REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
REVISÃO
Anafilaxia
perioperatória
Marta
Inés
Berrío
Valencia
HospitalPabloTobónUribe,Medellín,Colômbia
Recebidoem29deagostode2014;aceitoem8desetembrode2014
DisponívelnaInternetem29deabrilde2015
PALAVRAS-CHAVE Anafilaxia;
Hipersensibilidade; Anestesia;
Período perioperatório; Terapêutica
Resumo
Antecedenteseobjetivo: Aanafilaxiacontinuasendoumadascausaspotenciaisdemorte peri-operatória,poisgeralmentenãoéprevistaeevoluirapidamenteparaumasituac¸ãoameac¸adora davida.Umarevisãodaanafilaxiaperioperatóriaéfeita.
Conteúdo: Oexamesdiagnósticossãoimportantesprincipalmenteparaevitareventos posteri-ores.Ospilaresdotratamentosãoaadrenalinaeoslíquidosintravenosos.
Conclusão:Oanestesiologistadeveestarfamiliarizadocomodiagnósticooportuno,manejoe monitoramentodaanafilaxiaperioperatória.
©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
KEYWORDS Anaphylaxis; Hypersensitivity; Anesthesia;
Perioperativeperiod; Therapeutics
Perioperativeanaphylaxis
Abstract
Backgroundandobjective: Anaphylaxisremainsoneofthepotentialcauses ofperioperative death,beinggenerallyunanticipatedandquicklyprogressingtoalife-threateningsituation.A reviewofperioperativeanaphylaxisisperformed.
Content: Thediagnostictestsareimportantmainlytoavoidfurthermajorevents.The mains-taysoftreatmentareadrenalineandintravenousfluids.
Conclusion:The anesthesiologistshouldbefamiliarwith theproperdiagnosis,management andmonitoringofperioperativeanaphylaxis.
©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.
E-mail:martaberrio@gmail.com(M.I.BerríoValencia).
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2014.09.002
Introduc
¸ão
Asreac¸õesdehipersensibilidadeimediataocorrememuma decada5.000a10.000anestesias.1Avariabilidadeocorre
poissebaseiaemestudosretrospectivoscomuma incidên-cia calculada de acordo com informac¸õesvoluntárias e o número de anestesias feitas, o que torna o subregistro2
muito possível. São alérgicas 60% das reac¸ões de hiper-sensibilidade perioperatórias, com uma mortalidade de 3-9%.3Nestetextorevisamosaetiologia,sintomatologia,o
diagnósticoe tratamentodaanafilaxiaperioperatóriacom algumasrecomendac¸õesfinais.Estarevisãonãose concen-tranaanafilaxiaaolátex.
Metodologia
Foi feitaumapesquisa daliteraturaem PubMed, Lilacse GoogleScholar,semrestric¸ãodedatanemdetiposdeartigo; noPubMedforamempregadosostermosMeSH:anafilaxia, hipersensibilidade,anestesia,períodoperioperatórioe tra-tamento.Foiusadaatécnica‘‘boladeneve’’.
Definic
¸ão
AAcademiaEuropeiadeAlergiaeImunologiaClínicadefine aanafilaxiacomoumareac¸ãodehipersensibilidade genera-lizadaousistêmicagrave,queameac¸aavida.4,5Aanafilaxia
perioperatóriaéumareac¸ãosistêmicaqueocorredurante aanestesia,minutosapósainduc¸ãointravenosa(iv).6,7No
entanto, os agentes administrados por outras vias, como a clorexidina, o látex ou o azul de metileno, também podem provocar a reac¸ão depois de 15min6 durante a manutenc¸ão da anestesia ou durante a recuperac¸ão pós--anestésicadevidoàabsorc¸ãopelapele,pelasmucosasou apósremoc¸ãodotorniquete.8
Tipos
AOrganizac¸ãoMundialdeAlergia(OMA)propôsclassificara anafilaxiaem imunológicaenãoimunológica.4Aanafilaxia
imunológicaincluiasreac¸õesmediadasporimunoglobulina (Ig) E, asmediadas porIgG e asmediadas porcomplexos imunes/complemento.4
Fisiopatologia
da
anafilaxia
mediada
por
imunoglobulina
E
Esse tipo de anafilaxia é uma reac¸ão sistêmica de hiper-sensibilidadeimediata mediada porIgE,com liberac¸ão de mediadores pró-inflamatórios por mastócitos e basófilos.9
Os mediadores são histamina, triptase, citocinas, media-doresderivadosdosfosfolipídeos,comoprostaglandinaD2, leucotrienos,tromboxanoA2efatorativadordeplaquetas queestãoenvolvidosnaapresentac¸ãoclínica.1,10 Osórgãos
alvosãoapele,asmembranasmucosaseosaparelhos res-piratório,cardiovascularegastrintestinal.1,10 Naanafilaxia
a medicamentos mediada por IgEo contato prévio como agentenãoéobrigatórioeasensibilizac¸ãopodeocorrerpor reatividadecruzada.1
Aanafilaxianãoimunológicaéclinicamente indistinguí-veldaanafilaxiamediadaporIgE.11
Etiologia
Orisco deanafilaxia aumentacoma frequência,avia de administrac¸ãoparenteral eo tempodeexposic¸ãoao antí-genoespecífico.9 Atabela 1apresenta osfatoresderisco
paraodesenvolvimentodeanafilaxia.3Alémdisso,existem
comorbidadesemedicamentosqueaumentamagravidade dossintomasediminuemarespostaaotratamento,comoas cardiopatias,adoenc¸apulmonarcrônica,acirurgia intracra-nianarecenteeohipertireoidismo.4
Os principais agentes etiológicos da anafilaxia perio-peratória são os bloqueadores neuromusculares, seguidos pelo látex e em seguida os antibióticos.12-16 A anafilaxia
aoshalogenadosnuncafoirelatada.14 As reac¸õesalérgicas
aos anestésicos locais são muito raras.17 Outras
substân-ciasquepodemcausaralergiasimediatasnoperioperatório sãoaprotinina, clorexidina, heparina, azulde metileno e anti-inflamatóriosnãoesteroides.17Aanafilaxiaaos
bloque-adores neuromusculares podeocorrer durante a primeira exposic¸ão,17,18temumaaltaincidênciadereac¸õescruzadas
entreosdiferentesbloqueadoresneuromusculareseémuito maisfrequenteemmulheres(2:1a8:1);18omaisimplicado
éosuxametônio.17
Clínica
Aapresentac¸ãoclínicadaanafilaxiacaracteriza-seporsua variabilidade entre os pacientes e até no mesmo paci-ente de um episódio ao outro.19 A clínica de anafilaxia
durante a anestesia pode ser mascarada ou confundida comhipovolemia,profundidadenoplanoanestésicoe blo-queioregionalextenso.6,10,20Oaumentodapermeabilidade
vascular em 35% nos primeiros 10 minutos e a resposta compensatória intrínseca com catecolaminas endógenas influenciam as manifestac¸ões clínicas.21 Os sinais
inici-ais mais comuns são ausência de pulso, dificuldade para ventilac¸ão e dessaturac¸ão.14,22 Outro sinalé adiminuic¸ão
dosvaloresdedióxidodecarbonoexpirado.14,23
Existeumaclassificac¸ão dagravidade dossintomas em grausde 1 a 5.24 O colapso cardiovascular perioperatório
é o trac¸o mais comum (88% dos casos) e o pior sinal.7,22
Aanafilaxia podechegar a serfatal dentrodos primeiros 5-30min desuaapresentac¸ão,25,26 comuma incidênciade
paradacardíacade10%.7,22Aisquemiamiocárdica,oinfarto
agudodomiocárdio,asarritmiaseadepressãomiocárdica podemcontribuirparaarápidadeteriorac¸ãohemodinâmica eparadacardíaca,27 queocorrematéantesdese
adminis-traradrenalina.28---31
Ossintomascutâneos, comoenrijecimento, urticáriae edema, são reconhecidos em 70% dos casos7,22 e durante
anestesiapodemestarescondidospeloscamposcirúrgicos.10
Deza14%dasreac¸ões,principalmenteasgraves,afetam somenteumsistema,fundamentalmenteocolapso cardio-vasculareo broncospasmo,oquefaz comqueem muitos casos se pense em outros diagnósticos.14,32 Além disso, a
paradacardíacaéoúnicosinalpresentenareac¸ãoem51,7% doscasos;33porisso,quandoocorrequalquerdossinais
Tabela1 Fatoresqueaumentamoriscodeanafilaxia
Faixaetária Sexo Patologias Amplificadores Gravidade
Mãeslactantes Feminino Asma Febre Usodebetabloqueadores
Idosos Mastocitosesistêmica Infecc¸ãoativa usodeIECA
Estadopré-menstrual Anestesiaespinhal Estadoemocional
IECA,inibidoresdaenzimaconversoradaangiotensina.
Outros sinais e sintomas são edema de língua, lábios e úvula, estridor, hipoxemia, incontinência, dor abdomi-nal,náuseas,vômitos,rinorreia,dentreoutros.4 Épreciso
considerar que a anestesia geral pode mascarar muitas manifestac¸ões. Em crianc¸as, os sinais e sintomas cutâ-neos ocorremna maioria dos casos,o broncoespasmo é a manifestac¸ãomaispreocupanteeahipotensãoeochoque nãosãocomunsnoiníciodoquadro.8
Exames
diagnósticos
Odiagnósticodaanafilaxiaéprincipalmenteclínico.4Afalta
deexperiência,aausênciadevisãodocorpodopacienteeo usovariadodemedicamentosduranteaanestesiadificultam o estabelecimento de um diagnóstico oportuno.6 Existem
algunsexames,comoadosagemdetriptase,níveisde his-taminaeIgE,masnenhumtemexatidãoabsoluta.8
Osexamescutâneospodemidentificaroagentecausal, massãofeitosdepoisdomêsdeapresentac¸ãodaanafilaxia, oquerestringesuautilidadeaevitarcasosposteriores.10,34
Triptase
A triptase é uma serina protease que tem várias formas maiores.35 A concentrac¸ão sérica de triptase decorrente
da degranulac¸ão dos mastócitos é 300 a 700 vezes mais elevadaquealiberadapelosbasófilos.2Umaelevac¸ão
supe-riora25g.L-1 éconsideradaumindicadordeanafilaxia.2
Osníveis de triptase podemestar aumentados por outras doenc¸as,comomastocitosesistêmica,síndromedeativac¸ão demastócitosoudoenc¸ashematológicas.17 Poroutrolado,
umnívelnormaldetriptasenãodescartaodiagnósticode anafilaxia.2,4
A meia vida da triptase é de 120min8 e os níveis vol-tamaonívelbasalem24h.35Podehaverfalsospositivospor
estressegrave,comotraumatismomaiorouhipoxemia.8A
amostradevesercoletadaapartirde15minaté3hdo iní-ciodossintomas4eem24h.36Coletam-se5-10mLdesangue
coagulado36 juntandodadosdahistóriaclínica37 eohorário
decoletadaamostraemrelac¸ãoaoiníciodareac¸ão.10
Tratamento
Oinícioprecocedotratamentoéessencial naanafilaxiae poderiachegaraevitarencefalopatiahipóxico-isquêmicaou morte.38 O manejo é basicamente o mesmo em todas as
idades,considerando-seoajusteporpesonascrianc¸as4.Os
pilaresdotratamentosãoaadrenalinaeoslíquidosIV.10 As intervenc¸ões na anafilaxia baseiam-se em recomen dac¸ões de especialistas, já que estudos prospectivos,
aleatórios, duplo cegos, controlados com placebo não podemserfeitosemcondic¸õesimprevisíveis.19,39Durantea
anestesia,opacienteencontra-semonitoradoecomacesso venoso.10 Aequipedeveestarpreparada parafazervárias
tarefassimultaneamente;36investigarascausaspotenciais,
comolátex,clorexidina,hemoderivados,e mantera anes-tesia,senecessário,somentecomhalogenados.36 Solicitar
ajuda,anotarahoraeinformaraocirurgião.34,36Omanejo
avanc¸ado e rápido da via aérea é fundamental diante do desenvolvimentodeedemalaríngeoouorofaríngeo.27
Deve--se administrar oxigênio a 100% e, em caso de não ser contraindicado,elevarosmembrosinferiores7,40e
adminis-traremadultos500-1.000mLdecristaloides7em10-20min,
emcrianc¸asbólusde20mL.kg-1,seforemnecessáriosmais de40mL.kg-1adicionarsuportevasopressor,41tituladopara
manter a pressão arterial sistólicaacima de90mmHgem adultos,27idealmentecommonitorac¸ãoinvasivadapressão
arterial.41AOMArecomendaousodesoluc¸ãosalinanormal,
enãocoloides.38
Aadrenalinaéotratamentodeescolhanaanafilaxia5por
suas propriedadesalfa ebeta-agonistas,que resultamem vasoconstric¸ão,aumentodaresistênciavascularperiférica, diminuic¸ão do edema de mucosa, inotropismo, cronotro-pismoebroncodilatac¸ão.28,42,43AdosedeadrenalinaIVvaria
de10-200gadepender docomprometimento
hemodinâ-mico do paciente e pode repetir-se a cada 1-2min.17 Em
crianc¸asadoseéde1g.kg-1.17,36
Avia intramuscularpodeserempregada casonãohaja acesso IV.36 Amelhor aplicac¸ãoéna faceanterolateral do músculo médio, pois proporciona uma maior absorc¸ão, a cada5min,tantoemcrianc¸ascomoemadultos;44 dosede
0,5mgemadultos.17
Nospacientesquerequerembólusrepetidos,deve-se ini-ciarinfusãocontínuaa0,05-0,1g.kg-1.min-1etitular.10,45,46
Natabela2 háumalistadecontroledomanejoagudoda
anafilaxia.
Ospacientes queusam betabloqueadorespodemexigir doses altas de adrenalina por ter uma resposta precária; nesses casos deve-se adicionar noradrenalina à dose de 0,1g.kg-1.min-1.17Pode-seusarglucagon101-2mgIVacada 5min,34 seguidosde5-15
g.min-1,17vasopressina2a10UI
IVdeacordocomdoseresposta,6comoseobservanatabela
3.Emcrianc¸asnãoserecomendaavasopressina.17Há
rela-tosdeempregodeazuldemetilenoemchoqueanafilático refratário grave.18,47 Em caso de anafilaxia ao rocurônio
descreveu-seoempregodesugammadex16mg.kg-1 IVcom sucesso,aumadosecomoadesituac¸ãodenãointubo,não ventilo.18
Osbeta2adrenérgicosaliviamobroncospasmo,masnão aobstruc¸ãodaviarespiratóriasuperioreochoque.48O
Tabela2 Primeiralinhadetratamento Suspendertodasascausaspotenciais Suspenderhalogenado
Oxigênio100%
Informaraocirurgião.Suspendercirurgia Pedirajuda
Intubar
Trendelenburg,senãoforcontraindicado AdrenalinaIVouIMsenãoháviaIV Cristaloides
SegundoacessoIV
TransferirparaUTI/SemiUTI Informaraparentes
UTI,unidadedeterapiaintensiva.
Tabela3 Faltaderespostaàadrenalina Norepinefrina
Vasopressina2-10UIV
GlucagonIV1-2mgIVcada5min Relatos:azuldemetileno
Relatos:sugammadex16mg.kg-1IVnaanafilaxiaarocurônio
sepodempreverasreac¸õesbifásicas.4Emcaso deparada
cardíaca, segue-se o manejo básico e padrão avanc¸ado, considerando-se que é preferível continuar a infusão de adrenalinanaparadaenopós-parada.27
Na segundalinhade tratamento daanafilaxia estão os glicocorticoides,cujas doses extrapolamasdomanejo da asma e seu início de ac¸ão leva várias horas,38 além de
nãohaverevidênciasdeseuempregonomanejoagudo.5,49
Recomenda-seumadosede200mgIVdehidrocortisonaem maiores de 12 anos e de 100mg IV entreos 6-12 anos de idade.36
Osanti-histamínicostambémnãosãorecomendadospara omanejoinicial;sãoindicadosparatratarurticária,prurido5
e rinorreia,26 considerando-se que alguns podem causar
hipotensãoesonolência.26Pode-seempregardifenidramina
1-2mg.kg-1IV,máximo50mg,epode-seassociararanitidina 50mgparaadultosou1mg.kg-1.50
Encaminhamento
a
alergologista
O anestesiologista responsável pelo paciente deve fazer o encaminhamentoao alergologista se durante a aneste-sia geral houver uma reac¸ão inexplicada de hipotensão grave, broncospasmo ou edema durante a recuperac¸ão.14
Esse encaminhamento é feito com o objetivo de confir-mar a natureza da reac¸ão, o medicamento responsável, a possibilidade de reac¸ão cruzada e as recomendac¸ões paraestudosposteriores.1Anotadeencaminhamentodeve
incluirahistóriaclínicadareac¸ãoalérgica,osdados demo-gráficosdopaciente,osantecedentesalérgicoseatópicos, osantecedentes patológicose asmedicac¸õesque tomam, os fármacos administrados e a sequência cronológica da administrac¸ão,adescric¸ãodetalhadadareac¸ão,ofármaco suspeito,aviadeadministrac¸ão,aclínica,ograude gravi-dade,otratamentofeito,aevoluc¸ãoeadurac¸ãodareac¸ão.2
Alémdisso,incluirsehouveexposic¸ãoaolátex,infusõese
tempodeexposic¸ão,intervenc¸õescomoviacentralou cate-terurinário e alergias alimentares.51 Além disso, deve-se
anotartodasassubstânciasexpostasnoregistrode aneste-siaeencaminhamento, incluindoasusadaspelocirurgião, mesmoquenãosejamIV,comoanestésicoslocais,líquidos deirrigac¸ão,látex,desinfetantes,azuldemetileno, entre outras.10
A
considerar
Deve-secontarcomacesso aprotocolosparao manejoda anafilaxia.37,38
Deve-se ter a cultura de relatar a reac¸ão adversa a medicamentos52 e discutir o caso com fins educativos.
Adicionalmente, deve-se enfatizar ao paciente sobre a importânciadoencaminhamentoaoalergologista.38Emcaso
deconhecer o medicamento causador,deve-se rotular no prontuário eletrônico e vestir uma identificac¸ão médica comobracelete.38
Emcaso dereac¸ãoà morfinaoucodeína,nenhumadas duasdeveseradministrada,emboranãosecontraindiquem osoutrosopioides.17
Sehouveralergiaafrutosdomar,osmeiosiodadosnão sãocontraindicados.17 Háumrelato deanafilaxiaà
prota-minaemumpacientecomalergiaapeixe,masaliteratura nãojustificasuaproibic¸ão.17
Sehouveralergiaaoovoouàsoja,pode-seadministraro propofol,emboraexistaumúnicocasodehipersensibilidade aopropofolemumpacientealérgicoaoovo.17
Recomendac
¸ões
Quandoo paciente foi submetidoao estudo de anafilaxia comalgumexamepositivoeelerequeranestesia,deve-se evitaroagenteidentificadoeassubstânciasliberadorasde histamina,injetarosmedicamentoslentamente,emforma fracionadae separada sepossível e estar preparadopara tratarumareac¸ãoanafilática.45
Quandoum paciente que temantecedente de colapso cardiovascularemumaanestesiaanteriorapresenta-separa umacirurgiadeemergência,semestudodeanafilaxia, deve--sefazer o atendimento em um ambiente livre de látex, usarhalogenados; em caso decontar com o registro pré-viodeanestesia,evitar todososmedicamentos anteriores aocolapso, excetooshalogenados, e evitar todosos blo-queadores neuromusculares em caso de haversido usado algumprévio.18 Senãosecontacomo registroda
aneste-sia,devem-seevitartodososbloqueadoresneuromusculares deacordocomoequilíbriorisco-benefício,preferira anes-tesia regional oulocal, evitar a clorexidina (a alergia ao iodoémenosfrequente)eevitarmedicamentosliberadores dehistamina.18 Nãoháevidência dequeaprofilaxia,seja
comanti-histamínicosoucomesteroides,impedeoureduz agravidadedareac¸ão.18,53
Conflitos
de
interesse
Aautoradeclaranãohaverconflitosdeinteresse.
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