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Observações citológicas em Coffea: XIX - Microsporogênese em Coffea dewevrei.

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Academic year: 2017

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OBSERVAÇÕES CITOLÓGICAS EM COFFEA

XIX - M I C R O S P O R O G Ê N E S E E M COFFEA DEWEVREI

D I X I E R M . M E D I N A

(2)

1 5 4 B R A G A N T I A V O L . 12, N .O S

4-6

DISTRIBUIÇÃO DOS CROMOSSÔMIOS E M ANÁFASE I N.° de células encontradas Planta 63 Planta 1008

11-11 _ . 41 31 11-? 6 16 12-10 1 3

Em fins de anáfase I, os cromossômios ainda se apresentam diferen-ciados em partes cromáticas e partes acromáticas. Provavelmente, estas correspondem às regiões dos quiasmas que se desprenderam (fig. 2-A).

3 - OBSERVAÇÕES REALIZADAS

3.1 - MICROSPOROGÊNESE

Os microsporócitos em prófase inicial mostram uma aglomeração muito intensa dos cromonemas. Mesmo nos estados de leptonema e zigonema só se consegue acompanhar partes dos cromossômios ao longo da sua extensão. Em paquinema, alguns são vistos em seu inteiro comprimento, enquanto outros só em parte (fig. 1-A). Todos apresentam, porém, regiões intensa-mente coloridas e regiões fracaintensa-mente coloridas que serão aqui chamadas de "cromáticas" e "acromáticas", respectivamente (2). As partes cromáticas se iniciam junto ao centrômero que é muito nítido, e se alongam por exten-sões variáveis. Não são homogêneas, mas, sim, intercaladas de pequenas regiões acromáticas. Das partes acromáticas, a maior porção é distai e, por não possuirem aglomerados de cromômeros como as primeiras, dão aos cromossômios o aspecto de filamentos mais finos em certas extensões (fig.

1-B). Alguns dos cromossômios têm as duas partes distais acromáticas (fig. 1-B, a), ao passo que em outros somente um dos braços apresenta a

extre-midade assim (fig. 1-2?, ò).

Apesar de serem apenas 11 os pares de cromossômios, não se conseguiu ainda em número suficiente, fase semelhante à da figura \-B para que eles pudessem ser identificados. O par de cromossômios ligado ao nucléolo pos-sui um braço curto com cerca de 5 regiões muito cromáticas ; o braço longo apresenta próximo ao centrômero algumas regiões cromáticas, sendo a parte distai constituída apenas de filamentos pouco cromáticos,. que mal se dis-tinguem do citoplasma (fig. 1-C). Une-se ao nucléolo, aparentemente, por uma região situada no braço curto.

Em diaquinese (fig. 1-D) já se observa uma contração relativamente grande dos cromossômios, verificando-se o pareamento íntimo apenas nas regiões acromáticas, sendo que as regiões cromáticas se mantêm afastadas. Na maioria das células examinadas, foram vistos 11 bivalentes. Não se verificaram polivalentes.

Em metáfase I, também foram contados 11 pares de cromossômios. Nota-se nesta fase uma redução muito grande das regiões acromáticas (fig.

1-E).

(3)

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4-6

A segunda divisão meiótica, é também uma ocorrência normal dando como resultado a formação de quatro núcleos de 11 cromossômios cada um (fig. 2-B).

3.2. - E S T U D O D O P Ó L E N

Assim que se liberta da tetrade, o grão de pólen se prepara para pri-meira divisão, a qual ocorreu no ambiente do laboratório, um a dois dias após a meiose, ainda antes da antese. A figura 2-C mostra um microsporo em estado de prófase adiantada ; de alguns dos cromossômios vêem-se cla-ramente os centrômeros. Seguem-se uma metáfase (fig. 2-D) e uma anáfase (fig. 2-E), sem anormalidades. As anteras deiscentes apresentam micros-pores providos de dois núcleos.

Não foi possível observar a segunda divisão no microsporo para a for-mação dos gâmetas.

3.3 - Q U I A S M A S

No material estudado, não foi possível analisar os quiasmas em diplo-nema nem em diaquinese. Nesta fase, observa-se apenas que eles ocorrem nas partes acromáticas distais. Eventualmente, puderam alguns bivalentes em diaquinese ser interpretados quanto ao número de quiasmas. Um exem-plo é apresentado na figura 2-F, onde se vêem perfeitamente localizados os centrômeros entre regiões cromáticas e os quiasmas : um de um lado do centrômero e no mínimo três do outro lado.

D o número e da localização dos quiasmas em cada bivalente, depende a configuração apresentada pelo mesmo em metáfase I. Nesta fase, pude-ram os bivalentes ser analisados sob estes dois aspectos, verificando-se que os cromossômios apresentam de um a três quaismas, cuja localização deter-mina configurações como as que se vêem na figura 2-G.

O cromossômio com três quiasmas é bem característico e inconfundível com os demais. Um dos quiasmas se localiza de um lado do centrômero sendo terminal; os outros dois localizam-se no outro lado, no braço longo do cromossômio (fig. 2-G, d) e são intersticiais. Em quase todas as células há um único cromossômio assim ; porém, às vezes, êle não é encontrado e, às vezes, encontram-se dois.

Dos cromossômios com dois quiasmas, dois tipos são bem caracteri-zados : um em que os quiasmas se localizam do mesmo lado do centrômero e que chamamos assimétricos (fig. 2-G, b), de ocorrência mais rara que o outro, simétrico, com um quiasma em cada lado do centrômero. Neste se-gundo tipo, ainda se verifica que os quiasmas podem ser ambos terminais (fig. 2-G, c), ambos intersticiais (fig. 2-G, e) ou um terminal e outro inters-ticial (fig. 2-G, d).

N o quadro 1 são apresentados os resultados das observações sobre número de quiasmas em metáfase I, feitas em 38 células, da planta 1008

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ABRIL-JUNHO, 1 9 5 2 MlCROSPOROGENESE em C. DEWEVREI 1 5 7

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1 5 8 B R A G A N T I A V O L . 1 2 , N .0 8

4 - 6

QUADRO 1.—Observações sobre número de quiasmas e sua distribuição pelos bivalentes em 38 células em metáfase I na planta 1 0 0 8 da espécie Cojjea Dewevrei

Os resultados obtidos em observações da mesma natureza, feitas em

2 0 células na planta 6 3 (excelsa), podem ser vistos no quadro 2 .

QUADRO 2.—Observações sobre número de quiasmas e sua distribuição pelos bivalentes cm 2 0 células em metáfase I na planta 63 da espécie Cojjea Dewevrei

Esses dois resultados são perfeitamente concordantes. Aplicando-se o "teste" de y?, verificou-se que não há diferença significativa entre o nú-mero médio de quiasmas encontrados para a planta 63 e os da planta 1008.

Com a finalidade de se estabelecer a média para a espécie C. Dewevrei, pode-se juntar os dados dos quadros 1 e 2 (quadro 3 ) .

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A B R I L - J U N H O , 1 9 5 2 M I O R O S P O R O G Ê N E S E E M C. DEWEVREI 1 5 9

Os bivalentes com dois quiasmas, são de dois tipos : os "simétricos" e os "assimétricos". Nas observações de ambas as plantas, ao mesmo tempo que se faziam as contagens dos quiasmas, anotavam-se, também, quantos eram de um e do outro tipo. Assim, dos bivalentes com dois quiasmas (95), encontrados na planta 1008 e que constam do quadro 1, 47 foram classificados em "simétricos" ou "assimétricos", como se vê no quadro 4.

Para a planta 63, foram feitas essas observações em todas as 20 células, num total de 61 bivalentes com dois quiasmas. Foram eles classificados como se vê no quadro 5.

A análise destes dois quadros, mostra, desde logo, a não concordância entre as frequências relativas dos dois tipos, verificados em cada uma das plantas. Esta falta de concordância, aliás, é comprovada pelo teste de y \

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VOL. 12, N .O S 4-6

Q U A D R O 5.—Dados sobre a posição dos quiasmas dos bivalentes que apresentaram 2 quiasmas. Observações efetuads nas 2 0 células do quadro 2 em metáfase I na planta n.° 6 3 da espécie Cojjea Dewevrei

4 - RESUMO E CONCLUSÕES

O estudo da microsporogênese e dos grãos de pólen, feito na espécie

Coffea Dewevrei, relevou o seguinte :

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completamente acromático. Foi possível reconhecer um par de cromossô¬ mios de braços desiguais relacionado com o nucléolo. Liga-se ao mesmo pelo braço curto que é constituído de algumas regiões muito cromáticas. Neste particular, assemelha-se bastante ao descrito em Coffea canephora. (7) Das observações sôbre a ocorrência de quiasmas, feitas em metáfase I nas duas variedades — abeocutx e excelsa — , as seguintes conclusões pude-ram ser tiradas :

a) Um par de cromossômios, mais longo que os demais, apresenta-se em metáfase I com três quiasmas, sendo dois no braço maior e um no braço menor.

b) Dos cromossômios restantes, 7,3 pares, em média, apresentam um único quiasma, e 2,7, apresentam dois quiasmas.

c) Os cromossômios que apresentam dois quiasmas podem ser sub-divididos em dois grupos : 1.°) os que apresentam um quiasma de cada lado do centrômero e que, eventualmente, terminalizam com-pletamente em um dos braços, passando para o grupo dos bival entes com um único quiasma ; 2.°) os que apresentam os dois quiasmas no mesmo braço do cromossômio e que podem ser tomados como bivalentes que tiveram três quiasmas, um dos quais, no outro braço do cromossômio, se terminalizou completamente.

O comportamento meiótico dos cromossômios em tôdas as fases é nor-mal, tanto no seu pareamento como em sua distribuição para os pólos nas anáfases I e II. Raramente se formam núcleos com 10 ou com 12 cromos-sômios. Todos os microsporos examinados apresentaram 11 cromoscromos-sômios.

S U M M A R Y

Coffea Dewevrei D e W i l d , e t T h . D u r . is a diploid species w i t h 2n = 22 c h r o m o s o m e s . Details o n the microsporogenesis are presented in this paper.

(10)

d e e p l y chromatic zones. O n l y one pair of chromosomes w a s found t o b e attached t o the n u c l e o l u s ; it has a submedian centromere, t h e organizing region seeming t o b e located in the short arm.

Chiasmata were seen in diakynesis and metaphase I ; in this later stage t h e y were s t u d i e d in detail and the c h r o m o s o m e s were classified as follows : a) 1 longer pair w i t h 3 c h i a s m a t a ; b) 2.7 pairs (average) w i t h 2 chiasmata ; c) 7.3 pairs (average) w i t h 1 chiasma.

T h e 2-chiasmata chromosomes were of t w o kinds : " s y m m e t r i c " and "assymmetric", depending on the position o f their chiasmata in relation t o the centromere.

T h e anaphase is normal, pollen grains having 11 c h r o m o s o m e s . V e r y seldon are pollen grains formed w i t h 10 o r 12 c h r o m o s o m e s . First mitosis in the microspores occurs before pollen shedding.

I t w a s concluded that microsporogenesis in the coffee plants studied is normal.

L I T E R A T U R A C I T A D A

1. B a c h i , O . Observações citológicas e m Coffea. V I I — A macrosporogênese na varie-dade " M o n o s p e r p i a " . Bragantia 1 : 483-490. 1941.

2 . B r o w n , S. N . T h e structure and meiotic behavior o f the differentiated c h r o m o s o -mes of t o m a t o . Genetics 3 4 : 437-461. 1949.

3 . K r u g , C . A . Observações citológicas e m Coffea. I I I . B o l . téc. Inst, agron. C a m -pinas 2 7 : 1-19. 1937.

4 . M e d i n a , Dixier M . Observações citológicas e m Coffea. X I V — Microsporogênese e m Coffea arabica L . var. rugosa K . M . S . Bragantia 1 0 : 61-66, fig. 1. 1950.

5 . M e n d e s , A . J. T . Observações citológicas e m Coffea. X I I — U m a n o v a forma tetraplóide. Bragantia 9 : 25-34. 1949.

6. M e n d e s , A . J. T . Observações citológicas e m Coffea. X V — Microsporogênese e m

Coffea arabica I,.. Bragantia 1 0 : 79-87, fig. 1-2. 1950.

Imagem

FIGURA  1. — Detalhes da microsporogênese em Coffea Dewevrei De Wild et Th. Dur. A —  Paquinema; B — paquinema-diplonema; C — o cromossômio ligado ao nucléolo;  D — diaquinese; E •— metáfase I
FIGURA 2. — Detalhes da microsporogênese e grão de pólen em Coffea Dewevrei De Wild  et Th

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