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Análise da relação entre polimorfismo do gene cyp17 e sintomas vasomotores em mulheres na pós-menopausa com terapia estrogênica

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ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMO DO

GENE CYP17 E SINTOMAS VASOMOTORES EM MULHERES

NA PÓS-MENOPAUSA COM TERAPIA ESTROGÊNICA

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Doutor em Ciências

(2)

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMO DO GENE

CYP17 E SINTOMAS VASOMOTORES EM MULHERES NA

PÓS-MENOPAUSA COM TERAPIA ESTROGÊNICA

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Doutor em Ciências

Orientador:

Prof. Dr. José Maria Soares Júnior

Co-orientador:

Profa. Dra. Ana Maria Massad Costa

Prof. Dr. Ismael Dale Cotrim Guerreiro da Silva

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Nogueira Júnior, Roberto Cesar

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMO DO GENE CYP17 E SINTOMAS VASOMOTORES EM MULHERES NA PÓS --ENOPAUSA COM TERAPIA ESTROGÊNICA/ Roberto Cesar Nogueira Júnior - São Paulo, 2011. 92f, XXIII.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ginecologia.

Título em Inglês: ANALISYS OF RELATION BETWEEN CYP17 GENE

POLYMORPHISM AND VASOMOTOR SYMPTOMS IN

POSTMENOPAUSAL WOMEN WITH ESTROGEN THERAPY

(4)

DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA

Chefe do Departamento

Prof. Dr. Afonso Celso Pinto Nazário

Coordenador do Curso de Pós-Graduação

(5)

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMO DO

GENE CYP17 E SINTOMAS VASOMOTORES EM

MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM TERAPIA

ESTROGÊNICA

Presidente da banca:

Prof. Dr. José Maria Soares Jr

Banca Examinadora:

Prof

a

. Dr

a

. Ana Maria Massad Costa

Prof. Dr. Edmund Chada Baracat

Prof. Dr. Luís Roberto Araújo Fernandes

Prof. Dr. Benedito Borges da Silva

Suplentes:

Prof. Dr. Alexandre Rossi

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(7)

Aos meus pais, Roberto e Izilda (in memorian),

pela presença e dedicação constantes, amor, estímulo e

ensinamentos que tornaram-se fundamentais na minha formação moral e

profissional. Tenho certeza que você, mãe, sempre estará ao meu lado me

iluminando.

A minha esposa Thais,

pelo apoio e incentivo em todos os momentos durante a realização

deste trabalho; nosso amor e companheirismo tornam minha vida repleta de

alegrias e conquistas.

Ao meu filho Arthur,

por você existir; torna minha vida especial. Seu sorriso e alegria me

dão forças para nunca desistir. Sem você nada faria sentido.

Aos meus familiares,

(8)
(9)

pelo seus ensinamentos e incentivos constantes. Sua amizade,

apoio científico e humano durante todo este tempo de convívio, foi fundamental

nessa conquista.

A Prof. Dra. Ana Maria Massad Costa

pelo apoio, orientação e disponibilidade em atender-me. Sua

paciência e atenção foram indispensáveis nessa caminhada. Minha gratidão é

imensurável.

Ao Prof. Dr. Edmund Chada Baracat,

pela atenção e incentivo nas orientações e exemplo de dedicação

(10)
(11)

possibilitando minha titulação.

Ao Prof. Dr. Eduardo Leme Alves da Motta, pelos ensinamentos,

atenção e apoio na Disciplina de Ginecologia Endócrina e Transição

Menopausal.

Ao Prof. Dr. Mauro Abi Haidar, pela acolhida e apoio na Disciplina de

Ginecologia Endócrina e Transição Menopausal.

Ao Prof. Dr Afonso Nazário, pela sua dedicação ao ensino e pesquisa.

Ao Prof. Dr. Manoel João Batista Castello Girão, pelo exemplo de

dedicação ao ensino e pesquisa.

Ao Prof. Dr.Ismael Dale Cotrim Guerreiro pela atenção e incentivo.

Ao Prof. Dr. Geraldo Rodrigues de Lima, pelo exemplo de profissional.

Aos demais, Docentes da Disciplina de Ginecologia Endócrina e

Transição Menopausal, Dra Rita Dardes, Dr. Claúdio Bonduki, Dra Márcia

Gaspar Nunes, Dr. Ivaldo Silva pelas orientações, ensinamentos e convívio

na vida universitária.

Aos amigos e Pós-graduandos da Disciplina de Ginecologia Endócrina e

Transição Menopausal, com os quais compartilhei o aprendizado, as

responsabilidades e o entusiasmo da Pós-Graduação. Em especial a Dra.

(12)

Santos, Zélia Maria Gomes Macedo, Maria Cecília dos Santos pelo apoio e

incentivo.

À Dra. Carla Maganhin, pelo importante apoio e amizade neste trabalho

(13)
(14)

recrutadas, porém apenas 100 mulheres foram selecionadas seguindo os

critérios de inclusão e exclusão; foi administrado 0.3mg/dia de estrogênios

conjugados eqüinos. Após um ano, terminamos o estudo com 70 pacientes.

Analisamos o Índice Menopausal de Kupperman (IMK) através de cartão diário.

Amostras de sangue foram analisadas e as mulheres foram divididas em 2

grupos de acordo com o polimorfismo da 5’ região não traduzida do gene CYP17: GA (selvagem homozigoto e heterozigoto) e GB (mutado homozigoto).

RESULTADOS: Os valores do IMK foram similares nos dois grupos no ínicio do

estudo. Os sintomas diminuíram nos dois grupos após um ano de tratamento

quando comparados ao tempo zero. A taxa de melhora foi de

aproximadamente 27.09% e 32.18% no GA e GB, respectivamente. Os níveis

de estrogênio após o tratamento foram maiores nos dois grupos quando

comparados ao inicio do tratamento. O nível de testosterona aumentou no GB

após 1 ano de terapia estrogênica (0.48 ± 0.16) alcançando níveis maiores do

que o GA após o término do estudo. O nível de SHBG mostrou um aumento

significativo após 1 ano de tratamento no GB ultrapassando os níveis iniciais e

o GA (p<0.01). CONCLUSÃO: Nossos dados sugerem que o polimorfismo do

CYP17 não influencia a resposta estrogênica após 1 ano de tratamento. A

produção extra de androgênio e estrogênio pode ter sido anulada pela

(15)
(16)

recruited, but only 100 of these were selected according to inclusion and

exclusion criteria, and they were treated with 0.3mg/day of conjugated equine

estrogens. One year later the study was completed with 70 women. The

analysis of the Kuppermann Menopausal Index (KMI) symptoms was made with

information provided by the patients on daily diary cards. Blood samples were

analyzed and the women were divided into two groups based on the CYP17, 5´

untranslated region: GA (wild-type homozygote and heterozygote) and GB

(mutated homozygote). Results: The values of KMI were similar in both groups

(GA = 31.11 ± 9.95 and GB= 30.39 ± 7.74) at baseline. The symptoms in both

groups decreased after one year of treatment when compared to those at

baseline. The improvement rate was approximately 27.09% and 32.18%, in GA

and GB, respectively. The levels of estrogen after treatment were higher in both

groups in comparison with the baseline values. The testosterone level rose in

GB with the one-year treatment (0.48 ± 0.16) reaching a higher level than the

GA level after treatment. The SHBG level showed a significant increase after

the one-year treatment in GB surpassing both the baseline and the after

treatment values of GA (p<0.01). Conclusion: Our data suggest CYP17

polymorphism did not influence the unopposed estrogen during the one-year

treatment. The extra production of estrogen and androgen may have been

(17)
(18)

Agradecimentos ... ix

Resumo ... xii

Abstract ... xiv

Sumário ... xvi

Lista de Figuras ... xviii

Lista de Tabelas ... xx

Lista de Abreviaturas e Siglas ... xxii

1. Introdução ... 1

2. Objetivos ... 20

3. Casuística e Métodos ... 22

4. Resultados ... 32

5. Discussão ... 39

6. Conclusões ... 44

7. Referências Bibliográficas ... 46

8. Anexos ... 60 Anexo I Carta de aprovação do Comitê de Ética da Universidade

Federal de São Paulo 61

Anexo II Termo de consentimento livre e esclarecido 63

Anexo III Aceite da publicação do artigo 67

(19)
(20)
(21)
(22)

estudado.

Tabela 2 Características das pacientes dos grupos A e B deste estudo. 34

Tabela 3 Quantificação do Índice de Kupermannn (Média± Desvio-Padrão)

durante o estudo. 36

Tabela 4 Determinação Hormonal, SHBG e eco endometrial durante o

(23)
(24)

CYP família do citocromo humano P450

FSH

LH

hormônio folículo estimulante

hormônio luteinizante

TGO- transaminase glutâmico-oxalacéticaI

TGP transaminase glutâmico-pirúvica

LDL lipoproteína de baixa densidade

HDL lipoproteína de alta densidade

HPV FRAX DNA pH RE EREs

papiloma vírus humano

ferramenta para determinação do risco de fratura

ácido desoxirribonucléico

potencial hidrogeniônico

receptor de estrogênio

elementos de resposta clássicos

CE-SQ Semiquinonas

CE-Q Quinonas

GSTs Conjugados de Glutationa

UTR Região Não Traduzida

IMK- Índice menopausal de Kupperman-Blatt

SHBG Globulina ligadora dos hormônios sexuais

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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional ocorre em vários países desenvolvidos e em

desenvolvimento. A expectativa de vida para as mulheres no Brasil é de 75,6 anos

(CARVALHO e RODRIGUEZ-WONG, 2008). Em todos os países, há maior

expectativa de vida da população feminina que convive com enfermidades ou

afecções ao longo dos anos (MATHERS et al, 2001). Portanto, estudos sobre a

saúde das mulheres são essenciais, bem como medidas que melhorem as

comorbidades e incrementem a qualidade de vida (MATHERS et al, 2004; DE

LORENZI e BARACAT, 2005).

No Brasil, as projeções demonstram que no ano de 2025, 15% da população

estarão com mais de 65 anos. Esse fenômeno também irá se repetir em outros

países em desenvolvimento (KALACHE et al,1987; MATHERS et al, 2004;

CARVALHO e RODRIGUEZ-WONG, 2008). Outro aspecto importante que deve ser

salientado é a feminilização da esperança de vida neste século, ou seja, haverá

predominância do número de mulheres em relação aos homens na mesma faixa

etária. Na região metropolitana de São Paulo, a esperança de vida feminina é de

aproximadamente 74 anos, enquanto a masculina é de cerca 7,5 anos menor

(CARVALHO e RODRIGUEZ-WONG, 2008). Desse modo, práticas na saúde pública

devem ser direcionadas para atender a parcela feminina, principalmente na transição

para a menopausa e na pós-menopausa (PINOTTI et al, 2000; DE LORENZI e

BARACAT, 2005).

Número expressivo de mulheres experimenta as alterações hormonais da

(27)

hipoestrogenismo na saúde e na qualidade de vida (DE LORENZI e BARACAT,

2005).

O climatério foi, durante muito tempo, definido como sendo o período de

transição da fase reprodutiva da vida da mulher para a senectude. A palavra é

derivada do grego (klimaktēr), e significa ponto crítico máximo (SPEROFF e FRITZ,

2005). Contudo, tem conotação negativa e se tornaram amplo e muitas vezes,

confundido como único estágio de vida da mulher (UTIAN,1999; SOULES et al,

2001). Por essa razão, houve necessidade de pesquisar nova nomenclatura que

separasse os diferentes estágios da mulher, incluindo as dosagens hormonais

(SOULES et al, 2001).

MCKLINLAY et al (1992) estabeleceram a correlação entre os níveis

hormonais da mulher no climatério (40 a 55 anos) e a ocorrência dos seguintes

sintomas: fogachos, sudorese fria, vertigem, humor depressivo, cefaléia, insônia,

palpitações, fraqueza, artralgia, problemas menstruais, retenção hídrica, dificuldade

de concentração, nervosismo, formigamento, distúrbios urinários e outras

disfunções. Propuseram separar o climatério em subgrupos: perimenopausa e

pós-menopausa.

UTIAN (1999), no Consenso Internacional da Sociedade de Menopausa,

chamou a atenção sobre as controvérsias do termo climatério. Na ocasião, a North

American Menopause Society (NAMS) definiu a seguinte terminologia para os

períodos reprodutivos e não reprodutivos da mulher adulta: pré-menopausa,

transição para menopausa e pós-menopausa. Reforçou a importância de abandonar

(28)

GOLD et al (2000) participaram do ―Study Women´s Health Across The Nation

(SWAN)‖ e conduziram estudo em sete áreas geográficas dos Estados Unidos.

Empregaram a nova classificação dos estágios reprodutivos e não reprodutivos:

transição para a menopausa e pós-menopausa. Dessa maneira, nesse período,

esses investigadores não empregaram o termo climatério.

Em estudo posterior, denominado de ―Study Reprodutive Aging Women’s

(STRAW)‖, quatro sociedades americanas estabeleceram novo sistema de

classificação para o período reprodutivo da mulher em sete estágios, com início na

menarca e baseada nos ciclos menstruais, determinações bioquímicas, fertilidade,

sinais e sintomas nos órgãos não genitais e alterações na anatomia uterina e

ovariana. A transição para a menopausa e a pós-menopausa ganhou destaque,

sendo empregada a mundialmente (SOULES et al, 2001). Alguns investigadores

sugeriram o uso destes termos e o abandono das denominações perimenopausa e

climatério (SOULES et al, 2001; PINKERTON e ZION, 2006).

A transição para menopausa consiste em dois períodos que antecedem o

último período menstrual estabelecido como o marco zero. A transição para

menopausa foi dividida em estágio precoce (-2) e tardio (-1) (SOULES et al, 2001).

O estágio precoce (-2) é caracterizado por ciclos menstruais regulares

(intervalos de 21 a 35 dias) com mudança na duração (sete ou mais dias) e níveis de

hormônio folículo-estimulante (FSH) em flutuação com elevação gradual sem nível

estabelecido com valor acima de 10mU/mL medido entre o segundo e quinto dia do

(29)

No estágio tardio (-1), os ciclos menstruais são irregulares e com intervalos

longos (≥ 60dias), aumento de FSH, diminuição do nível de estradiol, ainda em torno

de 80pg/mL até o período menstrual final (SOULES et al, 2001).

GRACIA et al (2005) redefiniram os estágios reprodutivos em cinco, chamado

de PENN-5, em vez de quatro estágios como apresentados nos estudos SWAN

(GOLD et al, 2000) e STRAW (SOULES et al, 2001). Compararam os níveis

hormonais de inibina B, FSH, hormônio luteinizante (LH) e estradiol. Adicionaram

mais um estágio na pré-menopausa: tardio (antes da transição para menopausa) e

reforçaram a importância da mudança dos níveis de inibina B e FSH, antes mesmo

da queda do nível de estradiol para identificar, posteriormente, a transição para a

menopausa.

A menopausa é o evento que ocorre no fim da transição para menopausa e o

marco para o início da pós-menopausa. É reconhecida após 12 meses de

amenorréia (SOULES et al, 2001; BARACAT et al, 2009). Em países desenvolvidos,

ocorre ao redor de 52 anos (MCKLINLEY et al, 1992; GOLD et al, 2000;

DENNERSTEIN et al, 2004) e em países em desenvolvimento aos 50 anos (GUPTA

et al, 2006; LOUTFY et al, 2006.). No Brasil, entre os 48 e 50 anos (PEDRO et al,

2003; BARACAT et al, 2009). DE LORENZI et al (2005) encontraram resultados

semelhantes em estudo onduzido em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. É

considerada precoce antes dos 40 anos e tardia após 55 anos (BARACAT et al,

2009).

A pós-menopausa tem menos nuances em relação à inibina B do que com a

(30)

inicia-se a partir do último período menstrual, menopausa (0). Pode ser dividido em

precoce (+1) e tardio (+2) (SOULES et al, 2001; GRACIA et al, 2005).

A pós-menopausa precoce é definida como o período de cinco anos a partir

da menopausa. Os níveis de FSH permanecem elevados com o declínio progressivo

do estradiol e maior aceleração da perda óssea. A fase tardia se inicia após cinco

anos e vai até a senectude (SOULES et al, 2001; GRACIA et al, 2005).

Diversos trabalhos que utilizaram os novos estadiamentos (DENNERSTEIN et

al, 2004; GUPTA et al, 2006; ELSABAGH et al, 2007; DENNERSTEIN et al, 2004;

SMITH-DIJULIO et al, 2008; PÉREZ et al, 2009; HACHUL et al, 2009) analisaram as

modificações biopsicossociais existentes nesses diferentes estágios.

Essas mudanças incluem artralgia, mialgia, fogachos, sudorese, taquicardia,

nervosismo, (GOLD et al, 2000; PÉREZ et al, 2009), alterações do sono (HACHUL et

al, 2009), cefaléia, formigamento, fadiga, melancolia e alterações do humor

(DENNERSTAIN et al, 2004; VESCO et al, 2007), alterações gastrointestinais

(mudança no hábito intestinal, flatulência e indigestão) (ALDER, 2002), queda de

cabelo e alterações de pele (ALDER, 2002; LOUTFY et al, 2006), secura vaginal

(SCHNATZ et al, 2006; GUPTA et al, 2006), mastalgia (SCHNATZ et al, 2006),

modificações na libido (THUNELL et al, 2004), alterações de peso (SCHNATZ et al,

2006; EVANS e RACETTE, 2006) e cognição (SCHNATZ et al, 2006; ELSABAGH et

al, 2007; MARINHO et al, 2008). Em médio e longo prazos, essas mudanças são

observadas nos sistemas: geniturinário (SARTORI et al, 1999), ósseo (CHAN et al,

2005; BIANCHI et al, 2004) e cardiovascular (NAHAS et al, 2003; JAKOBSEN et al,

(31)

Os sintomas menopausais manifestam-se em maior ou menor grau, conforme

o estágio hormonal (SANTORO, 2005), etnia (GOLD et al, 2000; AVIS et al, 2001),

fatores culturais (GONÇALVES et al, 2003) e aspectos psicossociais (HUNTER et al,

1986; AVIS et al, 2004). Por isto, há a necessidade de se considerar vários aspectos

na sua avaliação e no acompanhamento das mulheres na transição para

menopausa e pós-menopausa.

Os sintomas vasomotores são importantes por inúmeras razões. É o principal

sintoma da transição menopausal e o fator que mais motiva à procura por um

ginecologista, nos Estados Unidos, nesta fase (KRONEMBERG, 1990; BLUMBERG

et al, 1996).

Os fogachos persistentes e/ou graves podem afetar seriamente a qualidade

de vida de uma mulher, causando desconforto físico e distúrbios do sono, levando a

consequêcias como fadiga e irritabilidade (OLDENHAVE et al, 1993; HOLLANDER

et al, 2001). Tais sintomas podem agravar outras afecções, comprometendo

seriamente a saúde da mulher. Um exemplo seria o surgimento ou agravamento da

depressão na pós-menopausa (AVIS et al, 2001; JOFFE et al, 2002).

Apesar dos sintomas vasomotores serem grande problema de saúde,

sabemos muito pouco sobre a causa deste sintoma e os fatores que influenciam sua

frequência, intensidade e duração. Vários estudos foram feitos monstrando a

importância do catecolestrogênio na fisiopatologia do aparecimento dos fogachos;

sobre sua ação direta ou indireta no ponto termoregulatório localizado na porção

anterior do hipotálamo (KRONEMBERG et al, 1987; FREEDMAN, 2000;

(32)

baseados em estudos com animais, epidemiológicos e clínicos. Estudos com

animais demonstraram que o estrogênio age nos neurônios do hipotálamo, área

pré-óptica cerebral e modula o sangue venoso e o arterial (ALTURA, 1972; SILVA e

BOULANT, 1986).

Ensaios clínicos encontraram que a terapia hormonal com estrogênio

melhorou efetivamente os fogachos na maioria das mulheres, com um decréscimo

de temperatura corporal, em média (FREEDMAN e BLACKER, 2002).

O hipoestrogenismo leva a atrofia de vulva, diminuição da secreção das

glândulas sudoríparas e sebáceas e do colágeno, contribuindo para a perda de sua

elasticidade. Há ainda diminuição dos pêlos pubianos e do coxim gorduroso; as

formações labiais tornam-se finas e enrugadas e há uma diminuição da secreção

das glândulas de bartholin. Estas alterações podem causar sintomas como: prurido e

desconforto vulvar (SEMMENS e WAGNER, 1982; FERNANDES et al, 1993; GIRÃO

e SARTORI, 1995)

A mucosa vaginal apresenta-se fina e pálida, com perda das rugosidades. Há

diminuição do glicogênio, o que dificulta a proliferação dos bacilos de Doderlein e a

produção de ácido lático. A alcalinização da vagina (pH se eleva para valores acima

de cinco), associada às alterações anatômicas, facilita as infecções urogenitais.

Sintomas como irritação, queimação, disúria, secura vaginal, dispareunia e

sangramento ao coito são frequentemente relatados (SEMMENS e WAGNER, 1982;

FERNANDES et al, 1993; GIRÃO e SARTORI, 1995) .

Sabe-se que a reposição estrogênica pode reverter as manifestações do

(33)

epitelial da vulva e da vagina. O pH torna-se ácido, favorecendo o retorno da flora

normal (RODRIGUES DE LIMA e BARACAT, 1995).

A espessura da pele se reduz e o colágeno declina progressivamente durante

o processo de envelhecimento. A pele torna-se mais seca e pigmentada, rugosa,

perdendo o turgor. Pode ocorrer o desenvolvimento de leve hirsutismo na

pós-menopausa, resultante da expressiva alteração do equilíbrio de

estrogênio-androgênio (RODRIGUES DE LIMA e BARACAT, 1995).

Além desses sinais e sintomas, existem outras condições que, embora menos

sintomáticas ou assintomáticas, podem a médio e longo prazo ameaçar a vida, como

a osteoporose e as doenças cardiovasculares (HARGROVE e EISENBERG, 1995).

A osteoporose é uma síndrome que se caracteriza por fragilidade esquelética,

baixa massa óssea e qualidade óssea alterada. Embora a importância da massa

óssea seja reconhecida, mais recentemente definiu-se a osteoporose como doença

caracterizada por resistência óssea comprometida e risco aumentado de fratura

(SZEJNFELD, 2003).

A perda óssea é consequência do processo de envelhecimento e tem inicio

aproximadamente aos 40 anos, sendo acelerada por ocasião da menopausa. Pelo

menos 75% da perda óssea que ocorre durante os primeiros 15 a 20 anos após a

menopausa é atribuível a deprivação estrogênica (RICHELSON et al, 1984;

CONSENSO, 2003; SZEJNFELD, 2003). Durante este período, o metabolismo

ósseo é elevado e a perda surge porque a formação óssea é superada pela

reabsorção (NILAS e CHRISTIANSEN, 1987). Este desequilíbrio pode levar a

(34)

corpos vertebrais, no punho e no colo do fêmur, o que compromete a qualidade de

vida (RODRIGUES DE LIMA, 1998).

A medida da densidade mineral óssea (DMO) constitui o principal teste de

triagem para a osteoporose. Os marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo

podem ser empregados para monitorar as respostas à curto prazo às terapêuticas

anti-reabsortivas (RIIS et al, 1995; CHRISTIANSEN, 1995).

Os estrogênios inibem principalmente a atividade dos osteoclastos, impedindo

a reabsorção óssea (RHOA et al, 1994; CONSENSO, 2003; SZEJNFELD, 2003).

Há muito tempo sabe-se que a incidência da doença cardiovascular aumenta

depois da menopausa (WENGER et al, 1993). Porém, estudos mais recentes sobre

a reposição hormonal em mulheres na pós-menopausa, não demonstraram

benefícios na prevenção primária ou secundária de doenças cardiovasculares

(HULLEY et al, 1998; GRODSTEIN et al, 2000; HERRINGTON et al, 2000; WHI,

2002; NAMS, 2003).

Apesar dos benefícios já conhecidos com a terapia hormonal, a adesão é

pequena, cerca de 10 a 20% (COLDITZ et al, 1992; KESSEL, 1998; CLARKSON et

al, 1999; NACHTIGALL et al, 2001). Deve-se, sobretudo à falta de orientação quanto

aos riscos e benefícios; aos efeitos imediatos e indesejáveis que os hormônios

podem causar (retenção de liquido, sangramentos, mastalgia, etc); preocupação

com os possíveis efeitos à longo prazo, como o câncer de mama e de útero

(COLDITZ et al, 1992; KESSEL, 1998; CLARKSON et al, 1999; NACHTIGALL et al,

(35)

Recentemente, alguns trabalhos demonstraram aumento do risco relativo de

câncer de mama em mulheres que fizeram reposição estroprogestativa por cinco

anos ou mais. Este aumento dependeria, além do tempo de uso, do esquema, mas

ao que parece, não persistiria após a interrupção da hormonioterapia (COLDITZ et

al, 1992; STANFORF et al, 1995; PERSSON et al, 1997; COLLABORATIVE ROUP

ON HORMONAL FACTORS IN BREAST CANCER, 1997; CHEN et al, 2002; WHI,

2002). Contudo, estudo mais recente não confirma este fato (CHLEBOWSKI et al,

2010)

Todas estas alterações do hipoestrogenismo podem interferir na sensação de

bem-estar, na vida social e nas atividades profissionais, alterando a qualidade de

vida.

Diversos autores recomendam, para aliviar os sintomas vasomotores e

genitourinário, a hormonioterapia de reposição ou substitutiva (RODRIGUES DE

LIMA et al, 1995; FERNANDES et al, 2003).

O estrogênio parece ser mediador primário dos fogachos; por isso é

importante sabermos o real papel dos polimorfismos que regulam sua síntese e

degradação podendo estar associados ou não com a frequência, duração e

gravidade dos fogachos. Além disso, o polimorfismo pode auxiliar na identificação da

paciente que necessita de hormônio.

(36)

O estradiol é a molécula mais abundante e potente dentre os estrogênios

sendo considerado um hormônio pleiotrópico com propriedade de fator de

transcrição para série de genes diferentes. O receptor de estrogênio (RE) se liga a

elementos de resposta clássicos (EREs) no promotor de vasta variedade de genes

alvo e ativa a transcrição de genes com o recrutamento de proteínas coativadoras

(HUBER et al, 2002).

O estrogênio é responsável por uma série de ações fisiológicas em nosso

organismo, entretanto, em algumas situações, parecem estar envolvido na

patogênese de doenças como a de Alzheimer, hipertensão, osteoporose, câncer de

mama e de endométrio, câncer de cólon, câncer de próstata, arterioesclerose e a

endometriose (HUBER et al, 2002).

Em mulheres no menacme, quase todo o estrogênio é de origem ovariana;

contudo, depois da menopausa, a maior parte dele é formada por aromatização da

androstenediona em estrona no tecido adiposo periférico (MITRUNEN e HIRVONEN,

2003).

O sistema enzimático que catalisa a reação de clivagem do colesterol é

conhecido por desmolase e pode ser encontrado na mitocôndria de células

produtoras de esteróides. A desmolase mitocondrial é um sistema enzimático

complexo, sendo constituído pela família do citocromo P450 (CYP) e a adrenadoxina

(agente redutor do P450) (MITRUNEN e HIRVONEN, 2003). Participam então, da

(37)

do citocromo P450, em especial a CYP11A, CYP17 e CYP 19 (MITRUNEN e

HIRVONEN, 2003).

Juntamente com os CYPs, as hidroxiesteróides desidrogenases 3β hsd e 17β

HSD também atuam na biossíntese dos estrogênios (MITRUNEN e HIRVONEN,

2003).

A hidroxilação e a subseqüente clivagem dos esteróides C-21 pela CYP17

formam os esteróides C-19, androstenediona e dehidoepiandrosterona, que por sua

vez, são alvos de ação da CYP19 (MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

O estradiol e a estrona podem ser metabolizados por meio de duas grandes

vias, a hidroxilação do anel A ou do anel D (MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

A hidroxilação do anel A leva à formação de catecolestrogênios (CE),

denominados 2 ou 4-hidroxiestrona e 2 ou 4-hidroxiestradiol, enquanto a do anel D

produz 16α-hidroxiestrona. Os catecolestrogênios são os metabólitos mais

abundantes dos estrogênios (MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

Os estrogênios hidroxilados nas posições 2 e 4 podem ser inativados pela

O-metilação, reação esta que é catalisada pela catecol-o-metiltransferase (COMT).

Tem-se observado que a diminuição da atividade carcinogênica dos

2-hidroxiestrogênios estaria relacionada à maior frequência de O-metilação. De fato,

em termos quantitativos, a maior parte da via de conjugação dos catecolestrogênios

é a metilação, entretanto, podem também sofrer glucorinidação ou sulfatação

(38)

A metabolização dos catecolestrogênios forma semiquinonas (CE-SQ) e

quinonas (CE-Q). A CE-2,3Q pode se ligar de forma estável ao DNA, enquanto a

forma CE-3,4Q se liga ao DNA em regiões aonde predominam bases púricas, as

quais são perdidas pela da clivagem das suas pontes glicosídicas (MITRUNEN e

HIRVONEN, 2003).

Essa possibilidade condiciona o surgimento de regiões onde predominam

áreas pobres nesse tipo de base nitrogenada. Acredita-se que esta eventualidade

esteja envolvida no surgimento das primeiras alterações genéticas do processo de

carcinogênese (MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

Este fenômeno seria similar aquele observado após as ligações de

hidrocarbonetos poliaromáticos ao DNA genômico, em especial nas áreas ricas em

bases púricas (MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

De forma complementar, a ciclagem redox existente entre as CE-SQs e as

CE-Qs produz espécies reativas de oxigênio, as quais podem causar danos

oxidativos tanto para os lipídios de membrana quanto para o DNA (MITRUNEN e

HIRVONEN, 2003).

As quinonas podem ser conjugadas com glutationa (GSH) pela ação das

GSTs ou reduzidas para catecolestrogênios pela quinona redutase. As

semiquinonas podem reagir com oxigênio molecular para formar radicais

superóxidos, os quais são reduzidos a peróxido de hidrogênio espontaneamene ou

então são catalisados por superóxidos desmutases, como MnSOD (MITRUNEN e

(39)

O peróxido de hidrogênio (H2O2) por sua vez é neutro e não reativo, exceto na

presença de íons de metais de transição reduzidos, como é o caso do Fe2+, o qual

permite a formação da maior parte do oxidante mais potente, conhecido como

radical hidroxila (OH) (MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

O peróxido de hidrogênio pode também atravessar facilmente as membranas

nuclear e celular, alcançando o DNA das células vizinhas danificando-os

(MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

De uma pessoa para outra, as diferentes formas de conjugação tanto dos

estrogênios, como dos catecolestrogênios, podem definir subpopulações de

mulheres com alta exposição a estes elementos durante a vida, o que condicionaria

maior frequência de surgimento de neoplasias hormônio-dependentes, bem como

aumento nas taxas de dano celular mediado por espécies reativas de oxigênio

(MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

De fato, aumento na concentração de catecolestrogênios tem sido

relacionado com várias condições estrogênio-dependentes (HUBER et al, 2002).

Com relação aos polimorfsmos, o CYP17 sabidamente o possui.

POLIMORFISMO GENÔMICO

O DNA gênico possui grande número de variações na composição dos

nucleotídeos entre os indivíduos. Essas variações (polimorfismos) são decorrentes

(40)

durante milhares de anos ao longo do processo evolutivo humano, podendo ser

transmitido de geração a geração (GROBSTEIN, 1979; WATSON, 1980; DRLICA,

1992).

As substituições de bases nitrogenadas que possuem as mesmas

características físico-químicas são as mais frequentes. Assim, substituições

(transições) entre bases derivadas da purina (ou seja, G-A ou A-G) são mais

comuns, ou entre bases derivadas da pirimidina (ou seja, C-T ou T-C). Por outro

lado, as substituições (transversões) de purinas por pirimidinas e vice-versa são

mais raras (GROBSTEIN, 1979; WATSON, 1980; DRLICA, 1992).

Quando essas substituições ocorrem em regiões codificantes, podem

acarretar mudanças na sequência de aminoácidos da proteína, levando à alterações

funcionais e estruturais significativas (GROBSTEIN, 1979; WATSON, 1980; DRLICA,

1992).

A superfamília de genes do citocromo P450 (CYP) representa uma das

principais classes de biotransformação da Fase I, pelas de suas mais de 500

isoenzimas.

Os CYPs participam tanto da biossíntese como da degradação de esteróides,

ácidos graxos, prostaglandinas, aminas e metabólitos vegetais. Além destes,

também estão envolvidos na biossíntese e na metabolização de inúmeras

substâncias como drogas e carcinogênicos/mutágenos químicos, denominados de

forma geral como xenobióticos bem como hormônios esteroídicos (ROSSIT e

(41)

O gene CYP17 localizado no cromossomo 10, 10q24.2-q24.3, contém oito

éxons e codifica a enzima citocromo P450c17α, que atua na síntese do estradiol e é

expressado nos ovários e no córtex da supra-renal.

Esta enzima regula a hidroxilação da pregnenolona e da progesterona. Os

produtos dessa reação, 17-hidroxipregnenolona e 17-hidroxiprogesterona, são

subsequentes metabolizados em dehidroepiandrosterona e androstenediona,

respectivamente; essa reação também é catalisada pelo CYP17 (MITRUNEN e

HIRVONEN, 2003).

Alguns estudos demonstraram vários polimorfismos em muitas enzimas

envolvidas na esteroidogênese. Por exemplo, a 5´ região não traduzida (UTR) do

CYP17 incluí a substituição de um nucleotídeo único (T-C) colocando 34 pares de

bases acima do sítio de tradução inicial. Esse polimorfismo pode aumentar a

expressão do gene CYP17 e a biossíntese androgênica (CAREY et al, 1994),

podendo levar há um aumento dos níveis estrogênicos e androgênicos. O fato da

androstenediona ser o maior precursor do estradiol, faz com que a atividade do CYP

17 tenha efeito determinante na biodisponibilidade do estradiol (SHARP et al, 2004).

A substituição única de timina por citosina na posição 1931 na região cinco,

próxima ao ponto de início da transcrição do CYP 17, cria um promotor adicional tipo

SP1 CCaCC Box, acima do sítio de iniciação da tradução, gerando um alelo mutante

(42)

O sítio promotor adicional influência a expressão gênica, resultando em

aumento da atividade enzimática e levando a maior quantidade biodisponível de

estrogênios (MYIOSHI e NOGUCHI, 2003).

Existem evidências científicas de que esse polimorfismo pode se associar

com níveis aumentados de estradiol, testosterona, progesterona e

dehidrotestosterona na pós-menopausa (MITRUNEN e HIRVONEN, 2003).

Os níveis séricos de androgênios e de estrogênois parecem estar

significativamente mais elevados em mulheres portadoras do alelo A2. Estes

achados sugerem que essa variação genética parece aumentar as taxas de

transcrição da enzima P450c17 (KADO et al, 2002).

Segundo HAIMAN et al (2001), os resultados preliminares gerados tanto por

eles como por outros autores sustentam a hipótese de que a variante genética do

CYP17 estaria envolvida na regulação da biossíntese de hormônios esteróides nas

(43)

Fig. 1 – Via de metabolização e síntese hormonal de esteróides sexuais, incluído o

papel da enzima P45017α do gene CPY17 (adaptado de Sharp et al, 2004).

Baseados nos dados da literatura elaboramos esta pesquisa com a finalidade de

aquilatar a influência do polimorfismo do CYP17 na resposta das mulheres na

pós-menopausa com sintomas vasomotores à terapia estrogênica isolada, bem como

sua interferência no perfil hormonal e na proteína carreadora de esteróides sexuais

(44)
(45)

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a influência do polimorfismo do gene CYP 17 na intensidade dos

sintomas climatéricos e na resposta a terapia estrogênica em mulheres da

pós-menopausa

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Avaliar a frequência e a intensidade dos sintomas climatéricos em

relação à presença do polimorfismo do gene CYP17 e sua interação com o

tratamento estrogênico;

2. Avaliar o perfil hormonal e SHBG de pacientes com polimorfismo do

(46)
(47)

3.1 Casuística

O estudo foi realizado com as pacientes do Setor de Transição Menopausal e

Pós Menopausa da Disciplina de Endócrinologia Ginecológica do Departamento de

Ginecologia da UNIFESP-EPM. Um total de 130 pacientes na pós menopausa foram

recrutadas entre 2006 e 2007. Após entrevista com enfermeira treinada, 100

pacientes foram selecionadas e tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, estando de acordo e assinando o mesmo (Anexo II). O projeto foi

aprovado pelo Comitê de Ética (0887/08) (Anexo I). e aceito para publicação na

revista Climacteric (anexo B), conforme artigo mantido no Anexo III.

Seleção de pacientes

As voluntárias que preencheram os critérios de inclusão e exclusão, e que

após leitura e esclarecimento do termo de consentimento concordaram em assinar o

mesmo foram incluídas no estudo.

Critérios de inclusão

 Ausência de menstruação de pelo menos 1 ano e estado de

pós-menopausada de até 5 anos

 Indicação de estrogenioterapia (sintomas vasomotores ou risco de

(48)

 Índice de massa corpórea entre 18 - 29,9 kg/m2

 Tempo de ―wash out‖ de no mínimo seis meses

 Assinatura espontânea do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE)

Critérios de exclusão

 Hipersensibilidade ao estrogênio

 Tabagismo maior de 10 cigarros por dia

 Doença neoplásica ou tratamento para a mesma nos últimos 10 anos

 Tromboflebite, trombose ou outro transtorno tromboembólico

 Acidente vascular cerebral, acidente isquêmico transitório

 Infarto agudo do miocárdio ou doença coronariana diagnosticada

 Doença renal ou hepática

 Uso crônico de glicocorticóides, bifosfonatos

 Diabetes mellitus descompensado

 Hipertensão arterial sistêmica descompensada

 Doença tireoidiana descompensada

 Espessamento endometrial sem prévia investigação

 Sangramento pós-menopausa

 Alteração dos resultados dos exames realizados durante o período de

(49)

As pacientes forão submetidas à coleta de sangue para dosagem de

colesterol total, fração HDL e LDL, triglicérides, estradiol, testosterona total SHBG,

FSH e LH; citologia oncológica, mamografia, ultra-sonografia transvaginal e

densitometria óssea.

3.2 Métodos

3.2.1 Coleta de dados clínicos

Realizamos anamnese com registro dos dados pessoais como: idade, raça,

tempo de menopausa, estado civil, escolaridade, paridade, tabagista ou não e

medicamentos em uso. Na primeira entrevista foi aplicado questionário com Índice

―Kupperman-Blatt‖ (IMK) (KUPPERMAN et al, 1953).

3.2.2 Avaliação do uso dos fármacos

As pacientes selecionadas receberam a medicação juntamente com um novo

cartão diário para controle dos sintomas relacionados a menopausa, efeitos

colaterais e medicação ingerida. Fizemos avaliação bimestral de nossas pacientes

durante um ano de tratamento. Apenas as avaliações antes da medicação e um ano

após o tratamento foram consideradas para análise estatística. Ressaltamos ainda

que as pacientes que não usaram pelo menos 80% da medicação foram excluídas

(50)

3.2.3 Índice de “Kupperman-Blatt”

O IMK (desenvolvido em 1953) é empregado em vários estudos para avaliar a

severidade dos sintomas da menopausa (HAN et al, 2002, KAARI et al, 2006). O

índice inclui 11 categorias: vasomotor, parestesia, insônia, nervosismo, melancolia,

vertigem, fraqueza, artralgia/mialgia, cefaléia, palpitação e formigamento. Cada

categoria é calculada numa escala de quatro pontos, em que zero seria

assintomática e quatro seria acentuado em relação ao sintoma. O total de pontos em

cada item avalia a severidade dos sintomas menopausais que pode variar de 0 a 51

pontos e quanto maior a pontuação mais grave a queixa. Os sintomas são

classificados em: a) leve (abaixo de 19 pontos); b) moderado (entre 20 a 35) e; c)

acentuado (acima de 35 pontos).

Após a seleção foi coletado material genético para a análise do polimorfismo.

A terapia hormonal foi instituída com estrogênios conjugados eqüinos 0,3 mg por 21

dias com pausa de sete dias por mês durante 1 ano.

3.2.4 Critérios de monitoramento

As pacientes foram monitorizadas por um ginecologista que não fez parte

da seleção nem da distribuição da medicação. 30 pacientes foram excluídas do

estudo por causa da má resposta ao medicamento (group A, n=9; group B, n=2),

náusea (grupo A, n=6; grupo B, n=1) e por ingesta de menos de 80% da medicação

(51)

visitas. Ao final de 1 ano avaliamos os cartões diários, aferimos a pressão arterial e

fizemos análise sanguínea para verificação do perfil lipídico e hormonal. Um mês

depois do término do projeto, todas as pacientes realizaram visita médica e foram

avisadas da presença do polimorfismo.

3.2.5 Ultrassonografia transvaginal

A ultrassonografia transvaginal foi realizada utilizando-se aparelho

tempo-real, marca TOSHIBA SAL-38B, munido de transdutor setorial mecânico de 5.0

MHz.

Descreveu-se o útero, anexos e eventuais imagens anormais. Quanto ao

útero, estudou-se sua posição, dimensões, superfície, estrutura do miométrio e as

características do eco endometrial. Registrou-se, em cada caso, a biometria do

corpo uterino, anotando-se as medidas longitudina, tranversa e ântero-posterior. A

mensuração do colo foi realizada separadamente apenas em secção longitudinal.

O eco endometrial foi pesquisado quanto à morfologia, ecogenicidade e

espessura. A mensuração do eco foi realizada no sentido ântero-posterior, em

secções longitudinais do útero, próximo ao fundo da cavidade uterina. Após congelar

a imagem, fez-se a maior medida da espessura possível, desde o limite miometrial

de uma parede uterina até o limite miometrial da outra.

(52)

O sangue foi coletado antes e após um ano de tratamento para verificação

dos níveis de estradiol (kit Siemens – Centaur), testosterona total (kit Siemens –

Centaur) e SHBG (kit imullite 2000). A sensibilidade do estradiol, testosterona total e

SHBG foi 7 – 1000 pg/mL; 0,35 - 52,1 nmoL/L; e 0,02 nmol/L, respectivamente.

3.2.7 Coleta de Material Biológico

Foram coletados 3ml de sangue periférico através de punção venosa, com

vacutainer contendo anticoagulante – EDTA (BD Vacutainer Systems – UK) e

conservadas em –80oC até posterior extração de DNA genômico.

3.2.8 Extração de DNA de sangue periférico

O DNA genômico foi isolado com o sistema de extração de Easy-DNA Kit

(Invitrogen Life Tecnologies – Calsbad, CA, USA) da seguinte maneira: em um tubo

eppendorf de 2ml adiciona-se 350l de sangue e 500l de ―Solution A‖, mistura-se

por inversão e incuba-se a 65C por 6 minutos. A seguir, a esse material adiciona-se

900l de Cloroformio (Merck KGaA – Darmstadt, Germany), agita-se, acresce 200l

de ―Solution B‖ e agita-se novamente. Centrifuga-se esse material a 14.000 rpm por

10 minuto a temperatura ambiente (Eppendorf modelo 5804 R). Todo o

sobrenadante (fase limpa) será colocado em novo tubo tipo eppendorf e adiciona-se

(53)

inversão e precipita-se 18 horas a –20C. Após esse período, realiza-se uma

centrifugação a 14.000 rpm por 10 minuto a temperatura ambiente e em seguida

será realizada uma lavagem com Etanol 70% e nova centrifugação. Após isso, ao

DNA será adicionado 150l de H2O (destilada e deionizada) autoclavada e incubado

a 65C por 5 minutos. O DNA purificado será armazenado a –20C até sua

utilização.

3.2.9 Quantificação de DNA

A análise da quantidade de DNA obtida nas extrações foi realizada através de

espectrofotometria com comprimento de onda de 260nm (Espectrofotômetro

Spectronic modelo Genesys 5).

3.2.10 PCR – Reação em Cadeia da Polimerase

Nas reações foram usados 200ng do DNA genômico em um volume final de

25l de reação contendo: 5pmol/l de cada ―primer foward e reverse‖, 10l de mix

Promega (50UN/ml de Taq DNA polymerase com buffer de reação – pH8,5, 400M

de dATP, 400M de dCTP, 400M de dGTP, 400M de dT e 3mM de MgCl2;

Promega Coorporation, Madison, WI, USA) e 12l H2O de ―nuclease-free‖ Promega.

A eletroforese será em gel de agarose 2% / brometo de etídio. Os ―primers‖,

(54)

Tabela 1 – Descrição do ―primer‖, temperatura de anelamento (TC), fragmentos de

amplificação (Bp) e enzima de restrição do gene estudado.

Descrição Primer T(C) Bp Enzima de

Restrição ** Bp

CYP 17 (Feigelson et al. 1999)

Sense 5´-CAT TCG CAC TCT GGA GTC-3´

57 419 MspA1 I

S 419 H 419,295,124 Anti-sense 5´-AGG CTC TTG GGG TAC TTG-3´ M 295,124

(55)

3.3. Estatística

Após um ano de tratamento, o sangue das pacientes foi analisado e as

dividimos em dois grupos: GA (selvagem homozigoto e heterozigoto) e GB (mutado

homozigoto).

Inicialmente todas as variáveis foram analisadas descritivamente. Para as

variáveis quantitativas esta análise foi realizada através da observação dos valores

mínimos e máximos, e do cálculo de médias e desvios-padrão e medianas. Para as

variáveis qualitativas calcular-se-ão freqüências absolutas e relativas.

No cálculo das variáveis qualitativas foram incluídas as freqüências relativas e

absolutas. Para a análise de proporções foi utilizado o teste de chi-quadrado. Outros

dados foram analisados pelo ―GraphPad Prism‖. Quando avaliamos as variáveis

iguais dos grupos utilizamos o teste t de Student (pareado ou não pareado para

compararmos diferenças em um grupo ou entre grupos respectivamente). Quando a

suposição de normalidade dos dados foi rejeitada utilizamos o teste não-paramétrico

(56)
(57)

As características das mulheres dos gupos A (S+H) e B (M) estão listadas na

Tabela 2. Não há diferença estatística significativa entre os grupos considerando os

seguintes ítens: idade, tempo de menopausa, etnia, estado civil, tabagismo,

(58)

Tabela 2 – Características das pacientes dos grupos A e B deste estudo.

GA (n=51) GB (n=19)

Idade (anos)* 53 ± 3.91 52 ± 2.50

Tempo de menopausa

(anos)* 2.68 ± 1.34 3.10 ± 1.15

Etnia**

Branca (n) 44 16

Afro-descendente (n) 7 3

Estado civil **

Casada (n) 15 4

Viuva (n) 10 2

Divorciada (n) 11 8

Solteira (n) 15 5

Tabagismo**

Não fumante (n) 35 12

Até 10 cig/dia (n) 16 7

Educação **

> 8 anos (n) 30 12

< 8 anos (n) 21 7

Paridade**

Multípara (n) 45 17

Nulípara (n) 6 2

(59)

Na tabela 3 estão listados os resultados do índice de Kupperman. Considerando,

os sintomas vasomotores, não há diferença significativa entre os grupos A (10.68 ±

4.63) e B (9.51 ± 5.31) antes de iniciado o tratamento. Os sintomas diminuíram nos

dois grupos após o tratamento, mas a diferença entre eles (GA, 4.12 ± 3.23; GB,

4.01 ± 3.12) após um ano de tratamento continuou não significante (p˃ 0.05). O

mesmo aconteceu com a artralgia (tabela 3). Entretanto a parestesia melhorou

significativamente apenas no grupo A (p< 0.05). Em relaçao aos outros sintomas,

não houve diferença entre os grupos antes e depois do tratamento (tabela 3). O total

inicial do índice de Kupperman foi semelhante nos dois grupos (A = 31.11 ± 9.95 e

B= 30.39 ± 7.74). Os dois índices melhoraram aproximadamente 27.09% e 32.18%

nos grupos A e B respectivamente, após um ano de tratamento. Todavia, a diferença

(60)

Tabela 3 – Quantificação do Índice de Kupermannn (Média± Desvio-Padrão) durante

o estudo.

Teste t Student pareado quando comparado no mesmo grupo (antes e depois). Teste t Student não pareado quando comparado entre os dois grupos (A e B).

GA (n=51) GB (n=19)

SINTOMAS depois GA Antes/ depois GA Antes/ antes Após 1 ano antes Após 1 ano

Vasomotor 10.68 ± 4.63 4.12 ± 3.23 p< 0.01 9.51 ± 5.31 4.01 ± 3.12 p< 0.01

Parestesia 2.55 ± 1.95 2.07 ± 0.88 p< 0,05 2.88 ± 2.25 2.39 ± 0.82 p< 0.56

(61)

A tabela 4 mostra os dados referentes a valores hormonais, concentração sérica

de SHBG e marcadores ultrasonográficos. Em relação ao estradiol, os níveis séricos

não variaram estatisticamente entre os grupos antes do tratamento (GA = 8.11± 4.21

e GB = 11.13± 3.17); os valores aumentaram nos dois grupos (A = 48.13 ±4.4 and B

= 64.05 ± 1.64) após um ano de tratamento e o grupo B teve um aumento

estatisticamente significante em relação ao grupo A (p<0.01). Os valores de

testosterona nos dois grupos eram semelhantes antes do tratamento, porém apenas

no grupo B esses níveis aumentaram significativamente quando comparados ao

grupo A antes e também depois do tratamento. Os valores de SHBG no grupo B

aumentaram significativamente após um ano de tratamento quando comparados ao

grupo A antes e depois da medicação (p< 0.01). Durante nosso estudo não houve

(62)

Tabela 4 – Determinação Hormonal, SHBG e eco endometrial durante o estudo.

Teste t Student pareado para a comparação dentro do grupo (antes e depois) e Teste t Student não pareado para comparação entre os grupos (A e B); a - p <0,01 em comparação com os valores de GA antes do tratamento; b - p <0,01 comparados com os valores de GA, após um ano de tratamento; c - p <0,01 em comparação com os valores de GA antes e após o tratamento; d- p <0,01 em comparação com os valores de GA, após um ano de tratamento

GA (n=51) GB (n=19)

Parâmetros depois GA Antes/ depois GA Antes/ antes Após 1 ano antes Após 1 ano

Estradiol

(pg/mL) 8.11 ± 4.21 48.13 ±4.41 p< 0.01 11.13 ± 3.17

a 64.05 ± 1.64b p < 0.01

Testosterona

(ng/mL) 0.28 ± 0.14 0.31 ± 0.11 p< 0.18 0.33 ± 0.27 0.48 ± 0.16

c p< 0.05

SHBG (nmol/L) 47.80 ± 7.59 35.95 ± 3.34 p< 0.61 37.65 ± 5.44 51.80 ± 14.02d p< 0.01

(63)
(64)

Os sintomas vasomotores são grandes responsáveis pela diminuição da

qualidade de vida em mulheres na pós-menopausa; portanto estudos sobre este

tema devem ser realizados para que possamos entender melhor esta sintomatologia.

Os estrogênios parecem ser os mediadores primários dos fogachos, porém algumas

pacientes não sentem melhora mesmo em uso da terapia estrogênica. Uma possível

explicação para esse fato seria a presença de polimorfismos genéticos que podem

regular a síntese e a degradação dos estrogênios, podendo influenciar a ocorrência,

gravidade e frequência dos sintomas vasomotores. Até hoje alguns estudos já

identificaram polimorfismos genéticos em muitas enzimas do citocromo P450

(CYP450) envolvidas na bioesteroidogênese. Por exemplo, o polimorfismo

conhecido como CYPc17_MspA1 foi identificado na enzima do CYP450 no gene

CYP17 que converte pregnenolona em androstenediona durante os primeiros

estágios da biossíntese dos estrogênios. Esse polimorfismo é de interesse, pois tem

uma significância funcional no aumento da expressão do mRNA-CYP17 e deste

modo aumentando a síntese de estradiol (E2) e estrona (MYIOSHI e NOGUCHI,

2003). Esse é o principal motivo que nos fez escolher esse polimorfismo para a

realização deste estudo.

Uma recente análise de nove estudos prospectivos concluiu que os níveis

circulantes de alguns hormônios incluindo estrogênio, androgênios e seus

precursores estão diretamente relacionados ao aumento do risco do aparecimento

do câncer de mama em mulheres na pós menopausa (HAIMAN et al, 1999;

ENDOGENOUS HORMONES AND BREAST CANCER COLLABORATIVE GROUP,

(65)

teriam o dobro do risco de desenvolverem câncer de mama quando comparadas

com mulheres com níveis menores. Alguns autores estimam que o dobro de níveis

circulantes de estrogênio pode conferir aumento de risco do desenvolvimento do

câncer de mama em 1,3 vezes do que na população em geral. Esta elevação foi

associada com o incremento dos níveis dos precursores e metabólitos do estradiol:

estrona, sulfato de estrona, testosterona, androstenediona e deidroepiandrosterona.

Mulheres com níveis circulantes maior de globulina ligadora dos hormônios sexuais

(SHBG), proteína que liga e restringe a atividade dos estrogênios, tem menor risco.

Este fato pode explicar o porquê das mulheres com o polimorfismo não tiveram uma

melhor resposta ao estrogênio quando comparadas ao outro grupo.

Os níveis de estradiol na pós-menopausa podem estar relacionados ao peso

dessas mulheres em alguns estudos (ENDOGENOUS HORMONES AND BREAST

CANCER COLLABORATIVE GROUP, 2002). Contudo, não evidenciamos nenhuma

observação. Além disso, concentrações de estradiol circulantes e seus metabólitos

podem estar sobre controle genético. Se estiverem, espera-se que os polimorfismos,

associados ao aumento dos níveis circulantes de estradiol, podem estar

relacionados ao aumento do risco do câncer de mama (ENDOGENOUS

HORMONES AND BREAST CANCER COLLABORATIVE GROUP, 2002).

Entretanto, as pacientes com polimorfismo não tiveram queda adiconal dos sintomas

pela elevação de estrogênio.

MYOSHI e NOGUCHI (2003) estudaram a expressão do CYP17RNA (mRNA)

(66)

também em tecido mamário normal de outras 51 mulheres que desenvolveram

câncer de mama. Considerando que os níveis de mRNACYP17 eram

significativamente maiores nos tecidos com câncer mamário quando comparados ao

tecido normal. Entretanto, os autores não conseguiram correlacionar esse aumento

de RNA mensageiro do gene CYP17 com a presença ou não do polimorfismo.

Encontraram ainda que os níveis de estradiol dentro dos tumores era maior naqueles

onde havia a presença do polimorfismo do CYPc17α (MYIOSHI e NOGUCHI, 2003).

Nossa expectativa era que o incremento dos níveis de estrogênio amenizariam a

sintomatologias das mulheres na pós-menopausa com esse polimorfismo. Contudo,

nossos resultados não evidenciaram apenas resposta nas pacientes com o

polimorfismo homozigoto em tratamento com estrogenioterapia do que no Grupo

Controle.

Uma das razões para que nosso estudo não tenha mostrado essa correlação

pode ser explicado parcialmente pela elevação do SHBG. TWOROGER et al (2004)

concluíram que a presença do polimorfismo do CYP17 faz com que haja aumento da

proteína SHBG, levando ao decréscimo as frações hormonais sexuais livres

(TWOROGER et al, 2004). Consequentemente, esse fato poderia neutralizar a

produção hormonal na presença do polimorfismo homozigoto. Essa é uma das

razões que contribuíram para que não observarmos melhora nos sintomas

vasomotores nas pacientes carreadoras deste polimorfismo quando comparadas

com as outras mulheres. Outra explicação pode ser o pequeno número de

participantes que possuíam o polimorfismo. Esse fato pode ser uma limitação de

(67)

Outro estudo reportou que o genótipo CYP7 A2/A2 pode estar relacionado há

diminuição da proporção 2-hidroxiestrona/16αhidroxiestrona em 494 mulheres na pré

menopausa (JERNSTROM et al, 2001). Esses resultados, entretanto, são difíceis de

serem explicados, pois o genótipo do CYP17, incluindo seus metabólitos diretos,

deidroepiandrosterona e androstenediona não estão relacionadas com a produção

hormonal intermediaria nesta via metabólica. Possivelmente, este fato não ocorreu

nessa amostra. Visto que encontramos incremento da testosterona total.

Em relação a produção normal, TWOROGER et al (2004) conseguiram

correlacionar a presença do polimorfismo do CYP17 com as concentrações de

estrogênio; essa constatação é inconsistente com os nossos resultados e com

trabalhos de HAIMAN et al (2002). Estes autores reportaram aumento modesto na

concentração dos níveis de estona e estradiol em 469 mulheres pós menopausadas

que nunca haviam realizado terapia hormonal e que tinham um aumento do número

maior de cópias do alelo A2.

Finalmente, dados sugerem que as mulheres carreadoras do polimorfismo

homozigoto apresentaram maiores níveis séricos de estradiol quando comparadas

com as mulheres heterozigotas ou sem o polimorfismo. Contudo, esse maior nível

hormonal não teve influência direta nos sintomas da pós-menopausa após um ano

de tratamento. Além disso, a presença do polimorfismo não influenciaria a resposta

terapêutica estrogênio e o efeito da maior produção de estrogênio e androgênio

(68)
(69)

Nossos dados sugerem que:

1. A presença do polimorfismo não influencia a resposta estrogênica após 1

ano de tratamento

2. Houve maior produção de estrogênio e androgênio, bem como da proteína

(70)
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