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Evolução de estruturas primordiais

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Academic year: 2017

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(1)

CENTRO DE CIˆENCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE F´ISICA TE ´ORICA E EXPERIMENTAL PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM F´ISICA

Evolu¸

ao de Estruturas Primordiais

Hidalyn Theodory Clemente Mattos de Souza

Orientadora: Prof.

a

Dra. Nilza Pires

Disserta¸c˜ao apresentada `a Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requi-sito parcial `a obten¸c˜ao do grau de MESTRE em F´ısica.

(2)

Meus Pais Manoel de Souza Marim´ılia Mattos de Souza

Meu Irm˜ao Nyladih Theodory Clemente Mattos de Souza

(3)

• Ao meu DEUS, criador dos c´eus e da Terra.

• A minha amiga e orientadora Prof.a Nilza Pires, por seu incentivo, ap´oio e principalmente por seu exemplo de conduta de vida e dedica¸c˜ao `a F´ısica, a qual engrandece meu esp´ırito e meu est´ımulo ao conhecimento de t˜ao maravilhosa ciˆencia.

• A Jos´e Carlos N. de Ara´ujo, por ter fornecido o c´odigo num´erico computa-cional utilizado nesta disserta¸c˜ao, sendo este de fundamental importˆancia para a obten¸c˜ao dos nossos resultados.

•Aos meus pais, Manoel de Souza e Marim´ılia Mattos de Souza, a meu irm˜ao, Nyladih Theodory Clemente Mattos de Souza e a minha irm˜a, Izabel Maria Mattos de Souza, por sempre estarem ao meu lado, apoiando-me e incentivando-me a seguir essa maravilhosa profiss˜ao de F´ısico, a qual incentivando-me foi presenteada por Deus. Aos meus pais, neste momento, toda palavra de agradecimento me parece insuficiente.

• A minha fam´ılia da cidade de Natal, a qual me prestou amor e assistˆencia durante toda minha permanˆencia nesta t˜ao hospitaleira cidade. Agrade¸co em Especial a Francisca Cardoso Galv˜ao, Judson Carlos Cardoso Galv˜ao, Luzia Maria Louren¸co e Maria da Concei¸c˜ao Silva Messias. A minha fam´ılia espalhada por todo esse maravilhoso Brasil, que de uma maneira ou de outra, ajudaram na minha educa¸c˜ao, em Especial a Maria da Concei¸c˜ao Souza, Mohsen Javidan Samani, Rahmatullah Javidan Samani Neto e Vittor Clementino de Sousa Javi-dan (pessaraye cheitoon), aos meus av´os Jos´e Clementino de Souza (in memo-riam) e Antonieta Mattos de Souza, Jos´e Cardoso Sobrinho, Antˆonia Barrˆeto Cardoso e Jos´e Cardoso Segundo, minha prima Maria Con¸cei¸c˜ao Cˆamara (Mary). Meu Eterno “OBRIGADO” a essas pessoas.

(4)

lhes escreve, a oportunidade de desfrutar de uma vida acadˆemica honrosa.

• Aos meus grandes amigos, J´ulio C´esar Pereira Barbosa e Gustavo de Oliveira Gurgel Rebou¸cas, pelos grandes momentos aos quais desfrutamos jun-tos e pelas grandes, interessantes e salutares discuss˜oes sobre os mais variados temas da F´ısica. E acima de tudo, por nossa amizade e companheirismo.

• Aos meus tamb´em grandes amigos, Francisco Carlos de Menezes Junior, Armando Ara´ujo e Jo˜ao Maria da Silva, pelo companheirismo.

• Aos amigos Cosm´ologos, Astrof´ısicos, da Mat´eria Condensada, da F´ısica Estat´ıstica, da Ciˆencia e Engenharia de Materiais, da F´ısica da Ionosfera, da Geof´ısica, sejam estes experimentais ou te´oricos, da UFRN, UERN, ON, IAG-USP, INPE, UNICAMP, por terem ajudado, direto ou indiretamente, para que meus conhecimentos f´ısicos e morais, crescessem durante esse tempo que com-preendeu meu mestrado.

• Aos meus colegas, Jo˜ao Vital da Cunha Junior, Francisco Edson da Silva, Lucio Marassi, Francisco Carlos de Menezes Junior, Maria Aldinˆez Dantas, Subˆenia Karine, Gustavo de Oliveira Gurgel Rebou¸cas, J´ulio C´esar Pereira Barbosa, F´abio Ferreira, pelos servi¸cos prestados ao desenvolvimento desta dis-serta¸c˜ao.

• Aos Professores e amigos Janilo Santos e Joel C. Carvalho, a quem devo grande parte da minha forma¸c˜ao em Cosmologia. Ao prof.o Jailson Souza de Alcaniz (que me apresentou a prof.a Nilza Pires) por seus conselhos.

• Aos meus Queridos Professores e Amigos da UERN, com quem convivi e desfrutei de um aprendizado inesquec´ıvel. Em especial a Ana L´ucia Dantas e Idalmir de Souza Queiroz Jr., com quem tive a oportunidade, sorte e prazer de trabalhar na minha inicia¸c˜ao cient´ıfica. Aos professores Vanberto, Piolho, Jos´e Ronaldo, Carlos Ruiz, Auta Stella (UFRN), Dory H´elio (UFRN), que tiveram

(5)

Carri¸co (UFRN), por seus conselhos e aten¸c˜ao. E um Especial Agradecimento ao grande Mestre Professor Jo˜ao (matem´atica, E. E. Prof.a Margarida Maria

de Sousa), pela dedica¸c˜ao, est´ımulo e cren¸ca que um dia este aluno que lhes escreve pudesse hoje est´a se tornando Mestre.

• Aos Funcion´arios do DFTE, em particular Ben´ıcia, que com sua for¸ca de vontade e carisma, faz surgir e crescer em n´os um grande est´ımulo para subirmos os enormes degraus de uma vida. Ao meu tamb´em amigo Silvestre, pela paciˆencia e eficiˆencia em seu trabalho na Biblioteca Setorial da F´ısica e a Celina, por sua excepcional eficiˆencia, qualidade e aten¸c˜ao.

• Finalmente, a Coordena¸c˜ao de Aperfei¸coamento de Pessoal de N´ıvel Supe-rior - CAPES, pelo ap´oio financeiro concedido.

(6)

Entender o modo pelo qual estruturas em grande-escala, como gal´axias, se formam permanece um dos problemas mais desafiadores em cosmologia hoje. A teoria padr˜ao para a origem destas estruturas ´e que elas cresceram por ins-tabilidade gravitacional de pequenas, talvez geradas quanticamente, flutua¸c˜oes na densidade de mat´eria escura, b´arions e f´otons sobre um Universo primordial uniforme. Depois da recombina¸c˜ao, os b´arions come¸caram a cair nos po¸cos de potencial gravitacional pr´e-existentes de mat´eria escura.

Nesta disserta¸c˜ao ´e feito inicialmente um estudo da era da recombina¸c˜ao primordial, a ´epoca da forma¸c˜ao dos ´atomos de hidrogˆenio neutro. Al´em disso, analisamos a evolu¸c˜ao do contraste de densidade (de mat´eria bariˆonica e escura), em nuvens de mat´eria escura com massas entre 104M

⊙−1010M⊙. Em particular,

na an´alise da componente bariˆonica, levamos em conta os v´arios mecanismos f´ısicos que ocorrem nela durante e depois da era da recombina¸c˜ao.

A an´alise da forma¸c˜ao desses objetos primordiais foi feita no contexto de trˆes modelos de energia escura como “background”: Quintessˆencia, ΛCDM

(Constante Cosmol´ogica mais Mat´eria Escura Fria) e Fantasma.

Mostramos que a mat´eria escura ´e o agente fundamental para forma¸c˜ao das estruturas observadas hoje. A energia escura tem grande importˆancia na ´epoca de sua forma¸c˜ao.

(7)

Understanding the way in which large-scale structures, like galaxies, form remains one of the most challenging problems in cosmology today. The standard theory for the origin of these structures is that they grew by gravitational instability from small, perhaps quantum generated, fluctuations in the density of dark matter, baryons and photons over an uniform primordial Universe. After the recombination, the baryons began to fall into the pre-existing gravitational potential wells of the dark matter.

In this dissertation a study is initially made of the primordial recombination era, the epoch of the formation of the neutral hydrogen atoms. Besides, we analyzed the evolution of the density contrast (of baryonic and dark matter), in clouds of dark matter with masses among 104M⊙ −1010M⊙. In particular,

we take into account the several physical mechanisms that act in the baryonic component, during and after the recombination era.

The analysis of the formation of these primordial objects was made in the context of three models of dark energy as background: Quintessence, ΛCDM(Cosmological Constant plus Cold Dark Matter) and Phantom.

We show that the dark matter is the fundamental agent for the formation of the structures observed today. The dark energy has great importance at that epoch of its formation.

(8)

Agradecimentos ii

Resumo v

Abstract vi

Lista de F´ıguras ix

Lista de Tabelas x

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 “Status” Observacional . . . 1

1.2 Mat´eria bariˆonica e mat´eria escura . . . 1

1.3 Expans˜ao Acelerada do Universo . . . 4

1.3.1 A Constante Cosmol´ogica e a energia do v´acuo . . . 6

1.3.2 Quintessˆencia . . . 9

1.3.3 Energia Fantasma . . . 10

1.4 Objetivos deste trabalho . . . 11

2 Evolu¸c˜ao das Perturba¸c˜oes 14 2.1 Introdu¸c˜ao . . . 14

2.2 O modelo do Universo e as equa¸c˜oes b´asicas . . . 15

2.2.1 Descri¸c˜ao hidrodinˆamica . . . 18

2.3 Evolu¸c˜ao do contraste de mat´eria escura . . . 20

(9)

3 Processos f´ısicos na mat´eria bariˆonica 23

3.1 Introdu¸c˜ao . . . 23

3.2 Processos f´ısicos . . . 24

3.2.1 O grau de ioniza¸c˜ao . . . 24

3.2.2 A temperatura da mat´eria . . . 26

4 Modelos de energia escura analisados 34 4.1 Introdu¸c˜ao . . . 34

4.2 Considera¸c˜oes sobre o colapso das nuvens . . . 36

4.3 Recombina¸c˜ao do Hidrogˆenio . . . 37

4.4 Modelos e o contraste de densidade δ . . . 41

4.5 A idade do Universo . . . 46

5 Conclus˜oes e Perspectivas 48

Bibliografia 51

(10)

1.1 Espectro angular das flutua¸c˜oes. . . 2

1.2 Esquema te´orico de algumas das principais fases da hist´oria

t´ermica do nosso Universo. . . 12

4.1 Evolu¸c˜ao do grau de ioniza¸c˜ao do Universo, xe, no tempo, tU niverso 40

4.2 Evolu¸c˜ao do grau de ioniza¸c˜ao do Universo, xe, com o redshift, z. 41

4.3 Evolu¸c˜ao do contraste de densidade δ com o redshift z. . . 45

(11)

1.1 Contribui¸c˜ao esperada para a energia do v´acuo em algumas

es-calas de energia fundamentais da natureza. . . 8

3.1 Rea¸c˜oes de forma¸c˜ao do H2 e seus coeficientes da taxa de rea¸c˜ao. 31 4.1 Modelos de energia escura analisados. . . 35

4.2 Alguns dados da era da recombina¸c˜ao. . . 38

4.3 Principais resultados dos modelos analisados. . . 43

4.4 Energia escura e a idade do Universo. . . 47

(12)

Introdu¸c˜

ao

1.1

“Status” Observacional

O chamado modelo do Big-Bang constitui o esquema te´orico b´asico para se compreender como o Universo evolui de um come¸co uniforme para a abundˆancia de estruturas atualmente observadas nas mais diversas escalas: gal´axias, aglo-merados de gal´axias, superagloaglo-merados de gal´axias etc.

O grande aumento e a qualidade dos dados obtidos atrav´es das sondas e dos grandes telesc´opios astronˆomicos, est´a nos fornecendo agora, um conhecimento quantitativo mais preciso das condi¸c˜oes iniciais do Universo.

Nesta introdu¸c˜ao, apresentaremos uma pequena s´ıntese dos resultados mais recentes observados, algumas interpreta¸c˜oes f´ısicas e um pouco de hist´oria.

1.2

Mat´

eria bariˆ

onica e mat´

eria escura

A melhor evidˆencia de que o Universo expande e esfria vem do sucesso do mo-delo da nucleoss´ıntese primordial do deut´erio e is´otopos de h´elio e l´ıtio, atrav´es de rea¸c˜oes entre os l´eptons e os pr´oprios n´ucleos atˆomicos rec´em-formados, con-forme o Universo expandia e esfriava (T ∼ 1M eV e z ∼ 1010). O parˆametro

(13)

livre no modelo padr˜ao da nucleoss´ıntese ´e a densidade do n´umero de b´arions hoje.

An´alises independentes do ajuste das medidas das abundˆancias dos elemen-tos, corrigidas para a s´ıntese e destrui¸c˜ao nas estrelas, feitas por v´arios autores [1, 2], fornecem um intervalo para o parˆametro de densidade bariˆonica:

0,006≤Ωbh2 ≤ 0,022 .

Escala Angular

Momento Multipolar (l)

∆∆∆∆

T

2

(

µµµµ

K

2)

Figura1.1: Espectro angular das flutua¸c˜oes. A forma desta curva cont´em uma riqueza de informa¸c˜ao sobre a hist´oria do universo [4].

A altura do segundo pico do espectro das anisotropias da Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo (RCF), tamb´em s˜ao fortemente dependentes da densidade de b´arions (ver figura 1.1). Aliando as observa¸c˜oes do SDSS (Sloan Digital Sky Survey) -observa¸c˜ao de gal´axias em altos redshifts - com as medidas da “Wilkinson Mi-crowave Anisotropy Probe” (WMAP), o resultado mais atual para a densidade bariˆonica, ´e [3]:

(14)

e

Ωb = 0,0416+0−0,,00190018 .

Entretanto, as observa¸c˜oes de aglomerados de gal´axias fornecem valores maiores para a densidade de mat´eria atrativa,

Ωd ≈ 0,2−0,3.

Estas observa¸c˜oes incluem medidas da velocidade peculiar das gal´axias nos aglo-merados, que fornecem uma medida de sua energia potencial gravitacional, se os aglomerados est˜ao virializados1, medidas da temperatura de raio-X do g´as

quente nos aglomerados e, mais diretamente, estudos do efeito lente gravitacio-nal sofrido pelas gal´axias atr´as do aglomerado. Este valor da mat´eria atrativa, uma ordem de magnitude maior que o valor estimado para a mat´eria bariˆonica, foi inicialmente notado, a mais de 70 anos atr´as, por Zwicky [5], que observou que os aglomerados de gal´axias deveriam ter uma massa 100 vezes maior que aquela baseada no n´umero de estrelas do aglomerado.

Em gal´axias individuais, a presen¸ca da mat´eria escura ´e claramente indicada atrav´es da curva de rota¸c˜ao de gal´axias espirais ou atrav´es da velocidade de dispers˜ao das gal´axias el´ıpticas (que s˜ao sistemas virializados) [6, 7, 8].

Outro ponto, que deve ser mencionado, ´e que a mat´eria escura ´e o agente de crescimento das estruturas c´osmicas. As flutua¸c˜oes primordiais deixam sua assinatura na RCF. As flutua¸c˜oes na mat´eria comum (bariˆonica) n˜ao podem ser maiores que as da RCF, porque ambas estavam fortemente acopladas, o que n˜ao permitiria sua aglomera¸c˜ao at´e mais tarde. No entanto, as flutua¸c˜oes na mat´eria

1Para aglomerados em equil´ıbrio dinˆamico, a sua energia cin´etica e potencial m´edia s˜ao relacionadas atrav´es

do teorema do virial

Ec+Ep 2 = 0 ,

ondeEp ≃ −GM2

/R´e a energia potencial de um aglomerado de raio R, Ec ≃3M < vr2

> /2 ´e a energia cin´etica e< v2

(15)

escura, que n˜ao se acoplam aos f´otons, permitiriam `as pequenas flutua¸c˜oes (da ordem daquelas observadas na RCF) come¸car a crescer bem antes da mat´eria bariˆonica. Ap´os a recombina¸c˜ao, a mat´eria bariˆonica foi atra´ıda para os po¸cos de potencial gravitacional (flutua¸c˜oes) da mat´eria escura.

O material requerido foi chamado de mat´eria escura fria, porque ´e constitu´ıda de part´ıculas n˜ao relativ´ısticas sem movimento t´ermico interno, isto ´e, fria.

1.3

Expans˜

ao Acelerada do Universo

No final da d´ecada de 1990, o grupo de Saul Perlmutter, “Supernova Cosmo-logy”, do “Lawrence Berkeley National Laboratory” [9, 10], e logo em seguida um outro grupo, “High-z Supernova Search”, liderado por Adem Riess [11], fizeram um trabalho sistem´atico de medida de distˆancia de Supernovas do tipo Ia (SN Ia) extragal´acticas2. Eles encontraram que elas eram mais d´ebeis em brilho do que o esperado. Esse fato s´o poderia ser explicado se o Universo es-tivesse expandindo aceleradamente. Recentemente, conseguiu-se impor v´ınculos na distˆancia luminosidade a partir da formula¸c˜ao dinˆamica das condi¸c˜oes de energia. Confrontando-se as ´ultimas medidas de distˆancia de SN Ia com esses v´ınculos, mostrou-se que os dados violam as condi¸c˜oes de energia em redshifts

z 1. A viola¸c˜ao das condi¸c˜oes de energia implica em acelera¸c˜ao do Universo [13].

Mat´eria bariˆonica ou mat´eria escura s˜ao atrativas e desaceleram o Universo,

2

As supernovas (SN) s˜ao explos˜oes termonucleares de estrelas an˜as brancas com 1,4 vezes a massa do Sol.

As do tipo I n˜ao apresentam hidrogˆenio no espectro, e as do tipo II, apresentam linhas de emiss˜ao ou absor¸c˜ao de hidrogˆenio no espectro. As do tipo I ocorrem tanto em gal´axias espirais quanto em el´ıpticas. Algumas SN

tipo I foram descobertas nas vizinhan¸cas de regi˜oes HII e em bra¸cos espirais, e receberam a denomina¸c˜ao de tipo Ib (SN Ib), enquanto as tipo I cl´assicas s˜ao chamadas de tipo Ia (SN Ia). As supernovas de tipo Ia, que s˜ao

associadas com a queima explosiva do carbono, ocorrem em sistemas bin´arios. Sua curva de luz ´e t˜ao similar

(16)

assim um novo tipo de energia “anti-gravitacional” deve ser evocado para pro-duzir a acelera¸c˜ao observada. No contexto da relatividade geral, esta compo-nente deve ter press˜ao negativa e foi chamada de um modo geral de energia escura.

Por´em, al´em dessa observa¸c˜ao, a partir da medida de distˆancia em altos-redshifts, a energia escura foi e tem sido inferida a partir de outras ob-serva¸c˜oes, como estimativas da idade do Universo [14, 15, 16, 17, 18], medida das anisotropias da RCF [19, 20] e estimativas obtidas dos aglomerados [21].

A combina¸c˜ao das medidas de distˆancia de SN Ia com os dados da RCF surgerem que a energia escura seja uma componente de energia, distribu´ıda uniformemente, contribuindo com aproximadamente 3/4 da densidade cr´ıtica.

Um outro ponto que devemos comentar ´e sobre a densidade total de energia do Universo, Ωt. A posi¸c˜ao do primeiro pico do espectro de anisotropias da

RCF depende de Ωt, e v´arias experiˆencias de medidas das anisotropias indicam

que Ωt ≈ 1, ou seja, a densidade do Universo ´e muito pr´oxima da densidade

cr´ıtica.

Medidas do espectro de potˆencia usando as gal´axias vermelhas luminosas, observadas no SDSS e as medidas do experimento WMAP [3], fornecem para o parˆametro de densidade total do Universo

Ωt = 1,003+0−0,,010005 .

(17)

1.3.1 A Constante Cosmol´ogica e a energia do v´acuo

O Universo adquire uma representa¸c˜ao consistente a partir da teoria da gravi-dade de Albert Einstein (1879-1955), permitindo-lhe fazer uma descri¸c˜ao dos movimentos dos corpos no espa¸co-tempo, al´em de descrever a evolu¸c˜ao dos mesmos dinamicamente.

Tentando descrever o Universo, atrav´es da sua teoria da Relatividade Geral, Einstein buscou uma solu¸c˜ao que fosse (1) finita, (2) est´atica e (3) homogˆenia, estando de acordo com o princ´ıpio de Mach 3, na qual a densidade de ener-gia da mat´eria determinaria totalmente sua geometria [22, 23]. Entretanto, a existˆencia de um Universo est´atico entrava em contradi¸c˜ao com as previs˜oes de suas equa¸c˜oes, pois mostravam que o Universo deveria se contrair devido `a gravidade. Ent˜ao, em 1917, Einstein modificou suas equa¸c˜oes originais do campo gravitacional, introduzindo um termo repulsivo, a chamada Constante Cosmol´ogica, Λ [24, 25]:

Rµν −

1

2gµνR−Λgµν = 8πG

c4 Tµν , (1.1)

onde Rµν − 12gµνR = Gµν ´e o tensor de curvatura de Einstein, que tem as

propriedades geom´etricas do espa¸co-tempo; Rµν ´e o tensor de Ricci; R ´e o

escalar de Ricci; gµν ´e o tensor m´etrico; Tµν ´e o tensor de energia-momento; G

´e a constante da gravita¸c˜ao universal e c ´e a velocidade da luz no v´acuo.

3Para Newton, a massa inercial ´e uma propriedade do corpo em rela¸c˜ao ao espa¸co absoluto. Para Mach, a

massa inercial ´e uma propriedade determinada pelas massas das estrelas (gal´axias) distantes. Assim, a in´ercia de uma part´ıcula ´e um efeito devido `a presen¸ca de todas as outras massas que depende de algum tipo de intera¸c˜ao

entre estas.

O princ´ıpio de Mach, enunciado por Einstein num contexto de teoria de campo, diz: O campo gravitacional ´e totalmente determinado pela massa dos campos. Como massa e energia s˜ao no¸c˜oes equivalentes e como energia

(18)

Ainda no ano de 1917, o cosm´ologo holandˆes Willem de Sitter (1872-1934) publicou trˆes trabalhos, nos quais obteve uma nova solu¸c˜ao da relatividade geral, com Constante Cosmol´ogica, estacion´aria e sem mat´eria [26, 27, 28]. Mais tarde, em 1922, o russo Alexander Friedmann (1888-1925) propˆos mode-los de Universos, onde considerava o espa¸co com curvatura constante e positiva, obtendo pela primeira vez solu¸c˜oes expancionistas (com e sem Constante Cos-mol´ogica) das equa¸c˜oes de Einstein e, em 1924, publicou a solu¸c˜ao para espa¸cos com curvatura espacial constante e negativa [29]. O astrof´ısico britˆanico Arthur Eddington (1882-1944) mostrou, em 1930, que o Universo de Einstein n˜ao ´e est´atico como ele pensava. Ele mostrou que isto estava ligado ao fraco equil´ıbrio entre a gravidade e o termo cosmol´ogico, tal que pequenas perturba¸c˜oes bas-tariam para ocasionar uma expans˜ao ou uma contra¸c˜ao sem controle [30, 31, 24]. Al´em disso, um pouco antes, em 1929, o americano Edwin Hubble (1889-1953) descobriu e publicou sua famosa rela¸c˜ao linear entre o redshift e a distˆancia das gal´axias, revelando que o Universo est´a em expans˜ao [32]. Isso foi o “golpe final”para o desmoronamento do termo cosmol´ogico.

Os subseq¨uentes interesses sobre a Constante Cosmol´ogica aparecem devido `as suposi¸c˜oes e sugest˜oes/indica¸c˜oes de que ela poderia ser necess´aria para re-conciliar a teoria com as observa¸c˜oes.

A era moderna da Constante Cosmol´ogica, ou uma base mais f´ısica, tem in´ıcio em 1967, quando o bielo-russo Yakov Borisovich Zel’dovich (1914-1987) mostrou que Λ estava relacionado com a energia de ponto zero das flutua¸c˜oes do v´acuo quˆantico e que deveria respeitar a invariˆancia de Lorentz tal que

Tµν = −ρΛgµν, que quando comparada com a express˜ao do tensor de

energia-momento do fluido perfeito,

(19)

indica que o v´acuo tem uma equa¸c˜ao de estado do tipo pΛ = −ρΛ.

Formalmente, a energia de ponto zero de um campo quˆantico (imaginado como uma cole¸c˜ao de um n´umero infinito de osciladores harmˆonicos no espa¸co dos momentos) deve ser infinita. Se, entretanto, somarmos sobre todos os modos de energia de ponto zero, at´e uma dada quantidade de movimento de corte, kc

(tal que a teoria considerada ainda se mantivesse v´alida), n´os ter´ıamos:

ρΛ ∼k

4

c (1.3)

Escala de energia ρΛ

QCD 10−3 GeV4 1036 erg/cm3

Eletrofraca 108 GeV4 1047 erg/cm3

GUT 1063 GeV4 10102 erg/cm3

Planck 1071 GeV4 10110 erg/cm3 Tabela 1.1: Contribui¸c˜ao esperada para a energia do v´acuo para al-gumas escalas de energia fundamentais da natureza. S˜ao mostradas as escalas de energia da Cromodinˆamica Quˆantica (QCD), da teoria Eletrofraca, da Teoria da Grande Unifica¸c˜ao (GUT) e no tempo de Planck (10−43s ap´os o

Big-Bang) [33].

Considerando esta express˜ao, na tabela 1.1 ´e mostrada a contribui¸c˜ao es-perada para a energia do v´acuo de algumas escalas de energia de processos fundamentais da natureza.

Dados observacionais mostram que existe uma compatibilidade entre os va-lores atuais do termo de curvatura e o termo da densidade da mat´eria,

3R˙

2

R2 + 3

c2k

R2 = 8πGρ+ Λ , (1.4)

(20)

do Universo. Um ponto sobre a vari´avel significa derivada com rela¸c˜ao ao tempo.

Da taxa de expans˜ao do Universo hoje, que ´e da ordem [34]

1

R dR

dt

0

≡H0 ≃58−72km s−1 M pc−1 , (1.5)

e como n˜ao se observam efeitos de curvatura espacial, e como tamb´em, ρ0 ∼ ρc

[35], encontramos [36, 37]

|ρobsΛ |= 10−29 g/cm3 ≈10−47 GeV4 ≈ 10−8 erg/cm3 . (1.6)

Comparando este valor com aqueles da tabela 1.1, vemos que a discrepˆancia entre o valor observado e os te´oricos vai de 44−118 ordens de magnitude. Este ´e o chamado problema da Constante Cosmol´ogica. Destes argumentos, con-clu´ımos que, embora os modelos ΛCDM sejam extremamente bem sucedidos do ponto de vista observacional, permanece o problema do ajuste fino de den-sidade de energia do v´acuo, o que remete a se repensar num outro mecanismo por tr´as da acelera¸c˜ao c´osmica.

1.3.2 Quintessˆencia

Devido aos problemas associados com a Constante Cosmol´ogica, diversos grupos come¸caram a explorar uma grande variedade de poss´ıveis alternativas para explicar plausivelmente a expans˜ao acelerada do Universo.

A aproxima¸c˜ao mais simples usa um campo escalar (campo de Quintessˆencia4) que ainda n˜ao chegou a seu estado fundamental, com uma

4

(21)

dinˆamica basicamente determinada por sua energia potencial.

A diferen¸ca b´asica entre a Constante Cosmol´ogica e os modelos de campo escalar de Quintessˆencia ´e que estes ´ultimos tˆem o parˆametro da equa¸c˜ao de estado vari´avel com o tempo, isto ´e,ω(R) (ondeR(t)) e tamb´em ´e maior que -1, enquanto5 que o valor para a Constante Cosmol´ogica ´e ω

Λ = −1. A densidade

de energia do v´acuo Λ ´e constante, enquanto que a densidade de energia para a Quintessˆencia varia com o tempo.

Em nosso trabalho supomos que a densidade de energia da Quintessˆencia varia muito lentamente, durante e depois a era da recombina¸c˜ao.

1.3.3 Energia Fantasma

Mais recentemente, a possibilidade de uma componente com equa¸c˜ao de es-tado com ω < −1, tem recebido crescente aten¸c˜ao dos te´oricos, fortemente favorecida pelos recentes dados observacionais [42, 43, 44, 45]. Contudo, uma componente com tal equa¸c˜ao de estado violaria todas as condi¸c˜oes de ener-gia. Devido a essa e outras propriedades incomuns, tal componente ex´otica foi chamada “Fantasma”.

Esse tipo de componente pode ser representada, assim como a Quintessˆencia, por um campo escalar, mas apresenta caracter´ısticas n˜ao usuais no termo cin´etico em sua Lagrangiana (mas pode surgir em teoria de surpergravidade), ou seja, um campo escalar com energia negativa, cuja representa¸c˜ao hidrodinˆamica ´e descrita por p= ωρ, com ω < −1. [46, 44, 47, 48, 49].

No eventual caso desta componente realmente existir e dominar o conte´udo energ´etico do Universo, uma futura singularidade poder´a se desenvolver num tempo finito, desde que sua densidade cres¸ca com a expans˜ao do Universo. Essa poss´ıvel singularidade tem sido chamada um “Big Rip” [49, 46], significando que

5Para que exista acelera¸c˜ao, no caso de mat´eria escura mais Quintessˆencia,ω <1 3

d+ΩQ

ΩQ

(22)

todas as estruturas ligadas se romper˜ao, inclusive os ´atomos e por fim o pr´oprio Universo.

1.4

Objetivos deste trabalho

´

E amplamente aceito que o Universo experimentou uma fase de reioniza¸c˜ao (ou reaquecimento) entre a ´epoca da recombina¸c˜ao (z ∼1000) e z ∼ 5 [50, 51]. Por´em, em que redshift a reioniza¸c˜ao ocorreu ´e ainda uma quest˜ao em aberto [51], embora estudos recentes concluam que ela ocorreu em redshifts no intervalo 6< z < 30 (ver figura 1.2) [51, 52, 53, 54].

Embora diferentes modelos possivelmente possam explicar a reioniza¸c˜ao do Universo, ´e aceito que a maioria da contribui¸c˜ao para a reioniza¸c˜ao est´a rela-cionada com a forma¸c˜ao e evolu¸c˜ao dos objetos pr´e-gal´acticos (os chamados “ob-jetos da Popula¸c˜ao III”) em altos redshifts (z > 10) [51]. Essa suposta ´epoca, onde a forma¸c˜ao destes objetos aconteceu, e onde a conseq¨uente reioniza¸c˜ao e reaquecimento do Universo ocorreram, marca o fim de uma ´epoca chamada “era das trevas” [55, 56].

(23)

✁ ✂ ✄ ☎ ✆ ✁ ✄ ☎ ✝ ✞ ✆ ☎ ✟ ✝✠ ✡ ✟ ☛ ☞ ✠ ✌ ✍ ✍ ✎ ✍ ✍ ✍ ✏ ✑ ✒ ✓ ✌ ✍ ✍ ✔ ✕ ✖ ✗ ✘ ✙ ✓ ✚ ✙ ✏ ✑ ✒ ✓ ✛ ✌ ✜ ✢ ✣ ✕ ✖ ✗ ✘ ✙ ✓ ✚ ✙ ✏ ✑ ✒ ✓ elétron Próton Nêutron Átomo de Hélio Núcleo de Hélio Fóton Átomo de Hidrogênio RCF Primeiras estrelas Primeiras

galáxias modenasGaláxias

INFL AÇÃO z∼∼∼∼ 1000 z∼∼∼∼ 5

z=0 z

Figura 1.2: Esquema te´orico de algumas das principais fases da hist´oria t´ermica do nosso Universo. A parte alaranjada ´e a ´epoca carac-terizada pela total ioniza¸c˜ao do meio; a chamada “era da radia¸c˜ao”. Alguns milhares de anos ap´os o Big-Bang tem a fase que marca o in´ıcio da forma¸c˜ao do ´atomo de hidrogˆenio neutro no Universo; a chamada “era da recombina¸c˜ao”. Alguns milh˜oes de anos ap´os o Big-Bang aparecem as primeiras estruturas ligadas gravitacionalmente no Universo; os chamados “objetos da popula¸c˜ao III” (representados no esquema pelas primeiras estrelas).

Cold Dark Matter ) e Energia Fantasma. Como veremos, a componente escura da mat´eria (a Mat´eria Escura ou Dark Matter) ter´a, em nosso trabalho, papel fundamental na forma¸c˜ao dos sistemas primordiais.

(24)
(25)

Evolu¸

ao das Perturba¸

oes

2.1

Introdu¸

ao

Na ´epoca do dom´ınio da radia¸c˜ao, uma flutua¸c˜ao na mat´eria bariˆonica ou mat´eria escura tem seu crescimento inibido devido ao banho t´ermico da ra-dia¸c˜ao. Na mat´eria escura age o efeito Meszaros1, que inibe o crescimento das

perturba¸c˜oes desde a ´epoca em que elas entram no horizonte, at´e a ´epoca de equil´ıbrio em z ∼ 2,3×104Ω0h2 [35], ou seja, quando a densidade de mat´eria

se iguala `a densidade da radia¸c˜ao. Por outro lado, as flutua¸c˜oes na mat´eria bariˆonica s˜ao varridas pela sua forte intera¸c˜ao com a radia¸c˜ao. Assim, flutua¸c˜oes na mat´eria bariˆonica, s´o conseguem crescer ap´os a ´epoca da recombina¸c˜ao.

N´os estudamos a influˆencia de uma perturba¸c˜ao na mat´eria escura sobre a mat´eria bariˆonica, calculando desde o in´ıcio da ´epoca da recombina¸c˜ao.

No presente trabalho, as perturba¸c˜oes na mat´eria escura ocorrem num meio que cont´em mat´eria escura e mat´eria bariˆonica.

Como na teoria Jeans, para encontrarmos a evolu¸c˜ao das flutua¸c˜oes

per-1

Em tempos primordiais, a energia dominante da radia¸c˜ao guia o Universo numa expans˜ao t˜ao r´apida que

a mat´eria n˜ao tem tempo de responder e o contraste de densidade congela. A medida que a radia¸c˜ao torna-se desprez´ıvel, as perturba¸c˜oes crescem suavemente adquirindo um comportamento apropriado em um Universo

do tipo Einstein-de-Sitter.

(26)

turbamos as solu¸c˜oes n˜ao perturbadas e as substitu´ımos nas equa¸c˜oes da hidrodinˆamica. As equa¸c˜oes perturbadas que resultam s˜ao resolvidas numeri-camente2, mantendo todos os seus termos, inclusive os n˜ao-lineares. Al´em de

ser levado em conta v´arios processos f´ısicos, que ocorrem na mat´eria bariˆonica, durante e ap´os a recombina¸c˜ao, em particular considera-se a press˜ao cin´etica do g´as, quando a nuvem de mat´eria bariˆonica come¸ca a se formar. Estes processos s˜ao analisados no pr´oximo cap´ıtulo.

Neste cap´ıtulo apresentamos as equa¸c˜oes hidrodinˆamicas do modelo de per-turba¸c˜oes para a mat´eria bariˆonica e escura num Universo em expans˜ao acele-rada.

2.2

O modelo do Universo e as equa¸

oes b´

asicas

Em um Universo do tipo Friedmann-Robertson-Walker (FRW), onde a m´etrica ´e dada por

ds2 = c2dt2−R2(t)

dr2

1−kr2 −r

2(2+sen2θdφ2)

, (2.1)

as equa¸c˜oes de Einstein s˜ao dadas por

8πG

3 (ρm +ρx) = ˙

R2 R2 +

c2k

R2 (2.2)

8πG

c2 px = −

2 ¨R R −

˙

R2 R2 −

c2k

R2 , (2.3)

onde ρm ´e a densidade da mat´eria gravitante do Universo (bariˆonica e escura),

(27)

de escala. Um ponto sobre a vari´avel significa derivada com rela¸c˜ao ao tempo. A press˜ao, px, est´a relacionada com a densidade de energia escura, ρx, pela

equa¸c˜ao de estado

px = ωρx . (2.4)

Quando ω = −1 esta ´e a equa¸c˜ao de estado para a Constante Cosmol´ogica (energia do v´acuo); se −1 < ω < −1/3 corresponde `a Quintessˆencia e para

ω < −1, a Energia Fantasma [58]. Para a componente material (bariˆonica e

escura), ω = 0.

Supondo que as v´arias componentes de energia se conservem separadamente, da equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao da energia,

˙

ρ+ 3 ˙R

R (ρ+p) = 0 , (2.5)

encontramos a rela¸c˜ao entre a densidade da mat´eria gravitante ρm e o fator de

escala do Universo R como sendo

ρm = ρb+ρd ∝ R−3 , (2.6)

onde ρb ´e a densidade de mat´eria bariˆonica e ρd a densidade de mat´eria escura.

A rela¸c˜ao entre a densidade da energia escura ρx e o fator de escala do Universo

´e,

ρx ∝R−3(1+ω) . (2.7)

(28)

Ωm =

8πG

3H2 0

ρm =

ρm

ρ0c

, (2.8)

onde ρm = ρb +ρd, com ρb, a densidade de mat´eria bariˆonica e ρd, a densidade

de mat´eria escura; da energia escura,

Ωx =

8πG

3H2 0

ρx =

ρx

ρ0c

(2.9)

e da curvatura,

Ωk = −

c2k

R2 0H02

, (2.10)

(ondeρ0c ≡3H02/8πG´e a densidade cr´ıtica do Universo hoje) est˜ao relacionados

como:

Ωk = 1−Ωm −Ωx , (2.11)

que ´e a condi¸c˜ao de normaliza¸c˜ao e ´e obtida da equa¸c˜ao 2.2.

Das equa¸c˜oes (2.2), (2.6) e (2.7) encontramos que a idade do Universo num redshift z ´e dada por

t(z) = 1

H0

(1+z)−1

0

dx

Ωmx−1+ Ωxx−(1+3ω)+ Ωk 1/2

(2.12)

onde x = R

R0

(29)

2.2.1 Descri¸c˜ao hidrodinˆamica

A evolu¸c˜ao das componentes de mat´eria bariˆonica e escura ´e dada pelas equa¸c˜oes da hidrodinˆamicas (veja as referˆencias [59],[60],[61],[62]):

A equa¸c˜ao da continuidade,

∂ρ

∂t +∇ · (ρυ) = 0 ; (2.13)

Equa¸c˜ao do movimento,

dυ dt = −

∇P

ρ −∇φ−

4 3

σTbT4

γxe

mpc

(υ−Hr) (2.14)

ondeH = ˙R/R;ρ´e a densidade da componente material;σT ´e a se¸c˜ao de choque Thomson; b = 4/c vezes a constante de Stefan-Boltzmann; Tγ ´e a temperatura

da radia¸c˜ao; xe ´e o grau de ioniza¸c˜ao3;υ = Hr+u´e a velocidade local do fluido, sendo r o vetor-posi¸c˜ao de um elemento do fluido em rela¸c˜ao a um referencial arbitr´ario e u´e a velocidade peculiar relativa `a expans˜ao geral; φ ´e o potencial gravitacional; P ´e a press˜ao cin´etica do g´as. O ´ultimo termo na equa¸c˜ao (2.14) ´e devido ao arraste da radia¸c˜ao c´osmica de fundo, que ´e importante na fase da recombina¸c˜ao primordial.

A equa¸c˜ao de Poisson ´e

∇2φ= 4πGρ (2.15)

onde G ´e a constante gravitacional.

3

(30)

Quando a densidade da componente de mat´eria bariˆonica come¸ca a aumen-tar, ela pode ser tratada como um g´as ideal, cuja equa¸c˜ao de estado ´e dada por:

P = NAkBρb(1 +xe)Tm (2.16)

onde Tm ´e a temperatura da mat´eria, kB a constante de Boltzmann e NA ´e o

n´umero de Avogadro.

A press˜ao est´a relacionada com a taxa de varia¸c˜ao da energia interna do g´as, que, por unidade de massa da mat´eria bariˆonica, ´e dada por:

U = 3

2NAkBTm(1 +xe) , (2.17)

que obedece a lei de conserva¸c˜ao da energia (1.a lei da termodinˆamica):

dU

dt = −L+ P ρ2

b

dρb

dt , (2.18)

onde L ´e a chamada fun¸c˜ao de esfriamento, que leva em conta os processos f´ısicos de esfriamento e aquecimento4. Na equa¸c˜ao (2.17), a contribui¸c˜ao das mol´eculas de hidrogˆenio foi desprezada, pois a fra¸c˜ao dos ´atomos de hidrogˆenio ´e muito maior que a fra¸c˜ao das mol´eculas de hidrogˆenio.

No nosso modelo, a mat´eria escura e a bariˆonica s˜ao tratadas como dois fluidos interagindo, somente, pela for¸ca da gravidade. A energia escura atua apenas como uma componente de fundo.

4A fun¸c˜ao de esfriamento L, assim como os processos de esfriamento e aquecimento, ser´a discutida no pr´oximo

(31)

2.3

Evolu¸

ao do contraste de mat´

eria escura

Modelamos a flutua¸c˜ao da mat´eria escura escolhendo um perfil de densidade quadrado que varia somente com o tempo (top-hat),

ρd = ¯ρd+ρ1d(t) = ¯ρd(1 +δd(t)) (2.19)

onde ¯ρd ´e a densidade de mat´eria escura m´edia e ρ1d e δd ´e a densidade da

perturba¸c˜ao e o contraste de densidade, respectivamente. Consistente com o perfil de densidade, a velocidade da nuvem, tamb´em segue um perfil linear:

Vd = Hr+V1d(t)

r

¯

rd

, (2.20)

ondeV1d(t) ´e a velocidade peculiar da nuvem e ¯rd ´e o raio da nuvem que cont´em

a massa Md de mat´eria escura

Md =

4πρ0c

3

d

R

3

Ωd(1 +δd). (2.21)

As equa¸c˜oes hidrodinˆamicas da mat´eria escura s˜ao as equa¸c˜oes da con-tinuidade (2.13), de campo (2.15) e a equa¸c˜ao de movimento (2.14) sem o termo de arraste, pois a mat´eria escura n˜ao interage com os f´otons.

Substituindo as solu¸c˜oes perturbadas (2.19) e (2.20) nestas equa¸c˜oes, encon-tramos a equa¸c˜ao para a evolu¸c˜ao do contraste,

˙

δd+ 3(1 +δd)

V1d

¯

rd

= 0 , (2.22)

(32)

˙

V1d +

˙

R RV1d+

4πGρ0cr¯d

3R3 (Ωdδd + Ωbδb) = 0. (2.23)

A energia escura aparece no fator de escalaR, que ´e descrito pelas equa¸c˜oes de Einstein.

2.4

Evolu¸

ao do contraste de mat´

eria bariˆ

onica

O colapso da mat´eria bariˆonica ´e retardado com rela¸c˜ao ao colapso da mat´eria escura. Isto ´e devido `a press˜ao e ao arraste dos f´otons da radia¸c˜ao c´osmica de fundo. Seguimos somente a massa bariˆonica que colapsa junto com a mat´eria escura. Dessa forma, n˜ao h´a conserva¸c˜ao da massa bariˆonica em nossos c´alculos.

A massa de mat´eria bariˆonica que est´a contida emrd, o raio de massa escura,

´e:

Mb(t) =Md(t)

Ωb

Ωd

1 +δb

1 +δd

, (2.24)

onde δb ´e o contraste de densidade da flutua¸c˜ao da mat´eria bariˆonica, que

tamb´em segue um perfil de densidade quadrado,

ρb = ¯ρb +ρ1b(t) = ¯ρb(1 +δb(t)), (2.25)

onde ¯ρb ´e a densidade de mat´eria bariˆonica m´edia e ρ1b ´e a densidade da

(33)

Vb = Hr+V1b(t)

r

¯

rd

, (2.26)

onde V1b(t) ´e a velocidade peculiar da nuvem de mat´eria bariˆonica.

Substituindo as solu¸c˜oes perturbadas (2.25) e (2.26) nas equa¸c˜oes (2.13),(2.14) e (2.15), encontramos a equa¸c˜ao para a evolu¸c˜ao do contraste de densidade da mat´eria bariˆonica,

˙

δb+ 3(1 +δb)

V1b

rb

= 0 , (2.27)

e a equa¸c˜ao da velocidade peculiar da nuvem bariˆonica,

˙

V1b+

˙

R R +

4 3

σTbT

4

γ

mp c

V1b+

4πGρ0cr¯d

3R3 (Ωdδd+ Ωbδb)−

NAkB

¯

rd

(1 +xe)Tm = 0 ,

(2.28)

onde Tm ´e a temperatura da mat´eria bariˆonica, que ser´a analisada no pr´oximo

(34)

Processos f´ısicos na mat´

eria bariˆ

onica

3.1

Introdu¸

ao

Em altos redshifts (z > 1400 ), a RCF mant´em toda mat´eria bariˆonica totalmente ionizada e as colis˜oes, devido aos f´otons da radia¸c˜ao, impedem a forma¸c˜ao de sistemas ligados gravitacionalmente [63].

Quando z ∼ 1400, o plasma come¸ca a se neutralizar formando os ´atomos de hidrogˆenio. Esta ´e a chamada ´epoca da recombina¸c˜ao, com dura¸c˜ao de ∆z ∼550.

Quando aproximadamente 80% da mat´eria j´a est´a neutralizada, ocorrem os ´

ultimos espalhamentos da RCF. Esta ´ultima fase da recombina¸c˜ao tem dura¸c˜ao de ∆z ∼ 80 e ´e conhecida como a ´ultima superf´ıcie de espalhamento da RCF [64].

Ap´os a recombina¸c˜ao, resta ainda uma pequena fra¸c˜ao ionizada da mat´eria, que ´e fundamental para a forma¸c˜ao das mol´eculas.

Neste trabalho estamos considerando o conte´udo energ´etico do Universo com-posto de pr´otons, el´etrons, hidrogˆenio, mol´eculas de hidrogˆenio, f´otons, mat´eria escura e energia escura.

Na nossa an´alise, s˜ao levados em considera¸c˜ao v´arios processos f´ısicos, que

(35)

atuam na componente bariˆonica da mat´eria, durante e ap´os a era recombina¸c˜ao, que s˜ao:

• Ioniza¸c˜ao colisional devido aos el´etrons e ioniza¸c˜ao causada pela radia¸c˜ao c´osmica de fundo (RCF);

• Arraste das perturba¸c˜oes devido `a RCF (pois a recombina¸c˜ao n˜ao ocorre instantaneamente);

• Esfriamento/aquecimento devido `a recombina¸c˜ao; • Esfriamento-Aquecimento Compton;

• Produ¸c˜ao de hidrogˆenio molecular;

• Esfriamento devido `as colis˜oes das mol´eculas de H2 com elas mesmas e

com o hidrogˆenio atˆomico; • Esfriamento Lyman-α

3.2

Processos f´ısicos

3.2.1 O grau de ioniza¸c˜ao

O grau de ioniza¸c˜ao ´e a equa¸c˜ao que nos diz como a ´epoca da recombina¸c˜ao se processa. Utilizamos a taxa de recombina¸c˜ao encontrada por Peebles [65], que leva em conta a expans˜ao do Universo, a fotoioniza¸c˜ao devida `a RCF e os pr´oprios f´otons que surgem do processo de recombina¸c˜ao:

dxe dt =

βe(1−xe)e

−[(B1−B2)/kBTγ]− arecx

2

eρb

mp +I

C , (3.1)

(36)

volume, ρb a densidade de mat´eria bariˆonica e mp a massa do pr´oton. B1 e B2

s˜ao as energias de liga¸c˜ao do ´atomo de hidrogˆenio no estado fundamental e no primeiro estado excitado, respectivamente. arec´e o coeficiente de recombina¸c˜ao1:

arec = 2,84×10−11Tm−1/2 cm−3 s−1 ,

onde Tm ´e a temperatura da mat´eria. A taxa de fotoioniza¸c˜ao ´e dada por

βe = arec

(2πmekBTγ)3/2

h3 e

−(B2/kBTγ) ,

onde Tγ = T0(1 +z) ´e a temperatura da radia¸c˜ao (e T0 = 2,73K, sua

tempera-tura hoje),me a massa do el´etron, kB a constante de Boltzmann eh a constante de Planck, e

C = Λ2s,1s

Λ2s,1s +βe

,

´e a probabilidade de um ´atomo de hidrogˆenio excitado decair via emiss˜ao de dois f´otons 2s−1s. Λ2s,1s = 8,23 s

−1 ´e a taxa de decaimento de dois f´otons do

n´ıvel metaest´avel 2s para o estado fundamental 1s [63, 66].

Na express˜ao de Peebles para o grau de ioniza¸c˜ao, tamb´em foi inclu´ıdo o n´umero de ioniza¸c˜oes colisionais por segundo [67], devido `a colis˜ao dos el´etrons com os ´atomos de hidrogˆenio,

I = 1,23×10−5NAxe(1−xe)ρb

kB B1

Tm1/2e−(B1/kBTm) ,

sendo NA o n´umero de Avogadro.

1Na tabela 3.1 esses coeficientes s˜ao representados pelosc

(37)

3.2.2 A temperatura da mat´eria

A fun¸c˜ao de esfriamento L

Da primeira lei da termodinˆamica, a taxa de varia¸c˜ao da energia interna por unidade de massa bariˆonica ´e:

dU dt =

P ρ2

b

b

dt −L , (3.2)

onde L ´e a fun¸c˜ao de esfriamento; isto ´e, a perda de energia menos o ganho de energia por unidade de massa. P ´e a press˜ao do g´as, dada pela equa¸c˜ao (2.16) e

U, a energia interna por unidade de massa bariˆonica, dada pela equa¸c˜ao (2.17). Da equa¸c˜ao (2.6) tiramos a taxa de varia¸c˜ao da densidade da mat´eria com rela¸c˜ao ao tempo, como sendo:

dρm

dt = −3ρm

˙

R

R . (3.3)

Usando as equa¸c˜oes (2.16), (2.17) e (3.3) e as substituindo, juntamente com a fun¸c˜ao de esfriamento L, equa¸c˜ao (3.5), na equa¸c˜ao (3.2), obtemos a taxa de varia¸c˜ao da temperatura da mat´eria bariˆonica com o tempo:

dTm

dt = −

˙

xe

3(1 +xe)Tm −2

Lα +LH2

3NAkB(1 +xe) −2Tm

˙

R R +

2 3Tm

˙

δb

1 +δb − (3.4)

8σTTγ4xe

3mec(1 +xe)(Tm−Tγ),

(38)

temperatura da mat´eria de uma nuvem com contraste δb. A lei de temperatura

da mat´eria do Universo ´e dada pela equa¸c˜ao (3.4) sem o pen´ultimo termo desta express˜ao.

A express˜ao geral para a fun¸c˜ao de esfriamento L que foi utilizada em nosso trabalho ´e escrita como a soma dos quatro processos aquecimento-esfriamento, descritos abaixo:

L = LR+LC +LH2 +Lα (3.5)

= −kBNATm

dxe dt −

4kBσTbTγ4xe

mpmec (Tm −Tγ) +

L

ρ + 1,25×10

−11C12

mp

Λ2s,1s

Λ2s,1s+C21

.

Na fun¸c˜ao de esfriamento foram inclu´ıdos os seguintes mecanismos:

(A) Esfriamento devido `a recombina¸c˜ao, LR

Quando o el´etron ´e recombinado, ele adiciona energia cin´etica kBTm ao plasma, e mesmo decaindo com a emiss˜ao de um f´oton, ap´os ter recombinado num estado excitado, no caso de uma nuvem opticamente fina, esta energia ´e perdida para suas vizinhan¸cas [68]. Conseq¨uentemente, durante a recom-bina¸c˜ao, este processo leva a um resfriamento, que ´e dado por

LR = −kBNATm

dxe

dt , (3.6)

onde dxe

dt ´e dada pela equa¸c˜ao (3.1).

(B) Esfriamento-aquecimento Compton, LC

(39)

de energia na ´epoca da recombina¸c˜ao. Os el´etrons de baixa energia absorvem a energia transmitida pelos f´otons mais energ´eticos (hν ≫ mev2), enquanto os

el´etrons mais energ´eticos (hν ≪ mev2), transferir˜ao parte de sua enegia para

os f´otons [69].

Assim, dependendo do grau de ioniza¸c˜ao do plasma primordial, este me-canismo pode levar a um aquecimento ou a um esfriamento do meio. O esfriamento-aquecimento Compton, LC, ´e dado por [65]

LC = −

4kBσTbTγ4xe

mpmec (Tm −Tγ) . (3.7)

Se a temperatura da mat´eria Tm for maior que a temperatura da radia¸c˜ao teremos um esfriamento; caso contr´ario, um aquecimento. Este mecanismo tenta manter a temperatura das nuvens primordiais pr´oximas da temperatura da RCF. Ap´os a recombina¸c˜ao (quando xe ≪ 1) o espalhamento Compton n˜ao ´e mais capaz de se sobrepor ao espalhamento devido `a expans˜ao e Tm cai mais r´apido que Tγ.

(C) Esfriamento Lyman-α, Lα

Quando o colapso est´a mais avan¸cado e a temperatura da nuvem (flutua¸c˜ao) aumenta, Carlberg mostrou que os f´otons Lyman-αda transi¸c˜ao 2s−1s podem, depois de muitos espalhamentos, escapar da nuvem, vindo a ser uma importante fonte de esfriamento [70]. Esse esfriamento ´e expresso como:

Lα = 1,25×10−11

C12

mp

Λ2s,1s

Λ2s,1s+C21

(erg s−1) , (3.8)

onde C21 = 1,2 × 10−6Tm−1/2xenH s−1 ´e a taxa de de-excita¸c˜ao colisional e

C12 = 2C21e−

(40)

(D) Esfriamento devido ao hidrogˆenio molecular, LH2

Os principais catalisadores da forma¸c˜ao das mol´eculas de H2 , os ´ıon H− e

H2+, eram destru´ıdos pela RCF em redshifts maiores que 300 [71]. Ap´os essa ´epoca, as mol´eculas de H2 come¸cam a se formar eficientemente.

O esfriamento LH2 ´e adequado para temperaturas que estejam no intervalo

100K ≤Tm ≤105 K e ´e a fonte de esfriamento mais importante em z < 300. Lepp e Shull [72] encontraram um ajuste para o esfriamento devido `a forma¸c˜ao das mol´eculas de hidrogˆenioLH2 como uma soma de termos,

represen-tando esfriamentos vibracionais e rotacionais a partir de colis˜oes entre ´atomos e mol´eculas de hidrogˆenio e colis˜oes entre as mol´eculas de hidrogˆenio com elas pr´oprias,

LH2 =

L

ρ (erg g

−1 s−1) (3.9)

onde

L= nH2

⎢ ⎢ ⎣

LRH

1 + LRH

LRL

+ LV H 1 + LV H

LV L

⎥ ⎥ ⎦

e

LV H = 1,10×10−13e− 6744

Tm

LV L =

⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ 

8,18×10−25n

HT

1/2

m e

−1000

Tm para T

m ≥ 1635K

11,45×10−26nHe(Tm125)−(Tm577) 2

(41)

LRH = ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ 

3,9×10−19e−6118Tm para T

m ≥1087 K

10−19,24+0,47y−1,247y2 para Tm < 1087K

LRL =

⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ 

(n0,77

H2 + 1,2n

0,77

H )×1,38×10

−22e−9234Tm para T

m ≥4031 K

(n0,77

H2 + 1,2n

0,77

H )×10

(−22,9−0,553y−1,148y2

) para T

m < 4031K

com y = log10(Tm/104) e ondenH e nH2 s˜ao densidades de hidrogˆenio atˆomico e hidrogˆenio molecular, respectivamente.

O mecanismo de forma¸c˜ao das moleculas de hidrogˆenio H2, que contribui

para o esfriamento LH2, ´e descrito abaixo.

Forma¸c˜ao de mol´eculas de hidrogˆenio H2

A fra¸c˜ao ionizada restante da ´epoca da recombina¸c˜ao ´e o catalisador da rea¸c˜ao da forma¸c˜ao das mol´eculas H2. H´a duas rotas (ou caminhos) principais

de forma¸c˜ao de H2 (vide [73] e [77], por exemplo), cujas rea¸c˜oes finais s˜ao:

H−+H → H2 +e−

e

H2++H → H2 +H+ .

As principais rea¸c˜oes que levam a estas duas rotas est˜ao apresentadas na tabela 3.1, que inclui os coeficientes das taxas das rea¸c˜oes.

Assim, a abundˆancia de H2 ´e determinada pelas abundˆancias de H2+ e H−.

Uma pequena parte das mol´eculas de H2 s˜ao destru´ıdas atrav´es da rea¸c˜ao (10).

(42)

Rea¸c˜ao Coeficientes das taxas Ref.

(1) H+e−H+ c

1=

1,429×10−18T0,7620

m Tm0,1523 log10(Tm)T

−3,274×10−2log2

10(Tm)

m cm3s−1

para Tm≤6000K

3,802×10−17T0,1998 log10(Tm)

m dex

4,0415×10−5log6 10(Tm)−

5,447×10−3log4 10(Tm)

cm3s−1

para Tm>6000K

[73]

(2) H−+HH

2+e− c2=

1,3×10−9 cm3s−1

para Tm<104K

dex

−8,78 + 0,113 log(Tm)−3,475×10−2log2(Tm)

cm3s−1

para Tm≥104K

[74]

(3) H−+H+ec

3= 1,5×10−2T2,4

γ exp(−8,75×103/Tγ) s−1 [75]

(4) H−+H+2H c

4= 7×10−7Tm1/2 cm3s−1 [73]

(5) H−+H+H+

2 +e− c5=

9,6802×10−9T−0,4

m cm3s−1

para Tm<19949K 4,1316×10−4T−1,4

m cm3s−1

para Tm≥19949K

[73]

(6) H+H+H+

2 +hν c6=

1,85×10−23T1,8

m cm3s−1

para Tm<6700K 5,81×10−16 (T

m/56200)[0,6657 log(Tm/56200)] cm3s−1

para Tm≥6700K

[74]

(7) H+

2 +H→H2+H+ c7= 6,4×10−10 cm3s−1 [76]

(8) H2++hν→H++H c

8= 1,1×10−13Tγ5,34 exp−1,0×104/Tγ s−1 [75]

(9) H2++e−2H c

9=

1,0×10−8 cm3s−1

para Tm<617K 1,32×10−6 cm3s−1

para Tm≥617K

[73]

(10) H2+H→3H c10=

kH

kH

kL

1/(1+nH/ncr) s

−1 [72]

ondencr´e a densidade num´erica cr´ıtica,ncr= 10(4−0,416s−0,327s

2

) cm3, s= logTm 104

kH= 3,252×10

−9e−43900

Tm cm3s−1

e

kL=

6,11×10−14e−29300

Tm cm3s−1, seT

m≥7390K

2,67×10−15e

6750

Tm

2

cm3s−1, seT

m<7390 K.

(43)

dnH2

dt = nHnH−c2 −nH2nHc10 , (3.10)

e via H2+ (rea¸c˜ao 7):

dnH

2

dt = nH2+nHc7−nH2nHc10 . (3.11)

Os ´ıons H− e H2+ alcan¸cam o equil´ıbrio qu´ımico mais r´apido que as escalas de tempo dinˆamicas ou cosmol´ogicas. Assim, usando a condi¸c˜ao de equil´ıbrio na equa¸c˜ao de balan¸co, calcula-se a taxa de abundˆancia do ´ıon H− (part´ıcula por unidade de volume):

dnH

dt = nenHc1−nHnH−c2−nH−c3−nH+nH−c4 −nH+nH−c5 = 0 ,

ou

nH− =

nenHc1

nHc2 +c3+nH+(c4 +c5)

; (3.12)

e a taxa de abundˆancia do ´ıon H2+

dn

H2+

dt = nH+nH−c5+nHnH+c6−n

H+2nHc7−nH2+c8−nH2+nec9 = 0 , (3.13)

ou

n

H2+ =

nH+(nH−c5+nHc6)

nHc7+c8 +nec9

. (3.14)

Nestas equa¸c˜oes, os coeficientes ci’s (com i = 1,2, ...,10) correspondem aos

(44)

Estas equa¸c˜oes podem ser escritas em termos das fra¸c˜oes com rela¸c˜ao ao n´umero total de b´arions n (livres e nos ´atomos de H),

ne

n = xe ;

nH+

n = xe ;

nH

n = 1−xe ,

(onde ne ´e a densidade do n´umero de el´etrons livres, nH+ ´e a densidade do

n´umero de ´ıonsH+) e tamb´em em termos das fra¸c˜oes com rela¸c˜ao `a abundˆancia

de ´atomos de H, nH,

xH− =

nH

nH ; xH+2 =

n

H2+

nH e xH2 =

nH

2

nH .

As equa¸c˜oes (3.10) e (3.12) ficam, respectivamente:

dxH

2

dt = (c2xH− −c10xH2)n(1−xe) (3.15)

xH− =

nH

n =

nxe(1−xe)c1

n[(1−xe)c2 +xe(c4 +c5)] +c3

; (3.16)

e as equa¸c˜oes (3.11) e (3.13):

dxH2

dt = n(1−xe)[c7xH2+ −c10xH2] (3.17)

x

H2+ =

n

H2+

n = nxe

xH−c5+ (1−xe)c6

n(1−xe)c7+c8 +nxec9

(45)

Modelos de energia escura analisados

4.1

Introdu¸

ao

Neste cap´ıtulo apresentamos os resultados de nossos modelos. Seguimos a evolu¸c˜ao de uma flutua¸c˜ao na mat´eria escura e bariˆonica desde o in´ıcio da recombina¸c˜ao, suposta iniciar quando 10% do plasma j´a combinou em ´atomos de hidrogˆenio neutro (Tγ ∼4000K).

Para a an´alise do contraste de densidade foram considerados v´arios valores para a massa da nuvem da flutua¸c˜ao inicial de mat´eria escura, Md, isto ´e,

entre 104M⊙ e 1010M⊙ (ver tabela 4.3). A mat´eria escura n˜ao interage com os

f´otons, por´em, devido ao efeito Meszaros, a flutua¸c˜ao na mat´eria escura tem seu crescimento inibido, at´e a ´epoca do equil´ıbrio entre radia¸c˜ao e mat´eria, podendo ent˜ao crescer. Desse modo, supomos no in´ıcio da recombina¸c˜ao, uma flutua¸c˜ao inicial na mat´eria escura com contraste de densidade δdi = 10−1.

Por outro lado, a mat´eria bariˆonica interage fortemente com os f´otons, sofrendo seus ´ultimos espalhamentos na fase final da recombina¸c˜ao (a recom-bina¸c˜ao dura aproximadamente 300.000 anos). Assim, n˜ao se espera nenhuma

(46)

flutua¸c˜ao inicial da mat´eria bariˆonica nessa ´epoca. Dessa maneira, o contraste inicial na mat´eria bariˆonica usado no nosso modelo ´eδib = 0. As perturba¸c˜oes na mat´eria ocorrem em um meio, que cont´em tanto mat´eria escura como mat´eria bariˆonica. O colapso da mat´eria bariˆonica, devido `a press˜ao e ao arraste da ra-dia¸c˜ao c´osmica de fundo (RCF), fica atrasada com rela¸c˜ao ao colapso da mat´eria escura. Em nossa an´alise, calculamos somente a massa bariˆonica que segue a massa escura.

Como mencionado anteriormente, analisamos a evolu¸c˜ao destas flutua¸c˜oes no contexto de trˆes modelos de energia escura: Quintessˆencia, Constante Cos-mol´ogica (ΛCDM) e Energia Fantasma.

Para cada modelo de energia escura (Quintessˆencia, ΛCDM e Fantasma) analisamos o comportamento do grau de ioniza¸c˜ao (que marca a ´epoca da re-combina¸c˜ao) e a evolu¸c˜ao do contraste de densidade. Para obter tais resultados supomos um Universo plano, composto aproximadamente por 1/3 de mat´eria gravitante (bariˆonica e escura) e 2/3 pela componente de energia escura.

M odelo Ωm Ωb Ωd Ωx ω Ref.

Quintessˆencia 0,27 0,044 0,226 0,73 -0,6 [78],[79] ΛCDM 0,30 0,044 0,256 0,70 -1,0 [80],[81] Fantasma 0,31 0,044 0,266 0,69 -1,02 [82],[34]

Tabela4.1: Modelos de energia escura analisados.

A tabela 4.1 apresenta os valores dos parˆametros cosmol´ogicos usados nos trˆes modelos de energia escura analisados. Estes valores foram retirados de an´alises estat´ısticas de ajuste de parˆametros cosmol´ogicos encontrados na lite-ratura. Nesta tabela, s˜ao mostrados o modelo de energia escura; o parˆametro de densidade da mat´eria gravitante (bariˆonica e escura), Ωm = Ωb + Ωd; o

(47)

da mat´eria escura, Ωd; o parˆametro de densidade da energia escura, Ωx; o

parˆametro da equa¸c˜ao de estado, ω.

4.2

Considera¸

oes sobre o colapso das nuvens

Nossos c´alculos come¸cam no in´ıcio da era da recombina¸c˜ao, quando a tem-peratura da radia¸c˜ao e da mat´eria ´e 4000 K. Nesta ´epoca, o principal me-canismo que tem influˆencia na evolu¸c˜ao das perturba¸c˜oes ´e o aquecimento-esfriamento Compton. Assim, durante a fase de expans˜ao das perturba¸c˜oes, onde o esfriamento-aquecimento Compton ´e eficiente, a temperatura da mat´eria dentro da regi˜ao perturbada ´e quase a mesma da RCF.

Ap´os o “turn-around”1, a temperatura da mat´eria cresce rapidamente, au-mentando por um fator de 4 ou 5, quando o colapso est´a mais avan¸cado, chegando a 104 K nas nuvens mais massivas.

Em nossos c´alculos, consideramos que um objeto colapsa quando o raio da nuvem, r, diminuir para 10% do raio do turn-around da nuvem, rta. Os

resul-tados tamb´em dependem da hist´oria t´ermica das nuvens (que dependem dos processos f´ısicos considerados aqui). Como nosso modelo ´e simplificado, ele n˜ao consegue representar o que ocorre quando r < 0,1 rta. ´E poss´ıvel que para

r/rta < 10−1 fortes choques ocorram, aquecendo o g´as para valores da ordem

da temperatura do virial, e como resultado, outros processos f´ısicos tal como, bremsstrahlung, seriam importantes para a evolu¸c˜ao das nuvens.

´

E importante enfatizar que o que n´os chamamos um colapso ´e, de fato, uma condi¸c˜ao para que o colapso de um proto-objeto torne-se irrevers´ıvel.

(48)

4.3

Recombina¸

ao do Hidrogˆ

enio

Chamamoszrec o “redshift” no qual os el´etrons e pr´otons come¸cam a

combi-nar. Este momento marca o in´ıcio de uma das ´ultimas fases da hist´oria t´ermica do Universo primordial, onde devido `a expans˜ao do Universo e a diminui¸c˜ao de sua temperatura, as colis˜oes entre f´otons, el´etrons e pr´otons tornam-se cada vez menos freq¨uentes, possibilitando a forma¸c˜ao do ´atomo de hidrogˆenio neu-tro. Mesmo estando pr´otons e el´etrons se unindo pela primeira vez, esta ´e a chamada era da recombina¸c˜ao [63, 12].

Para compararmos os diferentes modelos, supomos que a era da recom-bina¸c˜ao come¸ca quando 90% da mat´eria do Universo, ainda est´a ionizada e termina quando 99% da mat´eria do Universo, j´a combinou; ou seja, quando o grau de ioniza¸c˜ao do Universo ´exe = 0,01.

Neste trabalho, consideramos somente a forma¸c˜ao de hidrogˆenio neutro e para a an´alise da qu´ımica do Universo primordial, levamos em conta, al´em dele, el´etrons, pr´otons, al´em dos ´ıons H−, H+ e H2+.

A tabela 4.2 mostra os resultados que encontramos na an´alise da recom-bina¸c˜ao primordial. A primeira coluna mostra o modelo de energia escura analisado; na segunda e terceira coluna mostramos o redshift, do in´ıcio e do final, respectivamente, da era da recombina¸c˜ao. Mostramos ainda a idade do Universo,tirec etfrec, no in´ıcio e no final da era da recombina¸c˜ao na quarta coluna e quinta coluna, respectivamente. A temperatura do Universo, no in´ıcio, Ti

rec, e

no final, Trecf , da recombina¸c˜ao s˜ao mostrados na sexta e na s´etima coluna, res-pectivamente. O intervalo de redshift ∆zrec e a dura¸c˜ao da era da recombina¸c˜ao

∆trec s˜ao mostrados na pen´ultima e ´ultima coluna, respectivamente.

Apresentamos a seguir uma an´alise para a recombina¸c˜ao do plasma.

(49)

favore-Modelo zi

rec zrecf tirec tfrec Treci Trecf ∆zrec ∆trec (anos) (anos) (K) (K) (anos) Quintessˆencia 1434,9 882,2 320.000 670.000 3920,1 2.411,1 552,7 350.000

ΛCDM 1434,9 882,2 310.000 640.000 3920,1 2.411,1 552,7 330.000 Fantasma 1434,9 882,2 300.000 630.000 3920,1 2.411,1 552,7 320.000

Tabela4.2: Alguns dados da era da recombina¸c˜ao. Os ´ındicesie f representam o que adotamos como in´ıcio e fim, respectivamente, da era da recombina¸c˜ao. z´e o redshift,

t´e a idade do Universo,T a temperatura da radia¸c˜ao e ∆zrec e ∆trec s˜ao respectivamente, o intervalo de dura¸c˜ao da era da recombina¸c˜ao em redshift e tempo.

cem a forma¸c˜ao do hidrogˆenio neutro. Mas esta temperatura ´e bem menor que a energia de liga¸c˜ao do hidrogˆenio neutro de 13,6 eV devido `a alta entropia; ou seja, devido ao grande n´umero de f´otons da radia¸c˜ao (veja a tabela 4.2). A fase da recombina¸c˜ao primordial tem dura¸c˜ao aproximada de 300.000 anos (ver tabela 4.2).

Na recombina¸c˜ao, um dos processos principais de forma¸c˜ao do hidrogˆenio neutro ´e a captura de um el´etron livre diretamente para o estado metaest´avel 2s, seguido pelo decaimento para o estado 1s. De acordo com Peebles [83], um outro processo de forma¸c˜ao de hidrogˆenio neutro seria, possivelmente, atrav´es da captura direta do el´etron para o estado fundamental com a emiss˜ao de um f´oton Lyman α, que seria “perdido” devido o redshift cosmol´ogico. Como o Universo expande e esfria mais r´apido que a recombina¸c˜ao, uma fra¸c˜ao pequena de el´etrons e pr´otons livres permaneceu nele. Essa pequena fra¸c˜ao ´e muito importante tempos depois (tU niverso ∼ 106 anos), pois ser˜ao os catalisadores na

forma¸c˜ao das primeiras mol´eculas de hidrogˆenio do Universo. A partir desse momento da hist´oria t´ermica do Universo, a recombina¸c˜ao do el´etron com o pr´oton torna-se um dos principais processos de esfriamento do meio.

(50)

da radia¸c˜ao, mas a expans˜ao gradualmente aumenta o livre caminho m´edio dos f´otons, diminuindo a importˆancia do efeito Compton, at´e que no final da recom-bina¸c˜ao, ocorrem os ´ultimos espalhamentos entre f´otons e mat´eria, e o efeito Compton n˜ao ´e mais importante.

Os modelos analisados diferem no intervalo de tempo da recombina¸c˜ao, (∆tQuint.rec > ∆tΛrecCDM > ∆tF ant.rec ), sendo este intervalo maior para modelos do Universo com Quintessˆencia (ver tabela 4.2). Mesmo tendo todos os modelos alcan¸cado nosso crit´erio para o fim da recombina¸c˜ao (xe ≈ 0,01), o

desenvolvi-mento desse processo diferiria em alguns milhares de anos de um modelo para outro.

Como os modelos possuem a mesma quantidade de mat´eria bariˆonica (mesmo Ωb), isso acontece porque a expans˜ao do Universo que cada modelo apresenta,

diferem na acelera¸c˜ao (ωQuintessencia < ωΛCDM < ωF antasma, como mostra a tabela 4.1), o que implica cada modelo de Universo aumentar seu espa¸co-tempo em propor¸c˜oes diferentes. Portanto, o espa¸co-tempo do Universo no modelo Fantasma cresceria mais r´apido que os demais modelos analisados, e conse-quentemente, Universos com energia Fantasma come¸cam a esfriar mais cedo e mais r´apido.

O per´ıodo que compreendeu toda a era da recombina¸c˜ao, pode ser visuali-zado tamb´em atrav´es dos gr´aficos das figuras 4.1 e 4.2. Os gr´aficos da figura 4.1 mostram a rela¸c˜ao entre o grau de ioniza¸c˜ao xe do Universo e a idade do

Universo tU niverso, que tamb´em ´e mostrado na figura 4.2 em fun¸c˜ao do redshift

(51)

2 4 6 8 10 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 ∆ ∆ ∆ ∆trec

ERA DA RECOMBINAÇÃO

(a)

t irec 3,2x105 anos

t f rec 6,7x10

5 anos

∆ ∆∆

trec 3,5x105 anos

2 4 6 8 10

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 ∆ ∆ ∆ ∆trec ERA DA RECOMBINAÇÃO

t irec 3,1x105 anos t frec 6,4x10

5 anos

∆∆

trec 3,3x105 anos

(b)

x

2 4 6 8 10

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 ∆ ∆ ∆ ∆t rec ERA DA RECOMBINAÇÃO

t irec 3,0x105 anos t frec 6,3x105 anos

∆ ∆

trec 3,2x105 anos

(c)

t

Universo (10 5

anos)

Figura4.1: Evolu¸c˜ao do grau de ioniza¸c˜ao do Universo, xe, no tempo,

tU niverso. A figura (a) corresponde ao modelo com Quintessˆencia, a figura (b)

(52)

1750 1500 1250 1000 750 500 250 0 0.0

0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

zirec 1434,9

zfrec 882,2

∆ ∆ ∆

zrec 552,7

∆ ∆ ∆ ∆z

rec

ERA DA RECOMBINAÇÃO

redshift z

x

Figura 4.2: Evolu¸c˜ao do grau de ioniza¸c˜ao do Universo, xe, com o

redshift, z. Os gr´aficos dos trˆes modelos s˜ao superpostos, mostrando um redshift bem definido para o in´ıcio, a dura¸c˜ao e o final da recombina¸c˜ao.

4.4

Modelos e o contraste de densidade

δ

Analisamos agora a evolu¸c˜ao do contraste de densidade desde o in´ıcio da recombina¸c˜ao. Quando a massa perturbada torna-se gravitacionalmente ligada, seguimos sua evolu¸c˜ao at´e quando o raio da perturba¸c˜ao encolhe para 10% do raio da nuvem no momento do “turn-around”.

A evolu¸c˜ao do contraste de densidade ´e analisado no contexto de trˆes mode-los de energia escura como “background”: Quintessˆencia, ΛCDM (Constante Cosmol´ogica) e Fantasma [62]. Estudamos nuvens com massa de mat´eria escura

Md da ordem de: 104−10M⊙. Os resultados dos trˆes modelos s˜ao apresentados

na tabela 4.3. A primeira e a quarta coluna mostram a massa da mat´eria es-cura,Md, e a massa da mat´eria bariˆonica, Mbi, contida dentro da nuvem de raio

rd, analisadas a partir do in´ıcio da era da recombina¸c˜ao, quando a temperatura

Imagem

Figura 1.1: Espectro angular das flutua¸ c˜ oes. A forma desta curva cont´em uma riqueza de informa¸c˜ao sobre a hist´oria do universo [4].
Tabela 1.1: Contribui¸ c˜ ao esperada para a energia do v´ acuo para al- al-gumas escalas de energia fundamentais da natureza
Figura 1.2: Esquema te´ orico de algumas das principais fases da hist´ oria t´ ermica do nosso Universo
Tabela 3.1: Rea¸c˜ oes de forma¸ c˜ ao do H2 e seus coeficientes da taxa de rea¸c˜ ao. Na terceira coluna s˜ao dadas as referˆencias.
+5

Referências

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