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Eficiência de levobupivacaína e bupivacaína para bloqueio supraclavicular: estudo comparativo, duplo-cego e randomizado.

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Eficiência

de

levobupivacaína

e

bupivacaína

para

bloqueio

supraclavicular:

estudo

comparativo,

duplo-cego

e

randomizado

Cenk

Ilham,

Elif

Bombaci,

Serhan

Yurtlu

e

Serhan

C

¸olako˘

glu

HospitaldeEnsinoePesquisaDr.LütfiKirdar,Istambul,Turquia

Recebidoem16deabrilde2012;aceitoem20demarçode2013 DisponívelnaInternetem26defevereirode2014

PALAVRAS-CHAVE

Bloqueio supraclavicular; Bupivacaína; Levobupivacaína

Resumo

Justificativaeobjetivos: ataxadesucessodeaplicac¸õesdecateterébaixaembloqueio supra-clavicular.Assim,bupivacaínaelevobupivacaínatornaram-seimportantesporcausadoefeito delongadurac¸ãoem práticasdeinjec¸ãoúnica.Nesteestudo,oobjetivofoicomparara efi-cácia,osefeitoscolateraiseascomplicac¸õesdebupivacaínaelevobupivacaínaembloqueio supraclavicular.

Métodos: foramrandomizadosemgruposde30cada60pacientes,entre20-65anos,50-100kg, estadofísicoASAI-II-III,programadosparacirurgiademão,antebrac¸oebrac¸ocombloqueio supraclavicular.Receberam30mLdebupivacaínaa0,5%(GrupoB)ou30mLdelevobupivacaína a0,5%(GrupoL).Osbloqueiossensorialemotorforamavaliadoseotempodeiníciodos blo-queios,adurac¸ãodosbloqueios,adorpós-operatória,aquantidadedeanalgesiapós-operatória easatisfac¸ãodospacientesforamregistrados.

Resultados: osdadosdemográficos,adistribuic¸ãodaáreacirúrgicaeosdadoshemodinâmicos foram semelhantesentre osdois grupos.A durac¸ão da cirurgia edos bloqueios sensoriale motornãofoiestatisticamentediferenteentreosgruposBeL.Contudo,ostemposdeinício dos bloqueiossensorialemotordoGrupo Bforamsignificativamentemenoresdoqueosdo GrupoL(p<0,05).Otempomédioparaaprimeirasolicitac¸ãodeanalgésiconopós-operatório foide16,6±8horasnogrupoBe14,4±7,3horasnoGrupoL(p>0,05).

Conclusão:características semelhantes para o bloqueio supraclavicular são fornecidas por 30mLde bupivacaínaa0,5%elevobupivacaína. Bupivacaínaproporcionainício maisrápido debloqueiosensorialemotoremcomparac¸ãocomlevobupivacaína,masdurac¸ãosemelhante deanalgesiapós-operatória.

©2013SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

Autorparacorrespondência.

E-mail:syurtlu68@gmail.com(S.Yurtlu).

Introduc

¸ão

Atualmente, bupivacaína é um dos anestésicos locais maiscomumente usados para bloqueio de nervos central e periférico; porém, tem potencial para causar efeitos colaterais cardiovasculares graves. Há relatos de que um

0034-7094/$–seefrontmatter©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.

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novoanestésicolocal,levobupivacaína,émaisseguroaesse respeito.1,2 Aexperiência com levobupivacaína é limitada

embloqueiosperiféricoscomparadaàbupivacaína. O bloqueio supraclavicular permite uma anestesia completadobrac¸o,do cotoveloe damão. Analgesia pós--operatória requer a inserc¸ão perineural de um cateter, porémataxadesucessodeaplicac¸õesdecateteresem blo-queiossupraclavicularesémenordoqueemoutroslocaisde bloqueiodoplexobraquial. Outromododefornecer anal-gesiapós-operatóriaé ousodeanestésicoslocaisdeac¸ão prolongada.Analgesiapós-operatóriadelongadurac¸ãocom umaúnicaaplicac¸ão épossívelcomo usodebupivacaína, ropivacaína ou levobupivacaína. Portanto, nosso objetivo foicompararbupivacaínacomseuenantiômeroS-(+), levo-bupivacaína, em termos de eficácia, efeitos colaterais e complicac¸õesembloqueiosupraclavicular.

Métodos

Antesdoestudo,obtivemosaaprovac¸ãodoComitêdeÉtica dohospital (Comitê deÉtica em Pesquisa e Educac¸ão Dr. LütfiKirdar,29/03/2007,n◦3).

Foramincluídosnesteestudo60pacientes,entre20-65 anos,50-100kg,estadofísicoASAI-II-III,programadospara cirurgiaeletivademão,antebrac¸ooubrac¸o.Consentimento informadoassinadofoiobtidodosparticipantes.

Oscritériosdeexclusãoforamclassificac¸ãoderiscoASA IVousuperior,ingestãodeanalgésiconasúltimas24horas, alterac¸ões da coagulac¸ão, infecc¸ão ou intervenc¸ão ante-riornosítiocirúrgico,deformac¸õesanatômicasnolocaldo bloqueio,presenc¸a de deficiências neurológicas na extre-midade a ser operada, pacientes não cooperativos, com distúrbio de nervos periféricos, em tratamento psiquiá-trico,alcoolismoe/ouabusodedrogas, alergiaconhecida aosmedicamentosdoestudoeparalisiadodiafragmae/ou pneumotóraxnoladocontralateralaooperado.

Ospacientes foramrandomicamente divididos em dois gruposde30cada,comousodeumalistaderandomizac¸ão gerada por computador (Grupo B: 30mL 0,5%, 5mg/mL de bupivacaína; Grupo L: 30mL 0,5%, 5mg/mL de levo-bupivacaina). Os pacientes foram conduzidos à sec¸ão de anestesiaregionaldentrodocentrocirúrgicoumahoraantes dacirurgiaeposicionadosemdecúbitodorsalsobreamesa parabloqueio.Osparâmetroshemodinâmicosbasais (pres-sãoarterialsistólica[PAS],pressãoarterialdiastólica[PAD], pressão arterial média [PAM], frequência cardíaca [FC], saturac¸ãoperiféricadeoxigênio[SpO2])e

eletrocardiogra-mas foram monitorados. Todos os valores foram medidos antesdobloqueioeregistrados comovaloresdecontrole. Oacessovenosofoiobtidopormeiodecateter calibre20 einfusãodecristaloidesfoiiniciada.Comomedicac¸ão pré--anestésica,midazolamIV(0,03mg/kg)foiadministrado.

O ponto de administrac¸ão do bloqueio foi identificado comatécnicaclássica.3Usamosoestimuladordenervos

Sti-muplexHNS12® (B.Braun,Melsungen,Alemanha)eagulha

StimuplexA® calibre22,50mm(B.Braun,Melsungen,

Ale-manha).Após aadministrac¸ãodaanestesialocalnoponto marcado,umaagulhadeestimulac¸ãofoiusadaparaprocurar osmovimentosdosmúsculosinervadospeloplexobraquial. Doisdessesnervos(mediano,ulnar,radialou musculocutâ-neo)foramlocalizadoseumaquantidadeigualdeanestésico

local (15mL)foi administrada em cadaumdeles.O teste deaspirac¸ãofoirepetido umavezacada 5mLduranteas injec¸ões. Um anestesista que não participou do resto do estudo preparou assoluc¸õesanestésicas locais, deacordo com a randomizac¸ão, e outro anestesista (CI) que desco-nheciaoconteúdodaseringafeztodososprocedimentosde bloqueio.OGrupoBrecebeu30mLdebupivacaínaa0,5%e oGrupoLrecebeu30mLdelevobupivacaínaa0,5%.Cinco minutosapósofimdasinjec¸ões,osítiocirúrgicocomec¸ou aseravaliadocomotestedapicadadeagulhaem interva-losdecincominutos.Obloqueiosensorialfoiavaliadocom umaescaladetrêspontos(0=semperdasensorial,1=perda desensibilidadeàpicadadeagulha, 2=perdade sensibili-dadeaotoque)eobloqueiomotorfoiavaliadocomaEscala Modificada de Bromage (EMB; 0=func¸ão normal do mús-culo,1=flexãodocotovelo,2=flexãodopunho,3=bloqueio motorcompleto)eregistrados.

O tempo de início do bloqueio motor foi considerado como o tempo entre a injec¸ão do anestésico local e a apresentac¸ãodoescore1naEMB,enquantootempode iní-cio do bloqueio sensorial foi considerado como o tempo entreainjec¸ãodoanestésicolocale aperdadasensac¸ão dedoraosestímulosdapicadadeagulha.Acirurgiafoi per-mitida quandoa ‘‘picada deagulha’’ foi positiva nosítio cirúrgico.

A durac¸ão do bloqueio sensorial foi definida como o tempo entre o início do bloqueio sensorial e a primeira sensac¸ãodedor,enquantoadurac¸ãodobloqueiomotorfoi o tempoentreo início dobloqueiomotor e a mobilidade totaldobrac¸o.Essastemposforamdeterminadoscombase em relatosdepacientesnosperíodosdequatro,oitoe 24 horaspós-cirurgia.

Foramregistrados noinício dacirurgia PAS, PAD, PAM, FC e SpO2 dos pacientes, aos cinco, 10 e 15 minutos de

administrac¸ãodobloqueioe,subsequentemente,em inter-valosde10minutos.

Emcasodesensac¸ãodedor,noiníciooudurantea cirur-gia,ainfiltrac¸ãodeanestésicolocal(5-10mLdeprilocaína a 2%)nosítiocirúrgicoestavaplanejada.Aadministrac¸ão defentanil(50mcg)e/oumidazolam(1mg)tambémestava planejada para casos de dor ou estresse, independente-mentedainfiltrac¸ãolocal.Asdosesseriamregistradas,caso fossemadministradas.

Todasasqueixasdospacientes,duranteeapósobloqueio ou relacionadasa complicac¸ões do bloqueio,e osefeitos colateraisdasdrogasforamregistrados.

Asqueixasdedornopós-operatórioforamavaliadasem umaescaladeclassificac¸ãoverbal(VRS)(0:semdor,1:dor leve, 2:dor moderada,3: dorintensa e 4:dor insuportá-vel)easatisfac¸ãodopacientefoiavaliadana24ahorade pós-operatório,como‘‘insatisfeito,poucosatisfeitoe satis-feito’’. A primeiradose doanalgésico (diclofenacoIV)foi planejadaemcasodeVRS>2.Quandoospacientesforam visitadosnaclínicaemquatro-oitoe24horas,asqueixasde doreoconsumototaldeanalgésicosforamregistrados.

Análiseestatística

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Tabela1 Distribuic¸ãodospacientesemrelac¸ãoaosdadosdemográficos(média±DP)

GrupoB GrupoL t p Idade(anos) 40,3±14,88 38,2±11,44 0,96 0,643 Peso(kg) 73,8±12,59 73,9±13,81 -0,03 0,977 Altura(cm) 171,43±8,34 173,1±7,98 -0,79 0,432

Tabela2 Distribuic¸ãodospacientesemrelac¸ãoaogêneroeclassificac¸ãoASA

GrupoB GrupoL

Gênero

Masculino 22 73,30% 22 73,30% ␹2:0

Feminino 8 26,70% 8 26,70% p=1

ASA

I 19 63,30% 22 73,30%

II 9 30,00% 8 26,70% ␹2:2,27

III 2 6,70% 0,00% p=0,32

dados,porcausaderazõestécnicas,e30pacientesforam admitidosemcadagrupo.

As análises estatísticas do estudo foram feitas com o pacote NCSS 2007. Métodos estatísticos descritivos foram usados, bem como análises repetidas de variância para dadoscontínuosdemúltiplosgrupos.Otestedecomparac¸ão múltipla de Newman-Keuls foi usado para comparac¸ões desubgrupos, o testet independentepara a comparac¸ão de grupos pareados, o teste do qui-quadrado para a comparac¸ão de dados qualitativos e o teste de McNemar paramedirosintervalosdetempodosdadosqualitativos. Osresultadosforamavaliadosapartirdeumnívelde signi-ficânciadep<0,05.

Resultados

O estudo foi conduzido com 60 pacientes e não houve perdadedados.Nãohouvediferenc¸aestatisticamente sig-nificante entre os dados demográficos e as distribuic¸ões da classificac¸ão ASA dos pacientes (tabelas 1 e 2). Nas comparac¸õesintraeentregrupos,HR,PAS,PAD,PAMeSpO2

foramsemelhantesemtodososmomentosdemedic¸ão. OsgruposBeLapresentaramconsumoperioperatóriode opiáceoeíndicedesatisfac¸ãopós-operatório semelhantes (tabela 3).Amédia dosescoresVRS nopós-operatório do GrupoLfoimaiordoqueadoGrupoB(p<0,05).DoGrupo L,13pacientes(43,3%)etrês(10%)doGrupo Brelataram dormoderada(tabela3).

Adurac¸ãodaoperac¸ãoeostemposdosbloqueios senso-rialemotordosgruposBeLnãoforamsignificativamente diferentes. Ostempos de início dos bloqueios sensorial e motor do Grupo B foram menores do que os do Grupo L (p<0,05)(tabela4).

OsescoresdebloqueionosgruposBeLnosminutosum, cinco,10,15,20,30, 45e 60nãoforamestatisticamente diferentes no nível do ombro. A taxa de bloqueio motor completo(EMB3)nosminutosum,cincoe10naregiãodo ombrodospacientesdoGrupoBfoimaiordoqueados paci-entesdoGrupoL.Porém,umadiferenc¸aestatisticamente

significantenãofoiencontradanacomparac¸ãodetodosos intervalosdetempo, incluindoesses.Nãohouvediferenc¸a estatísticaentreadistribuic¸ãodebloqueiomotornosgrupos BeLnoníveldocotoveloemtodososmomentosavaliados. Enquantoobloqueioparcialdosdedosfoiobservadoem 12pacientesdoGrupoL(40%),essebloqueiofoiobservado emsetepacientes(23,3%)doGrupoB.Adiferenc¸anãofoi estatisticamentesignificante(tabela5).

Aavaliac¸ãodopaciente deacordocoma EMBmostrou quehouvemaispacientesnoGrupoBcomqualidadesuperior debloqueionosminutoscinco,10,15e20doquenoGrupo L(tabela6).

Nãohouvediferenc¸aestatísticaentreaavaliac¸ãodo blo-queiosensorialnospacientesdosgrupoBeLnosminutos um,15,20,30,45e60.O níveldebloqueiosensorialnos pacientes do grupo B foi estatisticamente maior do que nospacientesdoGrupoLnosminutoscincoe10(p<0,05) (tabela7).

Entreosdoisgruposdepacientes,adistribuic¸ãodasáreas decirurgiafoisemelhante(tabela8).

BloqueioparcialocorreuemquatropacientesdoGrupoB. Osquatroreceberamtratamentoperioperatóriocom fenta-nil(50mcg)porcausadador.Anestésicoslocaisadicionais foramadministrados aumpacientepela equipecirúrgica, porcausadedorlevenoiníciodacirurgia.Anestesiageral foiiniciadaemtrêspacientes(10%),porcausadafalhade bloqueio.

Do Grupo L, 11 pacientes apresentaram bloqueio par-cial.Porquedoispacientesapresentaramdorlevedurantea cirurgia,aequipecirúrgicaadministrouanestesialocal.Dois outrospacientesprecisaramde50mcgdefentanil periope-ratórioporcausadador.Seispacientes(20%)precisaramde anestesiageral.

Os tempos de recuperac¸ão dos bloqueios sensorial e motordospacientesqueprecisaramdeanestesiageral tam-bémforamregistradosnofimdacirurgia.

(4)

Tabela3 Comparac¸ãodosgruposemrelac¸ãoaousoperioperatóriodefentanil,VRSna24ahoradepós-operatórioesatisfac¸ão

GrupoB GrupoL

Fentanilperioperatório

Semusodefentanil 23 76,70% 22 73,30%

50mcg 4 13,30% 3 4,00% ␹2:2,18

>50mcg 3 10,00% 5 16,70% p=0,534

VRSpós-operatório(24ahora)

Semdor 5 16,70% 2 6,70% Dorleve 20 66,70% 13 43,30%

Dormoderada 3 10,00% 13 43,30% ␹2:9,02

Dorintensa 2 6,70% 2 6,70% p=0,029

Satisfac¸ãopós-operatória(24ahora)

Insatisfeito 3 10,00% 3 10,00%

Poucosatisfeito --- 0,00% 1 3,30% ␹2:1,01

Satisfeito 27 90,00% 26 86,70% p=0,601

Tabela4 Durac¸ãodecirurgiaebloqueiossensorialemotor(média/h±DP)

Durac¸ão GrupoB GrupoL t p Cirurgia 1,48±0,61 1,52±0,66 -0,20 0,84 Bloqueiomotor 14,55±5,55 13,8±2,95 0,73 0,468 Bloqueiosensorial 14,25±5,81 12,81±3,32 1,12 0,268

Tabela5 Tempodeiníciodosbloqueiossensorialemotor(média/min±DP)

Início GrupoB GrupoL p

Bloqueiomotor 5,07±4,07 9,2±7,9 0,0041 Bloqueiosensorial 19,64±10,70 25,66±10,72 0,036

Tabela6 Distribuic¸ãoda médiadosescores debloqueio motordosgruposportempoemrelac¸ãoàEMBeproporc¸ão depacientes

Minuto GrupoB GrupoL

1 0 0

5 1(33,3%)* 1(13,3%)

10 2(26,7%)* 2(16,7%)

15 3(20,0%)* 3(3,3%)

20 3(36,7%)* 3(10,0%)

30 3(53,3%) 3(40,0%)

45 3(63,3%) 3(46,7%)

60 3(66,7%) 3(56,7%)

* p<0,05.

daprimeirasolicitac¸ão de analgesiapós-operatória foide 16,61±8,05horasnogrupoBe14,37±7,27horasnoGrupo L.Adiferenc¸anãofoiestatisticamentesignificante.

Efeitoscolaterais

Ospacientes do grupo B apresentaram significativamente maisefeitoscolateraisdoqueosdoGrupoL.Quatro

paci-entes doGrupo B(13,3%) apresentaram efeitos colaterais emcomparac¸ãocomnenhumdoGrupoL.

Dois pacientes do Grupo B apresentaram síndrome de Hornereoutrosdoisapresentarambloqueiomotor prolon-gado(maisde24horas).Essesefeitoscolateraisnãoforam observadosemnenhumpacientedoGrupo L.Recuperac¸ão totalfoiobservadanaoitavahoraduranteavisitaaos paci-entesqueapresentaramsíndromedeHorner.

Discussão

Uma vantagem do bloqueio supraclavicular é que a

posic¸ãodaextremidadesuperiornãoafetanegativamentea aplicac¸ãoduranteoprocedimento.4,5Embora osbloqueios

guiados porultrassomsejamconhecidospelaobtenc¸ãode melhoresresultados,aimportânciadaexperiênciatambém é relatadaem estudosanteriores.6,7 Portanto,escolhemos

(5)

Tabela7 Avaliac¸ãodobloqueiosensorialentregruposemrelac¸ãoaotempo Sensorial GrupoB GrupoL

Min.1

Nenhum 30 100,00% 30 100,00%

Min.5

Nenhum 26 86,70% 30 100,00% ␹2:4,28

Completo 4 13,30%* 0,00% p=0,038 Min.10

Nenhum 20 66,70% 29 96,70% ␹2:9,01

Completo 10 33,30%* 1 3,30% p=0,003

Min.15

Nenhum 16 53,30% 21 70,00% ␹2:1,76

Completo 14 46,70% 9 30,00% p=0,184

Min.20

Nenhum 9 30,00% 12 40,00% ␹2:0,659

Completo 21 70,00% 18 60,00% p=0,417

Min.30

Nenhum 3 10,00% 6 20,00% ␹2:1,17

Completo 27 90,00% 24 80,00% p=0,278

Min.45

Nenhum 2 6,70% 0 0,00% ␹2:2,06

Completo 28 93,30% 30 100,00% p=0,15

Min.60

Nenhum 1 3,30% 0 0,00% ␹2:1,01

Completo 29 96,70% 30 100,00% p=0,313

* p<0,05.

Coxetal.14 compararambupivacaínaelevobupivacaína

embloqueiodoplexobraquialenãoencontraramdiferenc¸a entre os efeitos dose-dependentes de levobupivacaína a 0,25%e0,5%.Contudo,descobriramquelevobupivacaínaa 0,25%teveiníciomaislento,tempodemanutenc¸ãomenor e umataxa de sucessoglobal menor doque a dos outros doisgrupos (levobupivacaína a0,5%, bupivacaínaa 0,5%). Osautoresrelataramumataxadesucessoglobalde65-80% emrelac¸ãoàtécnicaanestésica.Esseestudodescobriuque levobupivacaínaé apropriada parabloqueiodo plexo bra-quial.Seupotencialtóxicomenordoqueodabupivacaína tambémapoiaesseachadoeespera-sequelevobupivacaína aumenteamargemdeseguranc¸aemanestesiaregional.Não foiencontradadiferenc¸aestatisticamentesignificanteentre ostemposdeiníciodosbloqueiossensorialemotordasduas drogas.

Em nosso estudo, os tempos de início dos bloqueios sensorial e motor foram significativamente menores no grupoBdoquenoGrupo L(p<0,05).Amédiadostempos

Tabela8 Distribuic¸ãodossítioscirúrgicosentregrupos Sítio GroupB GroupL Brac¸o 1(3,3%) 2(6,6%) Cotovelo 2(6,6%) 1(3,3%) Antebrac¸o 7(23,3%) 7(23,3%) Pulso-Mão 20(66,8%) 20(66,8%)

deiníciodobloqueiomotorfoidecincominutosnoGrupo BenoveminutosnoGrupoL,enquantoamédiadostempos deiníciodobloqueiosensorialfoide19minutosnoGrupoB e25minutosnoGrupoL.Mesmocomumadiferenc¸a estatís-ticaentreasduasdrogas,nossaopiniãoéqueumadiferenc¸a deseisminutosnãoésignificanteemaplicac¸õesclínicas.

Outrodadoimportante doestudodeCoxetal.14 éque

levobupivacaínaa0,5% nãoapresentouumadurac¸ão mais longadoefeito.Osautoresrelataramumadurac¸ãodo blo-queiosensorialde892minutos(aproximadamente14horas) comlevobupivacaínaa 0,25%;1.039minutos (aproximada-mente 17horas) com levobupivacaína a0,5%; 896minutos (aproximadamente15horas)combupivacaínaa0,5%.Assim comonobloqueio sensorial,a durac¸ãodo bloqueiomotor com levobupivacaína a 0,5% também teve uma durac¸ão mais longa (aproximadamente 17,5horas). No entanto, a diferenc¸a entre os grupos em relac¸ão à manutenc¸ão dos bloqueios sensorial e motor e ao nível de bloqueio não foiestatisticamentesignificante.Nossosresultadostambém corroboramessesachados.

Lisananttietal.13nãodescobriramdiferenc¸asignificante

(6)

sensorialfoide17,1±6,5horasnogrupolevobupivacaína, 17,8±7,2horasnogrupobupivacaínae15,0±5,4horasno gruporopivacaína.Adiferenc¸anãofoiestatisticamente sig-nificante.Asmédiasdasdurac¸õesdobloqueiomotorforam 19,5±8,0horascomlevobupivacaína,19,3±7,7horascom bupivacaínae17,3±6,6horascomropivacaína.D’Ambrosio etal.15compararamasconcentrac¸õesa0,5%deropivacaína,

bupivacaínae levobupivacaína em dois bloqueios diferen-tes (braquial e femoral) e descobriram que ropivacaína proporcionouumbloqueiomaisrápido,mascomtempode analgesiamaiscurtodoqueosoutrosdois.Osautoresnão observaramdiferenc¸aentrelevobupivacaínaebupivacaína. Nenhumadasdrogasinduziuefeitoscolateraisnospacientes do estudo e, com base nos potenciais efeitos colaterais cardiotóxicos e neurotóxicos de bupivacaína, os autores concluíram que ropivacaína e levobupivacaína podem ser usadas,adependerdanecessidadedeanestésico.

Em nosso estudo, não encontramos diferenc¸a estatís-tica entre as durac¸ões dos bloqueios sensorial e motor nos dois grupos. Em comparac¸ão com estudos similares, a durac¸ão do bloqueio sensorial com levobupivacaína foi semelhante,enquantootempodebloqueiomotorfoimenor. Essadiferenc¸apodeseratribuídaatécnicasemétodos dife-rentes.

Os valores pós-operatórios da VRS no estudo de D’Ambrosioetal.15 forammaisaltosnogruporopivacaína

doquenosoutrosdois(levobupivacaínaebupivacaína).Não houvediferenc¸aentreosgruposlevobupivacaínae bupiva-caína.

Emnossoestudo,osvaloresdaVRSem24horasno pós--operatóriodoGrupoBfoideumem20pacientes,doisem três pacientes e três em dois pacientes. No Grupo L, foi de umem 13 pacientes, dois em 13 e três em dois. Isso mostraqueosvaloresdaVRSforammelhoresnoGrupoBdo quenoGrupoL.Emboraosníveisdedornopós-operatório tenhamsidomenoresnospacientesdoGrupoBdoquenos pacientesdoGrupoL,nossaopiniãoéqueadiferenc¸anãoé significantenapráticaclínica,poisosvaloressãoinferiores a3.

Emrelac¸ãoàanalgesiapós-operatória,Liisananttietal.13

descobriram que a primeira analgesia pós-operatória foi necessária em 17,8±7,2horas no grupo bupivacaína, 17,1±6,5horasnogrupolevobupivacaínae15,0±5,4horas nogruporopivacaína.Adiferenc¸anãofoiestatisticamente significante.D’Ambrosioetal.15nãodescobriramdiferenc¸a

emrelac¸ãoànecessidadedeanalgesiapós-operatóriacom levobupivacaínaebupivacaína.Nossosresultados corrobo-ramesseachado.Cox14relataqueumaquedaacentuadade

0,2%a0,01%foiobservadanosúltimos30anosemcasosde toxicidadesistêmicacom anestésicos locaise que, apesar deaincidênciade toxicidadesistêmicasermaiorem blo-queiosdenervos periféricos(7,5:10.000), aincidência de lesãoneuralémaisbaixa(1,9:10.000).Emnossoestudo,a síndromedeHorner ocorreu em doispacientese pareste-sia prolongadaem outros doispacientes doGrupo B.Não houve complicac¸ões no Grupo L. Não foi observada toxi-cidade relacionada à bupivacaína ou levobupivacaína em

ambos os grupos. Durante o acompanhamento, nenhuma lesãoneurológicapermanentefoidetectadanospacientes quedesenvolveramcomplicac¸ões.

Em conclusão,descobrimos que 30mL a 0,5% de bupi-vacaína e levobupivacaína foram suficientes para obter bloqueiosupraclavicularsensorialemotor.Aseconsiderar ataxamaisaltadeefeitoscolateraisdebupivacaínaeseus potenciaisefeitos cardotóxicos, nossaopiniãoé que levo-bupivacaínapodeseradrogadeescolhaparabloqueiosdo plexobraquialcomabordagemsupraclavicular.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

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