Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha
ISSN: 1665-0204
rebasa@hmo.megared.net.mx
Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C.
México
Daiuto, Érica Regina; Tremocoldi, Maria Augusta; Lopes Vieites, Rogério CONSERVAÇÃO PÓS COLHEITA DE ABACAT 'HASS' IRRADIADO.
Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, vol. 10, núm. 2, 2010, pp. 94-100 Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C.
Hermosillo, México
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=81315091005
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Conservação pós colheita de Abacate… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)
CONSERVAÇÃO PÓS COLHEITA DE ABACATE ‘HASS’ IRRADIADO
Érica Regina Daiuto1, Maria Augusta Tremocoldi2, Rogério Lopes Vieites2
1,2Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho –
UNESP, cidade de Botucatu, estado de são Paulo, Brasil. CP:237, tel: (55‐1438117172), email:
erdaiuto@uol.com.br tel: (14)97540158
Palavras – chave: vida de prateleira, refrigeração, irradiação, Persia americana RESUMO
O abacate é um fruto climatérico que apresenta alta taxa respiratória e produção elevada de etileno após a
colheita, o que resulta na sua alta perecibilidade sob condições ambientais. O objetivo desta pesquisa foi
verificar o efeito da radiação gama sobre o amadurecimento de abacate ‘Hass’. As doses de irradiação gama
foram de 0,2; 0,4; 0;6 e 0,8 kGy, caracterizando 4 tratamentos, e outro testemunha que não foi submetido à
radiação. A fonte de irradiação foi 60
Co. Os frutos foram analisados por 35 dias (0, 7, 14, 21, 28 e 35 dias). Um
grupo de frutos caracterizou as amostras destrutivas, nos quais fora realizadas análises de pH, acidez titilável,
sólidos solúveis (brix), açúcar redutor e ratio. Em outro grupo, o controle, avaliou‐se a perda de massa e taxa
respiratória. Em todos os tratamentos foram utilizadas 03 repetições e a unidade experimental constou de 03
frutos para cada dia de análise no grupo destrutivo e 6 frutos no grupo controle. Os diferentes tratamentos
foram mantidos sob refrigeração à temperatura de ±10ºC e 90±5% de UR. A refrigeração foi efetiva na
manutenção da conservação dos frutos de abacate da variedade Hass. As análises que mais demonstraram as
diferenças entre os tratamentos foram a perda de massa, respiração e textura. As doses de 0,2 e 0,6 KGy
demonstraram ser as mais efetivas na conservação dos frutos.
GAMMA RADIATION IN AVOCADO ‘HASS’ POSHARVEST QUALITY CONSERVATION
Key words: shelf life, refrigeration, irradiation, Persia americana ABSTRACT
The avocado is a climacteric fruit that presents high respiratory rate and high ethylene production after the
crop, what results in an highly perishable under environmental conditions. The aim of this work was to verify
the effect of gamma radiation on the avocado ripening 'Hass'. The gamma radiation amount were of 0,2; 0,4;
0;6 and 0,8 kGy, characterizing 4 treatments, and other witness that was not submitted to the radiation. The
irradiation source was 60
Co. The fruits were analyzed by 35 days (0, 7, 14, 21, 28 and 35 days). A group of fruits
characterized the destructive samples, us which out accomplished pH analyses, titrable acidity, soluble solids
(oBrix), sugar reducer and ratio. In another group, the control, was evaluated the weight loss and respiratory
rate. In all of the treatments 03 repetitions were used and the experimental unit consisted of 03 fruits for every
day of analysis in the destructive group and 6 fruits in the group control. The different treatments form
maintained under refrigeration to the temperature of ± 10ºC and 90±5% of UR. The refrigeration was effective
in the maintenance of the conservation of the fruits of avocado Hass variety. Analyze them that more
demonstrated the differences among the treatments were the weigth loss, respiratory rate and texture. The
doses of 0,2 and 0,6 KGy demonstrated to be the most effective in the conservation of the fruits.
INTRODUÇÃO
Os cultivares de abacate mais utilizados no Brasil são Simmonds, Barbieri, Collinson, Quintal, Fortuna, Breda, Reis, Solano, Imperador, Ouro Verde e Campinas (Franciso e Baptistella, 2005). As variedades Hass e Fuerte
denominação “Avocado”. São variedades de calibres menores e que têm sido valorizadas no mercado, principalmente para exportação e com selo de certificação.
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confere alta perecibilidade sob condições ambientais (Kader, 1992), portanto, o controle do amadurecimento é fundamental para o aumento da vida útil após colheita, visando mercado interno e exportação de frutas (Kluge et al., 2002).
No Brasil, conforme já destacado por Kluge et al. (2002) a comercialização do abacate a varejo, ocorre sem refrigeração o que torna a aplicação de tecnologias de conservação em temperatura ambiente bastante desejável, pois a ampliação do período entre a colheita e o amadurecimento pode proporcionar o transporte a longas distâncias e aumento do período de comercialização.
A literatura apresenta formas retardar ou inibir o amadurecimento dos frutos, entre elas a refrigeração, uso de ceras (Gayet et al., 1995; Oliveira et al., 2000) e outros revestimentos além do uso de 1‐ metilciclopropeno (Kluge et al., 2002).
Associada aos procedimentos pós‐colheita normalmente empregados, as radiações gama, em baixos níveis de dose, são um excelente método para prolongar a vida comercial das frutas, retardando os processos de amadurecimento e senescência, bem como reduzindo significativamente o apodrecimento causado por fungos e bactérias patogênicas (Käferstein e Moy, 1993).
Segundo Chitarra e Chitarra (2005), há alguns inconvenientes em usar a irradiação, pois dependendo da dosagem, pode provocar escurecimento, perda de firmeza, aparecimento de depressões superficiais, amadurecimento anormal e perda de aroma e sabor nos produtos.
O abacate mostrou‐se como sendo uma das frutas mais sensíveis às radiações ionizantes, sendo que, para a maioria das variedades estudadas, doses acima de 100 ou 200 Gy causam severas descolorações da polpa e escurecimento da casca. Observou‐se que a dose ótima varia bastante entre variedades e mesmo para abacates da mesma variedade,
quando cultivados em regiões diferentes (Germano et al., 1996)
O objetivo desta pesquisa foi verificar o efeito da radiação gama sobre o amadurecimento de abacate ‘Hass’.
MATERIAIS E MÉTODOS Matéria prima
Os frutos da cultivar Hass foram cuidadosamente colhidos no ponto de maturação fisiológica e selecionados quanto a ausência de danos mecânicos.
Tratamento do frutos
As doses de irradiação gama foram de 0,2; 0,4; 0;6 e 0,8 KGy, caracterizando 4 tratamentos . A fonte de irradiação foi 60Co.O tratamento testemunha não recebeu nenhuma dose de irradiação.
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potenciômetro atinge 8,1, conforme recomendação do Instituto Adolfo Lutz (2005). Textura, avaliada através do texturômetro modelo “STEVENS – LFRA texture analyser” com a distância de penetração de 20mm e velocidade de 2,0mm/seg., utilizando‐se a ponta de prova TA 9/1000, o valor obtido para se determinar a textura em gramas/força, é definido como a força máxima requerida para que uma parte do ponteiro penetre na polpa dos produtos; pH realizado por potenciometria conforme técnica descrita pelo Instituto Adolfo Lutz (2005); Relação SST/ATT (ratio) determinado pela relação entre os sólidos solúveis e a acidez titulável, conforme metodologia de Tressler e Joslyn (1961); Perda de massa fresca pela pesagem dos frutos do início do experimento e a cada 3 dias, permitindo o cálculo da perda de massa fresca em porcentagem.
PM (%) = (pi – pj/pi) x 100
Onde : PM = perda de massa (%), Pi = peso inicial dos frutos controle, Pj = peso no período subseqüente a Pi (g)
Respiração. A determinação da taxa de respiração, feita de forma indireta, é efetuada
em respirômetro, pela medida do CO2 liberado, de acordo com metodologia adaptada de Bleinroth et al. (1976). A taxa de respiração foi calculada pela seguinte fórmula: TCO2 = 2,2(Vo‐V1).10/ P.T. Onde: TCO2 = Taxa de respiração (ml CO2 kg‐1 h‐1); Vo = Volume gasto de HCl para titulação de hidróxido de potássio – padrão antes da absorção de CO2 (ml) (branco); V1 = Volume gasto de HCl para titulação de hidróxido de potássio após a absorção do CO2 da respiração (ml); P = peso dos frutos; T = Tempo da respiração (hs); 2,2 = Inerente ao equivalente de CO2 (44/2), multiplicado pela concentração do ácido clorídrico; 10 = Ajuste para o total de hidróxido de potássio usado no experimento.
Delineamento experimental e análise dos dados. Os dados foram submetidos a teste de média por Tukey. Foi também realizada uma análise de correlação simples entre os parâmetros pós‐colheita avaliados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na Tabela 1 observa‐se que houve poucas correlações significativas, sendo duas positivas e duas negativas.
Tabela 1. Correlações lineares para os parâmetros pós‐colheita avaliados
acidez brix pH textura açúcar
redutor
ratio taxa
respiratória
perda
de
massa
Acidez 1,00 0,10 ‐0,04 0,14 ‐0,06 ‐0,67* 0,12 ‐0,30
Brix 1,00 ‐0,08 ‐0,05 ‐0,14 0,59* 0,32 0,15
pH 1,00 ‐0,54* 0,06 ‐0,06 ‐0,07 ‐0,05
Textura 1,00 0,11 ‐0,09 ‐0,07 ‐0,07
Açúcar redutor 1,00 ‐0,16 0,10 0,38
Ratio 1,00 0,11 0,30
Taxa respiratória 1,00 0,68*
Perda de massa 1,00
(P<0,05)
Segundo Shimakura e Ribeiro Júnior (2005), quando o coeficiente de correlação linear (r) entre duas variáveis é, em módulo, menor que 0,199, considera‐se que houve uma correlação muito fraca. Quando o coeficiente de
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Portanto para perda de massa e taxa respiratória houve uma forte correlação positiva, ou seja, à medida que aumenta a taxa respiratória aumenta também a perda de massa. Uma forte correlação foi observada também para ratio e acidez, porém negativa. À medida que aumenta acidez diminui os valores de ratio. Já para ratio e brix a correlação foi moderada e positiva, ao aumentar o valor de brix, valores maiores de ratio são observados. A Figura 1 mostra a tendência da taxa respiratória para os diferentes tratamentos.
0 10 20 30 40 50 60
7 14 21 28 35
Dias de análise
T axa r esp ir at ó ri a TESTEMUNHA 0,2 0,4 0,6 0,8
Figura 1. Taxa respiratória obtida em frutos de
abacates ‘Hass’ submetidos a diferentes doses de
irradiação, armazenados a 10±1º C e 85‐90% UR.
Observou‐se que na dose de 0,2 kGy ocorreu um menor taxa de respiração comparando‐se aos demais tratamentos dos 14 ao 28 dias de armazenamento, sendo o pico de respiração retardado em relação às demais doses.
Para perda de massa não foi observada diferença significativa ao longo do período de armazenamento, no entanto a Figura 2 mostra a tendência para este parâmetro avaliado. As doses 0,2 e 0,6 KGy e tratamento testemunha foram as que propiciaram menores perda de massa dos 15 aos 35 dias de armazenamento aproximadamente. Nas doses de 0,4 e 0,8 KGy, houve maior perda de massa. A perda de água, que resulta em murchamento, enrugamento da casca e perda de peso são fatores que comprometem a qualidade dos frutos (Awad, 1993; Chitarra e
Chitarra, 2005). Produtos perecíveis como o abacate mesmo quando colocados em condições ideais, sofrem alguma perda de peso durante o armazenamento devido ao efeito combinado da respiração e da transpiração (Chitarra e Chitarra, 2005).
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
0 10 20 30 40
dias de análise
p er d a d e m as sa ( % ) TESTEMUNHA 0,2 0,4 0,6 0,8
Figura 2. Perda de massa fresca obtida em frutos
de abacates ‘Hass’ submetidos a diferentes doses
de irradiação, armazenados a 10±1º C e 85‐90%
UR pro 35 dias.
Para pH e acidez também não houve diferenças significativas ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey (Tabelas 2 e 3).
Tabela 2. Valores médios do pH obtidos em
abacates ‘Hass’ submetidos a diferentes doses de
irradiação, armazenados a 8±1º C e 85‐90% UR
durante trinta e cinco dias.
Tratamentos Dias de conservação
7 14 21 28 35
0,0 kGy 6,52A 6,43A 6,48A 6,58A 6,55A 0,2 kGy 6,38A 6,53A 6,52A 6,44A 6,71A 0,4 kGy 6,46A 6,53A 6,56A 6,56A 6,45A 0,6 kGy 6,27A 6,51A 6,49A 6,32A 6,55A 0,8 kGy 6,38A 6,41A 6,35A 6,43A 6,43A CV% 3,65 3,34 1,86 3,12 3,22 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
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encontraram diferenças siginificativas para o pH em frutos da variedade Fuerte avaliados sob temperatura ambiente e refrigerada tratados com cera.
Tabela 3. Valores médios da acidez titulável (g de
ácido cítrico. 100g‐1 de polpa) obtidos em
abacates ‘Hass’ submetidos a diferentes doses de
irradiação, armazenados a 8±1º C e 85‐90% UR
durante trinta e cinco dias.
Tratamentos Dias de conservação
7 14 21 28 35
0,0 kGy 0,63A 0,95A 0,69A 1,03A 0,57A 0,2 kGy 1,10A 0,78A 0,69A 0,90A 0,89A 0,4 kGy 0,74A 0,86A 0,68A 0,92A 0,79A 0,6 kGy 0,76A 0,59A 1,10A 0,72A 0,98A 0,8 kGy 1,10A 0,76A 1,14A 1,06A 1,06A CV% 39,46 25,05 35,67 20,87 26,08 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre siao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
A Tabela 4 apresenta os valores de sólidos solúveis obtidos em abacates ‘Hass’ submetidos a diferentes doses de irradiação. Não houve diferenças significativas. Observa‐ se de modo geral um aumento dos valores de sólidos solúveis até os 28 dias para a maioria das doses de irradiação e tratamento testemunha. Entre os tratamentos, aos 14 dias de armazenamento, observouse diferenças significativas. A dose 0,8 KGy diferiu significativamente dos demais tratamentos alcançando os maiores valores de sólidos solúveis assim como o tratamento testemunha. As doses 0,2 e 0,6 KGy apresentaram valores menores indicando um retardo do amadurecimento em relação aos outros tratamentos, mas foi a dose 0,6 KGy que manteve melhor o teor de sólidos solúveis até os 28 dias de armazenamento refrigerado. A textura do abacate está estreitamente relacionada com a solubilização de substâncias pécticas. Durante a maturação há a conversão da pectina insolúvel em pectina solúvel, amolecendo e diminuindo a resistência dos frutos (Chitarra e Chitarra, 2005). Para este parâmetro observou‐se diferença em função da dose de irradiação (Tabela 5).
Tabela 4. Valores médios do teor de sólidos
solúveis (ºBrix) obtidos em abacates ‘Hass’
submetidos a diferentes doses de irradiação,
armazenados a 8±1º C e 85‐90%
Tratamentos Dias de conservação
7 14 21 28 35
0,0 kGy 17,00A 20,60AB 22,90A 24,66A 12,53A 0,2 kGy 14,86A 17,73B 19,00A 21,03A 15,30A 0,4 kGy 18,40A 19,76AB 17,53A 18,00A 12,76A 0,6 kGy 17,30A 17,40AB 17,00A 18,36A 12,20A 0,8 kGy 19,70A 21,90A 20,23A 20,83A 15,73A CV% 18,90 8,96 13,84 19,01 29,46 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre siao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
No tratamento testemunha a queda da textura dos 7 para os 14 dias foi de 86% em relação ao valor inicial, para as doses 0,2 e 0,4 foi em torno de 35%. Já para as doses de 0,6 e 0,8 foi respectivamente de 20 3e 23 %. No entanto a dose 0,6 foi a mais efetiva na manutenção da textura dos frutos ao longo do período de armazenamento observando‐se esta tendência inclusive nos 28 e 35 dias de armazenamento.
Tabela 5. Valores médios da textura (g/f) obtidos
em abacates ‘Hass’ submetidos a diferentes doses
de irradiação, armazenados a 8±1º C e 85‐90% UR
durante trinta e cinco dias.
Tratamentos Dias de conservação
7 14 21 28 35
0,0 kGy 646,66A 87,83B 60,66B 44,66C 24,50B 0,2 kGy 707,33A 455,16A 207,00AB 144,16BC 55,33B 0,4 kGy 735,00A 474,83A 232,00AB 150,00BC 97,50B 0,6 kGy 623,66A 495,33A 399,66A 315,00A 216,16A 0,8 kGy 479,16A 367,16AB 244,16AB 189,66AB 96,50B CV% 39,86 35,77 41,19 28,56 31,12 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre siao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Para açúcares redutores totais e ratio (Tabelas 6 e 7) também não houve diferenças significativas entre os tratamentos.
A refrigeração parece ter sido efetiva na conservação dos frutos independente da aplicação de radiação gama.
Conservação pós colheita de Abacate… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)
Tabela 6. Valores médios de açúcares redutores
(%) obtidos em abacates ‘Hass’ submetidos a
diferentes doses de irradiação, armazenados a
8±1º C e 85‐90% UR durante trinta e cinco dias.
Tratamentos Dias de conservação
7 14 21 28 35
0,0 kGy 0,270A 0,483A 0,243A 0,243A 0,353A 0,2 kGy 0,266A 0,390A 0,273A 0,363A 0,213A 0,4 kGy 0,306A 0,396A 0,363A 0,386A 0,226A 0,6 kGy 0,316A 0,266A 0,243A 0,273A 0,406A 0,8 kGy 0,310A 0,446A 0,240A 0,356A 0,310A CV% 28,70 41,34 25,37 37,61 48,67 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre siao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Tabela 7. Valores médios de ratio obtidos em
abacates ‘Hass’ submetidos a diferentes doses de
irradiação, armazenados a 8±1º C e 85‐90% UR
durante trinta e cinco dias.
Tratamentos Dias de conservação
7 14 21 28 35
0,0 kGy 28,09A 29,68A 36,56A 23,69A 22,42A 0,2 kGy 15,38A 21,72A 28,80A 23,45A 19,08A 0,4 kGy 27,21A 22,84A 28,38A 19,28A 17,02A 0,6 kGy 22,46A 29,92A 16,20A 26,92A 12,54A 0,8 kGy 19,82A 30,48A 19,08A 19,67A 15,00A CV% 36,41 29,17 37,15 23,93 44,95 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre siao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
Germano et al. (1996) observaram que as radiações gama do 60Co na variedade Fortuna induziram um prolongamento na vida de prateleira. que na testemunha era de sete dias, para 11,2 dias quando irradiados com a dose de 75 Gy e para 15,2 dias se irradiados com 100 Gy. A variedade Quintal não se mostrou sensível às radiações. A refrigeração induziu nos frutos do abacate um aumento significativo de suas vidas de prateleira, independentemente da irradiação. Os autores comentam que os resultados já obtidos em experimentos para incremento da vida comercial de abacates, indicam que não há uma dose ou faixa de doses uniforme que poderia ser preconizada para todas as variedades.
CONCLUSÃO
A refrigeração foi efetiva na manutenção da conservação dos frutos de abacate da vairedade Hass. As análises que mais demonstraram as diferenças entre os tratamentos foram a perda de massa, respiração e textura. As doses de 0,2 e 0,6 KGy demonstraram ser as mais efetivas na conservação dos frutos.
AGRADECIMENTOS
À empresa Jaguacy (Bauru‐SP) pelo apoio e participação nas pesquisas, à Fundação de Apoio a Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP) e CAPES.
REFERÊNCIAS
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Chitarra, M.I.F.e A.B. Chitara. 2005. Pós colheita de frutos e hortaliças: Fisiologia e Manuseio. Lavras: ESAL/FAEPE.
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Shimakura, S. E. e P.J.Ribeiro Junior. Estatística, 2005. Disponível em: <http://www.est.ufpr.br/~paulojus/CE003/ ce003/> Acesso em: 05 de dezembro de 2009.
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