• Nenhum resultado encontrado

Desproporção congênita de fibras: atrofia de fibras tipo I- relato de 11 casos.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Desproporção congênita de fibras: atrofia de fibras tipo I- relato de 11 casos."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

DESPROPORÇÃO CONGÊNIT A D E FIBRAS .

ATROFIA D E FIBRA S TIP O I

RELATO D E 1 1 CASO S

JOSÉ ANTONIO LEVY *

MARY SOUZA DE CARVALHO ALEGRO ** EDGARD S. LUSVARGHI **

PAULO N. B. SALUM ** ANA MARIA C. TSANACLIS ** ÂNGELA LEVY***

A desproporçã o congênit a d e fibra s é form a d e miopati a congênit a n a qua l a alteraçã o mai s important e encontrad a é a atrofi a da s fibra s tip o I . Fo i e m 1968 relatad o pel a primeir a ve z o estud o d e u m cas o dest a patologi a po r W. K . Enge l e col.1 0. E m 1969 , Brook e e E n g e l5 encontrara m 1 0 criança s co m

fraqueza muscula r d e evoluçã o lent a e m qu e a biópsi a muscula r revelo u atrofi a de fibra s tip o I , d e u m grup o d e 18 0 paciente s submetido s a biópsia . Porém , foram Dubowit z e B r o o k e9, e m 1973 , qu e caracterizara m be m o quadr o clínic o

desta patologia , pel o estud o d e 1 4 paciente s po r ele s acompanhado s e e m qu e os principai s achado s foram : hipotoni a desd e o nascimento , fraquez a muscula r de gra u variáve l nã o progressiv a e presenç a d e retraçõe s fibrotendinosa s pre -coces, chegand o a ocasiona r deformidade s esqueléticas 2. Outra s característica s

clínicas qu e pode m se r encontrada s são : palat o elevado , fácie s estreito , baix a estatura, cifoescoliose , problema s respiratório s durant e o s doi s primeiro s ano s de vid a e luxaçã o d o quadril . O diagnóstic o definitiv o é dad o pel a biópsi a muscular: a histoquímic a revel a presenç a d e atrofi a d e fibra s tip o I n a percen -tagem d e pel o meno s 12 % e m relaçã o à s fibra s tip o II . Ocasionalment e pode m ser visto s núcleo s centrai s 1.2,15,18 .

O diagnóstic o diferencia l s e fa z co m outra s miopatia s congênita s e m qu e podem se r encontrado s núcleo s centrai s e atrofi a d e fibra s tip o I , poré m e m grau meno s acentuado , tai s com o a 'centra l cor e disease ' e a s miopatia s nema ¬ linica e miotubular . O quadr o clínic o e o s exame s complementares , principal -mente a biópsi a muscular , leva m a o diagnóstic o cert o 3,13,14,16,17. E m outra s patologias o u condiçõe s clínica s pod e ocorre r a presenç a d e atrofi a d e fibra s tipo I como : artrit e reumatóid e e apó s tenotomia , ma s essa s sã o condiçõe s facil -mente excluída s

(2)

MATERIAL. E MÉTODOS . RESULTADO S

Foram estudado s 1 1 paciente s ( 8 d o sex o masculin o e 3 d o feminino ) co m fraquez a muscular no s 4 membros , d e predomíni o proximal , co m amiotrofias , hipotoni a genera -lizada, retraçõe s fibrotendinosa s predominand o a o níve l d e cotovelos , joelho s e pés , e hiporreflexia . O iníci o d a doenç a ocorre u no s primeiro s ano s d e vid a à s veze s coinci -dindo o temp o d e evoluçã o d a doenç a co m a idad e d o paciente . A idad e do s paciente s variou d e u m a 1 6 anos . A maiori a do s paciente s afetado s tinh a históri a familia r o u pais consanguíneo s co m exceçã o apena s do s caso s 9 e 10 , o qu e mostr a nitidament e o caráter genétic o d a afecção .

O estud o enzimátic o desse s paciente s revelo u aument o d e fosfocreatinoquinas e (CPK) e m todo s o s caso s (Tabel a 1) . No s paciente s submetido s a eletromiografi a (EMG ) o exam e revelo u padrã o miopático . O eletrocardiogram a (ECG ) mostrou-s e normal , menos no s caso s 1 e 7 no s quai s havi a sobrecarg a biventricula r (Tabel a 1) .

A biópsi a muscula r revelou , pela s reaçõe s histoquímica s d e ATPase s e NAD H (fs), atrofia da s fibra s tip o I (Fig . 1 ) e m todo s o s casos . Chamamo s atençã o par a o cas o 2, pacient e d a époc a e m qu e nã o realizávamo s histoquímica , po r ist o nã o fo i verificad a atrofia d e fibra s tip o I , send o o diagnóstic o confirmad o graça s a o exam e d o irmã o (caso 1) .

COMENTÁRIOS

A desproporçã o congênit a d e fibra s é miopati a d e caráte r hereditário , j á tendo sid o descrit a po r vário s autores . O tip o d e herança , parec e se r autos -sômico recessiv o 8.9. Fardea u e c o l .1 1.1 2, n o entanto , relatara m famíli a n a qua l

duas irmã s e o pa i era m afetados , sugerind o transmissã o dominant e d a doença .

Os achado s d e noss o trabalh o coincide m co m o s d a literatur a dando-no s a impressã o d e s e trata r realment e d e molésti a hereditári a co m heranç a prova -velmente autossômic a recessiva . A atrofi a d e fibr a tip o I é alteraçã o relati -vamente rara , s e comparad a co m a atrofi a da s fibra s tip o II . Brook e e Kaise r 6 em 197 4 sugerira m qu e a ocorrênci a d e atrofi a d e u m dad o tip o d e fibr a seri a devida à respectiv a contraçã o inadequada . A atrofi a d e fibra s tip o I I dependeri a de condiçõe s qu e envolveria m o desus o d a musculatur a voluntária , enquant o a atrofi a d e fibra s tip o I seri a u m comprometiment o d a atividad e reflexa , ocasio -nando a hipotoni a generalizad a encontrad a nessa s miopatia s congênitas .

Achado ocasionalment e relatad o 3,io,i3,i 6 é a presenç a d e núcleo s centrais , mas na s nossa s biópsia s musculare s ta l achad o nã o fo i evidenciado . Algun s autores com o Fardea u e c o l .1 2 acredita m n a possibilidad e d a 'desproporçã o con

-gênita da s fibras ' se r um a variant e d a miopati a miotubular , refletind o també m a falt a d e maturaçã o da s fibra s musculare s e j á tend o havid o inclusiv e o relat o das dua s doença s num a mesm a famíli a 1 4.

(3)
(4)
(5)

RESUMO

Os autore s relata m 1 1 caso s d e desproporçã o congênit a d e fibras , compro ¬ vados pelo s exame s clínico s e complementares , e m qu e a s retraçõe s fibroten ¬ dinosas precoce s fora m freqüentes , o C P K mostrou-s e elevad o e , n a biópsi a muscular, a histoquímic a revelo u atrofi a seletiv a da s fibra s tip o I . Trata-s e de distrofi a congênit a pouc o freqüente , d e progressã o lent a e evoluçã o benigna .

SUMMARY

Congenital fibre disproportion. Type I fibres atrophy: report of 11 cases.

The author s repor t 1 1 case s o f congenita l disproportio n o f fibers , confirme d through clinica l an d complementar y examinations . I n thes e 1 1 case s earl y fibrotendinous retraction s wer e frequen t an d C K prove d t o b e high . A t muscl e biopsy histochemistr y reveale d a selectiv e atroph y o f typ e I fibers . Thi s i s a rarely frequen t congenita l dystrophy , o f slo w progressio n an d benig n evolution .

REFERÊNCIAS

1. ARGOV , L . ; GARDNER-MEDWIN , D . ; JOHNSON , M.A . & MASTAGLIA , F.L . — Patterns o f muscl e fibe r typ e disproportio n i n hypotoni c infants . Arch . Neurol . (Chicago) 41:53 , 1984 .

2. BENDER , A.N . — Congenita l myopathies . In P.G . Vinke n & G.W . Bruy n (eds.) : Handbook o f Clinica l Neurology . Vol . 41 . Nort h Holland , Amsterdam , 1979 . 3. BETHDEM , J . ; WIJNGAARDEN , G.K . ; MEIJER , A.E . & HULSMANN , W.C . —

Neuromuscular diseas e wit h typ e I fibe r atrophy , centra l nucle i an d myotub e lik e structures. Neurolog y 19:705 , 1969 .

4. BROOKE , M.H . — • Congenita l fibe r typ e disproportion . I n B.A . Kakula s (ed.) : Proc. 2nd . Int . Cong , o n Muscl e Diseases , Perth , Australia . Excerpt a Medica , Amsterdam, 1973 , 147 .

5. BROOKE , M.H . & ENGEL , W . K . — Th e histographi c analysi s o f huma n muscl e biopsies wit h regar d t o fibe r types : IV . Children's biopsies . Neurolog y 19:591 , 1969 . 6. BROOKE , M.H . & KAISER , K . K . — Th e us e an d abus e o f muscl e histochemistry .

Ann. N.Y . Acad. Sci . 228:121 , 1974 .

7. BROOKE , M.H . & KAPLAN , H . — Muscl e patholog y i n rheumatoi d arthritis , polymyalgia rheumatic a an d polymyositis : a histochemica l study . Arch . Path . 94:101, 1972 .

8. CURLESS , R.G . & NELSON , M.B . — Congenita l fibe r typ e disproportio n i n identical twins . Ann . Neurol . 2:455 , 1977 .

9. DUBOWITZ , F . & BROOKE , M.H . — Th e congenita l myopathies . I n Muscl e Biopsy: A Moder n Approach . Saunders , London , 1973 , pg . 253 .

10. ENGEL , W.K . ; GOLD , G.N . & KARPATI , G . — Typ e I fibe r hypotroph y an d central nuclei , a rar e congenita l muscl e abnormalit y wit h a possibl e experimenta l model. Arch . Neurol . (Chicago ) 18:435 , 1968 .

11. FARDEAU , M. ; HARPEY , J.P. ; CAILLE , B . & LAFOURCADE , J . — Hypotonies néo-natales ave c disproportio n d e fibr e musculair e e t petitess e relativ e de s fibre s de typ e I . Arch , franc . Pediat . 32:901 , 1975 .

12. FARDEAU , M. : HARPEY , J.P . & CAILLE , B . — Disproportio n congénital e de s différents type s d e fibr e musculair e ave c petitess e relativ e de s fibre s d e typ e I . Rev. neurol . (Paris ) 131:745 , 1975 .

(6)

14. KINOSHITA , M. : SATOYASHI , E . & MATSUO , N . — Myotubula r myopath y an d type I fibe r atroph y i n a family . J . neurol . Sci . 26:575 , 1975 .

15. LAAK , H.J. ; JASPAR , H.H. ; GABRÉÉLS , F . J.M.; BREUER , T.G.M. ; SENGERS , R.C.A.; JOOSTEN , E.M.G. ; STADHOUDERS , A.M . & GABRÉÉLS-FESTEN, A.A.W.M . — Congenita l fibr e typ e disproportion : a morphometri c stud y ( 4 cases) . Clin . Neurol. Neurosurg . 83:67 , 1981 .

16. LEE , Y.S . & Y I P , W.C. — A fata l congenita l myopath y wit h sever e typ e I fibr e atrophy nucle i an d multicore . J . neurol . Sci . 50:277 , 1981 .

17. RADU , H . & IONESCU , V . — Nemalin e (neuro)-myopathy : rod-lik e bodie s an d type I fibe r atroph y i n a cas e o f congenita l myotoni a wit h denervation . J . neurol . Sci. 17:53 , 1972 .

18. SANDYK , R . — Congenita l fibr e typ e disproportion : a cas e report . S . Afr . med . J . 60:833, 1981 .

19. WERNECK , L.C . — O valo r d a biópsi a muscula r e m Neurologia . Anális e d e 29 0 exames a fresc o e pel a histoquímica . Rev . bras . Clin . Terap . 10:2 , 1981 .

Referências

Documentos relacionados

MIEA - FEUP | Diogo João Roque Sampaio 19 Figura 8 - Equipamento para determinação do teor de humidade das lamas com uma amostra após o ensaio.. Determinação do pH

Marca Vendedor Veículo Ford João Carro Ford João Caminhão Ford Mário Caminhão Fiat Mário Carro Chevrolet Felipe Carro Chevrolet João Carro Chevrolet João

Membro_Faculdade (Matrícula: Inteiro, Nome: string[50], Carga: Inteiro, IniContrato: data, Curso: string[30], professor: booleano, aluno: booleano). Membro

A revolta do 1º de Dezembro e a guerra da Restauração Motim Restauração Cortes - Observação e legendagem de imagens; - Análise de transparências; - Elaboração

Para participar do Leilão o interessado neste deverá acessar a página de licitações na Internet, através do endereço http://www.redeempresas.com.br , opção “FORNECEDOR”.

Figura 4 Efeito do LpQM9 sobre o consumo de água de camundongos Swiss machos (A) e fêmeas (B) tratados por via oral durante 28 dias

Deve estabelecer as metas a serem alcançadas por cada concessionária, promover os leilões de energia quando os mesmos forem necessários, incentivar a competitividade, zelar pela boa

Foi possível recomendar melhorias na gestão, nomeadamente relacionadas com a capacidade instalada face ao serviço pretendido, tendo em conta os recursos presentes e