• Nenhum resultado encontrado

Estudos sobre epidemiologia da doença de Chagas no Ceará VII - suscetibilidade de Triatomíneos a diversas cepas locais de Trypanosoma cruzi.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Estudos sobre epidemiologia da doença de Chagas no Ceará VII - suscetibilidade de Triatomíneos a diversas cepas locais de Trypanosoma cruzi."

Copied!
3
0
0

Texto

(1)

E S T U D O S S O B R E E P I D E M I O L O G I A D A D O E N Ç A D E C H A G A S

HO

CEARÁ

V I I - S U S C E T I B I L I D A D E D E T R I A T O M I f t E O S A D I V E R S A S C E P A S L O C A I S

DF

T R Y P A N O S O M A C R U Z I

J o a q u im E d u a r d o d e A le n c a r * e O tá v io F e r re ir a B e z e r r a * *

Foram isoladas duas cepas de

T ry p a n o s o m a c ru z i

de marsupiais de área não

endêmica e três cepas de área endêmica: uma de homem, uma de marsupial e uma de cão.

Foram utilizados para uma prova de suscetibilidade frente a estas cepas 20 ninfas de 5?

estádio

das seguintes espécies de triatom fneos e testada previamente a capacidade de sugar

camundongos brancos em gramas de sangue:

T ria to m a brasiliensis

sugou uma média de

0,09 g,

T ria to m a in festan s

sugou 0,13 g,

P a n stro n g ylu s m egistus

sugou 0,13 g e

R h o d n iu s p ro lix u s

sugou 0,09 g.

O

T . infestan s

infectou-se com as taxas mais elevadas com todas as cepas; o

T . brasiliensis

fo i a espécie que menos infectou-se, sendo seguida de perto pelo

R . p r o lix u v

o

P. m egistus

foi testado somente com as cepas de área não endêmica, apresentando taxas

de infecção intermediárias entre o

T . in festan s

e o

T . b rasiliensis.

As cepas que mais infectam são as de marsupiais e a que menos infecta é a

proveniente de cão.

IN T R O D U Ç Ã O

É variável o c o m p o rta m e n to das diversas espécies dè tria to m fneos fr e n te ao

Trypa­

nosoma cruzi

e essa variaçS o in flu irá c e rta m e n te no processo de transm issão d o p aras ito .

E stu d an d o a e p id e m io lo g ia da D o e n ç a de Chagas n o C eará, diversas cepas d e

T. cruzi

foram isoladas e delas estudadas a v iru lê n c ia e p ato g en icid ad e, q u e se m o s tra ra m variáveis. Surgiu a in d ag ação sobre o c o m p o rta m e n to destas cepas fr e n te às espécies d e tria to m fneos da região c o m o o b je tiv o de esclarecer as

d iferen ças observadas em diversas regiOes d o E s t a d o e ta m b é m fr e n te às espécies de tria to m fneos transm issores d o

T. cruzi

em o u tras regiões d o pafs.

D o is o b je tiv o s fo ra m estabelecidos para re fe rid o e s tu d o , c o m o se segue:

1 — R e a liza r o is o la m e n to de cepas de regiões e c o lo g ic a m e n te d ife re n te s , n o Estado, sejam d e o rig e m h u m a n a , p ro ced en tes de an i­ m ais d o m és tico s ou p ro ced en tes de anim ais silvestres.

2 — T e s ta r as cepas isoladas e m espécies diversas d e tria to m fneos.

D e p a r ta m e n t o d e P a t o lo g ia e M e d ic in a 'L e g a l d o C e n t r o d e C iê n c ia s d a S a ú d e d a U n iv e rs id a d e F e d e ra l d o C e a rá .

(2)

16

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. XI - N? 1

P L A N O D E T R A B A L H O

1 - Is o lar c in co cepas d e

T. cruzi:

2 de m arsupiais (

Didelphis azarae)

d e área n ã o en­ d ê m ic a (S ão G o n ç a lo d o A m a r a n te e C a u c a ia ), 1 (um a ) d e h o m e m e 1 (u m a ) d e c ão , as 3 (três) d e área e n d ê m ic a d e D o e n ç a de Chagas (Russas).

2 — P rep arar lo tes d e tr ia to m ín e o s : 2 es­ pécies transm issoras nas regiões e n d êm icas d o E s ta d o d o C eará

(Triatoma brasiliensis e

Panstrongylus megistus),

1 espécie tran sm isso ra p rin c ip a l n o Brasil

(Triatoma infestans

) e 1 es­ pécie transm issora p rin c ip a l em o u tro s países da A m é ric a d o S u l

(Rhodnius prolixus).

3 — T es ta r cada espécie d e tria to m fn e o em fre n te a cada u m a das c in c o cepas.

M É T O D O E T É C N IC A S

1 — P rep arar lotes d e 2 0 n in fas d e espécie de tria to m íneos a serem testados.

2 — tn o c u la r c am u n d o n g o s d e 1 0 g d e peso

(m ais ou m enos 1 0 dias d e id a d e ) c o m 1 5 0 .0 0 0 trip an o s o m o s d e cada cepa a testar.

3 — C o n ta r d e 3 em 3 d ias os trip a n o s o m o s p ela té c n ic a d e P raguer e P iz z i, m o d ific a ç ã o d e B ren e r, a té q u e seja a tin g id o o n ú m e ro 5 0 p o r 1 0 0 cam p o s d o m ic ro s c ó p io (o c u la r 1 0 x o b je ­ tiv a 4 0 ) .

4 — Pesar as n in fas e pô-las p ara sugar os c am u n d o n g o s n a p ro p o rç ã o de 1 0 n in fas p o r c am u n d o n g o .

5 — Pesar n o v a m e n te as n in fas e e stab elecer p o r d ife re n ç a a q u a n tid a d e d e sangue sugado e c a lc u la r o n ú m e ro d e trip a n o s o m o s sugados.

6 - E x a m in a r as n in fas após 3 0 dias para v e rific a r a p o rc e n ta g e m d e in fec çã o .

R E S U L T A D O S

R e la tiv a m e n te è q u a n tid a d e d e sangue inge­ rid o e, p o rta n to , á q u a n tid a d e de trip a n o s o m o s in o cu lad o s, vem o s, pelos dad o s d a T a b e la 1, q u e fo i o

P. megistus

o de m a io r cap ac id a d e , de sugar, seg u id o d o

T. infestans.

O q u e sugou m en o s fo i o

T. brasiliensis.

T ab ela 1 — Sangue In g e rid o em gram as p o r diversas espécies d e tria to m ín e o s a lim e n ta d a s em c am u n d o n g o s b ranco s (1 0 n in fas p o r c a m u n d o n g o )

A m o stras

d e 2 0 n infas R . p ro lix u s T . infestans« T . brasiliensis P. m egistus

ia

0 ,1 0 8 8 0 ,1 6 9 2 0 ,0 9 8 4 0 ,1 3 9 3

2? 0 ,0 8 0 4 0 ,1 2 6 8 0 ,0 6 3 9 0 ,1 1 5 8

3? 0 ,1 1 0 9 0 ,1 2 8 4 0 ,0 8 5 0

-4? 0 ,1 1 0 5 0 ,1 1 6 5 0 ,0 6 9 1

5? 0 ,0 6 2 7 0 ,0 9 0 3 0 ,1 3 7 4

M édia 0 ,0 9 4 7 0 ,1 2 5 0 0 ,0 9 0 8 0 ,1 2 7 5

T ab ela 2 - In fe c ç ã o d e tria to m ín e o s em c a m u n d o n g o s b ranco s in fe c ta d o s c o m diversas cepas de T . c ru zi

t

P rovidência % d e In fe c ç ã o

de T . c ru zi

$

R . p ro lix u s T . infestans

l T . brasiliensis P. m egistus

1.

Didelphis azarae

(não end êm ica) 5 2 ,9 9 0 ,0 4 7 ,4 8 8 ,2

2 .

D. azarae

5 8 ,8 9 0 ,0 5 2 ,9 6 8 ,4

3. H o m e m (en d êm ica) 5 5 ,6 8 4 ,2 4 0 ,0

-4.

Canis familiaris

(en d êm ica) 3 6 ,8 2 5 ,0 1 5 ,0

(3)

Jan.-Fev., 1977

Rev. Soc. i'~7as. Med. Trop.

17

A T a b e la 2 apres en ta em s u m á rio as taxas de infecção observadas pelas diversas espécies de tria to m fneos e m relaçSo às diversas cepas d e

T.

cruzi

tratad as.

E m relaçSo às diversas cepas, a q u e m aio res taxas de in fe c ç ã o d e m o n s tro u fo i a c e p a de m arsupial de z o n a e n d ê m ic a ; a q u e m en o res taxas o fe re ce u fo i a cepa iso lad a de cSo da m esm a zo n a e n d ê m ic a ; in fe c ta ra m b em to d as as espécies as cepas d e m a rs u p ia l p ro c e d e n te s de zonas n ã o en d êm icas. A cepa p ro v e n ie n te de h o m em d e z o n a e n d ê m ic a in fe c ta m e lh o r q u e a de cSo e m e n o s q u e as d e m a rs u p ia l.

E m relação às espécies de tria to m fneos, vemos q u e o

T. infestans é

o q u e m ais se in­ fe c ta , seg u id o , nos casos e m q u e fo i te s ta d o , pelo

P. megistus.

In fe c ta -s e quase sem p re m a l o

T. brasiliensis,

c o m u m a ú n ic a e x c e ç ã o , n o caso da cepa d e m a rsu p ia l d e z o n a e n d ê m ic a .

ü C l J S Õ E S

®. - ' ie d e t ria to m ín e o d e m a io r preva­ lência no C eará é o

T. brasiliensis.

a q u al se

« o . - a tiv a m e n te b em « e m as diversas cep;.» («•s, .ré m in fecta-se m al c o m u m a cepa p ro v e n ie n te d e cão.

A segunda espécie d e tria to m ín e o tra n s m i' sora d e D oenças d e Chagas no Ceará é o

megistus

a q u a l, em r e l a t o as c e ^

testadas, in fec to u -se roethor q u e o

T.

A,-*.

liensis.

0 T. infestans

in fe c to u -s e b em c o n as ;epas estudadas, c o m exceção da p ro v e n ie n te d e cão, fa to q u e se re p e tiu em tod a s as o m .a s espécies d e tria to m ín e o *.

O

R. proUxus

apresen tou -se em igualdade dft

c o n d içõ es c o m o

T. brasiliensis

,

c o m exceção a in d a d e cepa p ro v e n ie n te d e cão.

A s cepas m ais in fee ta n te s são as pro ven ientes d e m arsupiais.

S U M M A R Y

Five strains o f Trypanosoma cruzi: were studied 2 o f region non endemic fo r Chagas

disease (isolated from marsupiais) and 3 o f endemic region (from man, marsupial and dog).

The susceptibility o f the triatomines was tested in the Vinstar. The blood meai o f Triato­

ma brasiliensis and Rhodnius prolixus was 0,09 g; Triatoma infestans and Pnastrongylus

megistus have sucked 0,13 g. The th ird specie o f bugs became highly infected w ith a li

the strains o f T. cruzi tested; the second and th ird were the less infected and the fourth

has showed intermediate rates. The strains most infective are those o f marsupiais and the

less infective is originated from dog.

R E F E R Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S

1. A L M E I D A , S . , M I L E S , M . A . & M A R S 0 E N , P .D . — V e rific a ç ã o d e susceti-b ilid a d e à in fecção p o r

Trypanosoma cruzi,

dos estágios e v o lu tiv o s d e

Rhodnius

ne-glectus — Rev. Brasil. BioL, 33:

4 3 -5 2 ,

1 9 7 3 .

2. L U Z , E. & B O R B A , M .A . - S o b re a q u a n tid a d e d e sangue necessária para en-g u ren-g itar

Triatoma infestans

(K lu g , 1 8 3 4 ) em três fases de d e s e n v o lv im e n to .

An. Fac.

Med. Univ. Fed. Paraná, 11-12:

1 4 7 -1 5 7 ,

1 9 6 8 /1 9 6 9 .

3. R O N D E R O S , R . A . — B io lo g ia d e t r ia to m í-neos — S im p ó s io In te n a c . S. E n fe rm e d a d

d e Chagas — Soc.

Arg. de Parasit. Buenos

Aires,

3 2 1 - 3 6 6 ,1 9 7 2 .

4. S A N T O S , J .C .M . — C o m p o rta m e n to da cepa aviru lerrta d o

Trypanosoma cruzi

no h o sp ed eiro in v e rteb ra d o .

Rev. Inst. Med.

Trop. São Paulo, 13:

2 7 9 -2 8 4 , 1 9 7 1 .

5 . S H E R L O C K , I.A . & A L M E ID A , S .P . -D ifere n ç a d e s u s ce p tib ilid a d e à infecção c o m

T. cruzi

e n tre espécies d e T ria to m í-neos a lim e n ta d o s em cão, ta tú e cam un-d o n g o in fe c ta un-d o -

Rev. Soc. Bras. Med.

Referências

Documentos relacionados

O objetivo geral deste trabalho foi avaliar a eficiência de produção de biogás e metano por meio da codigestão anaeróbia entre resíduos de apara de grama, resíduos de

Quando comparados os valores de pressão arterial entre os idosos que apresen- taram hipertensão e os que não apresentaram esta alteração, a pressão arterial dos idosos com

O Chorinho aparece pouco na grande mídia para divulgação e em boa parte das outras vezes que aparece é relacionado a acontecimentos violentos ou em matérias que não tem o evento

[r]

Desempenho Produtivo de Vacas Leiteiras Recebendo Silagem de Milho, Capim-elefante ou Cana-de-açúcar, Suplementados com Concentrados com Diferentes Níveis de Proteína Não Degradada

Entender e responder questões sobre a influência do cigarro, com inalação predominante de monóxido de carbono (CO) associadas às baixas tensões de oxigênio (O2)

Alterações comportamentais associadas a epilepsia como hiperatividade e depressão (KANNER, 2008, 2011a), déficit de memória hipocampo- dependente e espacial (BLUME, 2003;