva da internalização conseguida ao

longo do tempo. A ocorrência desta capitalização parcial ca

racteriza, na verdade, um pagamento diferido, no montante

i-gual a parcela capitalizada.

A restrição acima, a qual envolve a capitalização

de parte do perdão acumulado, é necessária também para que

os credores tenham a garantia de que após a concessão de um

perdão, não haja um novo pedido de perdão, e assim por dian

te sem qualquer limitação. Esta ausência de garantias aos

credores é tida como o motivo principal, pelo qual estes

(51)

.37.

internalizaçÕes de deságios.

Mesmo com a recapitalizaçao de parte expressiva

das internalizaçÕes acumuladas, permaneceria uma dúvida relê.

vante com relação à garantia para os credores do recebi

mento de seus empréstimos. Ou seja, se um determinado país

atinge esta posição de se ver obrigado à recapitalizaçao,

é altamente

provável

que

ele

não

mais

ofereça

credibilidade

quanto a sua capacidade de saldar seus novos compromissos

externos, agora, acrescidos da recapitalizaçao impingida.

Para contornar este problema, propõe-se que: os

mesmos organismos multilaterais de crédito encarregados da

cobertura do hiato de recursos se encarreguem também da

re-compra dos títulos da dívida externa deste(s) pais(es) em

processo de recapitalizaçao. 0 montante da compra seria o

valor da recapitalizaçao. Desse modo, estes organismos garan

tiriam aos credores que, caso o mecanismo de internalização

não funcionasse para um determinado país ou grupo de países,

o montante recapitalizado seria por eles recebido e passa

ria a ser um crédito dos próprios organismos multilateriais.

(52)

Assim sendo, o Plano Brady passaria a ver apenas uma contin

gência, para o caso de países que viessem a falhar na pro

posta de internalização de deságios.

Deve-se observar, também, que esta estratégia su

gerida envolve a apropriação por parte dos países devedores,

apenas daqueles recursos que já foram dados com não mais

obteníveis pelos bancos credores. A comprovação deste fato

está no valor atual de mercado das ações dos bancos credo

res. Assim, a apropriação destes recursos pelos países deve

dores não refletirá nenhuma perda adicional por parte dos

bancos credores, desde que a internalização não ultrapasse

o deságio mínimo oferecido no mercado secundário de títulos

da dívida externa, num período a ser determinado.

Busca-se, portanto, mostrar que, tanto para os cre

dores, quanto para os devedores, esta estratégia é superior

à estratégia atual. 0 resultado pretendido é, portanto,

obter uma estratégia que seja pareto superior à estratégia

atual.

(53)

procu-.39.

rar uma estratégia que além de ser mais eficiente do que a

atual, também seja ótima num sentido específico. Nesta pro

posta, temos a estratégia atual de "muddling through" e a

que está sendo apresentada. A partir daí, então,

procura-se testar a superioridade da proposta em questão, ao mesmo tempo

que se limita o fluxo máximo de internalização de deságios,

de tal modo que seja internalizado só aquilo que realmente

for necessário em função do crescimento econômico mínimo

desejado. Assim, afasta-se a possibilidade de obtenção de

recursos externos em qualquer período t, acima do que se

ria determinado pela diferença entre o crescimento desejado

e o obtido. Esta "otimização" ocorre somente do ponto de

vista dos credores. E, na verdade, nada mais é do que ga

rantir aos credores que estes só fornecerão recursos real

mente necessários para eliminar o hiato de crescimento exis

tente nos países devedores. Para os devedores, o simples

crescimento econômico a taxas acima ou igual à taxa mínima

desejada representa uma estratégia superior à atual.

Fica implícito nesta estratégia, que a função uti

(54)

produto industrial sobre a taxa de crescimento mínima deseja_

da. Para os credores, a função utilidade é dada pela recei

ta esperada. E como já visto, esta receita será uma função

da capacidade dos países devedores de saldar seus compromis

sos com o exterior. E, como a capacidade de pagamento dos

serviços da dívida varia diretamente com a relação dívida/

exportação, sucede uma relação entre a receita esperada dos

credores e a relação dívida/exportação. Portanto, cresci

mentos mais acentuados do produto, decorrentes de novos invejs

timentos, levariam à redução da relação dívida/exportação, a

qual atuaria como uma sinalização de que a capacidade de

pagamento aumentou e, como conseqüência, os deságios ofere

cidos sobre os títulos de dívida externa cairiam.

Resta, ainda, um questionamento importante com re

lação ã superioridade da estratégia com internalização de âe_

ságios. É possível que em um contexto de dinâmica favorável

da dívida para os países devedores, ou seja, que a taxa

de crescimento das exportações exceda a taxa de juros inter

nacional durante um certo período, torne-se viável o pagamen

(55)

.41.

Sob esta hipótese, o crescimento econômico dos países de

vedores seria conduzido pelas exportações, como ocorrido em

alguns países do Sudeste Asiático. Pode-se afirmar, sem he

sitações, que estes países obtiveram pleno êxito.

No entanto, para os países devedores que ainda não

optaram por esta estratégia, o êxito ao adotá-la dependeria

dos efeitos sobre as importações. Se estas não fossem, no

tempo, comprimidas a ponto de tornar insustentável o cresci

mento econômico desejado, a estratégia seria vitoriosa. Em

bora esta estratégia seja perfeitamente factível para diver

sos países com produtos competitivos no mercado internacio

nal, e aqui pode-se, certamente, incluir o Brasil, cabe in

dagar se o bloco dos devedores poderia, no agregado, obter

êxito, pois, as exportações deste bloco exigiriam importa

ções equivalentes na outra ponta do comércio internacional.

Em contraposição, tem-se, nesta proposta apresen

tada, a integração do comércio exterior com a política de en

dividamento externo dos países devedores. Dada esta integra

ção, resulta ser possível a redução do déficit comercial

(56)

au-mentam suas importações e reduzem o pagamento dos serviços

de suas dívidas externas, e, ainda, os bancos credores po

dem obter redução dos deságios sobre os títulos de dívida

externa que compõem seus "portfolios".

A proposta de internalizar deságios deveria tam

bém ser confrontada com a proposta atual de capitalizar os

juros sobre a dívida, para que a possível superioridade da

primeira pudesse ser garantida. Este confronto não será

a-presentado neste trabalho, sendo, portanto, deixado para dis_

cussões mais profundas sobre este tema dívida externa, que

(57)

.43.

2.2 - O Modelo

As equações que compõem o modelo são as de números

1 a 9 apresentadas abaixo:

Equação 1: Relação Capital/Produto

Y = v.k,

onde:

v, representa a relação produto/capital.

Com esta equação, admite-se, implicitamente, que:

(i) há excesso de oferta de mão-de-obra; e

(ii) não há substituição de fatores de produção.

Inicialmente, será suposto que a relação produto/

capital, v, é constante. Em seguida, supor-se-á que esta re

lação é função da importação de bens de capital.

Equação 2: Condição de Equilíbrio

(58)

A igualdade entre investimento e poupança é uma

condição de equilíbrio, equivalente ao equilíbrio entre de

manda e oferta agregadas.

Equação 3: Formação de Capital

I = K(t

+ 1)

- K(t)

= s.[Y(t)

- i*.[D(t).(l-&.cQ]

-

[X(t)

-- M(tO

+ i*.[D(t).(l-&.c[|

- W(t).

A primeira igualdade decorre da definição de inves_

timento como a formação bruta (líquida) de capital fixo mais

a variação de estoques. Já, a segunda igualdade decorre da

condição de equilíbrio. Aqui, as poupanças interna e ex

terna são dadas, respectivamente, por:

Poupança

Interna

= s.[Y(t)

- i*

. |_D(

t)

. (1-&

. c 0]

, e

Poupança

Externa

= M(t)

- X(t)

+ i*

|Õ (t)

. (1-&

. cF|

- W(t).

onde:

s, é a Propensão média a poupar;

Y(t), o Produto Interno Bruto;

i*, a Taxa Internacional de Juros;

D(t), o Estoque da Dívida Externa;

&, o Deságio dos títulos da Dívida Externa no mercado secun

(59)

.45.

c, a Parcela do estoque da Dívida que é convertida em Inves

timentos ;

M(t), as Importações;

X(t), as Exportações (que são aleatórias);

i*|_D(t)

.(1-S.cO,

a Renda

Liquida

Enviada

para

o Exterior,

e

W(t), o fluxo internalização de deságios.

Equação 4: Balanço de Pagamentos

X(t)

- M(t)

- i*.

Q)(t).(1-&.cO

+ W(t)

= -Ka

- Kc(W)

+

Re

+

+ j. [p(t)

. (1-S.c)]

onde:

Ka, representa os Investimentos Diretos (considerados cons

tes) ;

Kc(W), o Capital Compensatório oriundo de Organismos Multila.

terais, que é considerado um complemento da internaliza

ção de deságios;

Re, a variação máxima de Reservas por período; e

j, a Parcela da Dívida Externa que é amortizada.

0 lado esquerdo da equação 4 representa o Saldo do

Balanço de Pagamentos em Transações Correntes; e o lado di

(60)

Compensa-tórios (inclui variação de reservas).

Quando o lado esquerdo da equação é negativo, há

um

Déficit

em

Transações

Correntes,

que

deve

ser

financiado

por Capitais Autônomos e/ou Compensatórios.

Equação 5: A Internalizaçao de Deságios

W(t)

= min

(fíy1"

- [Y(t

+ l)-Y(t)]/Y(t)

),S.D(t)),

com

W > 0 ;

f(0) =0 e f < 0

Da equação acima, vê-se que a Internalizaçao de D^

ságios

é uma

função

da

diferença

entre

a

taxa

de

Crescimen

to Mínimo Requerido e a Taxa de Crescimento do Produto (In

dustrial) do País Devedor. Porém, se a referida taxa de

crescimento requiser um fluxo de internalizaçao maior do que

o produto entre o estoque da dívida externa e a taxa de

de-ságio internacional concedida aos títulos que representam dX

vida externa, o fluxo internalizaçao de deságios, W(t), deverá

ser igual ao produto &.D(t). 0 hiato de recursos deve

ser fornecido pelos Organismos Multilaterais de Crédito. Em

caso contrário, a internalizaçao segue a exigência ditada

pela diferença entre as taxas de crescimento do produto mencio

(61)

.47.

Como já mencionado ao longo do texto, só haverá in_

ternalização quando a taxa de crescimento do produto indus

trial estiver a níveis abaixo da taxa de crescimento deseja

da para o produto industrial.

Equação 6: Crescimento do Produto

|j(t+l)-Y(tO/v

=|1

+ m(t)].Y(t)

- X(t)

- W(t)

+ (i-s).i*.

. Ep(t)

. (1-&.cT|

,

onde: M(t) = m(t),Y(t).

Esta equação decorre das equações 1, 2 e 3, visto

que Investimento é igual à variação do Produto dividida pela

relação Produto/Capital.

Supõe-se, adicionalmente, que a função importações

é da forma M(t) = m(t).Y(t), onde:

m(t) é a propensão média a importar.

Esta forma funcional mostra que as importações

dependem do nível do produto interno, o que significa dizer

que a pauta de importações é composta, principalmente, de

Bens de Capital e de Bens Intermediários.

(62)

va-se que a taxa de câmbio real é suposta permanecer cons

tante, não alterando, portanto, o nível de importações.

Aqui, a propensão média a importar é uma função

do tempo, já que o valor total das importações é obtido como

resíduo da equação de balanço de pagamentos. Assim, o coefi

ciente m(t) aumentará à medida que as internalizações aumen

tem.

Equação 7: Estoque da Dívida

D(t + 1) = D(t).(l-&-c) + Ka - Re - j . |j)( t) . (1-&-C f[ + Kc(W)

-- W(t),

onde:

W(t)

=

|1

W(t)

- Z

W(t-lQ.

(i*

+ j).

A equação do estoque da dívida diz que a dívida no

período t+1 é igual à dívida em t após as operações de con

versão de dívida em investimento, somada aos capitais autô

nomos e compensatórios, e subtraída do pagamento da amortiza,

ção e do fluxo internalização de deságio.

Equação 8: Condição de Capitalização

t*

(63)

.49.

t*

[D(t*>

- D(t*-D]

= ka

+ Kc(W)

- Re

- j. [D(t).

(l-&.c)]

+ I a.

W(t)

onde:

a, é uma constante com valor entre zero e um (0 -$ a < 1) .

A condição de capitalização busca controlar a efi

ciência

do

aproveitamento

dos

novos

recursos

externos

obti

dos pelos países devedores, via internalização de

desá-gios .

Se os recursos forem utilizados, em grande parte,

para gastos correntes e não para investimentos, e se esta

decisão acarretar na elevação dos recursos externos necessá

rios para o crescimento econômico desejado, ao ponto de ul

trapassar um determinado limite, W*, então, uma parte ex

pressiva da internalização acumulada será novamente contabi

lizada como dívida externa futura para o país devedor.

O parâmetro a é certamente menor do que a unidade,

e seu valor exato deverá ser acertado entre as partes: deve

(64)

Equação 9: Condição de Otimização

t

Min I W(t)

c/c: (i) W(t) » 0, e

(ii) [Y(t

+ D

- Y(t)]/Y(t)

^ Y

m

A condição de otimização garante que a internaliza.

ção de

deságios

acumulada

será

a mínima

necessária

para

que

os

países

devedores

apresentem

crescimento

pelo

menos

igual

ao nível mínimo necessário, y . Assim, na verdade, se esta

escolhendo uma trajetória entre várias possíveis para a so

lução do problema de maximização intertemporal acima. E a

e-ficiência desta escolha está calcada na hipótese de que os

credores maximizam suas receitas esperadas; e quando estes

concedem menos internalizações, dada a restrição de cresci

mento mínimo dos países devedores, maiores serão suas recei

tas .

Certamente, a minização desta transferência de re

cursos externos deve obedecer a restrições tais como:

(i) W(t) > 0, ou seja a transferência é positiva ou nula, e

(65)

.51.

(ii) o

crescimento

do

produto

deve

ser

maior

ou

igual

ao

m

(66)

2.3 - O Esquema de Resolução do Modelo

A variável de controle do modelo é o coeficiente

de importações, m(t), que deve ser tal que Z AW seja mínimo,

com as condições:

(i)

Ay/Y

> Ym;

(ii) AW > 0; e

t*

(iii) se Z AW > W1, então (D(t*) - D(t*-l)) =

t*

K

A

+ K (W)

C

- R

e

- j(D(t)

(l-&c))+

-1^,

onde

a > 1.

a

A obtenção do m(t), de AY e AW compreende por

tanto, a seguinte seqüência de cálculos, a partir das equa

ções 4, 5, 6 e 7:

t=0 t=0

1) Dado AW inicial, ou seja Z W - Z W_..,ob

t=-l

°

t=-l

tém pela equação 4, m(0).

2) Com m(0) na equação 6, calcula-se Y(l).

3) Com Y(l), calcula-se m(l) pela equação (4). Em

seguida obtém-se Y(2) e Y(2) - Y(l) pela equação (6). Se

[Y(2)

- Y(l)]/Y(l)

> Ym,

calcula-se

m(2)

de

(4),

supondo

W(l)

= 0.

Se

[Y(2)

- Y(l)]/Y(l)

< Ym,

faz-se

[Y(2)

- Y(l)]/

(67)

.53.

a partir de m(1).

Na próxima etapa, já com Y(2) calculado, ou pela

condição

Y(2)

- Y(l)

= Ym,

ou

pela

condição

Y(2)

- Y(l)

> Y,

calcula-se m(2), calcula-se Y(3). Novamente faz-se a pergun

ta:

[Y(3)

- Y(2)]/Y(2)

é maior

do

que

Ym.

Se

for,

faz-se

W(2) - W(l) = 0, calcula-se m(2) e, em seguida Y(3). Se não

for,

faz-se

[y(3)

- Y(2)]/Y(2)

= Ym,

calcula-se

m(2)

a par

tir da equação (6) e, em seguida, calcula-se W(2) - W(l).

Este processo é repetido até um determinado tempo

t.

O Fluxograma correspondente à seqüência de calcu

(68)

W(0)

m(0)

T

Y(2)-Y(l)

Calcule m(l) e W(l) a

partir de (6) e de (4)

l

Calcule m(2) a partir

de Y(2) acima, com a

equação (4), e com

W(2) = 0

Cálculo de m(l)

a partir da

e-quação (4)

Cálculo de Y(2)

a partir de (6)

Novo estoque

da

dívida externa

Novo estoque

da

dívida externa

Calcule Y(3) a partir

de (6)

Y(3)-Y(2)

Y(2)

m

Calcule m(2) e W(2) a

partir das equações (4)

e (6).

SIM

W(2)=0

Calcule m(3) a

partir de (4)

Calcule Y(4) a

partir de (6)

SIM

Novo estoque

da

(69)

.55.

2.4 - Receita dos Credores

A receita esperada dos credores, no caso em que

ocorrem internalizações de deságio, E(R , ), é dada por:

E(Rc/w}

= P1R1

onde:

R., i = 1,2, são as receitas obtidas nos estados

da natureza 1 e 2, e

p^, i = 1,2, são as probabilidade da renda mun

dial crescer a taxa 1,5% ou 3,0%, respectivamente.

A receita no estado da natureza i é dada por;

t*

R. = Z (i*+j)(l-&c) D(t).

1

t=l

Mas, como (i*+j)(l-&c) D(t) = X(t) - m(t) Y(t), e

supondo que - K - K + R =0, chega-se a:

í* C^ c

t*

R. = Z (X(t) - m(t) .Y(t)),

t = l

c/c: m(t) > m

E, substituindo X(t) na expressão acima, obtém-se:

t*

(70)

onde:

h Y(t) é a função que relaciona exportações e crês

(71)

.57.

2.5 - Poupança Externa, Investimento e Consumo

A princípio, não há garantias de que os recursos

obtidos via internalização de deságios venham a ser inte

gralmente utilizados em investimentos nos países devedores.

Parte destes recursos poderão dar origem a consumo interno.

A internalização de deságios, com a hipótese de im

portações subsequentes no mesmo valor, não implica elevação

da poupança externa, pois esta permanecerá constante. Isto

pode ser visto pelos lançamentos abaixo:

Uma internalização de deságios de X bilhões de dó

lares requer um débito de X bilhões de dólares na conta

A-mortizaçÕes e um crédito de X bilhões de dólares na conta

Transferências Unilaterais. Em seguida, teremos, com as Im

portações, os lançamentos de crédito na conta Haveres no

Exterior e de débito na conta Importações.

Assim, ao final das operações teremos:

1. Balanço Comercial

Exportações

(72)

2. Balanço de Serviços Não-Fatores

3. Balanço de Serviços Fatores

Juros

4. Transferências Unilaterais + X

5. Saldo de Transações Correntes

6. Capitais Autônomos

Amortizações - X

7. Capitais Compensatórios

Haveres no Exterior + X

Empréstimos do FMI

Atrasados Comerciais

Resulta, portanto, que a poupança externa, Se, não sofre

nenhuma alteração.

Como, então, os investimentos podem aumentar sem

que a poupança externa tenha sido elevada? Isto pode ser ex.

plicado pela elevação da poupança interna.

Da identidade produto-renda-despesa, temos:

onde: Y representa o PNB; e, X - M, as transações

(73)

.59.

Então

(2) Y-G-C=I-S

e

(3) ou, Y - G - C = S.,

(4) pois, ST = Si + Se = I

Desse modo, com a internalização de deságios,

tem-se que :

S. aumenta e, por conseguinte, o PNB aumenta, pa

ra consumo, C, e gastos governamentais, G, constantes.

Supondo, agora, que C é função da renda,

chega-se a:

(5) AS. = APNB - AC ,

(6) e, como C = C(Y) ,

(7) AS. = APNB - C AY

(8) ou, AS. = APNB - C A(PNB + RLE)

Assim, o aumento da poupança interna é agora me

nor, pois houve elevação do consumo.

Da igualdade entre Investimento e Poupança,

pode-se obter uma relação entre crescimento do produto e pou

(74)

Assim,como

(9) I = S. + S

1 e

(10) e,I = AK = - AY,

v

(11) AY = v [SL í. + S e ] ,

(12) ou, AY = v [s(Y-RLE) + S ]

(13)

ou,Ay

= v

[sY

- sRLE

+ m(t)

Y(t)

- X(t)

+ RLE]

(14)

Ay

= v

[(s+m(t))

Y(t)

+ (1-s)

RLE]

onde:

RLE = i* [D(l-Sc) - T.U.] ,

com T.U. representando as Transferências Unilaterais.

Tem-se, ainda, que a Poupança Interna varia como a

baixo:

(15) S± = s [Y - RLE]

(16) ou,Si = s [Y - (i* [D(l-&c) - T.U.)]

Assim,

dS.

(17) - > 0

Imagem

Tabela 1 VALOR ANUAL SILEIRA. DATA 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 (1) Nac INDÜSTR.(1)=(2) (*3)11.376,2913.999,5811.686,0413.108,7617.955,0216.821,2714.897,9318.023,9424.095,00 EM MILHÕES DE DÓLARESSEGUNDO.MANUF.(2)9.027,5711.883,8010.252,8611
Tabela 3 EXPORTAÇÃO DE NÃO-MANUFATURADOS (X ) em 10 US$ n ANO 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 V 0,2,0,-o,1,-o.o,-o, o, o, 0,1)-849 053820327495 -139154160248266 MÉDIA (u)11.347,2511.860,4312.094,2012.794,2813.239,8913.313,3
Tabela 5 EXPORTAÇÃO DE MANUFATURADOS ANO 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 (xt)/(y*)c i16,16,17,17,17,17,18,18,18,18,19,19, 555809068 331597868143421705993 285583 ),5567=k II16,17,17,18,18,19,20,20,21,22,22,23, 806 323856406972 55

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